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realizada." O problema do marido era causado, em parte, pelo medo. Quanto mais ele temia a ejaculação prematura, mais probabi- lidade havia de ela ocorrer. O casal deve considerar isto um problema grave, que não desaparece naturalmente. O homem deverá treinar-se para superá-lo, e o tempo que empregar nesse treinamento valerá a pena. Muitas esposas frustradas e pouco compreensivas passam a ridicularizar isso ou a tratar com indiferença o marido "rápido", e desta forma só conse- guem acentuar ainda mais seu sentimento de incapacidade masculina, com prejuízo para o seu bom relacionamento. Uma mulher inteligente entenderá que o marido se envergo- nha desta falta de autocontrole, e procurará encontrar, jun- tamente com ele, uma solução eficaz. No próximo capítulo, examinaremos este problema deta- lhadamente, oferecendo sugestões de vários métodos para superá-lo, mas desejamos mencionar aqui apenas um, que é defendido por Masters e Johnson. Eles sugerem que a esposa e 123 o marido pratiquem um exercício que denominam "exercício de compressão", dedicando-lhe bom período de tempo. Cons- ta do seguinte: a esposa deve afagar a área genital do marido até que seu pênis atinja a ereção. Depois, então, deverá movimentar a mão para cima e para baixo pelo corpo do pênis, tocando de leve a glande (cabeça do pênis). Logo ele terá "ânsias" de ejacular (o marido deve ir comunicando à esposa o que está sentindo). Quando ele lhe der o sinal de que está à ponto de fazê-lo, ela circundará a ponta com os dedos da seguinte forma; o polegar por baixo, e o indicador e o médio por cima, um de cada lado da saliência da cabeça do pênis; e o comprimirá durante três ou quatro segundos. Aí fará uma pausa de trinta segundos, esperando que a tensão dele decresça. Depois reiniciará os movimentos de excitação, pelo corpo do pênis. Quando ele sinalizar novamente que está a ponto de ejacular, ela deverá repetir a compressão durante três ou quatro segundos para evitar que ele o faça. Este processo pode ser repetido de quinze a vinte vezes, ou mais. Se o marido, acidentalmente, ejacular, o casal deve aguardar 45 minutos ou mais, e depois reiniciar os exercícios. Depois que ele aprender a controlar-se, deverá deitar-se de costas, e ela se porá sobre ele, e fará penetrar o pênis em sua vagina, sem movimentar-se, até que ele se acostume à nova sensação. Em alguns casos, será necessário que fiquem total- mente quietos durante dois minutos. Isso dará ao marido um maior controle. A seguir, a esposa deve mover-se, bem de leve, elevando-se e abaixando, excitando o marido, e conduzindo-o ao clímax. Quando ele estiver prestes a ejacular, deve sinali- zar, e ela deve erguer-se e aplicar a compressão durante três ou quatro segundos. Logo que a tensão ceder, ela recolocará o pênis na vagina e repetirá o processo acima descrito. Com bastante paciência, a esposa poderá ajudar o marido a aprender a controlar-se, e isso resultará em satisfação para ambos. Para ele, será a satisfação de dominar uma grande incapacidade; para ela, significará atingir o orgasmo, já que o controle retardará a ejaculação e dará a ela o tempo necessá- rio. Se, à primeira vista, esta prática parecer repulsiva a alguma mulher, ela deve lembrar-se de que a ejaculação prematura é um problema grave tanto para o marido como para a esposa; e é um problema que não se resolverá com o tempo. Uma esposa amorosa verá que vale a pena o tempo 124 I investido nesse treinamento. Isso pode ser feito numa semana de férias; ou talvez o casal possa passar alguns fins-de-semana num hotel, para esse fim. Geralmente, bastam de três a quinze tentativas, para que o homem aprenda a controlar-se. O casal colherá desse investimento muitos dividendos, para seu ato conjugai, nos anos por vir, sem mencionar que haverá um grande melhoramento de suas relações íntimas. Todo