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Evolução da Auditoria Fiscal e Tributária

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AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 1 
 
 
Auditoria Fiscal e tributária 
 
 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 2 
Auditoria Fiscal e tributária 
 
 
1. Evolução histórica da contabilidade e da auditoria 
 
A Contabilidade passou a tomar notoriedade quando, em 1494, o Frade franciscano 
Luca Paccioli, matemático italiano, publicou sua teoria das partidas dobradas (método 
de registro contábil utilizado até hoje em todo o mundo). O interesse do clero pela 
Contabilidade não foi acidental, pois os principais empreendimentos estruturados na 
Europa moderna ou medieval foram dirigidos pela Igreja, e a primeira dívida pública 
organizada de que se tem notícia foi incorrida pelo Vaticano, mediante colocação de 
títulos mobiliários. 
O reconhecimento da escrituração mercantil como forma de ocupação especializada 
também aconteceu na Itália, onde, em 1581, foi constituído o primeiro colégio de 
contadores. 
A Contabilidade foi a primeira disciplina desenvolvida para auxiliar e informar ao 
administrador, sendo ela a formadora de uma especialização denominada auditoria, 
destinada a ser usada como uma ferramenta de confirmação da própria Contabilidade. 
A revolução industrial na Inglaterra, quando a demanda de capital e a expansão das 
atividades naturalmente criaram problemas contábeis mais complexos, mudou o eixo 
do desenvolvimento prático dessa disciplina para aquele país. Mas a real necessidade 
da auditoria somente se manifestou a partir da institucionalização do investidor 
capitalista (não participante da administração), então uma classe importante e em 
crescimento, que passou a exigir relatórios imparciais sobre a integridade de seu 
investimento e dos resultados econômicos dos empreendimentos. 
Em essência, a causa da evolução da auditoria, que é decorrente da evolução da 
Contabilidade, foi a do desenvolvimento econômico dos países, síntese do crescimento 
das empresas e da expansão das atividades produtoras, gerando crescente 
complexidade na administração dos negócios e de práticas financeiras como uma força 
motriz para o desenvolvimento da economia de mercado. 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 3 
A veracidade das informações, o correto cumprimento das metas, a aplicação do 
capital investido de forma lícita e o retorno do investimento foram algumas das 
preocupações que exigiram a opinião de alguém não ligado aos negócios e que 
confirmasse, de forma independente, a qualidade e a precisão das informações 
prestadas, dando, dessa forma, o ensejo ao aparecimento do auditor. 
Foi a partir da criação da Security Exchange Commission (SEC), em 1934, nos Estados 
Unidos, que a profissão de auditor assumiu importância e criou um novo estímulo, 
uma vez que as empresas, que transacionavam ações na Bolsa de Valores, foram 
obrigadas a se utilizarem dos serviços de auditoria para dar mais credibilidade a suas 
demonstrações financeiras. 
Desde então, a Contabilidade e a auditoria têm sofrido constantes alterações e 
modernizações em função do crescimento dos mercados, da globalização, do avanço 
da tecnologia e, ainda, em decorrência do desenvolvimento de transações comerciais 
e mercantis complexas cujo registro (contabilização) e validação (auditoria) requerem 
a utilização de técnicas e recursos cada vez mais modernos. 
Não existem divulgações de pesquisas sobre os primórdios da auditoria no Brasil. 
Sabe-se, entretanto, que a evolução da auditoria em nosso país está primariamente 
relacionada com a instalação de empresas internacionais de auditoria independente, 
uma vez que investimentos também internacionais foram aqui implantados e, 
compulsoriamente, tiveram que ter suas demonstrações financeiras auditadas. 
As primeiras empresas internacionais de auditoria independente a se instalarem no 
Brasil, segundo publicações e documentos da época, foram a Arthur Andersen S/C, 
que em 21 de outubro de 1909, já mantinha um escritório no Rio de Janeir; e a Price 
Waterhouse que, após incorporar a W. B. Peat & Co. e a Touche, Faller e Co., abriu 
seu escritório, em 1915, também no Rio de Janeiro. 
Apesar de formalmente organizada, em 26 de março de 1957, quando formado o 
Instituto dos Contadores Públicos do Brasil, a auditoria foi oficialmente reconhecida 
apenas em 1968, por ato do Banco Central do Brasil. O fortalecimento da atividade, 
entretanto, ocorreu em 1972, por regulamentações do Banco Central do Brasil 
(BACEN), do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e pela formação de um órgão 
nacional para a congregação e autodisciplina dos profissionais, o Instituto dos 
Auditores Independentes do Brasil. 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 4 
A partir da criação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por meio da Lei nº 6.385, 
de 7 de dezembro de 1976, e da edição da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, 
a atividade do auditor passou a ser regulamentada e controlada. 
 
2. Órgãos relacionados com os auditores 
 
Os principais órgãos relacionados com os auditores são: 
 
2.1 CVM – Comissão de Valores Mobiliários 
É uma entidade autárquica vinculada ao Ministério da Fazenda. Funciona como órgão 
fiscalizador do mercado de capitais do Brasil. Para se exercer atividades de auditoria 
no mercado de valores mobiliários (companhias abertas e instituições, sociedades ou 
empresas) o auditor está sujeito a prévio registro na CVM. 
Para obter tal registro, segundo Instrução nº 04/78 da CVM, o auditor deve comprovar 
cumulativamente: 
 Estar registrado no CRC; 
 Haver exercido atividade de auditoria por um período não inferior a cinco anos, 
contados a partir da data de registro no CRC; 
 Estar exercendo atividade de auditoria, mantendo escritório profissional legalizado, 
em nome próprio, com instalações compatíveis com o exercício de auditoria 
independente. 
Fonte: <www.cvm.com.br> 
 
2.2 IBRACON – Instituto Brasileiro de Contadores 
É uma pessoa jurídica de direito privado, sem lucrativos. Tem como objetivo fixar 
princípios de Contabilidade e elaborar normas e procedimentos relacionados com 
auditoria (externa e interna) e perícias contábeis. 
www.ibracon.com.br 
2.3 CFC – Conselho Federal de Contabilidade e CRC – Conselho 
Regional de Contabilidade 
Os conselhos representam as entidades de classe dos contadores. A finalidade principal 
desses conselhos é o registro e a fiscalização do exercício da profissão de contabilista. 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 5 
Fonte: <www.cfc.org.br> e <www.crcmg.org.br> 
2.4 OIO – Instituto dos Auditores Internos do Brasil 
É uma sociedade civil de direito privado, sem fins lucrativos. O principal objetivo é 
promover o desenvolvimento da auditoria interna, mediante o intercâmbio de ideias, 
reuniões, conferências, intercâmbio com outras instituições, congressos, publicações 
de livros e revistas e divulgação da importância da auditoria interna junto a terceiros. 
As principais diferenças, entre o auditor interno e o auditor externo, são as seguintes: 
 
Auditor interno Auditor externo 
- É empregado da empresa auditada. - Não tem vínculo empregatício com a 
empresa auditada. 
- Menor grau de independência. - Maior grau de independência. 
- Executa auditoria contábil e 
operacional. 
- Executa apenas auditoria contábil. 
- Os principais objetivos são: verificar 
se as normas internas estão sendo 
seguidas, verificar a necessidade de 
aprimoramentos nas normas internas 
vigentes, verificar a necessidade de 
definição de novas normas internas, 
efetuar auditoria das áreas contábil e 
operacional. 
- O principal objetivo é emitir um parecer 
sobre as demonstrações contábeis, 
verificando se foram elaboradas de 
acordo com os princípioscontábeis e se 
esses princípios foram uniformes em 
relação ao exercício anterior. 
- O foco do trabalho são os controles e 
as normas internas, visando dar mais 
confiabilidade interna aos processos. 
- O foco do trabalho é a contabilidade e 
as demonstrações financeiras, 
objetivando atestar a veracidade das 
informações prestadas ao mercado. 
- Os relatórios produzidos são 
destinados à alta administração 
(Presidência, Conselho de 
Administração) 
- Os relatórios produzidos são, 
normalmente, destinados aos 
administradores, acionistas, 
fornecedores, investidores, credores etc. 
- Maior volume de testes. - Menor volume de testes. 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 6 
- Conceito de relevância pouco 
importante. 
- Conceito de relevância muito 
importante. 
 
 
2.4.1 Das normas de execução dos trabalhos 
 
As normas de execução dos trabalhos dizem respeito aos seguintes itens: 
 
2.4.2 Planejamento da auditoria 
 
O auditor deve planejar seu trabalho consoante as Normas Brasileiras de Contabilidade 
e de acordo com os prazos e demais compromissos contratualmente assumidos com 
a entidade. 
 
O planejamento pressupõe adequado nível de conhecimento sobre o ramo de 
atividade, negócios e práticas operacionais da entidade. 
 
O planejamento deve considerar todos os fatores relevantes na execução dos 
trabalhos, especialmente os seguintes: 
 
• O conhecimento detalhado dos sistemas contábil e de controles internos da 
entidade e seu grau de confiabilidade; 
• Os riscos de auditoria; 
• A natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria a serem 
aplicados; 
• A existência de entidades associadas, filiais e partes relacionadas; e 
• O uso dos trabalhos de outros auditores independentes, especialistas e auditores 
internos. 
 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 7 
O auditor deve documentar seu planejamento geral e preparar programas de trabalho 
por escrito, detalhando o que for necessário à compreensão dos procedimentos que 
serão aplicados, em termos de natureza, oportunidade e extensão. 
 
