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ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO DO TRABALHO PERANTE A PREVENÇÃO DAS DOENÇAS OCUPACIONAIS NO BRASIL

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ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO DO TRABALHO PERANTE A PREVENÇÃO DAS DOENÇAS OCUPACIONAIS NO BRASIL
 SANTANA Tatiane Alves Piton
 LIMA, Joelma Aparecida de 
 
 
RESUMO
Com os riscos ocupacionais a que se sujeita uma equipe de enfermagem tem sido o motivo de muitas discussões, tornando-se um tema de suma importância, reflexo da relevância da segurança ocupacional como fator preponderante e garantidor da boa prática profissional. Na sua metodologia o objetivo é mostrar como diversos riscos químicos, biológicos, ergonômicos e os riscos físicos como os principais riscos ocupacionais em saúde.
Palavras-Chave: atribuições; enfermeiro; ocupacionais.
INTRODUÇÃO
Com o tema proposto “Atribuições do Enfermeiro do Trabalho Perante a Prevenção das Doenças Ocupacionais no Brasil” deste estudo, enfatizou fundamentalmente a situação da profissão de enfermeiros e atuantes de saúde, onde estão expostas a diversos agentes e fatores de riscos ocupacionais. O profissional especialista em saúde ocupacional que presta assistência de enfermagem aos trabalhadores promove e zela pela saúde, contra os riscos ocupacionais como: atendendo aos doentes e acidentados, observando o seu bem-estar físico mental, como também gerenciando a assistência, sendo o responsável técnico pelas ações e pela equipe de enfermagem. De acordo Castro, Sousa e Santos 2010 retratam:
O profissional enfermeiro do trabalho, especialista em saúde ocupacional e que presta assistência de enfermagem aos trabalhadores, promove e zela pela saúde do trabalhador contra os riscos ocupacionais. Ele atua ainda no atendimento aos doentes e acidentados, visando seu bem-estar físico e mental, também gerenciando a assistência, sendo o responsável técnico pelas ações e pela equipe de enfermagem (CASTRO, SOUSA E SANTOS, 2010).
De acordo com a Norma Regulamentadora 32 (NR-32) abrange situações exposições a riscos à saúde do trabalhador, a saber, de riscos biológicos, riscos químicos e radiação ionizante. A diminuição ou a eliminação dos agravos à saúde do trabalhador estão em grande parte relacionados à sua capacidade de entender a importância dos cuidados e medidas de proteção às quais deverão ser seguidas no ambiente de trabalho. Esse estudo se justifica pelo alto índice de Doenças Ocupacionais e a importância do Enfermeiro do trabalho para diminuir esses dados.
Com o site Trabalho seguro, Programa Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, no ano de 2011 foram registrados 15.226 casos de acidentes relacionados à doença ocupacionais. O presente trabalho tem como objetivo geral descrever as atribuições do Enfermeiro do Trabalho com a finalidade de contribuir na prevenção das doenças ocupacionais.
O método utilizado para a realização deste projeto foi através da pesquisa bibliográfica tendo como fontes de busca: artigos, livros, sites e manuais referente as atribuições do Enfermeiro do Trabalho e o seu olhar clínico na prevenção das Doenças Ocupacionais. Que segundo Cervo e Bervian (2002), a pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. 
Em ambos os casos, buscam conhecer e analisar as contribuições culturais ou cientificas do passado existente sobre um determinado assunto, tema ou problema. Levando em conta, o importante ainda dizer que, além de contribuir para a saúde do trabalhador as orientações dadas pelo enfermeiro do trabalho não se limitam ao espaço físico da organização onde trabalha, ou até mesmo o não conhecimento das normas de segurança são fatores contribuintes diretos para as doenças ocupacionais.
DESENVOLVIMENTO
As Doenças Ocupacionais são doenças relacionadas ao ambiente e condições de trabalho do trabalhador. O risco que o trabalhador corre em estar exposto pode ser um fator primordial para futuros danos à sua saúde. Com o surgimento dos micros e macros empresas, os índices de trabalhadores aumentam, porém as doenças ocupacionais também, atingindo todas as classes trabalhistas. O Enfermeiro do trabalho tem a função de avaliar, identificar, orientar e conscientizar o trabalhador no seu dia-a-dia, priorizando a prevenção das doenças ocupacionais. 
