Buscar

VIROLOGIA VETERINÁRIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 41 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

VIROLOGIA VETERINÁRIA - Newton Mello
RITA E TATIANA
PROVA 01
Aula 01 - Morfologia e Replicação Viral
1. Características gerais:
- São partículas extremamente pequenas
- Basicamente proteínas + material genético
- São parasitas intracelulares obrigatórios
- Possuem apenas 1 ácido nucleico (DNA ou RNA), e o processo de replicação vai variar de acordo com o genoma e os tipos de proteínas virais
- Realização da técnica de PCR: necessário uma enzima DNA polimerase (Taq polimerase), uma enzima resistente a altas temperaturas. Com essa técnica é possível fazer a genotipagem viral para determinar reconhecimento, propriedades etc
- Estrutura viral: ácido nucleico, capsídeo (cápsula proteíca), enzima viral, envelope (presente em alguns vírus)
→ Genoma: sequência de nucleotídeos que será transcrita e traduzida, a sequência de nucleotídeos do genoma é o que dá a cada vírus suas características, determinando apresentação clínica das doenças causadas pelo vírus. Podendo ser: DNA ou RNA fita simples, dupla fita ou circular
→ Capsídeo: cápsula formada por proteínas, responsável por manter o genoma íntegro até chegar a célula-alvo. Em vírus sem envelope, será o capsídeo a parte mais externa, sendo responsável pela ligação com os receptores celulares da célula-alvo. Podendo ser: icosaédrico, helicoidal ou estrutura complexa
→ Envelope: surge a partir de membranas celulares. Em vírus envelopado, será a parte mais externa, sendo o que irá fazer a ligação a receptores celulares da célula-alvo. As partes mais externas dos vírus (capsídeo ou envelope viral) terão na estrutura fatores determinantes antigênicos, quais serão importantes para se defender do sistema imune, além de possuírem proteínas de ligação. Podendo ser: complexo, helicoidal, icosaédrico
→ Alguns vírus irão carregar enzimas essenciais para o processo de replicação, pois não terão na célula. Ex: há vírus que não encontrarão polimerase na célula própria para sua replicação, necessitando carregar sua enzima para o processo replicativo.
→ Vírus envelopados/não-envelopados irão possuir características e mecanismos de resistência diferentes. Ex: para destruir o envelope viral usa-se produtos como detergentes, o que irá inativar a partícula viral (destruirá a camada mais externa, qual liga a célula-alvo. Para inativar o vírus não envelopado usa-se, por exemplo, desnaturante de proteínas, como hipoclorito, formol etc. De modo geral, vírus não envelopados são mais resistentes ao ambiente, podendo resistir, por exemplo, a determinadas variações de pH, até encontrar a célula-alvo.
→ Alta variabilidade genética: para aumento do número de hospedeiros suscetíveis e mecanismo de proteção contra o sistema imune, podendo deixar o vírus mais patogênico). Essa alta variabilidade genética ocorre principalmente em vírus de genoma RNA.
→ DNA polimerase: vírus com genoma DNA geralmente vão iniciar a replicação dentro do núcleo celular, pois a DNA polimerase é uma enzima normalmente encontrada no núcleo da célula. A DNA polimerase DNA dependente é capaz de reparar possíveis erros na sequência dos nucleotídeos e, com isso, diminui a chance de ocorrência de mutações em vírus de DNA.
→ RNA polimerase: RNA polimerase RNA dependente - não existe célula viva na natureza que possua essa enzima, porque segue-se sempre o dogma central da biologia: DNA → RNA → PTN. Possui baixa ou nula capacidade de correção de eventuais erros, por isso, a chance de mutações dessas partículas virais são altas.
2. Replicação viral:
- 1ª fase: ADSORÇÃO: fase em que o vírus ancora na superfície celular. A ligação ocorre em sítios específicos da célula-alvo. Receptores celulares são componentes como: carboidratos, proteínas etc. Alguns vírus possuem células-alvo em mais de um tipo celular. Suscetibilidade celular: presença do receptor para o vírus.
- 2ª fase: PENETRAÇÃO: após se ligar corretamente, no receptor específico, o vírus penetra a célula de três formas: translocação, endocitose mediada por receptor, fusão.
→ Translocação: passagem direta da partícula viral através da membrana celular por poros (menos comum).
→ Endocitose mediada por receptor: processo em que a célula emite projeções para englobar as partículas virais e transportá-las para dentro do citoplasma da célula em vesículas citoplasmáticas. A diminuição do pH provoca desestabilização das membranas (da vesícula e do envelope, se houver), liberando o nucleocapsídeo do vírus no citoplasma.
→ Fusão: exclusivo para vírus envelopados. Após a adsorção, o envelope se fusiona com a membrana celular e o nucleocapsídeo é liberado no citoplasma.
- 3ª Fase: REPLICAÇÃO: 1ª fase: fase precoce, corresponde a primeira sequência de genes transcritos e traduzidos, com produção de proteínas de fase precoce (early - proteínas não estruturais) que interrompem o funcionamento normal da célula. 2ª fase: utilização do DNA/RNA para produção de novas cópias do genoma (late). 3ª fase: produção de proteínas estruturais (late) com formação, por fim, de novas partículas virais.
→ RNA+: necessita de RNA polimerase RNA dependente. Início do processo de replicação no citoplasma > formação de proteínas virais. Age diretamente como RNAm e ocorre a síntese de proteínas virais. A formação do genoma ocorre pela RNA polimerase RNA dependente, qual polimeriza uma fita de RNA- utilizando RNA como molde. Esse RNA- servirá de molde para novas fitas complementares de RNA+, quais irão compor a nova partícula viral. Ao final, proteínas estruturais e genoma se unem e formam as novas partículas virais.
→ RNA-: não age diretamente como RNAm. A RNA polimerase RNA dependente polimeriza uma fita RNA+, qual vai agir como RNAm para síntese de proteínas virais para produção do capsídeo. O RNA+ servirá como molde para a produção de novas cópias de RNA-, qual irá compor novas partículas virais.
→ RNAdf: a fita positiva fica inativa e a replicação ocorre pela fita negativa. A RNA polimerase RNA dependente polimeriza RNA+, qual vai servir de molde para novos RNA- complementares. Ao fim, a RNA+ irá formar com RNA- novo genoma, qual se unirá com o capsídeo para formação de nova partícula viral.
→ DNA: atravessa para o núcleo, onde encontrará a DNA polimerase celular. Alguns vírus de genoma DNA se replicam melhor na fase de divisão celular pois a quantidade de DNA polimerase no núcleo se expandirá. DNA polimerase fará novas cópias de DNA, qual será transcrito em RNAm para produção de proteínas virais, qual junto com o DNA recém formado irá compor novas partículas virais.
→ Retrovírus: genoma RNA. Utiliza transcriptase reversa, DNA polimerase RNA dependente e integrase, qual insere o DNA viral no DNA da célula hospedeira, fazendo com que as células-filhas carregam a informação genética do vírus. Associados a doenças crônicas. Utiliza um RNA como molde para produção de DNA, qual é integrado ao genoma do hospedeiro e, posteriormente, transcrito em proteínas pela RNA polimerase DNA dependente. Células de defesa se formam já com essa informação viral integrada no genoma, gerando depressão imune.
- 5ª fase: MATURAÇÃO OU MONTAGEM: proteínas virais estruturais se associam espontaneamente, formando o capsídeo, onde o ácido nucleico é inserido.
- 6ª fase: LIBERAÇÃO: vírus não envelopado: lise celular. Vírus envelopado: brotamento ou exocitose. De qualquer forma a célula morre.
Aula 02 - Patogenia das viroses e resposta do hospedeiro às infecções virais
→ Mesmo quando há receptores para o vírus, não há garantia que haja replicação, pois esse processo dependerá da permissibilidade da célula a replicação viral. Quando a infecção leva a produção de partículas virais dizemos que é infecção produtiva. Ex: parvovírus faz replicação somente em células mitóticas, pois usa DNA polimerase. Portanto, a célula somente é permissível a replicação viral do parvovírus quando em fase mitótica. Se não houver a produção de partículas virais, denomina-se infecção abortiva.
	1. Patogenia: mecanismos pelos quais os vírus induzem doençano hospedeiro (processo de desenvolvimento de uma doença). Penetração > disseminação > replicação no órgão-alvo > lesão > doença. Para isso, depende de características do vírus e do hospedeiro:
→ Características do vírus: dose (carga viral) - quantidade viral a que o indivíduo entrou em contato > virulência - capacidade do vírus de causar doença no hospedeiro (nem todo vírus causa doença; também há vários graus de virulência) > 
→ Características do hospedeiro: genética - presença de receptores > idade - para filhotes o sistema imune ainda não está maduro, para idosos o sistema imune não está mais em pleno funcionamento > estado nutricional > estado hormonal (imunossupressores) > estado imunológico.
→ Porta de entrada: pele > mucosas (TGI, trato respiratório, trato urogenital etc) > vertical - in utero.
→ Tipos de infecção: infecção localizada - limitada às proximidades do sítio de penetração e replicação primária, sinais clínicos estão restritos a porta de entrada. Não fazem viremia, não se disseminam pelo organismo. Período de incubação curto: 1 a 2 dias. Ex: vírus influenza no trato respiratório em equinos. Infecção disseminada ou sistêmica - disseminação via sangue (viremia), seja livre ou associado à célula. O vírus replica na porta de entrada, são drenados pelos linfonodos regionais, replicam, fazem viremia e se disseminam para órgãos. Ex: cinomose - transmissão via respiratória, replica-se, faz viremia > baço, fígado, medula óssea > viremia > disseminação para órgãos alvos > sinais clínicos. Período de incubação longo, de 10-15 dias.
→ Disseminação via neuronal: ex: vírus da raiva e herpes vírus.
→ Mecanismos de resistência do hospedeiro: resposta imune inata (rápida e inespecífica) > resposta imune adquirida (lenta, específica, memória) - produção de anticorpos > imunidade mediada por células.
→ Células:
Células dendríticas (DCs): responsáveis por fazer ponte entre a imunidade inata e adaptativa. Vão capturar o vírus na porta de entrada, processar o antígeno no seu interior e apresentar as proteínas desse antígeno, junto com as células de MHC classe II, para o linfócito T auxiliar do linfonodo regional, iniciando a resposta imune específica ou adaptativa. Reconhecem o antígeno porque eles apresentam PAMP’s (padrão molecular associado aos patógenos) quais são reconhecidos pelos receptores do tipo toll, presentes nas células dendríticas. Estão nos tecidos periféricos, onde capturam, fagocitam antígenos e dirigem se aos órgãos linfóides secundários, onde apresentam para os LB e LT.
Macrófagos: fagocitose da partícula viral - alguns vírus apresentam a capacidade de replicar em macrófagos, então ao fagocitar favorece a replicação do vírus.
Células NK (natural killer): são o primeiro mecanismo de destruição das células infectadas por vírus. Receptor que reconhece MHC de classe I, reconhecendo que está tudo certo com a célula. Quando a célula infectada diminui a expressão do MHC de classe I, as NKs liberam perforinas e granzimas, quais irão causar destruição da célula infectada. 3 dias após a infecção já há atuação das NKs.
Mecanismos de ação dos interferons do tipo 1 (alfa e beta): estabelecer o estado antiviral > estado de resistência viral - inibição da síntese de proteínas pela degradação do RNAm.
→ Resposta imune adaptativa: linfócitos T auxiliares (CD4) e citotóxicos (CD8) e linfócitos B, quais irão se diferenciar em plasmócitos B para produção de anticorpos. Interferon gama: produzido pelas células CD4, quando estimulados por um antígeno, sua função principal é de modular a resposta imune.
→ Três classes de anticorpos produzidos durante uma infecção viral: IgA - IgG e IgM. Os anticorpos contribuem para eliminação viral de três formas: de forma neutralizante > gerando lise celular a partir do sistema complemento > atuando como marcadores na opsonização pelo macrófago.
→ Citotoxicidade celular dependente de anticorpos (ADCC): NK apresenta receptor para região Fc do anticorpo, ligando e gerando lise celular da célula infectada. NK, portanto, atua na imunidade inata (primeiro mecanismo imune de resposta) e na imunidade adaptativa. Macrófagos também irão apresentar receptores para imunoglobulinas, fagocitando-as e, posteriormente, causando destruição.
→ Ao final da resposta, linfocinas serão produzidas, reajustando a resposta imune (homeostase).
→ Células de memória: respondem rapidamente a uma segunda exposição ao Ag - resposta secundária rápida e efetiva, sendo base da imunidade prolongada.
→ Anticorpos importantes no controle da infecção viral: IgM - marcador de infecção recente > em um primeiro contato com o vírus. Encontra-se no soro em até 2-3 meses após a infecção. Pode servir de marcador para infecção aguda e diagnóstico de infecção congênita. Somente é produzida em quantidades significativas quando é a primeira vez que o indivíduo entrou em contato com o vírus. Nas demais vezes não é produzido em quantidades detectáveis. IgG - marcador de reinfecção > resposta vacinal. É detectável no organismo pela vida toda. IgA - imunidade de mucosa (TGI, trato respiratório etc).
→ O resultado de uma infecção viral depende de alguns fatores:
	Capacidade do vírus de penetrar pela via adequada > replicação primária em tecidos próximos ao local de entrada > evasão dos mecanismos naturais de defesa > disseminação para órgãos/tecidos-alvo > replicação eficiente nos tecidos > produção ou não de injúria tecidual.
→ Tipos de infecção:
	Infecção aguda: indivíduo se infecta > vírus replica > transmite o vírus. Apresenta sintomas e a resposta imune elimina o vírus da célula infectada.
	Infecção subclínica ou inaparente: não há apresentação de sintomas. Considerado um problema no ponto de vista de controle de doenças. Indivíduo se infecta > vírus replica > transmite o vírus > não apresenta sintomas mas desenvolve a resposta imune, eliminando o vírus e célula infectada.
	Infecção persistente: em geral, o vírus apresenta um ou mais mecanismos de escape e mesmo que o indivíduo desenvolva uma resposta imune, não será capaz de eliminar o vírus. Há dois tipos de infecção persistente: Retrovírus e Herpesvírus (recorrente).
	Infecção recorrente: o Herpesvírus estabelece latência, migrando pelas terminações nervosas. Estabelece latência nos gânglios nervosos. No período de latência não há replicação viral, não ocorrendo, portanto, transmissão viral. No período de recorrência (reativação), há replicação, transmissão e sintomas. O indivíduo se torna portador para a vida toda.
	Infecção congênita: mãe soronegativa na época de infecção. O vírus infecta a mãe, replica, faz viremia, atravessa a placenta e atinge o feto, podendo levar ao aborto ou má formação.
Aula 03 - Diagnóstico laboratorial das viroses
→ Para detectar o vírus (método diretos):
	Métodos clássicos: métodos que permitem isolar o vírus, necessitando de um sistema hospedeiro. Permite analisar se o vírus é infeccioso.
	Métodos rápidos: detecção dos antígenos virais ou do genoma viral. Microscopia eletrônica (observação da partícula viral) - reações imunológicas: imunofluorescência ou ensaio imunoenzimático - PCR (detecção do genoma viral, reação em cadeia pela polimerase).
→ Para detectar a resposta imune ao vírus (métodos indiretos): coleta de amostra do paciente para detecção de anticorpos. 
→ Coleta e envio do material para o laboratório: uso de material descartável limpo e esterelizado > antissepsia no local da coleta (álcool iodado) > refrigeração em caixa isotérmica e gelo reciclável > acondicionamento e identificação adequados.
→ Para o isolamento do vírus, é usado um Sistema Hospedeiro Vivo (clássico) que pode ser: ovos embrionados e cultura de células (única metodologia que permite analisar se o vírus da amostra é infeccioso).
	1. Ovos embrionados: oriundos de aves livres de agentes patogênicos (SPF). Há várias estruturas que permitem isolar uma partícula viral. Muito usados para isolamento de vírus que infectam aves e também usados na produção de vacinas.Etapas do processo: amostra clínica > inoculação dessa amostra na cavidade alantóide dos ovos embrionados > incubação dos ovos por 48hrs > coleta do líquido na cavidade alantóide para verificar se houve replicação viral. Para definir qual é o vírus especificamente, faz a reação de inibição da hemaglutinação (HI): coleta do líquido alantóide > aplicação de um anticorpo específico para o vírus > adiciona-se hemácias > não ocorrendo a aglutinação das hemácias, o resultado é positivo, pois os anticorpos aplicados se ligaram aos respectivos vírus no líquido alantóide. Outra região utilizada para inocular o vírus é a membrana corioalantóide (é altamente vascularizada > inoculação do vírus > replicação > lise celular > formação dos Pocks).
	2. Cultura de células: células cultivadas in vitro. Deve-se ser oferecido um meio rico em nutrientes necessários ao desenvolvimento. O vírus íntegro quando inoculado na célula vai se replicar a ponto de causar lise celular, sendo possível ser observado em microscópio as células rompidas, chamado de efeito citopático. Efeito citopático: alterações morfológicas que ocorrem na célula que indica a ocorrência de replicação viral, sem indicar qual é o vírus. Para a identificação do vírus faz-se uma reação de imunofluorescência, utilizada para detectar o vírus/antígeno no interior das células.
	3. Microscopia eletrônica: não é utilizado na rotina. Possibilita a observação da morfologia viral. Coloração negativa: amostra + corante de alta densidade eletrônica.
	4. Imunofluorescência: utilizado para detectar o vírus isolado em cultura de células. Pode ser utilizado como teste rápido de diagnóstico para a detecção de uma proteína viral, com anticorpo específico.
	5. Ensaio imunoenzimático (ELISA): ensaio que possui vantagem por possibilitar testar grande número de amostras. A leitura do teste baseia-se no desenvolvimento da coloração. Etapas: cavidade na placa contendo anticorpo específico na microplaca > adição da amostra clínica (Ag) > adição do conjugado (anticorpo marcado com uma enzima > adição do substrato da enzima > desenvolvimento de cor. A diferença entre ELISA e Imunofluorescência é o conjugado (anticorpo+enzima) e seu resultado já possui coloração, não há necessidade de levar a microscópio.
	6. PCR: reação da polimerase em cadeia - amplifica uma sequência alvo. Ocorre desnaturação do ácido nucleico por temperatura para observação da região desejada. A DNA polimerase é uma enzima termossensível, portanto, não é apropriada para a técnica de PCR, para isso utiliza-se a enzima Taq polimerase, termorresistente. Processo: amostra > adição dos pares iniciadores (primers, para reconhecimento da região iniciadora - especificidade da reação) > duplicação. Fases: termociclador > desnaturação > primers se ligam a fita > Taq polimerase se liga e inicia a polimerização. A cada ciclo o crescimento é exponencial. Para observação do resultado pega-se o produto e faz eletroforese em gel de agarose e observa-se as marcas no gel para concluir se deu positivo ou negativo. A diferença do PCR convencional para o quantitativo/em tempo real é a utilização da sonda fluorescente, além dos demais componentes. É importante quantificar a carga viral para tratamentos de viroterapia, para saber se o tratamento está sendo eficaz.
Aula 03 - Prevenção e controle das viroses
	1. Vacinas:
→ A vacina deve: promover a produção da imunidade, qual deve ser prolongada > segurança > efeitos colaterais mínimos > estabilidade.
→ Compostas por: agente biológico, estabilizadores e conservantes. Adjuvante: qualquer material ou substância que altera o tipo, a velocidade, a intensidade ou a duração da resposta imune. Não específico: ação irritante (óleos e saponinas) que aumentam a migração das células apresentadoras de antígenos (macrófagos) para o local de depósito do antígeno; específico: citocinas. Vantagens dos adjuvantes: aceleram e ampliam a resposta imune > aumentam a resposta das células de memória, prolongando a imunidade. Desvantagens dos adjuvantes: inchaço, dor, inflamação crônica no local da injeção (granuloma inflamatório) - decorrente da atividade inflamatória e irritante.
→ Vias de aplicação: intramuscular - subcutânea - intradérmica - intraperitoneal - intravenosa (além de intra-ocular, oral, ração e água).
→ Tipos de vacinas:
	Vacinas não replicativas ou inativadas: não infecciosa mas com imunogenicidade. Não há partícula viral funcional. A inativação viral pode ocorrer por: agentes químicos ou físicos. Como não há replicação viral, pode-se utilizar em animais imunocomprometidos. Necessita de doses de reforço.
	Vacinas replicativas ou atenuadas: vírus vivos modificados. Apesar da capacidade replicativa, não possui capacidade de virulência (de causar doença). Desvantagens: podem ser capazes de fazer reversão à virulência (decorrente em animais imunossuprimidos), por esse motivo não aplica-se em grávidas e em animais imunocomprometidos > são menos resistentes a variação de temperatura. Não há necessidade de adjuvantes.
	Vacinas de subunidades: alternativa a vacinas inativadas. Compostas por proteínas/peptídeos virais purificados ou sintéticos - proteínas imunogenicamente importantes. Busca-se no vírus genes importantes para a produção da resposta imune. Vantagens: segurança, podem ser usadas para vírus não cultiváveis, apresentam melhor resposta imunológica, produção rápida sem o risco de reversão a virulência. Desvantagens: alto custo, dificuldade de produção.
	Vacina de vetores: tecnologia do DNA recombinante - alternativa a vacinas replicativas. Seleciona o gene alvo do vírus > inocula em outro vírus (geralmente Poxvírus) > vírus passa a expressar a proteína do primeiro agente na superfície > estimulação da produção de anticorpos.
→ Falhas vacinais: considera-se hospedeiro (pode ser animal debilitado, desnutrição, infecção concorrente, ingestão de drogas imunossupressoras, stress, etc) > a forma como a vacina é conservada : período de suscetibilidade para filhotes de até 4 meses - o filhote ingere colostro rico em anticorpos neutralizantes, essa imunidade passiva bloqueia o antígeno antes que o próprio filhote possa desenvolver a imunidade ativa.
	PROVA 02
Aula 04 - Parvovírus e Coronavírus
PARVOVÍRUS
	1. Características gerais:
→ Família: Parvoviridae - pequenos vírus; partícula viral pequena
→ Vírus que causam principalmente a gastroenterite, que apresenta: apatia, náusea e vômito.
→ Única família de vírus que possui genoma DNA simples fita.
→ Capsídeo icosaédrico - formado pela VP1 e VP2, VP2 constitui 95% do capsídeo. Funções da VP2: confere capacidade de aglutinar hemácias vitro e é um determinante antigênico para a inibição de anticorpos neutralizantes.
→ Não possuem envelope. Resistentes a aquecimento de 56°C por 60 min; variação de pH 3~9 e a solventes lipídicos. Sensíveis a agentes desnaturantes de proteínas.
→ Gênero: protoparvovírus carnívoro 1 - parvovírus felino (FPV) → FPLV e parvovírus canino (CPV) → CPV-2 > protoparvovírus ungulado 1 - parvovírus suíno (PPV)
	2. Replicação viral:
O Parvovírus é considerado um vírus autonomo, ou seja, não necessita que a célula esteja infectada por outro vírus. São dependentes que a célula esteja em fase mitótica, para que tenha a presença da DNA polimerase importante para a duplicação da fita simples de DNA viral. Por isso, a parvovirose acomete mais filhotes que estão em fase de desmame e a mudança da alimentação animal, onde há aumento do turn-over das células do intestino.
Adsorção: VP2 se liga a transferrina > Penetração: por ser um vírus não envelopado, vai penetrar por endocitose mediada por receptor. Haverá separação do capsídeo e do genoma viral no fagossoma por diminuição do pH > Replicação: por ser um vírus de genoma DNA, vai para o núcleo celular fazer a duplicação do material genético, posteriormente, a síntese das proteínas virais ocorrerá nos ribossomos presentes no citoplasma > Montagem/reestruturação: proteínas virais estruturais retornam parao núcleo onde irá se fundir com o genoma duplicado > Liberação: ocorrerá por lise celular.
	3. Importância na medicina veterinária:
→ FPV: parvovírus felino - gatos - hipoplasia cerebelar, panleucopenia, enterite
→ CPV: parvovírus canino - cães e gatos - miocardite, leucopenia, enterite
→ PPV: parvovírus suíno - suínos - infertilidade, aborto, mumificação fetal
O parvovírus canino é uma variação do parvovírus felino, qual conseguiu alterar seu espectro de hospedeiro. Depois de diversas variações, circulam CPV 2a/2b/2c
→ A alta variabilidade genética do parvovírus ocorre por 3 fatores: tamanho e tipo do genoma viral, com único filamento de DNA, proporcionando rápida replicação viral > co-circulação de diferentes tipos de parvovírus na população canina e felina > co-infecções de mais de um tipo viral em um mesmo hospedeiro.
	4. Patogenia da infecção por FPV e CPV:
→ Único vírus gastrointestinal que faz viremia e, por isso, a vacina funciona muito bem contra o vírus.
→ Porta de entrada pela via oral-fecal (água, alimentos contaminados > Replicação nos linfonodos regionais da orofaringe > Viremia atinge órgãos-alvos; tempo de incubação de 1 semana.
→ O vírus tem tropismo pelas células da cripta do intestino delgado, provocando lise celular e destruição das vilosidades, gerando diarreia.
→ Diagnóstico laboratorial: Amostra de fezes > Métodos rápidos: ensaio imunoenzimático, ensaio imunocromatográfico ou PCR > Métodos clássicos: isolamento em cultura de células.
→ Prevenção e controle: Vacina com vírus atenuado, de acordo com protocolo. A última dose não deve ser feita antes dos 4 meses, para não sofrer interferência dos anticorpos maternos.
→ Período de suscetibilidade: período em que os Ac maternos interferem na resposta a vacinação e não protegem contra a infecção por vírus selvagens - impede a resposta vacinal mas pode desenvolver a doença caso entre em contato com o vírus selvagem.
	4. Patogenia pelo PPV - Parvovírus suíno:
→ Vírus eliminado nas fezes e, grande parte das vezes, o hospedeiro fica assintomático.
→ Falha reprodutiva: SMEDI - nascimento prematuro > mumificação > morte embrionária > infertilidade.
→ Infecção oronasal (contato com fezes ou restos de abortos) > replicação no tecido linfóide > viremia (3-5 dias) > infecção transplacentária (14 dias) > fêmeas soronegativas: 1ª metade da gestação.
→ Infecção na gestação: em fêmeas soronegativas, primíparas. Até 30 dias: morte parcial ou total dos embriões, quais são reabsorvidos. Entre 30 a 55 dias: morte dos fetos, ocorrendo reabsorção dos tecidos moles, mas os tecidos ósseos não, levando a mumificação. Após 65-70 dias: feto imunocompetente - falha reprodutiva incomum.
→ Infecção assintomática em adultos.
→ Diagnóstico laboratorial: amostras - fetos mumificados ou abortados e placenta, detecção via PCR.
→ Perfil sorológico do rebanho: detecção de anticorpos, para identificar se as fêmeas multíparas estão sendo imunizadas no período correto.
→ Prevenção: vacina inativada nas fêmeas 30 dias antes do período de cobertura.
CORONAVÍRUS
	1. Características gerais:
→ Família: Coronaviridae
→ Partículas irregulares - maiores que o parvovírus
→ Envelopado; envelope com glicoproteínas: S: spike - ligação do vírus ao receptor celular, estimulando a fusão celular; maior antígeno (anticorpos dirigidos a esta proteína S) > M: transmembrana > E: proteína menor do envelope > HE: hemaglutinina/ esterase (CoV 2)
→ Nucleocapsídeo: simetria helicoidal e nucleoproteína N
→ Genoma: RNA+ fita simples - mais infeccioso. Um dos maiores genomas virais existentes. Alta variabilidade genética
→ Alfa coronavírus: canino, felino e o vírus da gastroenterite transmissível suíno
→ Beta coronavírus: coronavírus bovino
→ Gama coronavírus: vírus da bronquite aviária
	2. Replicação viral:
→ Ocorre no citoplasma
→ Adsorção: a glicoproteína S do envelope viral se ligará ao receptor de membrana > Penetração: endocitose mediada por receptor, formação do endossoma, onde ocorrerá diminuição do pH para promover a fusão do envelope com a membrana do endossoma, liberando o nucleocapsídeo no citoplasma > Replicação do genoma: ocorre no citoplasma com ordem típica de RNA+ > Liberação: adquire seu envelope de membranas internas, liberado por exocitose
	3. Patogenia:
→ Está associado a quadros de diarreia nos cães e bezerros
→ Infecção localizada, com período de incubação de 1 a 2 dias
→ Possuem tropismo por células do ápice do intestino delgado (parvovírus tem tropismo pelas células da cripta). O desenvolvimento do coronavírus nessas células vai causar a necrose, achatamento das vilosidades e, portanto, redução da absorção.
