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PIAGET E VYGOTSKY Do que foi visto é possível afirmar que tanto Piaget quanto Vygotsky concebem a criança como um ser ativo, atento, que constantemente cria hipóteses sobre seu ambiente. Há, no entanto, grandes diferenças na maneira de conhecer o processo de desenvolvimento. Piaget privilegia a maturação biológica; Vygotsky, o ambiente social. Piaget, por aceitar que os fatores internos preponderam sobre os externos, postula que o desenvolvimento segue uma sequências fixa e universal de estágios. Vygotsky, ao salientar o ambiente social em que a criança nasceu, reconhece que, em se variando esse ambiente, o desenvolvimento também variará. Neste sentido, para esse teórico, não se pode aceitar uma visão única, universal, de desenvolvimento humano. Piaget acredita que os conhecimentos são elaborados espontaneamente pela criança de acordo com o estágio de desenvolvimento em que esta se encontra. A visão particular e peculiar ( egocêntrica ) que as crianças matem sobre o mundo vai, progressivamente, aproximando-se da concepção dos adultos: torna-se socializada, objetiva. Vygotsky discorda de que a construção do conhecimento proceda do individual para o social. Em seu entender a criança já nasce num mundo social e, desde o nascimento, vai formando uma visão desse mundo através da interação com adultos ou crianças mais experientes. A construção do real é, então, medida pelo interpessoal antes de ser internalizada pela criança. Desta forma, procede-se do social para o individual, ao longo do desenvolvimento. Piaget acredita que a aprendizagem subordina-se ao desenvolvimento e tem pouco impacto sobre ele. Com isso, ele minimiza o papel da interação social. Vygotsky, ao contrário, postula que o desenvolvimento e aprendizagem são processos que se influenciam reciprocamente, de modo que, quanto mais aprendizagem, mais desenvolvimento. PUBLICIDADE Segundo Piaget, o pensamento aparece antes da linguagem, que apenas é uma das suas formas de expressão. A formação do pensamento depende, basicamente, da coordenação dos esquemas sensorimotores e não da linguagem. Esta só pode ocorrer depois que a criança já alcançou um determinado nível de habilidades mentais, subordinando-se, pois, aos processos de pensamento. A linguagem possibilita à criança evocar um objeto ou acontecimento ausente na comunicação de conceitos. Já para Vygotsky, pensamento e linguagem são processos inter-dependentes, desde o início da vida. A aquisição da linguagem pela criança modifica suas funções mentais superiores: ela dá forma definida ao pensamento, possibilita o aparecimento da imaginação, o uso da memória e o planejamento da ação. Neste sentido, a linguagem, diferentemente daquilo que Piaget postula, sistematiza a experiência direta das crianças e por isso adquire uma função central no desenvolvimento cognitivo, reorganizando os processos que nele estão em andamento. Vygotsky ● Vê o homem como sujeito social que ganha suas características na mediação com o mundo através de instrumentos e signos; assim a linguagem ganha valor especial. Quanto mais rico de informação o meio, mais amplo será a aprendizagem. Na evolução intelectual do indivíduo há uma interação constante e interrupta entre os processos internos e as influências do mundo social.O aprendizado é essencial para o desenvolver do ser humano e acontece, sobretudo, pela interação social. ● Explica como o mundo influencia e fornece meios para que o conhecimento nasça e se desenvolva no indivíduo, num processo de interação contínua à realidade externa. ● Níveis de desenvolvimento: desenvolvimento real, desenvolvimento potencial e zona de desenvolvimento proximal. ● Valorização da brincadeira, jogo, faz-de-conta, fantasia e imitação. Jean Piaget ● A criança contribui para construção de seu próprio pensamento. Experiências anteriores servem de base para novas construções. ● A forma de raciocinar e de aprender passa por estágios. ● A construção da autonomia moral é o estabelecimento de cooperação em vez da coação e do respeito mútuo, no lugar do respeito unilateral. Democratização das relações, construindo e reconstruindo hipóteses do mundo. ● Preconiza a atividade do aluno como instrumento de sua aprendizagem, considerando o mecanismo de seu desenvolvimento mental. ● Etapas, estágios de desenvolvimento/aprendizagem: sensório-motor, pré-operacional ou pré-operatório, operacional ou operacional concreto e operacional ou operacional abstrato ou lógico. Do que foi visto, é possível afirmar que tanto Piaget como Vygotsky concebem a criança como um ser ativo, atento, que constantemente cria hipóteses sobre o seu ambiente. Há, no entanto, grandes diferenças na maneira de conceber o processo de desenvolvimento. As principais delas, em resumo, são as seguintes: A) QUANTO AO PAPEL DOS FATORES INTERNOS E EXTERNOS NO DESENVOLVIMENTO Piaget privilegia a maturação biológica; Vygotsky, o ambiente social, Piaget, por aceitar que os fatores internos preponderam sobre os externos, postula que o desenvolvimento segue uma seqüência fixa e universal de estágios. Vygotsky, ao salientar o ambiente social em que a criança nasceu, reconhece que, em se variando esse ambiente, o desenvolvimento também variará. Neste sentido, não se pode aceitar uma visão única, universal, de desenvolvimento humano. B) QUANTO À CONSTRUÇÃO REAL Piaget acredita que os conhecimentos são elaborados espontaneamente pela criança, de acordo com o estágio de desenvolvimento em que esta se encontra. A visão particular e peculiar (egocêntrica) que as crianças mantêm sobre o mundo vai, progressivamente, aproximando-se da concepção dos adultos: torna-se socializada, objetiva. Vygotsky discorda de que a construção do conhecimento proceda do individual para o social. Em seu entender a criança já nasce num mundo social e, desde o nascimento, vai formando uma visão desse mundo através da interação com adultos