A saúde do trabalhador no Brasil teve base na Portaria nº 3236/72, do Ministério do Trabalho, estabelecido por metas para diminuir o alto índice de doenças ocupacionais e acidente de trabalho, foi criada então, uma legislação que protege à saúde do trabalhador nas empresas. Em 1974 surge o curso de Especialização de Enfermagem, por força política do Ministério do Trabalho, FUNDACENTRO, voltado para atender as áreas industrializadas e a população economicamente ativa das médias e grandes indústrias, onde o objetivo principal era diminuir os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais. (MAURO, 1998).
O Enfermeiro do trabalho tem a pretensão de promover a saúde e prevenir as doenças ocupacionais, com isso, ele elabora e executam planos e programas de promoção à saúde do trabalhador, dar palestras e orientações, presta os primeiros socorros no local de trabalho, em caso de acidente ou doença, faz curativos ou imobilizações especiais, administra medicamentos e tratamentos, dando suporte para o posterior atendimento médico adequado, priorizando a diminuição de sequelas e proporcionando apoio e conforto ao trabalhador.
Assim como o autor Carvalho (2001) define enfermagem do trabalho como a ciência e a prática especializada que promove e presta serviços de saúde aos trabalhadores, incidindo na proteção, na promoção e na recuperação da saúde do trabalhador, e contribuindo para um local de trabalho saudável e seguro. Dessa forma, a enfermagem do trabalho é parte da ciência da enfermagem em saúde pública e, como tal, utiliza os mesmos procedimentos e técnicas empregados por esta, como: promoção da saúde do trabalhador; proteção contra agentes químicos, físicos, biológicos, mecânicos, ergonômicos e psicossociais; proteção contra os riscos decorrentes de suas atividades laborais; manutenção da saúde do mais alto grau de bem estar físico e mental; recuperação de lesões, de doenças ocupacionais, visando a reabilitação para o trabalho.
No Brasil, dividem objetivos comuns relacionados à proteção dos trabalhadores contra acidentes de trabalho e doenças ocupacionais e à promoção de segurança e saúde no trabalho. Com a saúde ocupacional no Brasil mostra que as primeiras atenções para a tríade saúde e trabalho doença, iniciaram-se através da Medicina do Trabalho, no ano de 1830 passando por expansão na primeira metade do século XX e caracterizada pelo modelo centrado na ótica biológica da medicina do corpo individual, estrutura-se sob a figura do médico do trabalho, e da abordagem clínico terapêutica.
Diante do processo de industrialização e urbanização, modificou-se o panorama da relação capital-trabalho e novas formas de acidentes de trabalho e doenças profissionais, sendo consideradas, além das demandas biológicas, as necessidades psicológicas e sociais nas relações de vida e trabalho. A globalização da economia, transferindo indústrias para o país, além de benefícios econômicos e sociais, trouxe danos para a saúde das pessoas e para o meio ambiente. 
Com a automação, informatização e a terceirização determinaram transformações na organização e nos processos de trabalho e ocasionaram impacto sobre os trabalhadores e sua saúde, e o modelo de atenção ao trabalhador teve que ser ampliado e modificado. Assim, a Saúde do Trabalhador é implementada como modelo de atenção multidisciplinar que considera a participação dos trabalhadores na compreensão do impacto do trabalho sobre o processo saúde-doença. 
E através deste modelo criado pelo Estado, através do Sistema Único de Saúde (SUS), que direciona ações para assistir o trabalhador em todo o território nacional, por meio da Rede Nacional de Atenção Integralá Saúde do trabalhador - RENAST e dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST).
A notificação compulsória gera uma epidemiologia dos principais acidentes ocupacionais nestes profissionais de saúde, fazendo assim o enfermeiro repensar e planejar a educação permanente, um treinamento contínuo dos profissionais de saúde em seu ambiente de trabalho. O enfermeiro realizando atividades educativas de forma contínua estará prevenindo riscos ocupacionais e gerenciando estes riscos, favorecendo assim o trabalho seguro (NASCIMENTO, 2010).
