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Antibióticos Beta-Lactâmicos UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DISCIPLINA: FARMACOLOGIA Prof.ª: FLÁVIA LIMA ALUNAS: KAROLINA LOBO E THAMIRES RIOS Histórico dos antibióticos Primeira definição para o termo antibiótico: Selman Abraham Waksman, afirmava que antibiótico era qualquer classe de moléculas orgânicas que inibiam ou matavam micróbios por interações específicas com alvos bacterianos, mas sem qualquer consideração sobre a sua fonte ou classe em particular. Alexander Fleming em 1928 descobre o primeiro antibiótico, a penicilina, sendo por isso considerado o “pai dos antibióticos”. Criação de novas moléculas nos anos 50 e 60, por modificação no núcleo base da penicilina. Placa de Petri com fungo da Penicilina, disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br/2008/03/01/febre-criadora/ Os Beta-Lactâmicos Os Beta-Lactâmicos são um grupo de antibióticos que se define pela presença do anel beta-lactâmico Principais grupos: Penicilinas Cefalosporinas Carbapenemas Monobactâmicos Representação do anel beta-lactâmico presente em todo o grupo. (Disponível em http://www.cram.com/flashcards/antibacs-i-anaerobes-opporinfections-3059782) Estrutura química dos principais grupos de beta-lactâmicos (Suarez e Gudiol, 2009) Penicilinas Antibióticos mais importantes na terapêutica Estrutura geral Primeiras penicilinas: Penicilina G (benzilpenicilina) Penicilina V (fenoximetilpenicilina) Penicilinas semissintéticas: Meticilina Oxacilina Cloxacilina Dicloxacilina Nafcilina Ampicilina Amoxicilina Ticarcilina Carbenicilina Piperacilina Mezlocilina Estrutura geral das penicilinas (Wright, 1999). Penicilinas antiestafilocócicas Aminopenicilinas Carboxipenicilinas Ureidopenicilinas 6 Penicilinas Efeitos adversos: Hipersensibilidade Erupções cutâneas Choque anafilático Alterações gastrointestinais Uso clínicos odontológicos: Penicilina G: infecções orodentais e periodentais Penicilina V: infecções de origem por cárie, endodônticas e odontogênicas Amoxicilina: tratamento inicial de abscessos periapicais e gengivite ulcerativa necrosante aguda (GUNA) Cefalosporinas Em 1945 o professor Giuseppe Brotzu descobriu a primeira cefalosporina, produzida pelo fungo Cephalosporium acremonium Estrutura geral: Cefalosporinas de primeira geração: Cefazolina e Cefalexina Cefalosporinas de segunda geração: Primeiro grupo: Cefuroxima Segundo grupo: Cefotetan e cefoxitina Cefalosporinas de terceira geração: Ceftriaxona e cefotaxima Ceftazidima Cefalosporina de quarta geração: Cefepima Estrutura química do ácido 7-aminocefalosporânico (Disponível em http://www.sbp.com.br/show_item2.cfm?id_categoria=24&id_detalhe=654&tipo_detalhe=s ) Cefalosporinas Efeitos adversos: Sensibilidade cruzada Nefrotoxicidade (Cefaloridina) Intolerância ao álcool (Cefotetan e Cefoperazona) Diarréia Uso clínico Cefuroxima e cefotaxima: septicemia Ceftriaxona e cefotaxima: meningite Cefadroxila: sinusite Carbapenemos São os que tem maior espectro de ação contra bactérias Gram-negativo e Gram-positivo e apresentam resistência contra hidrólise da maioria das Beta-Lactamases. Estrutura geral: Tipos: Imipenemo Meropenemo Ertapenemo Efeitos adversos: Náuseas Êmese Neurotoxicidade Uso clínico: Infecções graves em ambiente hospitalar Estrutura química dos carbapenemos (Papp-Wallace et al., 2011) Monobactâmicos Os monobactamos naturais não possuem elevada atividade antibacteriana, não tendo atividade contra microrganismos Gram-positivo ou anaeróbios estritos. Estrutura geral: O principal monobactâmico é o aztreonam. Estrutura química dos monobactamos. (Disponível em http://cmgm.stanford.edu/biochem200/04Theriot/04theriot.htm) Monobactâmicos Efeitos adversos: Semelhantes aos dos outros antibióticos Beta-Lactâmicos Uso clínico Útil para pacientes com grave alergia a penicilina Muito utilizado em casos de infecções do trato urinário ou do trato respiratório inferior. Farmacocinética Absorção Os antibióticos beta-Lactâmicos comportam-se na sua