ou crianças mais experientes. A construção do real é, então, mediada pelo interpessoal antes de ser internalizada pela criança. Desta forma, procede-se do social para o individual, ao longo do desenvolvimento. C) QUANTO AO PAPEL DA APRENDIZAGEM Piaget acredita que a aprendizagem subordina-se ao desenvolvimento e tem pouco impacto sobre ele. Com isso, ele minimiza o papel da interação social. Vygotsky, ao contrário, postula que desenvolvimento e aprendizagem são processos que se influenciam reciprocamente, de modo que, quanto mais aprendizagem, mais desenvolvimento. D) QUANTO AO PAPEL DA LINGUAGEM NO DESENVOLVIMENTO E Á RELAÇÃO ENTRE LINGUAGEM E PENSAMENTO Segundo Piaget, o pensamento aparece antes da linguagem, que apenas é uma das suas formas de expressão. A formação do pensamento depende, basicamente, da coordenação dos esquemas sensorimotores e não da linguagem.Esta só pode ocorrer depois que a criança já alcançou um determinado nível de habilidades mentais, subordinando-se, pois, aos processos de pensamento. A linguagem possibilita à criança evocar um objeto ou acontecimento ausente na comunicação de conceitos.Piaget, todavia, estabeleceu uma clara separação entre as informações que podem ser passadas por meio da linguagem e os processos que não parecem sofrer qualquer influência dela. Este é o caso das operações cognitivas que não podem ser trabalhadas por meio de treinamento específico feito com o auxílio da linguagem. Por exemplo, não se pode ensinar, apenas usando palavras, a classificar, a seriar, a pensar com responsabilidade.Já para Vygotsky, pensamento e linguagem são processos interdependentes, desde o início da vida. A aquisição da linguagem pela criança modifica suas funções mentais superiores: ela dá uma forma definida ao pensamento, possibilita o aparecimento da imaginação, o uso da memória e o planejamento da ação. Neste sentido, a linguagem, diferentemente daquilo que Piaget postula, sistematiza a experiência direta das crianças e por isso adquire uma função central no desenvolvimento cognitivo, reorganizando os processos que nele estão em andamento. Síntese das idéias da Vygotsky Para Vygotsky, a cultura molda o psicológico, isto é, Determina a maneira de pensar. Pessoas de diferentes culturas têm diferentes perfis psicológicos. As funções psicológicas de uma pessoa são desenvolvidas ao longo do tempo e mediadas pelo social, através de símbolos criados pela cultura. A linguagem representa a cultura e depende do intercâmbio social. Os conceitos são construídos no processo histórico e o cérebro humano é resultado da evolução. Em todas as culturas, os símbolos culturais fazem a mediação. Os conceitos são construídos e internalizados de maneira não linear e diferente para cada pessoa.Toda abordagem é feita de maneira de maneira holística (ampla) e o cotidiano é sempre em movimento, em transformação. È a Dialética.A palavra é o microcosmo, o início de tudo e tem vários significados, ou seja, é polissêmica; a mente vai sendo substituída historicamente pala pessoa, que é sujeito do seu conhecimento. Vygotsky desenvolveu um grande trabalho, reconhecido pelos estudiosos sobre a formação de conceitos. Os conceitos espontâneos ou do cotidiano, também chamados de senso comum, são aqueles que não passaram pelo crivo da ciência. Os conceitos científicos são formais, organizados, sistematizados, testados pelos meios científicos, que em geral são transmitidos pela escola e que aos poucos vão sendo incorporados ao senso comum. Trabalha com a idéia de zonas de desenvolvimento. Todos temos uma zona de desenvolvimento real, composta por conceitos que já dominamos. Vamos imaginar que numa escala de zero a 100, estamos no 30; esta é a zona de desenvolvimento real nossa. Para os outros 70, sendo o nosso potencial, Vygotsky chama de ZONA de DESENVOLVIMENTO PROXIMAL. Se uma pessoa chega ao 100, a sua Zona de Desenvolvimento Proximal será ampliada, porque estamos sempre adquirindo conceitos novos. Estabelece três estágios na aquisição desses conceitos.O 1º é o dos Conceitos Sincréticos, ainda psicológicos evolui em fases e a escrita acompanha. Uma criança de,aproximadamente, três anos de idade escreve o nome da mãe ou do pai, praticando a Escrita Indecifrável, ou seja, se o pai é alto, ela faz um risco grande, se a mãe é baixa, ela risca algo pequeno.Aproximadamente aos 4 anos de idade, a criança entra numa nova fase, a Escrita Pré-silábica, que pode ser Unigráfica: semelhante ao desenho anterior, mas mais bem elaborado; Letras Inventadas: não é possível ser entendido, porque não pertence a nenhum sistema de signo; Letras Convencionais: jogadas aleatoriamente sem obedecer a nenhuma seqüência lógica de escrita. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) No desenvolvimento, aos 4 ou 5 anos, a criança entra na fase da Escrita Silábica, quando as letras convencionais representam sílabas, não separa vogais e consoantes, faz uma mistura e às vezes só maiúsculas ou só minúsculas. Com aproximadamente 5 anos, a criança entra em outra fase, a Escrita Silábica Alfabética. Neste momento a escrita é caótica, faltam letras, mas apresenta evolução em relação à fase anterior. Com mais ou menos 6 anos de idade, a criança entra na fase da Escrita Alfabética: já conhece o valor sonoro das letras, mas ainda erra.Somente com o hábito de ler e escrever que esses erros vão sendo corrigidos.Ferreiro aconselha não corrigir a escrita da criança durante as primeiras fases. No início, ela não tem estrutura e depois vai adquirindo aos poucos. Nesse instante o erro deve ser trabalhado, porque a criança está adquirindo as estruturas necessárias. Sobre educação de adultos, considera que as fases iniciais já foram eliminadas, porque mesmo sendo analfabeta, a pessoa conhece números e letras. Considera a Zona de Desenvolvimento Proximal de Vygotsky, a lei de equilíbrio e desequilíbrio de Piaget e a internalização do conhecimento. Trabalha com