  A norma regulamentadora NR-32 é conhecida pelos trabalhadores de forma superficial, sua adesão na educação continuada / permanente talvez seja uma forma eficaz de transmitir as informações desejadas. Uma das competências do enfermeiro é executar e avaliar programas de prevenção de acidentes e de doenças profissionais e não profissionais, fazendo análise da fadiga e dos fatores de insalubridade, entre outros, tendo como finalidade propiciar a preservação da integridade física e mental do trabalhador (MELO 2016).
 Prestar primeiros socorros no local de trabalho; administrar medicação e realizar tratamentos, providenciando o posterior atendimento médico adequado, trás alterações importantes na saúde do trabalhador. Algumas dessas alterações estão às alterações cardiovasculares, alterações do sono e vigília, alterações musculoesqueléticas, alterações metabólicas, cansaço, insatisfação no trabalho, erros humanos e acidentes de trabalho e relacionamento familiar prejudicado.
Segundo o autor Castro (2010) é de responsabilidade e consciência do profissional de saúde notificar o acidente ao seu superior, para ser encaminhado aos trâmites legais de notificação e comunicação do acidente do trabalho. Percebe - se que o profissional de saúde é o que sofre mais acidentes de trabalho, devido às excessivas horas de trabalho, dupla jornada, falta de concentração, desconhecimento, e pela agilidade nos momentos de intercorrências, pois lida - se com vidas humanas.
Quando acontece o acidente de trabalho que estão interligados, o trabalhador trabalha doente para evitar faltar, não ser chamado de “faltoso” ou por medo de perder seu emprego, acaba tornando-se insustentável e adoece realmente, tendo a necessidade de avaliação médica, quando o funcionário insiste em manter-se trabalhando põem em risco as vidas alheias e causando acidentes ocupacionais a si mesmo. E isso requer treinamento aos trabalhadores, o autor Rezende esclarece sobre esse fato:
Treinar os trabalhadores, instruindo-os sobre o uso de roupas e material adequado ao tipo de trabalho, de forma a reduzir a incidência de acidentes, favorece os trabalhadores estarem satisfeitos com seu ambiente de trabalho e tendem a realizar suas atividades laborais com mais atenção, acolhimento e cordialidade, o que contribui para a humanização das relações em equipe e com os usuários (REZENDE, 2009).
Então será necessário primeiramente organizar e administrar o setor da empresa, provendo pessoal e material necessários, de forma a promover o atendimento adequado às necessidades de saúde do trabalhador, favorece a interação do funcionário e seus superiores talvez evitassem estas ocorrências no absenteísmo do trabalhador que falta muitas vezes por desestímulo e desmotivação com o seu trabalho, reflexo, por conseguinte de ambiente desfavorável, pressão psicológica.
A não utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) pode contribuir para aumentar os riscos ocupacionais no ambiente de trabalho, especialmente o biológico de periculosidade e de insalubridade neste ambiente de trabalho, tornando-se o principal meio de contaminação.
Elaborar e executar planos e programas de proteção à saúde dos empregados tornam – se fundamental. Alguns profissionais adotam posturas inadequadas, gerando desgaste físico. As horas de atividade em pé e de caminhada também degradam as condições físicas orgânicas desses trabalhadores, o que pode resultar em distúrbios osteomusculares.
Uma das principais medidas preventivas para a exposição aos riscos é o uso de EPI, que devem estar disponíveis para todos os profissionais, de maneira adequada e em quantidade suficiente para atender as necessidades de segurança. Da mesma forma, é necessária a atualização constante das medidas de precaução padrão e específicas, e treinamento dos profissionais para o uso dos mesmos (ALMEIDA, 2015).
 E tudo indica que a maioria dos trabalhadores sempre sofre primeiramente com o “estresse”, e isso pode ser o causador de muitas doenças nos indivíduos acometidos por este mal. Se não houver um diagnóstico e o tratamento adequado para o alívio da tensão, a pessoa pode apresentar desde uma tristeza profunda até uma crise de depressão. Além dos problemas de ordem mental, outras doenças biológicas podem acometer o trabalhador como:
Úlceras;
Hipertensão arterial;
Herpes até infartos; 
 Acidentes vasculares encefálicos, sendo relacionados também com a herança genética de cada indivíduo.
