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O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NAS ESCOLAS PÚBLICAS BRASILEIRAS Larissa Alvarenga Dias¹ Márcia Cristina de Faria² RESUMO Pretende-se neste artigo abordar aspectos referentes ao ensino de língua inglesa nas escolas públicas, um tema bem polêmico e que a sociedade precisa estar atento a ele. O objetivo deste estudo é apresentar fatos que ocorrem nas escolas públicas quanto ao ensino de Língua Inglesa. A pesquisa será baseada de acordo com as concepções de uma concludente do curso de Letras-Inglês da Universidade Estácio de Sá que de forma bibliográfica e também das experiências vividas nos estágios feitos nas escolas públicas. O poder público deve criar oportunidades para que a Língua Inglesa, assim como outras Línguas Estrangeiras venha receber um reconhecimento maior na rede pública de ensino; oferecendo cursos de capacitação aos professores, eventos na escola junto aos alunos, professores e toda comunidade mostrando a importância que a Língua Inglesa tem para a sociedade. Pode-se concluir com a pesquisa de acordo com os estudos bibliográficos realizados que ocorre diversos fatores que contribuem para o mau funcionamento das aulas de Língua Inglesa nas escolas públicas, como fator principal é o desinteresse do aluno pela disciplina. Palavras-chave: Ensino, Escolas Públicas, Sociedade, Língua Inglesa. 1. INTRODUÇÃO Quando pensamos em ensino da língua inglesa em escolas públicas, nos vem à mente sobre o que tem sido realizado nessas instituições para que os alunos se interessem em aprender outros idiomas. Quais incentivos ou até mesmo explicações tem recebido dos professores, para que os educandos se interessem pela disciplina e perceba o quão é importante para a trajetória dos mesmos. O ensino deste idioma é uma oportunidade de expandir o mercado de trabalho e por isso a teoria ensina ao aluno uma competência comunicativa para praticar e se desenvolver no ambiente cultural, social e laborativa. Siqueira (2005) explica que os professores de língua inglesa, são detectores de um saber expressivo para a expansão de um idioma determinante para o desenvolvimento das sociedades atuais. Para tanto, um responsável para a consolidação do domínio inglês como língua mundial. Então a oportunidade de se estudar a língua inglesa nas escolas públicas é de imensa importância para o crescimento intelectual de cada um deles. A Língua Inglesa nas Escolas Públicas Brasileiras é um tema que deve ser valorizado e debatido pela sociedade por profissionais da educação, alunos e toda a comunidade. Fatos históricos indicam que a Língua Inglesa esteve presente no nosso país desde 1530 com a chegada do aventureiro Willian Hawkins ao Brasil que veio ao país com a intenção de comercializar. Em 1809 o príncipe regente Dom João VI oficializou o ensino de Língua Inglesa no Brasil com o objetivo de capacitar os brasileiros para o mercado de trabalho, o que é visado até hoje. A presente pesquisa tem por objetivo estudo apresentar fatos que ocorrem nas escolas públicas quanto ao ensino da Língua Inglesa. 2. HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA NO BRASIL O relacionamento entre o Brasil e Inglaterra é algo bem antigo pois a presença da cultura britânica sempre esteve atrelada ao desenvolvimento do país. Segundo alguns historiadores Willian Hawkins, um aventureiro é considerado o primeiro inglês a ter um contato com o Brasil por volta de 1530, veio para o Brasil na tentativa de comercializar entre o Brasil e a Inglaterra , chegando a arriscar várias coisas como: navio, dinheiro e até mesmo a sua própria vida para chegar em terras brasileiras, o mesmo traficava escravos, e enquanto se estabeleceu no Brasil teve um bom relacionamento comercial com os índios brasileiros. O interesse na Língua Inglesa apareceu em 1808 quando a Inglaterra se tornou um dos maiores parceiros comerciais do Brasil, devido à abertura dos portos. O ensino da Língua Inglesa foi oficializada por Dom João VI, pelo decreto de 22 de junho de 1809 em que neste decreto mandava criar uma cadeira de língua francesa e outra cadeira de língua inglesa; no mesmo ano o Príncipe Regente de Portugal mandou criar uma escola de língua inglesa e em 9 