hipóteses, no contexto, com visão de processo, aceitando a problematização, dentro da visão Dialética holística. Teoria Piagetiana A Psicologia de Piaget está fundamentada na idéia de equilibração e desequilibração. Quando uma pessoa entra em contato com um novo conhecimento, há naquele momento um desequilíbrio e surge a necessidade, de voltar ao equilíbrio. O processo começa com a assimilação do elemento novo, com a incorporação às estruturas já esquematizadas, através da interação. Há mudanças no sujeito e tem início o processo de acomodação, que aos poucos chega à organização interna. Começa a adaptação externa do sujeito e a internalização já aconteceu. Um novo desequilíbrio volta a acontecer e pode ser provocada por carência, curiosidade, dúvida etc. O movimento é dialético (de movimento constante) e o domínio afetivo acompanha sempre o cognitivo (habilidades intelectuais), no processo endógeno. Piaget trabalhou o desenvolvimento humano em etapas, períodos, estágios etc. Erro na teoria Piagetiana Se uma pessoa erra e continua errando, uma das três situações está ocorrendo: ● Se a pessoa não tem estrutura suficiente para compreender determinado conhecimento, deve-se criar um ambiente melhor de trabalho, clima, diálogo, porque é impossível criar estruturas necessárias. EX: não se deve ensinar conhecimentos abstratos, teorias complicadas para uma criança que ainda não atingiu a faixa etária esperada, que se encontra no período das operações concretas; Se a pessoa possui estruturas em formação, o professor deve trabalhar com a idéia de que o erro é construtivo, deve fazer a mediação, ajudando o aluno a superar as dificuldades; Se a pessoa possui estruturas e não aprende, os procedimentos estão errados. O professor fará intervenção para que o aluno tome consciência do erro. Em muitos casos quem deve mudar os seus procedimentos é o professor. 1) Quadro comparativo – Semelhanças e diferenças entre Piaget e Vigotsky Piaget e Vygotsky, ambos são cognitivistas/interacionistas e suas teorias se assemelham em muitos pontos. Também não se trata de agrupá-las, como se fossem iguais. “A questão é, como em qualquer caso de aprofundamento teórico, compreender o melhor possível de cada abordagem, para que haja um real aprimoramento da reflexão sobre o objeto que está sendo estudado Vigotsky procura analisar os fatos que levaram Piaget a aceitar a hipótese do egocentrismo como ponto fundamental de sua teoria, bem como, coloca esses fatos à prova, comparando-os com os resultados que ele obteve em suas próprias pesquisas.Para Vigotsky o ponto fundamental da teoria de Piaget é o uso que a acriança dá para a linguagem, a qual pode ser divididaem fala egocêntrica e fala socializada. Ambos os autores descrevem que na fala egocêntrica a criança não tenta se comunicar, pois, o que ela simplesmente faz é um comentário em voz alta do que está fazendo.Entretanto, eles discordam com relação à função da fala egocêntrica no comportamento da criança, pois, para Piaget, a fala egocêntrica não cumpre nenhuma função verdadeiramente útil; já Vigotsky, acredita que a fala egocêntrica assume um papel definido e importante. Outro ponto de discordância entre os autores refere-se ao desaparecimento ou transformação de fala egocêntrica, pois, Piaget descreve que a fala egocêntrica simplesmente desaparece. Ao contrário de Vigotsky afirma: a fala egocêntrica não se atrofia simplesmente, mas ‘se esconde’, isto é, transforma-se em fala interior. Com relação a fala social, os dois pesquisadores discordam profundamente, pois, de acordo com Vigotsky, para Piaget a "a fala social é representada como sendo subseqüente, e não anterior à fala egocêntrica". Entretanto, nos estudos de Vigotsky, há uma inversão, pois, para Vigotsky o desenvolvimento evolui da fala social para egocêntrica, uma vez que a "a função primordial da fala, tanto nas crianças quanto nos adulto, é a comunicação, o contato social. A fala mais primitiva da criança é, portanto, essencialmente social.” . Em outras palavras, o que Vigotsky descreve em suas pesquisas é que o desenvolvimento do pensamento vai do social para o individual. Porém, segundo a interpretação de Vigotsky os seus resultados divergem tanto do esquema de Piaget quanto do esquema behaviorista, pois, segundo Vigotsky, no esquema de Piaget o desenvolvimento do pensamento na criança "parte do pensamento autístico não-verbal à fala socializada e ao pensamento lógico, através do pensamento e da fala egocêntricos". Já no esquema behaviorista o desenvolvimento parte da fala oral, após utilizar o sussurro, para chegar à fala interior.Para finalizar, o que se percebe ao analisar o texto é que Vigotsky considera as pesquisas de Piaget como fundamentais para a psicologia, porém, há divergências fundamentais nos resultados encontrados pelos dois autores. Entretanto, como foi dito anteriormente, as críticas de Vigotsky devem ser aceitas exclusivamente para as duas obras que ele analisou - o próprio Piaget quando tece acesso ao texto escrito por Vigotsky concordou com as suas críticas. Por outro lado, ao se analisar as demais pesquisas desenvolvidas por Piaget, percebe-se que as críticas de Vigotsky não teriam mais fundamento. PIAGET Jean Piaget é um dos nomes escritos com letras de ouro na psicologia. Sua teoria sobre a aprendizagem cognitiva infantil faz com que o conheçamos hoje em dia como o pai da pedagogia moderna. Ele descobriu que os princípios da nossa lógica começam a se instalar antes da aquisição da linguagem, gerando-se através da atividade sensorial e motora em interação com o meio, especialmente com o meio sociocultural.que O desenvolvimento psíquico, que se inicia com o nascimento e termina na idade adulta, é comparável ao crescimento orgânico: assim como este último, consiste essencialmente em um caminho até o equilíbrio. Da mesma forma o corpo evolui até um nível relativamente estável, caracterizado pelo final do crescimento