Buscar

Prova Prática - Microbiologia

Prévia do material em texto

Universidade Federal de Minas Gerais 
Instituto de Ciências Biológicas 
Departamento de Microbiologia 
Curso de Biomedicina 
 
 
 
 
 
 
Avaliação Prática 
 
 
 
 
 
 
 
Nicole de Cássia Oliveira Paiva 
Thais Abdala Torres 
 
 
 
Belo Horizonte 
2014 
 
Quando um profissional de saúde deseja identificar o microrganismo causador de 
uma infecção urinária em um paciente, ele deve coletar uma amostra da urina do 
individuo em ambientes apropriados, ou seja, ambientes os quais seguem rotinas de 
limpeza e higienização que incluem desinfecção de superfícies e maior cuidado com 
assepsia. Além disso, devem ser utilizados para a coleta materiais estéreis para diminuir 
ao máximo a interferência de microrganismo externos na leitura da amostra, sendo que 
o profissional responsável pelo manuseio da amostra também deve tomar providencias 
para que ele não contamine a amostra, utilizando antissépticos como álcool em gel, 
entre outros, nas mãos antes e após coletar a urina. Em seguida serão feitas analises 
microbiológicas para a devida identificação do organismo causador da infecção 
Quando a amostra chega ao laboratório, vamos identificar primeiramente se a 
bactéria causadora da infecção é Gram positiva ou Gram negativa. Fazemos um 
esfregaço de uma gota de urina na lâmina, coramos pelo Método de Coloração de Gram 
e identificamos a forma e tipo de parede celular por microscopia óptica. As Bactérias 
Gram-positivas possuem parede celular constituída de muitas camadas de 
peptideoglicanos, formando uma estrutura espessa e rígida, já as bactérias Gram-
negativas possuem parede celular constituída de uma camada fina de peptideoglicanos 
e membrana celular externa rica em lipídeos. O mecanismo de coloração de Gram se 
baseia na diferença da parede celular desses grupos e á como seus componentes 
reagem com os reagentes adicionados, principalmente na etapa de descoloração. Em 
Gram-negativas, a adição do solvente orgânico dissolve a membrana externa e boa 
parte da camada de peptideoglicanos, descolorindo a célula e permitindo a penetração 
do contracorante e deixando-as róseas ou avermelhadas. Em Gram-positivas, a camada 
espessa de peptideoglicano não é dissolvida e mantém a coloração inicial do cristal-
violeta, que é roxa. 
Caso a bactéria seja gram-positiva, daremos prosseguimento ás análises para a 
identificação da espécie. Como há suspeita da ação da bactéria Gram positiva 
Staphylococcus saprophyticus nessa infecção, inicialmente semearemos um pouco da 
amostra de urina em uma placa que contendo o meio de cultura Ágar Manitol que, 
devido à alta concentração de sal presente neste, inibe o crescimento de outros micro-
organismos, mas não de bactérias do gênero Staphylococcus (entre outras bactérias 
como o S.aureus que não está presente urina), e o manitol presente servirá como fonte 
de carbono para as linhagens de S.saprophyticus, que fará a via fermentativa. O 
crescimento desse gênero de bactérias Gram positivas será evidenciado pela mudança 
de cor do meio de róseo para amarelo, indicando a fermentação do manitol e produção 
de ácido na presença de vermelho de fenol, um indicador de pH presente na constituição 
do meio. Caso haja crescimento de colônias, podemos assumir que a bactéria 
responsável pela infecção urinária é a Staphylococcus saprophyticus e assim 
conseguiremos quantificá-las (UFC: unidade formadora de colônia). 
Caso o microrganismo seja bacilo Gram-negativo continuaremos a identificação 
pela semeadura da urina em Ágar TSI seguido de incubação para o crescimento da 
cultura. Em Ágar TSI (Tríplice Açucar Ferro) avaliamos as propriedades fisiológicas dos 
microrganismos, incluindo fermentação de lactose e/ou sacarose, produção de ácidos, 
gás e sulfeto de hidrogênio (H2S). O meio TSI permite a triagem de um grande número 
desse bacilos Gram-negativos, mas não a identificação precisa. Para esta identificação é 
necessária uma série de provas bioquímicas que avaliam características físico-químicas. 
Nos três primeiros testes analisaremos a presença ou ausência de enzimas 
codificadas pela bactéria. O teste baseia-se na capacidade de redução de nitrato á 
nitrito, o segundo na capacidade de desaminação da fenilalanina, o terceiro na produção 
de urease que hidrolisa a uréia. Nos próximos três testes, será observado a habilidade 
de fermentar diversos carboidratos, que são lactose, glicose e manitol. Em seguido, á 
avaliado a produção de lisina descarboxilase que atua sobre a porção carboxila de 
lisinas. O próximo teste é o do Malonato, que determina a capacidade de uma bactéria 
utilizar malonato como única fonte de carbono, alcalinizando o meio. Na sequência 
temos a prova do Meio Sim em que analisamos a motilidade bacteriana, a degradação 
do metabolismo de triptofano e de compostos contendo enxofre. Por fim, temos um teste 
que detecta a metabolização do citrato. 
Agora, com a bactéria identificada faremos a escolha da droga a ser utilizada no 
tratamento. Inicialmente faremos uma triagem das drogas que agem melhor em 
bactérias gram-positivos e bactérias gram-negativos, em seguida selecionamos os 
antimicrobianos que podem agir sobre essas bactérias e então fazemos um 
antibiograma. O método de Kirby-Bauer, também denominado Difusão em Disco, 
baseia-se no fato de que antimicrobianos impregnados em discos de papel difundem-se 
no ágar, criando em torno do disco, um gradiente decrescente de concentração da 
droga. O teste permite classificar as bactérias como sensíveis, com sensibilidade 
intermediária ou resistente aos antimicrobianos pelo tamanho do diâmetro do halo de 
inibição do crescimento bacteriano. Com o resultado do antibiograma escolhemos a 
droga e inicia-se o tratamento. 
 
Bibliografia 
 http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/livro_coleta_biologica2013.pdf 
 Microbiologia - 10ª Ed. Case, Christine L.Funke, Berdell R.Tortora, Gerard J. 
 Apostila de Aulas Práticas de Biomedicina, Dep. Microbiologia, ICB, UFMG, 
Versão 2012.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes