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Vitor Marinho da Costa 1 Vitor Marinho da Costa Quarta-feira 17/10/2018 1. ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES: • Estresse, sedentarismos e alimentação. • Melhor controle dos pacientes. • Aumento da sobrevida. • Atendimento rotineiro no consultório. • Avaliação de sinais vitais. • As alterações cardiovasculares são temas bastante discutidos em congressos de anestesiologia devido ao fato dessas alterações terem se tornado frequentes em pacientes jovens, não sendo exclusivamente de pacientes idosos. Muitos fatores levaram ao aparecimento dessas alterações em jovens, dentre eles podemos destacar: o sedentarismo, a alimentação e o estresse da vida moderna. Com isso, esse paciente se tornam mais comuns no consultório do dentista. A qualidade de vida desses indivíduos aumentou, a taxa de sobrevida dos pacientes também aumentou fazendo com que seu atendimento seja rotineiro no consultório. • A avaliação dos sinais vitais deve ser realizada em toda consulta inicial, já nos casos de pacientes cardiopatas, gestantes e idosos, essa avaliação deve ser feita em TODAS as consultas. Vitor Marinho da Costa 2 Vitor Marinho da Costa 2. ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES: • Quando o paciente é considerado controlado? • Contato com o médio responsável. • Sempre quando entramos em contato com pacientes cardiovasculares devemos nos questionar se esse paciente tem a sua condição de saúde CONTROLADA, mas o que de fato garante esse controle? Bem, devemos sempre partir de alguns parâmetros ou de contato com o médico, como por meio de alguma carta escrita pelo próprio cardiologista (sinto te informar, mas isso é muito raro de acontecer). • Mínimo 4 a 6 semanas após IAM (Infarto agudo do miocárdio). • Mínimo 3 meses pós cirurgia de revascularização (Ex: Colocada de um estende). • Angina de peito estável (ausência em 2 semanas de episódios de dor). • Mínimo 6 meses após AVC. • ICC (insuficiência cardíaca congestiva) estável. • Em casos onde a carta do cardiologista não está presente, seguimos os parâmetros acima para sabermos se a doença cardiovascular está sob controle. É importante sabermos que alguns dos parâmetros são reconhecidos por você mesmo, já outros necessitarão do contato com o cardiologista. • Chamamos de angina estável aquela que passa após a realização de exercícios físicos ou após a admnistração de Isordil sublingual. Paciente com angina estável é considerado controlado quando está há 2 semanas sem episódios de dor. Diferentemente dos quadros de angina instável, que NUNCA será controlada, pois o paciente sentirá dor em repouso. • Nos casos de ICC dificilmente saberemos como lidar sozinhos com essa situação, necessitando assim de um parecer do médico do paciente. • Ideal – Menor ou igual a 120:80 mmHg • Aceitável – Menor ou igual 140:90 mmHg. • Procedimento – Menor ou igual a 160:100 mmHg. • OBSERVAÇÃO: Até 140:90 mmHg os cardiologistas consideram a hipertensão controlada. • FC em repouso < 100 bpm/min. • Nenhuma mudança recente. Vitor Marinho da Costa 3 Vitor Marinho da Costa 3. DOENÇAS CARDIOVASCULARES COMUNS: • Hipertensão arterial. • Doença cardíaca isquêmica (Angina e infarto agudo do miocárdio são incluídos nesse grupo). 4. HIPERTENSÃO ARTERIAL: • Joint National comitee on the Prevention, detection, evaluation and treatmentt of High Blood Pressure (2003). CLASSIFICAÇÃO PA PA SISTÓLICA (mmHg) PA DIASTÓLICA (mmHg) Normal < 120 e < 80 Pré-hipertensão 120 – 139 Ou 80 – 89 Hipertensão estágio I 140 – 159 Ou 90 – 99 Hipertensão estágio II ≥ 160 Ou ≥ 100 • Devemos observar a tabela e chegarmos a conclusão de que para um valor de PA ser considerado normal os dois valores (PA sistólica e PA diastólica) devem estar dentro das faixas de normalidade, já para que o valor seja considerado anormal basta que um valor esteja alterado. • OBSERVAÇÃO: A classificação sempre se dá guiada pelo MAIOR VALOR, por exemplo: 150/89 eles seriam classificados como Hipertensão estágio 5. ALTERAÇÕES CARDIOVASCULAR – HIPERTENSÃO ARTERIAL: • Paciente relaxado por 5 minutos. • Não fumar, exercitar ou comer nos 30 minutos anteriores. • 30% dos pacientes apresentam hipertensão. • Doença silenciosa. • Para que a aferição de pressão arterial seja fiel o paciente deve estar no mínimo 5 minutos em repouso, não ter feito grandes refeições, não ter fumado ou comido nos últimos 30 minutos. • O grande problema da hipertensão é a sintomatologia silenciosa dessa doença, então é comum que os pacientes relatem sentirem-se bem. A literatura diz que 30% dos pacientes apresentam