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Aula 62 Direito Constitucional Aula 05

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DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ 
PROFESSOR FREDERICO DIAS 
 
Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 1
Aula 5 – Poder Legislativo. Processo legislativo. Fiscalização contábil, 
financeira e orçamentária. Tribunal de Contas da União. 
Seja bem-vindo(a) à quinta aula do nosso curso de exercícios para o concurso 
do STJ. 
Já vimos como se organiza o Estado brasileiro, já vimos os princípios 
fundamentais que regem esse Estado, bem como quais são os direitos e 
garantias assegurados ao indivíduo para que ele possa viver sob o nosso 
ordenamento jurídico. 
Já falamos também sobre o modo de relacionamento entre os Poderes 
estatais: Legislativo, Executivo e Judiciário. Agora, resta estudar cada um 
desses poderes. Hoje, a gente começa com o Poder Legislativo. 
Posteriormente, veremos os demais poderes. 
Então, hoje, nós estudaremos o poder que tem como funções típicas a 
elaboração das leis e a fiscalização do Poder Público. Quais as normas 
constitucionais regem esse poder? Como se dá a elaboração de leis (ordinárias, 
complementares, medidas provisórias etc.)? Como a nossa Constituição se 
mantém atualizada apesar da evolução da sociedade? Quais são as regras 
relativas à fiscalização do Poder Público, especialmente no que se refere às 
Comissões Parlamentares de Inquérito (as famosas CPIs)? 
Vamos ver tudo isso? Sim, vamos. Mas orientados por questões do Cespe. 
Antes de começar, vejamos um aspecto importante e atual. É que no dia 29 de 
março foi aprovada a Emenda Constitucional 69/2012. E o que fez a referida 
emenda? Ela transferiu da União para o Distrito Federal as atribuições 
de organizar e manter a Defensoria Pública do Distrito Federal. 
Portanto, a referida emenda altera o art. 21 (que trata das competências 
exclusivas da União), o art. 22 (que trata das competências privativas da 
União) e o art. 48 (que trata das competências do Congresso Nacional que são 
exercidas com a sanção do Presidente da República). Guarde esse detalhe. 
Visto isso, vamos à aula. Espero que o curso esteja agradando. Boa aula, bons 
estudos! 
Poder Legislativo: estrutura, funcionamento e atribuições. Comissões 
Parlamentares de Inquérito. 
Objetivamente, lembre-se de que: 
I) o Poder Legislativo federal é bicameral: Câmara dos Deputados 
(representantes do povo, eleitos pelo sistema proporcional) e Senado Federal 
(representantes dos Estados, eleitos pelo princípio majoritário); 
II) as competências da Câmara e do Senado são exercidas mediante resolução, 
sem a sanção presidencial; 
III) dentre as competências da Câmara, vale memorizar: (i) autorização para a 
instauração de processo contra o Presidente, o Vice-Presidente e os Ministros 
de Estado (CF, art. 51, I); e (ii) tomada de contas do Presidente da República, 
DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ 
PROFESSOR FREDERICO DIAS 
 
Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 2
quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após 
a abertura da sessão legislativa (CF, art. 51, II); 
IV) as competências do Congresso Nacional estão previstas no art. 48 
(exercidas mediante lei, com sanção presidencial) e no art. 49 (exercidas por 
meio da edição de decreto legislativo, sem a sanção presidencial); 
V) a prerrogativa de foro dos parlamentares inicia-se após a diplomação, mas 
abrange crimes cometidos anteriormente; 
VI) a imunidade formal quanto ao processo não mais exige autorização para 
que o STF processe o parlamentar; essa imunidade consiste na possibilidade 
de sustação do processo relativo a crimes cometidos após a diplomação; 
VII) a imunidade material dos parlamentares aplica-se: (i) dentro do recinto do 
Congresso; e (ii) fora do recinto do Congresso, se tiver relação com o exercício 
da atividade parlamentar; 
VIII) CPIs são exemplos da aplicação do sistema de freios e contrapesos, e não 
podem determinar medidas protegidas por reserva de jurisdição (violação de 
domicílio, interceptação telefônica; prisão etc.). 
Por fim, não deixe de conhecer os entendimentos do STF relativos às CPIs 
apresentados nos esquemas desta parte da aula. 
Um detalhe a mais agora (que pode fazer a diferença na sua prova). 
Imagine se caísse a seguinte questão: 
“Compete ao Congresso Nacional dispor sobre organização administrativa, 
judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos 
Territórios e organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria 
Pública do Distrito Federal.” 
E aí, certo ou errado? 
Se você teve dúvidas, veja o novo inciso IX do art. 48 da CF/88. Com a nova 
emenda, a redação fica: 
“Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da 
República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor 
sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: 
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da 
Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do 
Ministério Público do Distrito Federal” 
Ou seja, a questão estaria errada! Na verdade, ela estaria desatualizada, uma 
vez que não compete mais à União organizar a Defensoria Pública do 
DF. Portanto, foi alterada essa competência do Congresso Nacional. E você 
sabe como as bancas adoram novidades... Portanto, fique atento! 
Vamos às questões? 
1. (CESPE/TECNICO/TRE/ES/2011) O Poder Legislativo federal é bicameral e 
exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal. 
DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ 
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Ótima questão para começar a aula, bastante introdutória mesmo... 
A assertiva está de acordo com o art. 44 da Constituição: 
“O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal.” 
Essa ideia de bicameral decorre exatamente do fato de que, em âmbito 
federal, o Poder legislativo é composto por duas câmaras, duas Casas: Câmara 
dos Deputados e Senado Federal. 
Observe dois detalhes: 
I) a fim de tornar rigorosamente correta a questão, o Cespe tomou o cuidado 
de mencionar o Poder Legislativo federal. Afinal, o legislativo estadual e o 
legislativo municipal são unicamerais; 
II) esse dispositivo constitucional pode ser utilizado para responder uma 
questão te pergunte se o TCU integra o Poder Legislativo; observe que, no art. 
44, a Constituição apresenta o Poder Legislativo sem mencionar o TCU. 
Item certo. 
2. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/RO/2010) O Senado 
Federal compõe-se de três representantes de cada estado e do DF, com 
mandato de oito anos, eleitos segundo o princípio proporcional, sendo os 
representantes renovados de quatro em quatro anos, de forma alternada, 
por um e dois terços. 
Vimos que o Poder legislativo é composto por Câmara e Senado. 
De fato, o Senado Federal constitui-se de representação dos estados, em 
número de três senadores por estado (e três do Distrito Federal), eleitos para 
mandato de 8 anos (CF, art. 46, § 1°). 
Nos termos do § 2º do art. 46 da CF/88, a representação de cada Estado e do 
Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, 
alternadamente, por um e dois terços. 
Isso significa que, numa eleição, trocam-se dois terços do Senado (ocorre 
naquela eleição em que cada um de nós deve votar em dois senadores, 
lembra?); na outra eleição, troca-se um terço do Senado (na eleição em que 
escolhemos apenas um senador). 
Entretanto, a assertiva está errada, pois os senadores serão eleitos segundo o 
princípio majoritário simples (CF, art. 46, caput). Ou seja, são eleitos os 
candidatos mais votados para as vagas existentes, sem a ocorrência de 
segundo turno. 
Cabe destacar que, ao contrário dos senadores, os deputadosfederais serão 
eleitos segundo o sistema proporcional (CF, art. 45, caput). 
E o Presidente e Governador? Pelo sistema majoritário de dois turnos. 
Item errado. 
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3. (CESPE/PROMOTOR/MPE-SE/2010) O número total de deputados por 
estado é estabelecido em resolução do TSE, proporcionalmente à 
população, com os ajustes necessários no ano anterior às eleições. 
Segundo o art. 45, § 1º, da CF/88, o número total de Deputados (bem como a 
representação por Estado e pelo DF) será estabelecido por lei complementar, 
proporcionalmente à população. Os ajustes necessários serão realizados no 
ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação 
tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados. 
Os deputados são eleitos pelo sistema proporcional para mandatos de 4 
anos. 
Dizer que o sistema é proporcional significa afirmar que o número de 
deputados eleitos por determinado partido ou coligação depende da 
quantidade de votos que ele (o partido ou a coligação) recebe como um todo. 
É por isso que, em todas as eleições, vemos candidatos com muitos votos 
“carregarem consigo” outros candidatos bem menos votados. Por que isso 
ocorre? Porque, às vezes, só um candidato como o Tiririca, por exemplo, traz 
para seu partido uma quantidade de votos capaz de eleger dois ou três 
candidatos, que acabam tornando-se deputados (independentemente de terem 
recebido, eles próprios, uma quantidade insuficiente de votos). 
Item errado. 
4. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª 
REGIÃO/2008) Compete ao Congresso Nacional fixar os subsídios dos 
ministros de Estado, não havendo necessidade de que a norma seja 
sancionada pelo presidente da República. 