 Entretanto podemos perceber a necessidade de fortalecer os processos de educação permanente em saúde, buscando transformar as práticas profissionais e proporcionar melhorias das condições de trabalho. Investir em educação permanente pode ser uma estratégia de promoção da saúde individual e coletiva, que favorece a construção de ambiências saudáveis ao usuário e ao trabalhador da saúde, podendo assim, ser considerado um importante fator para a qualidade de vida no trabalho. De acordo Silva 1998:
Torna-se essencial ouvir e observar o trabalhador da saúde, pois essa prática traz uma grande possibilidade da descrição dos riscos e por meio desse conhecimento intervir nos aspectos físicos, operacionais e educacionais nos ambientes de trabalho (SILVA, 1998).
Entre os profissionais de enfermagem mais acometidos estão os que trabalhadores de unidade de hemodiálise. Os riscos de acidentes ocupacionais estão associados principalmente à punção de fistula arteriovenosa, onde são mais comuns os acidentes com perfuração - cortante e durante o reprocessamento de dialisadores e linhas de sangue. A prevenção de acidentes, doenças e lesões no local de trabalho deve continuar a ser uma prioridade. Muito tem sido feito no controlo de doenças e acidentes relacionados na melhoria da saúde e na proteção do posto de trabalho, mas também na com o trabalho, especialmente ao longo das duas últimas décadas. 
Especificando as doenças laborais ou ocupacionais são aquelas que representam o indivíduo onde adquire em função de sua exposição a agente ou condições que possam desencadeá-la. Em virtude disso existem hoje padrões mínimos para que determinadas funções sejam desempenhadas de maneira a oferecer o menor risco possível à saúde do trabalhador (BARBOSA, 2011). Para que as doenças ocupacionais possam ser evitadas existe a necessidade de se compreender o contexto em que elas se desenvolvem e os fatores que as desencadeiam, assim, dentre os fatores relacionados às doenças ocupacionais, pode-se citar o próprio ambiente de trabalho, suas características físicas e psicológicas; os instrumentos de trabalho; o espaço em si e a sua própria organização. 
Podem-se mencionar também os diversos fatores de risco (físicos, químicos, ergonômicos, mecânicos, biológicos e psicossociais) com os quais o trabalhador se depara em seu cotidiano. Entre os agentes físicos mais nocivos á saúde do trabalhador estão os ruídos, vibrações, temperaturas extremas (elevadas ou baixas), a umidade, pressões consideradas anormais e as radiações. Já entre os fatores químicos pode-se citar a poeira, gases, nevos e vapores, que de alguma forma penetram no corpo do indivíduo favorecendo uma série de doenças. 
Há ainda os fatores biológicos, comuns diante dos contatos do dia-a-dia das pessoas e os ergonômicos, sem ainda deixar de mencionar o estresse ocupacional e o assédio moral, como fatores psicossociais. Veremos neste gráfico um exemplo de riscos ocupacionais pelos profissionais de enfermagem do SAMU:
Riscos ocupacionais sofridospelos profissionais de Enfermagem do SAMU. Fonte: Dados da pesquisa, 2011.
Portanto uma grande parte dos enfermeiros diante dessa pesquisa retrata que 31% ter sofrido o risco ocupacional biológico, sendo este incidente explicado devido o profissional estar em contato constante a exemplo: fluidos corporais, sangue e microrganismos. No qual se confirma o resultado encontrado já que os profissionais de enfermagem no SAMU prestam atendimento a pacientes em estado crítico e que necessitam de procedimentos mais invasivos. Outro dado relevante é o risco físico mencionado por 25% dos entrevistados. 
Os profissionais do SAMU trabalham inúmeras vezes em locais que possuem condições inadequadas de iluminação, temperatura, ruído e radiações. De acordo o autor Paiva (2007) traz em seu estudo que o risco físico é constante, uma vez que os profissionais em muitos casos têm que prestar atendimento em locais de risco, e ficar em constantes movimentos bruscos dentro das ambulâncias. Com o fato de conhecimento dos profissionais terem conhecimento sobre os riscos no ambiente de trabalho nem sempre garante a adesão ao uso de medidas protetoras. 
