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Resenha: A Mente do Homem Primitivo - Franz Boas

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Resenha: A mente do homem primitivo – Franz Boas
 Na obra A mente do Homem Primitivo (EUA, 1911) Franz Boas expôs as ideias que caracterizaram a sua principal contribuição para a antropologia social. Nela Boas notabilizou-se como o fundador do relativismo cultural.
 De uma maneira geral, pode-se dizer que Boas rompeu com a ideia de “primitivo” na antropologia e fundou o conceito de relativismo cultural, conforme já foi dito.
 Inicialmente Boas contradisse o conceito de cultura primitiva que no senso comum caracterizava as estruturas sociais e técnicas pouco diversificadas social, intelectual e emocionalmente. Para Boas não haveria relação recíproca entre estes aspectos da vida étnica. Ele principiou divergindo das ideias comuns na antropologia da época, de que as culturas mais simples antecedem as culturas mais complexas. 
 Boas tomou como exemplo os povos australianos, cuja cultura material era muito pobre, mas cuja organização social era altamente complexa; por outro lado, os índios da Califórnia produziam segundo ele, excelente trabalho técnico e artístico, porém não revelavam uma complexidade correspondente em outros aspectos da sua vida. Assim, ele deduziu que o conceito de mais avançado ou menos avançado é relativo. A título de exemplo, Boas chamou a atenção para as diferenças de status cultural existentes entre as populações rurais pobres da Europa e da América e os mais ativos representantes da cultura moderna contemporâneos.
 De um modo geral, ele atribui os “avanços técnicos” de uma determinada civilização no sentido de respostas a desafios específicos. Nesse sentido, a “mente” do que era erroneamente chamado de “homem primitivo” reagia aos desafios que lhe eram impostos pelas suas condições de vida e constituíam-se em fenômenos culturais específicos.
 Franz boas foi o criador do conceito de relativismo cultural na antropologia. Para ele a concepção dos evolucionistas sociais, baseadas na ideia de evolução das sociedades de cultura mais simples para culturas mais complexas não fazia sentido.
 Como “pai” da antropologia contemporânea, Boas formulou ainda o conceito de etnocentrismo para designar a atitude de o indivíduo achar a sua cultura melhor que a cultura do “outro”; e concebeu a proposta de estudo de cada cultura singularmente em seu contexto, ou seja, sem comparações qualitativas com a cultura europeia. Assim, para boas, não existe cultura melhor que a outra, pois cada cultura deve ser entendida em seu contexto, de acordo com seu próprio sistema de valores. Boas também negou as ideias que associavam o avanço cultural às características das raças. 
 O autor concebeu a dinâmica da cultura como resultado da interação entre o indivíduo e a sociedade, e concebia cada cultura como resultado de um desenvolvimento histórico peculiar e independente de determinantes geográficos e biológicos. 
 Crítico do determinismo biológico e do evolucionismo cultural, Boas rompeu com a concepção antropológica de uma escala evolutiva das sociedades partindo de sociedades “primitivas” ou “selvagens” para sociedades “civilizadas”, tendo como referência a sociedade europeia contemporânea.
 Boas divergia dos evolucionistas culturais, que concebiam um paradigma cultural para toda humanidade (o paradigma europeu), cuja evolução se fazia dos mais atrasados para os mais civilizados, tendo em vista fenômenos semelhantes ocorridos em diferentes culturas e em diversas épocas, inferindo daí um ponto de partida comum a todas as culturas e uma evolução cultural em sentido comum.
 Boas, por sua vez, entendia que esses fenômenos semelhantes poderiam originarem-se por caminhos diversos e poderiam ter sentidos diferentes para cada cultura, conforme condições históricas particulares; por isso defendiam uma investigação histórica para cada caso em particular.
 Por fim, cabe destacar que Franz boas é atualmente uma das mais importantes referências para a antropologia contemporânea e os seus conceitos são ainda basilares.

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