→ Diarreias: com a perda da capacidade de absorver água e eletrólitos, leva um quadro de diarreia osmótica. As infecções gastrointestinais são muito comuns no período neonatal, nessa fase o animal se alimenta principalmente de leite, qual possui lactose. As células do ápice possuem papel importante na degradação da lactose na produção de lactase, com a destruição dessas células e, consequentemente, redução na produção de lactase, haverá acúmulo de lactose no lúmen intestinal, qual serve de meio para replicação viral e retém líquido no lúmen intestinal, agravando o quadro de diarreia.
→ Gravidade: dose infectante (carga viral) > Ac materno > virulência da amostra
	4. Tipos virais:
→ Coronavírus bovino (BCoV): há aumento dos casos de infecção por corona principalmente no inverno (ar mais seco).
	Diagnóstico: microscopia eletrônica (pouco usada)> isolamento viral > PCR
	Profilaxia: Vacinação para prevenir diarreia em bezerros recém nascidos, para isso, deve-se aplicar a vacina na mãe quando gestante para aumentar o nível de Ac no colostro (aplicar a vacina diretamente no bezerro não é recomendado). Administração do colostro > limpeza e desinfecção das instalações > sanidade do parto.
→ Coronavírus canino (CCoV):
	Após a entrada no organismo, alcança a mucosa intestinal via passagem esôfago/estômago. Imunidade: IgA. Infecção primária predispõe as células intestinais à infecção pelo CPV.
	Recombinação: por serem todos vírus pertencentes ao mesmo grupo (alfa coronavírus): o gato pode se infectar com coronavírus de cão e gato ao mesmo tempo, ocorrendo replicação do genoma do vírus de cão e gato ao mesmo tempo, com isso, a RNA polimerase pode começar copiando o genoma do gato, alternar, e terminar copiando o genoma do vírus canino.
	Co-infecção: coronavírus degrada o ápice das vilosidades e, na tentativa de repor essas células do ápice, as células da cripta entram em atividade mitótica, favorecendo a infecção por parvovírus, degradando também as células da cripta.
	Diagnóstico: microscopia eletrônica > isolamento viral > clínica: kits de ELISA direto > RT-PCR.
Profilaxia: vacinação para estimular anticorpos de mucosa.
→ Coronavírus felino (FCoV):
	Replicação nos enterócitos - infecção assintomática ou apresentação de diarreia
	Mutação: replicação nos macrófagos > doença sistêmica > peritonite infecciosa felina (FIP, mediada pela exacerbação da resposta imune.
	Peritonite infecciosa felina: o vírus sofre mutação > infecta e se replica nos macrófagos > macrófagos liberam algumas interleucinas > apoptose do LT, gerando diminuição do número de LT (linfopenia). O anticorpo complexado ativa o sistema complemento, estimulando a lise celular de células endoteliais e o extravasamento do líquido, provocando aumento da permeabilidade vascular, gerando acúmulo de líquido.
	Transmissão fecal-oral: fezes, saliva, contato próximo.
	Mutações: stress, genética, infecções concomitantes, drogas e doenças imunossupressoras etc, são fatores predisponentes.
	Diagnóstico: sorologia > RT-PCR
	Profilaxia: Vacinação não é recomendada, porque anticorpos são importantes para a progressão da doença > limpeza e desinfecção das instalações > isolamento dos animais doentes > evitar superpopulação de cães e gatos.
→ Vírus da bronquiteinfecciosa aviária (IBV):
	Coronavírus das aves domésticas - gera perdas de produção por esse vírus
	Infecção do trato respiratório superior > células epiteliais ciliadas da mucosa > células secretoras de muco (lesão na traqueia) > viremia > rins, TGI, oviduto > diminuição do crescimento e na produção de ovos
	Diagnóstico laboratorial: isolamento viral > PCR
	Prevenção: aves de corte: vacina atenuada no primeiro dia de vida administrada na água - para prevenir problemas respiratórios > poedeiras e matrizes: prevenir perdas econômicas - porque gera redução da produção e/ou baixa qualidade dos ovos
Aula 05 - Rotavírus
	1. Características gerais:
→ Genoma: RNA dupla fita segmentado. Alta variabilidade genética
→ Sem envelope
→ Altamente resistentes e alta infecciosidade
→ Capsídeo icosaédrico - VP1, VP2, VP3 e internamente a VP6 - proteína de maior quantidade no capsídeo, utilizada em testes de ELISA. Há diferentes VP6 para diferentes rotavírus, classificando-os em grupos de A a G, explicando casos em que há mais de um quadro de diarreia por rotavírus. Capsídeo externo: VP4 e VP7 - sensíveis a proteases, respostas imunes contra essas proteínas
→ Proteínas não-estruturais: NSP1-NSP5. NSP4 - enterotoxina viral
→ Único vírus que possui proteína de capsídeo que é tóxica para a célula - enterotoxina viral
→ Acomete todas as espécies de animais
→ Ocorre muito em crianças pequenas
→ Relacionado APENAS a gastroenterite
→ Infecção localizada de caráter aguda no enterócito - ocorre destruição do enterócito, qual possui função de absorção de água e nutrientes, principalmente. Esse processo inflamatório acontece principalmente na porção proximal do delgado, causa dor, alterações peristálticas, náuseas e ocasionalmente vômitos.
→ Principal família associada a diarreias virais. Principal causador de diarreias neonatais em bovinos e suínos
→ Transmissão via oral-fecal - filhotes em bezerreiros ficam com outros animais, ficando suscetíveis a infecções por rotavírus, qual tem potencial zoonótico
→ Alta resistência ao ambiente, baixa dose infectante, liberação de grande número de partículas virais nas fezes
→ Diferentes genótipos:
	Mutações aleatórias: alterações pontuais na sequência de nucleotídeos - a RNA polimerase RNA dependente insere nucleotídeos errados e como não possui função de exonuclease, não há a correção. Duplicação ou deleção no genoma.
	Reestruturação (reassortment): ocorre apenas em vírus de genoma segmentado - troca de genoma entre as diferentes estirpes virais em processos de co-infecções. Troca de todo um segmento genômico, o que corresponde a mais de 7000 nucleotídeos, gerando um impacto na população suscetível muito maior.
	2. Replicação viral: os aspectos não são totalmente conhecidos. O processo ocorre somente no citoplasma. A infecção culmina na lise celular, ocasionando lise do enterócito.
	3. Patogenia: 
→ Transmissão oral-fecal, respiratória por aerossóis e indireta
→ Eliminação: 1 trilhão de partículas virais por grama de fezes
→ Dose infectante: 10 partículas
→ Idade de infecção: 0-2 meses
→ Período de incubação: 24-48 horas
→ Acomete principalmente neonatos
→ A diarreia depende de: carga viral > temperatura > estado do hospedeiro
→ Mecanismos da diarreia por Rotavírus:
	Diarreia por má absorção: destruição dos enterócitos, causando redução da absorção de água e nutrientes, se acumulando no lúmen intestinal.
	Diarreia osmótica: a destruição dos enterócitos diminui a produção de lactase, fazendo com que a lactose se acumule no lúmen intestinal. A lactose tem alta osmolaridade, retendo água no lúmen intestinal. Esse tipo de diarreia ocorre principalmente em neonatos, quais têm alimentação rica em leite.
	Diarreia secretora: a NPS4 (proteína não estrutural, não compõe o capsídeo), quando em alta concentração no citoplasma do enterócito, altera no controle eletrolítico celular e a célula começa a excretar de forma ativa cloro e água para o lúmen intestinal.
	Diarreia por alteração peristáltica: o descontrole eletrolítico gerado pelo acúmulo da NPS4 no citoplasma do enterócito vai gerar ativação das terminações nervosas, alterando a peristalse.
→ Quando o organismo começa a se recuperar da infecção por rotavírus, fica suscetível a infecção por parvovírus, pois as células da cripta intestinal entram em atividade mitótica.
	4. Diagnóstico laboratorial:
→ Dois tipos de perfil de diagnóstico: a campo, com base na detectação da VP6 e em pesquisa, por PCR.
	5. Prevenção e controle:
→ Colostro (IgA) > vacina inativada nas matrizes > isolamento e tratamento dos animais doentes > manejo
→ Estudos mostram que em animais vacinados e não vacinados ocorre a mudança de genótipo principal causador da infecção, pois diminui a circulação do genótipo que está causando a patogenia. O objetivo é sempre diminuir a gravidade, sem sucesso na erradicação.
Aula 06 - Orthomyxoviridae - Vírus da Influenza
	1. Características gerais:
→ Família: Orthomyxoviridae
→ 4 gêneros: Influenza A, B, C, D - Influenza A é o mais importante, infectante de homens, mamíferos e aves. B e C eram considerados patógenos estritos de humanos, entretanto, recentemente foi mostrado que a influenza C é capaz de infectar cães e suínos também.
→ Vírus envelopado - face interna da membrana: proteína M1, conferindo estabilidade a partícula viral. Face externa: M2, proteína e canal iônico > Hemaglutinina, capacidade de aglutinar hemácias in vitro > Neuraminidase.
	Hemaglutinina: responsável pela adsorção viral e pela penetração (endocitose mediada por receptor). Também responsável pela fusão do envelope no fagossomo, em baixo pH, que somente ocorre na forma clivada (sofre glicosilação no golgi), essência para a infectividade do vírus.
	Neuraminidase: também chamada de enzima destruidora de receptor. Destrói o receptor celular de membrana (ácido siálico) para o vírus fazer o brotamento da célula, facilitando a disseminação do vírus, evitando também a agregação viral. Anticorpos para neuraminidase dificultam a disseminação viral; para a hemaglutinina é neutralizante.
