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AULA 06 desenvolvimento neuropsicomotor e aprendizagem

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AULA 6 
DESENVOLVIMENTO 
NEUROPSICOMOTOR E 
APRENDIZAGEM 
Prof. Everton Adriano de Morais 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Esta é nossa última aula da disciplina de Desenvolvimento 
Neuropsicomotor e Aprendizagem. Nas aulas anteriores, vimos diversos temas, 
assuntos e conteúdos referentes ao movimento do pensar. Foram inúmeras as 
áreas que conhecemos relacionadas ao comportamento motor e aos processos 
do pensamento no que tange ao desenvolvimento humano. Objetivou-se 
apresentar os processos interligados e relacionados à educação, como os 
processos psicológicos e os esportes, estudando áreas do conhecimento como 
pedagogia, psicologia, educação física, entre outras. 
Quando se fala sobre neuropsicomotricidade, é necessária uma 
explanação interdisciplinar, pois o desenvolvimento humano é de extrema 
complexidade, e a correlação e o estudo com base em várias áreas enriquecem 
a avaliação e a análise do processo psicomotor. 
Para esta última aula, falaremos a respeito da Neuropsicomotricidade, da 
educação, da neurociência e da psicologia, pois entendemos que é importante 
aprofundar o que já vimos em aulas anteriores. 
CONTEXTUALIZANDO 
A psicomotricidade pode ser trabalhada em diversas áreas do 
conhecimento, e cada uma delas pode desenvolver suas particularidades, como, 
por exemplo, processos de emoção e cognição. Um dos pontos importantes dessa 
interdisciplinaridade refere-se aos vínculos criados para um melhor 
desenvolvimento das áreas de saúde e educação, fortalecendo os estudos em 
ambas e tratando casos de dificuldade de aprendizagem e déficit de forma mais 
integral, possibilitando uma vida mais saudável para cada aprendiz, 
pontencializando, amenizando ou removendo problemas e inabilidades 
apresentadas pelos alunos de qualquer faixa etária, na escola ou na sociedade 
em geral (Sousa, 2013, p. 8-9). 
De acordo com Sousa (2013, p. 57-58), a psicomotricidade passa por 
diversas áreas do conhecimento. Em particular, são três os campos especificados 
pela autora: etnopsicomotricidade, sociopsicomotricidade e ergopsicomotricidade. 
Acompanhe a descrição de cada um desses campos: 
 Etnopsicomotricidade: refere-se à construção cultural de reconhecimento 
dos processos do pensamento, relações interpessoais e aplicação dos 
 
 
3 
estudos transculturais sobre o comportamento motor. Procura entender 
como ocorre o comportamento motor em diversas culturas. 
 Sociopsicomotricida: desenvolve-se com base no entendimento das 
diversidades sociais e suas dinâmicas. Seu papel é estudar como o 
indivíduo se relaciona no que tange ao pertencimento dos grupos na prática 
psicomotricista, sendo as emoções envolvidas no comportamento motor. 
 Ergopsicomotricidade: corresponde à promoção de saúde para 
desenvolver o indivíduo no sentido das relações trabalho-corpo e 
movimento. Objetiva construir o conhecimento e o domínio das estruturas 
corporais e o ajuste das vivências do indivíduo no meio social. 
Esses três campos possibilitam o que a autora chama de 
transpsicomotricidade, que é a inter-relação em profunda dimensão de diversas 
áreas do conhecimento voltadas a conhecer e se aprofundar no processo de 
entendimento da psicomotricidade – comportamento motor, processos do 
pensamento, emoções, relacionamento de grupos, vivências no trabalho, escola, 
lazer, família, entre outros. É grande a importância do estudo dessas áreas, mas 
também das funcionalidades neurológicas por meio de áreas como, por exemplo, 
Neurociência e Psicologia, no que se refere a campos relacionados ao processo 
do aprender, além de outras áreas do conhecimento. 
TEMA 1 – PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL E OS PROCESSOS 
PSICOLÓGICOS 
A psicomotricidade relacional objetiva compreender o indivíduo em suas 
particularidades em relação às dimensões psicossociais e afetivas, além de 
relacionamentos interpessoais dentre diversos grupos. É grande a necessidade 
de entender como o ser humano, com base no movimento, constrói seus 
pensamentos com gestos e ações espontâneas, e de compreender como seu 
desenvolvimento social, cultural e histórico é estabelecido por meio de um 
conjunto de fatores psíquicos, emocionais e de uma comunicação verbal, ou não 
(Vieira, 2014, p. 65-66). 
Segundo Vieira (2014, p. 66), o psicomotricista deve ter um preparo voltado 
a promover um desenvolvimento integral, correspondente a diversos aspectos: 
cognitivo (atenção, memória, percepção, tomada de decisão, planejamento e 
outros), da emoção (alegria, tristeza, raiva, entre outros) e social (relacionamento 
 