hipertensão. Vitor Marinho da Costa 4 Vitor Marinho da Costa 6. HIPERTENSÃO ARTERIAL – VASOCONSTRITORES EM HIPERTENSOS: • “Quanto maior for o risco clínico de um paciente, mais importantes se torna o controle eficaz da ansiedade e da dor” – Benett, 1986. • Sedação mínima – Anestesia eficaz – Controle da hemostasia. • Uso do vasoconstritor: • Dose máxima de epinefrina por sessão para o paciente com doença cardiovascular controlada = 0,04 mg (40 microgramas). • Anestésicos locais com epinefrina 1:100.000 (18 microgramas de epinefrina) – 2 tubetes. • Anestésicos locais com epinefrina 1:200.000 (9 microgramas) – 4 tubetes. • OBSERVAÇÃO: Felipressina – 0,018 UI = 3 tubetes. • Pense na seguinte situação: Meu paciente é hipertenso (ou qualquer outra condição cardiovascular) e eu sei que a adrenalina tem a capacidade de aumentar a frequência cardíaca. Posso usar vasoconstritor adrenérgico nesse paciente? A resposta é SIM e você DEVE usar. Esse paciente precisa de um controle de DOR eficiente para evitar uma super liberação de adrenalina endógena pelo paciente, quando submetido a situações de estresse. Mesmo que você pense em usar PRILOCAINA, lembre-se que a dor e o sangramento não é controlado com a mesma efetividade que a ADRENALINA. Nesses casos é necessário sedação mínima, controle de dor e sangramento mínimo. • O uso de adrenalina deve acontecer se a condição do paciente estiver controlada. Nos casos de URGÊNCIA tratamos usando sem adrenalina (vasoconstritores não adrenérgicos). • OBSERVAÇÃO: A epinefrina 1:200.000 não é vendida mais no Brasil. 7. CLASSIFICAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL. • Valores de pressão arterial no estágio 1 (até 160/100 mmHg): • Procedimentos eletivos ou de urgência. • Sessões curtas matutinas. • Controle da ansiedade (via oral ou inalatória). • Os procedimentos eletivos e de urgência podem acontecer apenas com valores de PA que vão até 160/100 mmHg. Esses pacientes devem ser atendidos pela manhã e em sessões curtas, visto que os anti-hipertensivos costumam ser tomados pela manhã, o que reduziria a chance de crises hipertensivas e esse paciente não deve ser exposto a procedimentos de estresse agudos. Vitor Marinho da Costa 5 Vitor Marinho da Costa • Para esse paciente existem três opções de tratamento, lembre-se que nesses casos que limita a dose de anestésico é o VC. • Máximo 3 tubetes de Prilocaína com Felipressina 0,03UI/ml OU. • Máximo 2 tubetes de anestésicos com epinefrina 1.100.000 OU. • Máximo 4 tubetes anestésicos com epinefrina 1:200.000. • Injeção lenta com aspiração prévia. • Dipirona ou paracetamol para controle da dor. • ATENÇÃO: Pacientes com doenças cardiovascularescontrolada NÃO DEVEM FAZER USO DE AINES. Existem três classes de hipertensivos que tem seu efeito diminuído em conjunto de AINES. Assim o controle de dor deve ser feito com dipirona e paracetamol e quando se precisar de anti-inflamatório devemos usar corticóides. • Valores de pressão arterial no estágio 2 (entre 160/100 e 180/110 mmHg): • APENAS urgências devem ser atendidas. • Encaminhamento ao médico. • Protocolo de conduta: Sedação + máximo 2 tubetes de Prilocaína com Felipressina 0,03UI/ml + intervenção rápida (Tem por objetivo CONTER a dor, não é realizado um tratamento completo – Devemos abrir o dente e colocar curativo). • OBSERVAÇÃO: Alterações adicionais: Insuficiência cardíaca, congestiva, arritmias, história de infarto agudo do miocárdio o AVE e diabetes – Atendimento hospitalar. • ATENÇÃO: Pacientes com doenças cardiovasculares são considerados controlados até os valores de PA de 140/90 mmHg. • Se essa alteração de PA for somada com alguma outra condição de alteração cardiovascular, não deve ser atendido no consultório, mas sim no hospital (Ler observação). Vitor Marinho da Costa 6 Vitor Marinho da Costa • Valores de pressão arterial > 180/110 mmHg: • Nesses casos o paciente pode apresentar sintomatologia ou não, as duas situações são explanadas abaixo: • Hipertensão severa assintomática: • Contraindicação de atendimento odontológico. • Urgências: Ambiente hospitalar e avaliação médica. • Não cabe ao dentista administrar medicação anti-hipertensiva. • Não é necessário acionar o serviço móvel, mas ele deve sair do consultório e ir para o hospital. • Hipertensão severa sintomática: • Dor de cabeça, alterações visuais, sangramento nasal ou gengival espontâneo e dificuldade respiratória. • Procedimentos odontológico não são indicados. • Serviço móvel de urgência- e avaliação médica. • Eles só serão atendidos após controle de pressão arterial.
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