As matérias de competência dos órgãos do Poder Legislativo estão 
expressamente previstas na Constituição. As competências do Congresso estão 
expressas no art. 48 (em regra, exercidas mediante lei ordinária ou 
complementar, com sanção presidencial) e no art. 49 (exercidas mediante a 
edição de decreto legislativo, sem sanção presidencial). Já o art. 51 apresenta 
as competências da Câmara e o art. 52 apresenta as matérias de competência 
privativa do Senado Federal. 
De fato, compete ao Congresso Nacional fixar os subsídios do Presidente e do 
Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado. Como se trata de 
competência exclusiva do Congresso Nacional (CF, art. 49, VIII) é exercida por 
meio de decreto legislativo, que não se submete à sanção do Presidente da 
República. 
Cabe mencionar que o decreto legislativo é uma das espécies normativas 
primárias (mesma hierarquia das leis), integrante do nosso processo legislativo 
(CF, art. 59, VI). 
Item certo. 
5. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) As matérias de competência 
privativa do Senado Federal não dependem de sanção presidencial e se 
materializam por meio de decreto legislativo. 
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As matérias de competência privativa do Senado Federal estão previstas no 
art. 52 da CF/88 e não dependem de sanção presidencial. 
Significa dizer que as matérias de competência privativa do Senado são 
promulgadas pela presidência da sua mesa, sem participação nem do 
Presidente da República, nem mesmo da Câmara dos Deputados. 
Todavia, a questão está errada, pois essas matérias são disciplinadas por meio 
de resolução, e não por meio de decreto legislativo. 
Tanto a Câmara, quanto o Senado e editam resoluções para tratar de matérias 
de sua competência privativa – arts. 51 e 52, respectivamente. 
Já o decreto legislativo é ato privativo do Congresso Nacional (enquanto o 
Senado e a Câmara só expedem resoluções, o Congresso Nacional edita não 
só resoluções como também decretos legislativos). 
No âmbito estadual, a Assembléia Legislativa também expede decreto 
legislativo, o mesmo ocorrendo com a Câmara Municipal, no âmbito municipal. 
Por fim, vale ressaltar que essas espécies normativas (resolução e decreto 
legislativo) têm a mesma hierarquia das leis ordinárias. 
Item errado. 
6. (CESPE/TECNICO/TRE/ES/2011) Compete privativamente ao Senado 
Federal proceder à tomada de contas do presidente da República, quando 
não apresentadas ao Congresso Nacional no prazo de sessenta dias após a 
abertura da sessão legislativa. 
Olha, o Cespe vai tentar te confundir, por exemplo, atribuindo ao Senado uma 
competência da Câmara dos Deputados. Ou, da mesma forma, afirmando 
haver a fase de sanção/veto em alguma das competências do art. 49 da 
CF/88. Não caia nessa! 
Em primeiro lugar, eu não posso admitir que você confunda competências da 
Câmara e competências do Senado. Pegue sua Constituição e acompanhe 
comigo. 
No caso da Câmara dos Deputados fica fácil, pois são pouquíssimas 
competências expressas no art. 51 (disciplinadas via resolução, sem sanção 
presidencial). Portanto, é importante você memorizar estas duas: autorizar a 
instauração de processo contra o Presidente, o Vice-Presidente e os Ministros 
de Estado (CF, art. 51, I); e proceder à tomada de contas do Presidente da 
República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de 
sessenta dias após a abertura da sessão legislativa (CF, art. 51, II). Pronto! 
Você só precisa saber isso. 
As competências privativas do Senado estão dispostas no art. 52, são bem 
mais numerosas que as competências da Câmara e também são disciplinadas 
por resolução da Casa (espécie normativa que não exige sanção presidencial 
e nem participação da Câmara dos Deputados). 
Dentre as competências do Senado mais cobradas em concursos, está a de 
julgar diversas autoridades por crimes de responsabilidade (CF, art. 52, I e II) 
DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ 
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e a de aprovar a nomeação de diversas outras autoridades (CF, art. 52, III e 
IV). 
Ao longo da aula, você vai treinar comigo aqui, mas guarde essa dica. 
Voltemos à questão. 
Compete à Câmara dos Deputados proceder à tomada de contas do 
Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional 
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa (CF, art. 51, II). 
Item errado. 
7. (CESPE/ANALISTA/PROCURADOR MUNICIPAL/PREFEITURA DE BOA 
VISTA/2010) Compete exclusivamente à Câmara dos Deputados sustar os 
atos normativos do Poder Executivo que exorbitarem do poder 
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. 
Trata-se de uma das competências mais relevantes do Congresso Nacional (e 
não da Câmara dos Deputados). Nos termos do art. 49, V, da CF/88, é 
competência exclusiva do Congresso Nacional sustar os atos normativos do 
Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de 
delegação legislativa. Essa competência do Congresso é bastante cobrada. 
 Logo, a assertiva está errada. 
8. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª 
REGIÃO/2008) A escolha de chefes de missão diplomática é aprovada pela 
Câmara dos Deputados, por maioria de votos, em escrutínio secreto. 
A assertiva está errada, pois compete ao Senado Federal aprovar 
previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos 
chefes de missão diplomática de caráter permanente (CF, art. 52, IV). 
Saiba que compete ao Senado aprovar a nomeação de diversas autoridades 
(CF, art. 52, III e IV). 
Item errado. 
9. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª 
REGIÃO/2008) Os deputados e senadores não são obrigados a 
testemunhar quanto a informações recebidas ou prestadas em razão do 
exercício do mandato, nem acerca das pessoas que lhes confiaram ou 
deles receberam informações.A assertiva está correta, pois se trata de descrição literal do art. 53, § 6º da 
CF/88. Com efeito, os Deputados e Senadores não serão obrigados a 
testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do 
exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles 
receberam informações. 
Item certo. 
10. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/RO/2010) A CF prevê 
a reunião em sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal na hipótese, entre outras, de conhecer e deliberar sobre veto. 
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Em regra, as Casas Legislativas (Câmara e Senado) atuam em separado 
(bicameralmente). Todavia, há situações nas quais a Constituição exige o 
trabalho simultâneo (trata-se das chamadas sessões conjuntas). Nesse tipo 
de sessão, regida pelo regimento comum, as discussões e votações ocorrem no 
mesmo recinto, entretanto, a contagem dos votos se dá de forma separada. 
Nos termos do § 3º do art. 57 da CF/88, além de outros casos previstos 
constitucionalmente, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão 
em sessão conjunta para: 
I - inaugurar a sessão legislativa; 
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às 
duas Casas; 
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República; 
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar; e 
V – projetos de leis orçamentárias (CF, art. 166). 
Por fim, é importante mencionar que a sessão conjunta não se confunde com a 
sessão unicameral. Nesta última, tanto as discussões quanto a contagem dos 
votos ocorrem de maneira conjunta, como se fosse apenas uma Casa 
legislativa. Na Constituição, em âmbito federal, só houve uma situação de 
sessão unicameral: processo simplificado de revisão constitucional (ADCT, art. 
3°). 
Item certo. 
11. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/PI/2009) O Tribunal de Contas da União 
é órgão de orientação do Poder Legislativo, a este subordinado, apto a 
exercer a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial da União. 
Para o desempenho das atividades de Controle Externo, o Congresso Nacional 
será auxiliado pelo Tribunal de Contas da União (instrumento técnico na 
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da 
União e demais entidades da administração direta e indireta). 
Todavia, nem por isso há uma relação de subordinação e dependência entre 
eles, visto que o TCU detém e exerce algumas funções de controle, as quais 
lhe são próprias e privativas. 
Item errado. 
12. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) Na sessão legislativa extraordinária, 
o Congresso Nacional delibera, além da matéria para a qual foi convocado 
e das medidas provisórias em vigor na data da convocação, a respeito dos 
projetos de lei complementar em regime de urgência. 
As sessões legislativas do Congresso Nacional podem ser ordinárias ou 
extraordinárias. 
As sessões ordinárias estão previstas no art. 57 da CF, segundo o qual o 
Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, em dois períodos legislativos: De 
2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. 
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Ou seja, a sessão legislativa é anual e se desdobra em dois períodos 
legislativos. 
Durante os intervalos desses períodos, a Constituição prevê a possibilidade de 
convocação extraordinária do Congresso Nacional (sessão legislativa 
extraordinária, disciplinada nos §§ 6° a 8° do art. 57). 
A sessão legislativa extraordinária do Congresso Nacional será convocada: 
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de 
defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação 
de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-
Presidente; 
II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados 
e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as 
Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as 
hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das 
Casas do Congresso Nacional. 
De se observar que, em razão da convocação, não haverá pagamento de 
parcela indenizatória aos parlamentares. Ademais, na sessão legislativa 
extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria 
para a qual foi convocado, ressalvada a única hipótese das medidas 
provisórias em vigor na data de convocação, que serão automaticamente 
incluídas na pauta. Daí o erro da assertiva. 
