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HORAS COMPLEMENTARES SÃO PAULO 2018 PONTE ESTAIADA NOME: RA: TURMA: 10° SEMESTRE CURSO: ENGENHARIA CIVIL CAMPUS: SÃO PAULO 2018 Sumário OBJETIVO................................................................................................................................... 4 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 5 1.PONTE ESTAIADA ................................................................................................................ 6 1.1.Etapas de Construção .................................................................................................. 7 1.2. Sistema de protensão................................................................................................ 10 1.3.Vantagens ...................................................................................................................... 12 1.4. Dados da obra ............................................................................................................. 14 CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 15 Referências Bibliográficas ................................................................................................... 16 OBJETIVO Este relatório tem por objetivo proporcionar conhecimento técnico sobre sistemas construtivos utilizados nas estruturas, e para melhor assimilar e interpretação conhecimentos adquiridos em sala de aula. INTRODUÇÃO Desde a antiguidade com a migração dos nômades para diferentes locais e o desenvolvimento das civilizações houve a necessidade de criação de caminhos para a locomoção, como trilhas no meio das florestas, pequenas ruas e estradas que possibilitassem a passagem de pessoas, animais e veículos para transporte de mercadorias. No entanto haviam também obstáculos como os rios, lagos, mares e vales que precisavam ser vencidos para que dois locais pudessem ser ligados um com o outro. No começo a forma de vencer esses obstáculos era simples e rústica, através de troncos de árvores que caiam sobre rios e formavam essa passagem. Em vista disso o homem começou a aprimorar esse tipo de caminho, usando pranchas de madeira, rochas e pedras, para assim serem concebidas as primeiras pontes. Entretanto essas pontes não aguentavam grandes cargas e venciam pequenas distâncias. Começou então o desenvolvimento da construção de pontes e aquedutos conforme a necessidade da população e dos impérios em sua expansão de território. 1.PONTE ESTAIADA Com a chegada da Revolução Industrial, oferecendo tecnologias novas e aprimorando os estudos, foram desenvolvidos diferentes sistemas construtivos para pontes, utilizando ferro, concreto e, posteriormente, o aço que permitiram a construção de pontes que atendiam as necessidades procuradas. Nessa questão entram as pontes suspensas que começaram a ser feitas buscando vencer vãos cada vez maiores, e também utilizando estruturas mais leves, econômicas e esbeltas. As pontes estaiadas começaram a ser desenvolvidas a partir de então, inicialmente com inúmeros erros de cálculos e de projetos, até se chegar nas pontes que possuímos atualmente. Figura 1 - Esboço longitudinal de uma ponte estaiada Neste presente trabalho procuramos explicar detalhadamente o viaduto estaiado Padre Adelino, por intermédio de revisões bibliográficas e inspeção visual através de visita ao local. Figura 2- Vista aérea da ponte Padre Adelino A estrutura do viaduto estaiada Padre Adelino que foi erguida na av. Salim Farah Maluf e se tornou um símbolo da arquitetura da capital paulista. A obra foi executada pela Construbase, através da coordenação da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras (Siurb). O viaduto faz a ligação dos bairros Tatuapé e Anália Franco com Belém e Mooca, o que melhorou o fluxo viário da Radial Leste. O sistema empregado no viaduto é conhecido como selas passíveis de manutenção de estaiamento. O método escolhido foi o balanço sucessivo construído a partir do vão central, isso em virtude da menor interferência no fluxo do tráfego da av. Salim Farah Maluf. A partir da construção de um pilar central foram executadas as lajes. São dois vãos com 61 m cada, o que totaliza o total de 122 m de comprimento. O pilar central em forma de arco é maciço com selas que permitem a passagem dos estais de fixação. Esses estais são travados ao mastro com cabos por toda a lateral do viaduto. O sistema é utilizado em maior escala fora do país, porém, por aqui, já existem obras com o método de balanço sucessivo. 