→ Capsídeo helicoidal
→ Genoma: RNA- segmentado (8 segmentos). Cada segmento apresenta as proteínas do complexo transcriptase associadas e capsídeo para a proteção do segmento. Único vírus de RNA que a replicação ocorre no núcleo e não no citoplasma.
→ Vírus zoonótico - infecta aves e mamíferos
→ Única maneira de controle da disseminação desse vírus é o abate, levando perda econômica muito grande
→ No Brasil, até hoje, não tivemos casos de gripe aviária. entretanto, há outras viroses que causam infecções respiratórias e do TGI, como a doença de New Castle e coronavírus.
	2. Replicação viral:
→ Adsorção: hemaglutinina, que também estimula a penetração por endocitose mediada por receptor e a fusão do envelope a membrana do endossoma (se na forma clivada) para a liberação do nucleocapsídeo no citoplasma. Replicação do genoma: ocorre no núcleo celular, por mais que seja RNA- > Montagem e reestruturação: proteínas estruturais são sintetizadas no citoplasma e seguem para o núcleo, onde haverá a montagem de novas partículas virais; proteínas do envelope são sintetizadas nos ribossomos, glicosiladas no golgi e seguem para a membrana celular, onde há também a proteína M> Liberação: por brotamento.
	3. Influenza em mamíferos:
→ Infecção respiratória localizada no trato respiratório superior, podendo atingir o trato respiratório inferior.
→ Lisa células do epitélio respiratório, formando acúmulo de proteínas e muco no tubo do epitélio respiratório.
→ Anticorpo importante: IgA
→ Diagnóstico laboratorial: aspirado da nasofaringe, swab nasal > isolamento em cultura de células > detecção direta do antígeno/genoma viral > RT-PCR
	4. Influenza nas aves:
→ Infecção do trato respiratório e do TGI, podendo ser liberados nas fezes
→ As aves selvagens migratórias são reservatórios de influenza A na natureza, pois ainfecção é assintomática
→ Pode causar: gripe aviária > gripe do frango > peste aviária
→ Podem ser divididos em dois grandes grupos: baixa patogenicidade e alta patogenicidade - tem a ver com a clivagem da hemaglutinina viral.
→ Diagnóstico laboratorial: fezes frescas > swab de traqueia > swab da cloaca > tecidos (necropsia) > isolamento em ovos embrionados
	5. Patogenicidade:
→ Vírus pandêmico: qual a população ainda não apresenta imunidade.
→ A especificidade do receptor dos vírus influenza restringem o espectro de hospedeiro. Influenza aviário: HA reconhece ácido siálico ligado a galactose com ligação alfa-2,3. Humanos: HA reconhece ácido siálico ligado a galactose com ligação alfa-2,6. Suínos: hospedeiro intermediário, HA reconhece ácido siálico ligado a galactose com ligação alfa-2,3 e 2,6, podendo se infectar pelo vírus aviário e também pelo vírus humano. Havendo co-infecção de influenza no suíno (aviário e humano), na replicação viral pode ocorrer montagem viral com segmentos trocados, entre aviário e humano havendo, inclusive, surgimento de Influenza A com subtipo de hemaglutinina e neuraminidase novos para a população suscetível.
→ SHIFT: emergência ou reemergência de um novo subtipo de Ha e/ou NE para o qual a população não possui anticorpos > alta infectividade em humanos > transmissão sustentada entre humanos. A troca de segmentos denomina-se reassortment.
→ DRIFT: influenza interpandêmica >mutação menor, referente ao genoma RNA, ocorrente no processo de replicação viral. Geralmente estimulado por pressão imunológica - quando chega em uma população com variabilidade grande de anticorpos, em algum momento, o vírus sofre mutação, alterando a hemaglutinina, qual se liga ao receptor celular para adsorção e penetração.
→ Vacinas inativadas produzidas em ovos embrionados de galinhas.
Aula 06 - Família Paramyxoviridae
	1. Características gerais:
→ Similaridade com o Orthomyxoviridae
→ Genoma: RNA- fita simples linear - sem eventos de recombinação. Processo replicativo ocorre todo no citoplasma
→ Capsídeo helicoidal e matriz
→ Envelopado - com hemaglutinina e neuraminidase (também terão facilidade em passar a barreira do muco > extremamente lábeis e inativados com detergentes.
→ Receptor: também é o ácido siálico
→ Esféricos, pleomórficos, filamentosos
→ Infectam as vias aéreas superiores
→ Replicam muito bem em ovos embrionados
→ Associados a quadros importantes com alta mortalidade, principalmente para cães (cinomose) e granja de aves (DNC)
→ Da mesma forma que o influenza, o paramixo tem apresentação respiratória e quadros entéricos, além de neurológicos, gerando dificuldade de diagnóstico por uma sobreposição.
→ Associados ao Sarampo e Caxumba em humanos
→ Respiratórios sinciciais > cinomose > peste bovina > doença de Newcastle > parainfluenza
→ O vírus da cinomose é do mesmo gênero do vírus do sarampo, por isso que no início foi utilizado a vacina do sarampo para evitar a cinomose em animais
→ Não há shift, mas há drift
→ Vírus pantrópico, com porta de entrada no trato respiratório e a orofaringe, e tropismo ainda por enterócitos, células do trato vesical de cães (cinomose) e células nervosas
→ Precursor F0, que se torna ativo pela clivagem em F1 e F2 - essencial para a infectividade e determinante para a patogenicidade
→ Proteínas virais e suas funções:
	HN (hemaglutinina-Neuraminidase): uma proteína com duas funções - atividade hemaglutinante e de neuraminidase (clivagem do ácido siálico, receptor).
	F (glicoproteína de fusão): vai agir logo após a adsorção do vírus e participar do processo de entrada na célula, tendo função na fusão do envelope viral com a membrana celular.
	M (proteína matriz): mais abundante dos vírions, nucleocapsídeo e envelope
	2. Replicação viral:
→ Replicação típica de RNA - > o envelope, no caso da cinomose, vai ser adquirido a partir de membranas internas
	3. Tipos virais:
→ Cinomose canina (CDV): doença de evolução fatal com difícil diagnóstico e desenrolar clínico bastante sofrido para o animal. Linha de tratamento bastante restrita (ribavirina)
- Doença reconhecida por séculos
- Gênero morbillivirus (semelhante ao sarampo)
- Infecta principalmente canídeos domésticos, mas tem tropismo e causa a morte de animais selvagens
- Proteínas F e H no envelope
- Somente um sorotipo identificado, porém isolados de campo apresentam variabilidade antigênica
- Vírus sensível às condições ambientais - vírus envelopado, lábel ao ambiente
- Vírus excretado através das fezes, urina e secreção respiratória
- Epidemiologia: distribuição mundial > vacinação em massa em países desenvolvidos > doença frequente em cães jovens não vacinados e em animais vacinados caso ocorra falha vacinal > transmissão por contato direto com secreções nasais, orais e urina de animais infectados > grande parte dos animais não desenvolvem doença clínica
	Patogenia:
Vírus pantrópico, que faz uma evolução clínica de caráter agudo > porta de entrada orofaringe e trato respiratório > transmissão através de contato direto > replicação primária nos linfonodos regionais > faz diversas viremias até alcançar os órgãos e tecidos alvos > viremia primária: alcança linfonodos regionais > viremia secundária: aparecimento de sinais clínicos como: quadro respiratório e diarreico importantes > capacidade de replicar em vários tipos celulares como trato respiratório, células intestinais e células da mucosa vesical > alguns animais apresentam quadros neurológicos, apresentando ataxia, convulsões e mioclonia até evoluir a óbito. A replicação no plano nasal pode gerar hiperqueratose desse plano, gerando nariz espesso, com fissuras
	Sinais clínicos:
Forma aguda (comum em animais de 4-6 meses) - apatia, secreção nasal, imunossupressão, pústulas abdominais, hiperceratose do focinho e coxins plantares, pneumonia intersticial, diarreia e encefalite
Forma crônica em animais adultos
Alterações restritas ao SNC
	Diagnóstico:
Exame clínico para verificar linfopenia e leucopenia (comuns em infecções virais) > Laboratorial: amostra clínica, imunofluorescência, sorologia pareada, kits ELISA (IgM), RT-PCR, Corpúsculos de Lentz (corpúsculo de inclusão que aparece na cinomose
	Prevenção e controle:
Vacinação (atenuadas x inativadas) > recombinante a partir de 6 semanas
	Janela de suscetibilidade:
Período de falha vacinal. Cães filhotes não devem sair de casa.
A ribavirina é um antiviral utilizado em crianças com sarampo, apresentação em comprimidos e até hoje não se tem uma dose segura estabelecida para cães. Em humanos é ligado a aplasia de medula.
→ Doença de Newcastle (NDV):
	Diagnóstico diferencial muito importante para influenza - não é zoonótica. Faz um quadro clínico muito parecido em aves, porém, não é uma doença de notificação obrigatória.
	Causa grande surto com elevada mortalidade em humanos, mas clinicamente, vai ser difícil fazer a distinção. Como a cinomose, vai gerar quadro respiratório, entérico e neurológico em aves. Como o vírus tem variabilidade genética, teremos variantes associadas a cada um desses quadros e uma última variante que é assintomática (a que é utilizada em vacinas).
- Gênero: Avulavirus (paramixovirus aviário tipo 1)
- Surtos esporádicos no Brasil
- Perdas econômicas - interrupção nas exportações
- Aves silvestres e domésticas atuam como reservatórios
	Manifestações e mortalidade variam com a virulência das cepas: velogênicas - sinais respiratórios, neurológicos e entéricos, alta mortalidade > mesogênicas - sinais respiratórios e entéricos, com baixa mortalidade mas envolvendo perdas econômicas > lentogênicas - assintomático ou sinais respiratórios leves, utilizada em produção de vacinas.