e pela maturidade dos órgãos, a vida mental também pode ser concebida como se evoluísse na direção de uma forma de equilíbrio final, representado pela pessoa adulta. Sua influência na psicologia da aprendizagem parte da consideração de que esta se realize por meio do desenvolvimento mental, através da linguagem, das brincadeiras e da compreensão. Para isso, a primeira tarefa do educador é a de gerar um interesse como instrumento com o qual poder entender e atuar com o aluno. Estas investigações, realizadas há quase quarenta anos, não tentam unicamente conhecer melhor a criança e aperfeiçoar os métodos pedagógicos ou educativos, mas também incluem a pessoa. A ideia principal de Piaget é de que é indispensável compreender a formação dos mecanismos mentais da criança para captar sua natureza e seu funcionamento no adulto. Sua teorização pedagógica se baseou na abordagem psicológica, lógica e biológica. Assim fica encarnado em sua definição da ação de pensar, onde se parte de pilares condicionados pela genética e se constrói através de estímulos socioculturais. É assim que se configura a informação que a pessoa vai recebendo. Esta informação é aprendida sempre de um modo ativo, por mais inconsciente e passivo que pareça o processamento da informação. “O objetivo principal da educação nas escolas deveria ser a formação de homens e mulheres que são capazes de fazer coisas novas, e não simplesmente de repetir o que outras gerações fizeram; homens e mulheres que são criativos, inventivos e descobridores, que podem ser críticos, verificar, e não aceitar, tudo que lhes é oferecido”. -Jean Piaget- Aprender para se adaptar Segundo a Teoria da Aprendizagem de Piaget, a aprendizagem é um processo que só tem sentido diante de situações de mudança. Por isso, aprender é, em parte, saber se adaptar a estas novidades. Esta teoria explica a dinâmica de adaptação por meio dos processos de assimilação e acomodação. A assimilação se refere ao modo como um organismo enfrenta um estímulo do entorno em termos de organização atual, enquanto a acomodação implica uma modificação da organização atual em resposta às demandas do meio. Por meio da assimilação e da acomodação vamos reestruturando cognitivamente nossa aprendizagem ao longo do desenvolvimento (reestruturação cognitiva). A acomodação ou ajuste é o processo por meio do qual o sujeito modifica seus esquemas, estruturas cognitivas, para poder incorporar novos objetos a esta estrutura. Isso pode ser conseguido a partir da criação de um novo esqueça ou da modificação de um esquema já existente, de maneira que o mesmo estímulo e seu comportamento natural e associado possam se integrar como parte do mesmo. Assimilação e acomodação são dois processos invariáveis do desenvolvimento cognitivo. Para Piaget, assimilação e acomodação interagem mutuamente em um processo de equilíbrio. Isso pode ser considerado um processo regulador, em um nível mais alto, que dirige a relação entre a assimilação e a acomodação. John Lennon dizia que a vida é o que acontece enquanto estamos fazendo outros planos, e muitas vezes parece que isso é verdade. Os seres humanos precisam de uma certa segurança para viverem tranquilos, e por isso criamos a ilusão da permanência, de que tudo é estático e nada muda, mas não é assim que funciona. Tudo está em constante mudança, incluindo nós mesmos, mas não somos conscientes disso, até que a mudança é tão evidente que já não temos mais remédio a não ser enfrentá-la. “A inteligência é o que você usa quando não sabe o que fazer”. -Jean Piaget- Socializamos por meio da linguagem Durante a primeira infância assistimos a uma transformação da inteligência. De ser simplesmente sensorial e motora ou prática, ela se transforma em pensamento propriamente dito, sob a dupla influência da linguagem e da socialização. A linguagem, em primeiro lugar, ao permitir que o sujeito possa explicar suas ações, facilita a reconstrução do passado, e, portanto, permite evocar em sua ausência os objetos até os quais foram dirigidas as condutas anteriores. Também nos permite antecipar as ações futuras ainda não executadas, e até substituí-las às vezes unicamente pela palavra, sem nunca as realizar. Este é o ponto de partida do pensamento como processo cognitivo e do próprio pensamento de Piaget. A própria linguagem une, em efeito, conceitos e noções que pertencem a todos e que reforçam o pensamento individual por meio de um amplo sistema de pensamento coletivo. Neste último pensamento está mergulhada virtualmente a criança quando consegue dominar apalavra. Neste sentido, com o pensamento acontece o mesmo que com o comportamento considerado globalmente. Em vez de se adaptar totalmente às novas realidades que descobre e constrói paulatinamente, o sujeito deve começar por uma incorporação trabalhosa dos dados ao seu eu e à sua atividade, e esta assimilação egocêntrica caracteriza tanto os inícios do pensamento da criança quanto os de sua socialização. “A boa pedagogia deve mostrar à criança situações nas quais ela experimente, no sentido mais amplo da palavra. A linguagem nos ajuda a antecipar estas situações”. -Jean Piaget- O comportamento como motor da evolução Em 1976 Piaget publicou um pequeno livro intitulado “O comportamento, motor da evolução”. Nele, ele expõe uma perspectiva sobre a função do comportamento como fator determinante da mudança evolutiva, e não como um mero produto da mesma, que seria resultado de mecanismos independentes da ação dos organismos. Piaget discute, principalmente, com as posturas neodarwinianas, já que considera que a evolução biológica não ocorre somente por seleção natural, entendida exclusivamente como o produto de uma variabilidade genética aleatória e taxas diferenciadas de sobrevivência e reprodução em função de vantagens adaptativas verificadas a posteriori. A partir desta perspectiva, se trataria de um processo independente das condutas do organismo, e somente