maioria como ácidos fracos, sendo por isso mais facilmente absorvidos quando o pH do meio é baixo. Pouco ou nada absorvido quando administrado por via oral. As penicilinas G (benzilpenicilina) é inativada pelo pH ácido do estômago, sendo por isso administrada por vias parenterais (IM; IV) Farmacocinética Distribuição: Quando um beta-lactâmico circula na corrente sanguínea pode atingir quase todos os pontos do organismo, em diferentes concentrações Os beta-Lactâmicos são pouco lipofílicos, logo a sua penetração no interior das células é reduzida As penicilinas são amplamente distribuídas nos líquidos corporais. Não cruzam a barreira hematoencefalica, a menos que as meninges estejam inflamadas. Farmacocinética Metabolismo: O metabolismo dos beta-lactamicos é quase nulo, visto que esses permanecem na forma ativa até a sua eliminação. A metabolização acontece em alguns casos, como: A cefalotina (cefalosporina de 1º G) O imipenemo (carbapenemo) As penicilinas são quase todas transformadas no ácido penicilóico correspondente. Farmacocinética Eliminação: A eliminação dos beta Lactâmicos é efetuada pela via renal, após secreção tubular e filtração glomerular. Exceto: Cefoperazona e Ceftriaxona. Alguns beta-lactâmicos se apresentam minimamente lipossolúveis e podem ser reabsorvidos a nível renal. Mecanismo de ação Beta-Lactâmicos inibem a síntese da parede celular das bactérias, inibindo a ligação cruzada dos polímeros de mureína. Biossíntese da parede celular bacteriana Esquema da formação da parede celular (Suarez e Gudiol, 2009) Mecanismo de ação Os Beta-Lactâmicos atuam através da inibição das enzimas transpeptidases que medeiam a ligação cruzada peptídica São bactericidas para bactérias em divisão ativa. O espectro de ação é medido por dois fatores: Grau com que o antibiótico pode penetrar na membrana externa e na parede celular, uma vez no espaço periplasmático. Capacidade de ligação às transpeptidases específicas. Mecanismo de ação dos beta-lactâmicos. A: Inibição da formação da parede celular; B: Ativação de endolisinas (Suarez e Gudiol, 2009) Antibiograma Disponível em: http://labclinld.blogspot.com.br/p/urina.html Resistência aos Beta-Lactâmicos Alterações do alvo Alterações na permeabilidade Síntese da bomba de efluxo Inativação enzimática: a maior parte da resistência aos Beta-Lactâmicos é conferida por proteínas denominadas Beta-Lactamases. Hidrólise do anel beta-lactâmico devido à atividade de uma beta-lactamase.(Zeba, 2004) Inibidores das Beta-Lactamases Moléculas semelhantes aos Beta-Lactâmicos que se ligam as Beta-Lactamases e impedem de destruir os antibióticos Beta-Lactâmicos. Existem três inibidores que são os mais utilizados na prática clínica: Interações As principais interações estão relacionadas com a competitividade destes pela ligação às proteínas plasmáticas, afetando principalmente outros fármacos que possuam elevada afinidade para estas. Interações de alguns beta-lactâmicos (Cavallo et al., 2004) Perspectivas A sociedade corre o risco de ficar sem antibióticos eficientes, pois sua eficácia está diminuindo drasticamente devido ao uso abusivo e inapropriado dos antibióticos desde a sua descoberta. Desde 1962 apenas duas novas classes entraram no mercado. O grande problema surge com o aparecimento da resistência, agora os antibióticos existentes não são suficientes para combater estas resistências. Estão em desenvolvimento 27 novos compostos, entre eles beta-lactâmicos. Referências GOLAN, D.E. Princípios de farmacologia: a base fisiopatológica da farmacoterapia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. GOODMAN & GILMAN. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 10 Ed. Rio de Janeiro: McGrallHill, 2005; MOREIRA, S.M. Farmacologia dos antibióticos Beta-Lactâmicos. 2014. 70. Dissertação. Universidade Fernando Pessoa: Faculdade de Ciências da Saúde. Porto, 2014. RANG, H.P., DALE,M.M., et al. Farmacologia. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
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