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CISTOS E TUMORES DA REGIÃO BUCOMAXILOFACIAL.pdf

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MAYARA GAVA - ODONTO 115 
 
 
 
 
 
PATOLOGIA ORAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prova 02 
MAYARA GAVA – ODONTO 115 
Patologia Oral – 2018/2 Página 2 
 
CISTOS DA REGIÃO BUCOMAXILOFACIAL 
Características gerais 
Cisto é uma cavidade patológica que pode estar preenchida por material líquido, sólido ou 
estar vazio. Se caracteriza então por ter: cavidade; cápsula (que promove o crescimento)  
cisto verdadeiro; e cápsula fibrosa. A localização é predominantemente óssea e podem ser 
centrais ou periféricos. 
Como características gerais, podemos citar o crescimento lento e assintomático; e expansivo e 
intra-ósseo. Clinicamente, notamos ausência dentária, deslocamento com reabsorção, 
podendo ser radicular, tumefação com expansões e a punção pode auxiliar no diagnóstico. 
Podem ser diagnosticados por meio de exame clínico e radiografia (área radiolúcida adjacente 
à raiz) e relação entre cisto x pressão osmótica. 
Quando a origem, podem ser odontogênicos ou não-odontogênicos; e quando ao agente 
indutor, podem ser inflamatórios ou do desenvolvimento. 
 
Cistos odontogênicos 
Ainda que alguns poucos cistos possam resultar da inclusão de epitélio ao longo das linhas de 
fusão dos processos embrionários, a maioria dos cistos dos ossos gnáticos é revestida por 
epitélio derivado de epitélio odontogênico. Os restos epiteliais de Malassez também estão 
presentes. 
INFLAMATÓRIOS 
 CISTO PERIODONTAL APICAL 
O epitélio na região do ápice de um dente desvitalizado pode ser estimulado pela inflamação 
para formar um cisto verdadeiro revestido por epitélio ou cisto periapical; Resposta 
inflamatória  aumenta a produção do fator de crescimento de ceratinócitos pelo estroma 
das células periodontais; A fonte epitelial é formada pelos restos epiteliais de Malassez; O 
desenvolvimento cístico é comum, tendo frequência relatada variando de 7% a 54%. 
São caracterizados por uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso revestida por epitélio com um 
lúmen contendo líquido e restos celulares; A medida que o epitélio se descama para o interior 
do lúmen, o conteúdo proteico aumenta, com consequente entrada de fluido para tentar 
equilibrar a pressão osmótica  Promoção de crescimento lento; A maioria dos cistos 
periapicais não atinge um tamanho grande. 
Características clínicas e radiográficas: Os pacientes não apresentam sintomas, geralmente; 
Pode ser observadas tumefação e sensibilidade; Podem ocorrer mobilidade e deslocamento 
dos dentes adjacentes; O dente de origem não responde ao teste pulpar térmico e elétrico. 
Padrão radiográfico idêntico ao do granuloma periapical. Os cistos podem se desenvolver 
mesmo com áreas radiolúcidas periapicais pequenas  não utilizar o tamanho radiográfico 
para o diagnóstico definitivo. Perda da lâmina dura ao longo da raiz e imagem radiolúcida 
MAYARA GAVA – ODONTO 115 
Patologia Oral – 2018/2 Página 3 
 
arredondada circundando o ápice do dente acometido. Reabsorção radicular é comum. Pode 
haver um crescimento significativo e podem ser observadas lesões ocupando todo um 
quadrante. Os cistos periapicais também podem envolver os dentes decíduos. 
Características histopatológicas: Características histopatológicas dos cistos periapical, 
radicular lateral e periapical residual são semelhantes; O cisto é revestido por epitélio 
escamoso estratificado, o qual pode apresentar exocitose, espongiose ou hiperplasia; Células 
mucosas dispersas ou áreas de epitélio colunar pseudoestratificado ciliado; O lúmen do cisto 
pode ser preenchido por líquido e restos celulares e às vezes o revestimento epitelial pode 
apresentar calcificações lineares  corpúsculos de Rushton. 
Tratamento e prognóstico: Lesão inflamatória: extração ou tratamento endodôntico 
conservador não cirúrgico  até 2,0 cm de diâmetro; Lesões maiores associadas a dentes com 
possibilidade de restauração: tratamento endodôntico conservado quando combinado à 
biópsia e marsupialização, descompressão ou frenestração; Acompanhamento de 1 a 2 anos; 
Lesões que excedem 2,0 cm de diâmetro são tratadas com cirurgia periapical. 
 
 CISTO PARADENTÁRIO 
É um termo utilizado para se referir a cistos dentígeros com características histopatológicas 
evidenciando componentes inflamatórios. Em algumas ocasiões, um cisto dentígeros pode se 
desenvolver ao redor da coroa de um dente permanente incluso como consequência da 
inflamação periapical de um dente decíduo sobrejacente. Outra situação envolve um terceiro 
molar inferior parcialmente erupcionado que desenvolve uma lesão cística ao longo de sua 
face distal ou vestibular. 
O cisto paradentário é um cisto odontogênico inflamatório incomum localizado aderido à 
junção amelo-cementária, possivelmente originado de remanescentes do epitélio reduzido do 
órgão do esmalte ou de restos epiteliais no periodonto. Localiza-se preferencialmente na 
região de trígono retromolar associado a terceiros molares semi-inclusos com história de 
pericoronarite prévia. Apresenta-se como uma lesão radiolúcida bem delimitada adjacente a 
dentes semi-inclusos, usualmente localizada distalmente a estes. Seu diagnóstico diferencial 
inclui o cisto radicular inflamatório lateral a raiz e o cisto dentígero inflamado, e o tratamento 
inclui a remoção cirúrgica conservadora, quase sempre associada a remoção dos dentes 
associados. 
 
 CISTO DA BIFURCAÇÃO VESTIBULAR 
Desenvolve-se na face vestibular do 1º molar inferior permanente; Patogênese: associação 
com dentes que demonstram extensões vestibulares de esmalte, que se projetam na região da 
bifurcação; Extensões predispõem à formação de bolsa vestibular -> aumento da bolsa -> 
compõe o cisto em resposta à pericoronarite. 
MAYARA GAVA – ODONTO 115 
Patologia Oral – 2018/2 Página 4 
 
Cisto paradentário: Algumas vezes usado como sinônimo do cisto da bifurcação vestibular; 
Lesões na região distal ou vestibular de 3º molar inferior parcialmente erupcionado, com 
história de pericoronarite. 
Características clínicas e radiográficas: Cisto da bifurcação vestibular: típico em crianças de 5 
a 13 anos de idade; Paciente apresenta sensibilidade leve à moderada na face vestibular do 1º 
molar inferior, que pode estar em processo de erupção; Inchaço clínico associado à saída de 
secreção de gosto desagradável; Sondagem periodontal revela formação de bolsa na face 
vestibular do dente envolvido; 1/3 pacientes com envolvimento bilateral dos 1º molares. 
Lesão radiolúcida unilocular bem circunscrita envolvendo a bifurcação vestibular e a região da 
raiz do dente; Radiografia oclusal: útil para localização vestibular da lesão; Ápices radiculares 
voltados para a cortical lingual mandibular; Associação com periostite proliferativa: únicas ou 
múltiplas camadas de formação de osso reacional. 
Características histopatológicas: Revestido por epitélio escamoso estratificado não 
ceratinizado com áreas de hiperplasia; Infiltrado inflamatório crônico presente na cápsula de 
tecido conjuntivo circunjacente. 
Tratamento e prognóstico: Enucleação; Não é necessária a extração do dente; Após 1 ano da 
cirurgia: cicatrização completa com normalização da profundidade de sondagem periodontal e 
reparo ósseo; 
DE DESENVOLVIMENTO 
 CISTO DENTÍGERO (CISTO FOLICULAR) 
É definido como um cisto que se origina pela separação do folículo que fica ao redor da coroa 
de um dente incluso. São lesões císticas unidas à junção amelocementária. É o tipo de cisto 
odontogênico de desenvolvimento mais comum, correspondendo a cerca de 20% de todos os 
cisto epiteliais dos maxilares. A patogênese é incerta, mas aparentemente ele se desenvolve 
pelo acúmulo de fluido entre o epitélio reduzido do esmalte e a coroa do dente. Alguns cistos 
dentígerosapresentam patogênese inflamatória: cisto paradentário. 
Características clínicas e radiográficas: Pode envolver com mais frequência os 3MI > Caninos e 
os 3MS > 2PMI. Raramente envolvem dentes decíduos inclusos e ocasionalmente podem estar 
associados a dentes supranumerários ou a odontomas. São descobertos mais frequentemente 
em pacientes entre 10 e 30 anos, tendo uma leve predileção por homens e são mais comuns 
em brancos do que em negros. Os cistos dentígeros pequenos são descobertos por meio de 
exames radiográficos e são totalmente assintomáticos. Podem chegar a um tamanho 
considerável e serem associados à expansão indolor do osso na área envolvida. 
Os cistos podem ainda se tornar infectados e associados à dor e edema. Tais infeções podem 
surgir em um cisto dentígeros associado a um dente parcialmente erupcionado ou por 
extensão de uma lesão periapical ou periodontal que afeta um dente adjacente. 
Radiograficamente, o cisto mostra uma área radiolúcida unilocular que está associada à coroa 
de um dente incluso. A lesão apresenta margem bem definida e frequentemente esclerótica 
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Patologia Oral – 2018/2 Página 5 
 
(um cisto inflamado mostra margens pouco definidas). Devido ao tamanho do cisto, pode 
haver a impressão que ele é multilocular, mas macroscopicamente e histologicamente são 
lesões uniloculares. 
Possui variações radiográficas: central, lateral e circunferencial. 
 