se explicaria pelas consequências, favoráveis ou desfavoráveis, das mudanças fenotípicas causadas por mutações absolutamente azaradas e sua transmissão ao longo das gerações. O comportamento, para Piaget, constitui uma manifestação da dinâmica global do organismo como um sistema aberto em interação constante com o meio. Seria também um fator de mudança evolutiva, e para tentar explicar os mecanismos pelos quais o comportamento cumpriria esta função, recorre ao conceito de epigênese e ao seu próprio modelo explicativo da adaptação em termos de assimilação e acomodação. Por epigênese se entende a interação recíproca entre genótipo e ambiente para a construção do fenótipo em função da experiência. Piaget sustenta que toda conduta tem a necessária intervenção de fatores internos. Ele também aponta que todo comportamento animal, incluindo o humano, envolve uma acomodação às condições do medo, tanto como sua assimilação cognitiva, entendida como integração a uma estrutura comportamental prévia. “Quando você ensina algo a uma criança, rouba para sempre a sua oportunidade de descobrir por si mesma”. -Jean Piaget- Contribuições de Piaget para a educação atual As contribuições de Piaget para a educação são consideradas de extrema importância. Piaget é o fundador da psicologia genética, que afetou significativamente a teoria e a prática educativa que foram geradas ao redor desta, que foi variando através do tempo dando lugar a diferentes formulações. Cabe mencionar que foram desenvolvidos muitos trabalhos a partir das contribuições de Piaget. O trabalho de Jean Piaget consiste em suas descobertas do pensar humano a partir de uma perspectiva biológica, psicológica e lógica. É necessário esclarecer que o conceito de “psicologia genética” não está aplicado em um contexto unicamente biológico ou fisiológico, pois não se refere nem se baseia nos genes; é rotulado como “genética” por ser desenvolvido com respeito à gênese, origem do princípio do pensamento humano. Uma das grandes contribuições de Piaget para a educação atual foi a de ter fundamentado que nos primeiros anos de educação da criança, o objetivo é alcançar o desenvolvimento cognitivo, a primeira aprendizagem. Para isso é indispensável e complementar o que a família tenha ensinado e estimulado na criança, permitindo-lhe aprender algumas regras e normas que possam ser assimiladas em um entorno escolar. Outra contribuição de Piaget, que podemos ver refletidas nas escolas atuais, é que a teoria que se dá em uma sala de aula não é suficiente para dizer que o tema foi assimilado e aprendido. Neste sentido, a aprendizagem envolve mais métodos de pedagogia, como a aplicação dos conhecimentos, da experimentação e a demonstração. A meta principal da educação é criar pessoas que sejam capazes de inovar, não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram. Pessoas que sejam criativas, inventivas e descobridoras. A segunda meta da educação é a de formar mentes que sejam críticas, que possam verificar, e não aceitar, tudo que lhes é transmitido como válido ou verdadeiro. Um passeio pela teoria de Piaget permitiria a qualquer professor descobrir como funciona a mente de um aluno. A ideia central da teoria dele é de que o conhecimento não é uma cópia da realidade, e sim o produto de uma inter-relação da pessoa com seu entorno. Portanto, seria sempre individual, particular e peculiar. “O segundo objetivo da educação é formar mentes que possam ser críticas, que possam verificar, e não aceitar, tudo que lhes é oferecido. O grande perigo de hoje são os lemas, opiniões coletivas, as tendências já formadas de pensamento. Temos que ser capazes de nos opor de forma individual, para criticar, para distinguir entre o que está certo e o que não está”. -Jean Piaget- Os quatro estágios cognitivos do desenvolvimento infantil A teoria do desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget sugere que as crianças passam por quatro estágios diferentes de desenvolvimento mental. Sua teoria se concentra não apenas na compreensão de como as crianças adquirem conhecimento, mas também na própria natureza da inteligência. Fase sensório-motora: Nascimento até cerca de 2 anos Durante este estágio, as crianças aprendem sobre o mundo através de seus sentidos e da manipulação de objetos. A principal conquista durante este estágio é a permanência do objeto, ou seja, saber que um objeto ainda existe, mesmo que você não possa vê-lo. Isso requer a capacidade de formar uma representação mental dos objetos. Fase pré-operacional: De 2 a 7 anos Durante esse estágio, as crianças desenvolvem memória e imaginação. Elas também são capazes de entender as coisas simbolicamente e entender a ideia de passado e futuro. O pensamento nessa fase ainda é egocêntrico, desse modo, a criança tem dificuldade em ver o ponto de vista dos outros. Estágio operacional concreto: 7 a 11 anos Durante esse estágio, as crianças tornam-se mais conscientes dos eventos externos, assim como do sentimentos dos outros. Eles se tornam menos egocêntricos e começam a entender que nem todos compartilham seus pensamentos, crenças ou sentimentos. Para Piaget, esse estágio é um grande ponto de virada no desenvolvimento cognitivo da criança, pois marca o início do pensamento lógico ou operacional. Isso significa que a criança pode resolver as coisas internamente em sua cabeça, em vez de apenas fisicamente. Estágio operacional formal: 11 anos ou mais O estágio operacional formal começa aproximadamente aos onze anos e dura até a idade adulta. Durante esse estágio, as crianças são capazes de usar a lógica para resolver problemas, ver o mundo ao seu redor e planejar o futuro. Os componentes básicos de sua teoria Piaget acreditava que as crianças assumem um papel ativo no processo de aprendizagem, agindo como pequenos cientistas enquanto realizam experimentos, fazem observações e aprendem sobre o mundo. À medida que as crianças interagem com o