O programa de auditoria deve ser detalhado de forma a servir como guia e meio de 
controle do progresso dos trabalhos. 
 
O planejamento de auditoria, quando incluir a designação de equipe técnica, deve 
prever a orientação e supervisão do auditor, que assumirá total responsabilidade pelos 
trabalhos executados. 
 
A utilização de equipe técnica deve ser prevista de maneira a fornecer razoável 
segurança de que o trabalho venha a ser executado por pessoa com capacitação 
profissional, independência e treinamento requeridos nas circunstâncias. 
 
O planejamento e os programas de trabalho devem ser revisados e atualizados sempre 
que novos fatos os recomendarem. 
 
2.4.3 Relevância 
 
Os exames de auditoria devem ser planejados e executados na expectativa de que os 
eventos relevantes relacionados com as demonstrações contábeis sejam identificados. 
 
A relevância deve ser considerada pelo auditor quando: 
 
• Determinar a natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria; 
• Avaliar o efeito das distorções sobre os saldos, denominação e classificação das 
contas; 
• Determinar a adequação da apresentação e da divulgação da informação contábil. 
 
2.4.4 Risco de auditoria 
 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 8 
É a possibilidade de o auditor vir a emitir uma opinião tecnicamente inadequada sobre 
demonstrações contábeis significativamente incorretas. 
 
A análise dos riscos de auditoria deve ser feita na fase de planejamento dos trabalhos, 
considerando a relevância em dois níveis: 
 
• Em nível geral, considerando as demonstrações contábeis tomadas no seu 
conjunto, bem como os negócios, qualidade da administração, avaliação dos 
sistemas contábil e de controles internos e situação econômica e financeira da 
entidade; e 
 
• Em níveis específicos, relativos aos saldos das contas ou natureza e volume das 
transações. 
 
2.4.5 Supervisão e controle de qualidade 
 
Na supervisão dos trabalhos da equipe técnica, o auditor deve executar as seguintes 
funções, durante a execução da auditoria: 
 
• Avaliar o cumprimento do planejamento e dos programas de trabalho; 
• Avaliar se as tarefas distribuídas à equipe técnica estão sendo cumpridas no grau 
de competência exigido; 
• Resolver questões significativas quanto à aplicação das Normas Brasileiras de 
Contabilidade; 
• Avaliar se os trabalhos foram adequadamente documentados e os objetivos dos 
procedimentos técnicos alcançados; e 
• Avaliar se as conclusões obtidas são resultantes dos trabalhos executados e 
permitem ao auditor fundamentar sua opinião sobre as demonstrações contábeis. 
 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 9 
O auditor deve instituir um programa de controle de qualidade visando avaliar, 
periodicamente, se os serviços executados são efetuados de acordo com as Normas 
Brasileiras de Contabilidade. 
 
2.4.6 Estudo e avaliação dos sistemas contábil e de controles internos 
 
Os sistemas contábil e de controles internos compreendem o plano de organização e 
o conjunto integrado de métodos e o procedimento adotados pela entidade na 
proteção do seu patrimônio, promoção da confiabilidade e tempestividade dos seus 
registros e demonstrações contábeis, e da sua eficácia operacional. 
 
O auditor deve efetuar o estudo e a avaliação dos sistemas contábil e de controles 
internos da entidade, como base para determinar a natureza, oportunidade e extensão 
da aplicação dos procedimentos de auditoria. 
 
Os sistemas contábil e de controles internos são de responsabilidade da administração 
da entidade, porém o auditor deve efetuar sugestões objetivas para o seu 
aprimoramento, decorrentes de constatações feitas no decorrer do seu trabalho. 
 
3. Controles Internos – Estrutura Integrada COSO 
 
O Comitê das Organizações Patrocinadoras (The Committee of Sponsoring 
Organizations of the Treadway Commission – COSO) é uma entidade sem fins 
lucrativos, dedicada à melhoria dos relatórios financeiros por meio da ética, efetividade 
dos controles internos e adoção das melhores práticas de governança corporativa. Pela 
sua metodologia, risco é tudo aquilo que foge ao planejamento, é uma variação ao 
que foi inicialmente planejado. 
 
O COSO desenvolveu, em 2003, a versão atualizada do Internal Control – Integrated 
Framework que permitirá que as organizações desenvolvam e mantenham, de forma 
eficiente e eficaz, sistemas de controle interno que possibilitem aumentar as chances 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 10 
de alcançar seus objetivos e adaptar-se às mudanças nos ambientes operacionais e 
corporativos. 
 
O COSO Framework (Estrutura COSO) envolve alguns conceitos-chave para o controle 
interno: 
 
a) é um processo. É um meio para um fim, não um fim em si mesmo; 
 
b) é afetado pelas pessoas, não é meramente política, manuais e normas, mas as 
pessoas em todos os níveis de uma organização; 
c) aplica-se à estratégia; 
d) aplica-se a todas as unidades da empresa; 
e) pode ser esperado que forneça uma garantia razoável, não absoluta segurança, à 
gestão e ao Comitê Executivo; 
f) é voltado para a realização dos objetivos em uma ou mais categorias distintas, mas 
que se sobrepõem. 
 
Definição de controle interno e objetivos da Estrutura COSO 
 
Controle interno é definido como um processo, projetado para proporcionar 
"segurança razoável" sobre a realização dos objetivos nas seguintes categorias: 
Eficácia e eficiência das operações – além da eficácia e eficiência das operações refere-se inclusive às metas de desempenho financeiro e operacional e à salvaguarda de 
perdas de ativos. 
Confiabilidade dos relatórios financeiros – esses objetivos relacionam-se a divulgações 
financeiras e não financeiras, internas e externas, podendo abranger os requisitos de 
confiabilidade, oportunidade, transparência ou outros termos estabelecidos pelas 
autoridades normativas, órgãos reguladores ou as políticas da empresa. 
 
Cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis – refere-se à atuação da empresa 
dentro da conformidade / compliance. 
 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 11 
A estrutura de controles internos, recomendada pelo COSO, desmembra os controles 
internos em oito componentes inter-relacionados. Esses componentes fornecem um 
quadro eficaz para descrever e analisar o sistema de controle interno implementado 
em uma empresa. Os oito componentes são os seguintes: 
 
A. Ambiente de controle 
 
É a base para todos os outros componentes do controle interno, proporcionando 
disciplina e estrutura. Fatores do ambiente de controle incluem integridade, valores 
éticos, estilo operacional da gestão, delegação de sistemas de autoridade, bem como 
os processos de gestão e desenvolvimento de pessoas na organização. Fica claro que 
as pessoas são responsáveis pelo controle interno. 
 
B. Avaliação do risco 
 
Consiste na identificação e análise dos riscos relevantes para o alcance dos objetivos. 
Os riscos são analisados, considerando a probabilidade e o impacto, como uma base 
para determinar como devem ser gerenciados. Os riscos são avaliados em uma base 
inerente e uma residual. 
Uma precondição para a avaliação de risco é o estabelecimento de objetivos e, 
portanto, a avaliação de risco é a identificação e análise de riscos relevantes para a 
realização dos objetivos atribuídos. A gestão seleciona as respostas aos riscos, 
evitando, aceitando, reduzindo, ou partilhando os riscos. Deve ser desenvolvido um 
conjunto de ações para alinhar o apetite de risco e a respectiva tolerância. 
 
C. As atividades de controle 
 
São as políticas e os procedimentos que ajudam a garantir que as diretrizes da 
empresa sejam realizadas e que não haja ocorrência de situações desfavoráveis e de 
não conformidade. Elas ajudam a garantir que sejam tomadas as ações necessárias 
para neutralizar os riscos que podem prejudicar a consecução dos objetivos da 
empresa. 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 12 
 
As atividades de controle ocorrem em toda a organização, em todos os níveis e em 
todas as funções. Eles incluem um leque de atividades tão diversas como aprovações, 
autorizações, verificações, reconciliações, revisões do desempenho operacional, 
segurança dos ativos e segregação de funções. 
 
D. Informação e comunicação 
 
Sistemas de informação desempenham um papel fundamental nos sistemas de 
controle interno; produzem relatórios, incluindo informações operacionais, financeiras, 
que tornam possível executar e controlar o negócio. 
 
Em um sentido mais amplo, a comunicação eficaz deve garantir que a informação flua 
para baixo, para os lados e para toda a empresa. Uma comunicação eficaz também 
deve ser assegurada com as partes externas, como clientes, fornecedores, reguladores 
e sócios sobre posições, políticas e afins. 
 
E. Atividades de monitoramento 
 
Os sistemas de controle interno precisam ser monitorados. O monitoramento é um 
processo que avalia a qualidade do desempenho do sistema ao longo do tempo. Isto 
é realizado por meio de atividades de monitoramento em curso ou avaliações 
separadas. Deficiências de controle interno detectadas devem ser relatadas e tomadas 
medidas corretivas para garantir a melhoria contínua do sistema. 
 
