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DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 5 – Poder Legislativo. Processo legislativo. Fiscalização contábil, financeira e orçamentária. Tribunal de Contas da União. Seja bem-vindo(a) à quinta aula do nosso curso de exercícios para o concurso do STJ. Já vimos como se organiza o Estado brasileiro, já vimos os princípios fundamentais que regem esse Estado, bem como quais são os direitos e garantias assegurados ao indivíduo para que ele possa viver sob o nosso ordenamento jurídico. Já falamos também sobre o modo de relacionamento entre os Poderes estatais: Legislativo, Executivo e Judiciário. Agora, resta estudar cada um desses poderes. Hoje, a gente começa com o Poder Legislativo. Posteriormente, veremos os demais poderes. Então, hoje, nós estudaremos o poder que tem como funções típicas a elaboração das leis e a fiscalização do Poder Público. Quais as normas constitucionais regem esse poder? Como se dá a elaboração de leis (ordinárias, complementares, medidas provisórias etc.)? Como a nossa Constituição se mantém atualizada apesar da evolução da sociedade? Quais são as regras relativas à fiscalização do Poder Público, especialmente no que se refere às Comissões Parlamentares de Inquérito (as famosas CPIs)? Vamos ver tudo isso? Sim, vamos. Mas orientados por questões do Cespe. Antes de começar, vejamos um aspecto importante e atual. É que no dia 29 de março foi aprovada a Emenda Constitucional 69/2012. E o que fez a referida emenda? Ela transferiu da União para o Distrito Federal as atribuições de organizar e manter a Defensoria Pública do Distrito Federal. Portanto, a referida emenda altera o art. 21 (que trata das competências exclusivas da União), o art. 22 (que trata das competências privativas da União) e o art. 48 (que trata das competências do Congresso Nacional que são exercidas com a sanção do Presidente da República). Guarde esse detalhe. Visto isso, vamos à aula. Espero que o curso esteja agradando. Boa aula, bons estudos! Poder Legislativo: estrutura, funcionamento e atribuições. Comissões Parlamentares de Inquérito. Objetivamente, lembre-se de que: I) o Poder Legislativo federal é bicameral: Câmara dos Deputados (representantes do povo, eleitos pelo sistema proporcional) e Senado Federal (representantes dos Estados, eleitos pelo princípio majoritário); II) as competências da Câmara e do Senado são exercidas mediante resolução, sem a sanção presidencial; III) dentre as competências da Câmara, vale memorizar: (i) autorização para a instauração de processo contra o Presidente, o Vice-Presidente e os Ministros de Estado (CF, art. 51, I); e (ii) tomada de contas do Presidente da República, DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 2 quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa (CF, art. 51, II); IV) as competências do Congresso Nacional estão previstas no art. 48 (exercidas mediante lei, com sanção presidencial) e no art. 49 (exercidas por meio da edição de decreto legislativo, sem a sanção presidencial); V) a prerrogativa de foro dos parlamentares inicia-se após a diplomação, mas abrange crimes cometidos anteriormente; VI) a imunidade formal quanto ao processo não mais exige autorização para que o STF processe o parlamentar; essa imunidade consiste na possibilidade de sustação do processo relativo a crimes cometidos após a diplomação; VII) a imunidade material dos parlamentares aplica-se: (i) dentro do recinto do Congresso; e (ii) fora do recinto do Congresso, se tiver relação com o exercício da atividade parlamentar; VIII) CPIs são exemplos da aplicação do sistema de freios e contrapesos, e não podem determinar medidas protegidas por reserva de jurisdição (violação de domicílio, interceptação telefônica; prisão etc.). Por fim, não deixe de conhecer os entendimentos do STF relativos às CPIs apresentados nos esquemas desta parte da aula. Um detalhe a mais agora (que pode fazer a diferença na sua prova). Imagine se caísse a seguinte questão: “Compete ao Congresso Nacional dispor sobre organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal.” E aí, certo ou errado? Se você teve dúvidas, veja o novo inciso IX do art. 48 da CF/88. Com a nova emenda, a redação fica: “Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal” Ou seja, a questão estaria errada! Na verdade, ela estaria desatualizada, uma vez que não compete mais à União organizar a Defensoria Pública do DF. Portanto, foi alterada essa competência do Congresso Nacional. E você sabe como as bancas adoram novidades... Portanto, fique atento! Vamos às questões? 1. (CESPE/TECNICO/TRE/ES/2011) O Poder Legislativo federal é bicameral e exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 3 Ótima questão para começar a aula, bastante introdutória mesmo... A assertiva está de acordo com o art. 44 da Constituição: “O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.” Essa ideia de bicameral decorre exatamente do fato de que, em âmbito federal, o Poder legislativo é composto por duas câmaras, duas Casas: Câmara dos Deputados e Senado Federal. Observe dois detalhes: I) a fim de tornar rigorosamente correta a questão, o Cespe tomou o cuidado de mencionar o Poder Legislativo federal. Afinal, o legislativo estadual e o legislativo municipal são unicamerais; II) esse dispositivo constitucional pode ser utilizado para responder uma questão te pergunte se o TCU integra o Poder Legislativo; observe que, no art. 44, a Constituição apresenta o Poder Legislativo sem mencionar o TCU. Item certo. 2. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/RO/2010) O Senado Federal compõe-se de três representantes de cada estado e do DF, com mandato de oito anos, eleitos segundo o princípio proporcional, sendo os representantes renovados de quatro em quatro anos, de forma alternada, por um e dois terços. Vimos que o Poder legislativo é composto por Câmara e Senado. De fato, o Senado Federal constitui-se de representação dos estados, em número de três senadores por estado (e três do Distrito Federal), eleitos para mandato de 8 anos (CF, art. 46, § 1°). Nos termos do § 2º do art. 46 da CF/88, a representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços. Isso significa que, numa eleição, trocam-se dois terços do Senado (ocorre naquela eleição em que cada um de nós deve votar em dois senadores, lembra?); na outra eleição, troca-se um terço do Senado (na eleição em que escolhemos apenas um senador). Entretanto, a assertiva está errada, pois os senadores serão eleitos segundo o princípio majoritário simples (CF, art. 46, caput). Ou seja, são eleitos os candidatos mais votados para as vagas existentes, sem a ocorrência de segundo turno. Cabe destacar que, ao contrário dos senadores, os deputadosfederais serão eleitos segundo o sistema proporcional (CF, art. 45, caput). E o Presidente e Governador? Pelo sistema majoritário de dois turnos. Item errado. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 4 3. (CESPE/PROMOTOR/MPE-SE/2010) O número total de deputados por estado é estabelecido em resolução do TSE, proporcionalmente à população, com os ajustes necessários no ano anterior às eleições. Segundo o art. 45, § 1º, da CF/88, o número total de Deputados (bem como a representação por Estado e pelo DF) será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população. Os ajustes necessários serão realizados no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados. Os deputados são eleitos pelo sistema proporcional para mandatos de 4 anos. Dizer que o sistema é proporcional significa afirmar que o número de deputados eleitos por determinado partido ou coligação depende da quantidade de votos que ele (o partido ou a coligação) recebe como um todo. É por isso que, em todas as eleições, vemos candidatos com muitos votos “carregarem consigo” outros candidatos bem menos votados. Por que isso ocorre? Porque, às vezes, só um candidato como o Tiririca, por exemplo, traz para seu partido uma quantidade de votos capaz de eleger dois ou três candidatos, que acabam tornando-se deputados (independentemente de terem recebido, eles próprios, uma quantidade insuficiente de votos). Item errado. 4. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª REGIÃO/2008) Compete ao Congresso Nacional fixar os subsídios dos ministros de Estado, não havendo necessidade de que a norma seja sancionada pelo presidente da República. As matérias de competência dos órgãos do Poder Legislativo estão expressamente previstas na Constituição. As competências do Congresso estão expressas no art. 48 (em regra, exercidas mediante lei ordinária ou complementar, com sanção presidencial) e no art. 49 (exercidas mediante a edição de decreto legislativo, sem sanção presidencial). Já o art. 51 apresenta as competências da Câmara e o art. 52 apresenta as matérias de competência privativa do Senado Federal. De fato, compete ao Congresso Nacional fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado. Como se trata de competência exclusiva do Congresso Nacional (CF, art. 49, VIII) é exercida por meio de decreto legislativo, que não se submete à sanção do Presidente da República. Cabe mencionar que o decreto legislativo é uma das espécies normativas primárias (mesma hierarquia das leis), integrante do nosso processo legislativo (CF, art. 59, VI). Item certo. 5. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) As matérias de competência privativa do Senado Federal não dependem de sanção presidencial e se materializam por meio de decreto legislativo. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 5 As matérias de competência privativa do Senado Federal estão previstas no art. 52 da CF/88 e não dependem de sanção presidencial. Significa dizer que as matérias de competência privativa do Senado são promulgadas pela presidência da sua mesa, sem participação nem do Presidente da República, nem mesmo da Câmara dos Deputados. Todavia, a questão está errada, pois essas matérias são disciplinadas por meio de resolução, e não por meio de decreto legislativo. Tanto a Câmara, quanto o Senado e editam resoluções para tratar de matérias de sua competência privativa – arts. 51 e 52, respectivamente. Já o decreto legislativo é ato privativo do Congresso Nacional (enquanto o Senado e a Câmara só expedem resoluções, o Congresso Nacional edita não só resoluções como também decretos legislativos). No âmbito estadual, a Assembléia Legislativa também expede decreto legislativo, o mesmo ocorrendo com a Câmara Municipal, no âmbito municipal. Por fim, vale ressaltar que essas espécies normativas (resolução e decreto legislativo) têm a mesma hierarquia das leis ordinárias. Item errado. 6. (CESPE/TECNICO/TRE/ES/2011) Compete privativamente ao Senado Federal proceder à tomada de contas do presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional no prazo de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa. Olha, o Cespe vai tentar te confundir, por exemplo, atribuindo ao Senado uma competência da Câmara dos Deputados. Ou, da mesma forma, afirmando haver a fase de sanção/veto em alguma das competências do art. 49 da CF/88. Não caia nessa! Em primeiro lugar, eu não posso admitir que você confunda competências da Câmara e competências do Senado. Pegue sua Constituição e acompanhe comigo. No caso da Câmara dos Deputados fica fácil, pois são pouquíssimas competências expressas no art. 51 (disciplinadas via resolução, sem sanção presidencial). Portanto, é importante você memorizar estas duas: autorizar a instauração de processo contra o Presidente, o Vice-Presidente e os Ministros de Estado (CF, art. 51, I); e proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa (CF, art. 51, II). Pronto! Você só precisa saber isso. As competências privativas do Senado estão dispostas no art. 52, são bem mais numerosas que as competências da Câmara e também são disciplinadas por resolução da Casa (espécie normativa que não exige sanção presidencial e nem participação da Câmara dos Deputados). Dentre as competências do Senado mais cobradas em concursos, está a de julgar diversas autoridades por crimes de responsabilidade (CF, art. 52, I e II) DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 6 e a de aprovar a nomeação de diversas outras autoridades (CF, art. 52, III e IV). Ao longo da aula, você vai treinar comigo aqui, mas guarde essa dica. Voltemos à questão. Compete à Câmara dos Deputados proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa (CF, art. 51, II). Item errado. 7. (CESPE/ANALISTA/PROCURADOR MUNICIPAL/PREFEITURA DE BOA VISTA/2010) Compete exclusivamente à Câmara dos Deputados sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitarem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. Trata-se de uma das competências mais relevantes do Congresso Nacional (e não da Câmara dos Deputados). Nos termos do art. 49, V, da CF/88, é competência exclusiva do Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. Essa competência do Congresso é bastante cobrada. Logo, a assertiva está errada. 8. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª REGIÃO/2008) A escolha de chefes de missão diplomática é aprovada pela Câmara dos Deputados, por maioria de votos, em escrutínio secreto. A assertiva está errada, pois compete ao Senado Federal aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente (CF, art. 52, IV). Saiba que compete ao Senado aprovar a nomeação de diversas autoridades (CF, art. 52, III e IV). Item errado. 9. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª REGIÃO/2008) Os deputados e senadores não são obrigados a testemunhar quanto a informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem acerca das pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.A assertiva está correta, pois se trata de descrição literal do art. 53, § 6º da CF/88. Com efeito, os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. Item certo. 10. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/RO/2010) A CF prevê a reunião em sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal na hipótese, entre outras, de conhecer e deliberar sobre veto. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 7 Em regra, as Casas Legislativas (Câmara e Senado) atuam em separado (bicameralmente). Todavia, há situações nas quais a Constituição exige o trabalho simultâneo (trata-se das chamadas sessões conjuntas). Nesse tipo de sessão, regida pelo regimento comum, as discussões e votações ocorrem no mesmo recinto, entretanto, a contagem dos votos se dá de forma separada. Nos termos do § 3º do art. 57 da CF/88, além de outros casos previstos constitucionalmente, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para: I - inaugurar a sessão legislativa; II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas; III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República; IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar; e V – projetos de leis orçamentárias (CF, art. 166). Por fim, é importante mencionar que a sessão conjunta não se confunde com a sessão unicameral. Nesta última, tanto as discussões quanto a contagem dos votos ocorrem de maneira conjunta, como se fosse apenas uma Casa legislativa. Na Constituição, em âmbito federal, só houve uma situação de sessão unicameral: processo simplificado de revisão constitucional (ADCT, art. 3°). Item certo. 11. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/PI/2009) O Tribunal de Contas da União é órgão de orientação do Poder Legislativo, a este subordinado, apto a exercer a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União. Para o desempenho das atividades de Controle Externo, o Congresso Nacional será auxiliado pelo Tribunal de Contas da União (instrumento técnico na fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e demais entidades da administração direta e indireta). Todavia, nem por isso há uma relação de subordinação e dependência entre eles, visto que o TCU detém e exerce algumas funções de controle, as quais lhe são próprias e privativas. Item errado. 12. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional delibera, além da matéria para a qual foi convocado e das medidas provisórias em vigor na data da convocação, a respeito dos projetos de lei complementar em regime de urgência. As sessões legislativas do Congresso Nacional podem ser ordinárias ou extraordinárias. As sessões ordinárias estão previstas no art. 57 da CF, segundo o qual o Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, em dois períodos legislativos: De 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 8 Ou seja, a sessão legislativa é anual e se desdobra em dois períodos legislativos. Durante os intervalos desses períodos, a Constituição prevê a possibilidade de convocação extraordinária do Congresso Nacional (sessão legislativa extraordinária, disciplinada nos §§ 6° a 8° do art. 57). A sessão legislativa extraordinária do Congresso Nacional será convocada: I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice- Presidente; II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. De se observar que, em razão da convocação, não haverá pagamento de parcela indenizatória aos parlamentares. Ademais, na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a única hipótese das medidas provisórias em vigor na data de convocação, que serão automaticamente incluídas na pauta. Daí o erro da assertiva. Item errado. 