É difícil a distinção radiográfica entre um pequeno cisto 
dentígero e um folículo coronário aumentado que está 
sobre a coroa de um dente incluso, o que se transforma, na 
maioria dos casos, somente em um exercício acadêmico. 
Para a lesão ser considerada como um cisto dentígero, 
alguns investigadores acreditam que o espaço radiolúcido 
que envolve a coroa do dente deve ser de 
aproximadamente 3 a 4 mm de diâmetro. Contudo, os 
achados radiográficos não são diagnósticos de um cisto 
dentígero, porque os ceratocistos odontogênicos, os 
ameloblastomas uniloculares e muitos outros tumores 
odontogênicos e não odontogênicos podem apresentar 
características radiográficas que são essencialmente 
idênticas àquelas do cisto dentígero. 
 
Características histopatológicas: No cisto dentígero não inflamado, a cápsula de tecido 
conjuntivo fibroso está arranjada frouxamente e contém considerável substância fundamental 
amorfa composta por glicosaminoglicanos. Presença de pequenas ilhas e cordões de restos 
epiteliais odontogênicos de aspecto inativo. O revestimento epitelial consiste em duas a 
quatro camadas de células achatadas não ceratinizadas, e a interface é plana entre o epitélio e 
o tecido conjuntivo. Restos numerosos  podem se confundir com ameloblastoma. 
No cisto dentígero inflamado, a cápsula fibrosa é mais colagenizada, com um infiltrado 
inflamatório crônico variável. O revestimento epitelial pode mostrar quantidades variáveis de 
hiperplasia com o desenvolvimento de cristas epiteliais e características escamosas mais 
definidas. 
 
Tratamento e prognóstico: Cuidadosa enucleação do cisto juntamente com a remoção do 
dente não erupcionado. Caso a erupção do dente envolvido for considerada possível  dente 
é mantido em seu local. Grandes cistos podem ser tratados por meio de marsupialização, que 
permite descompressão do cisto, com resultante redução no tamanho do defeito ósseo. 
 Raramente nota-se recidiva. Apesar de pouco frequente, o cisto pode sofrer uma 
transformação neoplásica para um ameloblastoma. Pode se desenvolver um carcinoma de 
células escamosas no revestimento do cisto; e carcinomas mucoepidermoides intraosseos, a 
partir de células mucosas no revestimento do cisto. 
 
 
 
 
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 CISTO DE ERUPÇÃO (HEMATOMA DE ERUPÇÃO) 
É análogo, nos tecidos moles, do cisto dentígero. Se desenvolve como resultado da separação 
do folículo dentário da coroa de um dente em erupção que já está posicionado nos tecidos 
moles. 
Características clínicas: Surge como um aumento de volume de consistência mole, 
frequentemente translúcido, na mucosa gengival que recobre a coroa de um dente decíduo ou 
permanente em erupção. Ocorre com mais frequência em crianças com menos de 10 anos de 
idade. Acomete mais incisivos centrais decíduos inferiores, a 1M permanentes e a incisivos 
decíduos superiores. Quando o cisto está com uma coloração arroxeada, devido trauma, é 
denominado de hematoma de erupção. 
Características histopatológicas: Exibem epitélio oral de superfície na porção superior. A 
lâmina própria subjacente mostra infiltrado inflamatório visível. A porção profunda, que 
representa o teto do cisto, mostra uma fina camada de epitélio escamoso não ceratinizado. 
Tratamento e prognóstico: Não há necessidade de tratamento, pois o cisto se rompe 
espontaneamente, permitindo a erupção do dente. Caso isso não ocorra, realiza-se uma 
ulectomia. 
 CISTO GENGIVAL (ALVEOLAR) DO RECÉM-NASCIDO 
São pequenos, superficiais e com conteúdo de ceratina, encontrados na mucosa alveolar de 
crianças. Se originam dos remanescentes da lâmina dental. Surgem como pequenas pápulas 
esbranquiçadas na mucosa que recobre o processo alveolar de neonatos. O rebordo superior é 
mais acometido que o inferior. Na histopatologia, é notado revestimento epitelial delgado e 
achatado, com uma superfície luminal paraceratótica. Não é indicado tratamento para esses 
cistos, pois as lesões involuem espontaneamente. Raramente são observadas após os três 
meses de idade. Retenção de epitélios glandulares na linha mediana: Pérolas de Epstein e 
Nódulos de Bohn. 
 
 CISTO GENGIVAL DO ADULTO 
É uma lesão incomum, sendo derivada de restos da lâmina dental (restos de Serres). 
Apresenta-se como uma elevação lisa, nodular e pequena. Acomete mais a região de caninos e 
pré-molares inferiores. Não há imagem radiográfica, pois não há envolvimento ósseo. A 
coloração da lesão é rósea, similar à mucosa da região. A expansão da lesão é lenta e 
assintomática e os índices de recidiva são baixos. 
São mais frequentes em pacientes na quinta e sexta década de vida e são localizados, na 
maioria ds vezes, na gengiva vestibular ou mucosa alveolar. 
Diagnóstico diferencial: cisto periodontal lateral. 
 
 
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 CISTO PERIODONTAL LATERAL 
Tipo incomum de cisto odontogênico do desenvolvimento que ocorre tipicamente ao longo da 
superfície radicular lateral de um dente. Acredita-se que surja dos restos da lâmina dental. É 
responsável por menos de 2% de todos os cistos dos ossos gnáticos. 
Características clínicas e radiográficas: Lesão assintomática que é detectada apenas durante 
um exame radiográfico. Ocorre com mais frequência em pacientes da quinta à sétima décadas 
de vida, raramente ocorrendo em pessoas com menos de 30 anos. Acomete mais a região de 
PM, C e IL inferiores. 
Radiograficamente, o cisto aparece como uma área radiolúcida localizada lateralmente à raiz 
de dentes com vitalidade, possuindo menos de 1 cm de diâmetro. Quando apresenta um 
aspecto policístico, é chamado de cisto odontogênico botrioides. Essa variante possui o 
aspecto de cachos de uva devido aos pequenos cistos individuais e frequentemente mostra um 
aspecto radiográfico multilocular. 
As características radiográficas do cisto periodontal lateral não são suficientes para fechar o 
diagnóstico. Diagnósticos diferenciais: ceratocisto odontogênico que se desenvolve entre as 
raízes dos dentes; cisto radicular inflamatório que ocorre lateralmente à raiz. 
Características histopatológicas: apresenta cápsula fibrosa delgada, geralmente sem 
inflamação, com um revestimento epitelial que possui, em sua maior parte, apenas três 
camadas de espessura.Consiste em células escamosas achatadas e, algumas vezes, cuboides. 
Focos de células claras ricas em glicogênio podem estar espalhados entre as células do 
revestimento epitelial. Raramente, os cistos odontogênicos botrioides (COB) exibem área 
focais que são histopatologicamente sugestiva de um cisto odontogênico glandular, logo COB é 
um diagnóstico diferencial do cisto odontogênico glandular. 
Tratamento e prognóstico: Enucleação. A recidiva não é comum, apesar de ter sido relatada 
na variante botrioide, devido sua natureza policística. Carcinoma de células escamosas= 
transformação muito rara. 
 
 CERATOCISTO ODONTOGÊNICO **** 
Surge a partir dos restos celulares da lâmina dental. Diferente do cisto dentígero, possui um 
crescimento anteroposterior, causando um mínimo de assimetria no paciente. Seu 
crescimento pode estar relacionado com fatores desconhecidos, inerentes ao próprio epitélio 
ou à atividade enzimática na parece cística, diferente do cisto dentígero e cisto radicular, onde 
o crescimento e dá pela ação da pressão osmótica. O ceratocisto é responsável por cerca de 
3% a 11% de todos os cistos odontogênicos. Possui uma maior probabilidade de transformação 
neoplásica e epitélio com características autônomas. É mais comum na mandíbula e apresenta 
contorno escavado (infiltração nas raízes). O índice de recorrência é elevado, pois tem 
característica infiltrativa e a cápsula é mais fina, impossibilitando a sua retirada completa. 
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Características clínicas e radiográficas: São encontrados em pacientes com idade variável, 
mas cerca de 60% dos casos são diagnosticados em pessoas entre 10 e 40 anos. Leve 
predileção por homens e acometimento da mandíbula em 60% a 80% dos casos  tendência 
para o envolvimento do corpo posterior e do ramo. 
Pequenos ceratocistos são assintomáticos; de grandes dimensões podem estar associados a 
dor, edema ou drenagem. Alguns cistos extremamente grandes, contudo, podem ser 
assintomáticos. 
Tendem a crescer em uma direção anteroposterior, dentro da cavidade medular do osso, sem 
causar expansão óssea. Característica usada como diagnóstico diferencial dos cistos dentígeros 
e radiculares de tamanho comparável, associados à expansão óssea. Múltiplos ceratocistos 
odontogênicos podem estar presentes e tais pacientes devem ser avaliados em busca de 
outras manifestações da síndrome do carcinoma nevoide basocelular (Gorlin). 
Radiograficamente, exibem uma área radiolúcida, com margens escleróticas frequentemente 
bem definidas. Lesões grandes podem apresentar várias lojas. Um dente não erupcionado está 
envolvido na lesão em 25% a 40% dos casos; em tais instâncias, as características radiográficas 
sugerem o diagnóstico de um cisto dentígero. Nesses casos, o cisto presumidamente surgiu 
dos restos da lâmina dentária próximos a um dente não erupcionado e cresceu de forma a 
envolvê-lo. A reabsorção das raízes dos dentes erupcionado adjacentes aos ceratocistos 
odontogênicos é menos comum do que a notada com os cistos dentígero e radicular. 
O diagnóstico do cisto baseia-se nas características 
histopatológicas. Diagnóstico diferencial: cisto dentígero, 
cisto radicular, cisto residual e cisto periodontal lateral ou 
ainda o denominado cisto globulomaxilar (entidade não 
mais verdadeira). Quando na linha média, na região anterior 
da maxila, os ceratocistos odontogênicos podem confundir-
se com cistos do ducto nasopalatino. 
 