de setembro de 1809 Dom João VI nomeou o padre irlandês Jean Joyce professor de inglês com ordenado de equivalente a 400 cruzeiros anuais. Segundo Souza Campos ( 1954) no documento de nomeação do padre Jean Joyce vinha a seguinte explanação: “é necessário criar nesta capital uma cadeira de língua inglesa porque por seu número, riqueza e assuntos escritos nessa língua é grandemente conveniente ao aumento e prosperidade de instrução pública.” Nesta época os professores aplicavam em suas classes o Método Clássico ou Método da Tradução e Gramática, que era o único método de ensino de línguas estrangeiras de que se conhecia na época em que a leitura era vista como principal objetivo para o aprendizado da língua estrangeira. Em 2 de dezembro 1837 foi criado pelo Ministro da Justiça e Interino Bernardo Pereira de Vasconcelllos o Colégio Pedro II no Rio de Janeiro em homenagem ao Imperador Dom Pedro II e desde o seu início teve a Língua Inglesa como parte do seu currículo escolar como também o francês, o latim e o grego. O curso neste colégio seria feito em 8 anos, mas com a alteração do regulamento n° 62 de 1° de fevereiro de 1841 o curso passou a possuir 7 anos de duração. O inglês era utilizado com o foco na leitura e na tradução de textos. A Reforma Couto Ferraz em 1854 trouxe muitas mudanças na instrução primária e segunda da Corte, possuindo em seu currículo: duas cadeiras de latim, uma cadeira de grego, uma cadeira de inglês, uma cadeira de francês e uma cadeira de alemão. A partir da Reforma Cunha Figueiredo em 1876 as línguas modernas perderam o seu lugar no currículo escolar e passou a ocupar 6 anos de estudo respectivamente. No ano de 1889, após a Proclamação da República, o Ministro da Instrução pública Benjamin Constant Botelho de Magalhães realizou muitas reformas na área educacional, uma delas foi a exclusão das línguas modernas no currículo obrigatório escolar, entre elas a língua inglesa. Benjamin propôs um currículo de caráter científico de forma em que os alunos ao invés de decorar o conteúdo, eles deveriam aprender através de dedução. Em 1892 Benjamin Constant foi afastado do cargo de Ministro da Instrução Pública e logo após Amaro Cavalcante assumiu o ministério, e as línguas modernas que haviam sido excluídas do currículo obrigatório escolar voltaram a ter espaço no currículo. Em 1934 foi criada a primeira escola Binacional , chamada de Escola Paulista de Letras Inglesa com o objetivo de se tornar um centro de integração cultural entre a Grã- Bretanha e o Brasil; mais tarde o nome da escola de idiomas passou a ser o que até hoje é chamada de Cultura Inglesa. Durante a Era Vargas em 1942, Gustavo Capanema foi nomeado como Ministro da Educação e Saúde, o mesmo fez uma reforma no sistema educacional brasileiro, que foi marcada em articulação com os ideias nacionalistas de Getúlio Vargas, ou seja, uma educação a serviço da nação brasileira. Durante o governo Vargas os imigrantes da região sul concentraram-se em zonas rurais que existia uma baixa urbanização que favoreceu os mesmos a viverem em um local que os possibilitasse viver como no seu país de origem. O uso da língua alemã foi tomada como traição nacional, este episódio foi marcado por xenofobia e muita intolerância no Brasil. “Desde o século 18 até meados do século 20 (e até hoje na maioria das escolas de ensino médio) a metodologia predominante foi sempre tradução e gramática. Esta abordagemé calcada na ideia de que o aspecto fundamental da língua é sua escrita, e de que esta é determinada por regras gramaticais. Teve sempre como objetivo principal explicar a estruturação gramatical da língua e acumular conhecimento a respeito dela e de seu vocabulário, com a finalidade principal de se estudar sua literatura e traduzir. A metodologia de tradução e gramática foi muito usada até meados do século 20, quando começou a cair em descrédito devido à sua ineficácia em produzir qualquer habilidade oral (SCHÜTZ, 2006).” 