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RECUSA ÀS TRANSFUSÕES DE SANGUE POR CONVICÇÕES RELIGIOSAS: DIREITOS FUNDAMENTAIS DO SER HUMANO

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Faculdades Integradas de Santa Fé do Sul
Direito – 1° Semestre/Noturno
Deisiele dos Santos Batista
METODOLOGIA DE PESQUISA CIENTÍFICA
Santa fé do Sul – SP
2014
Deisiele dos Santos Batista
RECUSA ÀS TRANSFUSÕES DE SANGUE POR CONVICÇÕES RELIGIOSAS: DIREITOS FUNDAMENTAIS DO SER HUMANO
Santa Fé do Sul – SP
2014
Resumo
Os aspectos de destaque apresentados no desenvolvimento deste trabalho é a colisão de dois direitos fundamentais, o da vida e o da liberdade a crença religiosa, que estão presentes no artigo 5° da Constituição federal. O assunto em questão é a recusa por parte da religião Testemunhas de Jeová em relação à transfusão de sangue.
Introdução
A religião Testemunha de Jeová tem se tornado alvo da mídia e uma polêmica para o mundo judicial, devido a sua recusa as transfusões de sangue. Por ser uma religião que segue a risco suas convicções religiosas, não aceitam a transfusão, baseando-se em passagens bíblicas e também no inciso VI do artigo 5° da Constituição Federal que diz que é inviolável a liberdade de crença religiosa.
A transfusão de sangue trata-se de um tratamento médico que não é isento de complicações, entretanto, por mais que detenha perigo, é tão importante quanto a um transplante de órgãos, que, igualmente, embora tenha seus benefícios, traz consigo alguns riscos.
Há sim terapias sem a utilização de sangue, mas em alguns casos, não são eficazes como a transfusão de sangue. Portando, em alguns casos é de suma importância essa cirurgia, para que assim, o direito a vida não seja violado.
1 Por que as Testemunhas de Jeová não aceitam a transfusão de sangue
A negação da Transfusão de sangue por parte das Testemunhas de Jeová tem se tornado uma polêmica no mundo inteiro, pois essa religião é contra esse método usado pela medicina para salvar vidas. A Religião Testemunha de Jeová usa de vários meios e provas para assim, convencer a justiça de que a sua vontade deve ser respeitada perante a lei.
As Testemunhas de Jeová sustentam não terem o objetivo de renunciar a vida, quando recusam o tratamento de sangue, mas se submeterem a meios alternativos de tratamentos, uma vez que existem, cada vez mais, tratamentos sem a utilização de sangue.
A base religiosa que fundamenta a alegação das Testemunhas de Jeová de não aceitar a transfusão é obtida em alguns textos contidos na Bíblia. 
No livro de Gênesis (9:3-4) está escrito:
"Todo animal movente que está vivo pode servir-vos de alimento. Como no caso da vegetação verde, deveras vos dou tudo. Somente a carne com sua alma - seu sangue - não deveis comer."
No Levítico (17:10) existe outra restrição semelhante:
"Quanto qualquer homem da casa de Israel ou algum residente forasteiro que reside no vosso meio, que comer qualquer espécie de sangue, eu certamente porei minha face contra a alma que comer o sangue, e deveras o deceparei dentre seu povo."
Existem outras citações referentes a essas passagens, como Deuteronômio 12:23; Atos 15:28, 29). As TJ afirmam que para Deus o sangue representa a vida. (Levítico 17:14), então não querem contrariar a vontade de Deus, pois ele representa o que da a vida.
No art. 5º, VI da Constituição Federal diz:
“É Inviolável à liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.”
Além disso, no inciso VIII do mesmo dispositivo Constitucional declara que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
Com base na Constituição Federal, os TJ afirmam ter o direito de escolha, no caso, a recusa em relação à transfusão de sangue. Como a própria CF diz, se algum desses direitos for violado, qualquer cidadão pode procurar a justiça para exigir seus direitos. É isso então, que os TF estão fazendo, exigindo seus direitos com base nas leis da Constituição e seus princípios religiosos.
Na região de Santa Catarina, no ano de 2011, o ancião da religião Testemunha de Jeová Ademir Machado de Souza, 46, foi baleado quando negociava um programa sexual com menores de idade. Precisava da cirurgia de transfusão de sangue, porém, conseguiu que a justiça impedisse a transfusão. O juiz Edir Josias Silveira Beck garantiu o direito de crença de Ademir, que não resistiu ao ferimento e morreu.
