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30/05/2013 1 NECE S S I DADE S HUMANAS D E AB RAHAM MAS LOW E JOÃO MOHANA NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS – WANDA HORTA Prof. Juliano T Moraes BIOGRAFIA DE WANDA DE AGUIAR HORTA • Nasceu em 11 de agosto de 1926, natural de Belém do Pará. • Em Julho de 1945 a novembro de 1948 fez o curso de Enfermagem na USP. • Seu 1º artigo foi “Conceito de Enfermagem” publicado em 1951. • Era licenciada em História natural, pós-graduada em Pedagogia e didática aplicada à Enfermagem, doutora em Enfermagem. BIOGRAFIA DE WANDA DE AGUIAR HORTA • Em 1959 desenvolveu a teoria das necessidades humanas básicas. • Em 1975 a 1979 criou e manteve uma revista chamada "Enfermagem em Novas Dimensões" onde divulgou 13 artigos e 22 editoriais. • Viveu o último ano de sua vida em cadeira de rodas, pois era vítima de esclerose múltipla. • Veio a falecer em 1981. 30/05/2013 2 A ENFERMAGEM É UMA CIÊNCIA? OBJETIVO DE WANDA DE AGUIAR HORTA NA ENFERMAGEM Desenvolver uma teoria que pudesse explicar a natureza da enfermagem, definir seu campo de ação específico e sua metodologia científica. BASES DA TEORIA DE WANDA A. HORTA • Lei do equilíbrio - homeostase ou homeodinâmica “[...]: todo o universo se mantém por processos de equilíbrio dinâmico entre os seus seres” • Lei da adaptação, que considera “[...] todos os seres do universo interagem com o seu meio externo buscando sempre formas de ajustamento para se manterem em equilíbrio”; • Lei do holismo: “[...] universo como um todo, o ser humano é um todo, a célula é um todo não é mera soma das partes constituintes” (HORTA, 1979) 30/05/2013 3 Ser-Enfermagem “O Ser-enfermeiro é um ser humano com todas as suas dimensões, potencialidades e restrições, alegrias e frustrações; é aberto para o futuro, para a vida, e nela se engaja pelo compromisso assumido com a enfermagem. Este compromisso levou-o a receber conhecimento, habilidades e formação de enfermeiro, sancionados pela sociedade que lhe outorgou o direito de cuidar de gente, de outros seres humanos. Em outras palavras: o Ser-enfermeiro é gente que cuida de gente.” (HORTA, 1979) Ser-Cliente / Paciente “O Ser-Cliente ou Paciente pode ser um indivíduo, uma família ou uma comunidade: em última análise, são seres humanos que necessitam de cuidados de outros seres humanos em qualquer fase de seu ciclo vital e do ciclo saúde-enfermidade.” Ser-Enfermagem “O Ser-Enfermagem é um ser abstrato, um Ser que se manifesta na interação e transação do Ser- Enfermeiro como Ser-Cliente ou Paciente. Tem como objetivo assistir as necessidades humanas básicas.” 30/05/2013 4 A ENFERMAGEM É UM SERVIÇO PRESTADO AO SER HUMANO • O ser humano é parte integrante do universo dinâmico; • O ser humano está em constante interação com o universo, dando e recebendo energia; • A dinâmica do universo provoca mudanças que o levam a estados de equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço. A ENFERMAGEM É PARTE INTEGRANTE DA EQUIPE DE SAÚDE • O ser humano tem necessidades básicas que precisam ser atendidas para seu completo bem – estar. • O conhecimento do ser humano a respeito do atendimento de suas necessidades é limitado por seu próprio saber, exigindo, por isto, o auxílio de profissional habilitado. • Em estados de desequilíbrio esta assistência se faz mais necessária. • A enfermagem assiste o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, valendo – se para isto dos conhecimentos e princípios científicos das ciências físico – químicas, biológicas e psicossociais. PROPOSTA TEÓRICA “A enfermagem como parte integrante da equipe de saúde implementa estados de equilíbrio, previne estados de desequilíbrio e reverte desequilíbrios em equilíbrio pela assistência ao ser humano no atendimento de suas necessidades básicas; procura sempre reconduzi–lo à situação de equilíbrio dinâmico no tempo e espaço.” 