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Ato infracional e sua apuração

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA
 INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
 CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
BEATRIZ MOURA PINHO
ÍCARO VITÓRIO VIANA BRAGA
NATHALIA VASCONCELOS ALMEIDA
TRABALHO ACADÊMICO: O ATO INFRACIONAL E SUA APURAÇÃO
Boa Vista – RR
2018
BEATRIZ MOURA PINHO
ÍCARO VITÓRIO VIANA BRAGA
NATHALIA VASCONCELOS ALMEIDA
TRABALHO ACADÊMICO: O ATO INFRACIONAL E SUA APURAÇÃO
Resumo apresentado como pré-requisito para obtenção de nota na disciplina de Direito da Criança e do Adolescente do curso de Bacharelado em Direito do Departamento de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Roraima.
Professor: Mauro do Nascimento Campello.
Boa Vista – RR
2018
		INTRODUÇÃO
Este trabalho tem o intuito de informar e debater questões acerca do Ato infracional bem como sua apuração. Este ato faz referência à conduta tipificada dor menor, este é penalmente inimputável e está sujeito às medidas conhecidas no Estatuto da Criança e do Adolescente.
 Ademais, o trabalho também tem como objetivo esclarecer a forma de apuração do Ato infracional, a idade é levada em consideração, se o delito for cometido por criança menor de doze anos difere-se a aplicação da sanção para crianças acima dessa idade.
As medidas socioeducativas estão previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente Lei 8.069/90. É considerado ato infracional todo fato típico, descrito como crime ou contravenção penal. A doutrina se divide segundo qual teoria o ECA teria acolhido. O ato infracional só existe se àquela conduta corresponder a uma hipótese legal que determine sanções ao seu autor. 
Ato infracional
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), visando efetivar a doutrina da proteção integral e melhor interesse da criança, criou o chamado ato infracional, o que seria um equivalente, para os incapazes em virtude da idade, para os delitos e crimes imputados aos maiores de 18 anos.
É, portanto, o ato condenável, típico, seja por desrespeito às leis, à ordem pública, aos direitos do cidadão ou ao patrimônio, cometido por crianças e adolescentes. Ressalta-se que, por ter a natureza de criar uma sanção aos infrator, só será considerado ato infracional o que for taxado legalmente, como consta no Art. 103 do ECA: “Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal”.
Diferencia, também, o estatuto legal dos menores, quanto à idade, os efeitos que a infração do menor pode produzir. Para crianças até 12 anos, aplicam-se medidas de proteção (Art. 101 ECA), com competência dada ao conselho tutelar, Já quanto ao adolescente, maior de 12 anos, a infração deve ser aferida pela Delegacia da criança e do adolescente e a este poderão ser aplicadas medidas sócio-educativas (Art. 112 CC).
Apuração do ato infracional
Antes de poderem ser aplicadas as medidas sócio-educativas, deve-se apurar o ato, por meio de um procedimento próprio, regulado pelos artigos 171 a 190 do ECA, em observância aos princípios processuais, como o contraditório, ampla defesa e devido processo legal.
Tem como finalidade, não a aplicação da sanção estatal, mas a proteção integral da criança e do adolescente, vistos como seres em desenvolvimento. Destaca-se pois que, mesmo comprovada a autoria do fato, não há obrigatoriedade de aplicação das medidas, que são utilizadas como ultima ratio.
Por ter um caráter de exclusividade de aplicação ao menor, o procedimento é marcado pela celeridade, concluindo-se mais rápido que os da seara exclusivamente penal, prioridade, ao menor é assegurado prioridade de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública (Art. 4º ECA).
É obrigatório que tenham, os procedimentos para apuração de ato infracional do menor, capa ou tarja que os distingua dos demais, e devem tramitar de forma preferencial mesmo em relação à processos que envolvam réus presos. Contudo, podem ser aplicadas, em caráter subsidiário, a essa apuração, as normas gerais contidas no Código de Processo Penal, caso haja ausência expressa do ECA (Art. 152 ECA).
É determinada competência do julgamento para o Juiz da Infância e da Juventude do local da ação ou omissão.
Como consta nos Art. 114 e 189 do ECA, para que se imponham as medidas sócio-educativas é imprescindível a comprovação de autoria e materialidade da infração, sendo insuficiente a mera confissão do menor.[1: 	-Súmula nº 342 STJ: “No procedimento para aplicação de medida sócio educativa, é nula a desistência de outras provas em face da confissão do adolescente”]
Procedimento de apuração do ato infracional
O adolescente apreendido em flagrante deve ter seus direitos cientificados pela autoridade que o prendeu, em respeito ao Art. 106, parágrafo único, do ECA, encaminhado para autoridade competente e com comunicação ao juiz da infância e da juventude e sua família ou pessoa por ele indicada.