3. O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NAS ESCOLAS PÚBLICAS BRASILEIRAS A língua inglesa é a língua do Reino Unido ( Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales), Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália, Canadá, África do Sul e entre outros países que a utilizam como segunda língua. A língua inglesa é uma das línguas mais importantes no mundo, por ser uma língua franca, ou seja, uma língua em que pessoas que não possuem uma língua em comum, usam essa língua para possibilitar comunicação em suas relações comerciais, diplomáticas, etc... Em um mundo globalizado que antes de tudo é uma integração de mercados entre os países, faz com que a língua inglesa possua um papel fundamental para o mundo inteiro e ser conhecida como a língua mundial. O domínio da língua inglesa é uma capacidade que é vista como um diferencial em várias questões e seu uso faz com que a comunicação ocorra de forma efetiva, entendendo de uma forma mais ampla o que está ao seu redor. Graddol (2007, p. 20) que aponta para a existência de uma elite que considera o inglês como uma marca distintiva. No mesmo sentido, tal língua tem sido apontada como forma de inserção na cultura globalizada. Embora, inicialmente, a língua inglesa tenha passado por um processo de domínio nos moldes mais tradicionais do imperialismo, atualmente ela surge como parte de um dispositivo que, por meio de um “micropoder capilarizado” nas suas mais diversas manifestações, parece capaz de ditar regras e normas às quais se moldam “corpos dóceis” para usufruir dos incontáveis benefícios que seu conhecimento e utilização prometem oferecer. Existe na história do Brasil uma presença monolíngue que é marcada por xenofobia e também pela intolerância. Durante o governo Getúlio Vargas os imigrantes da região Sul usavam com especificidade o uso do alemão que foi tomado como traição ao Brasil falar outra língua. Os dias de hoje estão cada vez mais exigentes e falar um segundo idioma é algo de suma importância para profissionais de diversas áreas, para aqueles que um dia ingressarão no mercado de trabalho, como também no campo tecnológico que a cada dia que passa mais avança. Antes falar inglês era algo diferencial, hoje falar em inglês é algo essencial na vida das pessoas, porque antes o mesmo era só exigido apenas para cargos de alto escalão, hoje é exigido em cargos muito mais simples, como: vendedores de loja, taxistas e outros; ou seja, falar inglês abre muitas portas que as vezes são fechadas quando não possuímos inglês como uma segunda língua. Falar em inglês, assim como falar uma outra língua amplia os horizontes das pessoas e faz com que a pessoa seja vista de uma forma global, pois a língua inglesa é considerada a língua fundamental para tudo e todos. De acordo com Vilson J.Leffa (2011) para ser cidadão no mundo globalizado de hoje, ao qual todos pertencemos, precisamos conhecer pelo menos duas línguas estrangeiras, a do vizinho e uma internacional. No caso dos brasileiros, é muito importante que se aprenda o espanhol que é a língua vizinha, de países vizinhos: Uruguai,Argentina,Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname; e uma internacional que é a língua inglesa. De acordo com Todd (1990) a atual busca de informação aliada à necessidade de comunicação em nível mundial já fez com que o inglês fosse promovido de língua dos povos americanos, britânicos, irlandeses, australianos, neozelandeses, canadenses, caribenhos, e sul-africanos, a língua internacional. Enquanto que o português é atualmente falado em quatro países por cerca de cento e noventa e cinco milhões de pessoas, o inglês é falado como língua materna por cerca de quatrocentos milhões de pessoas, tendo já se tornado a língua franca, o Latim dos tempos modernos, falado em todos os continentes por cerca de oitocentos milhões de pessoas. Por que aprender inglês? É uma pergunta que é feita com frequência a professores das redes públicas e com diferentes respostas, como: Porque é importante para a sociedade, porque é a língua da globalização, porque é uma língua franca, para conhecer novas culturas, por causa do mercado de trabalho. As respostas são várias. Alguns alunos das escolas públicas entram na escola com uma certa perspectiva de que realmente irão aprender um segundo idioma, mas na realidade é muito diferente da certa expectativa. Muitas vezes o ser humano vem com uma tentativa de justificar de onde vem o fracasso de algo, onde é que estão os erros, sempre tentando achar um culpado