 
4 
interpessoal, pertencimento grupal e outros), além de outras capacidades 
inerentes aos seres humanos. Entende-se que o ser humano é constituído por 
diversos fatores no que diz respeito ao seu desenvolvimento, e esses fatores 
correspondem a uma integralidade composta por uma gama de informações que 
parte de inúmeros estímulos em vários contextos nos quais o indivíduo está 
inserido. 
A psicomotricidade relacional também tem por objetivo construir um 
processo do aprender focado no desenvolvimento com base nas relações e na 
troca entre os indivíduos por meio da linguagem – do lúdico, no caso das crianças, 
e no trabalho, em relação aos adultos. Essa possibilidade de relacionamento 
interpessoal contribui para o crescimento dos indivíduos, de forma que cada 
momento vivenciado possa cooperar para diversos avanços. Os profissionais de 
Saúde ou Educação envolvidos nesse processo devem ter o entendimento de que 
os valores investidos no ensino-aprendizagem não se limitam apenas a 
capacidades intelectuais, ou à reprodução de um conhecimento decorado, mas a 
considerar um indivíduo integral a ser desenvolvido, que precisa de atenção 
voltada a cada detalhe de suas habilidades e inabilidades. 
Quando se fala de movimento, de mover-se, da ação e do experienciar de 
forma motora, fala-se de algo relacionado ao processo do aprender; a capacidade 
motriz está diretamente ligada à aprendizagem, e isso acontece em diversos 
contextos, como o escolar e o clínico. Nos primeiros passos de uma criança, ela 
conhece o mundo e desenvolve suas capacidades cognitivas por meio do mover-
se – pegar um brinquedo, correr atrás do animal de estimação, andar com seus 
cuidadores, e assim por diante. Dessa forma, entende-se que o principal objetivo 
do profissional que atua como psicomotricista tem grande relação com o papel de 
socialização, de maturidade intelectual e de desenvolvimento psicoafetivo de uma 
criança, o que é fundamental quando se trata do aprender. Cada personagem que 
se envolve no desenvolvimento do indivíduo representa um papel importante, 
respondendo à necessidade de um olhar mais específico para que a criança, por 
exemplo, cresça de forma saudável. Tal aprendizagem não é apenas papel da 
escola ou das áreas pedagógicas, mas de todos os envolvidos (Vieira, 2014, p. 
67). 
 
 
 