mundo ao seu redor, elas vão adicionando novos conhecimentos, se baseando no que já conhecem e adaptando ideias anteriores. Deste modo, o desenvolvimento cognitivo seria uma reorganização progressiva dos processos mentais, que evolui de acordo com a maturação biológica e a experiência ambiental. Em sua teoria, Piaget descreve alguns componentes básicos para esse processo: Esquemas: os blocos de construção do conhecimento Os esquemas são os conjuntos de representações mentaisque relacionamos com o mundo, que permitem que possamos entender e responder a situações. Ou seja, eles são a maneira de organizar o conhecimento que temos do mundo. Esse conhecimento fica armazenado em blocos, cada um relacionado a um aspecto do mundo, incluindo objetos, ações e conceitos abstratos. Esses esquemas podem ser considerados como um manual para o cérebro, dizendo ao indivíduo como reagir a certos estímulos ou informações recebidos. Como estamos sempre recebendo novas informações e estímulos, esses esquemas estão em constante processo de transição e reorganização. Os processos de transição: assimilação e acomodação Jean Piaget via o crescimento intelectual como um processo de adaptação ao mundo, que poderia ocorrer por meio dos seguintes modos: Assimilação Durante a assimilação, a criança utiliza um esquema já existente para lidar com um novo objeto ou situação. Por exemplo, uma criança de dois anos vê uma maçã, mas anteriormente ela apenas conhecia o que era uma laranja. Por ver uma fruta com formato parecido, a criança ira pensar que a maçã também é uma laranja. Acomodação A acomodação acontece quando a criança não consegue assimilar a informação em um esquema já existente, então ela precisa alterá-lo, ou criar um novo esquema. Continuando com o exemplo acima, quando a mãe da criança explicar que apesar do formato aquela é uma fruta diferente, a criança irá reorganizar o seu esquema sobre "laranja", sabendo da existência de outras frutas. O conceito de equilíbrio Quando os esquemas existentes de uma criança são capazes de explicar o que ela percebe ao redor, diz-se que ela está em um estado de equilíbrio. No entanto, quando novas informações não podem ser encaixadas em esquemas existentes, ela entra em um incômodo estado de desequilíbrio.Como não gostamos de estar frustrados, procuraremos restaurar o equilíbrio dominando o novo desafio. Deste modo, podemos dizer que o equilíbrio é a força que impulsiona o processo de aprendizagem.Esses conceitos criados por Piaget revolucionaram o entendimento sobre o desenvolvimento infantil, fazendo com que a teoria piagetiana se tornasse a mais importante na área, guiando professores e especialistas até a atualidade. VYGOTSKY No início da infância, explorar o ambiente é uma das maneiras mais poderosas que a criança tem (ou deveria ter) à disposição para aprender. Ela se diverte ao ouvir os sons das teclas de um piano, pressiona interruptores e observa o efeito, aperta e morde para examinar a textura de um ursinho de pelúcia e assim por diante. Essa lista de atividades, entretanto, pode dar a impressão de que, para adquirir saberes, basta o contato direto com o objeto de conhecimento. Na realidade, boa parte das relações entre o indivíduo e seu entorno não ocorre diretamente. Para levar a água à boca, por exemplo, a criança utiliza um copo. Para alcançar um brinquedo em cima da mesa, apoia-se num banquinho. Ao ameaçar colocar o dedo na tomada, muda de ideia com o alerta da mãe - ou pela lembrança de um choque. Em todos esses casos, um elo intermediário se interpõe entre o ser humano e o mundo. Em sua obra, o bielorrusso Lev Vygotsky (1896-1934) dedicou espaço a estudar esses filtros entre o organismo e o meio. Com a noção de mediação, ou aprendizagem mediada (leia um resumo do conceito na última página), o pesquisador mostrou a importância deles para o desenvolvimento dos chamados processos mentais superiores - planejar ações, conceber consequências para uma decisão, imaginar objetos etc. Tais mecanismos psicológicos distinguem o homem dos outros animais e são essenciais na aquisição de conhecimentos. Vygotsky demonstrou essa característica referindo-se a diversos experimentos realizados com animais. Num deles, um macaco conseguia pegar uma banana no alto de uma jaula se visse um caixote no mesmo ambiente. No entanto, se não houvesse o caixote, o símio nem sequer cogitaria buscar outro objeto que o aproximasse de seu objetivo. O ser humano, por outro lado, agiria de forma diferente. "Enquanto o macaco precisa ver o instrumento, o ser humano consegue imaginá-lo ou conceber outro com a mesma função", afirma Marta Kohl de Oliveira, professora da Universidade de São Paulo (USP). Elementos mediadores: os instrumentos e os signos O exemplo também é útil para distinguir os dois tipos de elementos mediadores propostos por Vygotsky. O primeiro são os instrumentos. Ao se interpor entre o homem e o mundo, eles ampliam as possibilidades de transformação da natureza: o machado permite um corte mais afiado e preciso, uma vasilha facilita o armazenamento de água etc. Alguns animais, sobretudo primatas, podem até utilizá-los eventualmente, mas é o homem que concebe um uso mais sofisticado: guarda instrumentos para o futuro, inventa novos e deixa instruções para que outros os fabriquem. O segundo elemento mediador, o signo, é exclusivamente humano. Na definição do dicionário Houaiss, signo é "qualquer objeto, forma ou fenômeno que representa algo diferente de si mesmo". A linguagem, por exemplo, é toda composta de signos: a palavra cadeira remete ao objeto concreto cadeira. Perceba que você certamente pode imaginar uma agora mesmo sem a necessidade de vê-la. Para o homem, a capacidade de construir representações mentais que substituam os objetos do mundo real é um traço evolutivo importante: "Ela possibilita libertar-se do espaço e do tempo presentes, fazer relações mentais na ausência das próprias coisas, fazer