F. Ambiente interno 
 
Engloba o tom de uma organização e estabelece a base para a forma como o risco é 
visto e dirigido, incluindo a filosofia de gestão de risco e apetite de risco, a integridade 
e os valores éticos dentro do ambiente em que atuam. 
 
G. Definição de objetivos 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 13 
 
Gerenciamento de riscos corporativos assegura que a administração tem, em prática, 
um processo para definir objetivos e que esses objetivos apoiam e estão alinhados 
com a missão da empresa e são consistentes com seu apetite de risco. 
 
H. Identificação de evento 
 
Eventos internos e externos que afetam a realização dos objetivos da empresa devem 
ser identificados. Também deve ser dada ênfase à distinção entre riscos e 
oportunidades. Oportunidades são canalizadas de volta para os processos de 
estratégia ou de fixação de objetivos de gestão. 
 
4. Regras, Procedimentos e Controles internos 
 
Atendendo às disposições da Instrução CVM 558/2015, a Empírica Investimentos deve 
garantir, por meio de controles internos adequados, o permanente atendimento às 
normas, políticas e regulamentações vigentes, referentes às diversas modalidades de 
investimento, à própria atividade de administração de carteiras de valores mobiliários 
e aos padrões ético e profissional. 
 
Os controles internos devem ser efetivos e consistentes com a natureza, a 
complexidade e o risco das operações realizadas. As atividades da empresa devem ser 
exercidas de modo a: 
 
a) assegurar que todos os profissionais que desempenhem funções ligadas à 
administração de carteiras de valores mobiliários atuem com imparcialidade e 
conheçam o Código de Ética e as normas aplicáveis, bem como as políticas 
estabelecidas e as disposições relativas a controles internos; 
b) identificar, administrar e eliminar eventuais conflitos de interesses que possam 
afetar a imparcialidade das pessoas que desempenhem funções ligadas à 
administração de carteiras de valores mobiliários. 
 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 14 
Ainda com o objetivo de assegurar o cumprimento das disposições dos normativos dos 
órgãos regulatórios, serão desenvolvidas e implementadas regras, procedimentos e 
controles internos, por escrito. Devem ser estabelecidos mecanismos para: 
 
a) Assegurar o controle de informações confidenciais a que tenham acesso seus 
administradores, empregados e colaboradores; 
b) Assegurar a existência de testes periódicos de segurança para os sistemas de 
informações, em especial aos mantidos em meio eletrônico; 
c) Implantar e manter programa de treinamento de administradores, empregados e 
colaboradores que tenham acesso a informações confidenciais, participem de processo 
de decisão de investimento ou participem de processo de distribuição de cotas de 
fundos de investimento; 
d) Garantir a existência de atribuição de responsabilidades e delegação de autoridade, 
observada a estrutura hierárquica da Empírica Investimentos, a fim de assegurar a 
apropriada segregação de funções e supressão de atribuições de responsabilidades 
conflitantes; 
 
e) Prever a existência de canais de comunicação que assegurem aos sócios e 
colaboradores o acesso a confiáveis e tempestivas informações consideradas 
relevantes para suas tarefas e responsabilidades; 
f) Assegurar que o sistema de controles internos seja periodicamente revisado e 
atualizado de forma a garantir sua efetividade; 
g) Elaborar e revisar periodicamente o Plano de Continuidade dos Negócios (PCN); 
h) Assegurar a atuação de forma independente, imparcial e tempestiva da auditoria 
interna sobre o sistema de controles internos. 
 
4.1 Aplicação dos procedimentos de auditoria 
 
Deve ser realizada por meio de provas seletivas, testes e amostragens, em razão da 
complexidade e do volume das operações, cabendo ao auditor, com base na análise 
de risco de auditoria e outroselementos de que dispuser, determinar a amplitude dos 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 15 
exames necessários à obtenção dos elementos de convicção que sejam válidos para o 
todo. 
 
Na aplicação dos testes de observância e substantivos, o auditor deve considerar os 
seguintes procedimentos técnicos básicos: 
 
• Inspeção – exame de registros, documentos e de ativos tangíveis. 
• Observação – acompanhamento de processos e dos procedimentos quando da 
sua execução. 
• Investigação e confirmação – obtenção de informações junto a pessoas ou 
entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade. 
• Cálculo – conferência da exatidão aritmética de documentos comprobatórios, 
registros e demonstrações contábeis e outras circunstâncias. 
• Revisão analítica – verificação do comportamento de valores significativos, por 
intermédio de índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com 
vistas à identificação de situações ou a tendências atípicas. 
 
Na aplicação dos testes de observância, o auditor deve verificar a existência, 
efetividade e continuidade dos controles internos. 
 
Na aplicação dos testes substantivos, o auditor deve objetivar as seguintes conclusões: 
 
• Existência – se o componente patrimonial existe em certa data; 
• Direitos e obrigações – se efetivamente existem em certa data; 
• Ocorrência – se a transação de fato ocorreu; 
• Abrangência – se todas as transações estão registradas; 
• Avaliação – se os ativos e passivos estão avaliados adequadamente; 
• Mensuração – se as transações estão registradas pelos montantes corretos e se 
foi respeitado o princípio de competência; e 
• Apresentação e divulgação – se os itens estão divulgados, classificados e 
descritos de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade. 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 16 
 
Na aplicação dos procedimentos de revisão analítica, o auditor deve considerar: 
 
• O objetivo dos procedimentos e o grau de confiabilidade dos resultados 
alcançáveis; 
• A natureza da entidade e o conhecimento adquirido nas auditorias anteriores; e 
• A disponibilidade de informações, sua relevância, confiabilidade e compatibilidade. 
 
Se o auditor, durante a revisão analítica, não obtiver informações objetivas suficientes 
para dirimir as questões suscitadas, deve efetuar verificações adicionais, aplicando 
novos procedimentos de auditoria, até alcançar conclusões satisfatórias. 
 
Desde que praticável e razoável e quando o ativo envolvido for de valor expressivo em 
relação à posição patrimonial e financeira e ao resultado das operações, deve o 
auditor: 
 
• Confirmar os valores das contas a receber, através de comunicação direta com os 
devedores; e 
• Acompanhar o inventário físico realizado pela entidade executando os testes de 
contagem física e procedimentos complementares aplicáveis. 
 
4.2 Documentação de auditoria 
 
O auditor deve documentar, por meio de papéis de trabalho, todos os elementos 
significativos dos exames realizados e que evidenciem ter sido a auditoria executada 
de acordo com as normas aplicáveis. 
 
Os papéis de trabalho devem ter a abrangência e o grau de detalhe suficientes para 
propiciar o entendimento e o suporte da auditoria executada, compreendendo a 
documentação do planejamento, a natureza, a oportunidade e a extensão dos 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 17 
procedimentos de auditoria, bem como o julgamento exercido pelo auditor e as 
conclusões alcançadas. 
 
Os papéis de trabalho devem ser elaborados, organizados e arquivados de forma 
sistemática e racional. 
 
Quando o auditor se utilizar de análises, demonstrações ou quaisquer outros 
documentos fornecidos pela entidade, deve certificar-se de sua exatidão, sempre que 
integrá-los aos seus papéis de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
4.3 Continuidade normal dos negócios da entidade 
 
Deve merecer especial atenção do auditor, quando do planejamento dos seus 
trabalhos, ao analisar os riscos de auditoria, e deve ser complementada quando da 
execução de seus exames. 
 
A evidência da normalidade, pelo prazo de um ano após a data das demonstrações 
contábeis, é suficiente para a caracterização dessa continuidade. 
 
Caso, no decorrer dos trabalhos, se apresentem indícios que ponham em dúvida essa 
continuidade, deve o auditor aplicar os procedimentos adicionais que julgar necessário 
para a formação de juízo embasado e definitivo sobre a matéria. 
 
Na hipótese de o auditor concluir que há evidências de risco, na continuidade normal 
dos negócios da entidade, deve avaliar os possíveis efeitos nas demonstrações 
contábeis, especialmente quanto à realização dos ativos. 
 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 18 
4.4 Amostragem estatística 
 
Ao determinar a extensão de um teste de auditoria ou método de seleção de itens a 
serem testados, o auditor deve empregar técnicas de amostragem estatística. 
 
4.5 Processamento eletrônico de dados (PED) 
 
O uso de PED modifica a forma de processamento e armazenamento de informações, 
afetando a organização e os procedimentos adotados pela entidade na consecução de 
adequados controles internos. O auditor deve dispor de compreensão suficiente dos 
recursos de PED e dos sistemas de processamento existentes, a fim de avaliá-los e 
planejar adequadamente seu trabalho. 
 
O uso de técnicas de auditoria que demandem o emprego de recursos de PED requer 
que o auditor os domine completamente, de forma a implementar os próprios 
procedimentos ou, se for o caso, orientar, supervisionar e revisar os trabalhos de 
especialistas. 
 
4.6 Estimativas contábeis 
 
As estimativas contábeis são de responsabilidade da administração da entidade e se 
baseiam em fatores objetivos e subjetivos, requerendo o seu julgamento na 
determinação do valor adequado a ser registrado nas demonstrações contábeis. 
 
