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EDUCAÇÃO EM ENFERMAGEM
Profº. Alexandro Ribeiro
REVISÃO AULAS 1 A 5
EDUCAÇÃO EM ENFERMAGEM
REVISÃO AULAS 1 A 5
Ao final desta aula, o aluno será capaz de: Objetivo 1 – Formular um conceito de educação e do processo de ensino-aprendizagem. 
Objetivo 2 – Compreender o conceito de educação formulado na Constituição do Brasil de 1988 e seus objetivos. 
Objetivo 3 – Reconhecer a ação educativa em situações do cotidiano, identificando as manifestações formais e informais do processo educativo, seus agentes e ações. 
Objetivo 4 - Conhecer  as principais tendências pedagógicas do processo ensino aprendizagem; 
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Ao final desta aula, o aluno será capaz de: Objetivo 6 – Conhecer a estruturação do ensino de Enfermagem no Brasil
Objetivo 7 - Compreender o conceito de educação em saúde; 
Objetivo 8 - Discutir e analisar o conceito de planejamento com ênfase no planejamento participativo; 
 
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Vejamos algumas definições de Educação:
Para o pensamento liberal a educação tem como função “ preparar o indivíduo para o desempenho de papéis de acordo com as aptidões individuais. Para isso, os indivíduos precisam aprender a adaptar-se aos valores e as normas vigentes na sociedade de classes, através do desenvolvimento da cultura individual”. (LIBANEO,1989)
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Vejamos algumas definições de Educação:
De acordo com a Pedagogia de Paulo Freire a educação tem como base a valorização da experiência vivida, definida como um ato político , como direito a cidadania. Afirmava que “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, as pessoas se educam entre si, mediatizadas pelo mundo”. (FREIRE,1987)
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Jaques Delors no relatório que elaborou para UNESCO em 1996, afirmou que o conceito de educação deveria ser ampliado e a que a sua missão consiste em permitir que todos, sem exceção, façam frutificar seus talentos e suas potencialidades criativas, o que implica, por parte de cada um, a capacidade de assumir sua própria responsabilidade e de realizar seu projeto pessoal. (UNESCO,2010)
Mesmo com tantos significados em qualquer concepção a educação envolve: 
• Um processo 
• A interação social 
• A intencionalidade 
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	Se considerarmos o grau de interação e intencionalidade para provocar mudanças através da educação podemos classificar os processos educativos em: 
Formais: quando a intenção de se promover a educação está fortemente orientada para atender a regulamentação do sistema educacional, dos currículos oficiais, no contexto escolar. É intencional, sistemática e institucionalizada. 
Informais: quando ocorrem processos educativos independente de intenção e interação educativas. Não são sistemáticos e nem estão institucionalizados. Pode haver algum nível de intencionalidade em determinados contextos como por exemplo na educação transmitida pelos pais, no convívio com amigos , na participação em eventos culturais e outros.
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A Educação no Brasil a partir da Constituição de 1988 
	No Brasil a educação como um projeto estruturado se organiza a partir de 1549 com a chegada dos jesuítas credenciados por D. João III, com o propósito de catequizar e educar as populações indígenas. 
	Hoje, mais de 450 anos depois, a educação no país está orientada pela Constituição da República Federativa promulgada em 1988, uma conquista da sociedade brasileira. A educação, a cultura e o desporto são tratados no capítulo III. 
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	Para aplicar os princípios constitucionais no sistema educacional do país foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em 1996, apelidada de Lei Darcy Ribeiro. (BRASIL, 1996). É uma explicitação da ação do Estado na área da educação, a definição do modo de articulação do Estado e a sociedade. 
Em seu artigo primeiro é apresentada a concepção de educação: 
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. 
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	A sua formação como enfermeira(o) e dos demais profissionais da área da saúde está subordinada a regulação desta lei e das Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Medicina, Enfermagem e Nutrição (CNE/CES,2001) 
	Em 2001 o Conselho Nacional de Educação através da Câmara de Educação Superior apresenta as orientações para a elaboração dos currículos que devem ser necessariamente adotadas por todas as instituições de ensino superior (Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Medicina, Enfermagem e Nutrição). 
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	Ao estabelecer as diretrizes para os cursos de graduação em saúde, a Câmara de Educação Superior reforçou a articulação entre a educação superior e a saúde, objetivando uma formação com ênfase na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde.
	Desta forma, conceito de saúde e os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) foram considerados elementos fundamentais a serem enfatizados nesta articulação. 
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	As ações de saúde e os serviços prestados pelas instituições públicas ou privadas devem ser desenvolvidas seguindo os seguintes princípios doutrinários do SUS: 
• Universalidade – diz respeito a um processo de extensão de cobertura dos serviços de modo que venham a se tornar acessíveis a toda população. 
• Equidade - esta noção diz respeito a necessidade de se tratar desigualmente os desiguais, é o reconhecimento da desigualdade entre as pessoas e grupos sociais e que muitas delas são injustas. 
• Integralidade – diz respeito a possibilidade do sistema de saúde contemplar o conjunto de ações de promoção da saúde, prevenção de risco e agravos, assistência e recuperação. 
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	Considerando este marco referencial da saúde é que foram definidos o perfil do formando egresso/profissional, as competências e habilidades; os conteúdos curriculares; estágios e atividades complementares; a organização do curso; o acompanhamento e avaliação. 
	O objetivo das diretrizes curriculares foi levar os alunos dos cursos de graduação em saúde a aprender a aprender, que engloba:
 aprender a ser;
 aprender a fazer;
 aprender a viver juntos;
 aprender a conhecer, garantindo a um cuidado integral, com qualidade e humanizado. 
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	Foram definidas nestas diretrizes as competências gerais requeridas para o exercício das (os) enfermeiras (os): 
• Atenção à Saúde 
• Tomada de Decisões 
• Comunicação 
• Liderança 
• Administração e Gerenciamento 
• Educação Permanente 
	Com relação a Educação Permanente espera-se que estes profissionais sejam capazes de aprender continuamente, ter responsabilidade e compromisso com a educação e o treinamento/estágios das futuras gerações. 
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Profº. Alexandro Ribeiro
Aula 2: Tendências Pedagógicas e o processo ensino-aprendizagem
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Tendência Pedagógica
	Entendida como a linha que um determinado grupo de educadores escolhe para orientar o processo ensino aprendizagem.
	De acordo com Bordenave (1986) todos os processos educativos, seus respectivos métodos e meios, têm por base uma determinada concepção de como “(...) conseguir que as pessoas aprendam e modifiquem a sua prática? 
	As tendências pedagógicas definem o papel do homem e da educação no mundo, na sociedade e na escola, o que repercute na prática docente em sala de aula graças a elementos constitutivos que envolvem o atode ensinar e de aprender.
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	As tendências pedagógicas liberais mais importantes são: a liberal tradicional e tendência liberal renovada, que por sua vez compreende: a renovada progressista, renovada não-diretiva e renovada tecnicista.
	Vamos nesta aula dar maior ênfase na pedagogia liberal tradicional e na renovada tecnicista por terem marcado fortemente nosso modelo de educação. 
	Libâneo (2012) classifica as tendências pedagógicas progressistas em: libertadora, libertária e crítico-social dos conteúdos. 
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Tendências Pedagógicas 
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	Pedagogia Liberal Tradicional 
	O termo liberal não tem o sentido de avançado, livre, democrático que costumamos atribuir. É uma filosofia ou uma visão de mundo fundada nos ideais da igualdade, liberdade e fraternidade. 
	A pedagogia liberal tem como pressuposto que a escola tem por função preparar o indivíduo para assumir papéis na sociedade de acordo com as aptidões individuais.
 
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	A pedagogia liberal tradicional foi trazida para o Brasil pelos jesuítas no século XVI. Quinze dias após desembarcarem em Salvador já puseram a funcionar a primeira escola de ler e escrever.
	A proposta educacional desta tendência era o repasse do conhecimento moral e intelectual totalmente centrado na figura do professor.