5 
TEMA 2 – PSICOMOTRICIDADE E NEUROCIÊNCIAS 
O comportamento humano pode ser compreendido por meio das relações 
interpessoais, mas há também uma via biológica, integrada por diversos sistemas 
e organizações, cada um com sua importância e particularidade. A recepção e a 
emissão de informações passam por uma grande rede: o sistema nervoso, que 
controla todo esse processo. Funcionamento, localização das estruturas e relação 
com o ambiente são questões estudadas intimamente por uma área da ciência 
chamada de “neurociência”, que possui diversas subáreas de estudo, como 
neuroanatomia, neurofisiologia, neurobiologia, neurolinguística, neurologia, entre 
outras. Outra subárea refere-se à neuropsicomotricidade, que tem por objetivo 
estudar os fatores psicológicos, cognitivos e emocionais do comportamentomotor. 
O campo das neurociências tem sido ampliado continuamente, o que possibilita 
uma vasta pesquisa para o entendimento da interdisciplinaridade entre 
comportamento humano e viés neurológico. 
De acordo com Kandel et al. (2014, p. 5-6), a neurociência começou com 
uma tradição voltada a experimentos relacionados à anatomia, à origem dos 
sistemas nervosos, ao funcionamento desses sistemas, à dinâmica dos fármacos 
e à psicologia. Para entender a construção da relação entre motricidade e 
neurociência, é importante compreender a epistemologia dessa ciência 
relacionada ao cérebro humano. 
O comportamento humano de um modo geral é investigado desde os 
tempos antigos (como na Grécia, por exemplo). Na Grécia antiga, eram vários os 
estudiosos da mente humana e do comportamento, entre eles Platão e Aristóteles. 
Platão acreditava que os pensamentos eram regidos pela cabeça (crença 
platônica) enquanto Aristóteles atribuía essa função ao coração (crença 
aristotélica). Assim, todos os comportamentos e ações motoras eram 
consequências desses coordenadores. 
Anos mais tarde, já no século XIX, estudiosos do cérebro e do 
comportamento criaram diversas teorias para explicar como o cérebro funcionava 
– se por partes ou estruturas isoladas, ou se equipotencialmente, ideias de Franz 
Gall e Pierre Flourens, respectivamente, fisiologistas estudantes do cérebro e da 
mente humana. Posteriormente, outros pesquisadores se dedicaram ao 
entendimento do funcionamento do cérebro, da mente, do comportamento etc. 
Como vemos por meio dessa rápida exposição a respeito do funcionamento da 
 
 
6 
mente humana em um viés biológico, o comportamento sempre tinha uma relação 
muito próxima com esse contexto (Kandel, 2014, p. 5-6). 
Entende-se que a compreensão do funcionamento de emoções, 
afetividade, cognição, raciocínio e de outros processos traz um melhor 
entendimento de como o funcionamento motor acontece, pois se trata de analisar 
o homem em sua integralidade. O comportamento motor possui regulação e 
coordenação biológicas que, por sua vez, têm investimento afetivo muito intenso 
nos primeiros anos de vida; por outro lado, apresenta a necessidade de ser 
compreendido por meio de um reforço social. Logo, a contribuição das 
neurociências em relação ao comportamento humano possibilita enxergar uma 
dimensão mais profunda dos processos psicológicos e sociais, correspondendo à 
outra via que complementa o entendimento do aprender sobre a via motora. 
TEMA 3 – PSICOMOTRICIDADE E NEUROPSICOLOGIA 
O comportamento motor e os processos de pensamento geram inúmeras 
ações e funcionamentos. O comportamento motor voluntário, após ser submetido 
a um conjunto de fatores e repetições, é levado (ou não) à automatização. Por 
exemplo, os primeiros passos de uma criança são dados um a um, com cuidado; 
em diversas vezes há falhas e erros, ocasionando quedas. Antes mesmo dos 
primeiros passos, a criança engatinha e, antes, ela rasteja. Todo comportamento 
motor inicial passa por um processo gradativo de aprimoramento. E como é 
controlado esse processo? Como ele sai de uma ordem mais lenta e controlada e 
passa a ser mais refinado e elaborado? Todos esses processos têm uma relação 
íntima com o comportamento humano e são interligados. 
A capacidade motora tem uma interação direta com a questão relacional: 
em toda a realização do percurso, do rastejar ao andar, há uma estimulação dos 
cuidadores da criança, incentivando-a a ir do sofá até a mesa, da mesa para a 
cozinha para, por exemplo, pegar a mamadeira, e assim por diante. Além disso, a 
criança recebe um reforço positivo por seu sucesso em cada movimento 
executado de forma correta. Sua recompensa é ouvir: “Parabéns, você 
conseguiu!”, “Muito bem, muito bem!”, além de outros elogios que sejam 
pertinentes. Dessa forma, pode-se perceber que desde muito cedo o andar está 
ligado a condições afetivas e cognitivas: não é apenas um simples passo, mas um 
“jogo” de conquistas, premiações e repetições (Gallahue; Goodway, 2013, p. 189). 
 
 
7 
Existem diversas áreas do conhecimento que estudam a relação entre o 
movimento e o comportamento, e uma delas, em específico, é uma área da 
psicologia intitulada neuropsicologia, que tem por objeto de estudo as concepções 
e análises da inter-relação entre o sistema nervoso e o comportamento. Toda e 
qualquer estrutura do sistema nervoso tem uma interação direta com o 
comportamento humano (falar, ouvir, ver, equilibrar-se, mover-se, entre outras). 
O comportamento motor é apresentado sob diversas formas nessa relação, 
pois há várias estruturas cerebrais envolvidas para provocar e produzir o 
movimento desejado. Como já aprendemos em aulas anteriores, o movimento é 
coordenado por micro e macroestruturas modais e multimodais. Vendo pela lente 
da Neuropsicologia, o funcionamento do corpo humano se dá com base em inter-
relações de vários sistemas, áreas e estruturas do sistema nervoso. Há uma 
central de atendimento localizada no sistema nervoso central (SNC) que recebe a 
informação da chegada do estímulo. Há, também, um filtro que distribui a 
informação da chegada desse estímulo para as áreas responsáveis e, em um 
tempo muito rápido, um movimento pode ser executado, por exemplo. As 
microestruturas, chamadas de neurônios sensoriais e motoneurônios, têm a 
responsabilidades de receber o estímulo identificado pelas vias sensoriais e levá-
lo até o SNC, enquanto, no sentido inverso, os motoneurônios controlam a 
execução do movimento, com ordem emitida pelo SNC. A função do motoneurônio 
é a de continuamente contrair e relaxar o sistema musculoesquelético para a ação 
do movimento (Gazzaniga et al., 2018, p. 77). 
A neuropsicologia tem o objetivo de analisar os processos cognitivos e as 
emoções em níveis neuroanatômico e neurofisiológico junto ao comportamento. 
No caso da psicomotricidade, a neuropsicologia busca verificar a construção do 
comportamento motor e as áreas envolvidas nesse processo, como, por exemplo, 
o córtex pré-motor (coordenação e planejamento do movimento) e o córtex motor 
(execução do movimento). É interessante realizar essa análise a fim de entender 
que, além das questões sociais e de relacionamentos interpessoais, é importante 
compreender como se dá a construção do movimento em nível biológico – nesse 
caso, neuroanatômico e neurofisiológico. Quando o profissional tem uma ampla 
gama de informações sobre o passo a passo das questões abordadas neste tema, 
ele possui uma bagagem refinada para entender o indivíduo em sua integralidade, 
compreendendo que o aluno pode apresentar dificuldade de expressar ações 
motoras por motivos relacionais, e não por causas meramente sociais, mas com 
 
 
8 
explicação biológica; o oposto também pode ser verdadeiro, pois uma falha em 
uma estrutura biológica pode impactar o comportamento (Fuentes et al., 2014, p. 
47-48). 
TEMA 4 – PSICOPEDAGOGIA E NEUROPSICOMOTRICIDADE 
Há diversas áreas que trabalham com aprendizagem, como pedagogia, 
história, matemática, geografia, psicologia e muitas outras. Por meio delas, 
aprendemos, criamos, imaginamos e desenvolvemos nossas habilidades. Dentre 
as áreas da educação, existe uma ligada à pedagogia, intitulada psicopedagogia, 
que tem como objetivo estudar aquele que aprende e a aprendizagem para com 
ele aplicada. 
O ser humano está continuamente aprendendo coisas novas, 
desenvolvendo-se, amadurecendo... E quando essa aprendizagem não é efetiva, 
ou quando ela não acontece? Há alguma disfunção no cérebro? Ou uma falha no 
sistema nervoso? Seria o caso de administrar medicação? Seria falta de atenção 
devido a defasagens nas áreas cerebrais responsáveis por essa função cognitiva?Nem sempre. Isso pode, sim, acontecer, porém, entende-se que é uma falha em 
uma sistematização, ou seja, uma série de fatores, inclusive quanto ao método 
aplicado, que pode gerar a dificuldade de aprender e apreender. A 
Psicopedagogia tem por foco essa análise, visando uma possível reabilitação das 
funções comprometidas que ocasionam a dificuldade (Sobrinho, 2016, p. 11-12). 
Os processos de aprendizagem são estudados de forma minuciosa pelos 
psicopedagogos, pois o mau funcionamento dos sistemas do aprender pode 
comprometer como os educandos se desenvolvem em diversas áreas, como, por 
exemplo, a aprendizagem motora dos alunos em relação ao escrever. Caso os 
mecanismos aplicados à escrita (coordenação motora fina, dominância manual, 
reflexo palmar etc.) não estejam aprimorados ou em uma dimensão esperada, 
como conseguir desenhar e escrever, isso deve ser investigado. O objeto de 
estudo da Psicopedagogia corresponde ao processo do aprender. Com isso, 
pode-se entender que essa área deve explorar diversas outras áreas (pedagogia, 
psicologia, medicina, filosofia) para construir suas ferramentas. 
O profissional da psicopedagogia tem papel importante no 
desenvolvimento de uma criança. O indivíduo tem, de forma gradativa, uma 
aprendizagem motora sendo desenvolvida; porém, no início, ela corresponde 
apenas a comportamento reflexos. Conforme o tempo vai passando, a criança 
 
