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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Instituto de Ciências Biológicas; Departamento de Microbiologia. Curso Superior de Biomedicina AVALIAÇÃO PRÁTICA Mirela Cristina Soares Gasparini Fábio Antônio Gonçalves Da Silva Belo Horizonte 2014 Quando um profissional da área da saúde suspeita que uma doença seja causada por um agente infeccioso, analises de fluidos ou tecidos infectados são coletados e submetidas a analises microbiológicas. A amostra clinica deve apresentar o material do sitio real de infecção, sendo realizada sobre condições assépticas com método de coleta especifico, meio de transporte compatíveis com a suspeita do agente etiológico e tendo quantidade de material colhido suficiente para a execução das técnicas laboratoriais. Após a chegada da amostra ao laboratório ela deve ser cultivada em meios de cultura adequados para o crescimento bacteriano e deve ser purificada. Feito isso, começa-se a identificação do patógeno. A analise microscópica inicial começa com a coloração de Gram. As infecções urinárias são normalmente causadas por bactérias gram-negativas, mas também podem ser derivadas de Staphylococcus saprophyticus, uma bactéria gram-positiva. As bactérias gram-negativas possuem parede celular constituída por uma fina camada de peptídeoglicano e uma membrana externa de lipopolissacarideos (LPS). Em função dessa membrana externa esse tipo de microorganismo é descorado pelo álcool da coloração de Gram e em seguida se coram pela safranina, ficando rosadas ou avermelhadas. As bactérias gram positivas possuem uma camada grossa de peptideoglicano e ausência de membrana externa, sendo capazes de reter o corante inicial, o cristal violeta, durante todo o processo, e se apresentam roxas ao final da coloração. Apos a analise do grupo de microorganismo começa-se a identificação da espécie presente. Para Gram-positivos como o caso Staphylococcus saprophyticus a identificação começa com a prova da catalase, que separa o gênero Staphylococcus, catalase positivo, dos gêneros Streptococcus e Enterococcus, ambos catalase negativo. A prova é feita pingando uma gota de peroxido de hidrogênio em lamina contendo o isolado, e havendo formação de bolhas, a prova é positiva. Uma vez comprovada presença de catalase, e consequentemente, o gênero Staphylococcus, a diferenciação entre as espécies é feita. Para diferenciar as espécies de Staphylococcus são feitas três técnicas iniciais: A semeadura em placas de Ágar hipertônico Manitol, inoculação em plasma de coelho, e semeadura em placas de Ágar DNase. A reação positiva para todas as três técnicas – meio amarelo no ágar manitol, coagulação do plasma e formação de halo claro no ágar DNase – indicam a espécie S. aureus, não causadora de infecções urinarias. A reação negativa para as três técnicas leva ao teste da Novobiocina, um antibiótico. Se na placa em ágar Müeller-Hinton com o disco do antibiótico houver a formação do halo, o teste identifica S.saprophyticus, que é normalmente resistente a novobiocina. A ausência do halo indica outros tipos de Staphylococcus. A identificação de enterobactérias Gram-negativas começa com a semeadura em meio TSI, um meio de triagem utilizado para distinguir grupos de bacilos da família Enterobacteriaceae. O meio TSI baseia-se nas propriedades fisiológicas de fermentação da lactose, produção de gás e sulfeto de hidrogênio (H2S) de diferentes bactérias, e é feito por semeadura em superfície e semeadura em picada. A leitura dos resultados desse meio já nos dá um diagnostico presuntivo dos possíveis patógenos. A identificação definitiva das enterobacterias se da por uma serie de provas bioquímicas, que buscam primariamente detectar a presença ou ausência de diferentes enzimas presentes na bactéria, sua habilidade de fermentar diferentes carboidratos, entre outras características bacterianas. Uma vez identificado o microorganismo patogênico, o próximo passo é a escolha do antimicrobiano através do antibiograma. Como grande parte das bactérias patogênicas é capaz de expressar resistência a antimicrobianos, o objetivo primário do antibiograma é exatamente investigar a capacidade de resistência da bactéria a determinada droga, para a escolha do agente terapêutico mais adequado. O método utilizado é o de Kirby-Bauer, ou Difusão em Disco. A leitura do antibiograma é feita observando o diâmetro dos halos em volta dos discos de antimicrobianos, e baseando em tabelas já existentes é possível ver se o microorganismo em questão é sensível, resistente ou apresenta sensibilidade intermediaria. O antimicrobiano ideal para o tratamento será aquele ao qual a bactéria é mais sensível. REFERÊNCIAS Madigan, Michael T. ; Martinko, John M.; Dunlap, Paul V.; Clark, D. P. (2010). Microbiologia de Brock (12a ed.). Artmed. Apostila de Aulas Práticas Biomedicina, versão 2012, UFMG. http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/atm_racional/ modulo2/microbiologia2.htm http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/ modulo4/id_stre2.htm
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