Em geral, esse conhecimento não se transforma numa ação segura de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, o que sinaliza a necessidade de ações mais efetivas para mudar essa realidade, assim a presença do enfermeiro pela vigilância em saúde é indispensável na manutenção da segurança na unidade de trabalho, possibilitando a promoção de atividades educativas para essa população, com o intuito de diminuir os riscos de estarem adquirindo doenças ocupacionais relacionadas a seu trabalho. Cabe ao enfermeiro do trabalho, além do levantamento dos riscos e do trabalho de conscientização, promover ciclos de palestras, incentivar a imunização por meio de vacinas, a realização de exames periódicos para avaliar a saúde do trabalhador, o incentivo à atividade física, bem como a conscientização dos perigos do cigarro, álcool e drogas diretamente na sua saúde.
Na Saúde Ocupacional o ambiente de trabalho passa a fazer parte das responsabilidades médicas, passando-se a ter um olhar sistêmico e multidisciplinar do enfermeiro do trabalho nas ações de prevenção às doenças ocupacionais. É neste contexto que surge os Serviços Especializados de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) e uma série de legislações (Normas Regulamentadores e outras legislações complementares) visando garantir a integridade física dos trabalhadores e proporcionar melhorias na qualidade de vida no trabalho. Por outro lado, essa preocupação não é somente do Brasil.
O Sistema Integrado de Prevenção de Riscos do Trabalho (SPRT) é um conjunto permanente de ações, medidas e programas, previstos em normas e regulamentos ou desenvolvidos por livre iniciativa da empresa, tendo como objetivo central a prevenção de acidentes e doenças, de modo a tornar compatível, permanentemente, o trabalho com prevenção da vida e a promoção da saúde do trabalhador. Percebe-se, nos estudos acima que a prevenção de riscos, a satisfação profissional, o bom condicionamento físico, mental, psíquico e a organização da qualidade de vida no trabalho influenciam na saúde dos trabalhadores e consequentemente na manutenção da saúde, qualidade de vida e produção no trabalho onde o enfermeiro do trabalho esta paramentado, podendo atuar efetivamente na vida dos trabalhadores. 
Conclui-se que ações de prevenção, por meio de suas ações, é um fator essencial na manutenção da saúde do trabalhador onde o enfermeiro juntamente com a equipe da Saúde do Trabalhador são essenciais para a implementação de medidas preventivas objetivando melhorias no etilo de vida dos trabalhadores e prevenção de futuras complicações de saúde.
O profissional enfermeiro do trabalho tem a obrigação de oferecer a assistência para controlar a exposição aos variados riscos onde se devem tomar medidas inicialmente diretamente na fonte, em seguida entra-se com as proteções coletivas e só então com os equipamentos de proteção individual para o trabalhador. Junto com os trabalhadores o enfermeiro do trabalho reconhece e identifica os riscos de acidentes aos quais estão expostos no seu ambiente de trabalho e as doenças que os mesmos podem gerar. Assim, estes sujeitos expõem sobre a importância de ter uma fiscalização nestes setores a fim de fazer com que as regras sejam cumpridas no local de trabalho, sobretudo no que diz respeito à Norma Regulamentadora 6 e 18, do Ministério do Trabalho, que estabelece regras de uso de equipamento de proteção individual e medidas de controle e sistemas preventivos de segurança no ambiente de trabalho da Indústria da Construção. 
No Brasil, em 1943, foi criada a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que introduziam no país as regulamentações em defesa da saúde do trabalhador, disciplinando as relações coletivas e individuais de trabalho. Atualmente, a segurança e saúde dos trabalhadores são regulamentadas pela portaria nº. 3.214, de 8 de junho de 1978, que, em suas Normas Regulamentadoras (NR) contém as determinações para a proteção da saúde e integridade física dos trabalhadores, para tal, intervenções de enfermagem juntamente com a equipe da s saúde do trabalhador são essenciais para a melhoria da qualidade de vida desses trabalhadores. 
Possivelmente nos estudos acima que o uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI) previne possíveis riscos que possa ameaçar a saúde e a segurança do trabalhador, mas é evidente que este equipamento só será eficaz se os trabalhadores estiverem conscientes da importância do seu uso e se receberem treinamento para utilizá-los de forma adequada, onde o enfermeiro do trabalho tem papel fundamental na educação em saúde relacionada à proteção de doenças ocupacionais. 