O auditor deve ter conhecimentos suficientes sobre os controles, procedimentos e 
métodos utilizados pela entidade no estabelecimento de estimativas que resultem em 
provisões. 
 
O auditor deve se assegurar quanto à razoabilidade das estimativas, individualmente 
consideradas, quando estas forem relevantes. Tal procedimento inclui, além da 
análise da fundamentação matemático-estatística, dos procedimentos utilizados pela 
entidade, na quantificação das estimativas, a coerência destas com o comportamento 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 19 
da entidade em períodos anteriores, as práticas correntes em entidades semelhantes, 
os planos futuros da entidade, a conjuntura econômica e suas projeções. 
 
Quando a comparação entre as estimativas feitas em anos anteriores e os valores reais 
destas evidenciar variações significativas, deve o auditor verificar se houve o 
competente ajuste nos procedimentos, de forma a permitir estimativas mais 
apropriadas no período em exame. 
 
4.7 Transações com partes relacionadas 
 
O auditor deve obter evidências suficientes para identificar partes relacionadas na fase 
de planejamento, possibilitando detectar, no decorrer dos trabalhos, quaisquer 
transações relevantes que as envolvam. 
 
O auditor deve examinar as transações relevantes com partes relacionadas, aplicando 
os procedimentos necessários à obtenção de informações sobre a finalidade, natureza 
e extensão das transações, com especial atenção àquelas que pareçam anormais ou 
envolvam partes relacionadas não identificadas quando do planejamento. 
 
4.8 Transações e eventos subsequentes 
 
O auditor deve aplicar procedimentos específicos em relação aos eventos ocorridos 
entre a data do balanço e a do seu parecer, que possamdemandar ajustes nas 
demonstrações contábeis ou a divulgação de informações nas notas explicativas. 
 
4.9 Carta de responsabilidade da administração 
 
O auditor deve obter carta que evidencie a responsabilidade da administração quanto 
às informações e dados e a preparação e apresentação das demonstrações contábeis 
submetidas ao exame de auditoria. 
 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 20 
A carta de responsabilidade deve ser emitida com a mesma data do parecer dos 
auditores sobre as demonstrações contábeis a que ela se refere. 
 
4.10 Contingências 
 
O auditor deve adotar procedimentos para assegurar que todas as contingências 
passivas relevantes, decorrentes de processos judiciais, reivindicações e reclamações, 
bem como de lançamentos de tributos em disputa, foram identificadas e consideradas 
pela administração da entidade na elaboração das demonstrações contábeis. 
 
Os seguintes procedimentos devem ser executados pelo auditor: 
 
• Discussão com a administração da entidade, das políticas e dos procedimentos 
adotados para identificar, avaliar e contabilizar as contingências passivas; 
• Obtenção de carta dos advogados da entidade (consultores jurídicos externos e/ou 
internos) quanto à existência de contingências na época da execução dos trabalhos 
finais de auditoria; e 
• Discussão com os advogados e/ou administradores da entidade, das perspectivas 
de desfecho das contingências e da adequação das perdas contingentes 
provisionados, bem como das divulgações a serem feitas nas demonstrações 
contábeis. 
 
O auditor deve adotar os mesmos procedimentos com relação às contingências ativas. 
 
4.11 Extensão dos procedimentos de auditoria 
 
Os procedimentos de auditoria devem ser estendidos e aprofundados até a obtenção 
dos elementos comprobatórios necessários para formar e fundamentar o parecer do 
auditor. 
 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 21 
Cabe ao auditor aplicar os procedimentos de auditoria adequados a cada caso, na 
extensão e profundidade necessárias, até que se obtenham as provas materiais ou 
informações satisfatórias, comprobatórias dos fatos identificados. 
 
A avaliação desses elementos fica a critério do auditor, obedecido o seguinte: 
 
• O simples registro contábil, sem outras comprovações, não constitui elemento 
comprobatório; 
• Na ausência de comprovante idôneo, auxiliam na determinação da validade dos 
registros contábeis, sua objetividade, sua tempestividade e sua correlação com 
outros registros contábeis ou elementos extracontábeis; 
• Para ser aceitável, a correlação deve ser legítima e relevante, dependendo das 
seguintes circunstâncias: 
- Quando a correlação pode ser verificada, relativamente à fonte externa, ela 
proporciona maior grau de confiança do que quando verificada na própria 
empresa; 
- Quando as condições dos sistemas contábil e de controles internos são 
satisfatórias, os registros e as demonstrações contábeis proporcionam maior 
grau de confiança; 
- O conhecimento direto e pessoal, obtido pelo auditor por meio de verificações 
físicas, observações, cálculos e inspeções, oferecem maior segurança do que as 
informações colhidas indiretamente. 
• Desde que praticável e razoável, e quando o ativo envolvido for de expressivo valor 
material, em relação à posição patrimonial e financeira e o resultado das operações, 
as contas a receber devem ser confirmadas por meio de comunicações diretas com 
os devedores e, da mesma forma, o levantamento físico de inventários deve ser 
observado pelo auditor; e 
• Como regra geral, existem relações entre o custo de obtenção de uma 
comprovação e seu benefício para exame. Entretanto, a dificuldade ou o custo 
não constituem razões suficientes para sua dispensa, quando o auditor a julgar 
necessária. 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 22 
 
5. Estrutura das Demonstrações Contábeis 
 
São uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do 
desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar 
informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos 
de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações 
e tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam 
apresentar os resultados da atuação da administração na gestão da entidade e sua 
capacitação na prestação de contas quanto aos recursos que lhe foram confiados. Para 
satisfazer a esse objetivo, as demonstrações contábeis proporcionam informação da 
entidade acerca do seguinte: 
 
(a) ativos; 
(b) passivos; 
(c) patrimônio líquido; 
(d) receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas; 
(e) alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e 
distribuições a eles; e 
(f) fluxos de caixa. 
 
Essas informações, juntamente com outras constantes das notas explicativas, ajudam 
os usuários das demonstrações contábeis na previsão dos futuros fluxos de caixa da 
entidade e, em particular, na época e no grau de certeza de sua geração. 
 
Segundo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis, o conjunto completo de 
demonstrações contábeis inclui: 
 
(a) Balanço Patrimonial ao final do período; 
(b) Demonstração do Resultado do período; 
(c) Demonstração do Resultado Abrangente do período; 
(d) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido do período; 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 23 
(e) Demonstração dos Fluxos de Caixa do período; 
(f) Notas Explicativas, compreendendo as políticas contábeis significativas e outras 
informações elucidativas; 
(g) Informações comparativas com o período anterior (mínimo dois anos); 
(h) Balanço Patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente 
apresentado, quando a entidade aplicar uma política contábil retrospectivamente ou 
proceder à reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis, ou 
quando proceder à reclassificação de itens de suas demonstrações contábeis; 
(i) Demonstração do Valor Adicionado do período, se exigido legalmente ou por algum 
órgão regulador ou mesmo se apresentada voluntariamente; 
 
O conjunto completo das demonstrações contábeis deve ser apresentado pelo menos 
anualmente (inclusive informação comparativa). Quando se altera a data de 
encerramento das demonstrações contábeis da entidade e as demonstrações 
contábeis são apresentadas para um período mais longo ou mais curto do que um ano, 
a entidade deve divulgar, além do período abrangido pelas demonstrações contábeis: 
 
(a) a razão para usar um período mais longo ou mais curto; e 
(b) o fato de que não são inteiramente comparáveis os montantes comparativos 
apresentados nessas demonstrações. 
 
Vale ressaltar que as demonstrações contábeis exigidas pela Lei 6.404/76 
não coincidem exatamente com as citadas acima. 
 
Conforme determina o artigo 176, da Lei das Sociedades por Ações, ao fim de cada 
exercício social a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da 
companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza 
a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: 
 
I - Balanço Patrimonial; 
II - Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados; 
III - Demonstração do Resultado do Exercício; 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 24 
IV – Demonstração dos Fluxos de Caixa; 
V – Se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado. 
 
As demonstrações contábeis também englobam notas explicativas, quadros 
suplementares e outras informações. Por exemplo, podem conter informações 
adicionais que sejam relevantes às necessidades dos usuários sobreitens constantes 
do balanço patrimonial e da demonstração do resultado. Podem incluir divulgações 
sobre os riscos e as incertezas que afetem a entidade e quaisquer recursos e/ou 
obrigações para os quais não exista obrigatoriedade de serem reconhecidos no balanço 
patrimonial (tais como, reservas minerais). Informações sobre segmentos industriais 
ou geográficos e o efeito de mudanças de preços sobre a entidade podem também ser 
fornecidos sob a forma de informações suplementares. 
 
Nota-se que o CPC trouxe de novidade, em relação às demonstrações exigidas por lei, 
a Demonstração do Resultado Abrangente e a adoção da Demonstração das Mutações 
do Patrimônio Líquido em substituição à Demonstração dos Lucros ou Prejuízos 
Acumulados. 
 
