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Aula 06 Auditoria ISSBH.11 02 11

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AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR: JORGE ARAGÃO 
www.pontodosconcursos.com.br 1
Oi pessoal, 
Chegamos à nossa última aula, inteiramente dedicada ao principal tema da 
auditoria contábil e um dos mais cobrados em concurso público: “Relatório e 
Parecer de Auditoria”. 
Portanto, nesta aula veremos os tipos de relatórios e pareceres, sua 
finalidade e estrutura e os principais elementos e características desses 
documentos. 
FINALIDADE DOS RELATÓRIOS DE AUDITORIA 
A etapa final do trabalho de auditoria refere-se ao relato das descobertas, 
ocasião em que o auditor analisa as evidências obtidas e formula suas conclusões e 
opiniões sobre o objeto auditado. 
O produto final desse trabalho é o relatório de auditoria e, por meio dele, o 
auditor informa aos usuários o escopo do trabalho, os procedimentos realizados, 
eventuais limitações, os fatos relevantes constatados, sua opinião e eventuais 
recomendações para as não-conformidades evidenciadas. 
RELATÓRIO DE AUDITORIA INTERNA 
Em auditoria interna, o relatório é o documento pelo qual a auditoria 
apresenta o resultado dos seus trabalhos, devendo ser redigido com objetividade e 
imparcialidade, de forma a expressar, claramente, suas conclusões, recomendações 
e providências a serem tomadas pela administração da entidade. 
Em conformidade com a NBC T 12, o relatório da Auditoria Interna deve 
abordar, no mínimo, os seguintes aspectos: 
a) o objetivo e a extensão dos trabalhos; 
b) a metodologia adotada; 
c) os principais procedimentos de auditoria aplicados e sua extensão; 
d) eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria; 
e) a descrição dos fatos constatados e as evidências encontradas; 
f) os riscos associados aos fatos constatados; e 
 
 
 
 
 
 
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR: JORGE ARAGÃO 
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g) as conclusões e as recomendações resultantes dos fatos constatados. 
A quem deve ser enviado o relatório da auditoria interna? Deve ser 
apresentado a quem tenha solicitado o trabalho ou a quem este autorizar, devendo 
ser preservada a confidencialidade do seu conteúdo. 
Portanto, cuidado com afirmações em prova no sentido de que os relatórios 
da auditoria interna são necessariamente encaminhados à administração da 
entidade ou aos auditores independentes. Isso não é verdade, pois serão 
encaminhados a quem tenha solicitado o trabalho, podendo ser os responsáveis 
pela governança (acionistas, conselho de administração, conselho fiscal etc), os 
próprios administradores ou até terceiros, desde que previsto no regulamento da 
empresa e da auditoria interna. 
Deve-se saber também que os relatórios da auditoria interna não ficam à 
disposição de quaisquer interessados dentro ou fora da empresa, devendo o auditor 
preservar a confidencialidade do seu conteúdo. 
Por fim, um aspecto muito cobrado em concurso é quanto à oportunidade de 
emissão de um relatório parcial pela auditoria interna. A NBC T 12 estabelece que a 
auditoria Interna deve avaliar a necessidade de emissão de relatório parcial, na 
hipótese de constatar impropriedades, irregularidades e/ou ilegalidades que 
necessitem providências imediatas da administração da entidade, e que não possam 
aguardar o final dos exames. 
RELATÓRIO DE AUDITORIA INDEPENDENTE (EXTERNA) 
Em se tratando de uma auditoria independente das demonstrações contábeis, 
o relatório constitui o meio através do qual o auditor externo comunica ao seu 
cliente ou demais usuários das demonstrações contábeis auditadas 
(administradores, acionistas, banqueiros, poderes públicos ou outros interessados 
na empresa auditada e em seus resultados), o estado patrimonial e os resultados da 
entidade auditada. 
O relatório deve ser redigido de forma clara, concisa, objetiva e imparcial, 
bem como isento de erros de redação que possam macular o bom conceito do 
profissional que o emite. O relatório deve ser fiel e completo, não podendo omitir 
fatos relevantes, cuja omissão possa trazer prejuízos a terceiros e pelos quais o 
auditor venha a ser responsabilizado. 
Como o propósito da auditoria independente das demonstrações contábeis é a 
emissão de uma opinião sobre a adequação das demonstrações, o principal produto 
 
 
 
 
 
 
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR: JORGE ARAGÃO 
www.pontodosconcursos.com.br 3
é o relatório em forma curta, ou seja, o chamado Parecer do Auditor. Todavia, 
existem outros tipos de relatórios que podem ser emitidos pelo auditor, como 
veremos a seguir. 
OBSERVAÇÃO: Um aspecto importante e muito cobrado em concurso refere-se ao 
objetivo do relatório ou parecer do auditor independente, que tem por limite os 
próprios objetivos da auditoria contábil, ou seja, expressar uma opinião acerca da 
adequação das DC. Portanto, o parecer do auditor independente não representa 
garantia de viabilidade futura da entidade ou algum tipo de atestado de eficácia da 
administração na gestão dos negócios. 
Assim, um parecer sem ressalva jamais pode ser interpretado como uma 
certificação de boa gestão, pois esse não é o objetivo da auditoria contábil. 
FORMAS E TIPOS DE RELATÓRIOS 
Quanto à extensão, os relatórios podem ser classificados em: Sintéticos e 
Analíticos, a saber: 
¾ Sintético: também chamado de forma curta, se caracteriza pelo fato 
de não conter todos os tópicos recomendados para o relatório formal 
do auditor, mas apenas alguns, como por exemplo: 
- introdução (escopo e objetivos do trabalho); 
- síntese ou sumário dos assuntos tratados e recomendações; 
- conclusões, opinião e situação final acompanhada. 
 
¾ Analítico: Também chamado de forma longa, é utilizado, em geral, 
para relatar o resultado da execução da auditoria operacional, 
sistêmica, de gestão ou financeira. 
Quanto à apresentação, os relatórios assumem a forma escrita e verbal. 
¾ Escrita: formal e por escrito, de acordo com as normas e tipos 
estabelecidos. 
¾ Verbal: aplicável em casos especiais ou de urgência, quando o auditor, 
em reunião com a alta direção, se utiliza deste meio para expor 
situações de riscos especiais ainda em apuração e cuja natureza e 
dados o auditor não deseja colocar pó escrito, por segurança ou 
cautela. 
 
 
 
 
 
 
AUDITORIA PARA ISS-BH – TEORIA E EXERCÍCIOS 
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Hilário Franco e Ernesto Marra, no livro Auditoria Contábil, da Editora Atlas, 
apontam que, dentre os relatórios formais - elaborados de forma escrita e sujeitos a 
determinadas normas – podemos distinguir os seguintes tipos principais, a saber: 
1. Relatórios em forma curta, chamados de “Parecer do Auditor”. 
2. Relatórios em forma longa, que poderão ser bastante analíticos 
quanto à descrição dos trabalhos realizados, mas poderão não conter 
uma opinião final e formal do auditor. 
3. Relatórios sobre controle interno, que representam cartas-
comentário sobre os controles internos da empresa, ressaltando sua 
deficiências e fazendo sugestões e recomendações construtivas, para 
melhoria desses controles. 
4. “Relatórios sobre Revisão Limitada”, que descrevem, 
analiticamente, trabalhos elaborados pelo auditor, sem aplicação de 
todas as normas de auditoria geralmente aceitas. Neste tipo de relatório 
o auditor não expressa opinião sobre as demonstrações contábeis 
examinadas, mas apenas descreve os trabalhos que executou, e declara 
se foi observado, ou não, algum desvio significativo na aplicação dos 
princípios fundamentais de contabilidade quando na elaboração das 
demonstrações contábeis examinadas. 
5. Relatórios especiais, que poderão decorrer de trabalhos diversos 
executados pelo auditor, que não propriamente trabalhos de auditoria, 
tais como levantamentos de valores do ativoou do passivo, conciliações 
de contas, exames específicos para apuração de irregularidades, além de 
inúmeros outros. 
 
Portanto, cabe aqui fazer a seguinte observação: 
O AUDITOR INDEPENDENTE EMITE OBRIGATORIAMENTE UM 
PARECER DE AUDITORIA (RELATÓRIO CURTO), MAS PODE TAMBÉM 
ELABORAR RELATÓRIO EM FORMA LONGA OU CARTA-COMENTÁRIO 
SOBRE OS CONTROLES INTERNOS. 
Franco e Marra apresentam as seguintes observações caso sejam emitidos 
dois relatórios, um em forma curta e outro em forma longa: 
 
 
 
 
 
 
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¾ o auditor deve certificar-se de que o relatório em forma longa não 
contenha informações adicionais que, por sua ausência no relatório em 
forma breve, indicasse ser este deficiente; 
¾ nenhum dos comentários do relatório em forma longa deve prestar-se a 
ser interpretado como ressalva; 
¾ o auditor deve decidir se os outros dados do relatório em forma longa 
estão apresentados de maneira que possam ser interpretados como 
opinião sobre as demonstrações contábeis e não apenas como exposição 
de fatos. 
Questão interessante sobre este assunto constou de prova elaborada pelo 
CESPE, em concurso para o Tribunal de Contas do Estado do Tocantins, como 
segue: 
(TCE-TO/CESPE/2009) O relatório em forma longa normalmente inclui 
detalhes de itens das demonstrações, dados estatísticos, comentários 
explicativos e, às vezes, uma descrição da extensão do exame do auditor. 
Pode coexistir com o relatório em forma breve. Nesse caso, 
A o relatório em forma breve não pode omitir informações consideradas 
relevantes contidas no relatório em forma longa. 
B os dois relatórios devem conter o mesmo tipo de informação, diferindo 
apenas no detalhamento. 
C o relatório em forma longa deve incluir informações que constituam 
ressalvas. 
D recomendações e sugestões constam apenas do relatório em forma 
longa. 
E providências que devam ser adotadas, em caso de irregularidades, só 
devem constar do relatório em forma breve. 
Solução: A alternativa “A” é a correta. O relatório em forma breve não pode omitir 
informações consideradas relevantes contidas no relatório em forma longa, pois 
essa omissão significaria ser aquele deficiente. 
Cabe alertar que a alternativa “D” pode ter causado certa confusão nos 
candidatos, pois como Franco e Marra consideram que o relatório curto seria o 
parecer, então, estaria correto afirmar que recomendações e sugestões constam 
apenas do relatório em forma longa. 
Todavia, Sergio Jund, em seu livro Auditoria - Conceitos, Normas Técnicas e 
Procedimentos, ao classificar os relatórios quanto à extensão em sintéticos e 
 
 
 
 
 
 
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analíticos, caracteriza o relatório de forma curta como um relatório sintético que 
não contém todos os tópicos recomendados para o relatório formal do auditor, mas 
apenas alguns, como por exemplo: introdução, síntese dos assuntos tratados e 
recomendações apresentadas, conclusões e opinião. 
ESTRUTURA E OBJETIVO DO PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES 
Objetivos e requisitos para a opinião do auditor (parecer) 
Com relação à comunicação de resultados do auditor independente, várias 
são as normas que foram publicadas recentemente pelo CFC. Contudo, para 
concursos públicos, as normas mais importantes são a NBC TA 700 – Formação da 
opinião e emissão do relatório do auditor independente sobre as demonstrações 
contábeis e a NBC TA 705 – Modificações na opinião do auditor independente. 
 
De acordo com a NBC TA 700, o auditor deve formar sua opinião sobre se as 
demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de 
acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. 
OBSERVAÇÃO: Como visto na aula 1, estrutura de relatório financeiro aplicável é a 
estrutura de relatório ou de demonstração financeira adotada pela administração e 
aceitável em vista da natureza da entidade e do objetivo das demonstrações 
contábeis ou que seja exigida por lei ou regulamento. 
Para formar essa opinião, o auditor deve concluir se obteve segurança 
razoável sobre se as demonstrações contábeis tomadas em conjunto não 
apresentam distorções relevantes, independentemente se causadas por fraude ou 
erro. 
O auditor especificamente deve avaliar se, segundo os requisitos da estrutura 
de relatório financeiro aplicável: 
(a) as demonstrações contábeis divulgam adequadamente as práticas 
contábeis selecionadas e aplicadas; 
(b) as práticas contábeis selecionadas e aplicadas são consistentes com a 
estrutura de relatório financeiro aplicável e são apropriadas; 
(c) as estimativas contábeis feitas pela administração são razoáveis; 
 
 
 
 
 
 
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(d) as informações apresentadas nas demonstrações contábeis são 
relevantes, confiáveis, comparáveis e compreensíveis; 
(e) as demonstrações contábeis fornecem divulgações adequadas para 
permitir que os usuários previstos entendam o efeito de transações e 
eventos relevantes sobre as informações incluídas nas demonstrações 
contábeis; e 
(f) a terminologia usada nas demonstrações contábeis, incluindo o título de 
cada demonstração contábil, é apropriada. 
A avaliação do auditor sobre se as demonstrações contábeis propiciam uma 
apresentação adequada deve incluir considerações sobre: (a) a apresentação geral, 
a estrutura e o conteúdo das demonstrações contábeis; e (b) se as demonstrações 
contábeis, incluindo as notas explicativas, representam as transações e eventos 
subjacentes de modo a alcançar uma apresentação adequada. 
Estrutura do parecer 
O parecer do auditor independente deve esclarecer: 
1. A quem é dirigido o parecer. 
2. Quais as demonstrações contábeis abrangidas pelo trabalho de 
auditoria e suas datas de levantamento. 
3. Que a responsabilidade pela elaboração de referidas demonstrações 
contábeis é da administração da entidade auditada. 
4. Qual a responsabilidade do auditor no trabalho executado. 
5. Como foram conduzidos os trabalhos (procedimentos) de auditoria 
adotados). 
6. Se as demonstrações auditadas representam, ou não, 
adequadamente em todos os aspectos relevantes, a situação 
patrimonial e financeira da empresa auditada, na data referida, o 
resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido 
e a origem e aplicação de seus recursos referentes aos exercícios 
findos naquelas datas, de acordo com os Princípios Fundamentais de 
Contabilidade. 
7. Local e data da assinatura do parecer. 
Quanto à estrutura do parecer, a norma estabelece que o parecer compõe-se 
basicamente, de três parágrafos: 
 
 
 
 
 
 
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a) o referente à identificação das demonstrações contábeis e à definição 
das responsabilidades da administração e dos auditores. 
b) o relativo à extensão dos trabalhos, e 
c) o que expressa a opinião sobre as demonstrações contábeis. 
 
Para melhor compreensão quanto à estrutura básica de um parecer, 
apresentamos o seguinte quadro: 
ESTRUTURA DO PARECER SEGUNDO AS NORMAS 
1º PARÁGRAFO OU INTRODUTÓRIO 
- Identificação das demonstrações contábeis 
- Definição da responsabilidade da administração 
- Definição da responsabilidade do auditor 
 ] 
2º PARAGRAFO OU EXTENSÃO 
- Descrição concisa dos trabalhos executados 
3º PARÁGRAFO – DA OPINIÃO 
- Expressa a opinião do auditor 
ƒ sem ressalva 
ƒ com ressalva 
ƒ adverso 
ƒ abstenção de opinião 
PARÁGRAFO DE ÊNFASE 
ƒ quando houver incerteza em relação a fatorelevante de realização futura (após o § de 
opinião) 
 Fonte: Livro “Auditoria”, de Sergio Jund, pág. 591 
 
A quem o parecer se destina? Um aspecto que a NBC T11 estabelecia e muito 
cobrado em concurso, é que, em condições normais, o parecer é dirigido aos 
acionistas, cotistas, ou sócios, ao conselho de administração ou à diretoria da 
entidade, ou órgão equivalente, segundo a natureza desta. Em circunstâncias 
próprias, o parecer é dirigido ao contratante dos serviços. 
Responsabilidades 
 
 
 
 
 
 
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O auditor deve mencionar, no seu parecer, as responsabilidades da 
administração e as suas, evidenciando que: 
ƒ a administração é responsável pela preparação e pelo conteúdo das 
demonstrações contábeis, cabendo ao contabilista que as assina a 
responsabilidade técnica; e 
ƒ o auditor é responsável pela opinião que expressa sobre as demonstrações 
contábeis objeto dos seus exames. 
O auditor deve, no seu parecer, declarar se o exame foi efetuado de acordo 
com as normas de auditoria. 
O parecer deve, ainda, conter a descrição concisa dos trabalhos executados 
pelo auditor, compreendendo: planejamento dos trabalhos, considerando a 
relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de controle 
interno da entidade; execução dos procedimentos com base em testes; avaliação 
das práticas e das estimativas contábeis adotadas, bem como da apresentação das 
demonstrações contábeis tomadas em conjunto. 
O parecer deve expressar, clara e objetivamente, se as demonstrações 
contábeis auditadas, em todos os aspectos relevantes, na opinião do auditor, estão 
adequadamente representadas ou não, consoante as normas e os princípios 
fundamentais de contabilidade. 
Data e local do parecer 
Conforme estabelecia a NBC T 11, na data do parecer, o dia deveria 
corresponder ao de conclusão dos trabalhos na entidade auditada, objetivando 
informar ao usuário que foi considerado o efeito, sobre as demonstrações contábeis 
e sobre o parecer, de transações e eventos ocorridos entre a data de encerramento 
do período a que se referem as demonstrações contábeis e a data do parecer. 
Porém, atenção: A NBC TA 700 (norma vigente do CFC) estabelece que o relatório 
do auditor independente não pode ter data anterior à data em que ele obteve 
evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar a sua opinião sobre 
as demonstrações contábeis, incluindo evidência de que: 
(a) todas as demonstrações que compõem as demonstrações contábeis, incluindo 
as respectivas notas explicativas, foram elaboradas; e 
(b) as pessoas com autoridade reconhecida afirmam que assumem a 
responsabilidade sobre essas demonstrações contábeis. 
 
