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Aula 35 Direito Constitucional Aula 03

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DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ 
PROFESSOR FREDERICO DIAS 
 
Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 1
Aula 3 – Direitos e Garantias Fundamentais – Parte 2 
Olá! 
Animado(a) para continuar os estudos sobre os direitos e garantias 
fundamentais? Espero que sim, pois hoje a aula está cheia de detalhes 
interessantes. 
Tenho tentado buscar o Ponto de ajuste certo para que a aula traga 
informações relevantes e questões recentes, mas sem ficar excessivamente 
longa. Neste tipo de curso, o professor sofre tentando ser sucinto, sem ser 
incompleto; tentando trazer informações relevantes para o aluno que já 
conhece o básico da matéria, correndo o risco de ficar extenso e prolixo. A vida 
não é fácil... 
E quanto aos seus estudos, como vão? Esta reta final não é nada fácil! Sei bem 
disso, pois passei por essa sensação também. É isso mesmo! Eu também fiquei 
desanimado, também achei que tinha muita gente mais bem preparada que 
eu, achei que não ia dar tempo de estudar tudo, que precisava de mais tempo 
etc. 
Meu caro, isso é normal... Portanto, não se deixe abater. Agora, sim é que é 
preciso que você mostre ainda mais garra para enfrentar o Cespe nesta prova 
que está por vir. 
Eu sempre digo que não precisa ser gênio para passar num concurso como 
este do STJ, mas precisa, isso sim, de muita determinação e força de vontade. 
Em suma, não deixe a peteca cair, bola pra frente! 
(...continuação) Direitos e garantias fundamentais: direitos e deveres 
individuais e coletivos 
116)(CESPE/ANALISTA EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA JÚNIOR/CNPQ/2011) 
Pessoa que se exima de obrigação legal a todos imposta por motivo de 
crença religiosa deve sofrer as consequências legais por seu ato, já que o 
Brasil é um país laico. 
Por ser um país laico, o Brasil não tem religião oficial. Mas o Brasil respeita a 
liberdade de religião, assegurando ao indivíduo o direito de não se submeter a 
atividades que ofendam suas crenças. 
Diante disso, ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa 
ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de 
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, 
fixada em lei (CF, art. 5°, VIII). Ou seja, não haverá punição à pessoa que 
pretenda se eximir de obrigação a todos imposta, a menos que essa pessoa 
deixe de cumprir a prestação alternativa fixada em lei. 
É dizer que o Estado só poderá privar alguém de direitos por motivos religiosos 
ou ideológicos ou políticos se tal pessoa as invocar para deixar de praticar 
obrigação a todos imposta e ainda deixar de cumprir a prestação alternativa, 
fixada em lei. 
Item errado. 
DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ 
PROFESSOR FREDERICO DIAS 
 
Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 2
117)(CESPE/ANALISTA EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA JÚNIOR/CNPQ/2011) Entre 
as possibilidades de violação de domicílio, inclui-se a realizada em horário 
noturno e autorizada por ordem judicial. 
Vimos a inviolabilidade domiciliar em detalhes na aula passada. Trata-se de 
assunto bastante recorrentes em concursos. E, apesar de ser simples, muita 
gente faz confusão. Vejamos esta questão. 
Numa situação em que o agente esteja munido de ordem judicial, ele pode 
entrar na casa do indivíduo à noite, sem o consentimento do morador? Não, 
não pode. 
Com ordem judicial, ele só pode ingressar no domicílio, sem o consentimento 
do morador, durante o dia. Portanto, a questão está incorreta. 
Agora, e se o agente estiver numa situação de flagrante delito? Ele pode entrar 
na casa do indivíduo? Pode sim. Mesmo durante a noite? Pode sim, pois a 
restrição de que o ingresso se dê durante o dia restringe-se à hipótese de 
mandado judicial. 
Ora, não vá errar isso. Segundo o inciso XI do art. 5° da CF/88, a regra é a 
inviolabilidade do domicílio. Mas a própria CF prevê os seguintes casos de 
exceções: 
1 – Flagrante delito ou desastre; 
2 – Prestação de socorro; 
3 – Durante o dia, por determinação judicial. 
Portanto, atenção: por determinação judicial, o ingresso no domicílio sem o 
consentimento do morador só pode ocorrer durante o dia. 
Item errado. 
118)(CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/STM/2011) O Ministério Público pode 
determinar a violação de um domicílio para realização de busca e 
apreensão de objetos que possam servir de prova em um processo. 
Mais uma questão cobrando a inviolabilidade domiciliar. 
Segundo a Constituição, a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela 
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante 
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por 
determinação judicial (CF, art. 5°, XI). 
Assim, ressalvadas as excepcionais hipóteses de flagrante delito ou desastre, 
ou para prestar socorro, o ingresso na casa sem o consentimento do morador 
só pode ocorrer mediante ordem judicial (reserva de jurisdição), não sendo 
admissível que o Ministério Público determine a violação ao domicílio. 
Item errado. 
119)(CESPE/PERITO CRIMINAL/PC/ES/2011) Considerando o âmbito de 
abrangência dos direitos constitucionais à segurança e à propriedade, na 
hipótese de uma autoridade estadual competente, no exercício de suas 
funções institucionais, vier a utilizar propriedade particular para se evitar 
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iminente perigo público, não será devida qualquer indenização ulterior ao 
respectivo proprietário pela utilização do bem, salvo se houver dano. 
Trata-se da chamada “requisição administrativa”, prevista no art. 5°, XXV da 
CF/88, nos seguintes termos: 
“no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de 
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se 
houver dano”. 
Trata-se de direito fundamental que tem como destinatário o Estado. Ou seja, 
o Estado poderá usar de uma propriedade particular no caso de iminente 
perigo público. 
Essa utilização gera indenização? Não, não. O que faze nascer o direito à 
indenização é apenas a ocorrência de dano. 
É dizer que, sem dano, não haverá indenização; havendo dano, será devida a 
indenização ulterior. 
Item certo. 
120)(CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/PC/ES/2011) Com fundamento no 
dispositivo constitucional que assegura a liberdade de manifestação de 
pensamento e veda o anonimato, o Supremo Tribunal Federal (STF) 
entende que os escritos anônimos não podem justificar, por si só, desde 
que isoladamente considerados, a imediata instauração de procedimento 
investigatório. 
Segundo a Constituição, é assegurada a manifestação do pensamento, mas 
vedado o anonimato (CF, art. 5º, IV). Essa vedação ao anonimato relaciona-se 
à necessidade de que se possa identificar o autor (de uma reportagem, de um 
artigo no jornal, de uma denúncia), especialmente para que seja possível 
responsabilizá-lo por eventuais abusos. 
Diante dessa vedação, entende-se que não pode ser admitida, como regra 
geral, a utilização de denúncias anônimas. 
Com isso, o Supremo Tribunal Federal já firmou entendimento de que a 
instauração de persecução criminal por parte do Ministério Público não pode 
ser instaurada unicamente com base em escritos apócrifos (anônimos). Ou 
seja, não se pode instaurar o procedimento investigatório baseado única e 
exclusivamente em escritos anônimos. 
Poderia ser admitida, entretanto, a adoção de medidas investigativas informais 
visando a apurar os fatos e buscar novos elementos. Aí sim, a partir de outros 
elementos, poderia ser instaurada a persecutio criminis. 
Item certo. 
121)(CESPE/ANALISTA DE INFRAESTRUTURA/MPOG/2010) Caso determinada 
associação tenha tido suas atividades suspensas por ato devidamente 
fundamentado da administraçãopública, esse ato será considerado válido, 
já que foi emanado de órgão público em decisão devidamente 
fundamentada. 
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Segundo o art. 5°, XIX da CF/88, as associações só poderão ser 
compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão 
judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado. 
Diante disso, não basta que haja decisão fundamentada para que um órgão da 
administração pública possa suspender as atividades de uma associação. 
Trata-se de tema protegido por reserva de jurisdição. Portanto, só pode ser 
determinado por decisão judicial. 
Item errado. 
122)(CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MPS/2010) Sempre que alguém sofrer 
ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder, caberá mandado de 
segurança. 
O habeas corpus é o remédio constitucional utilizado contra ilegalidade ou 
abuso de poder relacionado ao direito de locomoção - direito de ir, vir e 
permanecer (CF, art. 5°, LXVIII). 
Portanto, desde já, guarde o seguinte detalhe: o habeas corpus só será cabível 
quando estiver em risco a liberdade de locomoção do indivíduo. 
