A qualidade social do ensino nos anos iniciais do ensino fundamental (gestão atv 3)

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CLARETIANO – CENTRO UNIVERSITÁRIO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA - LICENCIATURA
	GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO
Tutor: Prof. Alexandre José da Cruz 
Aluna: Raquel Soares Marinho
RIBEIRÃO PRETO-SP.
2018
A qualidade social do ensino nos anos iniciais do ensino fundamental. Da gestão à sal de aula.
De acordo com Paro (2007) a função da escola não é apenas levar o conhecimento aos educandos ou meramente prepará-los para o mercado de trabalho e próximo nível escolar, mas sim principalmente é de conceder condições para que o aluno aprenda, e que queira aprender, sem deixar é claro de apresentar à eles a cultura para que os mesmos se apropriem dela, sendo ela o conjunto de conhecimentos, valores, crença, arte, filosofia, ciência, ou seja, aquilo que serve como base para a formação integral do educando como cidadão tanto no individual como no social.
Quando falamos que instituições de ensino devem ser um lugar onde a democracia é exercida, estamos dizendo que estas são intituladas cuja a democracia existe para que a criança se aproprie livremente do saber. Na escola, principalmente na pública o intuito não é produzir lucro, mas sim produzir um ser humano-histórico, ou seja, formar personalidades. O ser humano só aprende se ele quiser, o papel fundamental do educador é criar condições para que o educando queira aprender, para que isso aconteça o educador precisa querer educar. 
Sendo assim, o mais importante na democracia da escola é a relação entre o educador e o educando, relação esta que deve ser principalmente de respeito, onde o educando como sujeito respeite a subjetividade do educador, e o educador consiga despertar no educando o prazer e a vontade pelo aprender, colaborando então com o processo ensino-aprendizagem de qualidade, mas para que isso aconteça é preciso que uma série de medidas sejam exercidas dentro da escola, uma delas é a participação de todos os envolvidos (conselho de escola, conselho de classe, associação de pais e mestres, etc.), além da necessidade de se valorizar mais o professor dando a ele melhores condições de trabalho e maior remuneração.
Dessa forma podemos dizer que uma didática organizada proporcionará o exercício de funções educativas que tem por objetivo educar alunos de diversas características pessoais, que o aperfeiçoamento dos professores, os façam capacitados e envolvidos em exercer suas funções diante das diversas e complexas situações presentes na aprendizagem escolar. A estrutura didática e administrativa das escolas do ensino fundamental deve trazer uma motivação essencial para o aprender, formando cidadãos críticos, exigindo um conceito de qualidade de ensino mais rigoroso, onde entende-se que a escola não é um lugar que apenas transmite informações e conhecimentos, mas sim um lugar que utiliza a atualização histórico-cultural, para a formação do homem histórico.
É possível afirmar que a qualidade do ensino das escolas públicas da educação básica está ligada a função da escola e do papel de sua estrutura didática, sendo que a medida que a estrutura organizacional se relaciona com a qualidade da educação e com a participação de todos os envolvidos no contexto escolar é que se obtém a qualidade esperada. Mas infelizmente a realidade no dia a dia das escolas é outra, o conceito de qualidade do ensino e sua relação com a democracia não é o esperado, há muita insatisfação e descontentamento quando instâncias avaliam esse processo, demonstrando que a teoria não é concretizada na prática.
Para a pesquisadora Vanda Moreira Machado Lima, a construção de uma escola pública dos anos iniciais democrática, inclusiva, crítica, reflexiva e de qualidade ainda é um grande desafio e para vencê-lo são necessários vários caminhos e todos eles estão ligados ao professor, cujo o papel principal é a formação integral da criança, destacando o ensinar a ler, a escrever e a contar, que envolve as áreas de Língua Portuguesa e Matemática, ou seja, a formação integral equivale em formar o aluno como sujeito crítico e questionador, discutir as questões sociais e a formação da cidadania, propiciar-lhe compreender a sociedade atual e atuar em sua transformação.
Os professores dos anos iniciais do ensino fundamental das escolas brasileiras enfrentam muitos desafios que devem ser superados para que atinjam o sucesso em sua atuação, entre eles, a falta de incentivo, a desvalorização, a imensa cobrança por parte da sociedade e do poder público, a falta de formação entre outro.