	Doença altamente contagiosa, produzindo em aves infectadas sinais respiratórios, diarreia, sinais nervosos, queda na postura de ovos e edema de cabeça
	Disseminação da doença: transmissão por secreção respiratória e fezes, sendoque na granja teremos de 500-100 aves por galpão próximas, gerando transmissão direta. A segunda forma de transmissão é a gaiola de transporte de aves, o profissional de manuseio veículos de transporte e ração de um galpão para o outro. Em galpões sem tela há o acesso de aves silvestres, qual também é uma forma indireta de transmissão.
	Diagnóstico diferencial - exames feitos para fazer o diferencial para influenza: necropsia, coleta de swabs de traqueia, cloaca e fezes > isolamento e identificação em ovos embrionados.
	Controle e profilaxia: uso sistemático de vacinas atenuadas e inativadas, a vacina atenuada pode ser oferecida em água > biossegurança > limpeza e desinfecção > controle do tráfego humano > legislação específica > isolamento de propriedades
	PROVA 03
Aula 07 - RHABDOVIRIDAE (RAIVA)
	1. Características gerais:
→ Potencial zoonótico
→ Neurotrópico
→ Envelopado - partícula lábil > quando exposta a luz perde a infecciosidade sem perder a imunogenicidade. Glicoproteína G (usada para vacinas)
→ Genoma; RNA+ fita simples - replicação viral no citoplasma
→ Capsídeo: helicoidal - constituído principalmente pela proteína N
→ Viável até 24 horas na saliva e por vários dias a 4°C > resiste à dessecação, ao congelamento e descongelamento e pH de 5 a 9
→ Condições de inativação viral: pH 4< e pH>10 > inativação com água e sabão > agentes oxidantes > solventes orgânicos > radiação ultravioleta
	2. Replicação viral:
→ Adsorção: glicoproteína G e receptor celular > replicação do genoma padrão de RNA+ > síntese das proteínas N, P, M, L nos ribossomos livres > glicoproteína G sendo glicosilada no golgi antes de formar o envelope viral > Montagem: formação do complexo N, P e L, proteína M migra para a face interna da membrana > Liberação: brotamento da membrana plasmática
	3. Distribuição:
→ Ocorrência quase universal (exceto Austrália)
→ EUA: raposa; EUA e Canadá: animais silvestres; América Latina, Caribe, África e Ásia: cães e morcegos hematófagos - replica em todos os mamíferos, incluindo morcegos não hematófagos
→ Não é suscetível a pele íntegra, a disseminação pode ocorrer por lesão de continuidade, por perfuração ou laceração, além de inalação de aerossóis de material fecal seco de morcego. Outras vias de exposição: necropsia, aerossóis, transplantes (córnea e órgãos sólidos), via transplacentária e inter-humana (saliva)
→ Ciclos de disseminação da raiva:
	Ciclo urbano: cães, gatos - transmissão para o homem, está erradicado
	Ciclo rural: morcegos, macacos, bovinos, equinos, suínos, caprinos e ovinos - animais de produção infectados por mordida de morcegos hematófagos - o homem entra como hospedeiro acidental por lidar com animais portadores
	Ciclo silvestre: animais silvestres como reservatórios - contribui para a continuidade do vírus na natureza
	Ciclo aéreo: morcegos - transmissão a partir do material fecal do morcego, em cavernas > restrito a quem entra em cavernas onde há a presença de morcegos
	4. Patogênese:
→ Infecção > vírus no músculo estriado e tecido conectivo > replicação viral > atinge nervos periféricos > propaga-se através dos axônios (forma centrípeta) > vírus no SNC > cérebro > encefalite > glândula salivar (forma centrífuga) > saliva (presença do vírus na saliva dá-se antes das manifestações clínicas
→ Quanto mais longe for o ponto de infecção, mais prolongada vai ser a evolução da encefalite
→ Não faz viremia
→ Uma vez estabelecida a forma clínica, o animal tende a evoluir a óbito em 10 dias, indiferente do tratamento adotado. Animais de produção indica-se eutanásia
→ Quadro clínico:
	Em herbívoros: forma paralítica, dificuldade para defecar, engasgo e andar cambaleante
	Em equinos: depressão, anorexia, andar em círculos, ataxia, demência, disfagia e paralisia facial
	Em canídeos e felinos: mudança de hábitos (agitação, agressividade e alimentares), paralisia das cordas vocais, dificuldade de deglutição, salivação abundante, paralisia e óbito
	5. Diagnóstico laboratorial:
→ Em animais: sempre pós-mortem - coleta de material como cabeça íntegra, encéfalo inteiro ou fragmentos de tecido cerebral (córtex, cerebelo, hipocampo) > equino enviar também medula espinhal > morcegos encaminhar inteiros para a identificação da espécie > conservação do material: refrigeração ou solução salina com glicerina a 50%
	6. Testes laboratoriais:
→ Esfregaços ou impressões do tecido nervoso - corpúsculo de negri (corpúsculo de inclusão que se forma no citoplasma da célula
→ Imunofluorescência direta a partir de tecido nervoso - padrão ouro para a raiva
→ Teste biológico: inoculação intracerebral em camundongos lactentes ou adultos - quando o tecido veio muito ruim para trabalhar usamos esse método
→ Diagnóstico da infecção por RT-PCR - quando a amostra vem ruim ou em caso de pesquisa
	7. Prevenção e controle:
→ Áreas livres da doença:
	Quarentena e vacinação pós-exposição
→ Áreas com raiva silvestre:
	vacinação de raposas com vacina oral
→ Áreas com casos de raiva urbana:
	Imunização de cães e gatos anualmente > captura de animais vadios > vigilância epidemiológica
→ Áreas rurais:
	Vacinação de bovinos > aplicação de telas a noite > capturar o morcego, passar veneno e retorná-lo a natureza > aplicar o mesmo produto na tábua do pescoço de bovinos
	8. Imunoprofilaxia:
→ Soroterapia com soro antirrábico de origem equina > Ig humana antirrábica
→ Vacinas inativadas constituídas por cérebro de camundongos infectados - via intramuscular, 4 doses: 0, 2, 4, 28 - glicoproteína G > indução da resposta humoral
→ Avaliação do risco pós infecção:
	Natureza da exposição > características do animal > exposição ao vírus da raiva - lavar o ferimento com água, sabão e uso de álcool ou soluções iodadas imediatamente após a agressão > tratamento: soroterapia, vacina, observação do animal - se permanecer sadio após 10 dias e for considerado negativo, parar o tratamento
Aula 08 - Picornavírus e Febre Aftosa
	1. Características gerais:
→ Família: Picornaviridae
→ Gênero: aftovírus - vírus da febre aftosa (FMDV)
→ Genoma: RNA+ fita simples
→ Capsídeo: simetria icosaédrica > VP1, VP2, VP2, VP4
→ A febre aftosa é uma doença de caráter agudo (prever recuperação), sem alta mortalidade, mas que envolve uma legislação rigorosa
	Tem característica de formar lesões em mucosas, do tipo vesiculares, preenchidas por líquido repleto de partículas virais. Com o rompimento dessas vesículas, há liberação do líquido com as partículas virais e a formação de úlceras
	Não é restrita a cavidade oral, cavalos não desenvolvem febre aftosa, mas atinge ovinos, caprinos, suínos e biungulados selvagens.
→ Vírus não envelopado > resistente - de difusão rápida
→ Perdas econômicas: dificilmente a febre aftosa levará o animal a óbito, entretanto, se estiver em uma área de controle, esse animal deverá ser eutanasiado.
	Direta: associada a uma anorexia temporária decorrente de úlceras na cavidade oral > uma vaca com lesão ulcerativa no úbere não vai conseguir realizar a ordenha desse animal
	Indireta: perdas econômicas relacionadas a política de cada país - Zonas Livres de febre aftosa possuem um maior valor de carne que Zonas Endêmicas ou Zonas em Transição de febre aftosa
→ Doença de notificação obrigatória
→ Zoonose secundária - atinge humanos de maior proximidade com o animal infectado
→ Replicação viral típica de RNA+, com liberação por lise celular
→ Células-alvo: células de mucosa e de transição epitelial (do casco)
→ Imunidade: tipo-específica (há 7 sorotipos diferentes). Não há proteção cruzada entre os sorotipos e subtipos
→ Estável em material orgânico como fezes e sangue, carcaças, carne congelada e derivados, couro e vísceras
→ Sensíveis a mudanças de pH e inativados por luz UV e formalina
	2. Patogenia:
→ A principal via de transmissão é através do conteúdo da vesícula > também ocorre através de fômites e higienena ordenha
→ O vírus se replica na porta de entrada, faz viremia e atinge a célula-alvo (cavidade oral, patas, úbere, rúmen etc)
→ Apresentação da doença:
	Bovino: salivação > diminuição da ingestão de alimentos > miocardite em bovinos jovens
	Suíno: lesões nas patas (dificuldade para andar) > claudicação > vesículas no focinho
	Ovinos e caprinos: infecções sub-clínicas
	Mamíferos selvagens: são reservatórios > infecção inaparente (por isso a dificuldade de erradicação da febre aftosa)
	3. Diagnóstico:
→ Detecção de Ag - área livre com vacinação > detecção do genoma - estudos/pesquisa > detecção de Ac - área livre sem vacinação
→ Material para análise: conteúdo vesical
→ ELISA direto e isolamento em cultura de células (apresentação de efeito citopático)
→ ELISA indireto diferenciado: utilização de uma vacina diferenciada com proteína viral diferenciada onde somente animais que tiveram contato com o vírus selvagem vão possuir Ac para ela > ELISA indireto > se o animal der positivo é porque teve contato com o vírus selvagem
	4. Prevenção:
→ Área endêmica: onde o vírus circula entre animais domésticos e animais selvagens (reservatórios)
→ Área livre com vacinação: área de transição
→ Área livre sem vacinação: área que tem o maior valor econômico da carne e derivados
→ Áreas livres das enfermidades:
	Controle do movimento de animais > controle de importação de animais, produtos e subprodutos
→ Zonas endêmicas:
	Sacrifício com incineração dos animais contaminados e contactantes, carcaças e produtos derivados daquela propriedade > vacinação (constitui uma barreira de vacinação de 3km)
Aula 08 - Papillomaviridae
	1. Características gerais:
→ Vírus associados à verrugas ou papilomas. Em humanos é associado a câncer de colo de útero
→ Potencial oncogênico (retrovírus também são oncogênicos)
→ Genoma: DNA dupla fita circular - o processo replicativo ocorrerá no núcleo celular. Baixa variabilidade genética
→ Vírus não envelopado
→ Capsídeo icosaédrico, composto por 2 proteínas: L1 e L2
→ Inicia-se um processo infeccioso a partir de uma lesão > fica restrito ao local de inoculação, mudando apenas o epitélio, qual vai se descamando (infecção localizada). Fará seu processo replicativo no epitélio de transição
	2. Replicação viral:
→ Adsorção: células da camada basal > Penetração: endocitose mediada por receptor > Replicação e montagem: núcleo celular > Liberação: lise celular > Região precoce (Early) - primeiras proteínas a serem codificadas são: E1 e E2 (proteínas regulatórias que modulam a transcrição e replicação viral), E4 e E5, E6, E7 (essas três últimas modulam o processo de transformação celular > Região tardia (Late) - L1 e L2 (capsídeo viral) > liberação vai ocorrer por lise celular, se alocando no processo de descamação.
