Estudo Dirigido - Estrutura e Dinâmica Social

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Estrutura e Dinâmica Social – Turma B – Noturno – Santo André 
 
 
Estudo Dirigido 1 
 
1 – Defina o conceito de Materialismo histórico em Marx e relacione-o 
com a questão da estrutura e da dinâmica da sociedade. 
O Conceito de Materialismo Histórico, levantado por Karl Marx no Manifesto 
Comunista, baseia-se que ao longo da história, a humanidade foi estruturada 
em diversas classes sociais, cada qual com seu papel na organização da 
dinâmica de vida de cada civilização. Em muitas ocasiões, dentro de cada uma 
das classes havia outras subdivisões, as quais também possuíam níveis 
hierárquicos. 
Essas classes proporcionaram uma dinâmica social na qual sempre houve 
grupos opressores, em constante oposição aos grupos oprimidos. Essas 
relações de conflito sempre resultaram em uma revolução completa da 
sociedade, porém as organizações sociais que ascendiam revolução após 
revolução sempre mantiveram esse caráter maniqueísta enraizado. Dessa 
forma, as maneiras de exercer a dominação e de ser oprimido variaram ao 
longo da história, mas esses dois grupos sempre estiveram em uma batalha 
constante, que permaneceu viva até as relações atuais dos donos dos meios 
de produção que oprimem aqueles que apenas possuem sua força de trabalho 
para oferecer, ou seja, entre os burgueses e proletários. 
2 – A partir do primeiro capítulo de “Manifesto Comunista” analise a 
ascensão da burguesia e do proletariado como classes sociais. 
A burguesia, como apontado no Manifesto Comunista, passou por um intenso 
processo de evolução. Ela se origina dos servos da Idade Média, que 
gradativamente formaram os primeiros burgos ao redor das cidades medievais; 
desta pequena população, que vivia baseada no comércio, surgiram os 
primeiros burgueses da manufatura, apoiados pelo contexto histórico de sua 
época, no qual a consolidação das colonizações e possibilidade da abertura de 
novos mercados estavam sendo construídas rapidamente. 
Com a crescente expansão de mercados e de colônias, a Revolução Industrial 
fez-se necessária, pautada no uso do vapor como fonte de energia, permitiu 
que uma nova face da burguesia ascendesse ao poder para permanecer até 
hoje: a burguesia industrial. Nesse período ela ganhou força, passando a 
exercer uma descomunal influência sobre toda a sociedade, alterando-a com 
nunca dantes visto, e de uma forma ininterrupta. Ela tornou tudo o que antes 
era forte e venerado, meros detalhes frente sua organização social pautada no 
lucro. 
Nesse cenário, surge a classe oprimida desse novo contexto histórico: o 
proletariado; formado por todos aqueles que não possuíam as formas de 
produção burguesa. Camponeses, devido a política de cercamentos, foram 
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obrigados a migrarem às cidades, compondo majoritariamente essa nova 
classe em formação, que possuía também todas as antigas profissões 
célebres. 
Com a ascensão da burguesia industrial, todos os direitos anteriores foram 
suplantados pelo insaciável direito de consumo, para o qual todos tendem 
atraídos pela força da propaganda e da alienação, a qual transformou tudo o 
que era consolidado em uma mera lembrança e impõem novos padrões que se 
moldam e se tornam obsoletos com uma rapidez brutal. 
 