	Os conteúdos, os procedimentos didáticos, a relação professor aluno não tinha relação com o cotidiano dos alunos e com as realidades sociais.
	Outros estudiosos da educação apelidaram esta tendência de pedagogia da transmissão e também de educação bancária.
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	Para Paulo Freire, o termo “educação bancária” se deve a concepção de que o aluno é o banco em que o mestre deposita o seu saber e que vai render muitos juros, em favor da ordem social que o professor representa. 
Fonte: http://www.profjuliososa.com.br/2013/02/professor-julio-sosa-comomencionei-em.html 
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Pedagogia Liberal Tecnicista 
	Entretanto, a tendência liberal tecnicista surge com o declínio da ESCOLA RENOVADA (escola nova) no final dos anos 60. A educação agora precisava atender aos interesses da sociedade capitalista que demandava pela preparação e especialização de mão de obra para o aumento da produção industrial. 
	Esta tendência foi inspirada na Teoria do Behaviorismo (Watson, Skinner) e na reflexologia (Pavlov) dando ênfase aos resultados comportamentais e não mais às idéias e ao conhecimento.
	Libâneo (2012) afirma que nesta pedagogia [...] o essencial não é o conteúdo da realidade, mas as técnicas(forma) de descoberta e aplicação. 
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Pedagogia Liberal Tecnicista 
	 Constituiu-se como uma prática educacional controladora das ações dos alunos, direcionada por atividades repetitivas, sem programação e com grande detalhamento. 
	A pedagogia behaviorista, também conhecida como pedagogia comportamental, do condicionamento e tecnicista, tinha como princípios a racionalidade, a eficiência, a neutralidade científica associada a negação dos determinantes sociais.
	Esta orientação educacional acabou sendo imposta pelo governo militar, pois era considerada como uma estratégia capaz de alavancar o desenvolvimento econômico através da formação e qualificação da mão de obra.
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Profº. Alexandro Ribeiro
Aula 2: 
A formação do enfermeiro e sua participação na educação da equipe de enfermagem, indivíduo, família e comunidade 
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	Na estruturação da formação de enfermeiras (os) no Brasil foram estabelecidas diretrizes para o desenvolvimento de competências para o cuidar, administrar; gerenciar, pesquisar e também participar da formação e qualificação permanente dos trabalhadores de enfermagem e saúde.
 	Os enfermeiros estão envolvidos diretamente na formação profissional dos técnicos de enfermagem e desta forma a disciplina de Educação em Enfermagem pode ser considerada um conteúdo essencial para a capacitação pedagógica independente da licenciatura.
	
 
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	A conferência de Alma Ata em 1978 e todos os movimentos que surgiram na década de 80, como a VIII Conferência Nacional de Saúde (1986), a promulgação da Constituição do Brasil em 1988, a criação do SUS e a aprovação da Lei Orgânica da Saúde (1990) influenciaram o ensino de Enfermagem. 
	Após amplo debate entre a liderança de enfermagem, é gestado e aprovado em 1994 um novo currículo, com a estrutura fundada em 4 eixos temáticos: 
• Bases biológicas e sociais da Enfermagem 
• Fundamentos de Enfermagem 
• Assistência de Enfermagem 
• Administração em Enfermagem 
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	Mesmo atendendo a muitas reivindicações, o novo currículo frustrou as expectativas dos profissionais de enfermagem ao não incluir por exemplo, disciplinas da área de educação, desconsiderando a função educativa dos enfermeiros. 
	As diretrizes para o currículo dos cursos de graduação foram estabelecidas a partir da LDB, por conseguinte, cada curso da saúde definiu as orientações para o conduzir a formação em sua área de conhecimento. 
	As (os) enfermeiras (os) através de suas associações de classe, entidades educativas e setores da sociedade civil possibilitaram a aprovação das DCENF - Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem (BRASIL,2001) 
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	As escolas e cursos de enfermagem a partir de 2001 foram alinhando seus Projetos Pedagógicos e matrizes curriculares às DCENF, buscando atender ao perfil profissional proposto e capacitar para o exercício das competências gerais e específicas.
