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DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 11 AULA 02 DAS PESSOAS: NATURAIS E JURÍDICAS (arts. 1o ao 78 do Código Civil) Itens específicos do edital que serão abordados nesta aula: 3. Pessoas naturais e jurídicas: personalidade; capacidade; direitos de personalidade. 4. Domicilio. (...) 15. Registro (veremos este item um pouco hoje, mas voltaremos a ele mais adiante, quando analisarmos os direitos reais). Subitens: Pessoas Naturais. Conceito. Personalidade: Início, Individualização e Término. Nascituro. Domicílio Civil. Residência. Direitos da Personalidade. Capacidade: classificação. Incapacidade. Emancipação. Registro e Averbação. Pessoas Jurídicas. Conceito. Classificação: Pessoa Jurídica de Direito Público e de Direito Privado. Personalidade Jurídica. Início e Término de sua existência legal. Registro e Representação. Domicílio. Responsabilidade. Grupos não personificados. Abuso e Desconsideração da Personalidade Jurídica. CONTEÚDO ESQUEMÁTICO DA AULA Dispositivos do Código Civil referentes a esta aula: arts. 1º ao 78. A) PESSOAS NATURAIS (FÍSICAS) CONCEITO é todo ser humano considerado como sujeito de obrigações e direitos, sem qualquer distinção. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil (art. 1o do CC). Compõe: a Personalidade, a Capacidade e a Emancipação. I. PERSONALIDADE conjunto de caracteres próprios da pessoa, reconhecida pela ordem jurídica a alguém, sendo a aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações. Os Direitos de Personalidade estão previstos nos arts. 11 a 21 do CC. Lembrando que estes dispositivos não exaurem a matéria; são meramente exemplificativos. Com exceção dos casos previstos expressamente na lei eles são: intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. A) Início da Personalidade nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro (o que está por nascer) – art. 2o do CC. Cuidado com a expressão natimorto. Ela não é considerada técnica. O vocábulo possui um duplo sentido: aquele que nasceu sem vida OU aquele que veio à luz, com sinais de vida, mas, logo morreu. B) Individualização (atributos da personalidade) 1. Nome – é o sinal exterior pelo qual se designa e se reconhece uma pessoa perante a sociedade (arts. 16 a 19 do CC). Características: inalienável, imprescritível e personalíssimo. Elementos: prenome, patronímico (sobrenome) e agnome (Júnior, Neto, etc.). A lei protege DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 22 de forma expressa o pseudônimo. Em princípio o nome é imutável, mas a lei permite inúmeras exceções (ex: situações vexatórias, erro gráfico, homônimo, casamento, etc.). 2. Estado – soma das qualificações de uma pessoa na sociedade. Estado individual (idade, sexo, saúde mental e física, altura, peso, etc.); Estado político (brasileiro nato, naturalizado, estrangeiro, etc.); Estado familiar: quanto ao matrimônio (solteiro, casado, viúvo, etc.), quanto ao parentesco (pai, mãe, filho, avô irmão, etc.). 3. Domicílio (arts. 70 a 78 do CC) – Regra básica = lugar onde se estabelece a residência com ânimo definitivo (art. 70, CC). É domicílio também, quanto às relações concernentes à profissão, onde esta é exercida (art. 72, CC). Elementos: a) objetivo (estabelecimento físico); b) subjetivo (intenção de ali permanecer). Outras regras: a) pluralidade domiciliar: pessoa com diversas residências onde alternadamente viva → domicílio será qualquer delas (art. 71, CC); b) pessoa sem residência habitual → domicílio será o local onde for encontrada (art. 73, CC). Domicílio Legal ou Necessário: incapaz (absoluta ou relativamente), servidor público, militar, preso e marítimo (art. 76, CC). Domicílio voluntário especial: a) domicílio contratual (art. 78, CC) que é o local especificado no contrato para o cumprimento das obrigações dele resultantes; b) domicílio (ou foro) de eleição ou cláusula de eleição de foro (previsto no art. 111 do Código de Processo Civil), que é o escolhido pelas partes para a propositura de ações relativas às obrigações. Jurisprudência → não se admite o foro de eleição nos contratos por adesão quando dificultar os direitos do aderente em comparecer em juízo; considera-se como sendo uma cláusula abusiva e, por isso, nula. C) Fim da Personalidade 1. Morte Real com corpo (certidão de óbito) ou sem corpo (justificação judicial – art. 88 da Lei de Registros Públicos – 6.015/73). 