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ENDOSSOMOS E LISOSSOMOS - Aula 13/14 - Endossomos (entidade) e lisossomo (organela) são originados do retículo endoplasmático rugoso e do complexo de Golgi, como nas imagens: - Os endossomos podem ser classificado sem endossomos precoces e endossomos tardios. Os endossomos precoces ou iniciais são vesículas com extensões tubulares, contêm pró-enzimas (zimógenos), estendem-se da periferia da célula para região perinuclear, originam-se do complexo de Golgi e da fusão de vesículas endocíticas. Na sua membrana possuem bombas H+ ATPase, que mantêm uma leve acidez (com pH aproximadamente 6,5), essa característica permite o desligamento receptor/ligante, o que faz com que esse local seja responsável pela reciclagem dos receptores para a membrana plasmática. Na imagem reciclagem dos receptores de LDL. - Estes endossomos precoces maturam e se tornam endossomos tardios ou secundários, estes então têm sua composição proteica alterada, e a bomba H+ ATPase mantêm o pH entre aproximadamente 5,5 a 6. Os endossomos tardios se fundem com lisossomos e fazem a digestão efetiva dos substratos até unidades fundamentais ou pequenos peptídeos. Essa fusão endossomo tardio+lisossomo originam os endolisossomos (são eles que degradam o ligante). Na imagem os valores sublinhados representam o pH em cada etapa. - Os lisossomos possuem um pH entre 4,5 - 5,0 e nele todas as enzimas hidrolíticas estão ativas. A hipótese é que o amadurecimento do endossomos tardio em lisossomo ocorre pelo recebimento de mais enzimas do complexo de Golgi. - Como já vimos os endossomos tardios fusionam-se com lisossomos ou endolisossomos pré-existentes e eventualmente maturam em lisossomos com hidrolases ativadas (hipótese), esses lisossomos então fusionam-se com fagossomos e autofagossomos. - O que não comentamos ainda é que entre endossomos e lisossomos há a presença de estruturas intermediárias contendo muitas vesículas. Tal acontecimento comprova a maturação endossomal: (1) Para o inicio do processo vesículas endocíticas fusionam com um endossomo precoce. (2) Porções tubulares do endossomo inicial reciclam a carga endocitada de volta para a membrana plasmática via reciclagem endossomal. (3) No terceiro processo ocorre a maturação do endossomo inicial em endossomo tardio, esta mudança é acompanhada pela perda das projeções tubulares. As proteínas da membrana destinadas à degradação são internalizadas no corpo multivesicular, que move-se sobre os microtúbulos para o interior da célula. (4 e 5) Totalmente amadurecidos, endossomas tardios se fundem aos lisossomos formando os endolisossomos para degradar seu conteúdo. (6) As setas indicando ao sexto processo querem dizer que cada fase da maturação endossomal está conectada à via de transporte vesicular pela Rede Trans Golgi, com fornecimento contínuo de proteínas lisossomais. - E agora vamos entender a função dos corpos multivesiculares nesse processo. São ees que carregam proteínas de membrana endocitadas que serão degradadas e o conteúdo solúvel dos endossomos precoces destinados aos endossomos tardios e lisossomo, além de também poder liberar vesículas extracelulares denominadas exossomos. Dentro destes corpos multivesiculares pode haver vesículas intraliminais que se originam a partir da invaginação da membrana para dentro. - Retomando os lisossomos, é importante saber que são eles os responsáveis pela digestão intracelular (moléculas/partículas endocitadas ou que devem ser recicladas pela célula), presentes em todas as células animais. Já nas células vegetais e fungos, o lisossomo é substituído pelo vacúolo celular. Entre suas características temos que os lisossomos são organelas de morfologia heterogênea e de tamanho variado, com apenas uma membrana e ainda possui mais de 40 enzimas hidrolíticas produzidas pelo RER e maturadas no complexo de Golgi. - Essa única membrana do lisossomo possui ATPase vacuolar que utiliza da hidrólise do ATP para bombear H+ do citosol para lúmen. Além da bomba a membrana também possui proteínas altamente glicolisadas (para face do lúmen), como na imagem mais abaixo. Essa glicolisação permite uma proteção contra degradação da membrana lisossomal pelas hidrolases. - O pH ácido do lisossomo serve para acontecer as atividades enzimáticas, estas são ativadas por clivagem proteolítica (já vista em outra aula). Por causa dessas suas funções e características os lisossomos são abundantes em células fagocitárias. - As proteínas transmembranas do lisossomo são as transportadoras para o citosol de todas as moléculas provenientes da digestão intracelular, como monossacarídeos, oligossacarídeos, oligopeptídeos, aminoácidos, nucleotídeos, entre outras. Diversas vias contribuem para a degradação nos