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Resumo - Normas Constitucionais Inconstitucionais

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INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo fundamental desenvolver uma reflexão acerca das “Normas Constitucionais Inconstitucionais?”. Essa Teoria foi desenvolvida pelo jurista Otto Bachof, no início da década de 50, durante uma aula na Universidade de Heidelberg que viria posteriormente ser transformada em livro. Sabe-se que a Constituição trata-se do documento normativo mais importante de uma nação e que as normas constitucionais são dotadas de supremacia em relação às demais normas. 
CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO
A Constituição é como um sistema de normas jurídicas, derivando do pressuposto de que “uma norma só pode ser medida por normas, não por uma situação ou um processo evolutivo”. Cabendo, a partir deste conceito, diferenciar a Constituição apenas quanto ao seu conteúdo, sendo ele em sentido formal ou em sentido material.
A Constituição em sentido formal faz referência ao procedimento de criação das normas e em sentido material se refere ao conteúdo dessas normas em matéria de interesse estatal. Considerada a distinção entre constituição em sentido formal e sentido material, o autor faz a análise das normas constitucionais inválidas usando dois pontos distintos. A violação da constituição escrita e violação do direito constitucional não escrito.
CONSTITUIÇÃO E DIREITO SUPRALEGAL
Na teoria das normas constitucionais inconstitucionais há a possibilidade de invalidade das normas constitucionais por violação do direito supralegal. Tal direito seria constituído por “normas” que precedem a aparição ou formação do Estado, que não se referem tão somente aos direitos naturais dos indivíduos (vida, liberdade). Sua prévia concepção instituiria a observância a todos os Estados, independentemente da positivação na Constituição.
Porém a positivação do direito supralegal em uma Lei Fundamental não é dizer que todas as normas do direito natural tenham sido agregadas, nem que todas as normas constitucionais formais estejam de acordo com o direito supralegal positivado.
INCOSTITUCIONALIDADE DA NORMA CONSTITUCIONAL 
A noção de poder originário só é válida num sentido formal. Nenhum poder é, de fato, completamente inicial, autônomo e incondicionado. E a sua legitimidade, embora sempre invocada, até mesmo quando ditatorial o poder, não dispensa uma discussão de seus fundamentos. Não é completamente inicial porque o poder é sempre um conjunto de relações entre diversas forças sociais e só formalmente se pode determinar uma delas como o poder de onde derivam os demais poderes. Não é completamente autônomo porque, não só pela aceitação de limitações de ordem social, histórica, cultural, econômica, ideológica etc., ele já vem restringido. Não é completamente incondicionado porque não só frequentemente já recebe prefixadas certas diretrizes básicas, como sobretudo porque tem de atuar e deliberar conforme certas regras que antecedem sua manifestação.
Normas Constitucionais Inconstitucionais
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite a tese das normas constitucionais inconstitucionais, ou seja, de normas contraditórias advindas do poder constituinte originário. Assim, se o intérprete da Constituição se deparar com duas ou mais normas aparentemente contraditórias, caber-lhe-á compatibilizá-las, de modo que ambas continuem vigentes. Não há que se falar em controle de constitucionalidade de normas constitucionais, produto do trabalho do poder constituinte originário.
O Supremo Tribunal Federal apenas admite a possibilidade de controle de constitucionalidade em relação ao poder constituinte derivado, apreendendo-se, portanto, que as revisões e as emendas devem estar balizadas pelos parâmetros estabelecidos na Carta Magna.
Sobre o princípio da unidade da Constituição, Consiste numa especificação da interpretação sistemática, impondo ao intérprete o dever de harmonizar as tensões e conflitos existentes entre as normas constitucionais. Por afastar a tese de hierarquia entre os dispositivos da Constituição, esse princípio impede a declaração de inconstitucionalidade de uma norma constitucional originária.
 
Por outro lado, as cláusulas pétreas não podem ser invocadas para sustentação da tese da inconstitucionalidade de normas constitucionais inferiores em face de normas constitucionais superiores, porquanto a Constituição as prevê apenas como limites ao Poder Constituinte derivado ao rever ou ao emendar a Constituição elaborada pelo Poder Constituinte originário, e não como abarcando normas cuja observância se impôs ao próprio Poder Constituinte originário com relação as outras que não sejam consideradas como cláusulas pétreas, e, portanto, possam ser emendadas. Ação não conhecida por impossibilidade jurídica do pedido. (Destacamos)
A contradição entre normas constitucionais originárias não traduz, portanto, uma questão de inconstitucionalidade, mas sim de ilegitimidade da Constituição no tocante a um de seus pontos.
Quanto a competência para o julgamento de normas constitucionais inconstitucionais , não há que se falar em jurisdição do Supremo Tribunal Federal para apreciar a matéria, visto que não lhe compete fiscalizar o próprio poder constituinte originário, mas tão-somente exercer, “precipuamente, a guarda da Constituição” (art. 102, caput), para evitar que seja desrespeitada. Consequentemente, o Plenário do Tribunal, por unanimidade de votos, não conheceu a ação direta, por impossibilidade jurídica do pedido.
A emenda à Constituição pode infringir disposições processuais (inconstitucionalidade formal) e cláusulas pétreas (inconstitucionalidade material). Posição essa admitida no direito constitucional brasileiro.

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