	O conteúdo referente a educação e ensino, incluído no eixo temático Ciências da Enfermagem, volta a fazer parte da formação dos enfermeiros brasileiros. 
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Os enfermeiros e a formação Profissional 
	Uma das responsabilidades da (o) enfermeira(o) é a formação dos profissionais de nível médio de enfermagem, que estão diretamente envolvidos com o cuidado ao ser humano. Cabe a eles proporcionar um ensino de qualidade para garantir a segurança e qualidade da assistência prestada a população. 
	A divisão e organização do trabalho em diferentes momentos é que vai constituiu a sistematização dos perfis ocupacionais e profissionais do trabalhador. 
	O trabalho em enfermagem vem se caracterizando como um processo fragmentado em atos e procedimentos isolados realizados por diferentes atores de acordo com o grau de qualificação: auxiliares, técnicos de enfermagem e enfermeiros. 
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Atuando na Educação Continuada e Permanente 
	A primeira organização voltada especificamente para educação dentro de um departamento de Enfermagem foi criada em 1953, nos Estados Unidos.
	No Brasil na década de 70 surgem várias experiências com esta finalidade nas unidades de saúde e a Associação Brasileira de Enfermagem realiza o primeiro Seminário de Educação Continuada em Enfermagem (COSTA,2000).
	A relação entre educação e trabalho é tratada no início dos anos 70 sob a perspectiva do desenvolvimento econômico e social. Refletia as idéias que foram amplamente difundidas na década de 60 através da Teoria do Capital Humano. A educação era vista como um dos maiores investimentos em capital humano para garantir crescimento econômico e social. 
 
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	Ao final dos anos 90, outros autores definiam a educação continuada como o conjunto de experiências posteriores à formação inicial que permitem ao trabalhador manter, aumentar e melhorar sua competência para que esta seja pertinente ao desenvolvimento de suas responsabilidades(MEJIA apud DAVINI, 1995) 
	Na perspectiva destes autores, a competência adquirida durante a formação profissional decresce em consequência dos seguintes fatores:
incongruência entre a teoria e a prática;
adoção de hábitos e práticas de validade duvidosa no exercício profissional;
progressivo “esquecimento” dos conhecimentos adquiridos
frequentes mudanças tecnológicas, sociais e epidemiológicas que transformam o ambiente de trabalho. 
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	As Conferências Nacionais de Saúde e de Recursos Humanos subsidiam o Ministério da Saúde no estabelecimento de prioridades e diretrizes para fomentar o desenvolvimento e aplicação de metodologias educacionais voltadas para educação do pessoal dos serviços de saúde de modo que sua qualificação seja coerente com os novos postulados assistenciais do SUS. Em 2004 é aprovada a Política de Educação Permanente em Saúde ( BRASIL,2004)
 
	Veja agora a concepção de educação permanente que norteia essa política, o destaque em negrito foi feito para que você perceba as características e atributos deste conceito:
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	A Educação Permanente é aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das organizações e ao trabalho. A educação permanente se baseia na aprendizagem significativa e na possibilidade de transformar as práticas profissionais. A educação permanente pode ser entendida como aprendizagem-trabalho, ou seja, ela acontece no cotidiano das pessoas e das organizações. Ela é feita a partir dos problemas enfrentados na realidade e leva em consideração os conhecimentos e as experiências que as pessoas já têm. Propõe que os processos de educação dos trabalhadores da saúde se façam a partir da problematização do processo de trabalho, e considera que as necessidades de formação e desenvolvimento dos trabalhadores sejam pautadas pelas necessidades de saúde das pessoas e populações. Os processos de educação permanente em saúde têm como objetivos a transformação das práticas profissionais e da própria organização do trabalho. ( BRASIL,2004) 
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	A escolha da terminologia Educação Permanente deve-se a possibilidade de abrigar múltiplas abordagens. Neste sentido, além da educação em serviço, estariam incluídas: a formação técnica, o ensino de graduação e pós graduação, o processo de organização do trabalho, a interação com as redes de gestão e de serviços de saúde e o controle social. 
	Analise no quadro abaixo as distinções conceituais entre a Educação Continuada e a Educação Permanente em Saúde. 