2. Morte Civil – não existe mais. Deixou resquícios no Direito das Sucessões. Ex: indignidade (art. 1.816, CC) 3. Morte Presumida: efeitos patrimoniais e alguns pessoais. Depende de um demorado processo judicial, passando por três fases (arts. 22 a 39, CC): a) Ausência (ou curadoria do ausente) – 01 ou 03 anos, dependendo da hipótese (art. 26, CC), arrecadando-se os bens que serão administrados por um curador; b) Sucessão Provisória – é feita a partilha de forma provisória, aguarda-se 10 anos o retorno do ausente; c) Sucessão Definitiva – na abertura já se concede a propriedade plena dos bens e se declara a morte (presumida) do ausente. Seu cônjuge é reputado viúvo. Aguardam-se mais dez anos; d) Fim – após o decurso deste prazo, encerra-se o processo e o ausente, se retornar, não terá direito a nada. 4. Efeitos da Morte: dissolução do vínculo conjugal e do regime matrimonial; extinção do poder familiar; extinção da obrigação de prestar alimentos com o falecimento do credor; extinção dos contratos personalíssimos, etc. Por outro lado a vontade do de cujus (falecido) pode sobreviver por meio de um testamento. Além disso, ao cadáver é devido respeito; os militares e os servidores públicos de uma forma DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 33 geral podem ser promovidos post mortem; permanece o direito à imagem, à honra, aos direitos autorais, etc. D) Comoriência – presunção relativa (juris tantum – admite prova em contrário) de morte simultânea de duas ou mais pessoas, sempre que não se puder averiguar quem faleceu em primeiro lugar – art. 8º CC. Aplica-se o instituto sempre que houver uma relação de sucessão hereditária. A consequência prática é que se os comorientes forem herdeiros uns dos outros, não haverá transferência de direitos entre eles; um não sucederá o outro. II. CAPACIDADE – aptidão da pessoa para exercer direitos e assumir obrigações, ou seja, de atuar sozinha perante o complexo das relações jurídicas. Espécies: Capacidade de Direito e de Fato. Quem tem as duas espécies de capacidade tem a capacidade plena. Incapacidade é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil. A) Capacidade de Direito (ou gozo) própria de todo ser humano; quem tem personalidade (está vivo) possui capacidade de direito. B) Capacidade de Fato trata-se da possibilidade de exercício dos direitos. Subdivide-se em: 1. Absolutamente Incapazes (art. 3º, CC) a) menores de 16 anos. b) enfermidade ou deficiência mental sem discernimento. c) mesmo por causa transitória, não puderem exprimir a vontade. 2. Relativamente Incapazes (art. 4º, CC) a) maiores de 16 e menores de 18 anos. b) ébrios habituais, viciados em tóxico e os que por deficiência mental tenham discernimento reduzido. c) excepcionais, sem desenvolvimento completo. d) pródigos (os que dissipam seus bens). Obs. Os absolutamente incapazes serão representados e os relativamente serão assistidos por seus representantes legais (pais, tutores ou curadores). Índios →→→ são reguladospor legislação especial (Lei n° 6.001/73 – Estatuto do Índio). 3. Capacidade Plena pessoas maiores de 18 anos ou emancipadas. III. EMANCIPAÇÃO é a aquisição da capacidade plena antes dos 18 anos, habilitando o indivíduo para todos os atos da vida civil. Definitiva e Irrevogável – Art. 5o, parágrafo único, CC: 1) concessão dos pais (na falta de um deles, apenas a do outro), por instrumento público, independentemente de homologação judicial – 16 anos. 2) sentença do Juiz (ouvido o tutor, nos casos em que não há poder familiar) – 16 anos. 3) casamento – idade núbil (homens e mulheres) → 16 anos. 4) exercício de emprego público efetivo. 5) colação de grau em curso de ensino superior. 6) estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego, com economia própria – 16 anos. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 44 IV. Devem ser registrados (art. 9o, CC): • nascimentos, casamentos e óbitos. • emancipação por outorga dos pais ou por sentença do Juiz. • interdição por incapacidade absoluta ou relativa. • sentença declaratória de ausência e de morte presumida. V. Devem ser averbados (art. 10, CC): • sentenças que decretam a nulidade ou anulação do casamento, bem como separação judicial, restabelecimento da sociedade conjugal (entende parte da doutrina que estas duas últimas situações estariam revogadas em face da EC n° 66/2010) e divórcio. • atos judiciais ou extrajudiciais que declaram ou reconhecem a filiação, bem como a adoção. B) PESSOAS JURÍDICAS CONCEITO Pessoa Jurídica (moral ou coletiva) – Unidade de Pessoas Naturais (físicas) ou de patrimônios, que visa à consecução de certos fins, reconhecido como entidade com aptidões de direitos e obrigações; a lei empresta-lhe personalidade, capacitando-a para ser sujeito de direitos e obrigações. Corrente majoritária →→→ Teoria da Realidade Técnica. Súmula 227 do Superior Tribunal de Justiça: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”. CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAL A) Pessoas Jurídicas de Direito Público 1) Externo (art. 42, CC) →→→ Regulamentadas pelo Direito Internacional – Ex: outros países soberanos, Santa Sé, organismos internacionais (ONU, OEA). 2) Interno (art. 41, CC) →→→ O Estado. a) Administração Direta ou Centralizada →→→ União, Estados Membros, Distrito Federal, Territórios e Municípios. b) Administração Indireta ou Descentralizada →→→ Autarquias, as Associações Públicas (Lei n° 11.107/05) e as demais entidades de caráter público criadas por lei (Fundações Públicas). B) Pessoas Jurídicas de Direito Privado (art. 44, CC) 1) Espécies a) Fundações Particulares – universalidades de bens personificados em atenção ao fim que lhes dá unidade (arts. 62/69, CC). Registro da escritura pública ou testamento. Dotação de bens livres que passam a ser inalienáveis e especificação dos objetivos. b) Partidos Políticos (Lei n° 10.825/03). c) Organizações Religiosas (Lei n° 10.825/03). d) Associações – união de pessoas, sem finalidade lucrativa. e) Sociedades – Simples ou Empresárias →→→ ambas visam finalidade lucrativa; no entanto a diferença está no seu objeto: exercício (ou DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 55 não) de atividade mercantil. Palavras chaves: organização e atividade. Espécies: nome coletivo, comandita simples, conta de participação, limitada, sociedade anônima (esta será sempre empresária) e comandita por ações. Obs.: Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista são consideradas como Pessoas Jurídicas de Direito Privado. f) Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI - Lei n° 12.441/11). 2) Início a) Ato Constitutivo – ato jurídico unilateral inter vivos ou causa mortis (fundações) ou ato jurídico bilateral ou plurilateral (associações e sociedades). b) Registro Público – inscrição dos contratos, estatutos ou compromissos no seu registro peculiar. Requisitos →→→ art. 46, CC. 3) Domicílio a) Direito Público – art. 75, incisos I, II e III, CC. b) Direito Privado – Diretoria e Administração – art. 75, inciso IV, CC. c) Pluralidade Domiciliar – 75, §1°, CC. d) Foro de Eleição – escolhido no contrato. 4) Término – dissolução deliberada de seus membros; hipóteses em que a lei determina; decurso de prazo (quando for constituída por prazo); dissolução judicial. 