Com as doenças ocupacionais são aquelas adquiridas ou desencadeadas em função das condições especiais em que o trabalho é desempenhado pelo profissional. O aumento de casos das doenças ocupacionais ocorreu após o surgimento do capitalismo, onde os trabalhadores passaram a ser consumidos pelo trabalho, sobrecarregados por inúmeras atividades ocasionando com isso um sofrimento físico e mental. Subdividem-se em: Doenças Profissionais ou tecnopatias: o próprio trabalho é o causador da doença; Doenças do Trabalho ou mesopatias: o trabalho não é a causa específica da doença, mas atua, em muitos casos, agravando-a. A saúde do trabalhador começou a ser alvo de preocupações já na antiguidade vindo a se intensificar com o advento da industrialização, motivada pelo interesse no crescente aumento da produtividade. Particularmente no Brasil, essa preocupação mais eminente surgiu apenas em fins do século XIX. Contudo, a enfermagem do trabalho só teve sua importância reconhecida junto às empresas na década de 1970, tendo em vista os elevados números de acidentes de trabalho que ocorriam.
Sobre o profissional da enfermagem do trabalho tem um papel bastante amplo dentro das organizações. Entre suas funções primordiais estão a orientação e prevenção de acidentes e de doenças laborais. Em termos mais precisos “O enfermeiro do trabalho assiste ao trabalhador de maneira integral. Ele deve considerar o cenário em que a empresa se localiza, seu ambiente interno, verificando questões como: ruído, processo de trabalho, matérias primas utilizadas na produção e seus riscos para a saúde do trabalhador”.
Além disso, cabe ao enfermeiro, de início, junto ao profissional da segurança do trabalho que identifica e mapeiam as potenciais áreas de risco, levantar quais os possíveis acidentes que ali podem ocorrer. Feito isso, está pronto para elaborar um plano de trabalho que vise à prevenção de acidentes desse tipo e mais: que permita ensinar também aos funcionários os procedimentos imediatos de primeiros socorros caso esses acidentes ocorram. 
Ainda com relação à prevenção de acidentes de trabalho, espera-se que o enfermeiro do trabalho também desenvolva ações diferenciadas capazes de contribuir para a conscientização dos trabalhadores quanto ao uso dos equipamentosde proteção individual, bem como a orientação com relação ao uso de determinados medicamentos e a importância da boa saúde e da atenção constante de todos aqueles que operam algum equipamento, onde possa ocorrer algum acidente. 
As doenças laborais ou ocupacionais são aquelas que o indivíduo adquire em função de sua exposição a agentes ou condições que possam desencadeá-la. Em virtude disso existem hoje padrões mínimos para que determinadas funções sejam desempenhadas de maneira a oferecer o menor risco possível à saúde do trabalhador. Para que essas doenças possam ser evitadas existe a necessidade de se compreender o contexto em que elas se desenvolvem e os fatores que as desencadeia, com os fatores relacionados às doenças ocupacionais o próprio ambiente da sua própria organização.
Com ao longo do tempo o homem adquiriu conhecimento que os agentes químicos podem produzir dano físico ou morte. Por isso essas substâncias não podem ser consideradas inofensivas e devem ser usadas com os princípios de segurança (BELLUSCI, 2010). Um dos grupos mais numerosos em doença. A ação tóxica desses elementos pode levar o trabalhador a um quadro reversível ou não. A penetração destes agentes ocorre de maneira sistêmica no corpo: a ingestão, a inalação ou absorção que ocorre através da pele ou mucosas e atingem o sangue e a linfa, distribuindose para todo o organismo. 
Considera-se então, três fases: fase de exposição (absorção da 14 substância), fase toxicocinética (transporte pelo organismo) e fase toxicodinâmica (alteração em nível molecular)). Sendo assim, cabe ao profissional enfermeiro do trabalho realizar atividades diárias e/ou treinamentos quantos aos riscos de contaminações dos produtos químicos aos trabalhadores expostos, orientar quanto a manipulação e uso constante dos EPIs, prevenindo assim possíveis danos a saúde dos trabalhadores. Os trabalhadores que lidam com tais substâncias devem utilizar EPI, fornecidos pela empresa, como medida de proteção. 