Já o mandado de segurança será concedido para proteger direito líquido e 
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, 
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer 
violação (por ação ou por omissão) ou houver justo receio de sofrê-la por parte 
de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que 
exerça (Lei 12.016/09). 
Portanto, o mandado de segurança tem natureza subsidiária, na medida em 
que é cabível apenas quando o direito não tiver amparado por outros remédios 
constitucionais. 
Esta questão foi tranqüila. Como vimos, o habeas corpus (e não o mandado de 
segurança) é o remédio adequado para tutelar a liberdade de locomoção. 
Item errado. 
123)(CESPE / ANALISTA JUDICIÁRIO / ADMINISTRATIVA II / TRE / MT / 2010) 
O habeas corpus pode ser impetrado tanto contra ato emanado do poder 
público como contra ato de particular, sempre que alguém sofrer ou se 
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção. 
É importante ter este detalhe em mente: o HC pode ser utilizado também 
contra ato de particular, caso alguém tenha violada a sua liberdade de 
locomoção. 
Nesse sentido, é cabível habeas corpus contra o ato de dirigente de hospital 
particular, por exemplo? Por exemplo, imagine a hipótese de um hospital que 
vede, arbitrariamente, a saída de seu paciente enquanto não tenha sido 
quitada a estada. O direito de locomoção desse indivíduo poderia ser 
assegurado por habeas corpus? 
Sim, isso seria possível sim. 
DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ 
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Item certo. 
124)(CESPE/ANALISTA/JUDICIÁRIO/TRE/ES/2011) Para o Supremo Tribunal 
Federal (STF), habeas corpus não é medida idônea para impugnar decisão 
judicial que autoriza a quebra de sigilo bancário e fiscal em procedimento 
criminal, visto que não decorre constrangimento à liberdade da pessoa 
investigada. 
Temos a chamada ofensa indireta (ou ameaça de ofensa indireta) ao direito de 
locomoção quando o ato que se esteja impugnando possa resultar em um 
procedimento que, ao final, acarrete privação da liberdade do impetrante 
(detenção ou reclusão). E o habeas corpus é cabível não só contra a ofensa 
direta, mas também frente à ofensa indireta, reflexa ou potencial ao 
direito de locomoção. 
Portanto, a questão está incorreta, pois segundo o STF, a ofensa indireta à 
liberdade de locomoção poderá ser combatida mediante habeas corpus. 
Admite-se a impetração de habeas corpus contra ato que determina quebra de 
sigilo bancário ou fiscal caso esse procedimento possa, ainda que 
potencialmente, resultar restrição à liberdade de locomoção. 
Item errado. 
125)(CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/PI/2009) O mandado de segurança 
pode ser impetrado por pessoas naturais, mas não por pessoas jurídicas, 
em defesa de direitos individuais. 
Dispõe a lei do mandado de segurança que ele será concedido para proteger 
direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, 
sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou 
jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de 
autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que 
exerça (art. 1°, caput). 
Ademais, temos o mandado de segurança coletivo, cujos legitimados são 
pessoas jurídicas, tal como previsto no art. 5°, LXX da CF/88. 
Item errado. 
126)(CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) Por serem ambas ações de cunho 
especial voltadas a proteger direitos violados por atos ilegais e lesivos, 
praticados por autoridades públicas, é correto afirmar que o mandado de 
segurança e a ação popular possuem finalidades próximas, sendo, em 
determinadas situações, indiferente que se ajuíze uma ou outra. 
Mandado de segurança e ação popular são instrumentos bastante diferentes. 
O mandado de segurança coletivo tem por objeto a defesa de direito líquido e 
certo dos membros ou associados das entidades enumeradas no inciso LXX do 
art. 5º da Constituição Federal. Protege não direitos difusos e da coletividade 
em geral, mas pressupõe ofensa a direito líquido e certo dos substituídos. 
Nesse caso, a entidade atua na condição de “substituição processual”, isto é, 
quando alguém (a entidade legitimada) defende, em nome próprio, interesse 
alheio (dos membros ou associados). 
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Já a ação popular é ação relacionada ao controle da Administração Pública, na 
medida em que se destina à fiscalização da gestão da coisa pública, em que o 
cidadão é o único legitimado a intentar a anulação de um ato lesivo ao 
patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural. Assim, liga-se ao espírito republicano 
(prestação de contas), na medida em que o cidadão não atua na defesa de 
interesse próprio, mas sim da coletividade. 
Ademais, o STF já sumulou entendimento no sentido de que essas ações não 
podem ser uma substituta da outra: 
“O mandado de segurança não substitui ação popular” (Súmula nº 101). 
Item errado. 
127)(CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) A prática de ato que configure abuso 
de poder por autoridade que exerce competência delegada faz que o 
mandado de segurança interposto contra este ato tenha, no polo passivo, 
a autoridade que transferiu os poderes por delegação. 
A assertiva está errada, porque, em se caso de atribuição delegada, o 
mandado de segurança deverá ser impetrado contra autoridade delegada (e 
não contra a autoridade delegante). Observe a Súmula 510 do STF: 
“Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra 
ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.” 
Item errado. 
128)(CESPE/PERITO CRIMINAL/PC/ES/2011) É possível a impetração de 
habeas corpus contra um hospital particular que esteja privando um 
paciente do seu direito de liberdade de locomoção. 
De fato, o ato de um hospital particular que ofenda a liberdade de locomoção 
do indivíduo pode ser combatido por meio de habeas corpus. 
A propósito, quem pode impetrar esse habeas corpus: o próprio paciente ou 
ele precisa de advogado? 
O próprio paciente pode, mesmo sem assistência de advogado. Lembre-se de 
que é universal a legitimação ativa do habeas corpus. Qualquer pessoa poderá 
impetrar essa ação (pode ser menor, analfabeto, estrangeiro ou mesmo 
terceiro). Admite-seaté que uma pessoa jurídica impetre um habeas corpus a 
fim de proteger o direito de ir e vir de um empregado ou um associado, por 
exemplo. Ademais, deve-se destacar que se trata de ação gratuita. 
Item certo. 
129)(CESPE/AGENTE/PF/2009) Conceder-se-á habeas data para assegurar o 
conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante ou à de 
terceiros, constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público. 
O habeas data é cabível contra ato de autoridade pública ou de agente de 
pessoa privada que possua registros ou banco de dados de caráter público (CF, 
art. 5º, LXXII). Será concedido para: 
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(i) o conhecimento de informações; 
(ii) a retificação de dados; ou 
(iii) a complementação de dados. 
De se destacar o caráter personalíssimo do habeas data, que não é cabível 
para o conhecimento de informações de terceiros. Daí o erro da questão. 
Item errado. 
130)(CESPE/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/PC/ES/2011) São legitimados para a 
propositura do mandado de segurança coletivo os partidos políticos com 
representação no Congresso Nacional, as entidades de classe, as 
associações e as organizações sindicais em funcionamento há pelo menos 
um ano, na defesa dos interesses coletivos e dos interesses individuais 
homogêneos. 
O art. 21 da Lei 12.016/2009 estabelece os legitimados à impetração de 
mandado de segurança coletivo: 
I) partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de 
seus interesses legítimos relativos aos seus integrantes ou à finalidade 
partidária; ou 
II) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de 
direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou 
associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas 
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. 
Vamos aos detalhes... Em primeiro lugar, para ter representação no 
Congresso, o partido necessita de apenas um parlamentar, seja Deputado ou 
Senador. 
Em segundo lugar, tenha em mente que o requisito de um ano de constituição 
e funcionamento destina-se apenas às associações, não se aplicando a 
organizações sindicais ou entidades de classe. Por isso, incorreta a questão. 
Por fim, cabe observar que para a impetração do MS coletivo não se exige 
autorização especial dos associados, tendo em vista que se trata de 
substituição processual (CF, art. 5°, LXX) e não de representação processual 
(CF, art. 5°, XXI). 
Item errado. 
131)(CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2006) O mandado de injunção é 
instrumento a ser utilizado para viabilização de direito assegurado em lei, 
mas sem a regulamentação das autoridades competentes. 
Segundo o inc. LXXI do art. 5° da CF/88: “conceder-se-á mandado de injunção 
sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos 
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania.” 
Ou seja, se um indivíduo perceber que omissão governamental está 
inviabilizando o exercício de seus direitos e liberdades constitucionais e das 
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prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania poderá 
utilizar-se do mandado de injunção. 
A questão está incorreta, pois o mandado de injunção deve ser utilizado para 
se garantir efetividade de direito previsto na Constituição Federal, e não 
de direito previsto apenas em normas infraconstitucionais. 
