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AULA3-2

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3.2.3. Relação entre a quantidade demandada de um bem renda do consumidor
, supondo constantes
Em relação à renda dos consumidores, podemos ter três situações distintas:
a) : bem normal, ou seja, aumentos da renda levam ao aumento da demanda do bem .
b) bem inferior, ou seja, aumentos da renda levam à queda de demanda do bem . Exemplo: se sua renda diminui, será menos provável que você compre um carro ou tome um táxi. É mais provável que ande de ônibus.
c) : bem de consumo saciado ou neutro: se aumentar a renda do consumidor, não aumentará a demanda do bem. Basicamente, são os casos da demanda de alimentos básicos, como açúcar, sal, arroz, que tendem a ter uma participação cada vez menor no orçamento do consumidor, à medida que sua renda aumenta. Isso também ocorre em qualquer outro tipo de bem ou serviço no qual o consumo não é afetado (é neutro) quando a renda do consumidor se altera. Ou seja, a variável renda não é significante para explicar o comportamento da demanda nesse mercado.
Vale ressaltar que essa classificação depende da classe de renda à qual pertencem os consumidores. Parece claro que, para os consumidores de baixa renda, praticamente não existem bens inferiores. Quanto mais elevada a renda, maior o número de produtos que passa a ser classificado como bem inferior. Então, passa-se a consumir produtos de melhor qualidade e abandona-se o consumo daqueles de pior qualidade.
Feitas essas colocações, vamos verificar graficamente o que ocorre com a curva de demanda, supondo um aumento da renda dos consumidores, nos três casos assinalados. Supondo um aumento de renda dos consumidores.
3.2.4. Relação entre a quantidade demandada de um bem e hábitos dos consumidores
, supondo constantes
Se você gosta de alguma coisa, comprará mais dessa coisa. No entanto, esta é uma das mais importantes variáveis porque, embora o preço do bem esteja adequado, inclusive comparado ao de bens substitutos e o consumidor possua renda para adquiri-lo, muitas vezes deixa de fazê-lo por não está habituado ou condicionado ao seu consumo. Isso significa dizer que os hábitos, preferências ou gostos podem ser alterados ou manipulados por propaganda e campanhas promocionais. Podemos ter campanhas para aumentar o consumo () ou para diminuir o consumo do bem ( ), como nos exemplos da figura abaixo.
3.2.5. Relação entre a quantidade demandada de um bem e as expectativas dos consumidores
, supondo constantes
Se você espera que o preço do sorvete diminua amanhã, pode estar menos disposto a comprar sorvete ao preço de hoje (). Caso contrário, poderá mais disposto a comprar ao preço de hoje. 
3.3. Curva de demanda de mercado de um bem ou serviço
Tudo o que foi exposto até agora referia-se ao consumidor individual, mas vale também para o mercado como um todo, já que a curva de demanda do mercado resulta da agregação das curvas individuais.
A demanda de mercado é igual ao somatório horizontal das quantidades demandadas individuais.
sendo consumidores.
Assim, a quantidade demandada de mercado é a soma das quantidades demandadas dos consumidores individuais, conforme o quadro abaixo.
Graficamente, teremos que a curva de demanda de mercado, é a soma horizontal das curvas dos consumidores individuais, como na figura abaixo.
Alterações na condição coeteris paribus, como na renda ou na preferência dos consumidores, nos preços de outros bens, concorrentes ou complementares, e nos hábitos dos consumidores provocam deslocamentos das curvas de demanda individuais e na curva de demanda de mercado.
3.4. Observações adicionais sobre a demanda
3.4.1. Variações da demanda e variações na quantidade demandada
As variações da demanda dizem respeito ao deslocamento da curva da demanda, em virtude de alterações em (ou seja, mudanças na condição coeteris paribus). Por exemplo, supondo um aumento da renda do consumidor, sendo um bem normal, ocorrerá um aumento da demanda (aos mesmos preços anteriores, o consumidor poderá comprar mais do que comprava antes), como mostra a figura abaixo.
Variação na quantidade demandada refere-se ao movimento ao longo da própria curva de demanda, em virtude da variação do preço do próprio bem , mantendo as demais variáveis constantes (coeteris paribus), como mostra a figura abaixo.
Portanto, a demanda refere-se à própria curva, enquanto a quantidade demandada refere-se a pontos específicos da curva de demanda.
3.4.2. Paradoxo de Giffen
O Paradoxo ou Bem de Giffen é uma exceção à Lei da Demanda ou da Procura, em que a curva de demanda é positivamente inclinada, ou seja, há uma relação direta, e não inversa, como usual, entre a quantidade demandada e o preço do bem.
O exemplo frequentemente utilizado seria o de uma comunidade inglesa, no século XVIII, muito pobre, e que consumia basicamente batatas. Ocorreu uma grande queda no preço do produto. Como a população gastava a maior parte de sua renda no consumo de batatas, essa queda de preço levou a um aumento do poder aquisitivo da população. Contudo, eles já estavam saturados de batatas, e passaram a gastar mais com outros tipos de produtos, inclusive diminuindo o consumo de batatas. Portanto, o preço da batata caiu, bem como a quantidade demandada; ou seja, nesse caso a curva de demanda é positivamente inclinada, como mostra a figura abaixo.

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