Os equipamentos que fornecem segurança para esse tipo de atividade exercida são: luvas (de látex ou PVC), jalecos com mangas longas de tecido de algodão, além de jalecos descartáveis, máscara, touca, sapatos específicos. É necessária uma monitorização ambiental e biológica que forneça dados para implantar medidas corretivas, juntamente com os profissionais do meio ambiente, técnicos de segurança e a equipe de saúde ocupacional. É preciso ficar clara a relação ente exposição, seus efeitos e alterações do estado de saúde.
Mesmo que a equipe de enfermagem do trabalho tem uma atuação de extrema relevância na coleta de dados que indiquem os locais de exposição e os casos identificados, para que assim proporcionem o diagnóstico precoce e tratamento adequado. Toda a equipe deve investigar as condições atmosféricas para verificação da presença de substâncias invasivas ao aparelho respiratório (BELLUSCI, 2010). 
O enfermeiro do trabalho deve focar sempre ações preventivas, educativas e diárias em loco com os trabalhadores mostrando os riscos e gravidades por eles vivenciados em prol de se evitar tal exposição, pois o trabalhador consciente e orientado será o próprio cuidador de sua saúde no local de trabalho evitando assim, danos e riscos a sua saúde. O processo de prevenção está em primeiro lugar, ligado ao controle do nível de concentração de poeira inalável no ambiente de trabalho. Muitos funcionários possuem o conhecimento dos riscos os quais estão expostos, mas ainda assim, alguns ignoram a importância da necessidade do uso de máscaras. Os profissionais enfermeiros devem criar ações de aprendizagem profissional com foco na prevenção de riscos à saúde.
A enfermagem necessita de ferramentas básicas para adequar o funcionamento do serviço e os registros movimentam o enfermeiro no sentido de produzir a ele conhecimento e informações a serem analisadas e interpretadas. É importante coletar e arquivar informações a fim de gerar uma base de elementos definida como “uma coleção de dados organizados e estruturados, inter-relacionados e armazenados/estocados em um sistema operacional desenhado para atender a várias aplicações”.
O sistema de informações em saúde deve ser capaz de produzir conhecimentos que possibilitem uma tomada de decisão sobre as possíveis ações que serão realizadas. O controle da execução e a percepção da efetividade do serviço sobre a situação da saúde ocupacional se deve à clareza do armazenamento de informações essenciais capazes de garantir o cuidado confiável e padronizado. A velocidade na qual a informação é transmitida marca um diferencial na prestação do atendimento assim como na tomada de decisão. As implementações das ações de enfermagem no cuidado em saúde requerem o planejamento do conjunto de ferramentas para facilitar a documentação, o processamento de dados e a transmissão das informações necessárias. 
Com os acidentes ocupacionais são responsáveis pelo maior número de mortes e incapacidades graves causados pelo trabalho em todo o mundo3. O ambiente de trabalho oferece variados riscos à saúde dos indivíduos, que podem ser evitados ou reduzidos por meio de medidas de proteção variadas. Por desconhecer ou não identificar determinadas situações de risco, o trabalhador tem ações não revestidas de proteção alguma que podem conduzir a acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais como desfecho. 
Esses acidentes ou doenças, além de impedir temporária ou permanentemente o trabalhador de desempenhar seu trabalho por alterações físicas, podem conduzir a transtornos psíquicos ou emocionais importantes, ou até mesmo um stress emocional, causando problemas no coração, gastrites e úlceras. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo acadêmico proporcionou uma discussão sobre os riscos ocupacionais e pela atuação dos profissionais de enfermagem. Demonstraram-se as preocupações e insatisfação dos profissionais de saúde sobre os principais grupos de riscos ocupacionais, destacando-se os riscos biológicos, químicos, físicos e psicoergonômicos. Em defesa da atenuação da incidência de exposição aos riscos ocupacionais, destacou-se que a informação e seu domínio, ainda é um elemento de grande eficiência, contribuindo para a prevenção, manejo e controle adequados dos riscos ocupacionais.