Item errado. 
132)(CESPE/ANALISTA PROCESSUAL/MPE/PI/2012) O polo passivo do 
mandado de injunção jamais poderá ser ocupado por particular. 
De fato, o polo passivo do mandado de injunção só pode ser ocupado por 
pessoas estatais, afinal, apenas elas estão sujeitas ao dever jurídico de 
emanação de provimentos normativos. Em suma, não é cabível MI tendo um 
particular no polo passivo. 
Item certo. 
133)(CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA/TRE/MT/2010) Segundo a CF, 
cabe mandado de injunção para assegurar o conhecimento de informações 
relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de 
dados de entidades governamentais ou de caráter público. 
O remédio constitucional próprio para assegurar o conhecimento de 
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou 
bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, é o 
habeas data, e não o mandado de injunção. 
Item errado. 
134)(CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) O habeas corpus constitui, segundo o 
STF, medida idônea para impugnar decisão judicial que autoriza a quebra 
de sigilos fiscal e bancário em procedimento criminal. 
Como visto, o habeas corpus é sim instrumento idôneo para impugnar a 
determinação de quebra dos sigilos bancário e fiscal no curso de processo 
criminal, desde que essa medida implique ofensa indireta, potencial ou reflexa 
ao direito de locomoção. 
Item certo. 
135)(CESPE / ANALISTA JUDICIÁRIO / ADMINISTRATIVA II / TRE / MT / 2010) 
O mandado de segurança pode ser interposto mesmo contra ato 
administrativo do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, 
independentemente de caução. 
A nova lei do mandado de segurança mantém a regra já existente na lei 
anterior no sentido de se vedar a utilização do mandado de segurança quando 
se tratar de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, 
independentemente de caução (Lei 12.016/2009, art. 5°, I). 
Ou seja, se o ato impugnado puder ser suspenso por meio das vias 
administrativas não há que se utilizar o mandado de segurança. 
Entretanto, no caso de omissão ilegal ou abusiva que enseje a impetração do 
mandado de segurança, a existência de recurso administrativo com efeito 
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suspensivo não impede o uso desse remédio constitucional. Afinal, nesse caso, 
o efeito suspensivo “não resolveria o problema”. 
Item errado. 
136)(CESPE / ANALISTA JUDICIÁRIO / ADMINISTRATIVA II / TRE / MT / 2010) 
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por pessoas 
jurídicas, públicas ou privadas, como as organizações sindicais e as 
entidades de classe legalmente constituídas, mas não por partidos 
políticos. 
Os partidos políticos com representação no Congresso Nacional são legitimados 
para a impetração do mandado de segurança coletivo (CF, art. 5°, LXX e art. 
21 da Lei 12.016/09). 
Cabe destacar que, para ter representação no Congresso, o partido necessita 
de apenas um parlamentar, seja Deputado ou Senador. 
Item errado. 
137)(CESPE/MANUT. ARMAMENTO LEVE/PM/DF/2010) A CF prevê, entre outras 
garantias fundamentais, o mandado de injunção como instrumento para 
assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público. 
A situação apresentada não tem relação nenhuma com o mandado de 
injunção, cabível contra a omissão do Poder Público em editar norma 
regulamentadora de determinado direito constitucional. 
Na realidade, a questão misturou o mandado de injunção com o habeas data. 
Este sim tem por finalidade assegurar o conhecimento de informações relativas 
à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados. 
Item errado. 
138)(CESPE / ANALISTA JUDICIÁRIO / ADMINISTRATIVA II / TRE/MT / 2010) 
O habeas data destina-se a assegurar o conhecimento de informações 
pessoais constantes de registro de bancos de dadosde entidades 
governamentais ou de caráter público, desde que geridas por servidores 
do Estado. 
A assertiva está incorreta, pois mesmo banco de dados geridos por pessoas 
privadas poderá ensejar a impetração de habeas data que vise a assegurar o 
conhecimento de informações pessoais do interessado. É o caso do banco de 
dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), por exemplo. 
Item errado. 
139)(CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) Habeas data 
é o remédio constitucional adequado para o caso de recusa de 
fornecimento de certidões para defesa de direitos e esclarecimento de 
situações de interesse pessoal, próprio ou de terceiros, assim como para o 
caso de recusa de obtenção de informações de interesse particular, 
coletivo ou geral. 
DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ 
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A questão faz menção ao direito de certidão (CF, art. 5°, XXXIV, “b”) e ao 
direito de informação (CF, art. 5°, XXXIII). 
Ao contrário do que muita gente pensa, o habeas data não serve como 
instrumento de tutela desses direitos. Não, não... Imagine que, no exercício do 
meu direito de certidão, eu solicite a determinado órgão público a emissão de 
um documento que declare uma situação existente (uma certidão) e isso me 
seja negado. 
Agora, suponha a hipótese em que eu fracasse na tentativa de ter acesso a 
determinada informação de um órgão público (o valor de um contrato 
administrativo de coleta de lixo, por exemplo, no exercício do meu direito de 
informação). 
Em nenhuma dessas situações será cabível a utilização de habeas data. Na 
verdade, eu deverei utilizar o mandado de segurança como instrumento de 
combate a essas negativas, que atentam contra direito líquido e certo. 
Item errado. 
140)(CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) Se o autor 
da ação popular dela desistir, o MP poderá, entendendo presentes os 
devidos requisitos, dar-lhe prosseguimento. 
A iniciativa da ação popular compete ao cidadão, e não ao Ministério Público 
(MP). 
Apesar disso, o MP pode promover o prosseguimento de ação popular 
impetrada por cidadão e por ele posteriormente abandonada. 
De fato, a lei que regulamenta a ação popular estabelece que se o autor 
desistir da ação, assegura-se ao representante do Ministério Público promover 
o prosseguimento da ação (art. 9° da Lei 4.717/65). 
Item certo. 
141)(CESPE/ANALISTA/ÁREA JURÍDICA/MCT/FINEP/2009) Quanto aos direitos 
fundamentais e à tutela constitucional das liberdades, assinale a opção 
correta. 
a) A CF prevê direito à indenização por dano material, moral e à imagem, 
consagrando ao ofendido a reparabilidade em virtude dos prejuízos 
sofridos, não sendo possível, por essa razão, pedido autônomo de 
indenização por danos morais, sem que tenha havido dano material 
concomitante. 
b) Dispõe a CF que nenhum brasileiro pode ser extraditado, nem 
concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião. 
c) As ações de habeas corpus e habeas data são gratuitas. 
d) Será cabível, em qualquer circunstância, manejo de mandado de 
segurança para proteger direito líquido e certo quando o responsável pela 
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa 
jurídica no exercício de atribuições do poder público. 
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e) Somente o brasileiro nato possui legitimação constitucional para 
propositura de ação popular, desde que esteja em dia com seus deveres 
políticos. 
A alternativa “a” está errada. A CF (art. 5°, X) assegura a indenização pelo 
dano material ou moral decorrente da violação da intimidade, da vida privada, 
da honra ou da imagem das pessoas. Para a reparação por dano moral não é 
necessário que tenha havido dano material. Mas o STF já definiu que essas 
indenizações podem ser concomitantes e que, ademais, a reparação por dano 
moral não exige ofensa à reputação do indivíduo. 
A alternativa “b” está errada, pois a proibição absoluta de extradição restringe-
se ao brasileiro nato. O brasileiro naturalizado poderá ser extraditado em caso 
de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado 
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins (CF, art. 5º, 
LI). 
A alternativa “c” está correta, pois o habeas corpus e o habeas data são sim 
gratuitos (CF, art. 5º, LXXVII). Além desses, a ação popular é outro remédio 
constitucional gratuito (salvo comprovada má fé). 
A alternativa “d” está errada. A natureza residual do mandado de segurança 
faz com que ele não seja cabível em qualquer hipótese. Por exemplo, não será 
cabível em situações em que seja possível a impetração de habeas corpus, 
habeas data. (CF, art. 5°, LXIX). 
A alternativa “e” está errada, pois é dado a qualquer cidadão impetrar ação 
popular, não sendo direito exclusivo de brasileiro nato (CF, art. 5º, LXXIII). 
Gabarito: “c” 
142)(CESPE/NÍVEL SUPERIOR/ANATEL/2008) Qualquer cidadão poderá 
impetrar habeas data no Poder Judiciário para assegurar o conhecimento 
de informações relativas a sua pessoa disponíveis na Agência Nacional de 
Telecomunicações (ANATEL), independentemente de ter formulado o 
pedido diretamente na agência. 