30/05/2013 5 ASSISTIR EM ENFERMAGEM O modelo conceitual elaborado por Horta se fundamenta na teoria da motivação humana de Maslow e João Mohana, que tem como base o conceito de hierarquia das necessidades que influenciam o comportamento humano. NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS Necessidade: “qualidade ou caráter de necessário: exigência”. * Necessário – adjetivo que significa “que na se pode dispensar; que se impõe; essencial; indispensável”. Humanas: “relativas ao homem, à natureza do homem”. Básicas: “que servem de base; fundamentais; principais; essenciais”. (MICHAELIS, 2010) 30/05/2013 6 ABRAHAM MASLOW • Abraham Maslow nasceu em Nova York em 1908 e morreu em 1970, apesar de várias publicações aparecem em seu nome nos anos posteriores. • PhD em psicologia em 1934 na Universidade de Wisconsin. • Hierarquia das Necessidades de Abraham Maslow (1940-50) • Compreender a motivação humana, gestão da formação e desenvolvimento pessoal. • Hierarquia das Necessidades relativas à responsabilidade dos empregadores a fornecer um ambiente de trabalho que incentiva e permite que os funcionários cumprir seu próprio potencial (auto realização). NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS • São estados de tensões, conscientes ou inconscientes, resultantes dos desequilíbrios hemodinâmicos dos fenômenos vitais. • A hierarquia de necessidades de Maslow, é uma divisão hierárquica proposta, em que as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. • De acordo com a teoria de Maslow, a pessoa cujas necessidades estão totalmente atendidas é sadia e a pessoa com uma ou mais necessidades não atendidas está em risco para doença ou pode não ser sadia em uma ou mais dimensões humanas. 30/05/2013 7 NHB´S 1º NÍVEL - Necessidades Fisiológicas OXIGENAÇÃO obtida através do mecanismo da Respiração; NUTRIÇÃO obtida através da Alimentação; HIDRATAÇÃO obtida através da ingestão de Água; MANUTENÇÃO DA TEMPERATURA através do Sistema Nervoso Central (bulbo) e ambiente; ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS OU SUBSTÂNCIAS TÓXICAS FORMADAS NO METABOLISMO obtida através da Excreção: - pulmões: eliminam o CO2 (gás carbônico) - aparelho urinário: elimina urina - intestino: elimina as fezes - glândulas sudoríparas: eliminam o suor NHB´S 1º NÍVEL - Necessidades Fisiológicas ORGANISMO REFAZER-SE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTADO DE VIGÍLIA conseguido através do Sono e Repouso; REPRODUÇÃO E PRAZER através da Sexualidade; PROTEÇÃO DAS ESTRUTURAS INTERNAS DO ORGANISMO obtida através da integridade cutâneo-mucosa (primeira linha de defesa do organismo); 30/05/2013 8 NHB´S 1º NÍVEL - Necessidades Fisiológicas DESENVOLVIMENTO E FORTALECIMENTO DOS MÚSCULOS; FACILITAR A DIGESTÃO, O PERISTALTISMO E A ELIMINAÇÃO INTESTINAL; ATIVAR A CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA; AUMENTAR A CAPACIDADE PULMONAR; FAVORECER O PADRÃO DO SONO; REDUZIR O ESTRESSE prática de Exercícios e Atividades Físicas; PREVENÇÃO DE DEFORMIDADES; PERDA OU LIMITAÇÃO DE FUNÇÃO DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO obtida através da Mecânica Corporal (utilização eficiente do corpo, através do uso correto de todos os segmentos); MANTER A PELE LIMPA E ÍNTEGRA, UNHAS APARADAS, ETC, obtida através da realização e manutenção da Higiene Corporal; NHB´S 2º NÍVEL - Necessidades de Proteção e Segurança ABRIGO compreende habitação e vestuário adequados conforme as condições climáticas. CONFORTO físico porque protege das intempéries, e psíquico porque proporciona sensação de segurança. MEIO AMBIENTE deve ser livre de agentes agressores físicos, químicos e biológicos; deve possuir saneamento básico, iluminação, pavimentação, controle de insetos e roedores, coleta de lixo, enfim, uma infraestrutura básica que permita ao cidadãoviver dignamente. NHB´S 3º NÍVEL - Necessidade de Amor e Pertencer As pessoas necessitam de amor e afeição, de sentir que pertencem a um grupo (gregarismo). Necessitam ter à sua volta pessoas (família, amigos, professores, etc.) com quem possam compartilhar suas alegrias e tristezas, suas ansiedades e suas dúvidas. 4º NÍVEL - Necessidade de Autoestima As pessoas devem se sentir bem em relação a si próprias, e orgulhosas quanto às suas habilidades e realizações. 5º NÍVEL - Necessidade de Auto realização A auto realização é a ânsia de continuar a crescer e mudar, de trabalhar por novos objetivos, de desenvolver talentos, de cultivar seus potenciais. 