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Profº. Alexandro Ribeiro
Aula 4: Educação em Saúde
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	Para compreender as diferentes concepções de educação e saúde e todos seus neologismos, é preciso analisá-las através de uma visão crítica da realidade, ou seja, como práticas que são gestadas e desenvolvidas a partir de uma determinada visão de mundo e de sociedade e historicamente construídas.
	No dicionário da Educação profissional em Saúde no verbete educação em saúde a “educação, saúde e trabalho são compreendidos como práticas sociais que fazem parte do modo de produção da existência humana, precisando ser abordados historicamente como fenômenos constituintes - produtores, reprodutores ou transformadores das relações sociais.”
(MOROSINI; FONSECA;PEREIRA, 2014) 
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	Educação em Saúde 
Conceito 
	No cotidiano das práticas de saúde os termos educação sanitária, educação em saúde, educação para saúde e educação popular em saúde tem sido empregados de forma indistinta pelos profissionais. Para este contexto vamos adotar a definição do Ministério da Saúde: 
Processo educativo de construção do conhecimento em saúde que visa à apropriação de temática pela população [...].Conjunto de práticas do setor que contribui para aumentar a autonomia das pessoas no seu cuidado e no debate com os profissionais e os gestores a fim de alcançar uma atenção de saúde de acordo com suas necessidades. (BRASIL,2009) 
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	Nesta compreensão, as ações de educação em saúde devem envolver três atores:
 os profissionais,
 os gestores e
 a população
	Essa ação de educação em saúde necessita construir seus conhecimentos e ampliar sua autonomia para cuidar de si, da sua família e de sua comunidade. No entanto, esta forma de conceber e organizar as práticas educativas não esteve sempre presente no discurso dos gestores e na prática dos trabalhadores da saúde. 
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	Diferentes concepções de Educação em Saúde 
	Diferentes concepções e práticas tem marcado a história da educação em saúde no Brasil. A maioria dos autores situam o final do século XIX e início do século XX como o marco histórico para a construção da concepção e sistematização das práticas de educação e saúde. 
	Neste período, a educação em saúde se apoiou no campo de conhecimento da Higiene, creditando às medidas higiênicas a capacidade de resolver os problemas de saúde (MOROSINI; FONSECA;PEREIRA, 2014). 
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	Diferentes concepções de Educação em Saúde 
	No início do século XIX a educação sanitária toma corpo devido a necessidade de controlar as epidemias de varíola, peste, febre amarela, tuberculose e minimizar os transtornos causados pelas doenças na economia agroexportadora. As práticas educativas eram voltadas para os pobres e se caracterizavam pelo autoritarismo e pelo viés biologicista. 
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	Um breve histórico da formulação da Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS- SUS) 
	Profissionais de saúde e representantes do movimento popular criaram em 1998, a Rede Nacional de Educação Popular em Saúde com apoio da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz.
	Estes atores em 2002, manifestaram ao presidente recém eleito (Lula) a intenção política de participar do SUS considerando que a Educação Popular em Saúde era uma prática social necessária a “integralidade do cuidado, à qualificação da participação e do controle social na saúde e às mudanças na formação dos profissionais da área”. (BRASIL,2012) 
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	 Princípios teóricos metodológicos da Política Nacional de Educação Popular em Saúde 
	A PNEPS reafirma o compromisso com os princípios doutrinários do SUS e propõe uma prática político-pedagógica que perpassa as ações voltadas para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a partir do diálogo entre a diversidade dos saberes, valorização do conhecimento popular, ancestralidade, o incentivo produção individual e coletiva de conhecimentos e inserção dos mesmos ao SUS. 