Item errado. 
13. (CESPE/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/PREVIC/2010) O Senado Federal 
compõe-se de três representantes de cada estado e do Distrito Federal, 
eleitos segundo o princípio proporcional. A representação, nesse caso, é 
renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois 
terços. 
Está errado, pois os senadores são eleitos segundo o princípio majoritário 
(CF, art. 46); os deputados é que são eleitos pelo sistema proporcional (CF, 
art. 45). 
Item errado. 
14. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/RO/2010) É de 
competência do Senado Federal autorizar, por dois terços de seus 
membros, a instauração de processo contra o presidente e o vice-
presidente da República, bem como contra os ministros de Estado. 
Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços 
de seus membros, a instauração de processo contra o presidente e o vice-
presidente da República, bem como contra os ministros de Estado (CF, art. 51, 
I). 
Veremos mais detalhes sobre essa competência da Câmara e sobre esse 
dispositivo constitucional na próxima aula, ao estudar o processo de 
responsabilização do Presidente da República. 
Item errado. 
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15. (CESPE/PROMOTOR/MPE-SE/2010) São competências privativas do 
Senado Federal: julgar anualmente as contas prestadas pelo presidente da 
República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de 
governo. 
Não compete ao Senado Federal o julgamento anual das contas do Presidente 
da República. Com efeito, é competência exclusiva do Congresso Nacional o 
julgamento anual das contas do Presidente da República e apreciar os 
relatórios sobre a execução dos planos de governo (CF, art. 49, IX). 
Item errado. 
16. (CESPE/ANALISTA/PROCURADOR MUNICIPAL/PREFEITURA DE BOA 
VISTA/2010) A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer 
de suas comissões, podem convocar ministro de Estado ou quaisquer 
titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República 
para prestarem, pessoalmente, informações relativas a assunto 
previamente determinado, sendo que a ausência injustificada do 
convocado importará na prática de crime de responsabilidade. 
Nos termos do art. 50 da CF/88, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, 
ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou 
quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da 
República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto 
previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência 
sem justificação adequada. 
Item certo. 
17. (CESPE/PERITO PAPILOSCÓPICO/PC-ES/2011) O Senado Federal, ao 
julgar o processo de impeachment de presidente da República, exercerá 
uma função jurisdicional. 
De fato, ao julgar o Presidente da República nos crimes de responsabilidade 
(CF, art. 52, I), o Senado exerce a função jurisdicional de forma atípica. 
Item certo. 
18. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA II/TRE/MT/2010) 
Embora vigore, no Brasil, o sistemapresidencialista de governo, a CF 
atribui ao Congresso Nacional o poder de sustar os atos normativos e os 
atos administrativos do chefe do Poder Executivo sempre que os julgar 
inoportunos e inconvenientes ao interesse público. 
Se o Congresso pudesse sustar quaisquer atos normativos do Presidente da 
República apenas por considerá-los inoportunos e inconvenientes estaríamos 
diante de uma situação de substancial ofensa à separação dos poderes. Afinal, 
o Presidente só conseguiria fazer o que o Congresso permitisse. 
O que o Congresso tem competência para fazer é sustar os atos normativos do 
Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de 
delegação legislativa (CF, art. 49, V). 
Mas, nesse caso, a intervenção do Congresso é justificável (e, de forma sábia, 
prevista constitucionalmente); afinal, o que estará fazendo o presidente se ele 
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editar decreto que extrapole o seu poder regulamentar ou editar lei que 
extrapole os limites da delegação legislativa? Estará invadindo a competência 
do próprio Congresso Nacional! Diante disso, a Constituição atribui ao 
Parlamento competência para sustar decretos regulamentares ou leis 
delegadas que extrapolem seus limites. 
Item errado. 
19. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/ TRE - TO/2005) 
O legislador constituinte brasileiro distribuiu as funções estatais entre os 
poderes da República, sem, contudo, atribuir a exclusividade absoluta da 
função a determinado poder. Assim, o Poder Legislativo tem, como 
funções típicas, as de legislar e fiscalizar e, como funções atípicas, as de 
julgar e administrar. 
De fato, podemos falar em especialização funcional em cada um dos 
poderes (em suas funções típicas), mas não em exclusividade no exercício 
dessas funções (pois os poderes exercem funções atípicas). 
Nesse sentido, além das funções típicas (legislar e fiscalizar), o Poder 
Legislativo desempenha as funções atípicas de julgar (julgamento, pelo Senado 
Federal, de autoridades da República, nos crimes de responsabilidade) e de 
administrar (administração dos seus bens, serviços e pessoal). 
Um detalhe importante, que confunde muita gente, é que a função de 
fiscalização é função típica do Poder legislativo. Daí, as funções de controle 
externo e mesmo a fiscalização exercidas pelas CPIs são exemplos do 
desempenho dessa função. 
Item certo. 
20. (CESPE/PROCURADOR/PGE-PE/2009) José, candidato a deputado federal 
pelo estado de Pernambuco, registrou sua candidatura no dia 2 de julho. A 
eleição ocorreu no dia 3 de outubro, e o resultado que o declarou eleito foi 
divulgado no dia 6 de outubro. José foi diplomado pelo TRE do Estado de 
Pernambuco no dia 17 de dezembro e tomou posse no cargo de deputado 
federal no dia 2 de fevereiro do ano seguinte. 
No caso hipotético apresentado acima, a imunidade formal de José deve 
ser contada a partir 
a) do registro de sua candidatura, no dia 2 de julho. 
b) do dia da eleição, no dia 3 de outubro. 
c) do dia da divulgação do resultado das eleições, no qual foi declarado 
eleito, no dia 6 de outubro. 
d) da diplomação, no dia 17 de dezembro. 
e) da data da posse, no dia 2 de fevereiro do ano seguinte. 
Como se sabe, a Constituição estabelece uma série de prerrogativas e 
vedações aos parlamentares a fim de assegurar a independência de atuação do 
Poder Legislativo (art. 53 a 56 da CF/88). As chamadas imunidades estão 
previstas no art. 53 e podem ser segmentadas em: (i) imunidade material 
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(relativa às palavras, aos pronunciamentos); (ii) imunidade formal (relativa 
ao processo de julgamento e à prisão); e (iii) foro especial em razão da 
função (relativo à prerrogativa de ser processado e julgado diretamente pelo 
STF). 
O esquema abaixo sintetiza tais regras e pode ser estudado em conjunto com 
a leitura do art. 53 da CF/88. Veremos esses aspectos ao longo das questões 
desta aula. 
Sintetizando: 
 
A questão trata especificamente da imunidade formal. Guarde a seguinte 
informação: a imunidade formal (quanto à prisão e quanto ao processo) inicia-
se a partir da diplomação. 
Gabarito: “d” 
21. (CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ-ACRE/2007) A imunidade 
parlamentar de deputado estadual não alcança as ofensas proferidas fora 
da casa legislativa, mesmo quando estas possam ter conexão com a 
atividade parlamentar. 
Você pode visualizar os aspectos mais relevantes sobre imunidades 
parlamentares no esquema apresentado em questão anterior. 
Para responder essa questão, você precisa saber que a imunidade parlamentar 
de deputado estadual segue o mesmo regramento da imunidade dos 
congressistas (CF, art. 27, § 1º). 
Ademais, quanto à imunidade material, ela abrange manifestações exaradas 
dentro ou fora da Casa Legislativa se a manifestação tiver conexão com 
a atividade parlamentar. 
Explicando de outra forma, observe que manifestações exaradas fora do 
recinto da Casa Legislativa só estarão protegidas se tiverem conexão com 
a atividade parlamentar. 
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Todavia, as manifestações expendidas no recinto da Assembléia Legislativa 
estão sempre protegidas pela imunidade material, tenha ou não a sua 
manifestação pertinência com o exercício da atividade parlamentar. 
Item errado. 
22. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª 
REGIÃO/2008) A autorização da Câmara dos Deputados é condição 
necessária ao início de processo criminal no STF, em razão de crime 
contra a administração praticado por deputado federal. 
Após a EC nº 35/2001, o julgamento de congressista pelo STF não exige 
mais prévia autorização da Casa Legislativa. 
Assim, recebida a denúncia contra um Deputado Federal, o STF dará ciência à 
Câmara dos Deputados e continuará o processo normalmente, sem ter de 
esperar a decisão daquela casa legislativa. 
Por iniciativa de partido político e pelo voto da maioria absoluta de seus 
membros, poderá a Câmara sustar o andamento da ação, até a decisão final. 
Em suma, hoje, a imunidade formal quanto ao processo consiste na mera 
possibilidade de sustação do processo. É dizer, o processo tem seu 
andamento regular, independentemente de autorização. 