MAYARA GAVA – ODONTO 115 
Patologia Oral – 2018/2 Página 9 
 
 
Características histopatológicas: exibe uma 
cápsula delgada e friável, que provoca 
dificuldades em ser enucleada do osso em um 
único pedaço. O lúmen cístico contém líquido 
claro semelhante a transudato seroso ou pode 
estar preenchido por material caseoso, que 
consiste de restos de ceratinócito. O 
revestimento epitelial é composto por uma 
camada uniforme de epitélio escamoso 
estratificado e a formação de cristas epiteliais 
não é muito perceptível. A superfície luminal exibe células epiteliais paraceratóticas achatadas, 
que exibem um aspecto ondulado e 
corrugado. 
A camada basal epitelial é composta por 
uma camada em paliçada de células 
epiteliais coloidais ou colunares, que 
frequentemente são hipercromáticas. 
Pequenos cistos, cordões ou ilhas satélites 
de epitélio odontogênico podem ser 
observados na cápsula fibrosa. 
Na presença de alterações inflamatórios  
A superfície luminal paraceratinizada pode 
desaparecer e o epitélio pode proliferar 
formando cristas epiteliais com perda da característica em paliçada da camada basal. 
Tratamento e prognóstico: A confirmação 
histopatológica é requerida para o diagnóstico 
definitivo. O tratamento é feito através de 
enucleação e curetagem. A remoção do cisto em 
uma única peça é difícil de ser realizada devido a 
estrutura da sua cápsula. Diferente de outros cistos, 
o ceratocisto odontogênico com frequência tende a 
recorrer após o tratamento. 
Alguns cirurgiões recomendam a osteotomia 
periférica da cavidade óssea com um broca para 
reduzir a frequência de recidivas; outros 
recomendam uma cauterização química da cavidade 
com solução de Carnoy após a remoção do cisto. 
Após a cistectomia e biópsia incisional, alguns 
cirurgiões têm tratada grandes ceratocistos através 
da inserção de um dreno de polietileno para permitir 
a descompressão e a subsequente redução do 
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Patologia Oral – 2018/2 Página 10 
 
tamanho da cavidade cística. 
 SÍNDROME DO CARCINOMA NEVOIDE BASOCELULAR (SÍNDROME DE GORLIN-GOLTZ) 
Condição hereditária autossômica 
dominante que exibe alta penetrância e 
expressividade variável. É causada por 
mutações no gene (PTCH), um gene 
supressor de tumor. Os componentes 
principais são múltiplos carcinomas 
basocelulares na pele, ceratocistos 
odontogênicos, calcificações 
intracranianas e anomalias das costelas e 
das vértebras. 
Características clínicas e radiográficas: A 
variabilidade é grande e não há um único 
componente presente em todos os 
pacientes. Apesar da aparência 
microscópica dos carcinomas 
basocelulares sindrômicos serem 
idênticas às do carcinoma basocelular 
não sindrômico, as lesões sindrômicas 
geralmente apresentam um 
comportamento muito menos agressivo. 
Geralmente aparecem na puberdade ou 
na segunda ou terceira década de vida, 
apesar de poderem se desenvolver em 
crianças jovens. Os tumores variam 
desde pápulas avermelhadas até placas 
ulceradas. Frequentemente aparecem na pele que não está exposta à luz solar, mas são mais 
comumente localizados na região média da face. Negros com a síndrome tendem a 
desenvolver carcinomas basocelulares menos frequentemente do que brancos e apresentam 
um número menor dessas lesões. 
Radiograficamente, os cistos em pacientes com a síndrome do carcinoma nevoide basocelular 
não diferem significativamente dos ceratocistos isolados. Os cistos em pacientes com essa 
síndrome estão frequentemente associados a coroas de dentes não irrompidos, podendo 
mimetizer, nas radiografias, cistos dentígeros. 
Características histopatológicas: Os ceratocistos nessa síndrome tendem a ter mais cistos 
satélites, ilhas sólidas de proliferação epitelial e restos epiteliais odontogênicos. Focos de 
calcificação também parecem ser mais comuns. Os ceratocistos odontogênicos associados a 
essa síndrome demonstram expressão aumentada das oncoproteínas p53 e ciclina D1. 
 
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Tratamento e prognóstico: a maioria das anomalias a na síndrome do carcinoma nevoide 
basocelularé menor e geralmente não oferece risco de morte. O prognóstico depende do 
comportamento dos tumores epiteliais. Os pacientes devem evitar a exposição à radiação UV e 
a radioterapia. Os ceratocistos são tratados por enucleação, mas o grau de recidiva é 
aumentado. Vários graus de deformidades dos ossos gnáticos podem resultar das operações 
de múltiplos cistos. Deve ser feito o aconselhamento genético para os indivíduos afetados. 
 
 CISTO ODONTOGÊNICO CALCIFICANTE (CISTO DE GORLIN; TUMOR DENTINOGÊNICO 
DE CÉLULAS FANTASMAS; TUMOR ODONTOGÊNICO CÍSTICO CALCIFICANTE; CISTO 
ODONTOGÊNICO CALCIFICANTE DE CÉLULAS FANTASMAS) 
É uma lesão incomum. Possui áreas radiopacas em seu interior. Não tem predileção por 
localização e sem preferência por sexo nem idade. O crescimento não é tão agressivo como no 
ceratocisto odontogênico, apesar de ser expansivo. Apresenta massas radiopacas com halos 
radiolúcidos. Na histopatologia, observa-se a presenta de placas (deposição de hialina e 
ceratina) e a presença de células fantasmas. 
O cisto odontogênico calcificante pode estar associado a outros tumores odontogênicos 
reconhecidos, mais comumente aos odontomas. Contudo, os tumores odontogênicos 
adenomatoides e os ameloblastomas também se apresentam em associação com os cistos 
odontogênicos calcificantes. 
Características clínicas e radiográficas: Predominantemente uma lesão intraóssea, apesar de 
13% a 30% dos casos terem se apresentado como lesões periféricas (extraósseas). Acomete 
mais a região de incisivos e caninos. A média de idade é de 33 anos, apesar dos pacientes 
terem idade variando da infância à velhice. 
Quando associados com odontomas, os cistos odontogênicos calcificantes tendem a ocorrer 
em pacientes mais jovens, com média de 17 anos de idade. As variantes neoplásicas podem 
ocorrer em pacientes mais velhos. 
 
 
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O cisto odontogênico calcificante central 
geralmente se apresenta como uma lesão 
radiolúcida, unilocular, bem definida, apesar 
de a lesão poder ser, ocasionalmente 
multilocular. Estruturas radiopacas dentro 
da lesão (calcificações irregulares ou de 
densidade semelhante ao osso) estão 
presentes em quase metade dos casos. A 
lesão radiolúcida, em 1/3 dos casos, está 
associada a um dente não erupcionado, com maior frequência no canino. 
O tamanho do cisto odontogênico calcificante varia entre 2 e 4 cm, apesar de já terem sido 
relatados cistos maiores. A reabsorção radicular ou a divergência dos dentes adjacentes 
podem ser observadas. 
Os extraósseos se apresentam como massas gengivais sésseis ou pedunculadas, sem 
características clínicas específicas. Assemelham-se a: fibromas gengivais comuns, cistos 
gengivais ou granuloma de células gigantes periféricos. 
Características histopatológicas: Uma lesão cística bem definida é encontrada com uma 
cápsula fibrosa e um revestimento de epitélio odontogênico de 4 a 10 células de espessura. As 
células basais do revestimento epitelial podem ser cuboides ou colunares, semelhantes a 
ameloblastos. A camada sobrejacente de epitélio pode lembrar o retículo estrelado de um 
ameloblastoma. 
O aspecto histopatológico mais característico do cisto odontogênico calcificante é a presença 
de um número variável de células fantasmas dentro do componente epitelial. São células 
eosinofílicas, caracterizadas pela perda do núcleo e preservação da estrutura. Essa alteração 
pode representar a necrose de coagulação ou o acúmulo de proteína do esmalte, ou ainda, 
uma forma de ceratinização normal ou aberrante do epitélio odontogênico. 
Massas de células fantasmas podem se fusionar, formando grandes lençóis de material amorfo 
e acelular. Calcificações são comuns em meio às células fantasmas. Aparecerem, inicialmente, 
como grânulos basofílicos, que podem aumentar de tamanho e formar extensos aumentos de 
volume de material calcificado. Também pode estar presente dentina displásica. 
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Patologia Oral – 2018/2 Página 13 
 