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	 Princípios teóricos metodológicos da Política Nacional de Educação Popular em Saúde 
	 Pressupostos 
 Diálogo 
 Amorosidade 
 Problematização 
 Construção Compartilhada do conhecimento 
 Emancipação 
 Compromisso com a construção do Projeto Democrático e popular 
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	 Princípios teóricos metodológicos da Política Nacional de Educação Popular em Saúde 
	Eixos Estratégicos 
 Participação, controle social e gestão participativa 
 Formação, comunicação e produção do conhecimento 
 Cuidados em Saúde 
 Intersetorialidade e diálogos multiculturais 
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Profº. Alexandro Ribeiro
Aula 5: Planejamento das Ações Educativas
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	Em nosso cotidiano planejamos nossas ações de forma quase intuitiva para atender nossos desejos, mas para aquelas atividades mais complexas, que exigem precisão é necessário planejar de modo mais estruturado. 
	Planejamento é definido por “[...] ato de projetar um trabalho,serviço ou mais complexo empreendimento. Determinação dos objetivos ou metas de um empreendimento, como também da coordenação de meios e recursos para atingi-los”. (MICHAELIS, 2014) 
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	Esta definição de Michaelis (2014) não diz respeito a um tipo específico de planejamento, pode também se aplicar a definição de planejamentos de maior complexidade como o educacional, econômico, industrial, estratégico. Todos no entanto, possuem em comum uma sequência de etapas que se interligam: 
 Identificação e previsão das necessidades 
 Estabelecimento de objetivos 
 Racionalização dos meios e dos recursos 
 Avaliação do processo de planejamento e execução 
Vamos ver aqui cada uma delas: 
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 Identificação e previsão das necessidades 
	Ao se planejar algo é imperativo partir das necessidades que se manifestam por meio de uma sondagem da realidade. Conhecendo a realidade é que se torna possível estabelecer com maior precisão quais são as necessidades e prioridades do objeto do planejamento.
 Estabelecimento de objetivos 
	Uma vez conhecida a realidade é a hora de tomar decisões sobre o que fazer para provocar as mudanças desejadas. É nesta fase que se estabelecem os objetivos, serão eles que vão orientar o processo de planejamento para a obtenção dos resultados esperados.
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 Racionalização dos meios e dos recursos 
	É importante que durante o planejamento seja feito uma previsão racional de todos os meios e recursos humanos e materiais necessários ao desenvolvimento do plano. Os meios e os recursos devem ser definidos a partir dos objetivos. 
 Avaliação do processo de planejamento e execução 
	O próprio ato de planejar deve ser submetido a uma permanente avaliação de modo a permitir que as falhas sejam identificadas e corrigidas.
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Resumindo, todo planejamento requer:
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	 O planejamento de ensino é o nível mais específico e diz respeito à ação educativa concreta do professor em seu trabalho didático pedagógico. O planejamento neste caso envolve a previsão de resultados esperados, assim como os meios necessários para alcançá-los. 
	Quando as decisões a respeito do que fazer, como fazer, quando fazer, com que fazer e com quem fazer são tomadas (planejamento) e apresentadas de forma sistematizada e registradas em um documento chamamos de plano. É a formalização dos diferentes momentos do planejamento educacional: Plano Nacional de Educação; Plano de Curso; Plano de Ensino, Plano de Aula e outros. 
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	 Elementos que devem estar descritos na estrutura do Plano Educativo 
( plano de curso, plano de ensino, plano de aula e outros ) 
 Objetivos gerais 
 Objetivos específicos 
 Conteúdo programático 
 Procedimentos metodológicos 
 Estratégias e recursos de ensino 
 Avaliação 
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Nesta aula, você: 
• Formulou um conceito de educação 
• Compreendeu o conceito e o projeto educativo proposto na Constituição do Brasil de 1988 
• Identificou as manifestações formais e informais do processo educativo 
• Conheceu diferentes tendências pedagógicas: as liberais e as progressistas 
 Aprendeu que os enfermeiros participam da formação dos profissionais de Enfermagem de nível médio e dos processos educativos desenvolvidos no ambiente do trabalho em saúde. 
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Nesta aula, você: 
• Compreendeu o conceito de educação permanente adotado na Política de Educação Permanente em Saúde e suas diferenças. 
 Verificou que os modelos de Educação em Saúde se diferenciam a partir das concepções de saúde, educação e trabalho em seus contextos históricos. 
 Compreendeu o conceito de planejamento e planejamento educacional;

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