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi idealizado a partir da união de 
esforços e comunhão de objetivos de várias entidades, tais como CFC, Bovespa, 
Ibracon etc., em função das necessidades de convergência internacional das normas 
contábeis (redução de custo de elaboração de relatórios contábeis, redução de riscos 
e custo nas análises e decisões, redução de custo de capital); centralização na emissão 
de normas dessa natureza (no Brasil, diversas entidades o fazem); representação e 
processos democráticos na produção dessas informações (produtores da informação 
contábil, auditor, usuário, intermediário, academia, governo). O comitê tem como 
objetivo o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre 
procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para 
permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à 
centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta 
a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. 
 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 25 
6. Auditoria Fiscal 
 
No Brasil a carga tributária representa um dos principais custos das empresas. A 
complexidade tributária, a quantidade de tributos e as frequentes alterações reforçam 
a necessidade de um acompanhamento criterioso dos tributos, pois muitas empresas 
acabam pagando impostos indevidos. 
A auditoria fiscal ou tributária tem como objetivo analisar as obrigações tributárias dos 
auditados, bem como verificar seu cumprimento. Naturalmente essas obrigações vão 
além do pagamento dos impostos. Assim a auditoria fiscal é responsável pelo controle 
e procedimentos legais que envolvem pagamento, recuperação de impostos e também 
o cumprimento das obrigações acessórias como a apresentação de declarações como 
a DIPJ (agora pelo sistema SPED), DCTF, DIRF e todos os projeto SPED (fiscal, 
contribuições, contábil e o e-Social). 
Outra função importante da Auditoria Fiscal é a prevenção de fraudes, atividades 
ilegais que atingem a saúde tributárias das empresas, ou possíveis erros que são 
tratados com rigor pela fiscalização. 
 
Conforme artigo 44 da lei 9430/96 com redação dada pela Lei 11638/2007 art 14. 
 
 
Art. 44. Nos casos de lançamento de 
ofício, serão aplicadas as seguintes 
multas: 
I - de 75% (setenta e cinco por cento) 
sobre a totalidade ou diferença de 
imposto ou contribuição nos casos de 
falta de pagamento ou recolhimento, de 
falta de declaração e nos de declaração 
inexata; 
II - de 50% (cinquenta por cento), 
exigida isoladamente, sobre o valor do 
pagamento mensal: 
a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 
22 de dezembro de 1988, que deixar de 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 26 
ser efetuado, ainda que não tenha sido 
apurado imposto a pagar na declaração 
de ajuste, no caso de pessoa física; 
b) na forma do art. 2o desta Lei, que 
deixar de ser efetuado, ainda que tenha 
sido apurado prejuízo fiscal ou base de 
cálculo negativa para a contribuição 
social sobre o lucro líquido, no ano-
calendário correspondente, no caso de 
pessoa jurídica. 
§ 1o O percentual de multa de que trata 
o inciso I do caput deste artigo será 
duplicado nos casos previstos nos arts. 
71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de 
novembro de 1964, independentemente 
de outras penalidades administrativas ou 
criminais cabíveis. 
I - (revogado); 
II - (revogado); 
III- (revogado); 
IV - (revogado); 
V - (revogado pela Lei no 9.716, de 26 de 
novembro de 1998). 
§ 2o Os percentuais de multa a que se 
referem o inciso I do caput e o § 1o deste 
artigo serão aumentados de metade, nos 
casos de não atendimento pelo sujeito 
passivo, no prazo marcado, de intimação 
para: 
I - prestar esclarecimentos; 
II - apresentar os arquivos ou sistemas 
de que tratam os arts. 11 a 13 da Lei 
no 8.218, de 29 de agosto de 1991; 
III - apresentar a documentação técnica 
de que trata o art. 38 desta Lei. 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 27 
................................................. ” 
(NR)” 
 
 
 
Importante instrumento de gestão administrativa que englobam fundamentais 
informações sobre todas as partes da empresa, a contabilidade, matem um elo com a 
auditoria que visa avaliar as informações produzidas por ela, tornando cada vez mais 
confiáveis e seguras. 
 
6.1 Definição de Auditoria Fiscal e Tributária 
 
A auditoria fiscal e tributária está sempre em mudança o que requer muita atenção, 
com a finalidade de padronizar procedimentos para dar mais segurança nas 
informações tanto para o investidor como para administração da empresa. A auditoria 
compreende a análise dos procedimentos adotados para apuração, controle e 
pagamentos de tributos que incidem sobre as atividades comercias e operacionais da 
empresa, bem como se as obrigações estão sendo seguidas corretamente. 
Para que o governo faça uma fiscalização na empresa é necessário que possua indícios 
de infrações, ou seja, provas matérias que não foram cumpridas as obrigações fiscais. 
No Brasil, quem cuida da verificação tributária zelando pelo bom andamento das 
operações é a Receita Federal. 
 
(JUND FILHO, 2000, P.32) define “A auditoria tributaria 
objetiva o exame e a avaliação de planejamento tributário 
e a eficiência e eficácia dos procedimentos e controles 
adotados para a operação, pagamento e recuperação de 
impostos, taxas e quaisquer ônus de natureza fisco-
tributária que incida nas operações, bens e documentos da 
empresa” 
 
6.2 Objetivos das Auditoria Fiscal e Tributária 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 28 
 
O objetivo da revisão fiscal é com base em procedimentos e evidencias que o auditor 
afirme que todos os cálculos e recolhimentos foram observados pelo contribuinte. 
Este procedimento de revisão não deve ser assumido pela Administração como uma 
maneira de validar e isentar de possíveis questionamentos do Fisco em relação aos 
resultados auferidos, critérios de escrituração contábil adotadas, isto porque tão 
serviço de montagem de processos faz parte de uma consultoria tributária. 
A auditoria fiscal divide-se em: Preventiva, corretiva e operacional. 
• Preventiva: revisar os últimos 5 anos das principais obrigações acessórias 
e dar validade de acordo com a legislação vigente; 
• Corretiva: revisão mensalmente as obrigações principais e acessórias 
com base nos documentos apresentados. 
• Operacional: apurar mensalmente as obrigações principais, confeccionar 
guias, elaborar e enviar declarações, recuperar créditos tributários e 
levantamento das contingências fiscais. 
 
6.3 Planejamento da Auditoria Fiscal e Tributária 
 
O Auditor deve planejar os trabalhos de revisão, estabelecendo estratégias que 
facilitem e torne seu trabalho mais eficaz. Para tanto ele deve ter prévio conhecimento 
da entidade, campo de atuação, ramo do negócio, organização, sistema contábil 
utilizado, característicasoperacionais, natureza dos ativos, passivos, receitas e 
despesas e enquadramento tributário. 
Alguns documentos que se fazem necessários para a revisão são: 
 
• Cópia do balanço patrimonial, DRE, DMPL, balance analítico; 
• Memória de cálculo e comprovante de pagamento dos impostos; 
• Comprovante de transmissão das obrigações acessórias; 
• LALUR; 
• Livros Fiscais; 
• GIA; 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 29 
• Cópia dos arquivos das declarações (SPED) e etc. 
 
Dentre este vasto campo da auditoria fiscal e tributária são prestações de serviços 
específicos como: 
 
• Consultoria tributária e Societária; 
• Gestão e Planejamento tributário; 
• Diagnostico fiscal; 
• Regimes especiais de tributação; 
• Levantamento de créditos de PIS e COFINS (sistemática não 
cumulativa); 
• Levantamento e revisão de créditos tributários; 
• Revisão de transfer pricing (apuração de preço de transferência, 
importação e exportação commodities); 
• Revisão folha de pagamentos; 
• Planejamento previdenciário e etc. 
 
Dos conhecimentos contábeis essenciais 
 
A escrituração é a técnica utilizada para registro dos fatos contábeis ocorridos na 
entidade e atualmente regida pela norma ITG 2000 e NBC t 2, ambas em anexo no 
final deste material. 
 
7. Tipos de apuração do resultado do imposto 
 
7.1 Lucro real 
É o lucro líquido do período ou lucro contábil ajustado pelas adições e exclusões 
autorizadas pelo RIR. Os ajustes do lucro líquido, apuração, é feita no LALUR podendo 
a apuração ser anual ou trimestral, 
A escrituração prevista deverá ser entregue em meio digital ao sistema público de 
escrituração digital (SPED) (art. 2º da Lei n. 12.973/2014). 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 30 
Obrigatoriedade do Lucro real (anual ou trimestral): 
De acordo com o art. 14 da lei m 9718/98, estão obrigadas a apurar pelo lucro real: 
 
 
• Empresas com receita total seja superior a R$ 78.000.000,00, ou 
proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 
meses; 
• Empresas com atividade de instituições financeiras ou equiparadas; 
• Empresas que tiveram lucros, rendimentos ou ganho de capital oriundo 
do exterior; 
• Empresas que com autorização se beneficiam de isenções ou redução 
de impostos; 
 
• Empresas que atuam como factoring; 
• Empresas que efetuaram pagamento mensal pelo regime de 
estimativa. 
 
 
 
 
7.2 Lucro presumido 
 
É uma forma um pouco mais simplificada do que o lucro real para apuração da base 
de cálculo do IRPJ e CSLL, restrita aos contribuintes que não estão obrigados ao lucro 
real. 
A opção pelo lucro real, presumido será manifestada pelo pagamento da primeira cota 
de qualquer um dos regimes, mediante o documento de arrecadação da receita federal 
(DARF), sendo que a legislação não permite mudar a forma de tributação durante o 
ano-calendário (art. 13 lei nº 9718/98) 
As pessoas jurídicas que podem optar pelo lucro presumido são: 
 
 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 31 
• Empresas Cuja receita bruta total tenha sido igual ou inferior a 
R$78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais), no ano-calendário 
anterior, ou a R$6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) 
multiplicado pelo número de meses em atividade no ano-calendário 
anterior; 
• Que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real em função da 
atividade exercida ou da sua constituição societária ou natureza 
jurídica 
“Durante o período em que estiverem submetidas ao 
Programa de Recuperação Fiscal (Refis), as pessoas jurídicas 
obrigadas ao lucro real, exceto Instituições Financeiras 
(inclusive as equiparadas e as factoring), poderão optar pelo 
lucro presumido (Lei nº 9.718, de 1998, art. 14, inciso II; e 
Lei nº 9.964, de 2000, art. 4º). A partir de 1º/01/2001, as 
sociedades em conta de participação (SCP) ficaram 
autorizadas a optar pelo lucro presumido, exceto aquelas 
com atividades imobiliárias, enquanto mantiverem registro de 
custo orçado (IN SRF nº 31, de 2001). Até 31/12/2013 o 
limite anual era de R$48.000.000,00 (quarenta e oito milhões 
de reais) (Lei nº 10.637, de 2002, art. 46; RIR/1999, art. 
516). As pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido 
poderão fazer também opção pelo Regime Tributário de 
Transição – RTT de que trata o art. 15 da Lei nº 11.941, de 
2009 (Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, art. 15 e §§ 1º 
a 3º). A opção pelo RTT é aplicável a todos os trimestres nos 
anos-calendário de 2008 e de 2009, inclusive nos trimestres 
já transcorridos do ano-calendário de 2008. A eventual 
diferença entre o valor do imposto devido com base na opção 
pelo RTT e o valor antes apurado deverá ser recolhida até o 
último dia útil do mês de janeiro de 2009, sem acréscimos, 
ou compensada, conforme o caso.(Lei nº 11.941, de 2009, 
art. 20 e §§ 1º a 3º). O RTT será obrigatório a partir do ano-
calendário de 2010, inclusive para a apuração do imposto 
sobre a renda com base no lucro presumido (Lei nº 11.941, 
de 2009, art. 15, § 3º). (RECEITA FEDERAL, 2014)” 
 
 
 
7.3 Simples Nacional 
 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 32 
Conforme Lei Complementar 123 de 2006 “O Simples Nacional é um regime tributário 
diferenciado, simplificado e favorecido previsto na Lei Complementar nº 123, de 
14.12.2006”. 
Estabelece normas gerais e unificadas de recolhimentos no que tange os poderes da 
União, Estados e Municípios para as ME e EPP. 
O simples nacional é regulamentado pelo um comitê gestor próprio, instituído pelo 
decreto nº 6037/2007, que é vinculado ao ministério da fazenda e trata do Estatuto 
Nacional da Microempresa e da empresa de pequeno porte, sendo composto por 
representantes das 3 esferas do poder: União dos estados, municípios e do Distrito 
Federal. 
Características: 
 
• Considera-se ME, para efeito do Simples Nacional, a Pessoa Jurídica ou 
equiparada que aufira em cada ano calendário receita bruta igual ou 
inferior a R$ 360.000,00 
• Considera EEP, para efeito do simples nacional, Pessoa Jurídica ou 
equiparada que aufira em casa ano calendário receia bruta superior a R$ 
360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00; 
 
O simples Nacional implica o recolhimento mensal e unificado dos seguintes tributos: 
• ICMS 
• CSLL 
• IPI 
• COFINS 
• PIS/PASEP 
• CPP – contribuição patronal previdenciário 
• IRPJ 
• ISS 
 
Opção 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 33 
As ME e as EPP que não incorra, em nenhuma das vedações previstas na Lei 
complementar nº 123/2006. 
O comitê aprovou a ingresso de novas atividades em 2014 conforme lei complementar 
147/2014. 
 
8. Tipos de impostos 
 
8.1 Imposto sobre circulação de Mercadorias e serviços (ICMS) 
A constituição Federal atribuiu aos Estados e ao Distrito Federal o poder de regular o 
ICMS na forma da Lei Complementar nº 87/96 e respeitando os convênios firmados 
entre os Estados. É por essa razão que cada Estado possui seu próprio regulamento e 
torna esse imposto mais complexo pois para cada Lei temos 27 interpretações que é 
o caso da EC 87/2015 que passa a tributar pela alíquota interestadual a venda para 
pessoa física fora do Estado, porem para isso temos que respeitar a alíquota interna 
do Estado Destino, para assim apurar a partilha do tributo entre os Estados. 
A legislação em vigor considera como contribuintes qualquer pessoa, física ou jurídica, 
que realize, com habitualidade, operações de circulação de mercadoria ou prestação 
de serviço de transporte interestadual. 
O ICMS está regido pela não cumulatividade (art. 155, parágrafo 2, inciso I, CF), 
compensando o que for devido de cada operação com o montante cobrado nas 
operações anterioresde entrada. Além de não cumulativo é seletivo em função da 
essencialidade das mercadorias (art 155, inciso III, CF), ou seja, quanto mais essencial 
for a mercadoria, menor será a incidência do imposto sobre ele. 
O controle dos saldos devedores e credores é realizado por meio de livros fiscais (Livro 
Registro de Entrada, Livro de Registro de Saída e Livro de Apuração de ICMS) onde 
são registrados todos os documentos fiscais (notas fiscais) e o destaque do imposto. 
8.2 ICMS - Substituição Tributária 
A substituição Tributária é o regime pelo qual a responsabilidade do recolhimento 
passa para o outro contribuinte (substituto tributário). 
Modalidades de contribuintes: 
Contribuinte Substituto: é aquele eleito para efetuar a retenção e/ou recolhimento do 
ICMS; 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 34 
Contribuinte Substituído: é aquele que, nas operações ou prestações antecedentes ou 
concomitantes é beneficiado pelo diferimento do imposto e nas operações ou 
prestações subsequentes sofre a retenção. 
A lei Estadual que vai determina a forma, valor e alíquota bem como o contribuinte 
responsável pelo recolhimento do imposto. 
A adoção do regime de substituição tributária em operações interestaduais dependerá 
de acordo específico celebrado pelos Estados interessados. 
O contribuinte substituto para cálculo e recolhimento do ICMS da substituição tributária 
observará as normas da legislação da unidade da Federação de destino da mercadoria. 
As empresas que se encontram na forma de tributação do Simples Nacional estão 
obrigadas a escrituração do Livro de Inventários e do Livro de Registro de Entradas. 
Para as demais empresas que não recolhem o imposto unificado é de obrigação o Livro 
de registro de Entrada, Livro de Registro de Saída e Livro de Apuração do ICMS. 
8.3 IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados 
Devido por Industria ou equiparados é um tributo indireto definido na CF em seu art. 
153 
 
“Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
I - importação de produtos estrangeiros; 
II - exportação, para o exterior, de produtos 
nacionais ou nacionalizados; 
III - renda e proventos de qualquer natureza; 
IV - produtos industrializados...” 
“§ 3º O imposto previsto no inciso IV: 
I - será seletivo, em função da essencialidade do 
produto; 
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for 
devido em cada operação com o montante cobrado 
nas anteriores; 
III - não incidirá sobre produtos industrializados 
destinados ao exterior...” 
 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 35 
 
Por ser seletivo em função da essencialidade, quanto mais essencial for o produto, 
menor deverá ser a incidência do imposto sobre ele. 
O IPI é não cumulativo, significa que ele pode incidir sobre a mesma mercadoria várias 
vezes durante seu processo produtivo/vendas. Assim como a sistemática do ICMS é 
permitido o credito, ou seja, é permitido que o contribuinte abata em cada operação 
tributada o imposto pago, creditado, na compra deste insumo. 
É interessante atentar para o fato de que o IPI é um tributo calculado por fora, ou 
seja, sobre o valor da mercadoria constante da nota fiscal de venda na qual já está 
incluso o ICMS aplicando se a alíquota do imposto para determinar seu valor e o preço 
final da mercadoria (total nota fiscal.) 
As pessoas jurídicas (lucro real, simples nacional) estão obrigados a escrituração fiscal 
do IPI, caso sejam contribuinte. 
8.4 ISS – Imposto Sobre Serviço 
O imposto sobre serviço de qualquer natureza é de competência municipal, instituído 
pela CF, art 156. Inciso III e Lei complementar 116/2003. 
Regulado pelo município é necessário consultar a legislação municipal que define 
alíquota, prazo de recolhimento etc. Atualmente a escrituração do ISS é feita de 
maneira eletrônica através de um sistema próprio da prefeitura onde todos os 
contribuintes devem fazer os registros fiscais e apurações. 
 
9. Tributos Incidentes sobre o faturamento 
 
9.1 Pis/Pasep e Cofins 
As contribuições do Pis/Pasep e Cofins são de competência da União e estão 
fundamentadas pela CF art. 195. São considerados contribuintes da Cofins e do 
Pis/Pasep as pessoas jurídicas e aquelas equiparadas pela legislação do Imposto de 
Renda. 
Existem 2 modalidades para o cálculo mensal da Cofins e do Pis. A primeira é aplicada 
sobre a receita bruta e a segunda é destinada exclusivamente as pessoas jurídicas 
com base no lucro real, com a sistemática de não cumulatividade de que tratam as 
Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003, com alteração pela lei nº 10.865/2004. 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 36 
Em se tratando de Base de cálculo é considerada base de cálculo a receita bruta da 
pessoa jurídica independente da classificação (operacional ou não operacional), sendo 
excluídas as previstas (Lei nº 9.718/98), como exemplo: 
- Vendas canceladas e descontos incondicionais; 
- IPI destacado nas notas fiscais e ICMS cobrado pelo vendedor na condição de ST; 
- A receita decorrente da venda de bens do Ativo Imobilizado; 
- Receitas de exportação de mercadoria ao exterior e outras. 
PIS/PASEP – Não Cumulativo 
A partir da Lei nº 10.637/2002, acaba com a cumulatividade do Pis/Pasep as empresas 
optantes pela tributação do lucro real. Essa contribuição passa a ser calculada a 
alíquota de 1,65% sobre o faturamento mensal da empresa. 
COFINS – Não Cumulativo 
A partir da lei nº 10.833/2003, as empresas optantes pelo lucro real acabam com a 
cumulatividade do Cofins, sendo então, essa contribuição calculada a alíquota de 
7,60% sobre o faturamento da pessoa jurídica. 
Com essa alteração a pessoa jurídica passa a descontar créditos mediante a alíquota 
de 1,65% (PIS) e 7,60% (COFINS) sobre o valor de: 
- Bens adquiridos no mês para revenda, exceto em relação as mercadorias e aos 
produtos adquiridos as quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora (ST) 
ou submetidos a incidência monofásica; 
- Bens e serviços adquiridos no mês utilizados como insumo na fabricação de produtos 
destinados a venda ou na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes; 
- Alugueis de equipamentos, maquinas e prédios, incorridos no mês e pagos a pessoa 
jurídica, utilizados na atividade da empresa; 
 Encargos de depreciação de maquinas e equipamentos adquiridos para utilização na 
fabricação de produtos destinados a venda, bem como outros bens incorpóreos no 
ativo imobilizado; 
- Encargos de depreciação e amortização de edificações e benfeitorias em imóveis de 
terceiros, quando o custo, inclusive a mão de obra, tenha sido suportado pela locatária; 
- Dos bens recebidos no mês em devolução, cuja receita de venda tenha integrado 
faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto na Lei nº 
10.637/2002; 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 37 
- Da Energia Elétrica consumida no mês no estabelecimento da pessoa jurídica; e etc. 
conforme art. 3º da lei 10.637/2002 e art. 3º da lei 10.833/2003. 
10. Auditoria Fiscal pelo Lucro Real 
De caráter corretivo ou preventivo a auditoria fiscal analisa os procedimentos a 
dotados com objetivo de verificar acúmulos de contingencias fiscais e tributárias e 
possíveis vantagens fiscais que não estão sendo aproveitadas. 
Em empresas do Lucro real são feitas revisões dos cálculos dos tributos diretos 
(impostos sobre a renda e contribuição social) e indiretos (ICMS, IPI, ISS e etc) e 
verifica se os processos atendem a legislação vigente. 
A apuração do lucro real é feita na parte A do lalur com adições e exclusões ao lucro 
líquido do período de apuração (trimestral ou anual) do imposto e das compensações 
de prejuízo fiscais autorizadas de acordo com a IN 28/78 e demaisatos posteriores. 
10.1 Limitação da compensação de Prejuízos Fiscais e da base negativa 
da CSLL – Lucro Real Anual ou Trimestral 
A legislação do Imposto de renda estabelece que a compensação de prejuízo fiscal 
apurado em exercício anterior, devidamente registrado (lalur), está limitado a 30% do 
lucro líquido anual ajustado e ainda ficará extinta no prazo de 4 anos a contar a partir 
do ano seguinte ao da apuração. 
Então se uma pessoa jurídica apurou em ano anterior 180.000,00 de prejuízo e no ano 
apurou lucro de R$ 100.000,00, poderá compensar 30% do lucro desse ano, ou seja, 
compensa R$ 30.000,00. 
Sendo assim a pessoa jurídica vai pagar IRPJ e CSLL sobre R$ 70.000,0 (100.000,00 
– 30.000,00). 
Lucro real trimestral deverá a cada trimestre levantar o balanço acumulado e apurar 
o Imposto de renda e a csll sobre o lucro líquido. 
Lucro real anual compreende o período de janeiro a dezembro, sendo que a empresa 
deverá pagar mensalmente o imposto de renda e a csll por estimativa com base na 
receita bruta ou balancete de suspenção. 
A alíquota do imposto de renda em vigor no ano-calendário é de 15% sobre o lucro 
apurado. 
10.2 Adicional 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 38 
A parcela de lucro que exceder o resultado da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo 
número dos meses do respectivo período de apuração se sujeita a incidência da 
alíquota adicional de 10%. Isso também acontece com a apuração anual o que exceder 
a R$ 20.000,00. 
10.3 CSLL 
A CSLL é aplicada a base de cálculo e a alíquota da sua legislação 
- 15% para pessoas jurídicas de seguros privados, capitalização e das referidas nos 
incisos I a IV, IX e X do parágrafo 1º do art. 1º da lei complementar nº 105/2001; 
- 9% no caso das demais pessoas jurídicas. 
Há duas maneiras para apuração da CSLL para as empresas optantes do Lucro Real 
anual: com base no faturamento mensal ou balanço e balancete de suspenção ou 
redução acumulados mensalmente devendo a opção ser igual à do IRP. 
 
11. Auditoria Fiscal no Lucro Presumido 
A opção do lucro real ou presumido se dá pelo pagamento da primeira cota de qualquer 
um dos regimes e lembrando que a opção que escolher para o IRPJ é a mesma para 
a CSLL. 
Em relação ao PIS/COFINS, se a pessoa jurídica optar pelo lucro presumido, recolhe 
os percentuais de PIS e COFINS respectivamente de 0,65% e 3,0%. 
A base de cálculo do IR para o lucro presumido em cada trimestre será determinada 
mediante a aplicação dos percentuais fixados de acordo com a atividade da pessoa 
jurídica sobre a receita bruta no trimestre. 
Os coeficientes fixados pelo art. 15 da lei nº 9.249/1995, para a aplicação sobre a 
receita bruta da atividade são: 
 
 
“Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será 
determinada mediante a aplicação do percentual de 8% (oito por cento) 
sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto no art. 
12 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, deduzida das 
devoluções, vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos, 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 39 
sem prejuízo do disposto nos arts. 30, 32, 34 e 35 da Lei no 8.981, de 20 de 
janeiro de 1995. (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 
2014) (Vigência) 
 § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: 
 I - um inteiro e seis décimos por cento, para a atividade de revenda, para 
consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás 
natural; 
 II - dezesseis por cento: 
 a) para a atividade de prestação de serviços de transporte, exceto o de 
carga, para o qual se aplicará o percentual previsto no caput deste artigo; 
 b) para as pessoas jurídicas a que se refere o inciso III do art. 36 da Lei nº 
8.981, de 20 de janeiro de 1995, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29 
da referida Lei; 
 III - trinta e dois por cento, para as atividades de: (Vide Medida Provisória 
nº 232, de 2004) 
 a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; 
 a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de 
auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e 
citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a 
prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e 
atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – 
Anvisa; (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) 
 b) intermediação de negócios; 
 c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de 
qualquer natureza; 
 d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, 
mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a 
pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis 
a prazo ou de prestação de serviços (factoring). 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 40 
 e) prestação de serviços de construção, recuperação, reforma, ampliação ou 
melhoramento de infraestrutura vinculados a contrato de concessão de serviço 
público. (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) 
 § 2º No caso de atividades diversificadas será aplicado o percentual 
correspondente a cada atividade. 
 § 3º As receitas provenientes de atividade incentivada não comporão a base 
de cálculo do imposto, na proporção do benefício a que a pessoa jurídica, 
submetida ao regime de tributação com base no lucro real, fizer jus”. 
 
 
 
A alíquota do imposto devido a cada trimestre é de 15% sobre a base de cálculo e 
como no lucro real tem o adicional de 10% ao o que exceder o resultado da 
multiplicação de R$ 20.000,00 pelos respectivos números de meses do período de 
apuração. 
É permitida a dedução do IR devido por: 
- IR retido sobre receitas que integram a base de cálculo; 
- IR retido por órgãos públicos; 
- IR pago incidente sobre rendimentos e ganhos no mercado de renda fixa e variável. 
CSLL 
As pessoas jurídicas tributadas na forma do lucro presumido devem apurar e pagar a 
CSLL trimestralmente com alíquota de: 
- 15%, no caso das pessoas jurídicas de seguro privados, as de capitalização e as 
instituições financeiras; 
- 9%, no caso das demais pessoas jurídicas. 
 