5) Grupos Despersonalizados →→→ sociedades de fato ou irregulares, massa falida, espólio, etc. RESPONSABILIDADE Tanto as pessoas jurídicas de direito público como as de direito privado são responsáveis pelo que estiver disposto no contrato (responsabilidade contratual), respondendo com seus bens pelo eventual descumprimento de cláusulas contratuais. Já na órbita extracontratual há certa divisão em relação à responsabilidade: a) Pessoa Jurídica de Direito Privado – Regra →→→ possui responsabilidade indireta, ou seja, a pessoa jurídica deve reparar o dano causado pelo seu representante que agiu de forma contrária ao direito. Além disso, a responsabilidade é solidária, pois em razão do vínculo entre a pessoa jurídica e seus funcionários, a vítima pode reclamar os danos tanto da pessoa jurídica como do agente causador do dano. b) Pessoa Jurídica de Direito Público – regra →→→ responsabilidade objetiva do Estado (art. 37, §6°, CF/88 – teoria do risco administrativo – permite-se que a responsabilidade seja afastada em algumas hipóteses). O Estado, como regra, responde independentemente de culpa (em sentido amplo). No entanto tem o mesmo ação regressiva contra o funcionário causador do dano, se provada a culpa deste. O Estado não responde se não houver nexo de causalidade entre a conduta e o dano ou se houve culpa exclusiva da vítima no evento. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA – disregard of the legal entity – Art. 50, CC →→→ atinge e vincula responsabilidades dos sócios (atingindo seus DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 66 bens particulares), com intuito de impedir abuso da personalidade jurídica, desvio de finalidade ou confusão patrimonial. Previsto também no C.D.C., art. 28 e seu §5°. TESTES As questões adiante seguem o padrão da CESPE/UnB, julgando as assertivas e colocando CERTO ou ERRADO. QUESTÃO 01 (CESPE/UnB – Analista Processual – MPU/2010) Considerando a regulamentação constitucional e civilista, julgue os próximos itens: a) De acordo com o Código Civil, o domicílio do marítimo e do militar do Exército é o de eleição da pessoa natural; o do preso condenado e do incapaz, o domicílio necessário. b) Para que a ocorrência de fato natural não resulte em extinção de uma pessoa jurídica, pode-se prever, no ato constitutivo da entidade, manutenção de suas atividades. c) Personalidade jurídica, definida como a maior ou menor extensão dos direitos e das obrigações de uma pessoa, representa um atributo. COMENTÁRIOS: a) Errado. O domicílio do marítimo é o local onde o navio estiver matriculado e o do militar do exército, o local onde servir (portanto, nestas hipóteses, não há domicílio de eleição, mas sim domicílio necessário). Já o domicílio do preso condenado é lugar onde está cumprindo a sentença e o do incapaz o do seu representante ou assistente (portanto, estas pessoas possuem domicílio necessário). Conferir art. 76 e seu parágrafo único do CC. b) Certo. A expressão “ocorrência de fato natural” utilizada pelo examinador para a extinção da pessoa jurídica significa que pelo menos um dos sócios faleceu (a morte é um fato natural). E esta, de fato,pode ser uma causa de extinção da pessoa jurídica. Ocorre que o ato constitutivo da entidade pode prever o prosseguimento das suas atividades por intermédio dos demais membros ou de seus herdeiros. Prescreve o art. 46, VI, CC que o registro deve conter as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio. c) Errado. Personalidade é o conjunto de caracteres próprios da pessoa, reconhecida pela ordem jurídica a alguém, sendo a aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações. É atributo da dignidade do homem. Está errado afirmar que ela se define como maior ou menor extensão dos direitos e obrigações. QUESTÃO 02 (CESPE/UnB – Analista e Técnico Judiciário – Área Judiciária – TRT 17a Região/ES – 2009) A respeito das pessoas naturais e jurídicas, e do domicílio, julgue os seguintes itens. a) No caso de preso ainda não condenado, o domicílio deste será o voluntário. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 77 b) Personalidade jurídica é a potencialidade de a pessoa adquirir direitos ou contrair obrigações na ordem civil. c) Pode ser declarada por sentença a morte presumida da pessoa natural sem a necessidade da decretação da sua ausência. COMENTÁRIOS: a) Certo. O art. 76, CC exige que haja uma sentença. Portanto, o domicílio necessário do preso somente se aplica quando houver sentença condenatória, não abrangendo casos de prisão provisória. Alguns autores ainda exigem que haja o trânsito em julgado da decisão condenatória. b) Certo. Personalidade é o conjunto de caracteres próprios da pessoa, reconhecida pela ordem jurídica a alguém, sendo a aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações. c) Certo. Pode ser declarada por sentença a morte presumida da pessoa natural sem a necessidade da decretação da sua ausência, nas hipóteses do art. 7o, CC. QUESTÃO 03 (CESPE/UnB – Tribunal de Contas da União – Analista de Controle Externo – 2008) Julgue os itens a seguir: a) Os pais de Hortelino, jovem de 19 anos de idade, faleceram em grave acidente automobilístico, herdando ele todos os bens e passando a residir com seus avós maternos. Tempos depois, necessitando saldar dívidas contraídas com cartão de crédito, fez, sozinho e de boa-fé, a venda de uma casa de praia a um casal de argentinos residentes na França. Nessa situação, essa venda é anulável, pois trata-se de negócio jurídico efetuado por indivíduo relativamente incapaz não assistido por seus representantes legais. b) Ranulfo, auditor-fiscal lotado na Delegacia da Receita Federal em Boa Vista-RR, foi nomeado para o cargo em comissão de diretor financeiro de uma autarquia com sede em Brasília. Nessa situação, durante o período em que ele estiver exercendo esse cargo, Ranulfo passará a ter por domicílio a Capital Federal, configurando-se o que se denomina domicílio necessário. c) Genivaldo, residente em Teresina-PI, adquiriu um automóvel por meio de financiamento obtido junto à financeira da própria montadora, com sede em São Paulo. Nesse caso, inobstante tal fato, Genivaldo poderá demandar judicialmente a referida instituição financeira na própria capital piauiense, local onde foi assinado o contrato. COMENTÁRIOS: a) Errado. Hortelino possui 19 (dezenove) anos de idade. Com essa idade já é absolutamente capaz (art. 5o, caput, CC). Portanto a venda que realizou é considerada válida. b) Errado. O domicílio necessário do servidor público é o local onde ele exerce permanentemente suas funções (art. 76, CC). No caso ele foi nomeado para um cargo em comissão (que não é permanente). Portanto seu domicílio continua sendo em Boa Vista, Roraima. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 88 c) Certo. O art. 78, CC prevê que os contratantes podem especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. No caso concreto é Teresina, no Estado do Piauí. QUESTÃO 04 (CESPE/UnB - Analista Jurídico - Ministério da Ciência e Tecnologia – 2011) Observe o enunciado e julgue os itens a seguir. Pedro, seu filho Paulo, dez outras pessoas, o piloto e o copiloto viajavam de avião quando sofreram grave acidente aéreo. Após vinte dias, a equipe de resgate havia encontrado apenas 10 corpos, em grande parte, carbonizados, fato que dificultou a identificação, e encerrou as buscas. Nove corpos foram identificados e nenhum era de Pedro ou de Paulo. A perícia concluiu pela impossibilidade de haver sobrevivente. a) Essa situação configura típico caso de morte civil, que a lei considera como fato extintivo da pessoa natural. b) Nessa situação deve ser declarada a ausência, somente podendo ser considerado como morto presumido nos casos em que a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva. b) Trata-se de morte presumida, sem decretação de ausência. d) Nesse caso fala-se em comoriência, ou seja, presunção de morte simultânea. COMENTÁRIOS: a) Errado. Esta situação se configura em morte presumida (e não morte civil, que já não existe no Brasil). b) Errado. No caso concreto não é necessária a declaração de ausência. c) Certo. Como foram encerradas as buscas, os corpos não foram encontrados e a perícia concluiu pela impossibilidade de haver sobrevivente, trata-se da aplicação do art. 7°, CC. d) Certo. Nos termos do art. 8°, CC. QUESTÃO 05 (CESPE/UnB – Advogado Geral da União - 2008) Suponha-se que Aldo, com dezesseis anos de idade, deseja ser emancipado por seus pais. Nessa