3 – Com base no segundo capítulo de “Manifesto Comunista” discorra 
sobre o programa do partido apresentado por Marx e Engels e sua 
eventual relevância na sociedade contemporânea. 
O programa do partido Comunista, expresso no segundo capítulo do Manifesto, 
tem como foco central promover uma drástica mudança na sociedade, 
tornando o proletariado o novo grupo a coordenar as ações. 
Essa transformação social está pautada em alguns pontos, como a abolição da 
propriedade privada segundo o ideal burguês, tornando-a de propriedade 
estatal, em um sistema no qual todos os aluguéis seriam aplicados para fins 
públicos. Além da implantação do confisco de terras de emigrantes e da 
abolição da herança. 
Somado a isso, esse programa prevê a centralização Estatal de grande parte 
da economia, como por exemplo: dos meios de comunicação e de transporte; 
do crédito bancário na figura de um banco nacional; além do incentivo e da 
expansão das industrias de capital nacional. Há também a intenção de realizar 
um imposto de renda progressivo. 
Por fim, o programa do partido comunista propunha uma divisão mais 
igualitária de trabalho, desenvolvendo a indústria agrária a fim de diminuir a 
distinção entre as áreas rurais e urbanas, distribuindo a população de forma 
igualitária no território. Atrelado a isso, Marx e Engels combatem a família da 
sociedade burguesa, pretendendo tornar de responsabilidade estatal a 
educação infantil, a fim de evitar que as crianças sejam inseridas no mercado 
de trabalho. 
Apesar desses ideais terem sido escritas há quase duzentos anos, elas ainda 
gerariam grandes alterações nas sociedades atuais caso fossem aplicadas, 
uma vez que apesar das invariáveis mudanças ocorridas ao longo desses 
anos, a divisão de classes permanece a mesma. 
Na atual conjuntura social, a aplicação dessas medidas acarretaria 
transformações em todas as escalas, pois a concentração de terras é um 
grande problema, que relega a muitos o direito a uma vida satisfatória. As 
diferenças entre campo e cidade são gritantes, sobretudo no que diz respeito a 
distribuição populacional, uma vez que as cidades concentram a grande 
maioria das pessoas. 
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No âmbito econômico ocorreriam as principais mudanças, pois no contexto 
neoliberal, em vigor atualmente, o Estado não realiza grandes interações com o 
mercado mundial, logo uma centralização econômica por parte desse é algo 
impensável na lógica vigente de mercado. 
Apesar da alteração de cenário as ideias do programa permanecem tão 
aplicáveis como em seu tempo, sendo possível que, caso fossem implantadas, 
pudessem alcançar os objetivos iniciais expressos no manifesto comunista. 
4 – Disserte acerca do conceito de globalização em Milton Santos e sua 
relação com o desenvolvimento do Brasil. Comente a relação entre 
subdesenvolvimento e globalização. 
De acordo com Milton Santos, a globalização pode ser vista por três âmbitos. O 
primeiro deles está relacionado com a imagem que é transmitida acerca da 
globalização, que consiste na ideia de que esta é estabelecida por meio dos 
sistemas de comunicação, sendo que estes, por sua vez, apresentam um 
mundo amplo e plenamente aberto para a exploração promovida pelo 
consumo. 
A segunda forma de globalização condiz com a realidade do mundo, na qual as 
máscaras, criadas e plenamente utilizadas pelo âmbito anterior, são retiradas. 
Nesse contexto, as protagonistas são as multinacionais, uma vez que elas não 
possuem compromisso com um território fixo ou com uma sociedade 
específica, e por isso impõem em vários países os modos de produção que 
lhes convém. A dignidade humana é retirada dos trabalhadores, já que diante 
da estrutura econômica e social em que vivem, eles acabam perdendo o poder 
de escolha. Dessa forma, os operários se submetem a condições de trabalho 
precárias, enquanto as multinacionais lucram em cima da grande produção 
econômica que é pouco remunerada. 
Por fim, Milton Santos entende que os trabalhadores deveriam utilizar essas 
condições materiais as quais foram submetidos, a fim de que essas se tornem 
os parâmetros para a criação de uma nova política. Assim como Marx, o 
geógrafo acredita que a revolução acontecerá a partir da classe social mais 
oprimida. 
A relação do subdesenvolvimento e a globalização está fortemente interligada 
com a postura contraditória com a qualos Estados Nacionais dos países ricos 
e pobres se relacionam com a economia. De acordo com o Consenso de 
Washington, que foi criado com o intuito de propor reformas para que os países 
da América Latina retomassem o caminho do crescimento econômico, tais 
nações deveriam minimizar a participação de seus Estados Nacionais na 
regularização do mercado, dando espaço para as grandes empresas. 
Reforçando essa ideia, esse consenso enfatiza que as empresas estatais 
deveriam ser privatizadas a fim de diminuir ainda mais a relevância estatal na 
economia. Entretanto, analisando criticamente, o modelo previsto pelos países 
ricos visa minimizar apenas o Estado Nacional dos países pobres, uma vez que 
seus Estados possuem grande força em seu território. Tal fato propicia que a 
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expansão dos capitais ao redor do mundo gere diferenças gritantes entre 
alguns países mais ricos e a demasiada maioria de territórios, os quais tendem 
ao subdesenvolvimento nesse contexto. 
No Brasil, as medidas de privatização geraram uma leve crise em relação a 
empregos, com poucas manifestações isoladas. As empresas globais, como 
citado anteriormente, não mostram compromisso com os trabalhadores, 
resultando em problemas sociais. Dessa forma, o país se desenvolveu em uma 
estrutura e dinâmica social nas quais altos índices de desemprego e fome 
tornam-se normais, sendo este um sistema que se perpetuou até atualmente. 
Os indivíduos que não conseguem adentrar nesse sistema capitalista de 
globalização no qual o país vive, são forçados, de certo modo, a viverem em 
condições desumanas nas ruas, o que é algo tido como natural para o restante 
da população.