Nesse caso citado, o senhor Ademir escolheu não escolheu a vida, e sim o direito à sua religião. A sua escolha foi a melhor? A justiça, no caso, deve deixar prevalecer a liberdade religiosa, as crenças? De acordo com a nossa CF, isto é fundamental, porém, pode não ser a de maior relevância.
2 O direito fundamental do ser humano é relevante.
A vida é um direito fundamental do ser humano, pois sem a vida, não se pode falar dos outros direitos, o direito de viver se sobressai sobre todos os outros, pois todos nós, seres humanos, temos direito a ter uma vida digna, respeitando nossos valores e nossas necessidades.
A Constituição Federal no seu artigo 5° diz que o direito a vida é inviolável. A partir daí, pode-se concluir que qualquer ato que tente violar esse direito fundamental, será punido em forma de lei. 
Na polêmica da religião Testemunhas de Jeová que se recusam a transfusão de sangue, o direito à vida de certa forma está sendo violado, pois se um paciente precisa fazer uma cirurgia de Transfusão de sangue urgentemente, e por motivos de religião não fizer e sua vida estiver em risco, qual direito prevalecerá, o da vida, que é inviolável, ou da liberdade de religião? Quando dois direitos se chocam, a justiça procura estabelecer aquele que tem maior relevância, no caso, o direito a vida.
No Hospital Nossa Senhora da Conceição, de Tubarão (SC), médicos obtiveram uma liminar do juiz Elleston Lissandro Canali autorizando transfusão de sangue em um recém-nascido cujos pais são da religião testemunhas de Jeová que não aceitam esse recurso da medicina.
Os médicos recorreram ao Ministério Público de Jaguaruna, que acionou a Justiça e o Conselho Tutelar. Sem a efetivação da transfusão, a criança corria risco de morte, pois nasceu com 900 gramas.
No entendimento do juiz, o artigo 5° da Constituição federal assegura a todos os direitos à vida e saúde, com prioridade a outros direitos, como o de liberdade de crença religiosa.
Analisando esse caso, se a cirurgia não fosse realizada por conta da religião dos pais desse bebê, a criança viveria? Se a CF nos dá o direito à vida e a liberdade de crença religiosa e, esses dois direitos se chocam, o essencial é a vida, pois sem ela os outros direitos de nada valem.
O Código Penal em seu art. 146, § 3º inciso I, prescreve que não configura o delito de constrangimento ilegal a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou representante legal, se justificada por iminente perigo de vida. 
Também no Capítulo IV dos Direitos Humanos da Resolução CFM Nº 1931/2009 diz que é vedado ao médico:
Art. 22. Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte.
Portanto, pode-se concluir que o profissional que efetivar a cirurgia sem a autorização do responsável, na prova de que o paciente está correndo risco de morte, não sofrerá pena alguma, pois o próprio Conselho federal de Medicina o autoriza a tal prática.
Conclusão
A partir dos dados levantados ao longo desse trabalho, pode-se concluir que quando dois direitos se chocam, sempre irá prevalecer aquele de maior relevância. No caso em que a religião Testemunha de Jeová, que não aceita a transfusão de sangue, não permitir que seja feita a cirurgia em um paciente em situação de risco, e não houver outro meio para que a vida sejasalva, prevalecerá o direito a vida, e com autorização da lei, o médico imediatamente poderá efetivar a cirurgia, para que assim, não haja mais o risco de morte.
Entretanto, se houver outros meios para salvar a vida do paciente, alem da cirurgia de transfusão de sangue, defendo a ideia de que o que prevalece o direito à liberdade de crença religiosa, ressaltando que, somente nos casos em que não houver risco de morte, do mais, o direito a religião, segundo disposto no artigo 5° da CF, prevalecerá.
Referências
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Código de Ética Médica. Disponível em: http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2009/1931_2009.htm. Acesso em 01 jun. 2014.
CÓDIGO PENAL COMENTADO. Art. 146 – Constrangimento Ilegal. Disponível em: http://codigopenalcomentado.wordpress.com/2010/03/27/art-146-constrangimento-ilegal/. Acesso em 01 jun. 2014.
JEOVÁ, Testemunhas. Livros da Bíblia. Disponível em: http://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/nwt/livros/
PRAGMATISMO. Político. Justiça autoriza transfusão de sangue em Testemunha de Jeová. Disponível em: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/09/transfusao-de-sangue-em-crianca-de-testemunha-de-jeova.html

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