É isso mesmo, o STF recebe a denúncia, dá ciência à Casa respectiva, e dá 
andamento à ação. Agora, a bola está com a respectiva Casa, que só pode 
fazer alguma coisa se for provocada por partido político. Se for provocada, a 
Casa tem 45 dias para sustar o andamento do processo (por maioria absoluta 
e voto aberto). 
De se destacar que o partido político poderá ter a iniciativa para a sustação do 
andamento da ação a qualquer momento, desde que antes da decisão final do 
STF. Mas, o pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo 
improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. 
A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. 
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Sintetizando: 
 
Observe ainda o seguinte: 
I) essa imunidade processual ou formal (possibilidade de sustação do 
processo) só alcança crime ocorrido após a diplomação; 
II) esse “após a diplomação” refere-se à última diplomação, aquela que que 
deu origem ao mandato em vigor (se o parlamentar foi reeleito, ele só terá 
direito a essa imunidade em relação a crime ocorrido após a última 
diplomação); 
III) essa mudança da regra (EC nº 35/2001) autorizou oSTF a julgar os 
processos contra congressistas que estavam pendentes naquele Tribunal na 
data da promulgação de tal EC nº 35/2001 e que ainda não haviam recebido 
autorização da respectiva Casa Legislativa; e até mesmo daqueles em que já 
havia sido negada a autorização pela Casa Legislativa; 
IV) quanto aos crimes ocorridos antes da diplomação, o STF receberá a 
denúncia ou queixa crime e começará a julgar o congressista (ao contrário da 
imunidade formal quanto ao processo, o foro especial por prerrogativa de 
função alcança esses crimes cometidos antes da diplomação); não haverá 
necessidade de dar ciência à Casa Legislativa para o fim de sustação do 
andamento da ação (afinal, não há essa possibilidade de sustação do 
andamento da ação, pois o crime é anterior à diplomação). 
Item errado. 
23. (CESPE/TITULARIDADE DE SERVIÇOS NOTARIAIS E DE 
REGISTRO/TJDFT/2008) De acordo com a jurisprudência do STF, se a 
jurisdição especial, decorrente de prerrogativa de função, do STF, como a 
mais alta corte do país, é garantia constitucional do mais justo julgamento 
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a que podem aspirar os titulares dessa prerrogativa, um deputado federal 
não tem, sob nenhum argumento nem pretexto, interesse jurídico em 
renunciar a esse favor constitucional, o que, não instituído no interesse 
pessoal do ocupante do cargo, mas no interesse público de seu bom 
exercício, integra os predicados objetivos do devido processo legal, para 
ser julgado por órgão de menor categoria. 
O Cespe resume entendimento consagrado de que a prerrogativa de função 
estabelecida pela Constituição visa a proteger a própria função legislativa. Não 
se trata de liberalidade em favor de determinadas pessoas físicas ocupantes de 
determinados cargos. 
Assim, não dispõe a autoridade da possibilidade de renunciar ao foro especial 
por prerrogativa de função, nem qualquer outra das imunidades. 
Item certo. 
24. (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PB/2008) O deputado federal que 
praticar crime antes da diplomação poderá ser processado e julgado 
normalmente pelo STF, enquanto durar o mandato legislativo. No entanto, 
a pedido de partido político com representação na casa, o andamento do 
processo poderá ser suspenso, se houver decisão, por voto ostensivo e 
nominal, da maioria absoluta dos parlamentares. 
Observe que a questão trata de duas prerrogativas parlamentares: (i) foro 
privilegiado perante o STF; e (ii) possibilidade de sustamento do processo por 
parte da Casa do parlamentar (Senado, se for senador, ou Câmara dos 
Deputados, se for deputado federal). 
Veja que essas prerrogativas passam a valer após a diplomação. 
Sendo mais claro, significa que desde diplomação, o parlamentar passa a ser 
julgado pelo STF, mesmo nos crimes praticados antes da diplomação. 
Se na data da diplomação o parlamentar estiver respondendo processo perante 
a justiça comum, eles serão remetidos ao STF, que continuará o processo 
(considerando válidos os atos já praticados). 
A figura abaixo auxilia a enxergar isso (a seta preta demonstra o andamento 
do processo). 
 
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Observe que, com a diplomação, os autos de crimes cometidos antes da 
diplomação são remetidos ao STF, que prossegue no feito (ou seja, o processo 
“sobe” ao STF); com o fim do mandato, eles retornam à justiça comum (a não 
ser que o STF já tenha dado início ao julgamento do processo, caso em que 
não haverá a cessação do foro privilegiado). 
Já a possibilidade de sustação do andamento do processo no STF só se aplica a 
crimes praticados após a diplomação (CF, art. 53, § 3º). 
Em resumo, após a diplomação, os crimes praticados antes dela serão julgados 
pelo STF, mas não haverá possibilidade de a Casa Legislativa sustar o 
andamento do processo. 
Item errado. 
25. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) Carlos, 
deputado estadual, utilizou a tribuna da respectiva assembléia legislativa 
para comunicar aos seus pares um grave fato ocorrido na sua vida 
particular, sendo que acabou por ofender a honra de João, senador da 
República, ao acusá-lo de fato descrito como crime. João, que além de 
político é radialista, acabou por utilizar o espaço do seu programa de rádio 
semanal para ofender a honra de Carlos, com acusações que, igualmente, 
não têm relação com o mandato parlamentar. Acerca dessa situação 
hipotética e das imunidades parlamentares na forma da jurisprudência do 
STF, assinale a opção correta. 
a) Não há imunidade material na conduta praticada por Carlos. 
b) Não há imunidade material na conduta praticada por João. 
c) A imunidade material para o crime não se estende para a ação de 
reparação civil. 
d) O regime jurídico das imunidades dos parlamentares federais não se 
estende aos parlamentares estaduais. 
e) Independentemente do que preveja a constituição do respectivo 
estado, eventual ação penal proposta contra Carlos será julgada pelo juiz 
criminal competente do estado onde exerce seu mandato. 
A alternativa “a” está errada. A imunidade material protege a conduta de 
Carlos na tribuna da assembléia legislativa, independentemente do teor do seu 
pronuciamento. Diferente é o caso de um pronunciamento feito fora da Casa 
legislativa, que só estará protegido se tiver relação com o exercício 
parlamentar. 
Portanto, correta a alternativa “b”, e entenda bem o porquê. As manifestações 
dos parlamentares fora do recinto das Casas Legislativas só estarão 
protegidas pela imunidade material se forem relacionadas ao exercício da 
atividade parlamentar. Ao contrário da letra “a”, em que o pronunciamento 
se deu dentro da Casa legislativa (em que, independentemente do teor, a 
manifestação estará protegida pela imunidade). 
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A alternativa “c” está errada, pois os Deputados e Senadores são invioláveis, 
civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos (CF, art. 
53) 
A alternativa “d” está errada porque se estendem aos deputados estaduais as 
regras aplicáveis aos congressistas (CF, art. 27, § 1º). 
A alternativa “e” está errada porque a prerrogativa de foro dos deputados 
estaduais estará detalhada na Constituição estadual (em regra, são julgados 
pelo Tribunal de Justiça local). 
Gabarito: “b” 
26. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª 
REGIÃO/2008) O deputado federal passa a ter foro privilegiado perante o 
STF a partir da posse. 
O direito a foro especial perante o STF inicia-se a partir da diplomação do 
congressista (ou seja, antes da posse). Mas, observe que engloba também 
aqueles processos relativos a crimes cometidos antes dela. 
É dizer, com a diplomação, os processos são encaminhados ao STF, que 
prosseguirá com a ação. 
E cessado o mandato do parlamentar? Bem, encerrado o mandato, cessa-se 
também a prerrogativa de foro, e os processos são remetidos à justiça comum. 
Vale destacar, entretanto, uma exceção: é que, iniciado o julgamento pelo 
STF, a Suprema Corte continuará com o processo mesmo que encerrado o 
mandato nesse período. 
Item errado. 
27. (CESPE/ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/ÁREA:DIREITO/2010) Os 
senadores, representantes dos estados e do Distrito Federal, são eleitos 
com três suplentes, segundo o princípio proporcional, para mandato de 
oito anos. 
Você poderia identificar dois erros nessa questão? 
De acordo com o caput do art. 46 da CF/88, o Senado Federal compõe-se de 
representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio 
majoritário (e não segundo o princípio proporcional).Cada Estado e o Distrito 
Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos (CF, art. 46, § 
1º); e cada Senador será eleito com dois suplentes. 
Item errado. 
28. (CESPE/JUIZ/TRT1/2010) Compete ao Congresso Nacional, com a sanção 
do presidente da República, autorizar a exploração e o aproveitamento de 
recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais em terras 
indígenas. 