aprendizado exige tempp. Marido e esposa acharão este exercício bastante agradável e proveitoso, valendo bem a pena o tempo que empregarão nele. 7. Cansaço. Todas as funções normais do corpo humano perdem em intensidade quando o indivíduo está fatigado. Uma mulher cansada provavelmente não se sentirá com disposições amorosas, não será sensitiva, e portanto terá diminuídas suas probabilidades de atingir o orgasmo. Por esta razão, o ato amoroso deve ser praticado apenas quando tanto o marido como a esposa estiverem descansados, e, pela mesma razão, ele deve ser espontâneo. A esposa deve receber o marido à porta com um beijo \ carinhoso, prenunciando o que poderá acontecer depois. Com palavras ternas e troca de carinhos, eles devem manter um ao outro em uma animada disposição para o amor durante aquele período, o que se torna uma interessante prévia do ato amoroso, se não forem deitar-se tarde demais. Como os opostos se atraem, já notei que muitos casais são opostos em seu metabolismo (o processo pelo qual a energia é fornecida ao organismo). Os madrugadores, cujas horas de maior disposição são entre seis da manhã e oito da noite, muitas vezes se casam com pessoas noturnas, que se mostram mais ativas entre dez da manhã e meia-noite. Pode acontecer, então, que um marido noturno se encontre com disposição total às 10:30 da noite, mas vem a descobrir que a esposa, que se mostrava amorosa às 7:00, agora dorme profundamente, ou, o que é pior, está sonolenta, e, portanto, incapaz de corresponder-lhe plenamente. Há dois expedientes que podem contribuir para a solução desse desencontro metabólico. Uma sugestão é que o marido madrugador durma um pouco logo que chegar do trabalho, a fim de sentir-se revigorado à hora de deitar-se; a esposa madrugadora poderá tirar uma soneca pelas 3:00 ou 3:30 da tarde, quando os filhos são pequenos, ou mais cedo, quando estiverem em idade escolar. Faz alguns anos, aprendi que é 125 muito bom tirar uma "soneca" de cerca de 20 minutos, deitado no assoalho, com os pés sobre a cama, para que o sangue circule para a cabeça. Muitas pessoas já me pergunta- ram: "Como você consegue fazer o que faz, dar um seminário de oito horas numa sexta-feira, oito horas no sábado; perder três horas de sono na viagem de volta para casa, e ainda pregar cinco vezes no domingo?" Minha resposta é contar- lhes que durmo vinte minutos, nos domingos à tarde, com os pés elevados. Isso eqüivale, para mim, a duas ou três horas de sono, numa cama, na posição horizontal. O VALOR DA ESPONTANEIDADE Outro modo de resolver a questão do desencontro metabó- lico é praticar o ato com mais espontaneidade. O que há de errado em fazer o ato quando se tem vontade? É verdade que talvez o jantar tenha que ser requentado, se essa vontade for logo quando o marido chega em casa; mas nunca ouvi um homem reclamar do jantar que se esfriou por causa de um ato amoroso. O que há de errado em mandar os filhos lavar a louça, enquanto mamãe e papai vão para o quarto e trancam a porta durante trinta minutos, para terem relação sexual? Raramente acontece de acharmos o amor mais interessante quando acertamos o relógio, e nos encontramos no quarto no momento previamente determinado. Geralmente, vemos que os melhores atos são os espontâneos. Se observarmos as atividades que interrompem ou nos fazem adiar o ato amoroso, veremos que, em geral, elas não são tão importantes quanto o ato conjugai. 8. Enfermidades. Não somente o cansaço, mas também as enfermidades prejudicam o ato amoroso e provocam o fracas- so orgásmico. Embora o meu campo não seja a ciência médica, conheço casos de senhoras que se queixam de fracasso sexual devido a problemas físicos, desequilíbrio hormonal, e até mesmo pequenas afecções da vagina. Por isso, qualquer mulher que apresentar um problema desse tipo, deve procurar seu médico, e, provavelmente, consultar-se com um ginecó- logo. 9. Excesso