1.1.Etapas de Construção Antes de iniciar a construção a Construbase fez um protótipo do mastro central em escala. Esse processo permitiu que fossem testados todos os procedimentos para a execução das selas e corrigidos eventuais problemas e procedimentos antes da obra. Para a fundação foram construídos dois tubulões de 1,40 m de diâmetro em cada uma das extremidades do viaduto e oito tubulões de 1,60 m de diâmetro no vão central, no total foram 16 pilares. Esses tubulões são com ar comprimido em razão do nível da água estar próximo ao nível da av. Salim. A profundidade é de 20 m na fundação. E esse aspecto da construção fez com que fossem necessários à utilização de blocos protendidos. Figura 3 - Execução de tubulão Após a fundação estar pronta, foram construídos os pilares até a altura de 7 m de onde iniciam as lajes. Com o travamento da laje superior a 3 m de altura foi iniciada a construção da torre de 33 m de altura. O mastro foi realizado em 12 etapas, a cada 2,5 m de altura, foram colocadas formas trepantes inclinadas e concretadas que apoiavam o segmento anterior. A instalação das selas foi por dentro do pilar, passando o estal por dentro de travas removíveis, chamadas de tubo guia ou camisa metálica, que são concretados no mastro. Esse procedimento garante a manutenção das selas, sua substituição ou remoção. Os cabos passam por dentro da peça de concreto em arco e são fixados em ambos os lados do viaduto. Figura 4 – Execução dos blocos Com o mastro pronto foram construídos os tabuleiros em balanço sucessivo a partir de duas longarinas de 1,50 m de largura e dois passeios com 2 m cada um. Duas muradas de 0,40 m para defesa e um leito carroçável de 12,50 m. Num total de 20,30 m de largura. O balanço sucessivo foi moldado in loco. A aduela de disparo foi construída com 14,4 m de comprimento, com 7,2 m para cada lado e dela foram concretadas 10 aduelas típicas de 5 m cada. Em cada lado do arco da ponte forão instalados 20 “estais”, cada um deles formado por 48 cordoalhas de cabos de aço. A durabilidade aproximada dos “estais” é de 100 anos. Em caso de acidentes, os estais poderão ser trocados, pois a estrutura do viaduto permite sua manutenção sem a necessidade de interdição da via para reparos. Figura 5 - Execução do tabuleiro 1.2. Sistema de protensão Em viadutos construídos nas seis últimas décadas enos quais há a existência de grandes vãos, com 50 ou 60 metros de largura, é possível notar os benefícios do concreto protendido. A protensão foi trazida por pesquisadores brasileiros imersos em tecnologias europeias e norte-americanas na década de 1950, com o objetivo de obter maiores vãos por meio da utilização de um sistema estrutural mais robusto. Diferente do concreto armado, cuja característica é a criação de fissuras e, na medida em que o concreto se fissura ele transfere uma carga de tração da peça para o aço de concreto armado o concreto protendido pode ser classificado como um estágio superior, onde é introduzido um estado prévio de tensões na estrutura. Ou seja, é um concreto que trabalha a compressão, o que faz com que ele tenha maior capacidade de resistência aos esforços de tração, já que ele fica previamente comprimido antes de receber as cargas as quais vai ser submetido. Em suma, é um processo que aumenta a capacidade de resistência da peça de concreto. Comparando-a ainda com o concreto armado, a finalidade da protensão é reagir contra uma ação natural da estrutura. E existem duas formas de alcançar esse resultado: fazendo o tensionamento dos cabos de aço antes da concretagem ou depois dela, o que se chama de pré-tensão e pós-tensão, respectivamente. Na pré- tensão, ou pré-tração, sistema bastante utilizado nas estruturas préfabricadas, todo o processo é feito em uma pista instalada no galpão da fábrica. Eduardo Barros Millen, presidente da Abece (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural) e sócio-diretor do escritório Zamarion e Millen Consultores em entrevista para o Anuário Abcic de 2011, explica que nesse sistema é feito um alongamento dos cabos de protensão em uma pista usualmente de 100 metros de comprimento. Lá, esse cabo é puxado por um macaco hidráulico e depois o concreto é lançado em cima do cabo já tensionado. Quando o concreto endurece, são cortadas as extremidades do cabo e ele funciona como um elástico, só que ao invés de voltar para a posição inicial (como um elástico faria), o fato de ele estar envolvido por concreto acaba o comprimindo. Já na pós-tensão ou pós-tração, bastante utilizada em pontes e viadutos, também é feito o tensionamento do concreto antes de ele receber as cargas para qual a peça foi