planos e ter intenções", escreve Marta no livro Vygotsky: Aprendizado e Desenvolvimento, um Processo Sócio-Histórico. A mesma característica também é fundamental para a aquisição de conhecimentos, pois permite aprender por meio da experiência do outro (leia o trecho de livro na terceira página). Uma criança, por exemplo, não precisa pôr a mão na chama de uma vela para saber que ela queima. Esse conhecimento pode ser adquirido, por exemplo, com o conselho da mãe. Quando o pequeno associa a representação mental da vela à possibilidade de queimadura, ocorre uma internalização do conhecimento - e ele já não precisa das advertências maternas para evitar acidentes. A interação tem uma função central no processo de internalização Crédito: Getty Images Para Vygotsky, a interação (principalmente a realizada entre indivíduos face a face) tem uma função central no processo de internalização. No livro A Formação Social da Mente: O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores, afirma que "o caminho do objeto até a criança e desta até o objeto passa por outra pessoa". Por isso, o conceito de aprendizagem mediada confere um papel privilegiado ao professor. É evidente que não se adquire conhecimentos apenas com os educadores: na perspectiva da teoria sociocultural desenvolvida por Vygotsky, a aprendizagem é uma atividade conjunta, em que relações colaborativas entre alunos podem e devem ter espaço (leia a questão de concurso na próxima página). "Mas o professor é o grande orquestrador de todo o processo. Além de ser o sujeito mais experiente, sua interação tem planejamento e intencionalidade educativos", explica Maria Teresa de Assunção Freitas, docente da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). É preciso atenção, entretanto, para evitar uma deturpação no que diz respeito à aplicação prática da ideia de mediação. Por acreditarem que o aprendizado se dá apenas na relação entre indivíduos, alguns educadores apressam-se em organizar aulas em que todas as atividades são realizadas em grupo. Trata-se de um entendimento incorreto do conceito: não é porque a aquisição de conhecimentos ocorre, sobretudo, nas interações que estar sempre em contato com o outro é uma prerrogativa essencial às aulas. "Os momentos de internalizaçãosão essenciais para consolidar o aprendizado. Eles são individuais e reflexivos por definição e precisam ser considerados na rotina das aulas", finaliza Maria Teresa. Trecho de livro "O aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer." Lev Vygotsky no livro A Formação Social da Mente: O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores Comentário O trecho destaca, para gerar desenvolvimento, que o aprendizado precisa ser organizado - pelo professor, por exemplo, que na interação com os alunos tem o conhecimento específico para mediar o acesso a diferentes saberes. Os estudantes, por sua vez, devem construir suas próprias ideias baseados no que foi trabalhado em aula com os colegas e o docente. Questão de concurso Secretaria Municipal de Planejamento, Tecnologia e Gestão de Salvador, BA, 2010 Concurso para professor da Educação Infantil ao 5º ano O conjunto de princípios para explicar a aprendizagem constitui o que se denomina teorias da aprendizagem. Nessa perspectiva, conclui-se corretamente que a teoria: a) Sociocultural tem como base a ideia de que a aprendizagem ocorre principalmente em processos de relações sociais, com a ajuda de pessoas mais experientes. b) Sociocultural tem como base a ideia de que a aprendizagem é diretamente ligada à maturação e à inteligência emocional dos sujeitos aprendentes. c) Comportamentalista tem como base a ideia de que a aprendizagem é processo subjetivo diretamente ligado às estruturas psicogenéticas dos sujeitos. d) Genética tem como base a ideia de que a aprendizagem ocorre principalmente baseada nas relações sociais e culturais dos sujeitos no processo de desenvolvimento de suas capacidades e funções. e) Genética tem como base a ideia de que a aprendizagem ocorre principalmente baseada em processos ambientais e estímulos que ali se façam presentes. Resposta correta: A Comentário De acordo com a teoria sociocultural de Vygotsky, as interações são a base para que o indivíduo consiga compreender (por meio da internalização) as representações mentais de seu grupo social - aprendendo, portanto. A construção do conhecimento ocorre primeiro no plano externo e social (com outras pessoas) para depois ocorrer no plano interno e individual. Nesse processo, a sociedade e, principalmente, seus integrantes mais experientes (adultos, em geral, e professores, em particular) são parte fundamental para a estruturação de que e como aprender. Resumo do conceito Aprendizagem mediada Elaborador: Lev Vygotsky (1896-1934) É a aquisição de conhecimentos realizada por meio de um elo intermediário entre o ser humano e o ambiente. Para Vygotsky, há dois tipos de elementos mediadores: os instrumentos e os signos - representações mentais que substituem objetos do mundo real. Segundo ele, o desenvolvimento dessas representações se dá sobretudo pelas interações, que levam ao aprendizado. Teoria de Aprendizagem segundo Vygotsky. “Lev Semenovich Vygotsky nasceu em 1896 na cidade de Orsha, na Rússia, e morreu em Moscou em 1934, com apenas 38 anos. Formou-se em Direito, História e Filosofia nas Universidades de Moscou e A. L. Shanyavskii, respectivamente. Por esses dados biográficos podemos perceber de início o pano de fundo que influenciou decisivamente a sua formação e o seu trabalho: a revolução russa de 1917 e o período de solidificação que se sucede. Vygotsky é um marxista e tenta desenvolver uma Psicologia com estas características”1. ● Segundo Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo do aluno se dá por meio da interação social, ou seja, de sua interação com outros indivíduos e com o meio. ● Para substancialidade, no mínimo duas pessoas devem estar envolvidas ativamente trocando experiência e idéias. ● A interação entre os indivíduos possibilita a geração de novas experiências e conhecimento. ● A aprendizagem é uma experiência social, mediada pela utilização de instrumentos e signos, de acordo com os conceitos utilizados pelo próprio autor. ● Um signo, dessa forma, seria algo que significaria alguma coisa para o indivíduo, como a linguagem falada e a escrita. ● A aprendizagem é uma experiência social, a qual é mediada pela interação entre a linguagem e a ação. ● Para ocorrer a aprendizagem, a interação social deve acontecer dentro da zona de desenvolvimento proximal (ZDP), que seria a distância existente entre aquilo que o sujeito já sabe, seu conhecimento real, e aquilo que o sujeito possui potencialidade para aprender, seu conhecimento potencial. ● Dessa forma, a aprendizagem ocorre no intervalo da ZDP, onde o conhecimento real é aquele que o sujeito é capaz de aplicar sozinho, e o potencial é aquele que ele necessita do auxílio de outros para aplicar. ● O professor deve mediar a aprendizagem utilizando estratégias que levem o aluno a tornar-se independente e estimule o conhecimento potencial, de modo a criar uma nova ZDP a todo momento. ● O professor pode fazer isso estimulando o trabalho com grupos e utilizando técnicas para motivar, facilitar a aprendizagem e diminuir a sensação de solidão do aluno. ● Mas este professor também deve estar atento para permitir que este aluno construa seu conhecimento em grupo com participação ativa e a cooperação de todos os envolvidos ● Sua orientação deve possibilitar a criação de ambientes de participação, colaboração e constantes desafios. ● Essa teoria mostra-se adequada para atividades colaborativas e troca de ideias, como os modelos atuais de fóruns e chats. Lev Vygotsky (1896 a 1934), psicólogo bielo-russo, considerado teórico da abordagem da psicologia sócio histórica por afirmar que os homens estão situados no tempo e espaço, e inseridos num contexto histórico que abrange o social, econômico, cultural e político. O desenvolvimento humano só acontece pelas interações que cada um estabelece em determinado ambiente (experiência pessoalmente significativa): mundo homem objeto. Este desenvolvimento é dialético entre o homem e a sociedade, pois o homem modifica o ambiente e o ambiente modifica o homem.Desta forma, a aprendizagem do homem só poderá ser compreendida como um processo de formação resultante do contato e da colaboração da sociedade, o que interfere diretamente no desenvolvimento do pensamento e do raciocínio de cada um. Segundo Rego (1995), Vygotsky atribuía um valor preponderante às relações sociais no processo de construção do sujeito, assim sendo, a vivência em sociedade é fundamental na formação do humano e o desenvolvimento mental / intelectual é resultado destas aprendizagens das relações com os outros. Daí que sua corrente teórica e seus pensamentos se tenham tornado a sustentação do sócio construtivismo ou sócio-interacionismo. Propõe que a aprendizagem é fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na interação com os outros. O processo de formação dos conceitos remete às relações entre pensamento e linguagem, para a questão cultural no processo de construção de significados pelo indivíduo. Ao nascer possuímos apenas as funções psíquicas elementares que por meio da aprendizagem cultural provoca a formação e o desenvolvimento das funções psíquicas superiores que necessitam da interiorização mediada pela cultura juntamente com seus valores e significados. São estas funções que nos diferenciam dos animais. Entre elas se encontram a consciência e o discernimento. Todo esse aprendizado não é meramente memorizado, absorvido do meio, passa pela elaboração individual e particular de cada um por meio da linguagem que intermedia o conhecimento e favorece a elaboraçãoe o desenvolvimento individual. É pelo diálogo com o outro e consigo mesmo constantemente que percebemos as possibilidades e distinção do conhecimento de cada um. Os fatores importantes da teoria de Vygotsky são: • Mediação: o conhecimento é adquirido através da interação com vários interlocutores, numa relação em que todos os envolvidos são ativos; • Linguagem: sistema simbólico de significados e significantes dos grupos humanos que favorece o intercâmbio social e o fenômeno do pensamento; • Cultura: universo de significações que permite construir a interpretação do mundo real; • Processo de interiorização: que envolve um componente interno e outro externo e que sendo interpessoal se torna intrapessoal. A aprendizagem interage com o desenvolvimento, não sendo subordinada ao mesmo como postula Piaget. É como se um alimentasse o outro desencadeando processos internos de desenvolvimento e de novas aprendizagens, o que provoca evolução intelectual, novos constructos cognitivos num processo contínuo de aprendizagem e desenvolvimento. Ao se antecipar o que o sujeito não conhece e ainda não é capaz de fazer sozinho, é possível produzir aberturas de possibilidades, que Vygotsky denominou de zona de desenvolvimento proximal , na qual as interações sociais são fundamentais, estando então os processos de aprendizagem e desenvolvimento, inter-relacionados. A zona de desenvolvimento proximal situa-se entre a zona de desenvolvimento real e a zona de desenvolvimento potencial proporcionando o avanço de uma situação inferior para outra de maior conhecimento. O desenvolvimento cognitivo é produzido pelo processo de interiorização da interação social com materiais fornecidos pela cultura, sendo que o processo se constrói de fora para dentro. A atividade do sujeito refere-se ao domínio dos instrumentos de mediação, inclusive a sua transformação por uma atividade mental. O sujeito não é apenas ativo, mas interativo, pois forma conhecimentos e constitui-se a partir de relações intra e interpessoais.
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