Há diversas variantes do cisto, sendo elas: 
• Revestimento epitelial prolifera para o 
lúmen de forma que ele se apresente, em 
grande parte, preenchidos por aumentos 
de volume de células fantasmas e 
calcificações distróficas. Múltiplos cistos-
filhos podem estar presentes na cápsula. 
• A proliferação epitelial uni ou multifocal 
do revestimento do cisto em direção ao 
lúmen pode lembrar o ameloblastoma. (Lembram superficialmente, mas não satisfazem o 
critério histopatológico para o diagnóstico de ameloblastoma). 
• Cerca de 20% dos cistos odontogênicos calcificantes císticos estão associados a odontomas. 
Essa variante é uma lesão unicística, que mostra as características de um cisto odontogênico 
calcificante juntamente com um pequeno odontoma complexo ou composto. 
Cistos odontogênicos calcificantes 
neoplásicos (sólidos) são incomuns, 
sendo responsáveis por 2% a 16% de 
todos os cistos odontogênicos 
calcificantes. As formas extraósseas da 
variante sólida mostram ilhas de 
tamanho variado de epitélio 
odontogênico em um estroma fibroso. 
As ilhas epiteliais mostram células 
colunares em paliçada periférica e um 
retículo estrelado central, que lembra 
um ameloblastoma. 
A variante intraóssea rara é um tumor sólido que consiste em ilhas e cordões de epitélio 
odontogênico semelhantes ao ameloblastoma dispersos em estroma de tecido conjuntivo 
fibroso, com presença de células fantasmas e material dentinoide justaepitelialmente. 
Tratamento e prognóstico: o prognóstico é favorável, sendo relatadas poucas recidivas após a 
enucleação do cisto. O cisto odontogênico calcificante neoplásico parece ter o mesmo 
prognóstico que o ameloblastoma periférico, com mínima chance de recidiva após a excisão 
cirúrgica simples. Quando o cisto odontogênico calcificante está associado com outro tumor, o 
prognóstico costuma ser o mesmo do tumor. 
 
 CISTO ODONTOGÊNICO GLANDULAR (CISTO SIALO-ODONTOGÊNICO) 
Descrito por Gardner em 1988 e chamado de sialocisto odontogênico. É mais comum na 
mandíbula, na região anterior, e considerado raro. A característica mais marcante é a 
presença de várias lojas (multilocular) e coloração azulada. É um cisto com comportamento 
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mais agressivo, sendo o índice de recorrência alto. Possui microscopia característica de 
glândula. As áreas císticas intra-epiteliais, espirais de células epitelias e células mucosas. 
Apresenta epitélio de revestimento com células cilíndricas e diversas estruturas ductiformes. 
Apesar de ser aceito, de forma geral, como sendo de origem odontogênica, ele também exibe 
características glandulares ou salivares que são uma indicação da pluripontencialidade do 
epitélio odontogênico. 
Características clínicas e radiográficas: Ocorre mais em adultos de meia-idade, com média de 
48 anos ao diagnóstico, ocorrendo de forma muito rara antes dos 20 anos. A maioria dos casos 
ocorre na mandíbula (75%) e apresenta predileção pela região anterior dos ossos gnáticos. 
Muitas lesões que ocorrem na mandíbula atravessam a linha média. 
O tamanho do cisto odontogênico glandular varia desde menos de 1 cm até grandes lesões 
destrutivas da maxila e mandíbula. Cistos menores são assintomáticos, enquanto grandes 
cistos podem produzir expansão clínica que pode estar associada à dor e parestesia. 
Radiograficamente, a lesão apresenta0se como uma imagem radiolúcida uni ou multilocular, 
com margens bem definidas e apresentando bordas escleróticas. 
 
Características histopatológicas: 
Revestido por epitélio escamoso de 
espessura variada. A interface entre o 
epitélio ea cápsula de tecido conjuntivo 
fibroso é plana. A cápsula fibrosa do 
cisto geralmente não possui infiltrado 
inflamatório. As células epiteliais 
superficiais que revestem a cavidade 
cística tendem a ser cúbicas a colunares, 
resultando numa superfície irregular e, 
por vezes, papilar. Podem ser 
observados ainda cílios e material 
mucicarminofílico. Células mucosas 
podem ou não estar presentes dentro 
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do epitélio. Pode apresentar nódulos esféricos, similares aos encontrados nos cistos 
periodontais laterais. 
Há certo grau de sobreposição histopatológica entre as características do cisto odontogênico 
glandular e aquelas do carcinoma mucoepidermoide intraósseo de baixo grau, 
predominantemente cístico  em alguns campos selecionados, as características podem ser 
idênticas. 
Tratamento e prognóstico: Enucleação e curetagem. Mostra uma propensão recidiva (30% dos 
casos). As recidivas parecem ser mais comuns em lesões multiloculadas. Pode-se também 
considerar a ressecção em bloco para lesões multiloculares devido a sua natureza agressiva e 
tendência a recidivas. 
 
CISTOS NÃO ODONTOGÊNICOS 
 
 CISTO NASOLABIAL (CISTO NASOALVEOLAR; CISTO DE KLESTADT) 
É um cisto do desenvolvimento raro que ocorre no lábio superior, lateral à linha média. 
Originado de epitélio aprisionado durante a fusão do processo frontonasal com o processo 
maxilar. Acomete mais mulheres, tendo uma ampla faixa de idade (media é a 3ª década de 
vida). Pode conter parte do epitélio do ducto lacrimal. O fórnice do vestíbulo fica mais raso 
com a presença do cisto nasolabial. O descarte de diagnóstico de cisto odontogênico é feito 
pela avaliação clínica + radiografias. Localiza-se extraósseo e não ganha grandes proporções. O 
crescimento é lento e assintomático e na radiografia é possível ver que não há 
comprometimento da lâmina dura (sem envolvimento dentário). A remoção é feita através de 
uma incisão. 
Características clínicas e radiográficas: aumento de volume do lábio superior, resultando na 
elevação da asa do nariz. Eleva a mucosa vestibular, apagando o fundo do vestíbulo. Essa 
expansão pode resultar em obstrução nasal ou interferir na utilização de uma prótese. A dor é 
rara, exceto quando a lesão está infectada secundariamente. O cisto pode se romper 
espontaneamente. Como o cisto se origina dos tecidos moles, não há alterações radiográficas, 
mas, ocasionalmente, pode ocorrer reabsorção do osso subjacente pela pressão exercida pelo 
cisto. 
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Características histopatológicas: Revestido por 
epitélio colunar pseudoestratificado, exibindo 
células caliciformes e ciliadas. Áreas de epitélio 
cúbico e metaplasia escamosa não são raras. A 
parede do cisto é composta de tecido conjuntivo 
fibroso com tecido muscular esquelético adjacente. 
 
 
Tratamento e prognóstico: Consiste na remoção cirúrgica por acesso intraoral. Às vezes é 
necessário retirar parte da mucosa nasal para garantir a remoção completa da lesão. A recidiva 
é rara. Recentemente foi sugerida uma abordagem alternativo via cavidade nasal que permite 
a marsupialização endoscópica da lesão. 
 
 CISTO DO DUCTO NASOPALATINO (CISTO DO CANAL INCISIVO) 
Cisto odontogênico mais comum na cavidade oral, ocorrendo em cerca de 1% da população. 
Consiste no aprisionamento de epitélio durante a fusão dos processos palatinos, onde se 
prolifera e forma o cisto. Para diferenciar a lesão de um cisto periapical, investiga-se a 
integridade da lâmina dura, mostrando que não há envolvimento dentário. 
Características clínicas e radiográficas: Pode se desenvolver em qualquer idade, porém é mais 
comum na 4ª a 6ª décadas de vida. Apresenta uma leva predileção por homens. Há tumefação 
da região anterior do palato, drenagem e dor. Apesar disso, muitas lesões são assintomáticas, 
sendo identificadas apenas em radiografia de rotina. Raramente, um cisto grande pode 
produzir uma expansão “completamente” flutuante, envolvendo a região anterior do palato e 
a mucosa alveolar. 
As radiografias geralmente demonstram uma lesão radiolúcida bem delimitada próxima ou na 
linha média da região anterior da maxila, entre o ápice dos incisivos centrais. Pode ocorrer 
(raramente) reabsorção radicular. A lesão é redonda ou oval, com uma margem esclerótica. 
Pode exibir o aspecto clássico de coração, como resultado da sobreposição da espinha nasal 
anterior. O tamanho na radiografia pode variar de 6 mm até 6 cm. Dificuldade em diferenciar 
um cisto do forame incisivo = considera-se o tamanho máximo de 6 mm para o forame. 
Em raras ocasiões, um cisto do ducto palatino pode se desenvolver nos tecidos moles da papila 
incisiva sem qualquer envolvimento ósseo. Estas lesões são frequentemente chamadas de 
cistos da papila incisiva, que exibem colocação azulada devido ao seu conteúdo líquido. 
 