Nos termos do art. 49, XVI, da CF/88, compete exclusivamente ao Congresso 
Nacional autorizar a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a 
pesquisa e lavra de riquezas minerais em terras indígenas. Essa competência 
será exercida mediante decreto legislativo, sem sanção presidencial. 
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Item errado. 
29. (CESPE/ANALISTA/TJ/ES/2011) Incumbe privativamente ao Senado 
Federal avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário 
Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das 
administrações tributárias da União, dos estados, do Distrito Federal e dos 
municípios. 
A assertiva está correta, pois, nos termos do art. 52, XV, da CF/88, compete 
privativamente ao Senado Federal avaliar periodicamente a funcionalidade do 
Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o 
desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito 
Federal e dos Municípios. 
Item certo. 
30. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/MT/2010) Os deputados e senadores, 
desde o momento em que tomarem posse em seus cargos, não poderão 
ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. 
As imunidades parlamentares começam a valer após a diplomação. Nesse 
sentido, a assertiva contraria o art. 53, § 2º,da CF/88, que estabelece que, 
desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não 
poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. 
Item errado. 
31. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/MT/2010) Os membros do Congresso 
Nacional são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas 
opiniões, palavras e votos, e suas imunidades só poderão ser suspensas 
durante o estado de sítio por decisão motivada do executor das medidas, 
com especificação e justificação das providências adotadas. 
A assertiva combina o caput e o § 8º do art. 53 da CF/88. Nesse sentido, os 
Deputados e Senadores dispõem de imunidade material, sendo invioláveis, civil 
e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. 
De fato, tal imunidade poderá ser suspensa durante o estado de sítio; mas 
para isso será necessário voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, 
nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que 
sejam incompatíveis com a execução da medida. 
Item errado. 
32. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/MT/2010) Compete privativamente à 
Câmara dos Deputados processar e julgar o presidente e o vice-presidente 
da República nos crimes de responsabilidade. 
Compete ao Senado Federal julgar o Presidente e o Vice-Presidente da 
República nos crimes de responsabilidade (CF, art. 52, I). 
Item errado. 
33. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE/BA/2010) Ainda que fora do Congresso 
Nacional, se estiver no exercício de sua função parlamentar, o deputado 
federal é inviolável, civil ou penalmente, por suas palavras e opiniões. 
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De fato, mesmo estando fora do Congresso Nacional, o parlamentar 
permanece sendo materialmente imune, desde que suas manifestações sejam 
exaradas no exercício de suas funções. 
Item certo. 
34. (CESPE/ANALISTA EM C & T JÚNIOR/DIREITO/INCA/2010) À exceção das 
medidas provisórias em vigor na data da sua convocação, que serão 
automaticamente incluídas na pauta de convocação, o Congresso Nacional 
somente poderá deliberar sobre matéria para as quais foi convocado, 
durante as sessões legislativas extraordinárias. Essa convocação ocorre 
mediante pagamento de parcela indenizatória. 
Segundo os §§ 7º e 8° do art. 57 da CF/88, no caso de convocação 
extraordinária, ressalvadas as medidas provisórias em vigor na data de 
convocação, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a 
qual foi convocado, vedado o pagamento de parcela indenizatória. 
Item errado. 
35. (CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ-TO/2007) Os tribunais de 
contas são órgãos integrantes da estrutura do Poder Legislativo, com 
competência para auxiliá-lo no controle externo. 
Não é pacífico na doutrina se o TCU integra o Legislativo. Observe o que 
assevera o art. 44 da CF/88: o Poder Legislativo é exercido pelo Congresso 
Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. De 
se notar que nada é mencionado a respeito do TCU. 
O Cespe adotou nesta questão posição que me parece adequada: o TCU não 
integra o Legislativo. 
Item errado. 
36. (CESPE/JUIZ/TRT1/2010) O Senado Federal tem competência para fixar, 
por proposta do presidente da República, limites globais para o montante 
da dívida consolidada da União, dos estados, do Distrito Federal e dos 
municípios. 
As competências privativas do Senado estão dispostas no art. 52 da CF/88 e 
são disciplinadas por resolução dessa Casa Legislativa, sem necessidade de 
sanção presidencial. 
De fato, é competência privativa do Senado Federal fixar, por proposta do 
Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (CF, art. 52, VI). 
Item certo. 
37. (CESPE/JUIZ/TRF-5REGIÃO/2011) Em caso de urgência ou de interesse 
público relevante, o presidente da República pode convocar 
extraordinariamente o Congresso Nacional, devendo ser efetuado o 
pagamento da parcela indenizatória devida em razão do caráter 
excepcional da convocação. 
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De fato, a Constituição prevê a possibilidade de convocação extraordinária do 
Congresso (CF, art. 57, § 6°): 
I) pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de 
defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação 
de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-
Presidente-Presidente da República; 
II) pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de 
ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em 
todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada 
uma das Casas do Congresso Nacional. 
Por incrível que pareça, fica vedado o pagamento de parcela indenizatória, em 
razão da convocação (CF, art. 57, § 7°). 
Agora, observe, em caso de urgência ou interesse público relevante, a 
convocação exige aprovação por maioria absoluta; e eles não vão receber nada 
a mais por isso. E, aí, quando você acha que haverá novas convocações nesses 
moldes?...rs 
Item errado. 
38. (CESPE/JUIZ/TJ/PB/2011) Os estados, o DF e os territórios são 
representados por três senadores, eleitos, com dois suplentes, para 
mandatos de oito anos, sendo a representação renovada a cada quatro 
anos, na proporção de um terço, de acordo com o princípio proporcional e 
de dois terços, de acordo com o princípio majoritário. 
A assertiva tem dois erros. 
Em primeiro lugar, cada território elege quatro deputados, e nenhum 
senador. 
Em segundo lugar, os senadores são eleitos segundo o princípio majoritário, 
sempre. 
Item errado. 
39. (CESPE/JUIZ/TJ/PB/2011) Entre as competências exclusivas do Congresso 
Nacional incluem-se a de processar e julgar osministros do STF, os 
membros do CNJ e do Conselho Nacional do Ministério Público, o 
procurador-geral da República e o AGU nos crimes comuns e nos de 
responsabilidade. 
Qual das Casas Legislativas tem competência para julgar certas autoridades 
nos crimes de responsabilidade? Acertou se você respondeu “o Senado 
Federal”. 
Pois bem, compete privativamente ao Senado Federal processar e julgar os 
Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de 
Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da 
República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade. 
Item errado. 
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40. (CESPE/JUIZ/TJ/PB/2011) Os parlamentares federais possuem imunidade 
formal para a prisão e para o processo, não podendo, desde a expedição 
do diploma, ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável, nem 
processados criminalmente sem prévia licença da respectiva casa. 
De fato, desde a diplomação, os parlamentares não poderão ser presos, salvo 
em flagrante de crime inafiançável (CF, art. 53, § 2°). 
Todavia, eles poderão sim ser processados criminalmente pelo STF sem a 
necessidade de prévia licença da respectiva Casa. O que ocorrerá é que, ao 
receber a denúncia, o STF dará ciência à Casa para que ela possa, por 
iniciativa de partido político, sustar o andamento do processo (CF. art. 53, § 
3°). Nessa linha, ao mesmo tempo em que avisa a Casa, o STF começa o 
processo, sem necessidade de aguardar autorização. 
Item errado. 
41. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA/TRE/BA/2010) É de 
competência exclusiva do presidente da República resolver definitivamente 
sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou 
compromissos ao patrimônio nacional. 
É da competência exclusiva do Congresso Nacional resolver definitivamente 
sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou 
compromissos gravosos ao patrimônio nacional (CF, art. 49, I). 
Item errado. 
42. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA/TRE/BA/2010) O 
deputado federal investido temporária e precariamente no cargo de 
ministro de Estado não está sujeito a processo disciplinar perante a 
Câmara dos Deputados em razão da prática de ato incompatível com o 
decoro parlamentar quando no cumprimento de seu mandato. 
Veja que questão fantástica! Trata-se do caso José Dirceu. O Supremo Tribunal 
Federal julgou mandado de segurança impetrado contra uma representação 
por quebra de decoro parlamentar pelo então Deputado Federal licenciado para 
ocupar cargo de ministro de Estado (CF, art. 56, I). 