→ Vírus epiteliotrópico - infectam o epitélio da pele (queratinizada) e mucosas (não queratinizadas), principalmente epitélio de transição. O vírus vai subindo no epitélio a cada fase de transição e transformação epitelial. Os genes regulatórios estimulam a hiperplasia celular e, no final, quando está próximo do processo de descamação, tem-se a lise celular e a liberação da partícula viral.
	3. Patogenia:
→ O genoma pode ser encontrado no núcleo da célula infectada sob duas formas físicas: epissomal e integrada
→ Lesão benigna (auto limitante): genoma viral epissomal > papilomavírus de baixo risco. Nessa situação, o genoma viral permanece no núcleo celular sem ter nenhuma relação com o genoma celular, com resultado típico verrugas. Características: são do tipo HPV, chamadas de tipo de baixo risco, porque não tem oncogênese relacionada.
→ Lesão oncogênese: de alto risco. Vertente integrada ao genoma celular do hospedeiro, formando um genoma integrado. Estão associados ao câncer de colo de útero e uma série de tumores nos animais.
	O genoma circular necessita ser quebrado em algum ponto para tornar-se linear e ser integrado ao genoma do hospedeiro, e tende-se a quebrar na região dos genes para E1/E2. Quando rompe-se essa região, a produção de E1/E2 será prejudicada, afetando, portanto, a atividade de outras proteínas reguladoras, como E6 e E7 - aumentando significativamente a expressão destas. O acúmulo de E6 e E7 bloqueia a atividade de proteínas anti-oncogênicas como P53 e Rb.
→ Manifestações clínicas: tumores benignos no epitélio cutâneo e mucoso > fibropapilomas em úberes, tetos.
→ A transmissão ocorre por contato direto.
→ As verrugas são espécie-específicas, não sendo transmissíveis entre as espécies.
→ Em períodos de seca, há consumo de samambaias por animais de produção. Samambaias possuem substâncias carcinogênicas Somadas ao papilomavírus que inibem mecanismos anti-oncogênicos, haverá possibilidade clara de manifestação de oncogênese no animal infectado.
	BPV-2/ BPV-1 - carcinoma de bexiga - animal deve ser eutanasiado
	BPV-4 - carcinoma do trato digestório superior - animal deve ser eutanasiado
→ Equinos: nos cavalos haverá lesões benignas e sarcóide equino. A forma maligna é associada a danos neurológicos - o animal começa a esbarrar em cercas, etc.
→ Cães: papilomatose canina - lesão na mucosa oral, cães jovens
	4. Diagnóstico:
→ Exame histopatológico do material coletado para identificar neoplasias intraepiteliais > PCR
	5. Prevenção e controle:
→ Manejo adequado dos animais acometidos
→ Não introduzir animais portadores no rebanho
→ Tratamento: remoção cirúrgica e cauterização dos sítios da lesão > papilomax (pasta) - passar no bonino, desde que não esteja chovendo
→ Para prevenção é estudado o uso de vacinas autógenas, com tecidos dos papilomas do próprio rebanho que receberá a vacina.
Aula 09 - Flaviridae
	1. Características gerais:
→ Três gêneros: Pestivirus > Hepacivirus > Flavivirus (considerado zoonótico)
#Pestivirus:
→ Envelope lipídico com E0, E1, E2
→ Esférico, com capsídeo icosaédrico
→ Genótipos: BVDV-1, BVDV-2, BVDV-3
	Dois biótipos: não-citopático (NCP, não causa efeito citopático aparente) e citopático (CP, destrói o tapete celular, causando efeito citopático). A co-infecção entre esses dois biótipos é possível e gera um quadro clínico bastante peculiar.
	2. Patogenia:
→ Bovinos são hospedeiros naturais. A transmissão ocorre por: contato direto (focinho e coito) e contato indireto (placenta, aborto e secreções) > iatrogênica: agulhas ou materiais cirúrgicos contaminados, luvas, tatuadores, etc > transplacentária: sêmen, inseminação artificial
→ Infecção aguda de animais não-prenhes ou machos:
	Patologia de evolução benigna. Pode-se ressaltar: infecção inaparente/subclínica, enfermidade gastroentérica, respiratória e síndrome hemorrágica (New York) - evolui para a cura, animal responde positivamente sozinho. Pode excretar o vírus por diversas secreções sem apresentar sintomas.
→ Infecção aguda de fêmeas prenhes:
	O BVDV se torna uma desordem reprodutiva, pois dependendo do estágio gestacional poderá ter desde abortamento até o nascimento de um bezerro saudável. Ocorrerá em primo-infecção. De acordo com o estágio gestacional poderemos ter 3 situações distintas: abortamento/natimorto ou reabsorção do embrião, no terço inicial da gestação > nascimento de um bezerro menos saudável que tem quadro de infecção persistente (PI) no terço médio > nascimento de um bezerro saudável e soropositivo, no terço final da gestação.
	O animal persistentemente infectado (PI) estabelece um quadro de imunotolerância ao vírus, pois no período fetal não houve resposta imune e ele vai estabelecer com o vírus uma tolerância imunológica. Esse animal no rebanho excreta o vírus por todas as secreções, sendo um disseminador do vírus no rebanho.
→ Infecção persistente: doença das mucosas
	Quando o animal PI portador do BVDV não citopático é infectado por um BVDV citopático antigenicamente semelhante pode se originar mutações, deleções e rearranjos genéticos. Febre, leucopenia, diarreia, lesõeserosivas - invariavelmente fatal. Baixa morbilidade. Ulceração de intestino com intensa hemorragia.
	3. Impacto econômico:
→ Redução da produção leiteira
→ Baixo rendimento reprodutivo
→ Retardo no crescimento
→ Aumento da mortalidade em bovinos jovens e aumento da taxa de substituição
→ Maior suscetibilidade e outras doenças
	4. Diagnóstico:
→ Isolamento viral > swabs da mucosa oral e nasal, sangue e fetos abortados etc > imunofluorescência, imunohistoquímica, ELISA > sorologia: ELISA indireto e soroneutralização > RT-PCR
	5. Profilaxia e controle:
→ Prevenção da entrada de animais PI
→ Identificação e remoção de animais PI
→ Impedir a infecção transplacentária através da vacinação
	6. Peste suína clássica (CSFV)
→ Fase avançada de erradicação - o que tem impedido são suídeos selvagens que entram em contato com pequenas criações de suínos domésticos
→ RNA+ > capsídeo icosaédrico > envelopado > supressão do E0
→ Transmissão por secreções:
	Pode-se apresentar quadro que envolva abortamento (se no início da gestação), alterações respiratórias e diarreia, mas também apresenta hemorragias. Também há a presença de leitão PI, mas como a doença é mais grave, evolui a óbito.
→ Patogenia:
	Degeneração de células endoteliais > trombocitopenia e distúrbio na síntese de fibrinogênio > hemorragias > morte. A infecção de fêmeas prenhes frequentemente resulta em infecção fetal e pode levar a perdas reprodutivas ou a leitões sobreviventes com viremia persistente e evoluindo a óbito em alguns meses.
	Congestão cerebral > enterite necrosante > pneumonia hemorrágica
→ Diagnóstico:
	Deve ser confirmado através do isolamento viral ou pela detecção de antígenos virais no sangue ou nos tecidos. Imunofluorescência e ELISA > isolamento viral > RT-PCR e RT-PCR em tempo real. Dando positivo o animal deve ser eutanasiado.
→ Profilaxia e controle:
	Em países ou regiões livres não há necessidade de vacinação, faz-se apenas barreiras sanitárias.
	Em regiões endêmicas: vacinação e sacrifício - eliminação dos animais positivos > vigilância epidemiológica > medidas de biossegurança > vacina atenuadas e de subunidade.
	7. Febre amarela (FA):
→ Doença zoonótica, de notificação obrigatória
→ Transmissão exclusivamente por repasto sanguíneo
→ Circulação da doença restrita a presença de primata com clima favorável. Não ocorre transposição de vetores. Quem transporta o vírus de uma área a outra é o humano.