lisossomos, como na imagem abaixo. AUTOFAGIA - A autofagia consiste num mecanismos de degradação de componentes intracelulares (proteínas e organelas defeituosas), vírus invasores e bactérias intracelulares, esse mecanismo foi evolutivamente conservado e regulado onde essas proteínas e organelas defeituosas são marcadas para a degradação lisossomal. - A autofagia garante a homeostasia do organismo em situações de privação de nutrientes (geralmente não leva a morte celular) e regula o processo de renovação de organelas, ou seja, seu objetivo é manter o metabolismo celular, a integridade genômica e, consequentemente, a sobrevivência da célula. - Essa degradação de proteínas regula o processo de renovação das organelas de forma contínua. - A autofagia assim como outros mecanismos pode ser dividida em diferentes tipos, são eles macroautofagia (mecanismo seletivo e não-seletivo), microautofagia (seletivo e não-seletivo) e autofagia mediada por chaperonas (mecanismo seletivo). - (1)Autofagia seletiva x (2)Autofagia não- seletiva: (1) Remove organelas velhas/defeituosas, como mitocôndrias, peroxissomos, ribossomos, RE, preservando a células, remove grandes agregados proteicos e lipídicos e reestrutura células em diferenciação. (2) Adapta o organismo à privação de nutrientes e destrói bactérias e vírus invasores, sem destruir a célula. - Na macroautofagia o material é envolto por uma membrana dupla formando o autofagossomo: - Essa membrana para nucleação e formação do fagóforo pode vir de várias fontes doadoras como da mitocôndria, do RE, do complexo de Golgi e outros. - O fagofóro se estende para formar o autofagossomos de dupla membrana que engolfa material citoplasmático. Esse autofagossomos mais tarde se fusiona com o lisossomo, onde o material é degradado. - Podemos dividir a macroautofagia em 4 etapas, a primeira é a iniciação e nucleação, formando o fagóforo. A segunda é o fechamento do autofagossomo com citosol e organelas dentro. A terceira é a maturação via fusão do lisossomo com o autofagossomo. E então a última etapa é a degradação do conteúdo por enzimas lisossomais. - Todo esse mecanismo possui mais de 30 proteínas ATGs relacionadas. Há então também uma PAS (estrutura pré- autofagossomal): acúmulo dessas proteínas ATG de forma ordenada em regiões próximas à membrana de origem. Nas imagens: principais indutores da autofagia e ao lado processos e mecanismos nos quais a autofagia exerce uma função. - Aspectos patológicos dos lisossomos: armazenamento de resíduos indigeríveis (corpos residuais). - Grãos de lipofuscina: corpos residuais grandes, de cor amarelo-pardo, muito comuns nas células do fígado, cérebro e coração de pessoas idosas, quanto mais grãos maisvelho o organismo. Contém material indigerido de natureza complexa pelos lisossomos. - Pneumoconiose - silicose: ocorre pela inalação de poeira inorgânica, onde essas partículas atingem os alvéolos pulmonares e os agridem, nos nossos mecanismos já estudados não há enzimas para digerir partículas inorgânicas. Essas partículas então interagem com a membrana do vacúolo provocando seu rompimento, com liberação das partículas e das enzimas lisossomais. Pode causar inflamação pulmonar, fibrose e morte por insuficiência respiratória. O tratamento pode ser feito por inibidores de citoesqueleto: colchicina e citocalasina que inibem o processo fagocítico. - Pneumoconiose - asbestose: causada pelo acúmulo e incapacidade da célula em digerir pó de amianto (asbesto). Há uma tentativa de cicatrização do tecido pulmonar, devido à inalação desse pó. As manifestações clínicas surgem depois de ocorrida a formação de cicatrizes no tecido pulmonar, resultando na perda de elasticidade desse órgão. - Aspectos patológicos dos lisossomos: doenças genéticas. - Doença da Inclusão - Tipo I: Síndrome dos lisossomos vazios, nesse caso há a defici~encia na fosforilação da manose das enzimas lisossomais (glicoproteínas), isso ocorre pois ocorre a presença de inúmeros corpos residuais na célula, obstaculando-a. Então acontece o crescimento da célula e comprometimento das funções celulares, causando degeneração celular e morte. - Doença de Tay-Sachs: é uma doença genética rara, autossômica recessiva, mais comum em judeus por causa dos casamentos consanguíneos. Nela há a alteração na enzima lisossomal esfingoglicolipase, isto afeta a reciclagem das membranas, principalmente dos neurônios. Aqui também formam-se inpumeros corpos residuais ricos em esfingolipídeos de membranas, que obsaculam a célula e não podem ser digeridos. Causa macrocefalia e compressão craniana, degeneração gradual do sistema nervoso, retardo neuro-psicomotor crescente e infelizmente não tem tratamento, causando morte na primeira infância.
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