pelo fracasso e um dos primeiros grandes culpados a ser apontado é o governo nas suas diferentes instâncias. De acordo com Vilson J.Leffa (2011 ) :A tentativa de criar bodes expiatórios é a mais primitiva: põe se a culpa em alguém, que pode ser o governo, o professor, ou mesmo o aluno: é o mundo da condenação que separa pessoas e grupos em inocentes e culpados. No setor público existem queixas de todos os lados. É queixa de aluno que acha a aula entediante porque muitas vezes o professor não sabe explicar o conteúdo referente a disciplina, todo ano ele espera ser algo diferente, mas é verbo to be todo ano, o deixando traumatizado com a língua inglesa, chegando a ficar com tanto trauma da disciplina a ponto de não querer aprender nunca mais, até mesmo porque muitas pessoas não saem fluentes das escolas, assim como tem aqueles que vieram de uma realidade em que ele está ali na escola apenas por estar e não porque quer aprender algo, vão às escolas devido aos programas sociais que muitas vezes é o único sustento da família. É queixa do professor de língua inglesa que muitas vezes é um pouco solitário e não tem como discutir sobre a disciplina dele com alguém, até mesmo porque existem poucos professores de sua disciplina, além de não contarem com um programa de formação continuada. Nunca existirão queixas feitas pelo governo, até mesmo porque todo governo se intitula como um governo de todos, sendo que a realidade não é assim, o governo não é de todos, as pessoas não possuem as mesmas oportunidades que as outras, a expectativa fica muito distante da realidade. De acordo com Vilson J. Leffa ( 2011): Um governo com prática includente e discurso excludente desmorona. O discurso tem que ser hábil, a ponto de saber criar crises internacionais e até inimigos da pátria, se necessário, para garantir o apoio de todos, às vezes com o sacrifício de bens, joias e até da própria liberdade , como a história já tem demonstrado inúmeras vezes, tanto no Brasil como no exterior. Um grande erro cometido nas escolas, tanto nas públicas quanto nas particulares é colocar professores para lecionar uma disciplina fora da área de sua competência, algo que deveria ser evitado, e isto prejudica muito mais na qualidade de ensino; mas também a quantidade de professores de inglês no Brasil é muito pequena, o que faz com que muitas vezes professores de outras disciplinas acabem lecionando a disciplina Língua Inglesa para poder cumprir com a carga horária. Os professores de língua inglesa que já viveram ou viajaram para um país de língua inglesa deveriam compartilharmais com os alunos sobre as suas experiências naquele país, contar sobre a cultura daquele país e tentar até mesmo levar um pouco da cultura daquele país para a sala de aula através de trabalhos com os alunos fazendo com que a aula se torne mais divertida e dinâmica. As leis da educação são lindas de se ver, mas a realidade que grande parte dos professores de língua inglesa vivencia é bem diferente daquilo que está no papel, sendo a língua inglesa pouco valorizada em alguns estados do Brasil. No Brasil não existe um precursor para o ensino da língua inglesa, assim como é feito por exemplo a partir do SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) que avalia apenas os conhecimentos dos alunos em Língua Portuguesa e Matemática. Muitos tratam o inglês de forma insignificante chegando a dizer que não precisam da mesma para ir para a série seguinte, em alguns estados como o Rio de Janeiro, o inglês em algumas escolas é optativo e muitas vezes os alunos ficam desinteressados em assistir as aulas e as turmas são pequenas ou muitas vezes o professor se depara com a situação de não ter nenhum aluno para frequentar as suas aulas, porque muitas vezes o aluno está preocupado apenas com a nota que vai tirar no final de cada bimestre e não com o aprendizado da língua inglesa. Grande parte dos professores do Brasil, principalmente os professores de Língua Inglesa ficaram abandonados pelo Poder Público e pela sociedade em geral, a cada dia que passa mais o professor é desvalorizado e muitos já perderam a motivação de ser um ótimo professor, as razões são as seguintes: muitos são desvalorizados pelos alunos, pelo poder público, salários míseros