30/05/2013 9 HORTA X MASLOW • Certas necessidades humanas são mais básicas do que outras, ou seja, algumas necessidades devem ser atendidas antes de outras; • Um indivíduo só passa a procurar satisfazer as do nível seguinte após um mínimo de satisfação das anteriores; • Limitações da teoria: “Nunca há satisfação completa ou permanente de uma necessidade, pois se houvesse não haveria mais motivação individual.” JOÃO MOHANA • Nasceu em 15 de junho de 1925 — São Luís, faleceu em 12 de agosto de 1995. • Padre, médico e escritor brasileiro. • Em sua teoria, João Mohana classifica as Necessidades Humanas Básicas em três níveis: 1º - Necessidade Psicobiológicas 2º - Necessidades Psicossociais 3º - Necessidades Psicoespirituais CONSIDERAÇÕES • A abordagem descritiva e sequencial das NHB´s tem apenas caráter didático, pois na realidade o “homem é um todo indivisível” e suas necessidades estão intimamente ligadas; • Considera que os aspectos psicológicos do indivíduo estão sempre intimamente relacionados com o seu próprio corpo físico, com o seu contexto social e com a sua espiritualidade; • Os dois primeiros níveis, ou seja, as necessidades psicobiológicas e as psicossociais são comuns a todos os seres vivos, porém, as psicoespirituais, que são do terceiro nível, é característica exclusiva dos seres humanos. 30/05/2013 10 CLASSIFICAÇÃO PROCESSO DE ENFERMAGEM PROCESSO DE ENFERMAGEM RESOLUÇÃO COFEN: 358/2009 Coleta de dados Diagnóstico de Enfermagem Planejamento de EnfermagemImplementação Avaliação de Enfermagem TEORIA DE ENF. 30/05/2013 11 PROCESSO DE ENFERMAGEM RESOLUÇÃO COFEN: 358/2009 I – Coleta de dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem) – processo deliberado, sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas variadas, que tem por finalidade a obtenção de informações sobre a pessoa, família ou coletividade humana e sobre suas respostas em um dado momento do processo saúde e doença. II – Diagnóstico de Enfermagem – processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados na primeira etapa, que culmina com a tomada de decisão sobre os conceitos diagnósticos de enfermagem que representam, com mais exatidão, as respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença; e que constituem a base para a seleção das ações ou intervenções com as quais se objetiva alcançar os resultados esperados. PROCESSO DE ENFERMAGEM RESOLUÇÃO COFEN: 358/2009 III – Planejamento de Enfermagem – determinação dos resultados que se espera alcançar; e das ações ou intervenções de enfermagem que serão realizadas face às respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença, identificadas na etapa de Diagnóstico de Enfermagem. IV – Implementação – realização das ações ou intervenções determinadas na etapa de Planejamento de Enfermagem. V – Avaliação de Enfermagem – processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de mudanças nas respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde doença, para determinar se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado; e de verificação da necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do Processo de Enfermagem. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GEORGE, Julia B. Teorias de enfermagem: os fundamentos à prática profissional. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2002. HICKMAN, J.S. Introdução à Teoria de Enfermagem. In: GEORGE, Julia B. Teorias de enfermagem: os fundamentos à prática profissional. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2002. HORTA, Wanda Aguiar. Processo de Enfermagem. São Paulo: EPU, 1979. 99 p. MCEWEN, M., WILLS, E.M. Bases Teóricas para a Enfermagem. Trad. Ana Maria Thorell. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. MICHAELIS: moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 2010. (Dicionários Michaelis). 2259p. TANNURE, Meire Chucre; PINHEIRO, Ana Maria. Sistematização da Assistência da Saúde: Guia prático. Editora Guanabara Koogan 2ª ed. Rio de Janeiro, 2010.
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