Àquela época, foram firmados os seguintes entendimentos (julgado do STF): 
I) o membro do Congresso Nacional que se licencia do mandato para investir-
se no cargo de Ministro de Estado não perde os laços que o unem, 
organicamente, ao Parlamento (CF, art. 56, I). Em consequência, continua a 
subsistir em seu favor a garantia constitucional da prerrogativa de foro em 
matéria penal, bem como a faculdade de optar pela remuneração do mandato 
(CF, art. 56, § 3º); 
II) da mesma forma, ainda que licenciado, cumpre-lhe guardar estrita 
observância às vedações e incompatibilidades inerentes ao estatuto 
constitucional do congressista, assim como às exigências ético-jurídicas que a 
Constituição (CF, art. 55, § 1º) e os regimentos internos das casas legislativas 
estabelecem como elementos caracterizadores do decoro parlamentar; 
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III) a princípio, como regra, o princípio da separação dos poderes impede que 
a Câmara dos Deputados submeta o parlamentar licenciado a processo de 
perda do mandato, em virtude de atos por ele praticados que tenham estrita 
vinculação com a função exercida no Poder Executivo (CF, art. 87, parágrafo 
único, I, II, III e IV), uma vez que a Constituição prevê modalidade específica 
de responsabilização política para os membros do Poder Executivo (CF, arts. 
85, 86 e 102, I, “c”); 
IV) todavia, no caso em discussão (tratava-se do “mensalão”), embora 
afastado do exercício do mandato parlamentar, o deputado José Dirceu foi 
acusado de haver usado de sua influência para levantar fundos junto a bancos 
“com a finalidade de pagar parlamentares para que, na Câmara dos 
Deputados, votassem projetos em favor do Governo”. Nessa linha, tal 
imputação estaria em clara afronta ao Código de Ética e Decoro Parlamentar 
da Câmara dos Deputados que qualifica como suscetíveis de acarretar a perda 
do mandato os atos e procedimentos levados a efeito no intuito de “fraudar, 
por qualquer meio ou forma, o regular andamento dos trabalhos legislativos 
para alterar o resultado de deliberação”. 
Diante disso, o STF entendeu que seria sim admissível, nessa hipótese, que o 
parlamentar sofresse processo administrativo para apurar eventual quebra de 
decoro parlamentar. 
Objetivamente, podemos resumir o caso da seguinte forma: o afastamento do 
congressista para exercer cargo de Ministro de Estado não impede a 
instauração de processo disciplinar pela Casa por quebra de decoro em 
decorrência de atos que tenham ligação com o exercício da função 
parlamentar. 
Agora, guarde bem essas informações, afinal, cá entre nós: quantos 
concorrentes teriam condições de acertar uma questão como esta? 
Certamente, poucos, pouquíssimos... 
Item errado. 
43. (CESPE/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – DIREITO/INSS/2008) As 
comissões parlamentares de inquérito são conseqüência do sistema de 
freios e contrapesos adotado pela Constituição Federal. 
Posso dizer que o sistema de freios e contrapesos consiste em instrumentos de 
controles recíprocos entre os Poderes. 
Comentei algo sobre o sistema de freios e contrapesos na primeira aula. Essa 
teoria tem por base aquela ideia de que o Poder se corrompe se não encontra 
limites. Assim, o sistema de freios e contrapesos visa a resguardar o equilíbrio 
do princípio da separação de Poderes, já que evita a concentração de poder 
nas mãos de um dos poderes da república. 
As CPIs são exemplos de mecanismos componentes do sistema de freios e 
contrapesos estabelecidos pela Constituição Federal. Ou seja, trata-se de uma 
das formas de controle dos demais poderes pelo Legislativo. Outro detalhe 
importante é que as CPIs representam o desempenho de função típica do 
Legislativo: fiscalização. 
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Item certo. 
44. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/TJ – PA/2006) Não 
ofende o princípio constitucional da separação e independência dos 
poderes a intimação de magistrado para prestar esclarecimentos perante 
comissão parlamentar de inquérito sobre ato jurisdicional típico que 
praticou. 
CPIs não podem investigar ato de natureza jurisdicional, isto é, ato 
praticado por membro do Poder Judiciário no desempenho de função típica 
(decisões judiciais). Mas fique atento: CPIs podem convocar um magistrado 
para depor, desde que seja sobre assuntos relacionados à prática de ato 
administrativo. Seria cabível, portanto, a convocação de um juiz numa 
apuração de irregularidades em procedimento licitatório ou mesmo em 
concurso público realizados pelo judiciário. 
Item errado. 
45. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª 
REGIÃO/2008) O Congresso Nacional instituiu comissão parlamentar de 
inquérito (CPI) para apuração de irregularidades nas sentenças proferidas 
por determinado juiz contra a União. O juiz foi convocado para prestar 
esclarecimentos sobre sentenças por ele prolatadas. 
Considerando a situação hipotética acima, assinale a opção correta,de 
acordo com o entendimento do STF. 
a) O magistrado não é obrigado a prestar depoimento que envolva 
sentenças por ele prolatadas. 
b) A CPI somente seria possível se tivesse objeto mais genérico, 
envolvendo a apuração de irregularidades em todo o Poder Judiciário. 
c) Em razão de sua formação jurídica, não é direito do juiz fazer-se 
acompanhar de advogado. 
d) A CPI não tem poderes para quebrar o sigilo dos registros telefônicos 
de investigado. 
e) O comparecimento espontâneo do magistrado implicará a perda do 
direito de permanecer em silêncio, e tal conduta será interpretada como 
confissão. 
A alternativa “a” está correta. Como vimos, CPIs não podem investigar ato de 
natureza jurisdicional. De qualquer forma, não se esqueça que as CPIs têm 
poderes para convocar magistrado para depor acerca da prática de atos 
administrativos. 
A alternativa “b” está errada, porque CPI não pode ter objeto genérico. A 
CF/88 exige que para a criação dessa comissão o apontamento de “fato 
determinado”. 
A alternativa “c” está errada. Qualquer depoente (investigado ou testemunha) 
pode ser assistido por advogado e com ele comunicar-se durante as sessões da 
CPI. 
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A alternativa “d” está errada, pois as CPIs têm competência para determinar a 
quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico (dos registros telefônicos) de 
investigado. 
A alternativa “e” está errada. O direito de permanecer calado é assegurado ao 
depoente em CPI, evitando-se assim sua auto-incriminação, sem que isso 
possa ser interpretado como confissão. 
Gabarito: “a” 
Vejamos os principais aspectos relacionados às CPIs. 
Sintetizando: 
 
46. (CESPE/ANALISTA/PROCURADOR MUNICIPAL/PREFEITURA DE BOA 
VISTA/2010) As comissões parlamentares de inquérito constituídas por 
qualquer uma das casas do Congresso Nacional têm poderes próprios das 
autoridades judiciais, podendo ordenar, entre outros procedimentos, busca 
domiciliar e interceptação telefônica. 
De acordo com o art. 58, § 3°, as comissões parlamentares de inquérito têm, 
de fato, poderes de investigação próprios das autoridades judiciais. 
Assim, CPIs podem até determinar a quebra de sigilo bancário, fiscal e 
telefônico (acesso aos dados telefônicos). 
Entretanto, a quebra do sigilo telefônico (para quem ligou, quando ligou, 
duração de chamadas) não se confunde com interceptação telefônica. Esta 
última relaciona-se com a captação de conversas telefônicas (escutas 
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telefônicas) e não poderá ser determinada por CPI, pois está protegida por 
reserva de jurisdição (CF, art. 5º, XII). 
O mesmo se pode dizer a respeito da busca domiciliar, procedimento sujeito à 
reserva de jurisdição, nos termos do art. 5°, XI, da CF/88, e que, portanto, 
não pode ser determinado por CPI. 
Item errado. 
47. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/PI/2009) Como instrumentos de 
fiscalização do Poder Legislativo, as comissões parlamentares de inquérito 
têm poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, podendo 
determinar as diligências que julgar necessárias, tomar depoimentos, 
ouvir indiciados e testemunhas, requisitar documentos de órgãos públicos 
e promover a responsabilidade civil e criminal dos infratores. 
As CPIs funcionam como instrumento de fiscalização do Poder legislativo. 
Entretanto, não podem promover responsabilidade civil e criminal de 
infratores. 
A competência da CPI termina com a realização da investigação e elaboração 
do relatório final que, se for o caso, será encaminhado ao Ministério Público, 
para que este sim promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores 
(CF, art. 58, § 3º). 
Item errado. 
48. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) De acordo com o STF, a comissão 
parlamentar de inquérito pode proceder à quebra de sigilo bancário da 
pessoa investigada, ainda que baseada em fundamentos genéricos, sem a 
indicação de fatos concretos e precisos. 
Segundo o STF, CPI pode quebrar os sigilos bancário, fiscal e de dados 
telefônicos, por decorrência dos poderes de investigação que a própria CF/88 
atribuiu a essas comissões. 
De qualquer forma, para que uma CPI possa determinar diretamente a quebra 
desses sigilos é necessário demonstrar a existência concreta de causa provável 
que legitime essa medida excepcional. Ademais, deve estar justificado como o 
referido procedimento enquadra-se na investigação dos fatos determinados 
que deram causa à instauração dessa comissão. 
Item errado. 
