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+3 TVP ou TEP prévios +1,5 FC > 100 bpm +1,5 Imobilização por mais de 2 dias ou cirurgia nas últimas 4 semanas +1,5 Hemoptise +1 Câncer (atual ou tratado nos últimos 6 meses) +1 TEP PROVÁVEL > 4 TEP IMPROVÁVEL 4 Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 55 Algorritmo para Diagnóstico do TEP D-dímero. Exame de especificidade baixa (35 a 45%), uma vez que níveis de D-dímero também são elevados em pacientes com infarto do miocárdio, pneumonia, insuficiência cardíaca ou câncer e nos pacientes submetidos a cirurgias. Contudo, o mesmo apresenta elevada sensibilidade (> 95%). Desta forma, um teste negativo praticamente descarta TEP, exceto se houver alta probabilidade clínica. Angiotomografia. A tomografia computadorizada helicoidal pulmonar com contraste revolucionou o manejo diagnóstico da embolia pulmonar. Não há mais dúvida que a angiotomografia de tórax é muito melhor que a cintilografia para investigação de TEP devido a maior sensibilidade e especificidade, além de permitir uma melhor avaliação das outras doenças que simulam TEP e a visualização direta do êmbolo. Suspeita de TEP Hemodinâmica Estável Probabilidade clínica baixa (escore de Wells < 2) ou intermediária (escore de Wells entre 2 a 6) D-dímero Normal Afastado TEP Elevado Probabilidade clínica alta (escore de Wells > 6) Angiotomografia TEP afastado TEP confirmado Hemodinâmica Instável Paciente não necessita cuidados intensivos Paciente necessita cuidados intensivos + probabilidade clínica alta Ecocardiograma transtorácico ou transesofágico Disfunção ventricular direita Ausência de disfunção ventricular direita Procurar diagnóstico alternativo Suspeita de TEP: Dispneia nova ou agravada, dor torácica ou hipotensão sem outra causa óbvia. Instabilidade hemodinâmica: Choque ou PAS < 90 mmHg (na ausência de arritmias, hipovolemia ou sepse). Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 56 Cintilografia pulmonar de ventilação-perfusão. Alternativa nos casos em que a angiotomografia não esteja disponível ou nos pacientes com insuficiência renal ou alergia ao contraste. Angiografia pulmonar convencional. A angiografia pulmonar convencional permanece o padrão de ouro para comparação dos outros exames diagnósticos. Ultrassonografia doppler de membros inferiores. Estudos de autópsia em doentes com TEP mostraram que 90% têm trombose venosa profunda. Por isso, é razoável que em um doente com suspeita de TEP se faça um doppler de MMII, o qual caso positivo implica um diagnóstico de TVP e, portanto, está indicado anticoagulação e não há necessidade de exames adicionais. Entretanto, se o doppler for negativo, não exclui TEP e há necessidade de exames adicionais. Ecocardiograma. Aproximadamente 40% dos pacientes com embolia pulmonar têm anormalidades do ventrículo direito ao ecocardiograma. O ecocardiograma transtorácico pode ajudar a identificar sinais de sobrecarga ventricular direita (dilatação, hipocinesia, regurgitação tricúspide) como também infarto do miocárdio, dissecção da aorta ou tamponamento pericárdico que pode imitar embolia pulmonar. Um ecocardiograma que mostra hipocinesia do ventrículo direito combinado com achados positivos na ultrassonografia dos membros inferiores é virtualmente patognomônica de embolia pulmonar. TRATAMENTO Pacientes hemodinâmicamente instáveis Trombólise: para embolia pulmonar volumosa, manifestada por choque cardiogênico ou instabilidade hemodinâmica franca. Administrar trombolíticos até 14 dias após o evento. Uso de trombolíticos na embolia sub-maciça, isto é, embolia pulmonar causando dilatação e hipocinesia ventricular