Detalhe importante sobre o habeas data. A jurisprudência do STF firmou-se no 
sentido de que, para a impetração do habeas data, é imprescindível a 
comprovação de negativa administrativa. 
Assim, só é dado ao interessado ajuizar habeas data perante o Poder Judiciário 
após receber uma negativa em seu pedido administrativo. 
Item errado. 
143)(CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) Tal como ocorre na ADI, não é 
admitida a impetração de mandado de segurança contra lei ou decreto de 
efeitos concretos. 
A assertiva afirma o contrário do decidido pela Suprema Corte. Em realidade, 
não cabe mandado de segurança contra lei em tese, salvo quando produtora 
de efeitos concretos (STF, Súmula nº 266). 
Isso significa que uma lei em tese deve ser combatida por meio de Ação Direta 
de Inconstitucionalidade, e não por meio de Mandado de Segurança. Por outro 
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lado, de acordo com a jurisprudência antiga do STF, admite-se a impetração 
de mandado de segurança contra leis de efeitos concretos (ou seja, aquelas 
leis que não são dotadas de generalidade e abstração, e têm destinatário 
certo). Um exemplo de lei de efeitos concretos seria uma lei que cria um 
município ou muda seu nome. 
Item errado. 
144)(CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/TRT - 9ª 
REGIÃO/2007) Para o STF, decisão proferida nos autos do mandado de 
injunção poderá, desde logo, estabelecer a regra do caso concreto, de 
forma a viabilizar o exercício do direito a liberdades constitucionais, a 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, 
afastando as conseqüências da inércia do legislador. 
No tocante aos efeitos da decisão proferida no mandado de injunção, o STF 
adota atualmente a posição “concretista”. Assim, ao julgar procedente o 
mandado de injunção, o Tribunal passa a concretizar, desde logo, o exercício 
do direito constitucional carente de norma regulamentadora. 
Foi o que aconteceu, por exemplo, no mandado de injunção em que se discutia 
o direito de greve do servidor público, tendo o Tribunal firmado entendimento 
de que, até que seja elaborada a lei específica reclamada pela Constituição 
(art. 37, VII), os servidores poderão exercer o direito de greve, obedecendo-se 
ao regramento da lei de greve do setor privado (Lei nº 7.783/1989). 
Item certo. 
145)(CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) A CF assegura a todos, 
independentementedo pagamento de taxas, a obtenção de certidões em 
repartições públicas, para a defesa de direitos e esclarecimentos de 
situações de interesse pessoal. Nesse sentido, não sendo atendido o 
pedido de certidão, por ilegalidade ou abuso de poder, o remédio cabível 
será o habeas data. 
Meu caro, não caia nessa... O instrumento para tutela do direito de certidão é 
o mandado de segurança e não o habeas data. O habeas data é cabível 
contra ato de autoridade que possua registros ou banco de dados de 
caráter público e serve: (i) para o conhecimento de informações; (ii) para a 
retificação de dados; ou (iii) para a complementação de dados (CF, art. 5º, 
LXXII). 
Item errado. 
146)(CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE/TO/2008) Acerca dos 
direitos e garantias fundamentais, assinale a opção que esteja em 
discordância com a jurisprudência do STF. 
a) O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima 
em face da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das 
atribuições do cargo a ser preenchido. 
b) Um advogado que esteja sendo investigado por formação de quadrilha 
e outros crimes não poderá sofrer, em seu escritório, uma escuta 
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ambiental captada por gravador instalado por força de decisão judicial, já 
que tal fato viola o princípio de proteção do domicílio. 
c) Os partidos políticos não estão autorizados a valer-se do mandado de 
segurança coletivo para, substituindo todos os cidadãos na defesa de 
interesses individuais, impugnar majoração de tributo. 
d) O STF passou a admitir a adoção de soluções normativas para a 
decisão judicial como alternativa legítima de tornar a proteção judicial 
efetiva por meio do mandado de injunção. 
e) O Tribunal de Contas da União não tem competência para determinar 
a quebra de sigilo bancário. 
A alternativa “a” está correta. Segundo a Súmula nº 683 do STF: “O limite de 
idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7°, 
XXX da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das 
atribuições do cargo a ser preenchido.” 
A alternativa “b” está errada, pois está em desacordo com a jurisprudência 
recente do STF. O Tribunal considera válida a autorização judicial para a 
violação, mesmo durante a noite, do escritório do investigado, para que a 
autoridade policial possa instalar equipamento de escuta ambiental. 
A alternativa “c” está de acordo com a jurisprudência do STF. A legitimação 
constitucionalmente conferida aos partidos políticos para a impetração de 
mandado de segurança coletivo (CF, art. 5º, LXX) não autoriza que esses 
impetrem essa ação para impugnar majoração de tributos, em razão de ser 
esse interesse dos contribuintes de natureza individualizável, e não difuso. 
A alternativa “d” está de acordo com a atual jurisprudência do STF. Constatada 
a mora legislativa, poderá o tribunal concretizar diretamente o exercício do 
direito ainda não regulamentado pelo legislador ordinário. Trata-se da nova 
posição concretista para os efeitos em sede de mandado de injunção. 
A alternativa “e” também está de acordo com a jurisprudência do STF. Os 
tribunais de contas não têm competência para determinar a quebra do sigilo 
bancário. 
Gabarito: “b” 
147)(CESPE/CAIXA ECONÔMICA FEDERAL/ADVOGADO JUNIOR/2006) A 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) admite legitimidade 
ativa aos sindicatos para a instauração, em favor de seus membros ou 
associados, do mandado de injunção coletivo. 
Não existe referência a mandado de injunção coletivo na Constituição Federal. 
Entretanto, o Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que as 
entidades legitimadas à impetração do mandado de segurança coletivo (nos 
termos do art. 5º, LXX da CF/88) podem, também, impetrar mandado de 
injunção coletivo. 
Item certo. 
148)(CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/SUPORTE ÀS ATIVIDADES NA 
ÁREA DE DIREITO/PS/MS/2008) A perda de direitos políticos pode ser 
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tutelada constitucionalmente mediante a utilização do instrumento do 
habeas corpus. 
Para saber se determinado direito pode ser tutelado por habeas corpus, você 
deve observar se há ameaça ao direito de locomoção. Assim, perda dos 
direitos políticos, por não ameaçar o chamado direito de ir, vir e permanecer, 
não pode ser assegurado mediante HC. 
Item errado. 
149)(CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) O STF pacificou entendimento no 
sentido de que a desistência, no mandado de segurança, não depende de 
aquiescência do impetrado. No entanto, essa regra não se aplica aos 
casos em que a desistência é parcial. 
Segundo entendimento do STF, a questão está errada. A jurisprudência do 
Supremo pacificou entendimento no sentido de que a desistência, no mandado 
de segurança, não depende de aquiescência do impetrado. Essa regra aplica-se 
também aos casos em que a desistência é parcial. 
Item errado. 
150)(CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) A ação civil pública não é o 
instrumento adequado ao controle de atos lesivos ao meio ambiente. 
A ação civil pública pode ser utilizada para a tutela dos interesses coletivos, 
difusos e individuais homogêneos relativos ao meio ambiente, ao consumidor 
e ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, além de 
outros interesses difusos ou coletivos (CF, art. 129, III). 
Item errado. 
151)(CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/STF/2008) A CF exige 
que o habeas data seja cabível apenas contra ato de autoridade pública. 
O habeas data é cabível contra ato de autoridade pública ou de agente de 
pessoa privada que possua registros ou banco de dados de caráter 
público (CF, art. 5º, LXXII). Um exemplo seria a impetração de habeas data 
para acesso ao banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) – 
trata-se de banco de dados gerido por pessoa privada, mas que tem caráter 
público. 
Item errado. 
152) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/STF/2008) A ação 
popular contra o presidente da República deve ser julgada pelo STF. 
A ação popular é ação de natureza cível. Assim, não é alcançada pela 
competência do foro especial por prerrogativa de função perante o STF. 
Portanto, uma ação popular contra o Presidente da República será iniciada no 
primeiro grau da justiça (e não no STF, como acontece nas ações penais). 
Item errado. 
153)(CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/ÁREA:CONTROLE 
EXTERNO/TCU/2008) Considere a seguinte situação hipotética. Embora 
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houvesse previsão legal, um ministério demorou três anos para efetuar a 
promoção dos membros de uma categoria de fiscais federais a diversos 
níveis da carreira e a fez sem o pagamento dos atrasados. Entendendo ser 
líquido e certo o seu direito, um grupo de trinta servidores constituiu 
advogado para impetrar mandado de segurança com pedido de liminar 
contra a omissão do secretário de recursos humanos da pasta, visando 
obrigá-lo a efetuar imediatamente o pagamento das parcelas em atraso. 