→ Ciclos de transmissão:
	Ciclo silvestre: macaco > mosquito > macaco (funciona como reservatório)
	Ciclo urbano: homem > mosquito > homem
→ Patogenia:
	Quadro clínico: 3 a 6 dias > febre bifásica > prostração > cefaleia > náuseas e vômitos > icterícia > baixa de fatores de coagulação: manifestações hemorrágicas (vômito negro, epistaxe, equimoses)
→ Diagnóstico:
	Isolamento viral em sangue e/ou tecidos > sorologia > histopatologia e/ou imunohistoquímica > ELISA para IgM e IgG > PCR. O primata deve ser eutanasiado.
→ Prevenção:
	Vacina atenuada > reduzir a incidência da forma silvestre da FA > manter nula a incidência da forma urbana
Aula 09 - Herpesviridae
	1. Características gerais:
→ Partículas pleomórficas
→ Genoma: DNA dupla fita linear
→ Capsídeo icosaédrico
→ Tegumento - camada proteica
→ Envelope glicoproteico - essas glicoproteínas são fundamentais no processo do ciclo replicativo. São elas que fazem adesão e adsorção na membrana da célula hospedeira
→ Alta transmissibilidade entre a própria espécie
→ 99% da população é portadora de herpes, nem todos manifestam
→ Faz latência no SNC. Em período de estresse/baixa da imunidade, sai da latência e são reativados, sempre no mesmo local da porta de entrada
→ São espécie-específicos
→ Família Herpesviridae é dividida em 3 subfamílias: Alphaherpesvirinae, Betaherpesvirinae, Gammaherpesvirinae
→ Transmissão decorrente de fômites. Em animais pequenos a transmissão pode ser feita de mãe para o filho no ato da lambedura. Macacos tem se infectados por herpes humana através de alimentos compartilhados com os animais
→ Ciclo replicativo:
	Dividido em 2 fases: Infecção aguda - onde tem-se a manifestação clínica, que por sua vez é dividida em duas partes > Infecção latente - não gera manifestação clínica nenhuma; não ocorre expressão gênica
	No ciclo replicativo uma fase depende da anterior: replicação - ocorre no núcleo da célula hospedeira> produção de proteínas alfa > estimula genes beta > produção de proteínas beta > estimula produção de proteínas gama > proteínas estruturais > vírus sai por exocitose
	Latência: o tempo de latência é indeterminado - Só expressa “LAT” > não há síntese de proteínas > não há ação antiviral (não dá para prevenir com fármacos) > escape do sistema imune > mantém DNA viral na célula do hospedeiro no formato epissomal, sem replicar ou causar doença
	Latência x Shedding - primeira infecção > vírus vai para latência > pode sair da latência e ser reativado, apresentando manifestações clínicas > na latência não há transmissão viral OU; primeira infecção > vírus vai para latência > pode sair da latência e ser reativado, não apresentando manifestações clínicas (shedding). Shedding: replicação viral mínima que não é suficiente para dar manifestação clínica. Período onde podemos detectar o vírus e também transmitir.
	Reativação ocorre por: estresse > traumas > gravidez > exposição UV > uso de corticoesteróides > paciente imunocomprometido (HIV, FIV, FELV)
	2. Herpesvírus de interesse veterinário:
	BoHV-1 > BoHV-5 > SuHV-1 > FHV-1 > HSV-1
→ BoHV-1 e BoHV-5:
	Doença respiratória, genital e aborto
	Prejuízo econômico - queda da ingestão, engorda menos, uso de medicamentos, etc.
	Transmissão por contato direto ou indireto
	Vírus excretado em secreções nasais, genitais e oculares
	Diagnóstico padrão-ouro IF para detecção de Ag
	Controle do rebanho com ou sem vacinação - rebanho vale mais com controle sem vacinação
	Patogenia do BoHV-1 e BoHV-5: porta de entrada: trato respiratório e genital > encefalite herpética (confunde-se com a raiva) > acomete animais jovens > latência no trigêmeo, sacral ou encéfalo > não há vacina específica. Apenas o BoHV-5 ganha a via olfatória, o BoHV-1 faz latência no trigêmeo/sacral.
	BoHV-5 x Raiva - sintomatologia nervosa semelhante > tremores musculares > andar em círculos (incoordenação) > agressividade e sialorreia. BoHV-5 é letal
	Diagnóstico: isolamento viral a partir de secreção nasal, encéfalo (animal morto) > detecção de Ag virais - IFA e IHQ > histopatologia > PCR
	Profilaxia e controle: controle com ou sem vacinação > rotatividade do rebanho > histórico de abortamento, repetição de cio ou meningoencefalite > vacinas inativadas (imunidade curta) > vacinas diferenciais: para diferenciar um animal vacinado de um animal naturalmente infectado (uma proteína na vacina que estimulará a produção de anticorpos é modificada e na hora de detectar, procura-se essa pequena mutação e, se achar, é uma resposta vacinal
→ SuHV-1: doença de Aujeszky ou Pseudoraiva
	Infecção oronasal > replicação no TRS > replicação no SNC (via olfatória) > diagnóstico: isolamento viral, SN, ELISA, IFA e PCR > vacina > prejuízo econômico
	Porta de entrada: trato respiratório > ganha a circulação pelo caminho linfático > se espalha pelos pulmões (manifestação clínica respiratória) > faz transmissão placentária > natimortos
→ FHV-1:
	É um dos principais patógenos do complexo viral felino
	Transmissão por contato direto ou indireto
	Infecção primária até o 1 ano de idade
	Comum em locais de grandes densidades populacionais
	Excretado por secreção nasal e ocular
	Diagnóstico clínico: rinotraqueite (formada também por 4 outros patógenos)
	Diagnóstico molecular: PCR/ qPCR
	Prevenção e controle: Manejo adequado dos animais no ambiente
	Vacinação em massa - imunização curta, portanto, revacinação periódica
	Em situações deabrigo, tratar os animais como se fossem um rebanho
→ HSV-1:
	Infecção ocorre no primeiro ano de vida
	99% de prevalência na população humana
	Vírus altamente adaptado ao hospedeiro
	Diversas manifestações clínicas, mas sem fatores de risco específicos
	Zoster: “primo” da catapora. Normalmente pessoas que tiveram contato com o vírus da catapora na infância, não manifestaram e vão ter manifestação do zoster mais adulto. Quem teve catapora pode ter zoster, mas é raro.
	Patogenia: porta de entrada > infecção assintomática ou orofaringe e infecção sintomática gerando gengivoestomatite herpética > latência no gânglio trigêmeo > reativação
	Manifestações clínicas: gengivoestomatite e herpes labial recorrente
	HSV-1 em primatas não humanos: infecção por contato direto com humanos > infecção çpor compartilhamento de comida > alta transmissibilidade entre primatas
	Prevenção e controle: educação ambiental > educação sanitária > manejo ambiental
	Herpesvírus tartaruga - CnHV: fibropapilomatose
Aula 10 - Poxviridae e Retroviridae
Poxviridae
	1. Características Gerais:
→ Vírus da varíola humana
→ Envelopado
→ Capsídeo de simetria complexa - tem diversas formas de apresentação
→ Genoma: DNA dupla fita linear, com replicação no citoplasma, porque codificam todas as enzimas necessárias para a transcrição e replicação do genoma viral. Baixa variabilidade genética
→ É um vírus considerado grande e bastante complexo em função do tamanho, é utilizado em processos de biotecnologia como vetores (vacinas vetoriais)
→ Replicação típica com liberação por exocitose
→ Estabelece quadro de infecção subclínica em um grande número de roedores silvestres, agindo como reservatórios naturais
→ Vaccinia (VACV) é o vírus circulante no Brasil
	2. Tipos virais:
→ Vírus da varíola bovina:
	Segmentos de genoma idênticos ao da varíola humana
	Zoonose ocupacional secundária
	Originou-se a partir de uma amostra de vírus da vacina, que acumulou várias mutações durante ciclos de transmissão em hospedeiros selvagens
	Transmissão: dentro do rebanho: mãos dos ordenhadores e ventosas das ordenhadeiras > a penetração ocorre por soluções de continuidade em lesões pré-existentes nas tetas e úberes das vacas. Entre fazendas: introdução de animais doentes no rebanho > ordenhadores que entram em contato com animais doentes de propriedades distintas > manipulação de latões de leite contaminado > presença de roedores silvestres
	Sinais clínicos: lesões em cavidade oral e nas mãos dos ordenhadores, podendo ocorrer pico febril. O bovino não evolui a óbito, mas se houver muita lesão, pode-se formar fibrose, e esse processo resulta no fechamento de ductos do leite, até gerar a perda do teto. Os felinos silvestres também fazem quadros vesiculares de pox bovino.
	Diagnóstico: material - crostas, fluidos das lesões, biópsia de pele > microscopia eletrônica > isolamento viral > PCR
→ Bouba aviária:
	Qualquer ave é suscetível, podendo ocorrer infecção cruzada
	Insetos voadores agem como vetor mecânico
	Transmissão: aves suscetíveis de qualquer idade, sexo ou linhagens > transmissão por artrópodes > contato direto ou indireto com aves infectadas > água e/ou alimento contaminados > superfícies contaminadas
	Duas apresentações clínicas: Bouba diftérica com quadro respiratório - lesões diftéricas no trato digestivo e respiratório superior > ave febril com crescimento retardado e dificuldade respiratória > ave com lesões ou placas localizadas na boca, garganta e orifício traqueal com cancros amarelados. Bouba cutânea: lesões crostosas nodulares nas partes desprovidas de penas > lesões envolvendo toda a área da cabeça de uma ave infectada > perda da visão e, então, por não se alimentar devidamente, acaba morrendo.
	Prevenção: vacina atenuada no primeiro dia de vida > in ovo com 18° dias de incubação
Retroviridae

Outros materiais