e até mesmo uma carga horária escassa. Muitos professores de Língua Estrangeira não tiveram oportunidades para aprofundar-se nos conhecimentos relacionados à Língua Inglesa, e hoje é um pouco mais fácil para alguns, pois nos dias de hoje existem pós-graduações e cursos de capacitação na modalidade EAD ( Educação a Distância) com preços acessíveis para o professor, o que é uma grande oportunidade, já que o governo muitas vezes não possibilita os mesmos ao professor. Entretanto, existem aqueles que não se adequam a modalidade EAD, pois cada pessoa tem uma forma de aprendizado e muitas vezes a modalidade EAD não supre a carência que os professores realmente necessitam. De acordo com John Robert Schmitz ( 2011) : Acredito que seja possível ensinar inglês na escola pública. É possível se o professor não for abandonado. Tendo apoio e atenção em forma de bolsas e licenças para fazer cursos de aperfeiçoamento e de especialização, o professor de língua vai poder ministrar aulas mais dinâmicas. Nos estados de São Paulo e Paraná o poder público quebrou este paradigma de que a língua estrangeira só é aprendida em cursos de idiomas, nestes estados além das aulas, existem os Centros de Línguas que são cursos que possuem a duração de 1 ano e são gratuitos e nestes Centros de Línguas os alunos tem a possibilidade de estarem mais próximos do idioma. O estado de São Paulo por exemplo trás como opções 7 idiomas para os alunos poderem estudar. Nestes Centros de Línguas têm como público alvo alunos da rede pública de ensino e a comunidade. Entretanto, não é em todos os estados do Brasil que possuem estas oportunidades para os brasileiros, muitos são deixados de lado não sabendo escrever no seu próprio idioma. Alguns estudos apontam que é impossível aprender inglês nas escolas públicas, como aponta Andrade (2004) sobre ensino e aprendizagem de língua inglesa nas escolas regulares, com 199 alunos e 10 professores do 1° ano do ensino médio de três escolas públicas, mostra um quadro alarmante das crenças a respeito do ensino e aprendizagem de inglês nessas escolas. Os resultados mostraram que os alunos não acreditam que conseguem aprender inglês na escola regular, mas somente em cursos de idiomas. Já os professores acreditam que os alunos não tem um bom nível de inglês, nem interesse em aprender. Em contraposição aos estudos de Andrade (2004), os estudos de Coelho (2005) acreditam que é possível aprender na Escola Pública, que, aliás, se configura como o único lugar possível para aprender. Já os professores participantes do estudo de Coelho, da mesma forma que os de Andrade, também acreditam que é difícil aprender inglês nas escolas regulares. No Brasil ainda existe aquele certo preconceito, aquele antigo pensamento de que inglês é algo só para as classes sociais mais altas, chegando a dizer que só se aprende inglês em cursos livres, cursos caros de idiomas; o que não é verdade. Cada pessoa aprende de uma forma e não são só os cursos de idiomas que fazem a pessoa aprender inglês, existem vários meios. De acordo com Sávio Siqueira (2011):”Não podemos negar que os cursos de idiomas, com todo o seu aparato metodológico, recursos tecnológicos e infraestrutura invejável, têm preenchido parcialmente a imensa lacuna deixada pelo sistema educacional brasileiro (público e privado) no tocante ao ensino e aprendizado de LE, potencializando suas qualidades e sua capacidade de produção de falantes de LE, angariando seguidores em todos os seguimentos sociais.” O poder público deve criar oportunidades para que a Língua Inglesa, assim como outras Línguas Estrangeiras venha receber um reconhecimento maior na rede pública de ensino; oferecendo cursos de capacitação aos professores, eventos na escola junto aos alunos, professores e toda comunidade mostrando a importância que a Língua Inglesa tem para a sociedade. Segundo Cox e Assis Peterson (2008) :” Ou a disciplina é incorporada de fato ao currículo, com carga horária suficiente para superar a lição do verbo to be, ou é melhor termos a coragem e a decência de não incluí-la, pois desfazer o estigma do fracasso é bem mais custoso do que começar do zero.” Não deve ser generalizado que todas as escolas públicas brasileiras não saibam lidar com as aulas