projetada. “Só que colocamos o aço de protensão dentro da peça de concreto em um tubo, de maneira que o aço fique isolado do concreto”, adianta o engenheiro Eugenio Luiz Cauduro, da Cauduro Consultoria. Depois que tudo está na posição certa, são colocadas ancoragens nas extremidades do aço. Quando o concreto atinge a resistência desejada, é feito o tensionamento do aço com o uso de macacos hidráulicos nas extremidades. Esses equipamentos esticam o aço que está isolado dentro do concreto até a tensão desejada, quando o aço é solto e realiza uma força de compressão permanente sob o concreto. O processo de pós-tração prossegue de duas formas diferentes, segundo Cauduro. A primeira é com a utilização de bainha metálica, geralmente de grande diâmetro, na qual cabem diversas cordoalhas. Depois de toda a operação de póstensão realizada, como explicado acima, é injetado uma mistura de água com cimento, por meio de uma bomba especial, dentro do tubo metálico. Essa pasta preenche os vazios que existem entre a bainha e as cordoalhas, concebendo uma operação denominada como pós-tração com aderência posteriormente desenvolvida. Na segunda hipótese de pós-tração, em vez de ser utilizada uma bainha metálica, a própria cordoalha já vem de fábrica com a graxa e a capa, que protegem contra corrosão e fazem a vez da bainha. Como no caso anterior, nessa etapa é feito todo o processo de tensionamento do aço. Essa é a pós- tensão sem aderência, já que o aço nunca vai aderir ao concreto. 1.3.Vantagens O concreto protendido permite a obtenção de grandes vãos por suportar uma carga duas vezes maior do que o concreto armado, mesmo considerando a utilização de viga da mesma altura e em uma mesma área de construção. Ou, em outra configuração, é possível dimensionar viga protendida com a metade da altura, o que resulta em leveza da estrutura. Figura 6- Viga protendida Eduardo Millen, da Abece, avalia que a protensão só não vale muito a pena em vãos menores, ou em cargas pequenas, pois tem um custo relativamente maior do que o concreto armado. “Mas se a utilização é para vãos maiores, a economia e o rendimento justificam o investimento”, reitera. A Ponte do Galeão, no Rio de Janeiro, foi a primeira obra em concreto protendido nas Américas. E, desde lá, a adoção da tecnologia não parou de crescer, de Norte a sul do País. E motivos para a adoção em grande escala, segundo ele, não faltam nos mais diversos tipos de construções. Figura 7 - Detalhe dos estais Atualmente, o concreto protendido é amplamente utilizado em edificações, barragens para segurar comportas, pontes e viadutos de todos os tipos, pistas de aeroportos, piscinas, estações de tratamento de esgoto, reservatórios de água, silos, tirantes para contenção provisória ou definitiva, pré-fabricados de concreto, estacas para fundações, postes para redes de energia elétrica, vigotas para laje, pré-lajes, mourões, vigas, telhas, pisos industriais, entre diversas outras possibilidades. Figura 8 - Vista embaixo da ponte, detalhe do estais 1.4. Dados da obra Localização: bairro do Tatuapé, zona Leste de São Paulo Cliente/gerenciamento: Prefeitura do Município de São Paulo Construção: Construbase Engenharia Extensão: 122 m Extensão do trecho estaiado: 122 m Largura total: 20,3 m Maior vão livre: 61 m Altura do mastro: 43 m Pistas: duas duplas Faixas por pista: duas sentido Centro e duas sentido bairros Passeio de pedestres: 2 m de cada lado Volume de concreto: 4.500 m³ Aço e cordoalhas: 700 t CONCLUSÃO Com esse estudo foi possível entender melhor a disciplina de Pontes e Grande Estruturas, principalmente as aulas ministradas sobre vãos sucessivos, e mais alguns dos sistemas estudados em outras disciplinas como vigas protendidas. Estudo de grande acréscimo no conhecimento técnico. Referências Bibliográficas RODRIGUES, Gerson. Prefeito inaugura complexo viário Padre Adelino. Disponível em: <http://www.folhavp.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=712:pre feito-inaugura-complexo-viario-padre-adelino&catid=46:acontece-na- regiao&Itemid=125> Acesso em: 24 de outubro de 2018 LANDI, Vagner. Pontes Estaiadas, Complexo Viário Pe Adelino – Tatuapé. Disponível em: <https://engvagnerlandi.com/2011/10/02/pontes-estaiadas-complexo- viario-pe-adelino-%E2%80%93-tatuape/> Acesso em: 24 de outubro de 2018 PINNI. Viaduto estaiado com selas. Disponivel em: <http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/161/viaduto-estaiado-com-selas-pecas- especiais-utilizadas-em-estrutura-286724-1.aspx> Acesso em: 24 de outubro de 2018
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