 
 
 
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Características histopatológicas: o epitélio de revestimento é variável, podendo ser: escamoso 
estratificado, colunar pseudoestratificado, colunar simples ou cúbido simples. 
Frequentemente mais de um tipo é e encontrado no mesmo cisto. Células caliciformes e cílios 
podem ser encontrados em associação do epitélio colunas. Cistos que se desenvolvem mais 
superiormente ao canal, próximos à cavidade nasal, tendem a ter epitélio respiratório, 
enquanto que aqueles localizados próximos à cavidade oral exibem epitélio escamoso. Nervos 
de tamanho moderado, artérias musculares pequenas e veias são frequentemente 
encontrados na parede do cisto. Pequenas glândulas mucosas às vezes são observadas. Pode 
apresentar também ilhas de cartilagem hialina. 
Tratamento e prognóstico: Enucleação cirúrgica e a biópsia é recomendada. A recidiva é rara e 
a transformação maligna tem sido relatada em alguns casos escassos  complicação rara. 
 
 CISTO DA PAPILA INCISIVA 
Caracterizado por um aumento na papila incisiva. Investigação se está associado a um dente 
ou não é necessária. Não há envolvimento ósseo e pode comprimir grandes feixes nervosos e 
sanguíneos. 
 
CISTOS NÃO ODONTOGÊNICOS (EXTINTOS) 
Esses cistos foram considerados cistos fissurais. A teoria atual é a do nivelamento dos 
processos  não ocorre retenção do epitélio e não há fusão do sulco. 
 
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 CISTO GLOBULOMAXILAR 
Praticamente todos os cistos que ocorrem na região globulomaxilar (entre o incisivo lateral e o 
canino) podem ser explicados com uma base odontogênica. Muitos são revestidos por epitélio 
escamoso estratificado com inflamação e são considerados cistos periapicais. Alguns exibem 
características histopatológicas específicas de um ceratocisto odontogênico ou de um cisto 
periodontal lateral. Também foi sugerido que algumas destas inflamações podem surgir de 
uma inflamação do epitélio reduzido do esmalte no momento de erupção dos dentes. Em raras 
exceções, podem ser revestidos por epitélio colunas, pseudoestratificado ou ciliado. Quando a 
lesão radiolúcida for encontrada entre o incisivo lateral e canino superior, o clínico deve 
considerar primeiro uma origem odontogênica para a lesão. Possui aspecto de pêra invertida e 
localiza-se na região anterior, entre as raízes, levando a divergência das raízes. 
CISTO PALATINO (PALATAL) MEDIANO 
Não há envolvimento ósseo. Cisto do ducto nasopalatino posterior. Teoricamente se 
desenvolve do epitélio retido ao longo da linha de fusão embrionária dos processos palatinos 
laterais da maxila. 
Características clínicas e radiográficas: Tumefação firmeou flutuante na linha média do 
palato duro, posterior à papila incisiva. Aparece mais em adultos jovens. É assintomática, 
porém alguns pacientes se queixam de dor ou expansão. As radiografias oclusais revelam uma 
lesão radiolúcida na linha média do palato duro. 
Características histopatológicas: Revestimento de epitélio escamoso estratificado. Uma 
inflamação crônica pode estar presente na parede do cisto. 
Tratamento e prognóstico: Remoção cirúrgica com recidiva inexistente. 
 CISTO MANDIBULAR MEDIANO (cisto odontogênico) 
Lesão controversa de existência questionável. Como não ocorre fusão de processos limitados 
por epitélio, não é possível ocorrer retenção epitelial. Vários casos suspeitos de cisto 
mandibular mediano seriam diagnosticados como cisto odontogênico glandular. Outros 
poderiam ser classificados como cistos periapicais, ceratocistos odontogênicos ou cistos 
periodontais laterais. 
PSEUDOCISTOS 
 
 CISTO ÓSSEO ANEURISMÁTICO 
É um acúmulo intraósseo de espaços preenchidos com sague de tamanhos variados 
circundados por tecido conjuntivo fibroso celularizado que frequentemente se misturam com 
trabéculas de osso esponjoso reativo. Possui crescimento rápido, 2% são nos osso gnáticos, 
acometem mais pacientes jovens (30 anos), parte posterior da mandíbula e há presença de dor 
e apagamento do fórnice do vestíbulo. Caracteriza-se por presença de múltiplas lojas e 
espaços radiolúcidos e, às vezes, presença de focos radiopacos. Possui um aspecto balonizante 
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com rápida expansão óssea. As causas variam desde alterações hemodinâmicas a traumas. 
Pode ser lesão primária ou secundária: entidades fibro-ósseas (neoplásica) propicia a 
formação de cistos. Aspecto de esponja encharcada de sangue e o diagnóstico se dá pela 
observação das características. O tratamento se dá por meio de curetagem, enucleação, 
criocirurgia, ressecção em bloco nos casos mais agressivos. A cicatrização é em torno de 6 a 12 
meses (?). Prognóstico é favorável e recidiva discutível. 
Causas mais prováveis: evento traumático, malformação vascular ou neoplasma, que perturba 
a hemodinâmica óssea normal e leva à extravasamento hemorrágico. Alguns autores sugerem 
que o cisto ósseo aneurismático está intimamente relacionado com o granuloma de células 
gigantes. Um cisto ósseo aneurismático pode se formar quando uma área de hemorragia 
mantém conexão com os vasos nutritivos desorganizados. 
Características clínicas e radiográficas: são 
localizados em ossos longos ou na coluna 
vertebral, em pacientes com menos de 30 
anos. São incomuns, com aproximadamente 
2% dos casos relatados. Nos ossos gnáticos, a 
predileção é por crianças e adultos jovens 
com média de idade aproximada de 20 anos. 
Há predominância pela mandíbula, no 
segmento posterior. 
Nas radiografias, temos uma lesão 
radiolúcida uni ou multilocular, 
frequentemente associada com expansão e adelgaçamento acentuados da cortical. As 
margens podem ser difusas ou bem definidas. Frequentemente é descrita uma distensão em 
forma de balão ou blow out do contorno do osso afetado. Raramente são notados focos 
radiopacos. No momento da cirurgia é encontrado um periósteo intacto e uma pequena 
lâmina de osso cobrindo a lesão. Pode ocorrer perfuração da cortical, mas não infiltração no 
tecido mole adjacente. 
Características histopatológicas: 
Caracterizado por espaços 
preenchidos por sangue não 
coagulado de tamanhos variados, 
circundado por tecido fibroblástico 
celurizado contendo células gigantes 
multinucleadas e trabéculas de 
osteoide e osso imaturo. A parede 
contem um padrão não usual de 
calcificação em forma de laço 
(incomum em outras lesões). Em 
20% dos casos, está associado a 
outra patologia (fibro-óssea ou 
granuloma de células gigantes). 
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Tratamento e prognóstico: curetagem, enucleação ou criocirurgia. A vascularização nas lesões 
tem um fluxo lendo, o que permite que na remoção da lesão o sangramento seja controlado. 
Raros casos requerem ressecção cirúrgica. Os defeitos cirúrgicos cicatrizam de 6 meses a 1 ano 
e não necessitam de enxerto ósseo. A taxa de recidiva é variada e a maioria dos relatos surge 
da remoção inadequada ou incompleta da lesão coexistente. 
 
 CISTO ÓSSEO SIMPLES (TRAUMÁTICO, HEMORRÁRICO, SOLITÁRIO OU IDIOPÁTICO) 
Cavidade benigna vazia ou contendo fluido no osso que é livre de revestimento epitelial. A 
lesão. A causa da patogênese é incerta e controversa. Algumas teorias são descritas no Neville: 
 Teoria de trauma-hemorragia  o trauma resulta em apenas hematoma (sem fratura) 
e este não sofre reparo e organização, onde se liquefaz e resulta num defeito cístico; 
 Incapacidade do fluido intersticial em deixar o osso por causa da drenagem venosa 
inadequada; 
 Distúrbio local no crescimento ósseo; 
 Necrose isquêmica da medula; 
 Alteração localizada no metabolismo ósseo resultando em osteólise. 
Características clínicas e radiográficas: 
Acomete pacientes jovens, igualmente 
homens e mulheres. É mais frequente na 
mandíbula, na região de molares e pré-
molares. Não há expansão óssea e 
geralmente não produz sintomas. Alguns 
pacientes relatam aumento de volume 
indolor na área afetada e outros relatam 
dor e parestesia. Radiograficamente, a 
lesão aparece como um defeito 
radiolúcido bem delimitado. Geralmente 
são uniloculares e por vezes pode-se ver 
estruturas anatômicas. O defeito varia de 1 a 10 cm de diâmetro. Quando afeta vários dentes, 
o defeito radiolúcido frequentemente 
mostra projeções em forma de 
cúpula que se dirigem para cima 
entre as raízes dos dentes ( em forma 
de cúpula). A lesão pode regredir 
espontaneamente. 
Características histopatológicas: 
Revestida por uma camada fina de 
tecido conjuntivo fibroso vascular ou 
pode demonstrar uma proliferação 
fibromixomatosa espessada que 
frequentemente está entremeada 
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por trabéculas de osso reativo celular. Pode exibir áreas de vascularização, fibrina, eritrócitos e 
células gigantes ocasionais adjacentes à superfície óssea. Calcificações distróficas ocasioanais 
são notadas. 
Diagnóstico: A imagem radiográfica pode ser confundida com uma grande variedade de lesões 
odontogênicas e não-odontogênicas. O diagnóstico é estabelecido pela exploração cirúrgica. 
Tratamento e prognóstico: curetagem p/ estimular o coágulo para estimular a neoformação 
óssea. 
 