 
9 
aprende novos comportamentos, novas ações etc. Caso haja uma falha nesse 
desenvolvimento, o psicopedagogo pode criar possibilidades por meio de seus 
exercícios e relacionar os processos de pensamento, aprendizagem e 
comportamento motor. Após uma avaliação, que demanda uma técnica a ser 
aplicada, possivelmente identifica-se a dificuldade no aprender, que pode ser 
reeducada e contar com novas ações quanto ao processo do aprender. 
Os distúrbios da aprendizagem são os mais diversos (defasagem 
neurológica, emocional, cognitiva, que pode levar a um problema 
neuropsicomotor, por exemplo). Nesse momento, o profissional que atua como 
psicopedagogo pode utilizar suas ferramentas para avaliação do motivo da não 
aprendizagem. Contudo, para entender o porquê, é importante compreender o 
processo, a fim de reduzir ou remover o problema (Sobrinho, 2016, p. 81-82). 
TEMA 5 – PSICOLOGIA DO COMPORTAMENTO, ADAPTAÇÃO, 
APRENDIZAGEM E PSICOMOTRICIDADE 
Conforme Haydu (2003, p. 103-136), é possível analisar que o grande 
desenvolvimento do ser humano está embasado nas constantes variações 
visando sobrevivência. A compreensão, o desenvolvimento e a adaptação de um 
indivíduo envolvem a concepção e a análise do meio no qual ele vive, podendo 
desenvolver habilidades comportamentais e psicomotoras. Essa concepção 
refere-se ao comportamento ser classificado de duas formas: aspectos naturais e 
aspectos funcionais. Todavia, situações comportamentais de crianças são 
analisadas como funções de seus aspectos anteriores. O modelo anteriormente 
estabelecido é considerado como processo de interação entre organismo e 
ambiente, e por meio desse conceito ocorrem constantes alterações, de forma 
ininterrupta, sofrendo variações e modificações de acordo com o ambiente, a 
classe de eventos e as ações definidas pelo efeito comum no ambiente. 
Segundo Haydu, o psicólogo estadunidense B. F. Skinner defendia a ideia 
de que o comportamento do indivíduo não se restringe a observações, 
denominando esse contexto de comportamento de respostas encobertas – o 
ambiente inclui o conjunto de estímulos capaz de fazer interagir ambiente e 
organismo. Entre outros estudiosos, a concepção é a de que o desenvolvimento 
de um indivíduo corresponde a um processo de evidência histórica. Expõe-se 
também a interação entre o meio social e físico, em que um recém-nascido possui 
um repertório limitado de comportamentos: por exemplo, há reflexos e um 
 