Nessa situação, o juiz não precisará ouvir a autoridade apontada como 
coatora antes de apreciar o pedido de medida liminar, pois não se trata de 
mandado de segurança coletivo; quanto à medida liminar requestada, 
deverá ser indeferida, pois existe legislação específica que proíbe sua 
concessão para o pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias a 
servidores públicos. 
Interessantíssima essa questão! 
Veja o que dispõe o parágrafo 2° do art. 22 da Lei 12.096/09: “no mandado de 
segurança coletivo, a liminarsó poderá ser concedida após a audiência do 
representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá 
se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.” 
Pois bem. O que confunde muita gente é achar que um grupo de servidores 
com interesse comum deve impetrar mandado de segurança coletivo, o que 
não é correto. 
Na situação apresentada, trata-se da impetração de um mandado de 
segurança mediante a formação de litisconsórcio ativo (pluralidade de sujeitos 
no pólo ativo da ação). 
O mandado de segurança coletivo (impetrado por entidades, associações, 
partidos políticos) não se confunde com o mandado de segurança impetrado 
por um grupo de pessoas em litisconsórcio ativo. 
E a necessidade de audiência da autoridade coatora antes da medida liminar se 
restringe ao mandado de segurança coletivo. 
Já o segundo aspecto da questão pode ser respondido com o conhecimento do 
parágrafo 2° do art. 7° da Lei do Mandado de Segurança, segundo o qual, não 
será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de 
créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, 
a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão 
de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer 
natureza. 
Item certo. 
154)(CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) Julgado procedente o pedido 
encaminhado via mandado de segurança, estarão garantidos ao 
impetrante não só o afastamento do ato ilegal e abusivo, como também 
os efeitos patrimoniais anteriores à própria impetração. 
Julgado procedente o pedido em mandado de segurança, a decisão tem por 
efeito o afastamento do ato ilegal e abusivo. Assim, eventuais valores devidos 
após a impetração da ação estarão resguardados. 
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Ao contrário, valores devidos referentes ao período anterior à impetração do 
mandado de segurança não serão assegurados por meio do mandado de 
segurança, devendo eles ser executados pelas vias ordinárias próprias, 
administrativa ou judicialmente. Observe a Súmula 271 do STF: 
“Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em 
relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados 
administrativamente ou pela via judicial própria.” 
Item errado. 
155)(JUIZ/TRF 5ª REGIÃO/2009) De acordo com a doutrina e jurisprudência, a 
tutela jurídica do direito de reunião eventualmente atingido se efetiva por 
intermédio do habeas corpus. 
Confusão comum de ser feita... O instrumento para tutela do direito de reunião 
é o mandado de segurança, e não o habeas corpus. 
Item errado. 
156)(CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA II/TRE/MT/2010) O 
mandado de injunção tem como objeto o não cumprimento de dever 
constitucional de legislar que, de alguma forma, afete direitos 
constitucionalmente assegurados, sendo pacífico, na jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal (STF), que ele só é cabível se a omissão tiver 
caráter absoluto ou total, e não parcial. 
O mandado de injunção tem por objeto o não-cumprimento do dever 
constitucional de legislar que afeta direitos constitucionalmente assegurados. 
Ou seja, visa a combater a omissão inconstitucional. 
Em seu livro, o Ministro Gilmar Mendes ressalta que tal omissão pode ser total 
(cada vez mais rara, tendo em vista a gradual implementação da ordem 
constitucional) ou parcial (situação na qual o mandado de injunção combate a 
execução parcial ou incompleta do dever de legislar). 
Item errado. 
157)(CESPE/ACE/DIREITO/TCE/AC/2009) O pedido de reconsideração na via 
administrativa, desde que protocolado dentro do prazo de 120 dias da 
ciência do ato impugnado, suspende o prazo decadencial para impetração 
do mandado de segurança. 
O direito de impetrar o mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 
(cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
Isso é importante! Pois, o STF fixou entendimento de que é constitucional esse 
prazo decadencial de 120 dias. 
Pois bem, como o prazo é decadencial, o pedido de reconsideração na via 
administrativa não suspende nem interrompe esse prazo decadencial – de 120 
dias - para a impetração do mandado de segurança. Esse é o entendimento do 
STF, exposto na Súmula 430: 
“Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o 
mandado de segurança.” 
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Transcorrido o período de 120 dias contados da ciência, como fica a pessoa 
que teve ofendido direito líquido e certo? Não pode mais recorrer à Justiça? 
Pode, pode. Ela não disporá mais da possibilidade de impetração de mandado 
de segurança, pois houve a decadência desse direito. Todavia, nada impede 
que ele busque a defesa de seus interesses no Poder Judiciário utilizando-se de 
outras ações ordinárias (que não o mandado de segurança). 
Item errado. 
158)(CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PB/2008) O habeas corpus não é a 
medida idônea para impugnar decisão judicial que autoriza a quebra de 
sigilos fiscal e bancário em procedimento criminal, visto que a quebra do 
sigilo, por si só, não repercute no direito de ir e vir do indivíduo. 
Outra jurisprudência interessante. O habeas corpus é sim instrumento idôneo 
para impugnar a determinação de quebra dos sigilos bancário e fiscal no curso 
de processo criminal, desde que essa medida implique ofensa indireta, 
potencial ou reflexa ao direito de locomoção. 
Um exemplo: Tício está respondendo a processo criminal no qual, em tese, 
pode ser condenado à pena privativa de liberdade (detenção ou reclusão). Se 
nesse processo for determinada a quebra do seu sigilo bancário, poderá ele 
impetrar habeas corpus para impugnar essa determinação, pois, nesse caso, a 
quebra do sigilo bancário já representa uma ofensa indireta ao seu direito de 
locomoção. Isso porque, em último caso, ele poderá ser condenado à pena 
privativa de liberdade com fundamento nas provas apuradas a partir dos seus 
dados bancários. 
Item errado. 
159)(CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) 
Diferentemente das organizações sindicais, das entidades de classe e das 
associações, os partidos políticos não têm legitimidade para impetrar 
mandado de segurança coletivo. 
Os partidos políticos com representação no Congresso Nacional são legitimados 
para a impetração do mandado de segurança coletivo (CF, art. 5°, LXX e art. 
21 da Lei 12.016/09). 
Item errado. 
160)(CESPE/AGENTE DE INTELIGÊNCIA/ABIN/2008) Considerando a hipótese 
de que um cidadão esteja internado em entidade civil de internação 
coletiva e professe como religião o candomblé, nessa hipótese, sendo o 
Estado brasileiro laico, não será a União obrigada a assegurar a esse 
interno as condições para que ele tenha assistência religiosa. 
Segundo a Constituição Federal, é assegurada, nos termos da lei, a prestação 
de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva 
(CF, art. 5º, VII). 
Item errado. 
161)(CESPE/ANALISTA/ADVOCACIA/SERPRO/2010) Nos termos da Lei nº 
12.016/2009, não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão 
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comercial praticados pelos administradores de empresas públicas. 
Portanto, não cabe mandado de segurança contra ato praticado em 
licitação promovida por empresa pública. 
De fato, não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão 
comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de 
sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público (Lei 
12.016/2009, art. 1°, § 2°).Entretanto, uma licitação não se enquadraria em um ato de gestão comercial. 
A realização de uma licitação se enquadraria como uma atuação administrativa 
da empresa, no âmbito de sua sujeição às regras de direito público. 
Portanto, o item está errado. 
Um exemplo para facilitar: se você não conseguir um empréstimo no Banco do 
Brasil, não poderá impetrar mandado de segurança para resolver o problema 
(afinal, trata-se de um ato de gestão comercial). Ao contrário, seria admitido 
mandado de segurança contra um agente do BB no âmbito de uma licitação ou 
de um concurso público. 
Item errado. 
162)(CESPE/PROCESSO SELETIVO/MS/2008) O brasileiro naturalizado dispõe 
de proteção constitucional mais intensa que aquela outorgada aos súditos 
estrangeiros em geral, pois somente pode ser extraditado pelo governo do 
Brasil em duas hipóteses excepcionais: crimes comuns cometidos antes da 
naturalização e tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins praticado em 
qualquer momento, antes ou depois de obtida a naturalização. 