 CISTO DERMOIDE/ EPIDERMOIDE (dermoide:anexos folículo piloso e glândula; epi: 
isento de anexos) 
É uma malformaão cística do desenvolvimento 
incomum. É revestido por epitélio semelhante à 
epiderme, e na parede contém anexos 
cutâneos. Geralmente, o cisto epidermoide é 
considerado uma forma cística benigna do 
teratoma. 
Acomete o soalho de boca (localização mais 
comum). Diagnóstico diferencial: rânula. 
Contém ceratina no interior. Há deslocamento 
da língua, podendo prejudicar a respiração e 
fonação. Formação acima do m. milo-hioideo. 
Tem cápsula, epitélio e ceratina (cisto verdadeiro). Quando está localizado abaixo do m. milo-
hioideo causa elevação no espaço sublingual  DD: rânula mergulhante. Não associada a 
angina de Ludwing. 
Acomete mais frequentemente crianças e 
adultos jovens. O crescimento é lento, sem 
provocar dor, apresentando-se como uma massa 
borrachoide ou pastosa. 
Características histopatológicas: Revestidos por 
epitélio escamoso estratificado ortoceratinizado, 
com uma camada granulosa proeminente. É 
comum encontrar ceratina abundanteno 
interior da luz do cisto. A parede cística é 
composta por tecido conjuntivo fibroso que 
contém um ou mais anexos cutêneos. 
Tratamento e prognóstico: enucleação e 
marsupialização. A recidiva é incomum e são 
raros os relatos de transformação maligna em 
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carcinoma de células escamosas. 
 
TUMORES ODONTOGÊNICOS 
TUMORES DE EPITÉLIO ODONTOGÊNICO SEM ECTOMESÊNQUIMA 
 AMELOBLASTOMA 
 Tumor muito comum. Surgem dos restos da lâmina dentária, de um órgão do esmalte em 
desenvolvimento, do revestimento epitelial de um cisto odontogênico ou das células basais da 
mucosa oral. São tumores de crescimento lento, localmente invasivos, que apresentam um 
curso benigno na maior parte dos casos. Geralmente os dentes possuem vitalidade. 
Ameloblastoma intraósseo sólido convencional ou multicístico (86% de todos os casos) 
Características clínicas e radiográficas: Ampla variação etária, tendo maior predileção por 
pacientes na 3ª e 7ª décadas de vida. Não há preferência por sexo. 80% a 85% dos casos 
ocorrem na mandíbula, mais frequentemente no ramo e no corpo. Os que acometem a maxila 
atingem a parte posterior. Como é assintomático, lesões menores são identificadas apenas em 
radiografias de rotina. Há tumefação indolor ou expansão dos ossos gnáticos e se não for 
tratada, a lesão pode crescer lentamente até atingir grandes proporções. Dor e parestesia são 
incomuns. 
A característica radiográfica mais típica é uma lesão radiolúcida multilocular, com aspecto de 
“bolhas de sabão” quando maiores ou com aspecto de “favo de mel” quando são menores. 
Geralmente há expansão das corticais vestibular e lingual e a reabsorção dos dentes 
adjacentes ao tumor é comum. Um dente não erupcionado pode estar envolvido com a lesão. 
As margens da lesão mostram festonamento irregular. 
O ameloblastoma desmoplásico apresenta uma predileção pelo acometimento nas regiões 
anteriores, principalmente na maxila. Radiograficamente, esse tipo lembra uma lesão fibro-
óssea devido ao se aspecto misto radiolúcido e radiopaco. Esse aspecto radiográficos se deve à 
metaplasia óssea nos densos septos fibrosos que caracterizam a lesão. 
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Características histopatológicas: 
• Padrão folicular  Mais comum e reconhecível. 
Presença de ilhas de epitélio, que lembram o epitélio do 
órgão do esmalte, em meio a um estroma maduro de 
tecido conjuntivo fibroso. Presença de ninhos epiteliais em 
uma região central de células angulares arranjadas 
frouxamente e 
única camada de 
células colunares altas. A formação de cistos é comum 
e pode variar desde microcistos , que se formam 
dentro das ilhas de epitélio, até grandes cistos 
macroscópicos. 
 
 
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Padrão plexiforme  Consiste em 
cordões longos e anastomosantes ou 
lençóis maiores de epitélio 
odontogênico. Estes são delimitados 
por células colunares ou cúbicas, 
semelhantes a ameloblastos. O 
estroma de suporte tende a ser 
vascular e arranjado frouxamente e a 
formação de cistos é incomum. 
 
Tratamento e prognóstico: Os pacientes com ameloblastoma intraósseo multicístico ou sólido 
têm sido tratados deste enucleação seguida de curetagem até ressecção em bloco. A 
curetagem deixa pequena ilhas de tumor, o que provoca alta taxa de recidiva. 
Frequentemente, a recidiva demora muitos anos para se tornas clinicamente visível. 
 
Ameloblastoma unicístico (cerca de 13% de todos os casos) 
Gera assimetria óssea. Acomete pacientes mais jovens. Há reabsorção radicular e 
deslocamentos dos dentes adjacentes ao tumor. Há vitalidade nos dentes. 
Características clínicas e radiográficas: São mais comuns em pacientes jovens, com cerca de 
50% dos tumores diagnosticados durante a segunda década de vida. A maioria é encontrada 
na mandíbula, na região posterior. Mesmos grandes tumores, são assintomáticos. 
Radiograficamente, a lesão aparece como uma imagem radiolúcida circunscrita que envolve a 
coroa de um 3MI não erupcionado, lembrando clinicamente um cisto dentígero. Em alguns 
casos, a área radiolúcida pode apresentar margens festonadas. O diagnóstico é feito apenas 
após o estudo microscópico da espécime. 
 
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Características histopatológicas: 
• Ameloblastoma unicístico luminal  o tumor está 
confinado à superfície luminal do cisto. Consiste em 
uma parede cística fibrosa com um revestimento 
composto total ou parcialmente por epitélio 
ameloblástico, que exibe uma camada basal de células 
colunares ou cúbicas com núcleo hipercromático. 
• Ameloblastoma unicístico intraluminal um ou mais 
nódulos de ameloblastomas se projetam do 
revestimento cístico em direção ao lúmen do cisto. 
Esses nódulos podem ser pequenos ou preencher o 
lúmen cístico. Em alguns casos, o nódulo tumoral 
lembra o padrão plexiforme. 
 
 
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Tratamento e prognóstico: Se os elementos ameloblásticos estiverem confinados ao lúmen do 
cisto, com ou sem extensão tumoral intraluminal, a enucleação do cisto provavelmente é o 
tratamento mais adequado. Se houver extensão do tumor em direção à parede fibrosa do 
cisto, é recomendável a ressecção em bloco. Recidiva após enucleação e curetagem: 10 % a 
20%. É possível que alguns desses tumores que são designados como unicísticos possam de 
fato possuir um componente invasivo mais característico que não tenha sido detectado no 
exame histopatológico. 
Ameloblastoma periférico (cerca de 1% de todos os casos) 
Provavelmente surge dos restos da lâmina dentária sob a mucosa oral, ou das células basais do 
epitélio de superfície. Histopatologicamente, apresentam as mesmas características que a 
variante intraóssea desse tumor. 
Características clínicas e radiográficas: Lesão 
indolor, não ulcerada, séssil ou pedunculada, 
que acomete a mucosa gengival ou alveolar. A 
maioria das lesões é considerada clinicamente 
como um fibroma ou um granuloma 
piogênico. Observa-se acometimento de 
pessoas com meia-idade (média de 52 anos). 
Os ameloblastomas periféricos são mais 
encontrados na mucosa alveolar e gengival 
posterior e são mais comuns na mandíbula. 
Não ocorre envolvimento ósseo significativo. 
Características histopatológicas: Apresentam ilhas de epitélio ameloblástico que ocupam a 
lâmina própria sob o epitélio superficial. Os padrões mais comuns para o epitélio em 
proliferação são os padrões plexiforme ou folicular. Nota-se conexão do tumor com a camada 
basal do epitélio de superfície em metade dos casos. Foram descrito carcinomas de células 
basais da mucosas oral, mas a maioria 
deles seria bem mais designada como 
ameloblastomas periféricos. Um fibroma 
odontogênico periférico pode ser 
confundido com um ameloblastoma 
periférico. A presença de dentina 
displásica ou de elementos semelhantes 
a cemento no fibroma odontogênico 
periférico e a ausência de células 
epiteliais colunares são suficientes para 
distinguir as duas lesões. 
 
 
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 CARCINOMA AMELOBLÁSTICO 
Contrapartida maligna do ameloblastoma. Apresentam um curso local marcadamente 
agressivo, mas as metástases não necessariamente ocorrem. 
Características clínicas e radiográficas: Acomete pacientes entre 4 e 75 anos, com média para 
30 anos de idade. As metástases são mais frequentemente encontradas nos pulmões, seguido 
dos linfonodos cervicais. Os carcinomas ameloblásticossão lesões mais agressivas, com 
margens mal definidas e com destruição cortical. 
Características histopatológicas: Padrão microscópico de um ameloblastoma + características 
citológicas de malignidade (aumento da razão núcleo-citoplasma, hipercromatismo nuclear, 
mitoses aumentadas, necrose das ilhas tumorais e áreas de calcificação distrófica). 
 
Tratamento e prognóstico: O 
prognóstico não é favorável. Cerca 
de metade dos pacientes 
acompanhados e documentados 
faleceram devido à doença. As lesões 
designadas como carcinomas 
ameloblásticos têm demosntrado um 
curso clínico uniforme agressivo, com 
perfuração da cortical óssea e 
extensão do tumor em direção aos 
tecidos adjacentes. 
 