Sobre a profissão de enfermagem do trabalho busca sempre aprofundar e desenvolver conhecimentos ampliando seu papel junto à saúde do trabalhador. Conclui-se que o enfermeiro tem como particularidade em seu papel relativo aos riscos ocupacionais e às medidas preventivas a capacidade de estudar e realizar as condições de segurança e periculosidade do órgão ou da empresa, promovendo observações nos locais de trabalho e analisando-as em equipe, para identificar as necessidades relativas ao campo da segurança, higiene e toda e qualquer melhoria do trabalho.
Com a implementação, a promoção da saúde e a prevenção da doença na área da Saúde Ocupacional, tem o seu desafio em que se apresenta aos profissionais de cuidados com a saúde, sendo de competência do próprio profissional, planejar, e executar programas de educação sanitária, divulgando conhecimentos a aquisição de hábitos sadios, de forma de prevenir doenças profissionais. Com o ambiente físico de trabalho deve proporcionar conforto e bem-estar aos trabalhadores, promovendo a saúde dos mesmos, uma vez que, este pode se tornar um elemento agressor ao indivíduo quando constituído por riscos.
Elaborar, executar, supervisionar e avaliar as atividades de assistência de enfermagem aos trabalhadores, proporcionando-lhes atendimento, em regime de ambulatório, no local de trabalho, facilita para a elaboração de estratégias de pesquisa de acidentes ocupacionais e consequentemente, para prevenção destes. Faz-se necessário o registro de todas as notificações de acidentes dentro da empresa, ainda que mínimos, para o mapeamento destes acidentes.
 Sendo assim necessário que fortalece em atividades de capacitação que valorizem o conhecimento preexistente do grupo e as quais permitam aos enfermeiros e técnicos de enfermagem participarativamente, sugerir mudanças, esclarecer dúvidas, bem como ações diárias que minimizem sentimentos sobre os riscos ocupacionais entre os trabalhadores, alertando para a sua existência, orientando a utilização correta dos equipamentos de proteção individual (EPIs) e também divulgando os procedimentos a serem adotados caso haja acidentes, especialmente com material biológico.
Com o desenvolvimento de este trabalho concluir que o enfermeiro do trabalho é de suma importância para a prevenção de patologias e riscos ocupacionais que afetam e interfere a sua qualidade de vida e na produtividade das atividades laborais do trabalhador portuário. O enfermeiro que aplica a sistematização da assistência de enfermagem ajuda na diminuição de riscos ocupacionais, pois ele identifica problemas de riscos externos e interno durante a consulta de enfermagem, tal com uso de droga licita e ilícitas, diabetes mellitus, tabagismo e alcoolismo. 
REFERÊNCIAS 
ALMEIDA, T. C. M. O sistema de gestão de segurança e saúde dos trabalhadores: estudo de caso em uma indústria petroquímica no RJ [Dissertação de mestrado]. Rio de Janeiro: Universidade Federal Fluminense. Curso de Engenharia, 2003.
 
ANDRÉ, S. et al. Enfermagem em Saúde Ocupacional. Millenium, n. 41, p. 115-122, 2016.
 
BEZERRA, A. M. F et al. Riscos ocupacionais e acidentes de trabalho em profissionais de enfermagem no ambiente hospitalar. Revista Brasileira de Educação e Saúde, v. 5, n. 2, p. 01-07, 2015.
BELLUSCI, S. M. Doenças Profissionais ou do Trabalho. – 11. ed – São Paulo: Senac, 2010.
BRASIL, Trabalho Seguro, Programa Nacional de Prevenção de Acidente de Trabalho, 
disponível em www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/dados-nacionais, acessado 01/06/2018.
 
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Lei nº 8213 de 24 de julho de 1991. Planos de Benefícios da Previdência Social.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Printice Hall, 2002.p.65.
CARVALHO, G. M. de. Enfermagem do trabalho. São Paulo: EPU, 2001.
 Ministério da Saúde. Programa Nacional para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais (PNHV). Brasília: Ministério da Saúde, 2009.
MAURO, Maria Ivone Chaves, ESPECIALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM DO TRABALHO, Uma proposta de mudança de paradigma, 1998, disponível em http://www.scielo.br/pdf/reben/v51n3/v51n3a11.pdf acessado em 30/05/2018.
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