Caso a autoridade que deu o flagrante não notifique o judiciário, família ou pessoa indicada pelo menor, cometerá crime na forma do Art. 231 ECA. Como também é ilícito à autoridade proceder à apreensão da criança sem flagrante ou sem ordem escrita e fundamentada do judiciário Art. 230 ECA.
Em caso de ato infracional praticado com violência ou grave ameaça, devem ser apurados os fatos para comprovação de materialidade após lavrado o auto de apreensão. Atos de natureza leve pedem somente boletim de ocorrência circunstanciado (Art. 173 ECA).
Deverá ocorrer liberação do adolescente, após o comparecimento dos pais e assinatura de termo de compromisso de apresentação ao MP, desde que o caso não comporte internação provisória, pois a prisão em flagrante não é fato suficiente para manter privado o menor.
O decreto de internação provisória só é possível, imediatamente, caso o ato tenha sido grave, tido grande repercussão, afete a garantia de segurança do menor ou ponha em risco a manutenção da ordem pública. E é cabível caso não seja possível apresentar imediatamente o menor ao MP.
Ressalta-se ainda que o ECA, com o escopo de evitar constrangimentos ou por em risco a integridade física ou mental do menor (Art. 178 ECA), proibiu o transporte deste em camburões e recomendou o uso de algemas somente quando a situação fática prover real justificativa. Caso a autoridade atente contra a dignidade do menor, constrangendo-o além do necessário, responderá por crime (Art. 232 ECA).[2: 	-Súmula vinculante nº 8 do STF]
Caso após liberado, o adolescente não compareça na data designada para a oitiva formal, notificará, o MP, os pais ou responsável para apresentação daquele e, caso persista ausência, expedirá ordem de condução coercitiva.
Após a oitiva formal realizada com todas as peças autuadas no cartório e com certidão de antecedentes, verificados a conduta social, familiar e pessoal do menor, terá o MP duas alternativas.
Pode agir para o arquivamento, caso o fato seja atípico, a autoria não seja do adolescente ou se a pessoa tem mais de 21 anos ao tempo da oitiva informal. Ou para a representação caso seja deduzida a pretensão socioeducativa em juízo pelo MP, que é pública e incondicionada (Art. 182 ECA).
A representação socioeducativa assemelhasse à denúncia-crime do direito penal, tendo inclusive uma espécie de remissão. Porém, com o intuito de dar celeridade ao processo, não exige prova pré-constituída de autoria e materialidade da infração ao seu oferecimento.
A remissão presente no procedimento do ECA é singular e opera-se de duas formas, caso o MP a conceda. Pode ser em modalidade de perdão puro e simples, dispensando a aceitação do adolescente, ou vir acompanhada de medida socioeducativa não privativa de liberdade.
Após o arquivamento ou concessão de remissão, os atos deverão ser encaminhados para a autoridade judiciária para a homologação. Mesmo com apreensão em flagrante do menor, após esses atos ou se não estiverem presentes os elementos que autorizam o decreto da internação provisória, ou que apontem para a necessidade imperiosada medida, poderá o MP entregar o adolescente diretamente aos pais, independentemente de ordem judicial.
Em caso de discordância por parte do juiz da remissão, medida ajustada ou arquivamento, deverá a autoridade judiciária encaminhar os autos, mediante despacho fundamentado ao Procurador-Geral de Justiça, que oferecerá representação e designará outro membro do MP para fazer ou ratificar o arquivamento ou remissão, que agora obriga o juiz a homologar.
Uma vez oferecida e formalmente recebida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação, com a notificação do adolescente e seus pais ou responsável, para que compareçam acompanhados de advogado. Caso não tenha advogado constituído, a autoridade judiciária deve nomear lhe um defensor. O advogado constituído ou nomeado deverá apresentar defesa prévia no prazo de 3 dias.
Em caso de não localização dos pais ou responsável, deve ser designado curador especial ao adolescente (Art. 184 §2º ECA). Se o adolescente não for localizado, expede-se mandado de busca e apreensão e suspende-se o processo até sua localização.
Estando apreendido o adolescente, deve ponderar o juiz se ele deverá ou não permanecer em internação provisória. Ressalta-se que o prazo máximo para permanência em estabelecimento prisional, enquanto aguarda a remoção para estabelecimento adequado é de 5 dias.
Comparecendo o adolescente e seus pais ou responsáveis, serão colhidas as declarações de todos, mas não se deve confundir a audiência de apresentação com um mero interrogatório. Aqui, após ouvido o MP, o juiz poderá conceder o perdão judicial.
Não concedida a remissão, o juiz designará audiência em continuação, podendo determinar diligências de estudo psicossocial, indispensável no caso de aplicação de medida privativa de liberdade.