12. Retenção do Imposto de Renda 
A legislação que rege o IR é o RIR – regulamento do Imposto de renda. 
Com exceção dos rendimentos exclusivos na fonte, fica dispensado a retenção de IRRF 
com valor igual ou inferior a 10,00. 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 41 
“Do IRRF tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica 
de renda ou proventos de qualquer natureza (art. 43, CTN) ” 
A retenção de 1,5% é feita sobre o pagamento de pessoa jurídica a pessoa jurídica 
pela prestação de serviço de natureza profissional (art 647, RIR99) como serviço de 
advogado, auditoria, ensino, contabilidade e etc. 
Em relação a serviços de limpeza, conservação, segurança (art 649 do RIR) a retenção 
é de 1%. 
No caso da pessoa física o fato gerador é o pagamento n/mês e está sujeito a retenção 
conforme a tabela progressiva divulgada/corrigida todo ano pela Receita Federal. 
Os rendimentos isentos e/ou não tributáveis não integram a base de cálculo para efeito 
do IRRF, coo exemplo de rendimentos isentos temos: 
- Ajuda de custo; 
- alimentação E transporte; 
-Bolsa de estudos (recebida exclusivamente para estudo ou pesquisa) e etc. 
 
13. Retenção de Pis, Cofins e CSL 
Alterado pela lei 13.137/2015, a partir de 22/06/2015 o valor mínimo paraa retenção 
passa a ser de R$ 10,00. Estão sujeitos a retenção os serviços profissionais do artigo 
647 do Rir, e os serviços de Limpeza, Manutenção, Conservação, vigilância, segurança, 
transporte de valores e assessoria creditícia. 
 
 
 
Bibliografia: 
 
CREPALDI, SILVIO APARECIDO, AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA, ED. SARAIVA. 
DE OLIVEIRA, GUSTAVO PEDRO, CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA, 4º EDIÇÃO, 
EDITORA SARAIVA. 
MANUAL CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA, EDITORA ATLAS. 
WWW.RECEITAFEDERAL.COM.BR. 
 
 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 42 
Anexos 
 
A ITG 2000 foi alterada e consolidada em 5.12.14 como ITG 2000 (R1). A versão atual 
está disponível em “Normas Específicas” no seguinte link: 
<http://www.portalcfc.org.br/coordenadorias/camara_tecnica/normas_brasileiras_de
_contabilidade/>. Acesso em 16 mar. 2018. 
RESOLUÇÃO CFC N. º 1.330/11 
Aprova a ITG 2000 – Escrituração Contábil. 
 
 
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições 
legais e regimentais, e com fundamento no disposto na alínea “f” do art. 6º do Decreto-
Lei n.º 9.295/46, alterado pela Lei n.º 12.249/10, 
 
RESOLVE: 
Art. 1º Aprovar a ITG 2000 – Escrituração Contábil. 
Art. 2º Revogar as Resoluções CFC n.ºs 563/83, 596/85, 597/85, 612/85, 684/90, 
685/90, 790/95, 848/99 e 1.115/07, publicadas no D.O.U., Seção 1, de 30/12/83, 
29/7/85, 29/7/85, 21/1/86, 27/8/91, 27/8/91, 18/12/95, 12/7/99 e 19/12/07, 
respectivamente. 
Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. 
 
 
Brasília, 18 de março de 2011. 
 
 
Contador Juarez Domingues Carneiro 
Presidente 
 
 
Ata CFC n.º 948 
 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 43 
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE 
ITG 2000 – ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL 
 
 
Índice Item 
OBJETIVO 1 
ALCANCE 2 
FORMALIDADES DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL 3 – 36 
Livro diário e livro razão 14 – 19 
Escrituração contábil de filial 20 – 25 
Documentação contábil 26 – 28 
Contas de compensação 29 – 30 
Retificação de lançamento contábil 31 – 36 
 
 
 
Objetivo 
 
1. Esta Interpretação estabelece critérios e procedimentos a serem adotados 
pela entidade para a escrituração contábil de seus fatos patrimoniais, por 
meio de qualquer processo, bem como a guarda e a manutenção da 
documentação e de arquivos contábeis e a responsabilidade do profissional 
da contabilidade. 
 
Alcance 
 
2. Esta Interpretação deve ser adotada por todas as entidades, independente 
da natureza e do porte, na elaboração da escrituração contábil, observadas 
as exigências da legislação e de outras normas aplicáveis, se houver. 
 
Formalidades da escrituração contábil 
 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 44 
3. A escrituração contábil deve ser realizada com observância aos Princípios de 
Contabilidade. 
 
4. O nível de detalhamento da escrituração contábil deve estar alinhado às 
necessidades de informação de seus usuários. Nesse sentido, esta 
Interpretação não estabelece o nível de detalhe ou mesmo sugere um plano 
de contas a ser observado. O detalhamento dos registros contábeis é 
diretamente proporcional à complexidade das operações da entidade e dos 
requisitos de informação a ela aplicáveis e, exceto nos casos em que uma 
autoridade reguladora assim o requeira, não devem necessariamente 
observar um padrão pré-definido. 
 
5. A escrituração contábil deve ser executada: 
a) em idioma e em moeda corrente nacionais; 
b) em forma contábil; 
c) em ordem cronológica de dia, mês e ano; 
d) com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou 
emendas; e 
e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua 
falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos contábeis. 
 
6. A escrituração em forma contábil de que trata o item 5 deve conter, no 
mínimo: 
a) data do registro contábil, ou seja, a data em que o fato contábil ocorreu; 
b) conta devedora; 
c) conta credora; 
d) histórico que represente a essência econômica da transação ou o código 
de histórico padronizado, neste caso baseado em tabela auxiliar inclusa em 
livro próprio; 
e) valor do registro contábil; 
f) informação que permita identificar, de forma unívoca, todos os registros 
que integram um mesmo lançamento contábil. 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 45 
 
7. O registro contábil deve conter o número de identificação do lançamento em 
ordem sequencial relacionado ao respectivo documento de origem externa 
ou interna ou, na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem 
fatos contábeis. 
 
8. A terminologia utilizada no registro contábil deve expressar a essência 
econômica da transação. 
 
9. Os livros contábeis obrigatórios, entre eles o Livro Diário e o Livro Razão, em 
forma não digital, devem revestir-se de formalidades extrínsecas, tais como: 
a) serem encadernados; 
b) terem suas folhas numeradas sequencialmente; 
c) conterem termo de abertura e de encerramento assinados pelo titular 
ou representante legal da entidade e pelo profissional da contabilidade 
regularmente habilitado no Conselho Regional de Contabilidade. 
 
10. Os livros contábeis obrigatórios, entre eles o Livro Diário e o Livro Razão, em 
forma digital, devem revestir-se de formalidades extrínsecas, tais como: 
a) serem assinados digitalmente pela entidade e pelo profissional da 
contabilidade regularmente habilitado; 
b) serem autenticados no registro público competente. 
 
11. Admite-se o uso de códigos e/ou abreviaturas, nos históricos dos 
lançamentos, desde que permanentes e uniformes, devendo constar o 
significado dos códigos e/ou abreviaturas no Livro Diário ou em registro 
especial revestido das formalidades extrínsecas de que tratam os itens 9 e 
10. 
 
12. A escrituração contábil e a emissão de relatórios, peças, análises, 
demonstrativos e demonstrações contábeis são de atribuição e de 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 46 
responsabilidade exclusivas do profissional da contabilidade legalmente 
habilitado. 
 
13. As demonstrações contábeis devem ser transcritas no Livro Diário, 
completando-se com as assinaturas do titular ou de representante legal da 
entidade e do profissional da contabilidade legalmente habilitado. 
 
Livro diário e livro razão 
 
14. No Livro Diário devem ser lançadas, em ordem cronológica, com 
individualização, clareza e referência ao documento probante, todas as 
operações ocorridas, e quaisquer outros fatos que provoquem variações 
patrimoniais. 
 
15. Quando o Livro Diário e o Livro Razão forem gerados por processo que utilize 
fichas ou folhas soltas, deve ser adotado o registro “Balancetes Diários e 
Balanços”. 
 
16. No caso da entidade adotar processo eletrônico ou mecanizado para a sua 
escrituração contábil, os formulários de folhas soltas, devem ser numerados 
mecânica ou tipograficamente e encadernados em forma de livro. 
 
17. Em caso de escrituração contábil em forma digital, não há necessidade de 
impressão e encadernação em forma de livro, porém o arquivo magnético 
autenticado pelo registro público competente deve ser mantido pela 
entidade. 
 
18. Os registros auxiliares, quando adotados, devem obedecer aos preceitos 
gerais da escrituração contábil. 
 
19. A entidade é responsável pelo registro público de livros contábeis em órgão 
competente e por averbações exigidas pela legislação de recuperação 
 
 
AUDITORIA FISCAL E TRIBUTÁRIA 47 
judicial, sendo atribuição do profissional de contabilidade a comunicação 
formal dessas exigências à entidade. 
 
Escrituração contábil de filial 
 
20.

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