De fato, a Constituição Federal outorgou maior prerrogativa aos brasileiros 
naturalizados em relação aos estrangeiros no tocante à possibilidade de 
extradição. 
I) Extradição de estrangeiros → poderão ser extraditados pela prática de 
crimes diversos, ressalvados os crimes políticos e de opinião (art. 5º, 
LII). 
II) Extradição do naturalizado → só poderão ser extraditados em dois casos: 
(i) crime comum, praticado antes da naturalização; ou (ii) comprovado 
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins (art. 5º, 
LI). 
Por fim, tem ainda a regra do brasileiro nato: não poderá ser extraditado (art. 
5º, LI). 
Item certo. 
163)(CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/SEGURANÇA JUDICIÁRIA/TRE/BA/2010) 
Para ajuizar mandado de segurança ou habeas data, o autor da ação deve 
comprovar o esgotamento da via administrativa. 
Um dos mais relevantes princípios constitucionais é o da inafastabilidade da 
jurisdição. Com efeito, estabelece a Carta Maior que a lei não excluirá da 
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito (CF, art. 5°, XXXV). 
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Esse princípio assegura que qualquer indivíduo (e também determinada pessoa 
jurídica) possa acionar o poder judiciário sempre que entenda estar sofrendo 
lesão ou ameaça a direito. 
Decorre dele o fato de que, no Brasil, não se exige o esgotamento das vias 
administrativas para que se possa acionar o poder judiciário. Ou seja, tendo 
sofrido lesão a direito por parte do poder público, não é condição para a tutela 
jurisdicional que o indivíduo tenha buscado, primeiro, solução nas vias 
administrativas. 
Apesar disso, o habeas data tem uma especificidade que, de certa forma, 
funciona como um atenuante a essa regra geral. É que, para impetrar o 
habeas data, primeiramente, o interessado deve ter solicitado o acesso ao 
banco de dados administrativamente. É somente após a negativa 
administrativa a esse acesso que surge o interesse de agir do indivíduo para 
que ele ingresse com a ação junto ao Poder Judiciário. 
Ou seja, para que seja cabível o habeas data, o interessado deverá demonstrar 
que teve negado seu acesso às informações constantes no banco de dados. 
A questão está incorreta. Primeiro porque não há nenhuma regra similar para 
o mandado de segurança. Segundo porque mesmo a mencionada regra do 
habeas data não configura a necessidade de “esgotamento da via 
administrativa”. Afinal, o interessado precisa apenas da negativa, e não de 
esgotar todo o processo administrativo relativo a essa solicitação. 
Item errado. 
164)(CESPE/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – DIREITO/INSS/2008) Os 
servidores públicos de autarquias têm direito adquirido a regime jurídico 
estatutário. 
Segundo o Supremo Tribunal Federal, não existe direito adquirido em face de: 
(i) uma nova Constituição (texto originário); (ii) mudança do padrão monetário 
(alteração da moeda); (iii) criação ou aumento de tributos; ou (iv) mudança de 
regime estatutário. 
Portanto, a questão está incorreta, pois não há direito adquirido frente à 
mudança de regime jurídico estatutário. Significa dizer que o regime jurídico 
estatutário – vínculo jurídico que liga o servidor público à respectiva 
Administração Pública – pode ser unilateralmente modificado, por lei, e o 
servidor público não poderá, frente a essas mudanças, invocar direito 
adquirido. 
Item errado. 
Direitos e garantias fundamentais: direitos sociais 
Em direitos sociais, grande parte das questões é resolvida com os seguintes 
conhecimentos: 
I) direitos sociais são direitos fundamentais de segunda dimensão ou geração, 
relacionados ao princípio da igualdade; 
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II) a implementação de políticas públicas que concretizam direitos sociais por 
parte do poder público encontra limites não só na razoabilidade da pretensão 
mas também na existência de disponibilidade financeira do Estado para tornar 
efetivas tais prestações positivas (reserva do financeiramente possível); 
III) não se admite que o princípio da reserva do financeiramente possível 
funcione como justificativa para que o Estado deixe de exercer os encargos 
impostos pela Constituição, uma vez que o direitos sociais subjetivos deferidos 
à sociedade não podem se expor a avaliações meramente discricionária do 
Poder Público; 
IV) apesar de formulação e execução de políticas públicas serem funções dos 
Poderes Legislativo e Executivo, revela-se possível ao Poder Judiciário, 
excepcionalmente, determinar a implementação de tais políticas; 
V) por fim, vale a pena conhecer o teor do art. 7° da CF/88, lembrando ainda 
que nem todos os incisos aplicam-se aos domésticos (CF, art. 7°, parágrafo 
único) e aos servidores públicos (CF, art. 39, § 3°). 
165)(CESPE/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/DPU/2010) Os direitos 
sociais são exemplos típicos de direitos de 2.ª geração. 
A assertiva está correta, pois os direitos sociais constituem típicos direitos de 
segunda dimensão (ou geração), ligados ao princípio da igualdade e à noção 
de Estado social. 
Item certo. 
166)(CESPE/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/DPU/2010) O cerceamento 
à liberdade de expressão é uma clara afronta aos direitos sociais 
capitulados na CF. 
Na verdade, a inviolabilidade da liberdade de expressão assegura ao indivíduo 
um não-fazer por parte do Estado, uma abstenção. Ou seja, trata-se de uma 
liberdade negativa do indivíduo, que o protege frente ao Estado. 
Nesse sentido, não afronta os direitos sociais, de segunda dimensão, mas os 
direitos individuais, de primeira dimensão. 
Item errado. 
167)(CESPE/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/DPU/2010) Os direitos 
sociais são exemplos de liberdades negativas. 
Os direitos sociais relacionam-se a uma atuação positiva do Estado. As 
liberdades negativas estão ligadas a uma necessidade de abstenção estatal e 
constituem direitos de primeira geração. 
Item errado. 
168)(CESPE/TECNICO/TRE/ES/2011) Os direitos sociais previstos na 
Constituição Federal advêm de normas de ordem pública, que não se 
revestem de imperatividade, podendo ser alteradas pela vontade das 
partes integrantes da relação trabalhista. 
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Os direitos sociais não podem se afastados por mera vontade dos contratantes. 
Trata-se de direitos de natureza imperativa, inviolável por vontade das partes 
contraentes da relação trabalhista (Alexandre de Moraes). 
Item errado. 
169)(CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PCRN/2008) Cabe, 
primariamente,aos Poderes Legislativo e Executivo a prerrogativa de 
formular e executar políticas públicas, no entanto, revela-se possível ao 
Poder Judiciário, excepcionalmente, determinar a implementação de tais 
políticas. 
Fique atento, pois esse assunto está na moda! 
Por terem seus agentes eleitos de forma democrática, compete aos Poderes 
Executivo e Legislativo definir e implementar as políticas públicas. Afinal de 
contas são os legítimos representantes do povo. 
Todavia, decisões recentes do STF vão no sentido de que é possível ao Poder 
Judiciário, excepcionalmente, determinar a implementação de políticas 
públicas, sempre que os órgãos estatais competentes descumprirem os 
encargos político-jurídicos impostos pela Constituição Federal, 
comprometendo, com sua injustificada inércia, a concretização dos direitos 
sociais. 
Item certo. 
170)(CESPE/ADVOGADO/SEAD/CEHAP/PB/2008) Há 60 anos, no dia 
10/12/1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi assinada 
pela 3.ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. A 
Declaração Universal dos Direitos Humanos nasceu como um estandarte 
comum a ser alcançado por todos os povos e nações e em um mundo que 
ainda trazia as marcas da destruição e das violações a direitos humanos 
perpetradas durante a Segunda Guerra. Base do que se tornaria a 
legislação internacional sobre direitos e liberdades fundamentais, foi a 
Declaração Universal dos Direitos Humanos que primeiro reconheceu o 
que hoje se tornou valor comum. Direitos humanos são direitos a todos e 
concernem a toda comunidade internacional. Ministro Gilmar Mendes, 
Presidente do Supremo Tribunal Federal, sessão plenária de 10/12/2008 
do STF. Internet: <www.stf.jus.br/portal> (com adaptações). 
Com referência ao tema acima tratado, assinale a opção correta. 
a) A evolução cronológica do reconhecimento dos direitos fundamentais 
pelas sociedades modernas é comumente apresentada em gerações. 
Nessa evolução, o direito à moradia está inserido nos direitos 
fundamentais de terceira geração, que são os direitos econômicos, sociais 
e culturais, surgidos no início do século XX. 
b) Apesar de ser um direito social reconhecido, o direito à moradia não 
encontra previsão expressa no taxativo rol que enumera os direitos sociais 
protegidos pela Constituição Federal de 1988 (CF). 