 
 
 
 
 
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Perceba que é a mesma coisa só que dita de forma diferente, pois quando o auditor 
obtém evidência apropriada e suficiente para fundamentar a sua opinião ele irá 
concluir os trabalhos e a data de seu relatório muito provavelmente irá coincidir 
com essa data. O que o auditor não pode é concluir os trabalhos e emitir opinião 
antes de obter segurança razoável quanto às evidências ou provas coletadas! 
Conforme visto na aula 4, poderão ocorrer situações em que haverá 
necessidade de menção de mais de uma data ou atualização da data original. Essas 
situações decorrem de transações e eventos subseqüentes à conclusão dos 
trabalhos, e anteriores à emissão do parecer, considerados relevantes para as 
demonstrações contábeis e, conseqüentemente, para a opinião do auditor. Nessas 
circunstâncias, o auditor poderá optar por uma das duas alternativas: 
a) estender os trabalhos até a data do novo evento, de modo a emitir o 
parecer com a data mais atual; ou 
b) emitir o parecer com data dupla, ou seja, mantendo a data original para as 
demonstrações contábeis, exceto quanto a um assunto específico, 
adequadamente divulgado nas notas explicativas. Por exemplo: “13 de 
fevereiro de 19X0, exceto quanto à Nota Explicativa 21 às demonstrações 
contábeis, para a qual a data é 31 de março de 19X0”. 
O parecer deve ser datado e assinado pelo contador responsável pelos 
trabalhos e conter seu número de registro no Conselho Regional de Contabilidade. 
Caso o trabalho tenha sido realizado por empresa de auditoria, o nome e o 
número de registro cadastral no Conselho Regional de Contabilidade também devem 
constar do parecer. 
Antes de passarmos aos tipos de parecer, de acordo com a NBC TA 700, 
apresentamos a seguir o modelo de Relatório do auditor independente sobre 
demonstrações contábeis elaboradas de acordo com a estrutura de apresentação 
adequada (relatório padrão com opinião não modificada – sem ressalva), para 
satisfazer as necessidades de informações contábeis comuns de ampla gama de 
usuários (por exemplo, práticas contábeis adotadas no Brasil): 
RELATÓRIO DO(S) AUDITOR(ES) INDEPENDENTE(S) SOBRE AS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
(Destinatário apropriado) 
 
 
 
 
 
 
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Examinamos as demonstrações contábeis da Companhia ABC, que 
compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 20X1(2) 
e as respectivas demonstrações(3) do resultado, das mutações do 
patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercício findo 
naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis 
e demais notas explicativas. 
A administração da Companhia é responsável pela elaboração e 
adequada apresentação dessas demonstrações contábeis de acordo 
com as práticas contábeis adotadas no Brasil e pelos controles 
internos que ela determinou como necessários para permitir a 
elaboração de demonstrações contábeis livres de distorção relevante, 
independentemente se causada por fraude ou erro. 
Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas 
demonstrações contábeis com base em nossa auditoria, conduzida de 
acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas 
normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos 
auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo 
de obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis 
estão livres de distorção relevante. 
Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados 
para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações 
apresentados nas demonstrações contábeis. Os procedimentos 
selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a 
avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações 
contábeis, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa 
avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos 
relevantes para a elaboração e adequada apresentação das 
demonstrações contábeis da Companhia para planejar os 
procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, 
mas não para fins de expressar uma opinião(5) sobre a eficácia 
desses controles internos da Companhia(6). Uma auditoria inclui, 
também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e 
a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, 
bem como a avaliação da apresentação das demonstrações contábeis 
tomadas em conjunto. 
Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e 
apropriada para fundamentar nossa opinião. 
Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas 
apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a 
 
 
 
 
 
 
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posição patrimonial e financeira da Entidade ABC em 31 de dezembro 
de 20X1,o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa 
para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas 
contábeis adotadas no Brasil. 
[Local (localidade do escritório de auditoria que emitiu o relatório) e 
data do relatório do auditor independente] 
[Nome do auditor independente (pessoa física ou jurídica)] 
[Nome do profissional (sócio ou responsável técnico, no caso de o 
auditor ser pessoa jurídica)] 
[Números de registro no CRC da firma de auditoria e do profissional 
que assina o relatório] 
[Assinatura do auditor independente] 
TIPOS DE RELATÓRIO/PARECER DO AUDITOR INDEPENDENTE 
O relatório ou parecer do auditor independente classifica-se, segundo a 
natureza da opinião que contém, em: 
a) opinião não modificada (relatório ou parecer sem ressalva); 
 relatório/parecer com ressalva; 
b) opinião modificada relatório/parecer adverso; 
 relatório/parecer com abstenção de opinião. 
OPINIÃO NÃO MODIFICADA OU SEM RESSALVA 
 O parecer sem ressalva é emitido quando o auditor conclui, sobre todos os 
aspectos relevantes, que as demonstrações contábeis foram preparadas de acordo 
com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de 
Contabilidade (NBC T11) ou que as demonstrações contábeis foram elaboradas de 
forma adequada em conformidade com a estrutura de relatório financeiro (NBC TA). 
Refere-se ao modelo de parecer-padrão apresentado anteriormente ou 
parecer limpo. Todavia, existem situações que impedem a emissão de parecer 
sem ressalvas, conforme veremos a seguir. 
Circunstâncias que Impedem a Emissão do Parecer sem Ressalva 
 
 
 
 
 
 
 
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O auditor não deve emitir um parecer sem ressalva quando existirem 
quaisquer das circunstâncias seguintes, que, na sua opinião, tenham efeitos 
relevantes para as demonstrações contábeis: 
a) discordância com a administração da entidade a respeito do 
conteúdo e/ou forma de apresentação das demonstrações 
contábeis; ou discordância quanto: i) às práticas contábeis utilizadas; e 
ii) à forma de aplicação das práticas contábeis. 
Nesse caso, quando há discordância a respeito do conteúdo ou forma de 
apresentação das DC ou quando as demonstrações contábeis forem afetadas de 
maneira relevante pela adoção de prática contábil em desacordo com os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade, o auditor 
deve emitir parecer com ressalva ou adverso. Exemplo: Uma fraude ou erro 
relevante cujos efeitos não foram revelados nas demonstrações contábeis. 
b) limitação na extensão de seu trabalho. 
Como o auditor somente pode emitir parecer sem ressalva quando seu exame foi 
realizado de acordo com as normas de auditoria e, portanto, com a aplicação de 
todos os procedimentos necessários nas circunstâncias, a existência de limitações 
na extensão de seu trabalho, pode obrigá-lo a emitir parecer com ressalva ou 
com abstenção de opinião. Ex: O Não atendimento a uma carta enviada aos 
advogados para identificação de contingências relevantes ou a impossibilidade de 
acompanhamento dos inventários físicos de estoque de valor muito significativo. 
E como fica a estrutura do parecer quando não pode ser sem ressalva? 
Quando o auditor emitir parecer com ressalva, adverso ou com abstenção de 
opinião, deve ser incluída descrição clara de todas as razões que fundamentaram o 
seu parecer e, se praticável, a quantificação dos efeitos sobre as demonstrações 
contábeis. Essas informações devem ser apresentadas em parágrafo específico 
do parecer, precedendo ao da opinião e, se for caso, fazer referência a uma 
divulgação mais ampla pela entidade, em nota explicativa às 
demonstrações contábeis. 
 Vejamos mais sobre as opiniões modificadas à luz das novas normas do CFC. 
TIPOS DE OPINIÃO MODIFICADA 
 
 
 
 
 
 
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A NBC TA 705 estabelece três tipos de opinião modificada, a saber, opinião 
com ressalva, opinião adversa e abstenção de opinião. A decisão sobre que 
tipo de opinião modificada é apropriado depende da: 
(a) natureza do assunto que deu origem à modificação, ou seja, se as 
demonstrações contábeis apresentam distorção relevante ou, no caso de 
impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, 
podem apresentar distorção relevante; e 
(b) opinião do auditor sobre a disseminação dos efeitos ou possíveis efeitos 
do assunto sobre as demonstrações contábeis. 
A tabela a seguir mostra como a opinião do auditor sobre a natureza do 
assunto que gerou a modificação, e a disseminação de forma generalizada dos seus 
efeitos ou possíveis efeitos sobre as demonstrações contábeis, afeta o tipo de opinião 
a ser expressa. 
Natureza do assunto 
que gerou a 
modificação 
Julgamento do auditor sobre a 
disseminação de forma generalizada dos 
efeitos ou possíveis efeitos sobre as 
demonstrações contábeis 
Relevante, mas não 
generalizado 
Relevante e 
generalizado 
As demonstrações 
contábeis apresentam 
distorções relevantes 
Opinião com 
ressalva 
Opinião adversa 
Impossibilidade de obter 
evidência de auditoria 
apropriada e suficiente 
Opinião com 
ressalva 
Abstenção de 
opinião 
Circunstâncias em que é necessário modificar a opinião do auditor 
independente 
O auditor deve modificar a opinião no seu relatório quando: 
(a) ele conclui, com base na evidência de auditoria obtida, que as 
demonstrações contábeis, como um todo, apresentam distorções 
relevantes; ou 
 
 
 
 
 
 
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(b) o auditor não consegue obter evidência de auditoria apropriada e 
suficiente para concluir que as demonstrações contábeis como um todo 
não apresentam distorções relevantes. 
OPINIÃO COM RESSALVA 
O auditor deve expressar uma opinião com ressalva quando: 
¾ ele, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que 
as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes, mas não 
generalizadas nas demonstrações contábeis; ou 
¾ ele não consegue obter evidência apropriada e suficiente de auditoria para 
suportar sua opinião, mas ele conclui que os possíveis efeitos de distorções 
não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser 
relevantes, mas não generalizados. 
OPINIÃO ADVERSA 
O auditor deve expressar uma opinião adversa quando, tendo obtido 
evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, 
individualmente ou em conjunto, são relevantes e generalizadas para as 
demonstrações contábeis. 
ABSTENÇÃO DE OPINIÃO 
O auditor deve abster-se de expressar uma opinião quando não consegue 
obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para suportar sua opinião e ele 
conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as 
demonstrações contábeis poderiam ser relevantes e generalizadas. 
A não obtenção de evidência apropriada e suficiente pode decorrer de uma 
limitação imposta pela administração, como não responder a uma indagação do 
auditor ou não permitir a aplicação de um procedimento de auditoria relevante. 
Nesse caso, o auditor deve solicitar que a administração retire a limitação. No caso 
de a administração se recusar a retirar a limitação mencionada, o auditor deve 
comunicar o assunto aos responsáveis pela governança e verificar a possibilidade de 
adotar uma das seguintes medidas: 
¾ emitir opinião com ressalva; 
¾ renunciar ao trabalho de auditoria, quando praticável e possívelde 
acordo com as leis ou regulamentos aplicáveis; ou 
¾ emitir opinião com abstenção de opinião. 
 
 
 
 
 
 
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O auditor também deve abster-se de expressar uma opinião quando, em 
circunstâncias extremamente raras envolvendo diversas incertezas, conclui que, 
independentemente de ter obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente 
sobre cada uma das incertezas, não é possível expressar uma opinião sobre as 
demonstrações contábeis devido à possível interação das incertezas e seu possível 
efeito cumulativo sobre essas demonstrações contábeis. 
Atenção: Um aspecto muito cobrado em prova diz respeito ao fato de que a 
abstenção de opinião em relação às demonstrações contábeis tomadas em 
conjunto não elimina a responsabilidade do auditor de mencionar, no parecer, 
qualquer desvio relevante que possa influenciar a decisão do usuário dessas 
demonstrações. 
Outras considerações relativas à opinião adversa ou abstenção de opinião 
Quando o auditor considera necessário expressar uma opinião adversa ou 
abster-se de expressar opinião sobre as demonstrações contábeis como um todo, o 
seu relatório de auditoria independente não deve incluir, também, no mesmo 
relatório, uma opinião não modificada com relação à mesma estrutura de relatório 
financeiro sobre um quadro isolado das demonstrações contábeis ou sobre um ou 
mais elementos, contas ou itens específicos da demonstração contábil. 
A inclusão de uma opinião não modificada no mesmo relatório nessas 
circunstâncias contrariaria a opinião adversa ou a abstenção de opinião do auditor 
sobre as demonstrações contábeis como um todo. A NBC TA 805 trata das 
circunstâncias em que o auditor é contratado para expressar uma opinião separada 
sobre um ou mais elementos, contas ou itens específicos de uma demonstração 
contábil. 
Forma e conteúdo do relatório do auditor independente com opinião 
modificada 
Quando o auditor modifica a opinião sobre as demonstrações contábeis, ele 
deve, além dos elementos específicos requeridos pela NBC TA 700, incluir um 
parágrafo no seu relatório de auditoria independente que fornece uma descrição do 
assunto que deu origem à modificação. O auditor deve colocar esse parágrafo 
imediatamente antes do parágrafo da opinião no seu relatório de auditoria 
independente, utilizando o título “Base para opinião com ressalva,” “Base para 
opinião adversa” ou “Base para abstenção de opinião”, conforme apropriado. 
 
 
 
 
 
 
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Se houver uma distorção relevante nas demonstrações contábeis, relacionada 
a valores específicos nessas demonstrações contábeis (incluindo divulgações 
quantitativas), o auditor deve incluir no parágrafo contendo a base para a 
modificação uma descrição e a quantificação dos efeitos financeiros da distorção, a 
menos que seja impraticável. Se não for praticável quantificar os efeitos financeiros, 
o auditor deve especificar isso no referido parágrafo contendo a base para a 
modificação. 
Se houver uma distorção relevante nas demonstrações contábeis, relacionada 
com as divulgações nas notas explicativas, o auditor deve incluir uma explicação 
sobre como as divulgações estão distorcidas no parágrafo contendo a base para a 
modificação. 
Se houver uma distorção relevante das demonstrações contábeis, relacionada 
com a não divulgação de informações que devem ser divulgadas, o auditor deve: 
(a) discutir a não divulgação com os responsáveis pela governança; 
(b) descrever a natureza da informação omitida no parágrafo contendo a 
base para a modificação; e 
(c) a menos que proibido por lei ou regulamento, incluir as divulgações 
omitidas, desde que praticável e que o auditor tenha obtido evidência de 
auditoria apropriada e suficiente sobre a informação omitida. 
Se a modificação for decorrente da impossibilidade de obter evidência de 
auditoria apropriada e suficiente, o auditor deve incluir as razões dessa 
impossibilidade no parágrafo contendo a base para a modificação. 
Mesmo que o auditor tenha emitido uma opinião adversa ou se absteve de 
expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis, ele deve descrever no 
parágrafo contendo a base para a modificação as razões para quaisquer outros 
assuntos dos quais ele está ciente que teriam requerido uma modificação da 
opinião, assim como os respectivos efeitos. 
Parágrafo da opinião 
Quando o auditor modifica sua opinião deve usar o título “Opinião com 
ressalva,” “Opinião adversa” ou “Abstenção de Opinião”, conforme apropriado, para 
o parágrafo da opinião. 
Quando o auditor expressa uma opinião com ressalva devido a uma distorção 
relevante nas demonstrações contábeis, ele deve especificar no parágrafo da 
 
 
 
 
 
 
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opinião que, em sua opinião, exceto pelos efeitos do(s) assunto (s) descrito(s) no 
parágrafo sobre a base para opinião com ressalva: 
(a) as demonstrações contábeis estão apresentadas adequadamente, em 
todos os aspectos relevantes (ou apresentam uma visão verdadeira e 
justa), de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável 
quando o relatório é emitido de acordo com uma estrutura que tem 
como objetivo a apresentação adequada das demonstrações contábeis; 
ou 
(b) as demonstrações contábeis foram elaboradas adequadamente, em 
todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório 
financeiro aplicável quando o relatório é emitido de acordo com uma 
estrutura de conformidade. 
Quando a modificação é decorrente da impossibilidade de obter evidência 
apropriada e suficiente de auditoria, o auditor deve usar a correspondente frase 
“exceto pelos possíveis efeitos do(s) assunto(s) ...” para a opinião modificada. 
Quando o auditor expressa uma opinião adversa, ele deve especificar no 
parágrafo da opinião que, em sua opinião, devido à relevância do(s) assunto (s) 
descrito(s) no parágrafo sobre a base para opinião adversa: 
(a) as demonstrações contábeis não estão apresentadas adequadamente 
(ou não apresentam uma visão verdadeira e justa), de acordo com a 
estrutura de relatório financeiro aplicável quando o relatório é emitido de 
acordo com uma estrutura que tem como objetivo a apresentação 
adequada; ou 
(b) as demonstrações contábeis não foram elaboradas adequadamente, em 
todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório 
financeiro aplicável quando o relatório é emitido de acordo com a 
estrutura de conformidade. 
Quando o auditor se abstém de expressar uma opinião devido à 
impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, ele deve 
especificar no parágrafo da opinião que: (a) devido à relevância do(s) assunto(s) 
descrito(s) no parágrafo sobre a base para abstenção de opinião, o auditor não 
conseguiu obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar 
sua opinião de auditoria; e, consequentemente, (b) o auditor não expressa opinião 
sobre as demonstrações contábeis. 
 
 
 
 
 
 
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Descrição da responsabilidade do auditor quando expressa uma opinião 
com ressalva ou adversa 
Quando o auditor expressa uma opinião com ressalva ou adversa, ele deve 
alterar a descrição de sua responsabilidade no relatório para especificar que ele 
acredita que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para 
fundamentar sua opinião modificada. 
Descrição da responsabilidade do auditor quando se abstém de expressar 
uma opinião 
Quando o auditorse abstém de expressar uma opinião devido à 
impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, ele deve 
alterar o parágrafo introdutório do relatório do auditor para especificar que foi 
contratado para examinar as demonstrações contábeis. 
O auditor também deve alterar a descrição da sua responsabilidade e a 
descrição do alcance da auditoria para especificar somente o seguinte: “Nossa 
responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis 
com base na condução da auditoria de acordo com as normas brasileiras e 
internacionais de auditoria. Em decorrência do(s) assunto (s) descrito(s) no 
parágrafo sobre a base para abstenção de opinião, não conseguimos obter evidência 
de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar uma opinião de auditoria.” 
Comunicação com os responsáveis pela governança 
Quando o auditor prevê modificar a opinião no seu relatório, ele deve 
comunicar aos responsáveis pela governança as circunstâncias que levaram à 
modificação prevista e o texto proposto da modificação. 
ALGUMAS SITUAÇÕES ESPECÍFICAS ENVOLVENDO PARECER DE AUDITORIA 
CONTIDAS NA DOUTRINA E MUITO COBRADAS EM CONCURSOS 
Hilário Franco e Ernesto Marra destacam abaixo os principais fatos ou razões 
para ressalva no parecer do auditor: 
¾ Falta de comprovantes suficientes ou válidos. 
¾ Demonstrações contábeis incompletas. 
¾ Restrição ao alcance do exame. 
 