direita sem hipotensão sistêmica, é controverso. Não há comprovação da superioridade de um trombolítico sobre os demais Estreptoquinase (Streptase) Apresentação: frasco-ampola com 250.000 UI, 750.000 UI ou 1.500.000 UI. Posologia: 1.500.000 UI EV em 2 horas ou 250.000 UI EV em 30 a 60 minutos mais 100.000 UI/hora EV por 24 a 72 horas. Pode ser diluído em SF ou SG. Fator ativador do plasminogênio tecidual recombinante – rt-PA (Actilyse) Apresentação: frasco-ampola com 50 mg de alteplase, acompanhado de frasco-ampola com 50 ml de diluente. Posologia: 100 mg EV por 2 horas ou 10mg em bolus e o restante administrado em 1 a 2 horas em veia periférica. Após a terapia trombolítica, deve ser iniciada a heparinização sistêmica, seguida de anticoagulação oral. Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 57 COMPLICAÇÕES HEMORRÁGICAS DA TERAPIA TROMBOLÍTICA A complicação mais importante da terapia trombolítica é a hemorragia intracraniana, embora a mesma tenha sido relatada em menos de 1% dos pacientes nos estudos clínicos em cerca de 3% dos pacientes em grandes casuísticas. Outras complicações incluem hemorragia retroperitoneal e gastrointestinal e sangramento de feridas cirúrgicas ou locais de procedimentos invasivos recentes. Nas complicações hemorrágicas graves deve-se utilizar 10 unidades de crioprecipitado (rico em fibrinogênio e fator VIII), elevando-se os níveis de fibrinogênio acima de 70 a 100 mg% e do fator VIII em 30%. Se o sangramento continuar ativo, a administração de plasma fresco congelado (rico em fatores V, VIII, alfa-2-antiplasmina, fibrinogênio e outros fatores) pode ser necessária, seguido de plaquetas e concentrado de hemácias. Se intervenção agressiva for necessária em pacientes nos quais a trombólise é contra-indicada ou sem sucesso, deveriam ser considerados a embolectomia através de cateter transvenoso ou embolectomia cirúrgica. Pacientes hemodinâmicamente estáveis Heparina: tratamento do TEP em doente hemodinamicamente estável e sem disfunção de ventrículo direito. HEPARINAS DE BAIXO PESO MOLECULAR (HBPM) Opção preferencial devido a: Ausência de necessidade de uso de bomba de infusão Ausência da necessidade de monitoração com TTPA Menor incidência de plaquetopenia induzida pela heparina Enoxaparina (Clexane): 1 mg/kg a cada 12 horas ou 1,5 mg/kg SC uma vez ao dia; máximo 180 mg/dia. Na ocorrência de sangramento grave, utiliza-se o plasma fresco congelado. HEPARINA NÃO FRACIONADA Usar nas seguintes situações: Pacientes com disfunção renal severa (clearance da creatinina <30 mL/minuto), uma vez que não é eliminada pelos rins como as HBPM. Também é a droga de escolha nos pacientes com um risco aumentado de sangramento (devido a sua meia-vida curta e à reversibilidade de seus efeitos anticoagulantes): Pacientes com diátese hemorrágica congênita ou adquirida Pacientes com doença gastrointestinal ulcerativa ou angiodisplásica ativas AVC hemorrágico recente Cirurgias neurológica, da coluna vertebral ou oftalmológica recentes Endocardite bacteriana Retinopatia diabética Preparo da solução de heparina: 20.000 unidades em SF0,9% ou SG5% 500ml (40 unidades/mL). Dose inicial: 80 unidades/kg (calcular pelo peso corporal ideal) EV em bolus. Em geral, utiliza-se 5000 U. Iniciar infusão EV contínua de heparina a 18 unidades/kg/hora. Não exceder 1600 U/hora, usualmente 1000 a 1250 UI/hora). Solicitar TTPA, TAP e contagem de plaquetas antes de iniciar heparina. Posteriormente, TTPA cada 6 horas e contagem de plaquetas a cada 3 dias. Objetivar TTPA 1,5 a 2,5 vezes o controle. Iniciar varfarina no segundo dia após início da heparina endovenosa. TAP diário após