Outro grande desafio para os professores é em ter que compreender os alunos e suas atitudes, pois na maioria das vezes esses alunos são forçados a irem a escola, e cabe ao professor tentar resgatá-lo, incentivando-o, cativar o aluno, fazer com que ele queira aprender. O dia a dia do docente é feito de escolhas, de tomada de decisões, é preciso escolher entre ajudar os alunos com dificuldades ou avançar com o conteúdo, falta ajuda e suporte aos docentes, além de ter que lidar com alunos que perturbam a aula atrasando ainda mais o decorrer das atividades.
O desinteresse e a ausência da família na vida escolar do filho, são questões que geram muitas dificuldades e insucessos no desempenho escolar das crianças, famílias desestruturadas, que enfrentam problemas de drogas, maus tratos, ou financeiros, são causas da dificuldade do ensino-aprendizagem na maioria das crianças, sendo estes, outro desafio enfrentado pelos professores, que devem ser além de professores, muitas vezes agem como psicólogos.
 A diversidade dos alunos em virtude da democratização do ensino, onde alguns que estão na mesma série possuem mais conhecimento que outros, há casos como os relatados no texto, que crianças entram na 3ª série sabendo ler e escrever, enquanto outras sem nenhuma alfabetização, dificultando assim o trabalho e desempenho dos professores. A inclusão de crianças com necessidades especiais em salas regulares, a deficiência dos cursos superiores, a desvalorização da escola pública, a falta de estrutura e material, além dos salários baixos, são outros dos muitos desafios enfrentados pelos docentes, pois a maioria dos professores não possuem formação necessária, são despreparados e acabam por enfrentar o dia a dia da sala de aula como aprendizado e experiência.
A realidade do professor dos anos iniciais da escola pública é desafiadora, não é nada fácil exercer sua prática pedagógica, sabe-se que o professor é uma das peças fundamentais para formar grandes cidadãos e obter-se um ensino-aprendizagem de qualidade, para que isso aconteça é necessário uma política pública de valorização do professor, que enfatize a qualidade de sua formação inicial e contínua, uma remuneração adequada e justa, estímulo constante ao desenvolvimento profissional e melhorias das condições de trabalho, seja aos futuros professores, seja àqueles que já atuam nas escolas.
Para concluir é possível dizer, que a “escola democrática”, com os seus fundamentos e orientações, contribui sim para que a escola pública no Brasil possa superar as dificuldades relacionadas ao ensino, mas para que isso aconteça é preciso que a escola abra suas portas à todos aqueles envolvidos com a educação e que desempenham suas funções de forma democrática, pois é com o auxílio da família, da comunidade e daqueles interessados na educação, que isso é possível, não é uma tarefa fácil, muito menos rápida, tendo em vista a realidade em que vivemos, mesmo assim é possível. Sendo assim, faz-se urgente uma transformação do cenário educacional brasileiro, onde práticas autoritárias e burocráticas não devem ser mais aceitas, mas sim uma forma participativa de se fazer a gestão escolar.
Para se ter uma escola democrática onde haja a integração com a comunidade, primeiramente é importante que a gestão escolar se faça democrática, atualmente muitas possibilidades favorecem a essa concretização, um PPP elaborado a partir dos interesses escolares e comunitários e um Conselho onde há a participaçãode membros da escola e da comunidade já é um grande avanço no sentido de democratização da educação.
REFERÊNCIAS
LIMA, V. M. A complexidade da docência nos anos iniciais na escola pública. Nuances: estudos sobre educação: Presidente Prudente, 2012. Disponível em: < http://revista.fct.unesp.br/index.php/Nuances/article/viewFile/1767/1701>. Acesso em: 02 de outubro de 2018. 
PARO, V. H. Gestão escolar, Democracia e Qualidade do Ensino. São Paulo: Ática, 2007. Disponível em: < https://bv4.digitalpages.com.br/?term=gest%25C3%25A3o%2520escolar&searchpage=1&filtro=todos&from=busca&page=33&section=0#/edicao/2102>. Acesso em: 02 de outubro de 2018.