13. (CESPE/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/PREVIC/2010) O Senado Federal compõe-se de três representantes de cada estado e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio proporcional. A representação, nesse caso, é renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços. Está errado, pois os senadores são eleitos segundo o princípio majoritário (CF, art. 46); os deputados é que são eleitos pelo sistema proporcional (CF, art. 45). Item errado. 14. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/RO/2010) É de competência do Senado Federal autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o presidente e o vice- presidente da República, bem como contra os ministros de Estado. Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o presidente e o vice- presidente da República, bem como contra os ministros de Estado (CF, art. 51, I). Veremos mais detalhes sobre essa competência da Câmara e sobre esse dispositivo constitucional na próxima aula, ao estudar o processo de responsabilização do Presidente da República. Item errado. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 9 15. (CESPE/PROMOTOR/MPE-SE/2010) São competências privativas do Senado Federal: julgar anualmente as contas prestadas pelo presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo. Não compete ao Senado Federal o julgamento anual das contas do Presidente da República. Com efeito, é competência exclusiva do Congresso Nacional o julgamento anual das contas do Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo (CF, art. 49, IX). Item errado. 16. (CESPE/ANALISTA/PROCURADOR MUNICIPAL/PREFEITURA DE BOA VISTA/2010) A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas comissões, podem convocar ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações relativas a assunto previamente determinado, sendo que a ausência injustificada do convocado importará na prática de crime de responsabilidade. Nos termos do art. 50 da CF/88, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada. Item certo. 17. (CESPE/PERITO PAPILOSCÓPICO/PC-ES/2011) O Senado Federal, ao julgar o processo de impeachment de presidente da República, exercerá uma função jurisdicional. De fato, ao julgar o Presidente da República nos crimes de responsabilidade (CF, art. 52, I), o Senado exerce a função jurisdicional de forma atípica. Item certo. 18. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA II/TRE/MT/2010) Embora vigore, no Brasil, o sistemapresidencialista de governo, a CF atribui ao Congresso Nacional o poder de sustar os atos normativos e os atos administrativos do chefe do Poder Executivo sempre que os julgar inoportunos e inconvenientes ao interesse público. Se o Congresso pudesse sustar quaisquer atos normativos do Presidente da República apenas por considerá-los inoportunos e inconvenientes estaríamos diante de uma situação de substancial ofensa à separação dos poderes. Afinal, o Presidente só conseguiria fazer o que o Congresso permitisse. O que o Congresso tem competência para fazer é sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa (CF, art. 49, V). Mas, nesse caso, a intervenção do Congresso é justificável (e, de forma sábia, prevista constitucionalmente); afinal, o que estará fazendo o presidente se ele DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 10 editar decreto que extrapole o seu poder regulamentar ou editar lei que extrapole os limites da delegação legislativa? Estará invadindo a competência do próprio Congresso Nacional! Diante disso, a Constituição atribui ao Parlamento competência para sustar decretos regulamentares ou leis delegadas que extrapolem seus limites. Item errado. 19. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/ TRE - TO/2005) O legislador constituinte brasileiro distribuiu as funções estatais entre os poderes da República, sem, contudo, atribuir a exclusividade absoluta da função a determinado poder. Assim, o Poder Legislativo tem, como funções típicas, as de legislar e fiscalizar e, como funções atípicas, as de julgar e administrar. De fato, podemos falar em especialização funcional em cada um dos poderes (em suas funções típicas), mas não em exclusividade no exercício dessas funções (pois os poderes exercem funções atípicas). Nesse sentido, além das funções típicas (legislar e fiscalizar), o Poder Legislativo desempenha as funções atípicas de julgar (julgamento, pelo Senado Federal, de autoridades da República, nos crimes de responsabilidade) e de administrar (administração dos seus bens, serviços e pessoal). Um detalhe importante, que confunde muita gente, é que a função de fiscalização é função típica do Poder legislativo. Daí, as funções de controle externo e mesmo a fiscalização exercidas pelas CPIs são exemplos do desempenho dessa função. Item certo. 20. (CESPE/PROCURADOR/PGE-PE/2009) José, candidato a deputado federal pelo estado de Pernambuco, registrou sua candidatura no dia 2 de julho. A eleição ocorreu no dia 3 de outubro, e o resultado que o declarou eleito foi divulgado no dia 6 de outubro. José foi diplomado pelo TRE do Estado de Pernambuco no dia 17 de dezembro e tomou posse no cargo de deputado federal no dia 2 de fevereiro do ano seguinte. No caso hipotético apresentado acima, a imunidade formal de José deve ser contada a partir a) do registro de sua candidatura, no dia 2 de julho. b) do dia da eleição, no dia 3 de outubro. c) do dia da divulgação do resultado das eleições, no qual foi declarado eleito, no dia 6 de outubro. d) da diplomação, no dia 17 de dezembro. e) da data da posse, no dia 2 de fevereiro do ano seguinte. Como se sabe, a Constituição estabelece uma série de prerrogativas e vedações aos parlamentares a fim de assegurar a independência de atuação do Poder Legislativo (art. 53 a 56 da CF/88). As chamadas imunidades estão previstas no art. 53 e podem ser segmentadas em: (i) imunidade material DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 11 (relativa às palavras, aos pronunciamentos); (ii) imunidade formal (relativa ao processo de julgamento e à prisão); e (iii) foro especial em razão da função (relativo à prerrogativa de ser processado e julgado diretamente pelo STF). O esquema abaixo sintetiza tais regras e pode ser estudado em conjunto com a leitura do art. 53 da CF/88. Veremos esses aspectos ao longo das questões desta aula. Sintetizando: A questão trata especificamente da imunidade formal. Guarde a seguinte informação: a imunidade formal (quanto à prisão e quanto ao processo) inicia- se a partir da diplomação. Gabarito: “d” 21. (CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ-ACRE/2007) A imunidade parlamentar de deputado estadual não alcança as ofensas proferidas fora da casa legislativa, mesmo quando estas possam ter conexão com a atividade parlamentar. Você pode visualizar os aspectos mais relevantes sobre imunidades parlamentares no esquema apresentado em questão anterior. Para responder essa questão, você precisa saber que a imunidade parlamentar de deputado estadual segue o mesmo regramento da imunidade dos congressistas (CF, art. 27, § 1º). Ademais, quanto à imunidade material, ela abrange manifestações exaradas dentro ou fora da Casa Legislativa se a manifestação tiver conexão com a atividade parlamentar. Explicando de outra forma, observe que manifestações exaradas fora do recinto da Casa Legislativa só estarão protegidas se tiverem conexão com a atividade parlamentar. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 12 Todavia, as manifestações expendidas no recinto da Assembléia Legislativa estão sempre protegidas pela imunidade material, tenha ou não a sua manifestação pertinência com o exercício da atividade parlamentar. Item errado. 22. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª REGIÃO/2008) A autorização da Câmara dos Deputados é condição necessária ao início de processo criminal no STF, em razão de crime contra a administração praticado por deputado federal. Após a EC nº 35/2001, o julgamento de congressista pelo STF não exige mais prévia autorização da Casa Legislativa. Assim, recebida a denúncia contra um Deputado Federal, o STF dará ciência à Câmara dos Deputados e continuará o processo normalmente, sem ter de esperar a decisão daquela casa legislativa. Por iniciativa de partido político e pelo voto da maioria absoluta de seus membros, poderá a Câmara sustar o andamento da ação, até a decisão final. Em suma, hoje, a imunidade formal quanto ao processo consiste na mera possibilidade de sustação do processo. É dizer, o processo tem seu andamento regular, independentemente de autorização. É isso mesmo, o STF recebe a denúncia, dá ciência à Casa respectiva, e dá andamento à ação. Agora, a bola está com a respectiva Casa, que só pode fazer alguma coisa se for provocada por partido político. Se for provocada, a Casa tem 45 dias para sustar o andamento do processo (por maioria absoluta e voto aberto). De se destacar que o partido político poderá ter a iniciativa para a sustação do andamento da ação a qualquer momento, desde que antes da decisão final do STF. Mas, o pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 13 Sintetizando: Observe ainda o seguinte: I) essa imunidade processual ou formal (possibilidade de sustação do processo) só alcança crime ocorrido após a diplomação; II) esse “após a diplomação” refere-se à última diplomação, aquela que que deu origem ao mandato em vigor (se o parlamentar foi reeleito, ele só terá direito a essa imunidade em relação a crime ocorrido após a última diplomação); III) essa mudança da regra (EC nº 35/2001) autorizou oSTF a julgar os processos contra congressistas que estavam pendentes naquele Tribunal na data da promulgação de tal EC nº 35/2001 e que ainda não haviam recebido autorização da respectiva Casa Legislativa; e até mesmo daqueles em que já havia sido negada a autorização pela Casa Legislativa; IV) quanto aos crimes ocorridos antes da diplomação, o STF receberá a denúncia ou queixa crime e começará a julgar o congressista (ao contrário da imunidade formal quanto ao processo, o foro especial por prerrogativa de função alcança esses crimes cometidos antes da diplomação); não haverá necessidade de dar ciência à Casa Legislativa para o fim de sustação do andamento da ação (afinal, não há essa possibilidade de sustação do andamento da ação, pois o crime é anterior à diplomação). Item errado. 23. (CESPE/TITULARIDADE DE SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO/TJDFT/2008) De acordo com a jurisprudência do STF, se a jurisdição especial, decorrente de prerrogativa de função, do STF, como a mais alta corte do país, é garantia constitucional do mais justo julgamento DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 14 a que podem aspirar os titulares dessa prerrogativa, um deputado federal não tem, sob nenhum argumento nem pretexto, interesse jurídico em renunciar a esse favor constitucional, o que, não instituído no interesse pessoal do ocupante do cargo, mas no interesse público de seu bom exercício, integra os predicados objetivos do devido processo legal, para ser julgado por órgão de menor categoria. O Cespe resume entendimento consagrado de que a prerrogativa de função estabelecida pela Constituição visa a proteger a própria função legislativa. Não se trata de liberalidade em favor de determinadas pessoas físicas ocupantes de determinados cargos. Assim, não dispõe a autoridade da possibilidade de renunciar ao foro especial por prerrogativa de função, nem qualquer outra das imunidades. Item certo. 24. (CESPE/PROCURADOR DO ESTADO/PB/2008) O deputado federal que praticar crime antes da diplomação poderá ser processado e julgado normalmente pelo STF, enquanto durar o mandato legislativo. No entanto, a pedido de partido político com representação na casa, o andamento do processo poderá ser suspenso, se houver decisão, por voto ostensivo e nominal, da maioria absoluta dos parlamentares. Observe que a questão trata de duas prerrogativas parlamentares: (i) foro privilegiado perante o STF; e (ii) possibilidade de sustamento do processo por parte da Casa do parlamentar (Senado, se for senador, ou Câmara dos Deputados, se for deputado federal). Veja que essas prerrogativas passam a valer após a diplomação. Sendo mais claro, significa que desde diplomação, o parlamentar passa a ser julgado pelo STF, mesmo nos crimes praticados antes da diplomação. Se na data da diplomação o parlamentar estiver respondendo processo perante a justiça comum, eles serão remetidos ao STF, que continuará o processo (considerando válidos os atos já praticados). A figura abaixo auxilia a enxergar isso (a seta preta demonstra o andamento do processo). DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 15 Observe que, com a diplomação, os autos de crimes cometidos antes da diplomação são remetidos ao STF, que prossegue no feito (ou seja, o processo “sobe” ao STF); com o fim do mandato, eles retornam à justiça comum (a não ser que o STF já tenha dado início ao julgamento do processo, caso em que não haverá a cessação do foro privilegiado). Já a possibilidade de sustação do andamento do processo no STF só se aplica a crimes praticados após a diplomação (CF, art. 53, § 3º). Em resumo, após a diplomação, os crimes praticados antes dela serão julgados pelo STF, mas não haverá possibilidade de a Casa Legislativa sustar o andamento do processo. Item errado. 25. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) Carlos, deputado estadual, utilizou a tribuna da respectiva assembléia legislativa para comunicar aos seus pares um grave fato ocorrido na sua vida particular, sendo que acabou por ofender a honra de João, senador da República, ao acusá-lo de fato descrito como crime. João, que além de político é radialista, acabou por utilizar o espaço do seu programa de rádio semanal para ofender a honra de Carlos, com acusações que, igualmente, não têm relação com o mandato parlamentar. Acerca dessa situação hipotética e das imunidades parlamentares na forma da jurisprudência do STF, assinale a opção correta. a) Não há imunidade material na conduta praticada por Carlos. b) Não há imunidade material na conduta praticada por João. c) A imunidade material para o crime não se estende para a ação de reparação civil. d) O regime jurídico das imunidades dos parlamentares federais não se estende aos parlamentares estaduais. e) Independentemente do que preveja a constituição do respectivo estado, eventual ação penal proposta contra Carlos será julgada pelo juiz criminal competente do estado onde exerce seu mandato. A alternativa “a” está errada. A imunidade material protege a conduta de Carlos na tribuna da assembléia legislativa, independentemente do teor do seu pronuciamento. Diferente é o caso de um pronunciamento feito fora da Casa legislativa, que só estará protegido se tiver relação com o exercício parlamentar. Portanto, correta a alternativa “b”, e entenda bem o porquê. As manifestações dos parlamentares fora do recinto das Casas Legislativas só estarão protegidas pela imunidade material se forem relacionadas ao exercício da atividade parlamentar. Ao contrário da letra “a”, em que o pronunciamento se deu dentro da Casa legislativa (em que, independentemente do teor, a manifestação estará protegida pela imunidade). DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 16 A alternativa “c” está errada, pois os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos (CF, art. 53) A alternativa “d” está errada porque se estendem aos deputados estaduais as regras aplicáveis aos congressistas (CF, art. 27, § 1º). A alternativa “e” está errada porque a prerrogativa de foro dos deputados estaduais estará detalhada na Constituição estadual (em regra, são julgados pelo Tribunal de Justiça local). Gabarito: “b” 26. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª REGIÃO/2008) O deputado federal passa a ter foro privilegiado perante o STF a partir da posse. O direito a foro especial perante o STF inicia-se a partir da diplomação do congressista (ou seja, antes da posse). Mas, observe que engloba também aqueles processos relativos a crimes cometidos antes dela. É dizer, com a diplomação, os processos são encaminhados ao STF, que prosseguirá com a ação. E cessado o mandato do parlamentar? Bem, encerrado o mandato, cessa-se também a prerrogativa de foro, e os processos são remetidos à justiça comum. Vale destacar, entretanto, uma exceção: é que, iniciado o julgamento pelo STF, a Suprema Corte continuará com o processo mesmo que encerrado o mandato nesse período. Item errado. 27. (CESPE/ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/ÁREA:DIREITO/2010) Os senadores, representantes dos estados e do Distrito Federal, são eleitos com três suplentes, segundo o princípio proporcional, para mandato de oito anos. Você poderia identificar dois erros nessa questão? De acordo com o caput do art. 46 da CF/88, o Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário (e não segundo o princípio proporcional).Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos (CF, art. 46, § 1º); e cada Senador será eleito com dois suplentes. Item errado. 