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c) A implementação de políticas públicas que objetivem concretizar os 
direitos sociais, pelo poder público, encontra limites que compreendem, de 
um lado, a razoabilidade da pretensão individual/social deduzida em face 
do poder público e, de outro, a existência de disponibilidade financeira do 
Estado para tornar efetivas as prestações positivas dele reclamadas. 
d) A CF prevê que as normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata. Com amparo nesse dispositivo, o 
Supremo Tribunal Federal (STF) já declarou a inconstitucionalidade e 
retirou do ordenamento jurídico lei que fixa o salário mínimo em valor 
inferior ao necessário para atender às necessidades vitais básicas do 
trabalhador e de sua família (moradia, alimentação, educação, transporte, 
saúde, vestuário, lazer, higiene, transporte e previdência social). 
Como se vê, a alternativa “a” está errada porque o direito à moradia constitui 
típico direito de segunda dimensão. Afinal, esses são os direitos econômicos, 
sociais e culturais, surgidos no início do século XX, como é exemplo o direito à 
moradia. 
A alternativa “b” está errada porque o direito à moradia constitui direito social, 
expressamente indicado no art. 6º da Constituição Federal. Aliás, vejamos se 
você está atualizado... Na nossa Constituição, a enumeração dos direitos 
sociais está no art. 6º: 
“São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a 
moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade 
e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.” 
Veja que destaquei não só o direito à moradia, mas também o direito à 
alimentação no art. 6°. É que se trata de inovação “fresquinha” promovida 
pela EC n° 64/2010, emenda que altera o art. 6º da Constituição Federal, para 
introduzir a alimentação como direito social. E as bancas adoram 
novidades, não é? 
A alternativa “c” está certa. Trata-se do princípio da reserva do 
financeiramente possível, segundo o qual o Poder Público está obrigado a 
implementar as políticas públicas que levem à concretização dos direitos 
sociais previstos na Constituição, mas no limite do financeiramente possível. 
Assim, a concretização de determinado direito social encontra limites não só na 
razoabilidade da pretensão deduzida em face do Poder Público como também 
na existência de disponibilidade financeira do Estado. 
A alternativa “d” está errada. Como comentado, a concretização dos direitos 
sociais encontra limites na reserva do financeiramente possível. É nesse 
sentido que se admite a fixação do valor do salário-mínimo em patamar 
inferior àquele esperado para a satisfação das necessidades vitais do 
trabalhador (moradia, alimentação, educação, transporte, saúde, vestuário, 
lazer, higiene, transporte e previdência social). Afinal, você acha que um 
trabalhador que sustenta sua família com um salário mínimo tem satisfeitas 
todas as suas necessidades vitais? Até lazer?!?... 
Gabarito: “c” 
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171)(CESPE/ANALISTA DE GESTÃO CORPORATIVA: 
ADVOGADO/HEMOBRÁS/2008) De acordo com o posicionamento 
majoritário na doutrina, os direitos sociais integram os denominados 
direitos fundamentais de segunda geração. 
Os direitos sociais integram a segunda dimensão (ou geração) dos direitos 
fundamentais, que caracterizam por exigir do Estado prestações positivas em 
respeito ao princípio da igualdade. 
Item certo. 
172)(CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/MT/2010) Pelo princípio da 
irredutibilidade salarial, a CF veda a redução de salários, mesmo que por 
decisão judicial, convenção ou acordo coletivo de trabalho. 
A Constituição assegura a garantia de irredutibilidade de salários, salvo o 
disposto em convenção ou acordo coletivo (CF, art. 7°, VI). 
Item errado. 
173)(CESPE/ADMINISTRADOR/AGU/2010) Ao sindicato cabe a defesa dos 
direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, até mesmo em 
questões judiciais ou administrativas, sendo permitida a criação, na 
mesma base territorial, de mais de uma organização sindical, em qualquer 
grau, representativa de categoria profissional ou econômica, as quais 
serão definidas pelos trabalhadores ou empregadores interessados. 
De fato, ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou 
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas 
(CF, art. 8°, III). 
Entretanto, a assertiva está incorreta, pois é vedada a criação de mais de uma 
organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria 
profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos 
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área 
de um Município (CF, art. 8°, II). 
Item errado. 
174)(CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/PGM/RR/2010) Nas empresas com 
mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um 
representante dos empregados com a finalidade exclusiva de promover o 
entendimento direto entre eles e os empregadores. 
Nos termos do art. 11 da CF/88, nas empresas com mais de duzentos 
empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a 
finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os 
empregadores. 
Item certo. 
175)(CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/PGM/RR/2010)Tanto o trabalhador 
urbano quanto o trabalhador rural têm direito a assistência gratuita para 
seus filhos e dependentes, em creches e pré-escolas até determinada 
idade. 
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No âmbito dos direitos sociais, a Constituição de 1988 equiparou trabalhadores 
urbanos e rurais. Nesse sentido, a eles é assegurado o direito à assistência 
gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de 
idade em creches e pré-escolas (CF, art. 7°, XXV). 
Item certo. 
176)(CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) Os 
sindicatos não têm legitimidade processual para atuar na defesa de 
direitos individuais da categoria que representem, mas são parte legítima 
para defender direitos e interesses coletivos, tanto na via judicial quanto 
na administrativa. 
Os sindicatos têm legitimidade para defender os direitos e interesses coletivos 
ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou 
administrativas (CF, art. 8°, III). 
Item errado. 
177)(CESPE/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/DPU/2010) O direito à vida 
e o direito à livre locomoção são exemplos de direitos sociais. 
O direito à vida e à livre locomoção não são direitos sociais, de segunda 
dimensão, mas individuais, de primeira geração. 
Item errado. 
178)(CESPE/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/DPU/2010) Os direitos 
sociais contemplados na CF, pela sua natureza, só podem ser classificados 
como direitos fundamentais de eficácia plena, não dependendo de 
normatividade ulterior. 
Diversos direitos sociais estão previstos em normas de eficácia limitada, 
dependentes de regulamentação para que possam produzir seus efeitos 
integrais. 
Veja o caso do inciso XXI do art. 7° da CF/88. Ele assegura o direito ao aviso 
prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos 
termos da lei. 
Em suma, o direito ao aviso prévio proporcional somente estará plenamente 
atendido quando uma lei regulamentar tal dispositivo (recentemente, o STF 
declarou a mora do Congresso em editar essa norma). Esse é um dos vários 
exemplos de direitos sociais previstos em normas de eficácia limitada. 
Item errado. 
179)(CESPE/TFCE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO/TCU/2009) A contribuição 
sindical definida em lei é obrigatória, mesmo para os profissionais liberais 
que não sejam filiados a sindicato. 
O art. 8° da CF trata do direito à livre associação sindical. Segundo o inciso IV, 
a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria 
profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo 
da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição 
prevista em lei. 
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A partir desse inciso podemos concluir que são duas as contribuições: (i) uma 
fixada em assembléia geral e (ii) outra fixada por lei. 
O importante é você saber que apenas essa última (fixada em lei) é 
compulsória para todos (filiados ou não) e tem natureza de tributo. A primeira 
seria devida apenas para aqueles trabalhadores filiados. 
A questão trata da contribuição fixada por lei e está correta. Essa tem natureza 
de tributo, sendo compulsória mesmo para os profissionais liberais não filiados. 
Item certo. 
180)(CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) Os 
sindicatos não têm legitimidade processual para atuar na defesa de 
direitos individuais da categoria que representem, mas são parte legítima 
para defender direitos e interesses coletivos, tanto na via judicial quanto 
na administrativa. 
Segundo o art. 8°, III da CF/88, ao sindicato cabe a defesa dos direitos e 
interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões 
judiciais ou administrativas. 
Item errado. 
181)(CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010) Os direitos 
sociais dos trabalhadores urbanos e rurais indicados no texto 
constitucional são extensíveis, em sua totalidade, aos servidores 
ocupantes de cargo público. 
Nem todos os direitos sociais são aplicáveis aos servidores públicos. Nos 
termos do § 3º do art. 39 da CF/88, aplica-se aos servidores ocupantes de 
cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, 
XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados 
de admissão quando a natureza do cargo o exigir. 