 
10 
processo de interação entre o evento ambiental e o organismo. Dentro desse 
contexto, observa-se que há relevância para a sobrevivência de um bebê; o 
desenvolvimento do indivíduo é decorrente da ampliação comportamental, de 
novos comandos, ações, comportamentos motores, cognições ampliadas, além 
de outros processos. 
Entende-se que há uma evolução no comportamento, e o repertório do 
indivíduo não se limita aos processos condicionados correspondentes (reflexos 
dos primeiros meses ou anos de vida). Um dos comportamentos que sofre 
evolução é o choro, ora causado por estímulos específicos, danos, lesões etc., 
ora resultado de o bebê sentir frio, forme, entre outras causas fisiológicas. É 
importante destacar que os estímulos discriminativos não eliciam respostas 
operantes e a contingência de estímulos na infância. Pode-se considerar que o 
indivíduo, desde a tenra idade, não é totalmente determinado ou determinante; 
em inúmeras situações existe a necessidade de se submeter a relações que 
estabelecem seu ambiente social e natural. 
FINALIZANDO 
Os processos psicomotores passam por diversos fatores do 
desenvolvimento. A funcionalidade de cada particularidade atribui ao indivíduo 
grande riqueza de informações quanto ao aprender. Entende-se que cada 
aquisição de novas aprendizagens também promove alterações sociais, 
psicológicas e cognitivas. O amadurecimento é composto por uma integralidade 
que compõe o ser, abarcando fatores que não são determinados apenas de forma 
endógena ou exógena, mas por uma ligação entre ambas as formas. 
Compreender que o processo neuropsicomotor não se restringe apenas a 
estruturas cerebrais é muito importante. As emoções ou cognições não decorrem 
somente de momentos de alegria ou de tristeza intensa, mas são disparadores 
importantes para a consolidação do aprender, e conferem ao educador e ao 
educando uma relação sólida, desde que consigam intensificar o processo 
sistemático do aprender. Executar ações motoras não corresponde só a uma 
demanda do ambiente (correr, andar, pular, escrever); mais que isso, é o ato de 
se relacionar e vivenciar por meio do movimento. 
 
 
11 
LEITURA OBRIGATÓRIA 
Texto de abordagem teórica 
CABRAL, S. V. Psicomotricidade relacional: prática clínica e escolar. Rio de 
Janeiro: Revinter, 2001. 
Texto de abordagem prática 
FALCÃO, H. T.; BARRETO, M. A. M. Breve histórico da psicomotricidade. Ensino, 
Saúde e Ambiente, v. 2, n. 2, 2009. Disponível em: 
<http://ensinosaudeambiente.uff.br/index.php/ensinosaudeambiente/article/downl
oad/49/49>. Acesso em: 25 jun. 2018. 
Saiba mais 
COSTA, A. C. Psicopedagogia e psicomotricidade: pontos de intersecção nas 
dificuldades de aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 2001. 
 
 
12 
REFERÊNCIAS 
FUENTES, D. et al. Neuropsicologia: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 
2014, p. 47-48. 
GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C.; GOODWAY, J. D. Compreendendo o 
desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto Alegre: 
AMGH, 2013, p. 189. 
HAYDU, V. B. “Aprendizagem: desenvolvimento e adaptação”. In: ZAMBERLAN, 
M. A. T. (Org.). Psicologia e prevenção: modelos de intervenção na infância e 
adolescência. Londrina: Eduel, 2003, p. 103-136. 
KANDEL, E. et al. Princípios de Neurociências-5. Porto Alegre: AMGH, 2014, p. 
5-6. 
SOBRINHO, P. J. Fundamento da psicopedagogia. São Paulo: Cengage, 2016, 
p. 11-12; 81-82. 
SOUSA, D. C. de. A pluralidade dos vínculos em Psicomotricidade: multi, inter e 
transdisciplinaridade. MESA-REDONDA NO XII CONGRESSO BRASILEIRO DE 
PSICOMOTRICIDADE. Vínculos em Psicomotricidade: o real e o virtual. 
Moderação de Eduardo Costa. 12 a 15 de setembro de 2013. Universidade 
Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, p. 8-9; 57-58. 
VIEIRA, J. L. Psicomotricidade relacional: a teoria de umaprática. Perspectivas 
Online, v. 3, n. 11, 2014.

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