 
 
 
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 TUMOR ODONTOGÊNICO EPITELIAL CALCIFICANTE (TUMOR DE PINDBORG) 
Características clínicas e radiográficas: Mais frequentemnte encontrado em pacientes entre 
30 e 50 anos e sem predileção por gênero. É mais comum na mandíbula, nas regiões 
posteriores. Aumento de volume indolor e crescimento lento. Radiograficamente, exibe uma 
lesão radiolúcida uni ou multiloculada (uni é mais encontrado na maxila). As margens são 
festonadas e bem definidas. Geralmente contém imagens radiopacas em seu interior, que são 
estrututas calcificadas de tamanho e densidade variáveis e esparsas. Está associado a um 
dente impactado, mais comumente um molar inferior. Pode haver reabsorção radicular. A 
deposição de material hialino é mais nítida. 
Características histopatológicas: Discretas ilhas, cordões ou lençois de células epiteliais 
poliédricas em um estroma fibroso. O núcleo mostra variacão considerável e núcleos gigantes 
podem ser observados. Alguns tumores mostram considerável pleomorfismo nuclear. Também 
são observadas grandes áreas de material extracelular amorfo, eosinofílico e hialinizado. As 
calcificações são um achado característico desse tumor e se desenvolvem dentro do material 
semelhante a amiloide, formando anéis concêntricos (calcificações do tipo anéis de 
Liesegang), que tendem a se fusionar e formar aumentos de volume e complexos. 
 
 
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Tratamento e prognóstico: Ressecção local conservadora. Uma taxa de recidiva de aprox. 15% 
tem sido relatada. Os tumores que são tratados por curetagem apresentam maiores taxas de 
recidiva. 
 
 TUMOR ODONTOGÊNICO ADENOMATOIDE (TOA) 
Características clínicas e radiográfica: Acomete mais 
pacientes jovens, com a maioria dos casos 
diganosticados entre 10 e 19 ano. Ocorre mais na 
regiçao anterior dos maxilares e é encontrado menos 
na mandíbula. Leve predileção pelo sexo feminino e 
característica assintomática. A maioria dos tumores 
odontogênicos adenomatoides são pequeno e 
raramente excedem 3 cm. Aparecem como pequenos 
aumentos de volume sésseis na gengiva vestibular da 
maxila. Clinicamente não podem ser diferenciadas 
das lesões fibrosas na gengiva. Radiograficamente, 
aparecem com uma imagem radiolúcida circuscrita, 
unilocular, que envolvem a coroa de um dente não 
erupcionado. DD: cisto dentígero  calcificações 
delicadas dentro da lesão podem ser usadas para 
diferenciar os tumores odontogênicos 
adenomatoides dos cistos dentígeros. Há 
envolvimento dos dentes retidos e divergência das 
raízes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Características histopatológicas: espessa cápsula fibrosa. A região central do tumor pode ser 
sólida ou pode apresentar diversos graus de alteração. O tumor é composto por células 
epiteliais fusiformes que formam lençóis, cordões ou aumentos de volumes espiralados de 
células em um estroma fibroso escasso. Presença de estruturas tubulares semelhantes a 
ductos. Pequenos focos de calcificação também podem estar dispersos pelo tumor. Algumas 
lesões apresentam padrões na periferia do tumor, adjacente à cápsula (cordões delgados de 
epitélio, anastomosados, em uma matriz eosinofílica, frouxamente arranjada). 
 
Tratamento e prognóstico: Enucleação. O comportamento agressivo não foi documentado e a 
recidiva após enucleação é muito rara. 
 
Tumores de epitélio odontogênico com ectomesênquima odontogênico, com ou sem 
formação de tecido dentário 
 
 FIBROMA AMELOBLÁSTICO 
Considerado com o um tumor misto 
verdadeiro, em que tanto o tecido epitelial 
quanto o mesenquimal são neoplásicos. 
Cacacterísticas clínicas e radiográficas: Ocorre 
mais em pacientes jovens (1ª e 2ª década de 
vida). Leve predileção por homens; são 
assintomáticos e acometem mais a região 
posterior da mandíbula. É considerado 
agressivo com tendência a recidiva. 
Radiograficamente, observa-se lesão 
radiolúcida uni ou multilocular, com as 
menores tendendo a ser uni. As margens são bem definidas e escleróticas. Um dente não 
erupcionado está relacionado à lesão na maioria dos casos 
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Características histopatológicas: tecido mesenquimal rico em células, que lembra a papila 
dentária primitiva, misturado ao epitélio odontogênico em proliferação. O padrão epitelial 
mais comum consiste em cordões longos e delgados de epitélio odontogênico anastomosados. 
No outro padrão, as células epiteliais formam pequenas ilhas, que lembram o estágio folicular 
do desenvolvimento do órgão do esmalte. 
 
Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica mais agressiva deveria ser reservada apenas para 
as lesões recidivantes. 20% sofrem recidiva; tratamento cirúrgico; recorrência de fibroma 
ameloblástico com transformação para fibrossarcoma ameloblástico. Prognóstico: o paciente 
deve ser acompanhado 
 
 ODONTOMA 
São considerados anomalias do desenvolvimento, em vez de neoplassias verdadeiras. Quando 
totalmente desenvolvidos, os odontomas consistem principalmente em esmalte e dentina, 
com quantidades variáveis de polpa e cemento. É o mais comuns dos tumores odontogênicos; 
assintomático; faixa etária entre a 1ª e 2ª décadas de vida; frequentemente está associado com 
dentes não irrompidos (massa impede a erupção do permanente). O odontoma composto tem a 
presença de dentículos, com prevalência na região anterior da maxila. O odontoma complexo consiste 
em uma massa de tecido dentário, que exibe esmalte e dentina, com prevalência na região posterior. 
Características clínicas e radiográficas: São lesões pequenas que raramente excedem o tamanho de um 
dente. Ocorrem mais frequentemente na maxila. Pode se desenvolver completamente dentro dos 
tecidos moles gengivais. Radiograficamente, o odontoma composto aparece como uma coleção de 
estruturas semelhantes a dentes de variados tamanhos e formas, cercados por uma delgada zona 
radiolúcida. O odontoma complexo aparece como um aumento de volume calcificado com a 
radiodensidade da estrutura dentária. 
 
 
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Características histopatolóhicas: O composto consiste em múltiplas estruturas lembrando pequenos 
dentes unirradiculares, contidos numa matriz fibrosa frouxa. O completo consiste de dentina tubular 
madura, que envolve fendas ou estruturas ocas circulares. Pequenas ilhas de células fantasmas epiteliais 
eosinofílicas estão presentes em aprox. 20% dos odontomas complexos. 
 
Tratamento e prognóstico: Os odontomas 
são tratados por excisão local simples e o 
prognóstico é excelente. 
 
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MIXOMA ODONTOGÊNICO 
Originam-se do ectomesênquima odontotogênico. Possui aspecto radiográfico em “favosde mel”. Pode-
se evidenciar áreas festonadas: deslocar ou reabsorver dentes. Apresenta trabéculas ósseas delgadas. 
As lojas são mais retas. Pode ganhar volume e complexida maior. Rico em líquido: ácido hialurônico. 
Normalmente pe feita uma enucleação, dependendo do tamanho. Geralmente, a recidiva é baixa. 
Características clínicas e radiográficas: 25 a 30 anos, sem predileção por gênero. Acomete mais a 
mandíbula. Lesões menores podem ser assintomáticas e lesões maiores são associadas à expansão 
indolor do osso envolvido. Radiograficamente, se apresenta como uma lesão radiolúcida uni ou 
multiloculada, que pode deslocar e reabsorver dentes na região do tumor. As margens são irregulares e 
festonadas. Grandes mixomas da mandíbula podem apresentar o padrão radiolúcido em ‘bolhas de 
sabão”, que é indistinguível daquele observado nos ameloblastomas. 
 
 
Características histopatológicas: O tumor é composto por células casualmente arranjadas em 
formato estrelado, fusiforme ou arredondado, em um estroma abundante. 
Tratamento e diagnóstico: Pequenos mixomas são tratados através de curetagem. Ressecção 
em bloco é recomendada para lesões maiores. 
 CEMENTOBLASTOMA 
É um neoplasma odontogênico de cementoblastos que atinge o terço médio das raízes de 
molares e pré-molares inferiores. Massa radiopaca fundida na raiz, envolta com um halo 
radiolúcido. Raramente tem expansão da cortical, mas há erosão. Geralmente não há recidiva 
com a remoção completa do tumor. O dente associado é vital. Caso não esteja fundido com a 
raiz pode ser um osteoma. 
Características clínicas e radiográficas: Acomete mais a mandíbula. Raramente afetam dentes 
impactados e dentes decíduos e não há predileção por sexo. Ocorre mais em crianças e adultos 
jovens com aprox. metade surgindo antes dos 20 anos. Em 2/3 dos casos, aumento de volume 
e dor estão presentes. Podem ser observados sinais de comportamento agressivo local, 
incluindo expansão óssea, erosão da cortical, deslocamento de dentes adjacentes, 
envolvimento do seio axilar e infiltração na cavidade pulpar e canais radiculares. 
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Radiograficamente, aparece como um aumento de volume radiopaco que está fundido a um 
ou mais dentes e é circundado por um fino halo radiolúcido. O contorno da raiz ou das raízes 
do dente envolvido está geralmente obscurecido como resultado da reabsorção radicular e 
fusão do tumor com o dente. 
 