de Língua Inglesa, pois o Brasil é um país imenso e existem escolas públicas que cumprem com o papel do ensino da Língua Inglesa quebrando este estigma de que “Inglês nas escolas públicas não funciona”, fazendo com que o aluno saia da escola com o inglês básico pelo menos, facilitando no seu cotidiano nas mais diversas relações sociais e comunicativas. De acordo com John Robert Schmitz (2011) :” O ensino de inglês funciona na escola pública, na escola particular, no Instituto de Línguas e na faculdade se os próprios alunos mostram vontade de aprender e se estão dispostos a fazer as lições de casa, a prestar atenção na aula, a participar ativamente, a não faltar, a respeitar os colegas e professores.” Uma das coisas mais importantes antes da escola é a família; se a família estiver junto a escola, as coisas começam a melhorar. A educação, o respeito vem de casa e se os pais ou responsáveis estimularem em casa seus filhos a levarem os estudos mais a sério, o rendimento escolar deles será melhor. De acordo com John Robert Schmitz (2011) :” Há escolas e escolas. Toda escola pública precisa de atenção, e a atenção deve vir dos pais. Se os pais das crianças e dos jovens têm interesse na escola e cooperam com os professores, as coisas vão melhorar.” Infelizmente, nas escolas públicas brasileiras, a língua inglesa é ensinada somente a partir do Ensino Fundamental II (6° ao 9° ano) e em alguns estados no Ensino Médio a Língua Inglesa é optativa, enquanto que em grande parte das escolas particulares a língua inglesa é ensinada desde a educação infantil. Vários estudos citados na imprensa dizem que aprender duas línguas na infância ajuda no desenvolvimento cognitivo da criança, torna a criança maisinteligente e ativa, deixa o cérebro mais saudável. Vários estudos comprovam que é importante para as pessoas desde a infância aprenderem uma segunda língua, pois a criança irá sair daquela zona de conforto quebrando o egocentrismo de que só o país dela que existe e irá compreender o mundo de uma forma bem mais ampla, entendendo que não é só o país dela que existe e que existem outros países e que dependemos dos outros países para o desenvolvimento do nosso. No Brasil, no final da década de 1990 foi publicado os parâmetros curriculares para o ensino fundamental que trouxe um papel privilegiado ao ensino da habilidade de leitura que é uma habilidade que é defendida por muitos. A compreensão oral deveria ser privilegiada no caso da língua inglesa, pois as pessoas ouvem mais músicas na língua inglesa do que leem textos na mesma. Segundo Paiva (2000), um argumento proposto pelos defensores do foco estrito, ou prioritário, na habilidade da leitura era de que faltava aos estudantes de inglês no Brasil oportunidades de uso oral da língua inglesa. Muitos alunos curtem ouvir músicas em inglês, mas muitas vezes não sabem a mensagem que a música quer passar, e é algo que os professores deveriam utilizar com mais frequência nas suas aulas, o que tornará a sala de aula um ambiente motivador no aprendizado do idioma. Além de a música tornar a sala de aula um ambiente motivador no aprendizado do idioma, com o tempo a música faz com que o aluno adquira uma certa fluência no idioma, pois com a música o aluno irá adquirir vocabulário e as vezes conhecer até mais palavras que ele não sabia os seus significados, e essa é uma das formas de fazer com que o aluno se interesse pelo conteúdo de acordo com a realidade que o mesmo vive. Segundo Paiva (1997), a língua inglesa tem um valor simbólico na cultura brasileira, geralmente significando status social e engendrando para seus usuários possibilidades de identificação com uma sociedade poderosa do ponto de vista político e econômico, a sociedade americana. A alta popularidade dos cursos e programas de ensino de inglês no Brasil é também motivada pelo status simbolizado pelo idioma. Porém, esse status é também fruto de iniciativas estratégicas dos cursos privados que oferecem serviços instrucionais de ensino do inglês. A insuficiência de Políticas educacionais para a formação de professores de línguas estrangeiras fomenta a crença de que as escolas públicas não são lugares para o aprendizado de línguas estrangeiras. O PNLD ( Programa Nacional do