 
 
 
 
 
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¾ Afastamento dos princípios fundamentais de Contabilidade. 
¾ Mudança nos princípios, ou método de sua aplicação, de um período para 
outro. 
¾ Incertezas. 
LIMITAÇÃO NO ALCANCE DA AUDITORIA 
O auditor somente pode emitir um parecer sem ressalva se tiver condições de 
aplicar todos os procedimentos que ele considera necessários nas circunstâncias, 
inclusive aqueles exigidos pelas Normas de Auditoria Independente das 
Demonstrações Contábeis. 
Podem ocorrer três situações quando há restrições sobre os procedimentos do 
auditor: 
¾ Parecer sem ressalva: Nas restrições causadas pela administração ou pelas 
circunstâncias, se o auditor puder convencer-se por outros meios, ele poderá 
emitir parecer sem ressalva, sem mencionar a restrição. 
¾ Parecer com ressalva: Se o alcance é restringido pelo cliente ou pelas 
circunstâncias e os procedimentos alternativos do auditor não lhe permitem 
evidência suficiente, o auditor pode julgar adequado e suficiente um parecer 
com ressalva. A ressalva se justifica em casos menos graves. Por exemplo, 
limitações relativas a um único item e que não representem parcela 
substancial da posição patrimonial e financeira e/ou do resultado das 
operações normalmente resultarão em parecer com ressalva. 
¾ Abstenção de opinião: Se o alcance é restringido pelo cliente ou pelas 
circunstâncias e os efeitos estiverem relacionados com muitos itens das 
demonstrações contábeis, afetando um procedimento importante, o auditor 
deve abster-se de dar parecer. Se, por exemplo, o auditor for contratado 
após o encerramento do exercício e não conseguir firmar opinião sobre a 
existência física dos estoques, sendo estes de valor muito significativo e com 
efeitos potenciais relevantes em relação às demonstrações contábeis, não 
bastará parecer com ressalva, sendo necessário abstenção de opinião. 
DISCORDÂNCIAS RELATIVAS ÀS PRÁTICAS CONTÁBEIS UTILIZADAS 
 Quando as demonstrações contábeis forem afetadas de maneira relevante 
pela adoção de prática contábil em desacordo com os Princípios Fundamentais de 
 
 
 
 
 
 
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Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade, o auditor deve emitir 
parecer com ressalva ou adverso. 
Nos seus exames, o auditor pode identificar um ou mais aspectos em que as 
demonstrações contábeis estão afetadas pela adoção de práticas contábeis 
inadequadas e que podem representar motivos para ressalva em seu parecer. É de 
responsabilidade profissional do auditor discutir tais aspetos com a administração da 
entidade, com a brevidade e a antecedência possíveis, para que ela possa acatar 
suas sugestões e promover os ajustes contábeis necessários. 
Essa responsabilidade do auditor decorre do reconhecimento de que, para os 
usuários, demonstrações contábeis acompanhadas de parecer sem ressalva têm 
maior utilidade do que aquelas que contenham erros contábeis ou fraudes, mesmo 
que o parecer que as acompanhe as discrimine e quantifique mediante ressalvas. 
 Os desvios apurados pelo auditor, mas não acatados pela administração, 
representam divergências para o auditor, o qual deve decidir sobre os efeitos no seu 
parecer. Essa decisão deve considerar a natureza dos assuntos e sua relevância, e 
sempre que tiverem, individual ou conjuntamente, efeitos relevantes, o auditor 
expressará opinião com ressalva ou adversa. 
AFASTAMENTO DE UM PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DE CONTABILIDADE 
Um afastamento relevante de um princípio fundamental de contabilidade 
exige parecer com ressalva, ou adverso, se as demonstrações foram 
examinadas de acordo com as normas de auditoria. Os fatos a levar em conta ao 
decidir sobre relevância podem ser de natureza quantitativa (magnitude em valores 
monetários) e qualitativa (Importância de um item para o trabalho de auditoria; 
número de itens atingidos das demonstrações e impacto sobre as demonstrações 
contábeis como um todo). 
Porém, cuidado! Se o auditor puder demonstrar que a aplicação de um 
princípio de contabilidade em vigor seria desorientadora, ele pode apresentar 
parecer sem ressalva. Em parágrafo intermediário explicativo, entretanto, deve 
ser descrito o afastamento do princípio em vigor, os efeitos aproximados do mesmo, 
assim como a razão pela qual a obediência ao princípio em vigor pode ser 
desorientadora para o usuário da demonstração contábil. 
ENTIDADES DE ATIVIDADE REGULAMENTADA OU SUJEITAS À LEGISLAÇÃO 
ESPECÍFICA 
 
 
 
 
 
 
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Há inúmeros setores de atividade que têm legislação, normas ou 
regulamentos específicos, ditados por órgãos governamentais, que abrangem, 
também, critérios contábeis. Algumas dessas entidades prestam serviços públicos, 
como as de energia elétrica e telefonia, as instituições financeiras e demais 
entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, as empresas de 
seguros, as empresas de transporte aéreo e outras. 
Tais entidades têm, como as demais, responsabilidades com seus acionistas, 
quotistas, debenturistas, instituições financeiras e outros credores, funcionários e 
público em geral. A prestação de contas a tais usuários é feita, principalmente, por 
meio de demonstrações contábeis exigidas pela legislação societária ou específica, 
que devem atender a seus critérios e ser elaboradas segundo os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade. Além 
dessa responsabilidade, tais entidades devem reportar-se aos órgãos 
governamentais reguladores correspondentes. 
A responsabilidade do auditor está voltada aos usuários em geral, atendidos 
pelas demonstrações contábeis divulgadas, devendo emitir sua opinião com base 
nos Princípios Fundamentais de Contabilidade. Em face da especificidade dos órgãos 
reguladores, cujo teor ainda não conste das Normas Brasileiras de Contabilidade e 
que não conflitem com os Princípios Fundamentais de Contabilidade, podem ser 
admitidos pelo auditor na Fundamentação de seu parecer. 
O modelo de parecer também é aplicável a essas entidades regulamentadas. 
Assim, os desvios dos Princípios Fundamentais de Contabilidade originados na 
legislaçãoou nas normas regulamentares específicas devem ser tratados de 
maneira idêntica à observada nas demais entidades, contendo ressalva ou
opinião adversa, sempre que relevante. 
CUIDADO: Vimos que para essas entidades, os desvios dos Princípios 
Fundamentais de Contabilidade originados na legislação ou nas normas 
regulamentares específicas ensejam parecer com ressalva ou opinião adversa, 
sempre que relevante. Contudo, em prova, se tivermos duas opções: parecer com 
ressalva ou parecer adverso, para ser parecer adverso, o enunciado tem que 
apontar além da relevância, a disseminação das distorções. A simples divergência 
entre uma prática e um princípio decorrente de uma orientação/norma específica de 
um órgão regulador seria objeto de ressalva. 
INCERTEZAS 
 
 
 
 
 
 
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Conforme os ensinamentos de Franco e Marra, cujo livro já nos referimos 
anteriormente, incertezas são ocorrências que podem influenciar as demonstrações 
contábeis ou as revelações nelas contidas, mas que não se prestam a estimativas 
razoáveis. Podem estar relacionadas a fatos específicos, cujos possíveis efeitos 
podem ser isolados, ou a fatos complexos, com impacto, nas demonstrações 
contábeis, difícil de avaliar. 
Atenção! Diante de incertezas relevantes e dependendo das circunstâncias o 
auditor pode emitir um parecer sem ressalva, com ressalva, adverso ou com 
abstenção de opinião. Vejamos cada situação: 
Situação 1 - Quando ocorrer incerteza em relação a fato relevante, cujo desfecho 
poderá afetar significativamente a posição patrimonial e financeira da entidade, 
bem como o resultado das suas operações, deve o auditor adicionar um parágrafo 
de ênfase em seu parecer, após o parágrafo de opinião, fazendo referência à 
nota explicativa da administração, que deve descrever de forma mais extensa, a 
natureza e, quando possível, o efeito da incerteza. Na hipótese do emprego de 
parágrafo de ênfase, o parecer permanece na condição de parecer sem ressalva. 
Situação 2 - Se o auditor concluir que a matéria envolvendo incerteza relevante 
não está adequadamente divulgada nas demonstrações contábeis, o seu parecer 
deve conter ressalva ou opinião adversa, pela omissão ou inadequação da 
divulgação. 
Situação 3 - Quando a abstenção de opinião decorrer de incertezas relevantes, o 
auditor deve expressar, no parágrafo de opinião, que, devido à relevância das 
incertezas descritas em parágrafos intermediários específicos, não está em 
condições de emitir opinião sobre as demonstrações contábeis. Novamente a 
abstenção de opinião não elimina a responsabilidade do auditor de mencionar, no 
parecer, os desvios relevantes que normalmente seriam incluídos como ressalvas. 
ÊNFASE DE UM ASSUNTO 
Como já expusemos nesta aula, podem existir situações que o auditor 
pretenda enfatizar em seu parecer, permanecendo o parecer sem ressalva. 
Exemplos de itens que os auditores podem querer enfatizar: 
¾ a entidade é componente de um empreendimento maior; 
¾ transações importantes efetuadas com partes relacionadas; 
 
 
 
 
 
 
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¾ evento subseqüente relevante; 
¾ assunto contábil que afeta a comparabilidade. 
Contudo, são muito freqüentes em prova questões envolvendo o tipo de 
parecer a ser emitido pelo auditor, quando ocorrer incerteza em relação a fato 
relevante, cujo desfecho poderá afetar significativamente a posição patrimonial e 
financeira da entidade, bem como o resultado das suas operações. 
Diante dessas circunstâncias, o auditor deve enfatizar esses fatos em seu 
parecer. Nesse sentido, o tipo de parecer será sem ressalva, com parágrafo de 
ênfase. 
Conforme Franco e Marra, no caso de inclusão de parágrafo especial, com o 
fim único de divulgar ou enfatizar determinados fatos, frases como “Com a 
explicação abaixo mencionada” não devem ser usadas no parágrafo do parecer. 
Um parágrafo especial enfatizando um item deve ser usado somente nos 
casos raros em que o auditor pretende emitir parecer sem ressalva, mas considera 
o item suficientemente importante e deseja chamar a atenção sobre ele em seu 
relatório. Esta informação não deve ser mencionada no parágrafo da opinião. 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS COMPARATIVAS 
Quando o auditor emite seu parecer sobre demonstrações contábeis do ano 
corrente e do ano anterior, deve avaliar o impacto, sobre estas últimas, de 
circunstâncias e eventos de que eventualmente tome conhecimento ao examinar as 
demonstrações do exercício atual. Dependendo da relevância desse impacto, o 
auditor deve avaliar a necessidade de emitir parecer, sobre aquelas demonstrações 
contábeis, diferente do anteriormente emitido. 
Primeira auditoria de uma entidade 
Nos casos de primeira auditoria de uma entidade que divulgue 
comparativamente os valores relativos ao exercício anterior, o auditor deve, no 
parágrafo referente à identificação das demonstrações contábeis examinadas, fazer 
menção exclusiva ao exercício examinado e destacar, em parágrafo específico, o 
fato de que as demonstrações contábeis do exercício anterior não foram 
examinadas por auditores independentes, expressando a abstenção de opinião 
sobre elas. 
 
 
 
 
 
 
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Para expressar opinião sem ressalva acerca das demonstrações contábeis do 
exercício atual, são necessários procedimentos de auditoria sobre os saldos de 
encerramento do exercício anterior quanto às contas de formação histórica e quanto 
à verificação da uniformidade de aplicação dos Princípios Fundamentais de 
Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade. 
Se tais procedimentos foram efetuados e não evidenciaram nenhuma situação 
que represente limitação no exame do exercício atual, a redação do parecer pode 
obedecer ao seguinte modelo: 
“(1) Examinamos o balanço patrimonial da Empresa ABC, levantado em 31 de 
dezembro de 19X1, e as ...”. 
“(2) Nosso exame foi conduzido de acordo com as normas de auditoria e 
compreendeu: ...”. 
“(3) Em nossa opinião, as demonstrações contábeis referidas no parágrafo 1º 
representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição 
patrimonial e financeira da Empresa ABC em 31 de dezembro de 19X1, o resultado 
de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações 
de seus recursos, referentes ao exercício findo naquela data, de acordo com os 
Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade.” 
“(4) Não examinamos, nem foram examinadas por outros auditores 
independentes, as demonstrações contábeis do exercício findo em 31 de dezembro 
de 19X0, cujos valores são apresentados para fins comparativos e, 
conseqüentemente, não emitimos opinião sobre elas.” 
Se os procedimentos adicionais sobre os saldos de encerramento não tiverem 
a extensão necessária que permita ao auditor segurança quanto à não-existência de 
efeitos relevantes sobre o resultado do exercício, as mutações do patrimônio líquido 
e as origens e aplicações de recursos, ele deve decidir a espécie de opinião a ser 
emitida, em função dos efeitos potenciais e da evidência de que disponha em 
relação a tais demonstrações contábeis, podendo optar por opinião com ressalva
ou até por abstenção de opinião. Nessas circunstâncias, o parecer com ressalva, 
relativo ao exercício atual, poderia ter a seguinte redação: 
“(1) Examinamos o balanço patrimonial da Empresa ABC, levantado em 31 de 
dezembro de 19X1, e as ...”. 
“(2) Exceto pelo mencionado no parágrafo 3º, nosso exame foi conduzido de 
acordo com as normas de auditoria e compreendeu: (a) o planejamento...”. 
“(3) Não examinamos, nem foram examinadas por outros auditores 
independentes, as demonstrações contábeis do exercício findo em 31 de dezembro 
de 19X0, cujos valores são apresentados para fins comparativos e, 
conseqüentemente, não emitimos opinião sobre elas. Além disso, os procedimentos 
 
 
 
 
 
 
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adicionais aplicados, decorrentes de primeira auditoria, sobre transações e valores 
que compõem os saldos em 31 de dezembro de 19X0, não foram suficientes para 
assegurar que eventuais distorções nos referidos saldos não tenham efeitos 
relevantes sobre o resultado do exercício, as mutações do patrimônio líquido e as 
origens e aplicações de recursos do exercício findo em 19X1”. 
“(4) Em nossa opinião, as demonstrações contábeis referidas no parágrafo 1º 
representam adequadamente, em todos os aspetos relevantes, a posição 
patrimonial e financeira da Empresa ABC em 31 de dezembro de 19X1, bem como 
– exceto quanto aos efeitos de possíveis ajustes que poderiam resultar do exame 
das demonstrações contábeis do exercício anterior, conforme comentado no 
parágrafo 3º - o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio 
líquido e as origens e aplicações de seus recursos referentes ao exercício findo 
naquela data, de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as 
Normas Brasileiras de Contabilidade”. 
Demonstrações contábeis comparativas quando as do exercício anterior 
foram examinadas por outros auditores 
Quando as demonstrações contábeis são divulgadas de forma comparativa 
com as do exercício anterior e há mudança de auditores, surge a questão do 
tratamento dos pareceres relativos aos dois exercícios. 
 A entidade auditada pode optar por publicar o parecer relativo ao atual 
exercício e também o parecer dos que examinaram o exercício anterior. Nesse caso, 
o auditor do exercício corrente referir-se-á em seu parecer somente às 
demonstrações contábeis do exercício que examinou. 
Todavia, nada impede a divulgação somente do parecer relativo ao último 
exercício. Neste caso, o auditor deve mencionar nele que as demonstrações 
contábeis do exercício anterior foram examinadas por outros auditores, referindo a 
data do parecer destes, expressando as eventuais ressalvas, seus efeitos e 
possíveis reflexos no exercício atual. 
 Como mencionado anteriormente, para expressar opinião sem ressalva
sobre as demonstrações contábeis do exercício atual, o auditor deve aplicar 
procedimentos de auditoria sobre os saldos existentes no encerramento do exercício 
anterior, incluindo a verificação da uniformidade de aplicação dos Princípios 
Fundamentais de Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade. Quando 
as demonstrações contábeis do ano anterior forem examinadas por outro auditor, 
parte da evidência necessária sobre aqueles saldos poderá ser obtida mediante a 
revisão dos seus papéis de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
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Nessa circunstância, o parecer, nos parágrafos de identificação e de opinião, 
referir-se-á somente ao exercício atual e em parágrafo próprio, será mencionado 
que o exame do exercício anterior foi efetuado por outro auditor. Exemplo: 
 “(4) As demonstrações contábeis relativas ao exercício findo em 31 de 
dezembro de 19X0 foram examinadas por auditores independentes, que emitiram 
parecer, sem ressalva (ou indicar as correspondentes ressalvas), datado de . .... de 
...................... de 19X1”. 
Reflexos quando houver aceitação do trabalho de outros auditores 
Quando o auditor aceita o parecer de outros auditores, por não ter evidências 
que indiquem restrições aos seus trabalhos e conclusões, deve destacar no seu 
parecer a divisão de responsabilidades. 
 Assim, por exemplo, quando as demonstrações contábeis de entidades contro-
ladas e/ou coligadas, correspondentes a investimentos relevantes, foram auditadas 
por outro auditor, que tenha emitido parecer sem ressalva sobre elas, 
a redação do parecer poderá ser a seguinte: 
 “(1) Examinamos os balanços ... administração. Nossa responsabilidade ... 
contábeis. As demonstrações contábeis da controlada X S.A, relativas aos exercícios 
findos em 31 de dezembro de 19X1 e 19X0 , foram examinadas por outros 
auditores independentes, e a nossa opinião, no que diz respeito aos investimen-
tos no valor de R$. . ....., em 31 de dezembro de 19X1 (19X0 – R$........), e dos 
resultados decorrentes dessa controlada, no valor de R$.............., em 31 de 
dezembro de 19X1 (19X0 – R$ .............), está baseada no parecer desses 
auditores.” 
(2) Redação normal. 
(3) Em nossa opinião, com base em nossos exames e no parecer de outros 
auditores independentes, as demonstrações contábeis...”. 
Entende-se, nesse exemplo, que os dados indispensáveis, referentes aos in-
vestimentos na controlada e/ou coligada, estão adequadamente divulgados em notas 
explicativas. 
 A referência ao parecer dos outros auditores, mesmo sem a indicação do 
conteúdo de sua opinião, significa que: 
“(a) o parecer dos outros auditores não teve ressalvas ou teve ressalvas que 
não afetam a posição patrimonial e financeira e os resultados da investidora”; e 
“(b) não há nenhuma restrição aos seus trabalhos e conclusões”. 
 