Características histopatológicas: Lembra bastante um 
osteoblastoma, sendo a principal característica para diferenciar, 
a fusão do tumor com o dente. Consiste em 
lençóis e trabéculas espessas de material 
mineralizado com lacunas posicionadas 
irregularmente e linhas basofílicas 
proeminentes. Há presença de tecido 
fibrovascular celularizado. Presença também 
de células gigantes multinucleadas e células blásticas margeando as 
trabéculas mineralizadas. A periferia da lesão é composta de matriz não 
calcificada. Em poucos casos, as lesões pomde se infiltra na câmara pulpar e 
nos canais radiculares dos dentes envolvidos. 
Tratamento e prognóstico: Extração dos dentes juntamente com o 
aumento de volume calcificado. Amputação da raiz e tratamento 
endodôntico pode considerado. A recidiva depende da total remoção do 
tumor. 
 
 FIBROMA CEMENTO-OSSIFICANTE (FIBROMA OSSIFICANTE. FIBROMA 
CEMENTIFICANTE) 
Envolve fibroblastos, ameloblastos e osteoblastos. Não se sabe a causa. Na radiografia é 
possível ver uma imagem circunscrita com área radiolúcida e radiopacas mescladas (área 
radiolúcida com salpicadas radiopacas). Acomete mais a mandíbula e ocorre mais em adultos. 
Pode atingir grandes tamanhos. Embora possa lembrar a displasia cemento-óssea focal 
radiograficamente, e em menor extensão, histopatologicamente, o fibroma cemento-
ossificante é um neoplasma verdadeiro com significativo potencial de crescimento. 
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O neoplasma é composto de tecido fibroso, que contém uma variável mistura de trabéculas 
ósseas semelhantes à cemento. 
Características clínicas e radiográficas: Casos são mais encontrados durante a 3ª e a 4ª 
década de vida. Leve predileção pelo sexo feminino, com a mandíbula envolvida mais 
frequentemente, com as áreas de molares e PM mais afetadas. Pequenas lesões são 
assintomáticas e lesões maiores resultam de um aumento de volume indolor do osso. Causam 
assimetria fácil e dor e parestesia são associados raramento com o fibroma ossificante. Na 
radiografia, a lesão é mais frequentemente unilocular e alguns exemplos mostram margens 
escleróticas. Pode aparecer completamente radiolúcido, dependendo do grau de calcificação 
dentro do tumor. Aparecem graus variáveis de raidiopacidade. Pode ser notada divergência 
radicular ou reabsorção das raízes dos dentes associados com o tumor. 
 
Características histopatológicas: caracterizado 
por um aumento de volume. Consiste em tecido 
fibroso que exibe variáveis graus de celuridade e 
contém material mineralizado. A parte de tecido 
duro se apresenta como trabéculas ósseas. 
Tratamento e prognóstico: a natureza 
circunscrita do fibrosa ossificante ou cemeto-
ossificante geralmente permite a enucleação do 
tumor com relativo facilidade. A ressecção 
cirúrgica e enxerto ósseo são indicados quando o 
tumor tem um crescimento muito grande e 
destrói parte considerável do osso. 
 
 
 
 
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LESÕES FIBRO-ÓSSEAS DAS MAXILAS 
Representam um grupo de processos caracterizados por substituição do osso normal por 
tecido fibroso (tec. conjuntivo). As características do osso displásico são: menor 
vascularização; maior risco de infecção; e baixa cicatrização. 
 
 DISPLASIA FIBROSA (BENIGNO) 
Condição semelhante a um tumor que é caracterizada pela 
substituição do osso normal por uma proliferação excessiva de 
tecido conjuntivo fibroso. Geram aumento de volume, possuem 
crescimento lento e assintomático e acomete mais pacientes 
jovens. As lesões são autolimitantes, o que depende dos 
hormônios= até a puberdade. Podem ser monostáticas 
(craniofacial e apenas um osso) ou Polióstica (quando acomete 
vários ossos e tem uma repercussão sistêmica). Características 
embaçada  “vidro despolido”, o que não dá uma limitação da 
lesão. Possui áreas mescladas: radiopacas e radiolúcidas. 
Características clínicas e radiográficas: 
• Displasia fibrosa monostática dos ossos gnáticos (80% a 85%): a maioria é diagnosticada 
durante a 2ª década de vida. Não há predileção por sexo. Há aumento de volume indolor da 
área afetada, com crescimento muito lento. Os dentes envolvidos permanecem firmes, mas 
podem ser deslocados pela massa óssea. Radiograficamente, a característica principal é a de 
“vidro despolido” e a não delimitação da lesão. Radiografias periapicais dos dentes envolvidos 
mostram uma lâmina dura mal definida que se confunde com o padrão ósseo anormal. 
Quando acomete a maxila, o tecido da lesão desloca o soalho do seio e há envolvimento do 
seio maxilar e sua obliteração. 
 
• Displasia fibrosa polióstica; Síndrome de 
Jaffe-Linchtenstein; Síndrome de McCune-
Albright( pouco comum): Quando a displasia 
fibrosa polióstica é vista com pigmentação 
café com leite, o preocesso é denonimado 
síndrome de Jaffe-Linchtenstein. Quando 
combinada com manchas café com leite + 
múltiplas endocrinopatias (hipertireoidismo, 
adenoma pituário, precocidade sexual), é 
conhecida como síndrome de McCune-
Albright. Quando presentes, as manchas café 
com leite consistem em pigmentações 
acastanhadas e bem definidas, geralmenteunilaterais. Podem estar presentes também máculas pigmentadas na mucosa oral. 
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Características histopatológicas: trabéculas com 
formato irregular de osso imaturo em um estroma 
celular fibroso arranjado frouxamente. Não há 
presença de cápsula ou linha de demarcação. 
Tratamento e prognóstico: dificuldade de remoção 
devido a natureza difusa da lesão. A doença, em 
muitos casos, tende a se estabilizar e para de 
aumentar quando a maturação é atingida. Cirurgia: 
mais para tratamento estético devido a 
deformidades na face do paciente. A prevalência de 
novo crescimento após remoção cirúrgica é 
estimado entre 25 % a 50% dos casos. 
Áreas displásicas podem se transformar em 
osteossarcomas em situação que houve uso, sem 
fundamento, de radioterapia: atrogenia que levou a 
essa transformação. 
 
 
Displasia fibrosa x Fibroma cemento-ossificante 
Displasia fibrosa: não possui limitação; é autolimitante; requer acompanhamento e cuidado 
com as áreas displásica; e a intervenção cirúrgica é apenas com finalidade estética ou 
funcional. 
Fibroma cemento-ossificante: possui limitação; não é autolimitante; intervenção cirúrgica é p/ 
retirada do tumor. 
 
 DISPLASIA CEMENTO-ÓSSEAS (DISPLASIAS ÓSSEAS) 
Ocorre nas áreas de suporte dos dentes nos ossos gnáticos e é provavelmente a lesão fibro-
óssea mais comum. Diagnóstico diferencial: displasia fibrosa e fibroma cemento-ossificante. 
Características clínicas e radiográficas: 
• Displasia cemento-óssea periapical (displasia óssea; displasia cementoide; cementomas): 
Envolve predominantemente a região periapical da mandíbula anterior. Podem ocorrer lesões 
solitárias ou múltiplos focos. Leve predileção pelo sexo feminino, de raça negra e entre 30 a 40 
anos (?) (Neville diz que é entre 30 e 50 anos, sendo que o diagnóstico quase nunca é feito em 
pacientes com menos de 20 anos).É uma condição assintomática, onde os dentes associados 
são vitais (diferenciação do granuloma periapical ou cisto periapical) e quase nunca têm 
restaurações. As lesões iniciais aparecem como áreas radiolúcida circunscritas envolvendo a 
área periapical de um dente. Com o tempo, as lesões adjacentes se fundem, formando um 
padrão linear e acometendo os ápices de vários dentes. Com o tempo também criam regiões 
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radiolúcidas e radiopacas. No estágio final, mostram uma calcificação densa circunscrita 
circundada por um estreito halo radiolúcido. O ligamento periodontal está intacto. As lesões 
individuais não ultrapassam 1 cm de diâmetro; são autolimitantes e tipicamente não 
expandem a cortical. 
 
•Displasia cemento-óssea florida: aparece como envolvimento multifocal não limitado à 
região da mandíbula. As lesões mostram uma tendência 
acentuada para envolvimento bilateral, quase 
frequentemente simétrico. Pode ser completamente 
assintomática. Em outros casos, o paciente pode se queixar 
de dor persistente de baixa intensidade, podendo estar 
presente uma fístula alveolar, expondo osso avascular 
amarelado na cavidade oral. 
 
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Características histopatológicas: o tecido consiste em fragmentos de tecido mesenquimal 
celular composto de fibroblastos fusiformes e fibras colágenas com numerosos vasos 
sanguíneos pequenos. Tipicamente é notada hemorragia entremeada pela lesão. Presença de 
osso imaturo, osso lamelar e partículas semelhantes a cemento. 
Displasia cemento-óssea florida X Osteomielite 
Dor/inflamação em episódios de remissão; sem predileção por sexo; idade adulta e frequência 
na mandíbula; não se desenvolve de lesões radiolúcida prévias; radiograficamente se tem 
áreas radiolúcidas e radiopacas na mandíbula.

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