28. (CESPE/JUIZ/TRT1/2010) Compete ao Congresso Nacional, com a sanção do presidente da República, autorizar a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais em terras indígenas. Nos termos do art. 49, XVI, da CF/88, compete exclusivamente ao Congresso Nacional autorizar a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais em terras indígenas. Essa competência será exercida mediante decreto legislativo, sem sanção presidencial. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 17 Item errado. 29. (CESPE/ANALISTA/TJ/ES/2011) Incumbe privativamente ao Senado Federal avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. A assertiva está correta, pois, nos termos do art. 52, XV, da CF/88, compete privativamente ao Senado Federal avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. Item certo. 30. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/MT/2010) Os deputados e senadores, desde o momento em que tomarem posse em seus cargos, não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. As imunidades parlamentares começam a valer após a diplomação. Nesse sentido, a assertiva contraria o art. 53, § 2º,da CF/88, que estabelece que, desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Item errado. 31. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/MT/2010) Os membros do Congresso Nacional são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos, e suas imunidades só poderão ser suspensas durante o estado de sítio por decisão motivada do executor das medidas, com especificação e justificação das providências adotadas. A assertiva combina o caput e o § 8º do art. 53 da CF/88. Nesse sentido, os Deputados e Senadores dispõem de imunidade material, sendo invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. De fato, tal imunidade poderá ser suspensa durante o estado de sítio; mas para isso será necessário voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida. Item errado. 32. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/MT/2010) Compete privativamente à Câmara dos Deputados processar e julgar o presidente e o vice-presidente da República nos crimes de responsabilidade. Compete ao Senado Federal julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade (CF, art. 52, I). Item errado. 33. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE/BA/2010) Ainda que fora do Congresso Nacional, se estiver no exercício de sua função parlamentar, o deputado federal é inviolável, civil ou penalmente, por suas palavras e opiniões. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 18 De fato, mesmo estando fora do Congresso Nacional, o parlamentar permanece sendo materialmente imune, desde que suas manifestações sejam exaradas no exercício de suas funções. Item certo. 34. (CESPE/ANALISTA EM C & T JÚNIOR/DIREITO/INCA/2010) À exceção das medidas provisórias em vigor na data da sua convocação, que serão automaticamente incluídas na pauta de convocação, o Congresso Nacional somente poderá deliberar sobre matéria para as quais foi convocado, durante as sessões legislativas extraordinárias. Essa convocação ocorre mediante pagamento de parcela indenizatória. Segundo os §§ 7º e 8° do art. 57 da CF/88, no caso de convocação extraordinária, ressalvadas as medidas provisórias em vigor na data de convocação, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, vedado o pagamento de parcela indenizatória. Item errado. 35. (CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ-TO/2007) Os tribunais de contas são órgãos integrantes da estrutura do Poder Legislativo, com competência para auxiliá-lo no controle externo. Não é pacífico na doutrina se o TCU integra o Legislativo. Observe o que assevera o art. 44 da CF/88: o Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. De se notar que nada é mencionado a respeito do TCU. O Cespe adotou nesta questão posição que me parece adequada: o TCU não integra o Legislativo. Item errado. 36. (CESPE/JUIZ/TRT1/2010) O Senado Federal tem competência para fixar, por proposta do presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. As competências privativas do Senado estão dispostas no art. 52 da CF/88 e são disciplinadas por resolução dessa Casa Legislativa, sem necessidade de sanção presidencial. De fato, é competência privativa do Senado Federal fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (CF, art. 52, VI). Item certo. 37. (CESPE/JUIZ/TRF-5REGIÃO/2011) Em caso de urgência ou de interesse público relevante, o presidente da República pode convocar extraordinariamente o Congresso Nacional, devendo ser efetuado o pagamento da parcela indenizatória devida em razão do caráter excepcional da convocação. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 19 De fato, a Constituição prevê a possibilidade de convocação extraordinária do Congresso (CF, art. 57, § 6°): I) pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice- Presidente-Presidente da República; II) pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. Por incrível que pareça, fica vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação (CF, art. 57, § 7°). Agora, observe, em caso de urgência ou interesse público relevante, a convocação exige aprovação por maioria absoluta; e eles não vão receber nada a mais por isso. E, aí, quando você acha que haverá novas convocações nesses moldes?...rs Item errado. 38. (CESPE/JUIZ/TJ/PB/2011) Os estados, o DF e os territórios são representados por três senadores, eleitos, com dois suplentes, para mandatos de oito anos, sendo a representação renovada a cada quatro anos, na proporção de um terço, de acordo com o princípio proporcional e de dois terços, de acordo com o princípio majoritário. A assertiva tem dois erros. Em primeiro lugar, cada território elege quatro deputados, e nenhum senador. Em segundo lugar, os senadores são eleitos segundo o princípio majoritário, sempre. Item errado. 39. (CESPE/JUIZ/TJ/PB/2011) Entre as competências exclusivas do Congresso Nacional incluem-se a de processar e julgar osministros do STF, os membros do CNJ e do Conselho Nacional do Ministério Público, o procurador-geral da República e o AGU nos crimes comuns e nos de responsabilidade. Qual das Casas Legislativas tem competência para julgar certas autoridades nos crimes de responsabilidade? Acertou se você respondeu “o Senado Federal”. Pois bem, compete privativamente ao Senado Federal processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade. Item errado. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 20 40. (CESPE/JUIZ/TJ/PB/2011) Os parlamentares federais possuem imunidade formal para a prisão e para o processo, não podendo, desde a expedição do diploma, ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável, nem processados criminalmente sem prévia licença da respectiva casa. De fato, desde a diplomação, os parlamentares não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável (CF, art. 53, § 2°). Todavia, eles poderão sim ser processados criminalmente pelo STF sem a necessidade de prévia licença da respectiva Casa. O que ocorrerá é que, ao receber a denúncia, o STF dará ciência à Casa para que ela possa, por iniciativa de partido político, sustar o andamento do processo (CF. art. 53, § 3°). Nessa linha, ao mesmo tempo em que avisa a Casa, o STF começa o processo, sem necessidade de aguardar autorização. Item errado. 41. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA/TRE/BA/2010) É de competência exclusiva do presidente da República resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos ao patrimônio nacional. É da competência exclusiva do Congresso Nacional resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional (CF, art. 49, I). Item errado. 42. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA/TRE/BA/2010) O deputado federal investido temporária e precariamente no cargo de ministro de Estado não está sujeito a processo disciplinar perante a Câmara dos Deputados em razão da prática de ato incompatível com o decoro parlamentar quando no cumprimento de seu mandato. Veja que questão fantástica! Trata-se do caso José Dirceu. O Supremo Tribunal Federal julgou mandado de segurança impetrado contra uma representação por quebra de decoro parlamentar pelo então Deputado Federal licenciado para ocupar cargo de ministro de Estado (CF, art. 56, I). Àquela época, foram firmados os seguintes entendimentos (julgado do STF): I) o membro do Congresso Nacional que se licencia do mandato para investir- se no cargo de Ministro de Estado não perde os laços que o unem, organicamente, ao Parlamento (CF, art. 56, I). Em consequência, continua a subsistir em seu favor a garantia constitucional da prerrogativa de foro em matéria penal, bem como a faculdade de optar pela remuneração do mandato (CF, art. 56, § 3º); II) da mesma forma, ainda que licenciado, cumpre-lhe guardar estrita observância às vedações e incompatibilidades inerentes ao estatuto constitucional do congressista, assim como às exigências ético-jurídicas que a Constituição (CF, art. 55, § 1º) e os regimentos internos das casas legislativas estabelecem como elementos caracterizadores do decoro parlamentar; DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 21 III) a princípio, como regra, o princípio da separação dos poderes impede que a Câmara dos Deputados submeta o parlamentar licenciado a processo de perda do mandato, em virtude de atos por ele praticados que tenham estrita vinculação com a função exercida no Poder Executivo (CF, art. 87, parágrafo único, I, II, III e IV), uma vez que a Constituição prevê modalidade específica de responsabilização política para os membros do Poder Executivo (CF, arts. 85, 86 e 102, I, “c”); IV) todavia, no caso em discussão (tratava-se do “mensalão”), embora afastado do exercício do mandato parlamentar, o deputado José Dirceu foi acusado de haver usado de sua influência para levantar fundos junto a bancos “com a finalidade de pagar parlamentares para que, na Câmara dos Deputados, votassem projetos em favor do Governo”. Nessa linha, tal imputação estaria em clara afronta ao Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados que qualifica como suscetíveis de acarretar a perda do mandato os atos e procedimentos levados a efeito no intuito de “fraudar, por qualquer meio ou forma, o regular andamento dos trabalhos legislativos para alterar o resultado de deliberação”. Diante disso, o STF entendeu que seria sim admissível, nessa hipótese, que o parlamentar sofresse processo administrativo para apurar eventual quebra de decoro parlamentar. Objetivamente, podemos resumir o caso da seguinte forma: o afastamento do congressista para exercer cargo de Ministro de Estado não impede a instauração de processo disciplinar pela Casa por quebra de decoro em decorrência de atos que tenham ligação com o exercício da função parlamentar. Agora, guarde bem essas informações, afinal, cá entre nós: quantos concorrentes teriam condições de acertar uma questão como esta? Certamente, poucos, pouquíssimos... Item errado. 43. (CESPE/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL – DIREITO/INSS/2008) As comissões parlamentares de inquérito são conseqüência do sistema de freios e contrapesos adotado pela Constituição Federal. Posso dizer que o sistema de freios e contrapesos consiste em instrumentos de controles recíprocos entre os Poderes. Comentei algo sobre o sistema de freios e contrapesos na primeira aula. Essa teoria tem por base aquela ideia de que o Poder se corrompe se não encontra limites. Assim, o sistema de freios e contrapesos visa a resguardar o equilíbrio do princípio da separação de Poderes, já que evita a concentração de poder nas mãos de um dos poderes da república. As CPIs são exemplos de mecanismos componentes do sistema de freios e contrapesos estabelecidos pela Constituição Federal. Ou seja, trata-se de uma das formas de controle dos demais poderes pelo Legislativo. Outro detalhe importante é que as CPIs representam o desempenho de função típica do Legislativo: fiscalização. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 22 Item certo. 44. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/TJ – PA/2006) Não ofende o princípio constitucional da separação e independência dos poderes a intimação de magistrado para prestar esclarecimentos perante comissão parlamentar de inquérito sobre ato jurisdicional típico que praticou. CPIs não podem investigar ato de natureza jurisdicional, isto é, ato praticado por membro do Poder Judiciário no desempenho de função típica (decisões judiciais). Mas fique atento: CPIs podem convocar um magistrado para depor, desde que seja sobre assuntos relacionados à prática de ato administrativo. Seria cabível, portanto, a convocação de um juiz numa apuração de irregularidades em procedimento licitatório ou mesmo em concurso público realizados pelo judiciário. Item errado. 45. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª REGIÃO/2008) O Congresso Nacional instituiu comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apuração de irregularidades nas sentenças proferidas por determinado juiz contra a União. O juiz foi convocado para prestar esclarecimentos sobre sentenças por ele prolatadas. Considerando a situação hipotética acima, assinale a opção correta,de acordo com o entendimento do STF. a) O magistrado não é obrigado a prestar depoimento que envolva sentenças por ele prolatadas. b) A CPI somente seria possível se tivesse objeto mais genérico, envolvendo a apuração de irregularidades em todo o Poder Judiciário. c) Em razão de sua formação jurídica, não é direito do juiz fazer-se acompanhar de advogado. d) A CPI não tem poderes para quebrar o sigilo dos registros telefônicos de investigado. e) O comparecimento espontâneo do magistrado implicará a perda do direito de permanecer em silêncio, e tal conduta será interpretada como confissão. A alternativa “a” está correta. Como vimos, CPIs não podem investigar ato de natureza jurisdicional. De qualquer forma, não se esqueça que as CPIs têm poderes para convocar magistrado para depor acerca da prática de atos administrativos. A alternativa “b” está errada, porque CPI não pode ter objeto genérico. A CF/88 exige que para a criação dessa comissão o apontamento de “fato determinado”. A alternativa “c” está errada. Qualquer depoente (investigado ou testemunha) pode ser assistido por advogado e com ele comunicar-se durante as sessões da CPI. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 23 A alternativa “d” está errada, pois as CPIs têm competência para determinar a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico (dos registros telefônicos) de investigado. A alternativa “e” está errada. O direito de permanecer calado é assegurado ao depoente em CPI, evitando-se assim sua auto-incriminação, sem que isso possa ser interpretado como confissão. Gabarito: “a” Vejamos os principais aspectos relacionados às CPIs. Sintetizando: 46. (CESPE/ANALISTA/PROCURADOR MUNICIPAL/PREFEITURA DE BOA VISTA/2010) As comissões parlamentares de inquérito constituídas por qualquer uma das casas do Congresso Nacional têm poderes próprios das autoridades judiciais, podendo ordenar, entre outros procedimentos, busca domiciliar e interceptação telefônica. De acordo com o art. 58, § 3°, as comissões parlamentares de inquérito têm, de fato, poderes de investigação próprios das autoridades judiciais. Assim, CPIs podem até determinar a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico (acesso aos dados telefônicos). Entretanto, a quebra do sigilo telefônico (para quem ligou, quando ligou, duração de chamadas) não se confunde com interceptação telefônica. Esta última relaciona-se com a captação de conversas telefônicas (escutas DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 24 telefônicas) e não poderá ser determinada por CPI, pois está protegida por reserva de jurisdição (CF, art. 5º, XII). O mesmo se pode dizer a respeito da busca domiciliar, procedimento sujeito à reserva de jurisdição, nos termos do art. 5°, XI, da CF/88, e que, portanto, não pode ser determinado por CPI. Item errado. 47. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/PI/2009) Como instrumentos de fiscalização do Poder Legislativo, as comissões parlamentares de inquérito têm poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, podendo determinar as diligências que julgar necessárias, tomar depoimentos, ouvir indiciados e testemunhas, requisitar documentos de órgãos públicos e promover a responsabilidade civil e criminal dos infratores. As CPIs funcionam como instrumento de fiscalização do Poder legislativo. Entretanto, não podem promover responsabilidade civil e criminal de infratores. A competência da CPI termina com a realização da investigação e elaboração do relatório final que, se for o caso, será encaminhado ao Ministério Público, para que este sim promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores (CF, art. 58, § 3º). Item errado. 48. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) De acordo com o STF, a comissão parlamentar de inquérito pode proceder à quebra de sigilo bancário da pessoa investigada, ainda que baseada em fundamentos genéricos, sem a indicação de fatos concretos e precisos. Segundo o STF, CPI pode quebrar os sigilos bancário, fiscal e de dados telefônicos, por decorrência dos poderes de investigação que a própria CF/88 atribuiu a essas comissões. De qualquer forma, para que uma CPI possa determinar diretamente a quebra desses sigilos é necessário demonstrar a existência concreta de causa provável que legitime essa medida excepcional. Ademais, deve estar justificado como o referido procedimento enquadra-se na investigação dos fatos determinados que deram causa à instauração dessa comissão. Item errado. 