 
 
 
 
 
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Quando, todavia, o outro auditor emitiu parecer com ressalva, adverso, ou 
com abstenção de opinião, o auditor deve analisar se o motivo é de tal relevância 
que afete o seu próprio parecer, em relação às demonstrações contábeis da 
investidora. Neste caso, o auditor deve ampliar a referência feita no parágrafo 
intermediário, indicando a data do parecer, a natureza do problema e seus efeitos 
nas demonstrações contábeis da investidora. 
Quando os efeitos não forem relevantes, não é necessário mencioná-los no 
parecer do auditor da investidora. 
Reflexo quando o auditor não puder utilizar o trabalho dos outros auditores 
 O auditor deve emitir parecer com ressalva ou abstenção de opinião
quando concluir, baseado nos procedimentos recomendados, que o trabalho dos 
outros auditores não pode ser utilizado, e que não pode aplicar procedimentos 
adicionais suficientes com relação às demonstrações contábeis da controlada e/ou 
coligada, ou ao item sobre o qual os outros auditores emitiram parecer. 
Pessoal, após abordarmos os principais aspectos normativos acerca do 
parecer do auditor independente, entendemos importante apresentar um quadro 
resumo, para facilitar o aprendizado e possibilitar breve revisão da aula. 
QUADRO RESUMO SOBRE OS TIPOS DE OPINIÃO 
CARACTERÍSTICA APRESENTADA TIPO DE 
OPINIÃO 
- Quando o auditor conclui que as demonstrações contábeis 
são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo 
com a estrutura de relatório financeiro aplicável. 
Não modificada 
(Sem ressalva) 
- Quando as demonstrações contábeis apresentam distorções 
irrelevantes. 
Não modificada 
- Quando as demonstrações contábeis apresentam distorções 
relevantes, mas o efeito não é generalizado. Ressalva 
- Quando as demonstrações contábeis apresentam distorções 
relevantes e o efeito é generalizado. Adversa 
- Diante de impossibilidade de obter evidência de auditoria Ressalva 
 
 
 
 
 
 
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apropriada e suficiente, mas o efeito não é generalizado. 
- Diante de impossibilidade de obter evidência de auditoria 
apropriada e suficiente e o efeito poderia ser relevante e 
generalizado. 
Abstenção de 
opinião- Quando o auditor, em circunstâncias extremamente raras 
envolvendo diversas incertezas, conclui que, 
independentemente de ter obtido evidência de auditoria 
apropriada e suficiente sobre cada uma das incertezas, não é 
possível expressar uma opinião sobre as demonstrações 
contábeis devido à possível interação das incertezas e seu 
possível efeito cumulativo sobre essas demonstrações 
contábeis. 
Abstenção de 
opinião 
- Auditoria de entidades públicas ou privadas, sujeitas à 
regulamentação específica, quanto à adoção de normas 
contábeis próprias ao segmento econômico, quando elas 
forem significativamente conflitantes com a estrutura de 
relatório financeiro aplicável ou lei e regulamento aplicáveis. 
Ressalva 
- Quando o auditor conclui que o efeito de qualquer 
discordância ou restrição na extensão de um trabalho não é 
de tal magnitude que requeira opinião adversa. 
Ressalva 
- Quando as demonstrações contábeis foram elaboradas com 
base na continuidade operacional, mas no julgamento do 
auditor, o uso do pressuposto da continuidade operacional 
pela administração nas demonstrações contábeis é 
inapropriado. 
Adversa 
- Quando ocorrer incerteza em relação a fato relevante, cujo 
desfecho poderá afetar significativamente a posição 
patrimonial e financeira da entidade, bem como o resultado 
das suas operações. 
Adicionar 
Parágrafo de 
Ênfase 
Vamos agora comentar algumas questões sobre parecer do auditor 
independente das demonstrações contábeis. 
 
 
 
 
 
 
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Como de praxe, para aqueles que preferem primeiro resolver as questões e 
depois comparar com os nossos comentários, relacionamos as questões ao final da 
aula sem os comentários. 
1) (AFC/CGU/ESAF/2008) De acordo com a NBC-T-11, o Parecer do Auditor 
Independente, segundo a natureza da opinião que contém, pode ser 
classificado das seguintes formas, exceto: 
a) parecer sem ressalva. 
b) parecer com ressalva. 
c) parecer irregular. 
d) parecer adverso. 
e) parecer com abstenção de opinião. 
Solução: Os tipos de parecer do auditor independente são sem ressalva, com 
ressalva, adverso e abstenção de opinião. A letra “c” constitui o gabarito da 
questão. 
2) (SEFAZ/SP/ESAF/2009) Assinale a opção que preenche corretamente as 
lacunas da seguinte frase: “O auditor deve emitir parecer 
______(1)______ quando verificar que as demonstrações contábeis estão 
incorretas ou incompletas, em tal magnitude que impossibilite a emissão 
do parecer ______ (2)______.” 
a) (1) adverso // (2) com ressalva 
b) (1) com ressalva // (2) adverso 
c) (1) com abstenção de opinião // (2) com ressalva 
d) (1) com abstenção de opinião // (2) adverso 
e) (1) adverso // (2) com abstenção de opinião 
Solução: Em conformidade com a norma de auditoria, “o auditor deve emitir 
parecer adverso quando verificar que as demonstrações contábeis estão incorretas 
ou incompletas, em tal magnitude que impossibilite a emissão do parecer com 
ressalva”. A letra “a” é a correta. 
3) (ACE/TCE-TO/CESPE/2009) O parecer dos auditores independentes é o 
documento mediante o qual os mesmos expressam sua opinião acerca das 
demonstrações contábeis nele indicadas. Acerca desse assunto, assinale a 
opção correta. 
A Por meio do parecer, o auditor assume responsabilidade de ordem 
privada, de natureza estritamente contratual. 
B O parecer deve ser assinado por contador ou técnico de contabilidade 
regularmente registrado em CRC. 
 
 
 
 
 
 
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C A data do parecer deve corresponder a das demonstrações que tenham 
sido auditadas. 
D O auditor, mesmo abstendo-se de emitir opinião a respeito das 
demonstrações, é responsável por mencionar qualquer desvio relevante 
que possa influenciar a decisão do usuário das informações. 
E Em caso de incerteza acerca de fato relevante, o auditor deve abster-se 
de opinar, desde que haja nota explicativa da administração relacionada ao 
fato. 
 
Solução: A alternativa “A” está incorreta, pois além da responsabilidade de ordem 
privada e contratual, o auditor assume também uma responsabilidade profissional e 
coletiva. Cabe lembrar que existem muitos usuários interessados no parecer do 
auditor. 
A alternativa “B” está incorreta, pois somente o contador com registro no CRC 
pode assinar o parecer. 
A alternativa “C” está incorreta, pois a data do parecer deve corresponder ao 
dia de encerramento dos trabalhos de campo. 
A alternativa “D” está correta, pois a abstenção de opinião não elimina a 
responsabilidade do auditor de mencionar qualquer desvio relevante que 
normalmente seria incluído como ressalva no seu parecer e que, portanto, possa 
influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações. O gabarito é a letra D. 
A alternativa “E” está incorreta, pois a abstenção de opinião não está 
relacionada à divulgação do fato em Nota Explicativa da Administração. Diante de 
uma incerteza relevante, cujos fatos estejam devidamente divulgados em Notas 
Explicativas, o auditor pode deixar de ressalvar o seu parecer, optando por um 
parágrafo de ênfase. A abstenção de opinião ocorre se o auditor não conseguir 
reunir evidências suficientes para fundamentar sua opinião e, nesse caso, 
independe se os fatos estejam devidamente divulgados em Notas Explicativas. 
4) (ICMS/SP/FCC/2009) O auditor externo, ao se deparar com algum 
passivo que represente para a empresa uma incerteza relevante, deve 
emitir parecer 
(A) com ressalva e limitação de escopo do trabalho. 
(B) sem ressalva e com limitação de escopo do trabalho. 
(C) adverso, evidenciando a incerteza constatada. 
(D) sem ressalva e com parágrafo adicional de ênfase. 
(E) com negativa de opinião e limitação de escopo. 
 
 
 
 
 
 
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Solução: Conforme os ensinamentos de Franco e Marra, incertezas são ocorrências 
que podem influenciar as demonstrações contábeis ou as revelações nelas contidas, 
mas que não se prestam a estimativas razoáveis. Podem estar relacionadas a fatos 
específicos, cujos possíveis efeitos podem ser isolados, ou a fatos complexos, com 
impacto, nas demonstrações contábeis, difícil de avaliar. 
Muitos candidatos confundem incerteza relevante com uma distorção 
relevante, concluindo que o parecer do auditor, nesse caso, seria com ressalva ou 
até mesmo abstenção de opinião. Isso é um engano! Se o enunciado mencionar 
apenas incerteza relevante, o parecer a ser emitido pelo auditor é sem ressalvas, 
acrescentando um parágrafo de ênfase ao final, fazendo referência à nota 
explicativa da administração, que deve descrever de forma mais extensa, a 
natureza e, quando possível, o efeito da incerteza. A letra D é a correta. 
5) (Questão extraída do livro “Auditoria Contábil” - Crepaldi, Atlas) Dadas 
as situações a seguir, identifique, na respectiva ordem, quais os tipos de 
parecer de auditoria mais adequados a cada situação: 
I - O auditor constatou que a empresa Alpha S.A somente faturava parte de 
suas mercadorias vendidas e que boa parte das mercadorias compradas 
entravam sem documentação hábil. 
II - O auditor constatou que a empresa Beta S.A não estava reconhecendo 
os juros e as variações monetárias de seus contratos de financiamento 
junto ao Banco Empresa Tudo S.A, efetuando a contabilização somente no 
pagamento do empréstimo. 
III - O auditor, ao executar os trabalhos na empresa Gama S.A encontrou 
divergências no cálculo da provisão para contigências trabalhistas. Ao 
analisar a relevância dos números, percebeu que os mesmos não afetavam 
as demonstrações contábeis. 
IV - O auditor, ao avaliar asdemonstrações financeiras da empresa Omega 
S.A, não conseguiu compor o saldo das contas de financiamento 
concedidos, nem das contas de investimentos. 
a) com ressalva, adverso, abstenção de opinião e sem ressalva. 
b) adverso, abstenção de opinião, sem ressalva e com ressalva. 
c) adverso, com ressalva, sem ressalva e abstenção de opinião. 
d) abstenção de opinião, sem ressalva, com ressalva e adverso. 
e) com ressalva, com ressalva, sem ressalva e adverso. 
Solução: Vamos analisar cada afirmativa da questão: 
 
 
 
 
 
 
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Item I - O auditor constatou que a empresa Alpha S.A somente faturava parte de 
suas mercadorias vendidas e que boa parte das mercadorias compradas entravam 
sem documentação hábil: 
¾ o enunciado dá a entender que a irregularidade correspondia a um ato 
fraudulento e a afirmação de que não havia documentação hábil para boa 
parte das mercadorias compradas pela empresa é forte e, obviamente, com 
impacto relevante e extenso nas demonstrações, razão pela qual, o parecer 
do auditor mais adequado ao caso seria o adverso. 
Item II - O auditor constatou que a empresa Beta S.A não estava reconhecendo os 
juros e as variações monetárias de seus contratos de financiamento junto ao Banco 
Empresa Tudo S.A, efetuando a contabilização somente no pagamento do 
empréstimo. 
¾ perceba que a empresa está descumprindo o princípio contábil fundamental 
da competência, deixando de reconhecer as despesas com juros e encargos 
financeiros no momento de sua incorrência. Portanto, o parecer do auditor 
poderia ser com ressalva ou adverso, dependendo da extensão e impacto nas 
demonstrações contábeis. 
Item III - O auditor, ao executar os trabalhos na empresa Gama S.A encontrou 
divergências no cálculo da provisão para contingências trabalhistas. Ao analisar a 
relevância dos números, percebeu que os mesmos não afetavam as demonstrações 
contábeis. 
¾ considerando que as divergências encontradas pelo auditor não afetavam as 
demonstrações, ou seja, estavam compatíveis com o nível de relevância 
estabelecido e, portanto, não distorciam significativamente as demonstrações 
a ponto de prejudicar os usuários, o parecer deveria ser sem ressalva. 
Item IV - O auditor, ao avaliar as demonstrações financeiras da empresa Omega 
S.A, não conseguiu compor o saldo das contas de financiamento concedidos, nem 
das contas de investimentos. 
¾ significa que o auditor, em função de uma limitação em seus procedimentos, 
não conseguiu coletar evidências sobre o saldo das contas de financiamento e 
de investimentos. Em função da relevância desta restrição e de sua extensão, 
o parecer seria com abstenção de opinião. 
Assim, a única alternativa que expressa corretamente os possíveis tipos de 
parecer em função das circunstâncias informadas nos itens da questão é a letra “c”. 
 
 
 
 
 
 
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6) (Questão elaborada pelo professor) Sobre as normas relativas ao 
parecer de auditoria independente, podemos afirmar: 
A) a data do parecer deve corresponder ao dia do encerramento do 
exercício da entidade. 
B) a discordância com a administração da entidade a respeito do conteúdo 
e forma de apresentação das demonstrações contábeis deve conduzir à 
opinião com ressalva ou à abstenção de opinião, com os esclarecimentos 
que permitam a correta interpretação dessas demonstrações. 
C) a limitação na extensão do trabalho deve conduzir à opinião com 
ressalva ou a parecer adverso. 
D) o auditor deve emitir parecer adverso quando verificar que as 
demonstrações contábeis estão corretas, em tal magnitude, que 
impossibilite a emissão do parecer com ressalva. 
E) o parecer sem ressalva indica que o auditor está convencido de que as 
demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos 
relevantes, consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as 
Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, à 
legislação específica. 
Solução: Na letra A, o correto seria: a data do parecer deve corresponder à data
de conclusão dos trabalhos de auditoria na entidade. 
Na letra B, a discordância com a administração da entidade a respeito do 
conteúdo e forma de apresentação das demonstrações contábeis deve conduzir à 
opinião com ressalva ou adversa. 
Na letra C, a limitação na extensão deve conduzir à opinião com ressalva ou a
parecer com abstenção de opinião. 
Na letra D, o auditor deve emitir parecer adverso quando verificar que as 
demonstrações contábeis estão incorretas, em tal magnitude, que impossibilite a 
emissão do parecer com ressalva. 
A letra E é a única alternativa correta. O parecer sem ressalva é emitido 
quando o auditor conclui, sobre todos os aspectos relevantes, que: a) as 
demonstrações contábeis foram preparadas de acordo com os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade; e b) há 
apropriada divulgação de todos os assuntos relevantes às demonstrações contábeis. 
 
 
 
 
 
 
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7) (Questão elaborada pelo professor) Acerca das normas relativas ao 
parecer de auditoria independente, podemos afirmar: 
A) a incerteza quanto à realização de um ativo mensurado em bases 
razoáveis e considerado relevante para as demonstrações contábeis da 
entidade auditada implica a emissão de um parecer com ressalva. 
B) o exame das demonstrações contábeis de sociedades controladas e/ou 
coligadas, relevantes, por outros auditores independentes, implica a 
obrigação para o auditor da sociedade controladora de ressalvar seu 
parecer, por esse fato. 
C) uma limitação relevante na extensão do trabalho do auditor 
independente pode implicar a emissão de parecer com ressalva ou 
adverso. 
D) se o auditor independente não puder utilizar os trabalhos de outros 
auditores e, também, não tiver condições de aplicar procedimentos 
adicionais suficientes nas demonstrações contábeis de coligadas ou 
controladas, por eles auditadas, deve emitir parecer contendo ressalva 
ou com abstenção de opinião. 
E) a abstenção de opinião em relação às demonstrações contábeis tomadas 
em conjunto elimina a responsabilidade do auditor de mencionar, no 
parecer, qualquer desvio relevante constatado. 
Solução: Na letra A, como vimos anteriormente, a incerteza quanto à realização de 
um ativo mensurado em bases razoáveis e considerado relevante para as 
demonstrações contábeis da entidade auditada implica na emissão de um parecer 
sem ressalva e com parágrafo de ênfase. Item incorreto. 
Na letra B, o exame das demonstrações contábeis de sociedades controladas 
e/ou coligadas, relevantes, por outros auditores independentes, implica a obrigação 
para o auditor da sociedade controladora de divulgar esse fato em seu parecer sem 
ressalva. Item incorreto. 
Na letra C, uma limitação relevante na extensão do trabalho do auditor 
independente pode implicar a emissão de parecer com ressalva ou com abstenção 
de opinião. Item incorreto. 
A letra D é a correta. Se o auditor independente não puder utilizar os 
trabalhos de outros auditores e, também, não tiver condições de aplicar 
procedimentos adicionais suficientes nas demonstrações contábeis de coligadas ou 
controladas, por eles auditadas, deve emitir parecer contendo ressalva ou com 
abstenção de opinião. 
 
 
 
 
 
 
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Na letra E, o correto seria afirmar que a abstenção de opinião em relação às 
demonstrações contábeis tomadas em conjunto não elimina a responsabilidade

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