49. (CESPE/PROCURADOR/PGM/RR/2010) As comissões parlamentares de 
inquérito constituídas por qualquer uma das casas do Congresso Nacional 
têm poderes próprios das autoridades judiciais, podendo ordenar, entre 
outros procedimentos, busca domiciliar e interceptação telefônica. 
A CPI não pode determinar busca domiciliar, nem interceptação telefônica. 
Vejamos o que pode e o que não pode uma CPI fazer. 
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Sintetizando: 
 
Item errado 
50. (CESPE/OAB/2010) As comissões parlamentares de inquérito poderão 
determinar a quebra de sigilo bancário sem a interferência do Poder 
Judiciário, desde que o façam de forma fundamentada. 
De fato, as CPIs têm competência para a quebra de sigilo bancário, sem 
interferência do Judiciário. Entretanto, essa decisão deve ser fundamentada e 
aprovada pela maioria absoluta de seus membros. 
Item certo. 
Processo legislativo. Medidas provisórias. 
A partir de agora, vejamos as questões que envolvem o processo 
constitucional de aprovação das leis. É importante que você saiba diferenciar o 
processo legislativo ordinário do procedimento relativo à aprovação das 
medidas provisórias. Algumas dicas, de forma bem objetiva: 
I) as regras básicas do processo legislativo previstas na Constituição Federal 
são de observância obrigatória pelos estados-membros (inclusive no que se 
refere à iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo); 
II) memorize as matérias de iniciativa privativa do Presidente da República 
(CF, art. 61, § 1°), lembrando que: (i) não há iniciativa privativa para matéria 
tributária em geral; e (ii) não há vedação a que projetos de iniciativa privativa 
sejam emendados, desde que as emendas: (i) guardem pertinência temática; 
e (ii) não impliquem aumento de despesa, ressalvadas as leis orçamentárias; 
III) conheça as regras referentes a sanção e veto; e lembre-se de que a 
sanção presidencial não sana vícios de iniciativa e nem vícios de emenda 
parlamentar; 
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IV) memorize as limitações materiais à edição de medidas provisórias (CF, art. 
62, § 1°); e 
V) por fim, guarde estes três entendimentos importantíssimos do STF: 
(i) excepcionalmente, pode o Poder Judiciário examinar a constitucionalidade 
de uma MP no que se refere à existência dos pressupostos de urgência e 
relevância; 
(ii) a conversão em lei da medida provisória não convalida eventuais vícios 
formais verificados na sua edição; e 
(iii) a não conversão da medida provisória em lei tem efeito repristinatório 
sobre o direito com ela colidente. 
Evidentemente, esses aspectos (mencionados de forma objetiva) estão 
detalhados ao longo as questões que se seguem. 
51. (CESPE/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/PC/ES/2011) A aprovação de projetos de 
lei ordinária condiciona-se à maioria simples dos membros de cada Casa 
do Congresso Nacional, ou seja, somente haverá aprovação pela maioria 
dos votos, presentea maioria absoluta de seus membros. 
Salvo disposição constitucional em contrário, que destacará os casos de 
maioria qualificada, as deliberações de cada Casa serão tomadas por maioria 
dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros (CF, art. 47). 
Em suma, as deliberações ordinárias dependem de maioria simples, presente a 
maioria absoluta; excetuam-se aqueles casos em que a Constituição exige 
expressamente lei complementar (essas aprovadas por maioria absoluta) ou 
outro quórum ainda mais árduo (três quintos, dois terços). 
Item certo. 
52. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DE 1ª CLASSE/TO/2008) O Poder 
Legislativo é do tipo bicameral porque reúne, em um mesmo corpo, uma 
Casa que cumpre o papel de iniciadora do processo legislativo (a Câmara 
dos Deputados) e uma Casa que cumpre sempre o papel de revisora (o 
Senado Federal). 
O Poder Legislativo federal é bicameral (só o federal, pois isso não se 
reproduz nos âmbitos estaduais e municipais) porque se compõe de duas 
Casas: a Câmara dos Deputados (representando o povo) e o Senado Federal 
(representando os estados-membros). 
Entretanto, não se trata de dizer que uma é a casa iniciadora e outra a 
revisora no processo legislativo ordinário. Na verdade, isso depende da 
iniciativa (ou seja, isso vai depender da autoridade que está apresentando o 
projeto de lei). 
Caso o projeto de lei seja de iniciativa de Senador (ou de comissão do 
Senado), a casa iniciadora será o Senado Federal. No caso de Comissão Mista 
(composta de deputados e senadores), a iniciativa é alternada entre as duas 
casas. 
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Nos demais casos, a iniciativa se dá na Câmara dos Deputados (Presidente da 
República, tribunais, cidadãos etc.). 
Item errado. 
53. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) A CF atribui ao presidente da 
República iniciativa reservada no que concerne a leis sobre matéria 
tributária. 
Não há dúvidas de que o Cespe é a banca que mais cobra jurisprudência em 
suas provas. Esta assertiva foi mais um caso desses. Mas essa questão é muito 
batida... 
Em primeiro lugar, vale a pena você conhecer os temas que são de iniciativa 
privativa do Presidente da República, de acordo com o art. 61, § 1° da CF/88. 
Ou seja, são aqueles assuntos que só podem ser tratados em projetos de lei 
apresentados pelo Presidente da República. 
Pois bem, o STF já se pronunciou no sentido de que a CF não estabelece 
iniciativa privativa para legislação que verse sobre matéria tributária 
em geral. Ou seja, qualquer dos congressistas (e também o Presidente da 
República) poderá iniciar projeto de lei sobre direito tributário. O mesmo é 
válido para os deputados estaduais e vereadores, nas respectivas esferas de 
poder. 
Em verdade, o STF já admitiu a iniciativa de lei em matéria tributária até 
mesmo ao Poder Judiciário, no tocante aos emolumentos e custas judiciais 
(que, como se sabe, têm natureza tributária, na modalidade “taxa”). 
Deve-se ressaltar, entretanto, que há uma exceção: é de iniciativa privativa do 
Presidente da República a lei que trata de matéria tributária relativa nos 
Territórios Federais (CF, art. 61, §1°, II, “b”). 
Item errado. 
54. (CESPE/PROMOTOR/MPE/ES/2010) Projeto de lei de iniciativa do STF e 
dos demais tribunais superiores deverá ser iniciado, mediante o respectivo 
depósito junto à mesa, no Senado Federal. 
Assim como há leis de iniciativa privativa do presidente da República, há leis 
de iniciativa privativa do STF e demais tribunais (somente esses órgãos podem 
apresentar projeto de lei tratando daqueles temas). 
Vejamos alguns exemplos: 
I) no caput do art. 93 da CF/88, temos o Estatuto da Magistatura, veiculado 
em Lei complementar de iniciativa privativa do Supremo Tribunal Federal; 
II) nos termos do art. 96, II da CF/88, compete aos STF, tribunais superiores e 
tribunais de justiça a iniciativa de lei referente a: 
a) alteração do número de membros dos tribunais inferiores; 
b) criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares 
e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de 
seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; 
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c) criação ou extinção dos tribunais inferiores; 
d) alteração da organização e da divisão judiciárias; 
III) no art. 125, § 1° da CF/88, temos a iniciativa privativa dos Tribunais de 
Justiça para organizar a justiça estadual (CF, art. 125, § 1°). 
Entendido isso, precisamos saber o seguinte: qual é a Casa iniciadora para 
esses projetos apresentados pelo Poder Judiciário? 
Segundo o art. 64 da CF/88, a discussão e votação dos projetos de lei de 
iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos 
Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados – e não no 
Senado Federal como afirmado pela questão. 
Item errado. 
55. (CESPE/PROCURADOR/MPTCE/BA/2010) Se um projeto de lei for rejeitado 
em uma das casas do Congresso Nacional, a matéria dele constante 
somente poderá ser objeto de novo projeto, no mesmo ano legislativo, 
mediante proposta de dois terços dos membros de qualquer das casas 
legislativas. 
Nos termos do art. 67 da CF/88, a matéria constante de projeto de lei 
rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão 
legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer 
das Casas do Congresso Nacional. 
Trata-se do princípio da irrepetibilidade, que veda a reapreciação de 
projetos de lei rejeitados na mesma sessão legislativa, salvo proposta da 
maioria absoluta. 
Item errado. 
56. (CESPE/ANALISTA TÉCNICO II: JURÍDICO/SEBRAE/BA/2008) Não precisa 
ser reapreciada pela Câmara dos Deputados expressão suprimida pelo 
Senado Federal em texto de projeto que, na redação remanescente, 
aprovada em ambas as Casas do Congresso, não tenha perdido sentido 
normativo. 
Vejamos o art. 65 da Constituição: 
“Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em 
um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a 
Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar. 
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.” 
Organizando seus pensamentos, posso dizer que, após ser aprovado o projeto 
pela casa iniciadora, se a casa revisora: 
- aprovar → vai para o Presidente da República para sanção e veto; 
- rejeitar → é arquivado e se aplica a irrepetibilidade (CF, art. 67); e 
- emendar → retorna para casa iniciadora. 