Segue a lista dos direitos sociais aplicáveis aos servidores: 
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a 
suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, 
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, 
com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada 
sua vinculação para qualquer fim; 
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem 
remuneração variável; 
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da 
aposentadoria; 
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa 
renda nos termos da lei; 
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta 
e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da 
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
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XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 
cinqüenta por cento à do normal; 
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais 
do que o salário normal; 
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a 
duração de cento e vinte dias; 
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos 
específicos, nos termos da lei; 
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, 
higiene e segurança; 
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério 
de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. 
Assim, está errado afirmar que, em sua totalidade, os direitos sociais aplicam-
se aos servidores públicos, uma vez que alguns direitos se aplicam aos 
servidores e outros não. 
Item errado. 
182)(CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) É direito social dos trabalhadores 
urbanos e rurais a jornada de sete horas para o trabalho realizado em 
turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva. 
Atenção! As questões que versam sobre direitos sociais, geralmente, limitam-
se a cobrar o conhecimento da literalidade dos incisos do art. 7° da CF/88. 
Portanto, vale a pena conhecer esse artigo. 
De acordo com o art. 7°, XIV: 
Art. 7° - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que 
visem à melhoria de sua condição social: 
(...) 
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos 
de revezamento, salvo negociação coletiva; 
Item errado. 
183)(CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE/MG/2008) 
Não constitui direito social dos trabalhadores urbanos e rurais 
a) a garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem 
remuneração variável. 
b) o seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, 
excluindo-se a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em 
dolo ou culpa. 
c) a irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo 
coletivo.DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ 
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d) a assistência gratuita aos filhos e dependentes, desde o nascimento até 
cinco anos de idade, em creches e pré-escolas. 
e) a igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício 
permanente e o trabalhador avulso. 
Os direitos sociais dos trabalhadores urbanos e rurais estão expressos no art. 
7º da Constituição Federal. Com exceção da letra “b”, todos os demais são 
direitos sociais previstos (incisos VII, VI, XXV e XXXIV do art. 7°). 
Quanto à letra “b”, saiba que o seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do 
empregador, não exclui a indenização a que este está obrigado, quando 
incorrer em dolo ou culpa (CF, art. 7º, XVIII). 
Gabarito: “b” 
184)(CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/MDS/2008) A CF estabelece a 
legitimidade dos sindicatos para defender em juízo os direitos e interesses 
coletivos dos integrantes da categoria que representam. Caso se trate de 
direitos individuais, o sindicato não terá legitimidade para defendê-los em 
juízo. 
Nos termos do art. 8°, III da CF/88, compete aos sindicatos a defesa dos 
direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em 
questões judiciais ou administrativas. 
Item errado. 
185)(CESPE/AUXILIAR DE TRÂNSITO/SEPLAG/DETRAN/DF/2008) O lazer é um 
direito social garantido pela CF. 
De acordo com a CF/88, são direitos sociais a educação, a saúde, a 
alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, 
a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados (CF, 
art. 6º). 
Item certo. 
186)(CESPE/JUIZ/TRF 5ª REGIÃO/2009) Considere que Carla, menor com 10 
meses de idade, não tenha acesso a uma creche pública gratuita por falta 
de vagas. Nessa situação hipotética, não poderia Carla ser matriculada em 
uma creche pública por força de decisão judicial, visto que a criação das 
condições desse serviço público decorre da análise dos critérios de 
conveniência e oportunidade do administrador, não havendo direito 
subjetivo na espécie. 
Segundo o STF, a educação infantil representa prerrogativa constitucional 
indisponível deferida às crianças. Assim, impõe-se, ao Estado, a obrigação 
constitucional de criar condições objetivas que possibilitem, de maneira 
concreta, o efetivo acesso e atendimento em creches e unidades de pré-escola. 
Ou seja, o poder judiciário poderia determinar a matrícula de Carla na creche, 
tendo em vista seu direito subjetivo à educação infantil e tendo em vista o fato 
de que a concretização desse direito não se expõe a avaliações meramente 
discricionárias da Administração Pública, nem pode se subordinar a 
razões de puro pragmatismo governamental. 
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Item errado. 
187)(CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRT 1ª REGIÃO/2008) 
Em relação aos direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, assinale a 
opção correta. 
a) O trabalho insalubre em minas de carvão ou na operação de máquinas 
que possam causar mutilação só é permitido a partir dos 18 anos de 
idade. 
b) Considere a seguinte situação hipotética. João foi demitido da fazenda 
onde trabalhava como ordenhador de ovelhas em 21/5/2002. Em 
13/5/2005, propôs reclamação trabalhista para cobrar verbas rescisórias a 
que tinha direito. O juiz do trabalho afastou a alegação de prescrição 
apresentada em contestação, sob o fundamento de que os créditos 
trabalhistas prescrevem em cinco anos. Nessa situação, o juiz do trabalho 
agiu corretamente. 
c) De acordo com o princípio que manda tratar igualmente os iguais e 
desigualmente os desiguais, os trabalhadores avulsos devem ser tratados 
distintamente daqueles que têm vínculo empregatício permanente. 
d) É inconstitucional regra interna de uma empresa que concede licença 
gestante de 180 dias às suas empregadas, visto que, de acordo com a CF, 
a licença tem duração de 120 dias. 
e) A regra interna de uma empresa que concede remuneração de serviço 
extraordinário de 60% a mais em relação à hora normal é 
inconstitucional. 
A alternativa “a” está correta. A Constituição Federal proíbe o trabalho 
noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a 
menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 
quatorze anos (art. 7º, XXXIII). 
A alternativa “b” está errada porque já havia ocorrido a prescrição quanto aos 
créditos trabalhistas (esta ocorre dois anos após a extinção do contrato de 
trabalho). A regra constitucional para a prescrição dos créditos resultantes das 
relações de trabalho (para trabalhadores urbanos e rurais) é a seguinte (CF, 
art. 7°, XXIX): 
I) 5 anos, como regra; 
II) 2 anos, caso extinto o contrato de trabalho. 
Assim, passados quase 3 anos não havia mais o que reclamar. Mas, veja que 
se ele entrasse com a referida ação imediatamente antes de prescrito o prazo, 
ele só teria os últimos 3 anos do seu contrato de trabalho para reclamar. 
Isso porque, extinto o contrato, corre contra o trabalhador o prazo 
prescricional de 5 anos. Assim, demorados dois anos para a ação só restariam 
três anos cobertos pelo contrato de trabalho. 
A alternativa “c” está errada porque a Constituição Federal assegura a 
igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício 
permanente e o trabalhador avulso (CF, art. 7º, XXXIV). 
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As alternativas “d” e “e” estão erradas pelo mesmo motivo. Evidentemente, a 
empresa pode criar regra mais favorável ao trabalhador, o que ocorreu em 
ambos os casos (180 dias de licença gestante em vez de 120 dias e adicional 
de hora extra de 60% em vez de 50%). O que não seria admitido é a regra 
interna não seguir a Constituição, em prejuízo ao trabalhador. 
Gabarito: “a” 
188)(CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA: EXECUÇÃO DE 
MANDADOS/TRT 1ª REGIÃO/2008) O STF entende que, enquanto não 
houver a regulamentação do direito de greve para os servidores públicos, 
é possível a aplicação, no que couber, da lei que disciplina a matéria para 
os empregados privados. 
Segundo decisão antiga do STF, o direito de greve dos servidores públicos está 
previsto em norma de eficácia limitada. Ou seja, depende ainda da 
regulamentação por lei ordinária específica para o seu exercício (CF, art. 37, 
VII). 
Dada a mora em produzir tal regulamentação, decisão do Supremo Tribunal 
Federal firmou entendimento de que, temporariamente (enquanto não houver 
essa regulamentação), os servidores públicos podem realizar movimentos 
grevistas, com a aplicação da lei de greve do setor privado (Lei nº 
7.783/1989). 
Item certo. 
189)(CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) É constitucional o decreto editado por 
chefe do Poder Executivo de unidade da Federação que determine a 
exoneração imediata de servidor público em estágio probatório, caso fique 
comprovada a participação deste na paralisação do serviço, a título de 
greve. 
O Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional decreto estadual por 
violar a Constituição Federal, na medida em que considerava o exercício não 
abusivo do direito constitucional de greve como fato desabonador da conduta 
do servidor público. No caso, se determinava imediata exoneração de servidor 
público em estágio probatório, caso fosse confirmada sua participação em 
paralisação do serviço a título de greve. 
Levantou-se ofensa ao direito de greve dos servidores públicos e das garantias 
do contraditório e da ampla defesa (ADI 3.235/AL, Rel. Min. Gilmar Mendes, 
julgamento em 04.02.2010). 
Item errado. 
190)(CESPE/AGENTE

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