Na audiência de continuação, são ouvidas as testemunhas da representação, da defesa prévia, juntado o relatório do estudo psicossocial, dando-se a palavra para o MP e o advogado para as razões finais orais, por 20 minutos, prorrogáveis por mais 10, decidindo em seguida o magistrado.
Estando o adolescente em internação provisória, o prazo máximo para a conclusão de todo o procedimento, sendo este improrrogável, será de 45 dias, computado da data da apreensão (Arts. 108, caput, e 183 ECA).
Medidas socioeducativas
Constituem uma resposta estatal, aplicada pela autoridade judiciária, ao adolescente que cometeu o ato infracional. Possuem aspectos sanatórios e coercitivos, mas estendem-se para além deles, com o escopo de transformar as condições subjetivas e objetivas correlacionadas à prática de ato infracional.
Constituem medidas socioeducativas em espécie:
A advertência conta com registros desde o Código de menores de 1927, e é constituída pela admoestação verbal que será reduzida a termo e assinada. Seu propósito é alertar o adolescente e seus genitores ou responsáveis para o risco do envolvimento no ato infracional. É aplicada sempre que houver provas da materialidade da infração e autoria (Art. 114, parágrafo único ECA).
Caso o ato infracional tenha reflexos patrimoniais, poderá a autoridade judiciária aplicar a medida presente no Art. 116 do ECA, a reparação de danos. Determina, portanto, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano ou, por outra forma, compense a vítima. Ocorrendo manifesta impossibilidade de o adolescente reparar o dano, poderá o juiz aplicar medida mais adequada, de modo a evitar a responsabilização inadequada dos pais.
A prestação de serviços comunitários pelo prazo não excedente à seis meses, prevista no Art. 112, III e disciplinada pelo 117 e seu parágrafo único, é uma medida que divide opiniões na doutrina. Consiste na atuação do menor, de forma gratuita, como funcionário em serviços públicos ou de relevância pública, governamentais ou não, estaduais ou municipais. O sucesso da medida depende do apoio que a comunidade der ao judiciário, deixando seus preconceitos de lado e possibilitando seu uso como instrumento pedagógico.
A liberdade assistida (Art. 118 ECA), é uma medida que consiste em submeter o menor, após entregue aos pais ou responsáveis, ou após liberação do internato, à assistência com o fim de impedir a reincidência e obter a certeza da reeducação. A ideia dessa medida é manter o menor infrator no seu meio familiar, de forma que fique integrado à sociedade com o apoio dos seus entes queridos e sobre a supervisão judiciária. Tem um prazo mínimo de seis meses, podendo ser prorrogada ou substituída por outra medida.
Como início ou forma de progressão do menor ao meio aberto, é admissível a semiliberdade, medida que comporta o exercício de atividades externas sem a autorização do judiciário. Não tem prazo determinado e assemelha-se ao instituto da liberdade condicional do Direito Penal, ao passo que constitui um período de transição da internação à liberdade.
Já a internação, é a medida socioeducativa mais grave a ser prevista no ECA. É uma medida privativa de liberdade que deve ser aplicada somente aos casos mais graves, em caráter excepcional e com observância do devido processo legal. É regida pelos princípios da brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar das pessoas em desenvolvimento.
CONCLUSÃO
Tendo acima, em síntese, o conceito, a previsão legal, algumas jurisprudências e assuntos correlatos à pratica de crime ou contravenção penal que, por serem praticados por menores de 18 (dezoito) anos passa a se chamar ato infracional e a ser regido pela Lei 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente, verificamos a inteligência do legislador em prever a prática de delitos por pessoas que, por força de Lei são inimputáveis.
Porém devemos salientar que O ECA, a dispor sobre a proteção integral à criança e ao adolescente, dada a sua relevância teórica e prática, merece maior atenção da sociedade, do próprio Estado e dos trabalhadores jurídicos, até para que se possa diminuir o enorme abismo existente entre a grandiosidade das promessas e a miséria da realização, efetivaçã e concretização de direitos no Brasil.
	
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Estatuto da Criança e do Adolescente: Doutrina e Jurisprudência. Válter Kenshi Ishida – 18. ed. rev. Ampl e atual. - Salvador: JusPODIVM, 2017.
Procedimento para apuração do Ato Infracional. Disponível em: < http://www.crianca.mppr.mp.br/pagina-1661.html >. Acesso em: 6 de Julho de 2018.
Criança e o Adolescente: o Ato Infracional e as medidas socioeducativas. Disponível em: < http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11414 >. Acesso em: 6 de julho de 2018.
ECA – ato infracional e medidas socioeducativas. Disponível em: < https://danieldecamargo.jusbrasil.com.br/artigos/121942802/eca-ato-infracional-e-medidas-socioeducativas >. Acesso em: 5 de Julho de 2018.
O procedimento do ato infracional. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/52962/o-procedimento-do-ato-infracional >. Acesso em: 5 de Julho de 2018.

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