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Neoclássicismo Ponto de fuga Neoclássicismo Ao fim da Revolução Francesa e do império de Napoleão uma nova e empoderada (odeio esse termo) burguesia começou a ter seus valores próprios expressos por um novo movimento artístico o Neoclassicismo ou Neoclássico. Ele se iniciou nas duas últimas décadas do século XVIII e nas três primeiras décadas o século seguinte (XIX). Nas palavras de Edgar Allan Poe “a glória que foi a Grécia, e a grandeza que foi Roma”. Assim como praticamente todos movimentos artísticos o Classicismo foi um movi- mento de reação ao movimento anterior, nesse caso uma reação aos chamados exageros do enfeitadíssimo e detalhadíssimo estilo rococó. A política e a inovação tecnológica influencia o pensamento humano, o hábito e a cultura, dessa forma, como o século XVIII o pensamento filosófico escolheu a direção da razão e da lógica (século das luzes) , essa influência chegou na expressão artística também. Buscando virtudes mais nobres a arte “bebeu” na arte clássica, e alimentada de razão e de lógica seus artistas procuravam imitar a arte grega e a romana para “enriquecer” a nova república francesa. O artista que deu início a isso foi Jacques-Louis David. O estilo neoclássica buscava por meio de figuras severas, ausência de profundidade e a exatidão das formas, pinceladas suaves, superfície polida e as composições simples evitando o exagero, o melodrama. As figuras usavam muito dos arcos, colunas, simetria e retas em contra- posição ao rococó. Ao lado temos a comparação de trechos da pintura de Jacques-Louis David (Juramento de Horácio) na primeira coluna, com obras romanas à direita. As principais características do Neoclassicismo são: • O retorno ao passado, imitando os modelos greco-latinos antigos; • Obediência as regras, técnicas e temas acadêmicos das academias de belas-artes • Arte entendida e expressa como imitação da natureza; • Estilo histórico, nobre, sereno, sóbrio, sem decoração, linear, evita o sensual, busca a simplicidade da natureza. O Progresso do Amor de Jean Honoré Fragonard Pintura Assim como a arquitetura e a escultura, a pintura buscou nos clássicos gregos e roma- nos sua inspiração. As Características da pintura neoclássica são: • Composição formal exprimindo racionalismo; • Exatidão nos contornos, dando um aspecto mais impessoal predominando o desenho sobre a cor. • Colorido harmônico e equilibrado. o mestre da pintura Rafael Sanzio foi seu maior expoente com seu brilhantismo em composição e equilíbrio. Em 1508. aos 26 anos Rafael assumiu a convite do Papa Júlio II parte da decoração do Vaticano om afrecos e pinturas grandes espaços A convite do Papa Júlio II e com apenas 26 anos, Rafael foi morar em Roma em 1508 para decorar as paredes de vários aposentos no Vaticano. Nesse período, o artista ex- perimentou o desafio de pintar em grandes espaços. Após a morte do Papa Rafael se tornou o arquiteto oficial do Vaticano. Nessa época Rafael, executou a obra “Escola de Atenas” onde retratou Leonardo da Vinci e Michelangelo ao centro da obra como os filósofos Platão e Aristóteles. Escola de Atenas (1511) - Rafael Existiu um pintor francês que foi consi- derado o pintor da Revolução Francesa e posteriormente o pintor oficial do Império de Napoleão, Jacques-Louis David (1748-1825). Durante o governo de Napoleão, registrou fatos históricos ligados à vida do imperador. Expressava muito realismo, e emoções de maneira forte mas não exagerada. David demonstrou a diferença entre o velho e o novo com contraste dos contornos masculinos (retos e rígidos) com a suavidade das curvas femininas. Situou cada figura como uma estátua, iluminada por um feixe de luz, contra um fundo simples de arcos romanos. Com o fim de assegurar a precisão histórica, ves- tiu manequins com roupas romanas e fez capacetes romanos para então copiar. Por três décadas a arte de David foi o modelo oficial do que considerava ser a arte francesa e, por extensão, a arte europeia Jean Auguste Dominique Ingres (1780- 1867), esse francês, acreditava que a missão da arte era a produção de quadros históricos. Ingres seguia a tradição como ninguém e lutava contra a vanguarda artística france- sa e seu representante, o pintor romântico Eugène Delacroix. Sua modernidade ocorreu por não fazer julgamento moral em seus retratados, algo complicado na época. Fazia muito uso de mantos, rendas, joias e flores em suas pinturas. Banhista de Valpinçon, 1808, Jean Auguste Dominique Ingres A Grande Odalisca, Ingres, Museu do Louvre, Paris, França Arquitetura Essas ruínas também foram fonte inspiradora para a arquitetura de toda a Europa, até mesmo na Rússia e atravessando o Oceano chegando na América. Um outro fator importante a época foi a arqueologia que a partir de 1783 escavou em sítios arqueológicos e mostrou ao mundo as obras de Pompéia e Herculano dando às bases para os grandiosos edifícios, pórticos com colunas colossais, com frontispícios triangulares, pilastras sem capitéis e de decoração mais simples, insi- nuada em guirlandas ou rosetas. Era comum o uso do mármore, granito e madeira (materiais nobres tradicionais) e do ladrilho cerâmi- co e ferro fundido (materiais mais funcionais e mais baratos). Usando o sistemas de construção simples (trilítico) ou mais comple- xos com estruturas de arcos de 180 graus construidas com as modernas técnicas da época. A réplica da entrada da Acrópole de Atenas o portão de Brandenburgo (Berlim, Alemanha). O pórtico do Panteon de Paris, com suas colunas e cúpulas coríntias (París, França) Não podemos esquecer das abóbadas, dos tetos planos, das cúpulas nas zonas cen- trais das construções, dos tambores (que sustentam as cúpulas) rodeados de colunas com entablamentos circulares. As cidades foram forçadas a uma adaptação dessas construções gigantescas, alar- gando avenidas e dando espaço para novos espaços públicos como academias e uni- versidades, algo que ocorria antes mas somente para espaços da aristocracia. Escultura Como os escultores neoclássicos tentaram ser passivos e rigoros, e ainda buscaram fugir dos exageros emotivos do Rococó sua produção acadêmica foi considerada fria. Heróis de uniforme, mulheres trajadas como a deusa Afrodite, crianças e filósofos conversando, o governo de Napoleão e a proliferação das estátuas do imperador, os artistas se sentindo perdidos buscaram na arte grega e na romana clás- sica uma inspiração equilibrada. Os escultores neoclássicos conseguiram dar movimento (mesmo sutíl), realismo psicológico e expressões de melancolia em suas obras. Buscavam o equilíbrio entre a beleza ideal e o naturismo Amor e Psique Berte Thorvaldsen Copenhagem, Dinamarca O bronze, o mármore e a terracota prevaleceram até o mármore branco que permitia um brilho mais natural da pele ganhar a preferência dos artistas após 1.800. Os principais escultores desse pe- ríodo foram o italiano Antonio Canova que trabalhava exclu- sivamente para a família Bonaparte, e o dinamarquês Bertel Thorvald- sen, que foi um dos presidente da Accademia di San Lucca, em Roma. Na escultura ao lado Hércules lutava com o centauro (?!) Licas que tentou vio- lentar Deyanira (3ª esposa de Hércules), e acabou envenenando o herói. Movimen- to, sutileza, expressão corporal e riqueza em detalhes anatômicos. Em meio as escavações e as manifestações artísticas Johann Joachim Winckelmann (1717-1768) escreveu o livro “Pensamentos sobre a Imitação das Artes Gregas”, segundo ele a beleza ideal deveria abandonar a ilusão de movimento tal qual as antigas estátuas gregas. Para Winckelmann o artista deveria apenas imitar a antiguidade, sendo assim reduzido a um mero copista.O que ocorre é que a inspiração eram as descobertas arqueológicas de Pompeia, mas essas eram na verdade um classicismo romano que buscava copiar as obras gregas. Ou seja, ele creditava que a cópia do clássico era o clássico original.