Nesse último caso, essa nova análise da casa iniciadora restringe-se ao que foi 
emendado. 
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Interessante observar a predominância da vontade da Casa iniciadora sobre a 
Casa revisora. Caso a casa revisora altere o texto inicial por meio de emendas, 
o projeto volta à Casa iniciadora para que sejam deliberadas exclusivamente 
as emendas. 
Se as alterações forem aprovadas pela Casa iniciadora, o projeto de lei segue 
normalmente para sanção do Presidente. 
Caso as alterações sugeridas pela Casa revisora sejam rejeitadas pela Casa 
iniciadora, o projeto de lei vai da mesma forma para a sanção presidencial, só 
que com o texto original (sem as referidas emendas) e sem voltar à Casa 
revisora. 
Exemplificando: a Câmara (casa iniciadora) aprova uma lei que permite cobrar 
10% de determinado tributo sobre a atividade “X” e o projeto é encaminhado 
ao Senado. Agora, suponha que o Senado (Casa revisora) emende o projeto de 
lei mudando a alíquota para 15%, o queacontece? 
O projeto volta à Casa iniciadora (Câmara), para a apreciação da emenda 
(alteração de alíquota); nesse caso, se a Câmara aprovar a emenda do 
Senado, o projeto vai para sanção com a alíquota de 15% (como proposto pelo 
Senado); se a Câmara rejeitar a emenda, o projeto vai para sanção com os 
10% inicialmente propostos. 
Entendido? Ok, entendido. 
Então, agora, suponha que a emenda apresentada pelo Senado não fosse nem 
um pouco relevante. Imagine que um Senador leu o valor proposto de “10%” e 
achou melhor mudar o texto para “dez por cento”. 
Ou seja, nessa hipótese, o Senado teria apenas mudado a maneira de escrever 
o mesmo percentual de alíquota: em vez dos “10%” originais, o texto legal 
apresentaria o mesmo percentual por extenso (“dez por cento”). 
Não houve nenhuma mudança significativa, nenhuma mudança substancial. A 
dúvida é: faz sentido movimentar a Casa iniciadora de novo (a Câmara) para 
apreciar essa emenda que não tem relevância nenhuma? 
Não, não faz. Daí o entendimento que deve ser guardado por você: a alteração 
de projeto de lei por uma Casa Legislativa não precisa ser reapreciada pela 
outra Casa caso a alteração não seja substancial. 
Assim, se a alteração não tiver provocado mudança no sentido normativo do 
projeto (uma alteração meramente formal) não há que voltar à outra Casa 
novamente. 
Item certo. 
57. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TST/2008) 
Considere que, em uma sessão do Senado Federal, que é composto por 
81 membros, estivessem presentes 71 senadores e tenha havido exatos 
36 votos pela aprovação de determinado projeto de lei complementar. 
Nessa situação, é correto concluir que o referido projeto foi rejeitado. 
A aprovação de lei complementar exige voto da maioria absoluta dos 
membros (CF, art. 69). Nesse sentido, para que referido projeto de lei 
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complementar seja aprovado, serão necessários 41 votos favoráveis à 
aprovação (mais da metade dos 81 integrantes da Casa), independentemente 
do número de presentes. 
Caso se tratasse de lei ordinária, aprovada por maioria simples, bastava o voto 
de aprovação da maioria dos presentes, desde que presente a maioria 
absoluta. 
Item certo. 
58. (CESPE/ANALISTA COMÉRCIO EXTERIOR/MDIC/2008) A sanção 
presidencial só é exigida nos projetos de lei de competência privativa do 
presidente da República. 
Aprovado o projeto de lei no Congresso, ele vai ao Presidente da República 
para fins de sanção ou veto. 
A sanção é a concordância do Chefe do Poder Executivo com o projeto de lei 
aprovado pelo Legislativo, com ou sem modificações em relação ao texto 
original. É o ato que conclui a fase constitutiva do processo legislativo. 
O veto é a manifestação de discordância do Chefe do Executivo com parte ou 
com todo o projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo. É outorgado ao 
Chefe do Executivo, em caráter exclusivo, vetar projeto já aprovado pelo 
Legislativo. 
Por fim, cabe mencionar que esse veto presidencial pode ser derrubado por 
voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio 
secreto, em sessão conjunta do Congresso Nacional, dentro de trinta dias a 
contar de seu recebimento (CF, art. 66, § 4°). 
A questão está errada, pois a etapa de sanção ao projeto de lei existe no 
processo legislativo, independentemente de quem tenha iniciado o projeto. 
Outro aspecto é que, a rigor, para que seja aprovado um projeto de lei, não é 
necessário que haja sanção presidencial, uma vez que há a possibilidade de 
rejeição do veto. 
Item errado. 
59. (CESPE/ANALISTA PROCESSUAL/MPU/2010) Como decorrência do 
princípio da simetria e do princípio da separação dos poderes, as hipóteses 
de iniciativa reservada ao presidente da República, previstas na 
Constituição Federal, não podem ser estendidas aos governadores. 
O STF considera que as regras básicas do processo legislativo previstas na 
Constituição Federal são de observância obrigatória pelos estados-
membros. Nesse sentido, como decorrência do princípio da simetria, as 
hipóteses de iniciativa reservada ao presidente da República, previstas na 
Constituição Federal, devem ser estendidas obrigatoriamente aos 
governadores. 
Item errado. 
60. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) A matéria que 
for rejeitada pelo parlamento não poderá ser objeto de novo projeto de lei 
ordinária na mesma sessão legislativa. 
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A matéria constante de projeto de lei rejeitado poderá constituir objeto de 
novo projeto, na mesma sessão legislativa, desde que mediante proposta da 
maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso 
Nacional (CF, art. 67). 
Muita gente faz confusão com esse princípio da irrepetibilidade. É que ele 
funciona de uma forma para os projetos de lei, e de outra maneira para 
emendas constitucionais e medidas provisórias. Vejamos. 
I) Emenda constitucional e MP - matéria rejeitada não poderá, em 
nenhuma hipótese, constituir nova proposta na mesma sessão legislativa 
(CF, art. 60, § 5º e art. 62, § 10). 
II) Projeto de lei - matéria rejeitada poderá constituir novo projeto, na 
mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos 
membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional (CF, art. 67). 
Item errado. 
(CESPE/DELEGADO/TO/2008) Considere-se que o presidente da República 
tenha vetado integralmente um projeto de lei, que retornou ao Congresso 
Nacional, com as razões do veto. Nessa situação, julgue os itens a seguir: 
61. (CESPE/DELEGADO/TO/2008) se o veto for apreciado pelo Congresso 
Nacional no prazo de quinze dias a contar de seu recebimento, ele só 
poderá ser rejeitado pelo voto de dois terços dos deputados e senadores. 
Em primeiro lugar, observe que o veto foi integral (o Presidente vetou todo o 
projeto de lei), mas poderia também ter sido parcial (o Presidente poderia ter 
vetado apenas parte dele): um artigo, um parágrafo etc. O que não se admite 
é que o Presidente da República vete uma expressão ou uma palavra do 
projeto de lei, veja: 
“O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de 
inciso ou de alínea.” (CF, art. 66, § 2°). 
O veto integral ou parcial do projeto de lei deverá se apreciado no prazo de 
trinta dias a contar de seu recebimento, podendo ser rejeitado pelo voto da 
maioria absoluta de deputados e senadores, em escrutínio (votação) secreto, 
nos termos do art. 66, § 4º, da CF/88. 
Item errado. 
62. (CESPE/DELEGADO/TO/2008) se o veto não for mantido, o projeto de lei 
será enviado, para promulgação, ao presidente da República, que, nesse 
caso, não poderá mais optar por sancioná-lo ou novamente vetá-lo. 
Neste caso, compete ao Presidente da República promulgar o projeto no prazo 
de 48h. Não o fazendo, caberá ao Presidente do Senado fazê-lo. Por fim, se 
este também não o fizer em igual prazo, compete ao Vice-Presidente do 
Senado promulgá-lo, nos termos do art. 66, §§ 5º e 7º, da CF/88. 
Item certo. 
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63. (CESPE/DELEGADO/TO/2008) se o veto for mantido, o projeto de lei será 
arquivado, não havendo possibilidade de esse mesmo veto ser reanalisado 
por parte do Poder Legislativo. 
O veto é irretratável, bem como a sua análise por parte do Poder Legislativo. 
Segundo Alexandre de Moraes, a confirmação parlamentar das razões 
subjacentes ao veto importa em extinção definitiva do processo legislativo e 
impede a reabertura das fases procedimentais. 
Item certo. 
64. (CESPE / ANALISTA DE INFRAESTRUTURA

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