Livro Didático) é um programa criado em 1985 pelo governo federal que fornece livros didáticos gratuitamente para alunos das escolas públicas de todo país e este programa se baseia na livre participação das editoras e dos professores na escolha dos materiais didáticos em parceria com o MEC (Ministério da Educação). No edital do PNLD - 2011 – LEM (Língua Estrangeira Moderna) existe um manual do professor que muitas vezes é o único recurso pedagógico ou fonte bibliográfica disponível ao professor que até mesmo assegura uma formação continuada do professor. Neste guia são encontrados: resenhas dos livros, resultados que esses livros trazem para os alunos e entre outros. A obra é caracterizada como: livro do aluno, manual do professor, CD de áudio e ainda inclui os aspectos positivos e negativos que aquele livro trás para a sociedade. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo aqui levantado, foi uma pesquisa qualitativa descritiva, com fontes primárias, pois só utilizamos os recursos bibliográficos para a realização do estudo. Pode-se concluir com a pesquisa de acordo com os estudos bibliográficos realizados que ocorre diversos fatores que contribuem para o mal funcionamento das aulas de língua inglesa nas escolas públicas, como fator principal é o desinteresse do aluno pela disciplina, por achar que é sempre a mesma coisa, e que não vai aprender nada, que essa disciplina só existe para acrescentar no currículo. Mas na verdade sabemos que é importante tanto quanto as outras, pois nos dias de hoje existe muitas empresas que exige a pessoa saiba fluentemente a língua inglesa para traduzir conversas, resolver problemas e dentre outras. É de extrema importância que além do aluno ter o interesse nas aulas, o professor deve sempre está se capacitando, melhorando suas estratégias para que sua aula, fique dinâmica e muito proveitosa para o processo ensino aprendizagem. Muitas vezes falta na rede pública de ensino material didático para dar suporte ao aluno na língua inglesa, pois reconhece –se que aprender essa disciplina não é algo fácil e rápido, necessita de todo um processo para entender e compreender como é a língua inglesa. Para isso o poder público deve dar a atenção que as escolas públicas merecem para a realização de um trabalho do professor em sala de aula com seus alunos. Há muitos obstáculos a serem pulados, para alcançar os objetivos traçados. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, A.A.C. Crenças de alunos e professores da escola pública sobre a aprendizagem de língua na escola regular. Mestrado em Estudos da Linguagem. Natal :UFRN (2004) http://www.culturainglesa-ce.com.br/ acesso em 29 de outubro de 2018. COELHO, H.S.H. É possível aprender inglês em escola pública?Crenças de professores e alunos sobre o ensino de inglês em escolas públicas. Mestrado em Estudos Linguísticos. Belo Horizonte: UFMG ( 2005 ) COX, M.I.P. & ASSIS Peterson. O drama do ensino de inglês na escola pública brasileira, 2008. GONÇALVES, R. Língua Inglesa: História da Língua Inglesa. 2008. Disponível em: <http://www.historiadomundo.com.br/inglesa/lingua-inglesa.htm>. Acesso em: 23 set. 2012. GRADDOL, D. The future of English? A guide to forecasting the popularity of the English language in the 21st century. United Kingdom: The English Company (UK) Ltd, 2000. Disponível em: http://www.britishcouncil.org/learning-eltfuture.pdf. Acesso em: 05 jan 2009. http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/fontes_escritas/3_Imperio/artigo_004.ht ml acesso em 29 de outubro de 2018. LEFFA, V. Criação de bodes, CÂNDIDO de Lima Diógenes, Inglês em escolas públicas NÃO funciona: uma questão, múltiplos olhares, 2011. 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O ensino de inglês na escola pública: do professor postiço ao professor mudo, chegando ao professor crítico-reflexivo.O desenvolvimento da consciência cultural crítica como forma de combate à suposta alienação do professor brasileiro de inglês. Revista Inventário, n.4, jul. 2 SOUZA, Campos. Ernesto.História da Universidade de São Paulo. Editora USP.1954 TODD, Loreto and Ian Hancock, International English Usage.New York: New York University Press, 1990.
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