49. (CESPE/PROCURADOR/PGM/RR/2010) As comissões parlamentares de inquérito constituídas por qualquer uma das casas do Congresso Nacional têm poderes próprios das autoridades judiciais, podendo ordenar, entre outros procedimentos, busca domiciliar e interceptação telefônica. A CPI não pode determinar busca domiciliar, nem interceptação telefônica. Vejamos o que pode e o que não pode uma CPI fazer. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 25 Sintetizando: Item errado 50. (CESPE/OAB/2010) As comissões parlamentares de inquérito poderão determinar a quebra de sigilo bancário sem a interferência do Poder Judiciário, desde que o façam de forma fundamentada. De fato, as CPIs têm competência para a quebra de sigilo bancário, sem interferência do Judiciário. Entretanto, essa decisão deve ser fundamentada e aprovada pela maioria absoluta de seus membros. Item certo. Processo legislativo. Medidas provisórias. A partir de agora, vejamos as questões que envolvem o processo constitucional de aprovação das leis. É importante que você saiba diferenciar o processo legislativo ordinário do procedimento relativo à aprovação das medidas provisórias. Algumas dicas, de forma bem objetiva: I) as regras básicas do processo legislativo previstas na Constituição Federal são de observância obrigatória pelos estados-membros (inclusive no que se refere à iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo); II) memorize as matérias de iniciativa privativa do Presidente da República (CF, art. 61, § 1°), lembrando que: (i) não há iniciativa privativa para matéria tributária em geral; e (ii) não há vedação a que projetos de iniciativa privativa sejam emendados, desde que as emendas: (i) guardem pertinência temática; e (ii) não impliquem aumento de despesa, ressalvadas as leis orçamentárias; III) conheça as regras referentes a sanção e veto; e lembre-se de que a sanção presidencial não sana vícios de iniciativa e nem vícios de emenda parlamentar; DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 26 IV) memorize as limitações materiais à edição de medidas provisórias (CF, art. 62, § 1°); e V) por fim, guarde estes três entendimentos importantíssimos do STF: (i) excepcionalmente, pode o Poder Judiciário examinar a constitucionalidade de uma MP no que se refere à existência dos pressupostos de urgência e relevância; (ii) a conversão em lei da medida provisória não convalida eventuais vícios formais verificados na sua edição; e (iii) a não conversão da medida provisória em lei tem efeito repristinatório sobre o direito com ela colidente. Evidentemente, esses aspectos (mencionados de forma objetiva) estão detalhados ao longo as questões que se seguem. 51. (CESPE/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/PC/ES/2011) A aprovação de projetos de lei ordinária condiciona-se à maioria simples dos membros de cada Casa do Congresso Nacional, ou seja, somente haverá aprovação pela maioria dos votos, presentea maioria absoluta de seus membros. Salvo disposição constitucional em contrário, que destacará os casos de maioria qualificada, as deliberações de cada Casa serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros (CF, art. 47). Em suma, as deliberações ordinárias dependem de maioria simples, presente a maioria absoluta; excetuam-se aqueles casos em que a Constituição exige expressamente lei complementar (essas aprovadas por maioria absoluta) ou outro quórum ainda mais árduo (três quintos, dois terços). Item certo. 52. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DE 1ª CLASSE/TO/2008) O Poder Legislativo é do tipo bicameral porque reúne, em um mesmo corpo, uma Casa que cumpre o papel de iniciadora do processo legislativo (a Câmara dos Deputados) e uma Casa que cumpre sempre o papel de revisora (o Senado Federal). O Poder Legislativo federal é bicameral (só o federal, pois isso não se reproduz nos âmbitos estaduais e municipais) porque se compõe de duas Casas: a Câmara dos Deputados (representando o povo) e o Senado Federal (representando os estados-membros). Entretanto, não se trata de dizer que uma é a casa iniciadora e outra a revisora no processo legislativo ordinário. Na verdade, isso depende da iniciativa (ou seja, isso vai depender da autoridade que está apresentando o projeto de lei). Caso o projeto de lei seja de iniciativa de Senador (ou de comissão do Senado), a casa iniciadora será o Senado Federal. No caso de Comissão Mista (composta de deputados e senadores), a iniciativa é alternada entre as duas casas. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 27 Nos demais casos, a iniciativa se dá na Câmara dos Deputados (Presidente da República, tribunais, cidadãos etc.). Item errado. 53. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) A CF atribui ao presidente da República iniciativa reservada no que concerne a leis sobre matéria tributária. Não há dúvidas de que o Cespe é a banca que mais cobra jurisprudência em suas provas. Esta assertiva foi mais um caso desses. Mas essa questão é muito batida... Em primeiro lugar, vale a pena você conhecer os temas que são de iniciativa privativa do Presidente da República, de acordo com o art. 61, § 1° da CF/88. Ou seja, são aqueles assuntos que só podem ser tratados em projetos de lei apresentados pelo Presidente da República. Pois bem, o STF já se pronunciou no sentido de que a CF não estabelece iniciativa privativa para legislação que verse sobre matéria tributária em geral. Ou seja, qualquer dos congressistas (e também o Presidente da República) poderá iniciar projeto de lei sobre direito tributário. O mesmo é válido para os deputados estaduais e vereadores, nas respectivas esferas de poder. Em verdade, o STF já admitiu a iniciativa de lei em matéria tributária até mesmo ao Poder Judiciário, no tocante aos emolumentos e custas judiciais (que, como se sabe, têm natureza tributária, na modalidade “taxa”). Deve-se ressaltar, entretanto, que há uma exceção: é de iniciativa privativa do Presidente da República a lei que trata de matéria tributária relativa nos Territórios Federais (CF, art. 61, §1°, II, “b”). Item errado. 54. (CESPE/PROMOTOR/MPE/ES/2010) Projeto de lei de iniciativa do STF e dos demais tribunais superiores deverá ser iniciado, mediante o respectivo depósito junto à mesa, no Senado Federal. Assim como há leis de iniciativa privativa do presidente da República, há leis de iniciativa privativa do STF e demais tribunais (somente esses órgãos podem apresentar projeto de lei tratando daqueles temas). Vejamos alguns exemplos: I) no caput do art. 93 da CF/88, temos o Estatuto da Magistatura, veiculado em Lei complementar de iniciativa privativa do Supremo Tribunal Federal; II) nos termos do art. 96, II da CF/88, compete aos STF, tribunais superiores e tribunais de justiça a iniciativa de lei referente a: a) alteração do número de membros dos tribunais inferiores; b) criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 28 c) criação ou extinção dos tribunais inferiores; d) alteração da organização e da divisão judiciárias; III) no art. 125, § 1° da CF/88, temos a iniciativa privativa dos Tribunais de Justiça para organizar a justiça estadual (CF, art. 125, § 1°). Entendido isso, precisamos saber o seguinte: qual é a Casa iniciadora para esses projetos apresentados pelo Poder Judiciário? Segundo o art. 64 da CF/88, a discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados – e não no Senado Federal como afirmado pela questão. Item errado. 55. (CESPE/PROCURADOR/MPTCE/BA/2010) Se um projeto de lei for rejeitado em uma das casas do Congresso Nacional, a matéria dele constante somente poderá ser objeto de novo projeto, no mesmo ano legislativo, mediante proposta de dois terços dos membros de qualquer das casas legislativas. Nos termos do art. 67 da CF/88, a matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional. Trata-se do princípio da irrepetibilidade, que veda a reapreciação de projetos de lei rejeitados na mesma sessão legislativa, salvo proposta da maioria absoluta. Item errado. 56. (CESPE/ANALISTA TÉCNICO II: JURÍDICO/SEBRAE/BA/2008) Não precisa ser reapreciada pela Câmara dos Deputados expressão suprimida pelo Senado Federal em texto de projeto que, na redação remanescente, aprovada em ambas as Casas do Congresso, não tenha perdido sentido normativo. Vejamos o art. 65 da Constituição: “Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar. Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.” Organizando seus pensamentos, posso dizer que, após ser aprovado o projeto pela casa iniciadora, se a casa revisora: - aprovar → vai para o Presidente da República para sanção e veto; - rejeitar → é arquivado e se aplica a irrepetibilidade (CF, art. 67); e - emendar → retorna para casa iniciadora. Nesse último caso, essa nova análise da casa iniciadora restringe-se ao que foi emendado. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 29 Interessante observar a predominância da vontade da Casa iniciadora sobre a Casa revisora. Caso a casa revisora altere o texto inicial por meio de emendas, o projeto volta à Casa iniciadora para que sejam deliberadas exclusivamente as emendas. Se as alterações forem aprovadas pela Casa iniciadora, o projeto de lei segue normalmente para sanção do Presidente. Caso as alterações sugeridas pela Casa revisora sejam rejeitadas pela Casa iniciadora, o projeto de lei vai da mesma forma para a sanção presidencial, só que com o texto original (sem as referidas emendas) e sem voltar à Casa revisora. Exemplificando: a Câmara (casa iniciadora) aprova uma lei que permite cobrar 10% de determinado tributo sobre a atividade “X” e o projeto é encaminhado ao Senado. Agora, suponha que o Senado (Casa revisora) emende o projeto de lei mudando a alíquota para 15%, o queacontece? O projeto volta à Casa iniciadora (Câmara), para a apreciação da emenda (alteração de alíquota); nesse caso, se a Câmara aprovar a emenda do Senado, o projeto vai para sanção com a alíquota de 15% (como proposto pelo Senado); se a Câmara rejeitar a emenda, o projeto vai para sanção com os 10% inicialmente propostos. Entendido? Ok, entendido. Então, agora, suponha que a emenda apresentada pelo Senado não fosse nem um pouco relevante. Imagine que um Senador leu o valor proposto de “10%” e achou melhor mudar o texto para “dez por cento”. Ou seja, nessa hipótese, o Senado teria apenas mudado a maneira de escrever o mesmo percentual de alíquota: em vez dos “10%” originais, o texto legal apresentaria o mesmo percentual por extenso (“dez por cento”). Não houve nenhuma mudança significativa, nenhuma mudança substancial. A dúvida é: faz sentido movimentar a Casa iniciadora de novo (a Câmara) para apreciar essa emenda que não tem relevância nenhuma? Não, não faz. Daí o entendimento que deve ser guardado por você: a alteração de projeto de lei por uma Casa Legislativa não precisa ser reapreciada pela outra Casa caso a alteração não seja substancial. Assim, se a alteração não tiver provocado mudança no sentido normativo do projeto (uma alteração meramente formal) não há que voltar à outra Casa novamente. Item certo. 57. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TST/2008) Considere que, em uma sessão do Senado Federal, que é composto por 81 membros, estivessem presentes 71 senadores e tenha havido exatos 36 votos pela aprovação de determinado projeto de lei complementar. Nessa situação, é correto concluir que o referido projeto foi rejeitado. A aprovação de lei complementar exige voto da maioria absoluta dos membros (CF, art. 69). Nesse sentido, para que referido projeto de lei DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 30 complementar seja aprovado, serão necessários 41 votos favoráveis à aprovação (mais da metade dos 81 integrantes da Casa), independentemente do número de presentes. Caso se tratasse de lei ordinária, aprovada por maioria simples, bastava o voto de aprovação da maioria dos presentes, desde que presente a maioria absoluta. Item certo. 58. (CESPE/ANALISTA COMÉRCIO EXTERIOR/MDIC/2008) A sanção presidencial só é exigida nos projetos de lei de competência privativa do presidente da República. Aprovado o projeto de lei no Congresso, ele vai ao Presidente da República para fins de sanção ou veto. A sanção é a concordância do Chefe do Poder Executivo com o projeto de lei aprovado pelo Legislativo, com ou sem modificações em relação ao texto original. É o ato que conclui a fase constitutiva do processo legislativo. O veto é a manifestação de discordância do Chefe do Executivo com parte ou com todo o projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo. É outorgado ao Chefe do Executivo, em caráter exclusivo, vetar projeto já aprovado pelo Legislativo. Por fim, cabe mencionar que esse veto presidencial pode ser derrubado por voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto, em sessão conjunta do Congresso Nacional, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento (CF, art. 66, § 4°). A questão está errada, pois a etapa de sanção ao projeto de lei existe no processo legislativo, independentemente de quem tenha iniciado o projeto. Outro aspecto é que, a rigor, para que seja aprovado um projeto de lei, não é necessário que haja sanção presidencial, uma vez que há a possibilidade de rejeição do veto. Item errado. 59. (CESPE/ANALISTA PROCESSUAL/MPU/2010) Como decorrência do princípio da simetria e do princípio da separação dos poderes, as hipóteses de iniciativa reservada ao presidente da República, previstas na Constituição Federal, não podem ser estendidas aos governadores. O STF considera que as regras básicas do processo legislativo previstas na Constituição Federal são de observância obrigatória pelos estados- membros. Nesse sentido, como decorrência do princípio da simetria, as hipóteses de iniciativa reservada ao presidente da República, previstas na Constituição Federal, devem ser estendidas obrigatoriamente aos governadores. Item errado. 60. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) A matéria que for rejeitada pelo parlamento não poderá ser objeto de novo projeto de lei ordinária na mesma sessão legislativa. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 31 A matéria constante de projeto de lei rejeitado poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, desde que mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional (CF, art. 67). Muita gente faz confusão com esse princípio da irrepetibilidade. É que ele funciona de uma forma para os projetos de lei, e de outra maneira para emendas constitucionais e medidas provisórias. Vejamos. I) Emenda constitucional e MP - matéria rejeitada não poderá, em nenhuma hipótese, constituir nova proposta na mesma sessão legislativa (CF, art. 60, § 5º e art. 62, § 10). II) Projeto de lei - matéria rejeitada poderá constituir novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional (CF, art. 67). Item errado. (CESPE/DELEGADO/TO/2008) Considere-se que o presidente da República tenha vetado integralmente um projeto de lei, que retornou ao Congresso Nacional, com as razões do veto. Nessa situação, julgue os itens a seguir: 61. (CESPE/DELEGADO/TO/2008) se o veto for apreciado pelo Congresso Nacional no prazo de quinze dias a contar de seu recebimento, ele só poderá ser rejeitado pelo voto de dois terços dos deputados e senadores. Em primeiro lugar, observe que o veto foi integral (o Presidente vetou todo o projeto de lei), mas poderia também ter sido parcial (o Presidente poderia ter vetado apenas parte dele): um artigo, um parágrafo etc. O que não se admite é que o Presidente da República vete uma expressão ou uma palavra do projeto de lei, veja: “O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.” (CF, art. 66, § 2°). O veto integral ou parcial do projeto de lei deverá se apreciado no prazo de trinta dias a contar de seu recebimento, podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta de deputados e senadores, em escrutínio (votação) secreto, nos termos do art. 66, § 4º, da CF/88. Item errado. 62. (CESPE/DELEGADO/TO/2008) se o veto não for mantido, o projeto de lei será enviado, para promulgação, ao presidente da República, que, nesse caso, não poderá mais optar por sancioná-lo ou novamente vetá-lo. Neste caso, compete ao Presidente da República promulgar o projeto no prazo de 48h. Não o fazendo, caberá ao Presidente do Senado fazê-lo. Por fim, se este também não o fizer em igual prazo, compete ao Vice-Presidente do Senado promulgá-lo, nos termos do art. 66, §§ 5º e 7º, da CF/88. Item certo. DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PARA O STJ PROFESSOR FREDERICO DIAS Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 32 63. (CESPE/DELEGADO/TO/2008) se o veto for mantido, o projeto de lei será arquivado, não havendo possibilidade de esse mesmo veto ser reanalisado por parte do Poder Legislativo. O veto é irretratável, bem como a sua análise por parte do Poder Legislativo. Segundo Alexandre de Moraes, a confirmação parlamentar das razões subjacentes ao veto importa em extinção definitiva do processo legislativo e impede a reabertura das fases procedimentais. Item certo. 64. (CESPE / ANALISTA DE INFRAESTRUTURA
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