situação e de acordo com a legislação civil vigente relativa à emancipação e à família, julgue os itens em seguida. a) Se apenas o pai de Aldo desejar emancipá-lo, essa emancipação terá efeito de pleno direito, nos termos do Código Civil vigente. b) A hipótese de emancipação apresentada é classificada pela doutrina como emancipação voluntária. c) Caso Aldo se case com Maria, de dezessete anos de idade, tornar-se-á plenamente capaz, apesar de não ter 18 anos de idade, o mesmo ocorrendo com ela. d) Supondo que Aldo esteja concluindo a 3a série do ensino médio; caso ele seja aprovado no vestibular, será automaticamente emancipado. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 99 e) Caso Aldo seja emancipado com a concordância de seus pais e queira se casar após a emancipação, ainda assim deverá ter a autorização deles. COMENTÁRIOS: a) Errado. De acordo com o art. 5o, parágrafo único, inciso I do CC, para se emancipar alguém é necessária a concessão de ambos os pais. Somente na hipótese de um dos pais faltar (ex: morte, ausência, perda ou suspensão do poder familiar, etc.) o outro poderá emancipar sozinho. b) Certo. A emancipação também é conhecida como antecipação dos efeitos da maioridade e possui muitas espécies. Uma delas é emancipação voluntária (ou emancipação parental), em que os pais autorizam a emancipação, sem necessitar de homologação do Juiz. Trata-se de uma questão em que se exige do candidato o conhecimento de expressões sinônimas. c) Certo. O casamento é forma de emancipação da pessoa natural, conforme o art. 5°, parágrafo único, II, CC, lembrando que a idade nupcial é de 16 anos. Ambos necessitarão apenas da autorização de seus pais para o casamento (art. 1.511, CC). A emancipação se dá com a efetiva realização do casamento. Lembrando que o divórcio e a viuvez não implicam no retorno à incapacidade. d) Errado. A emancipação se dá com a colação de grau superior (faculdade) e não o fato de ter sido aprovado em um vestibular (confira: art. 5º, parágrafo único, inciso IV, CC). e) Errado. Uma vezemancipado pela concessão dos pais, a pessoa já pode realizar todos os atos negociais em nome próprio, sem assistência ou autorização de seus pais. Pode comprar, vender, doar, hipotecar, enfim, realizar todos os atos da vida civil, inclusive se casar, pois já é emancipado e, por tal motivo, absolutamente capaz. QUESTÃO 06 (CESPE/UnB - INSS/2008 – Analista do Seguro Social com Formação em Direito) No que concerne ao direito civil das pessoas, julgue os itens subsequentes. a) A capacidade de fato ou de exercício da pessoa natural é a aptidão oriunda da personalidade para adquirir direitos e contrair obrigações na vida civil. b) Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. c) O foro de eleição constitui espécie de domicílio necessário ou legal especial. COMENTÁRIOS: a) Errado. É a capacidade de direito que é oriunda da personalidade, para adquirir direitos e contrair obrigações, própria de todo ser humano e que só se perde com a morte. Já a capacidade de fato ou de exercício é a aptidão para exercitar por si próprio os atos da vida civil. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1100 b) Certo. Trata-se do instituto da comoriência, previsto no art. 8o, CC. c) Errado. O foro de eleição é uma espécie de domicílio voluntário especial. QUESTÃO 07 (CESPE/UnB - INSS/2008 – Analista do Seguro Social) Acerca da tutela e curatela no direito civil, julgue os seguintes itens. a) Tutela e poder familiar são institutos jurídicos que não se excluem, ou seja, podem coexistir e, assim, terem ambos, por objeto, a um só tempo, o mesmo incapaz. b) A sentença que declara a interdição do incapaz, em qualquer hipótese, somente produz efeitos após o seu trânsito em julgado. COMENTÁRIOS: a) Errado. A tutela é um instituto de caráter assistencial que tem por finalidade substituir o poder familiar. Protege o menor (impúbere ou púbere) não emancipado e seus bens, se seus pais falecerem ou forem suspensos ou destituídos do poder familiar. Somente se pode falar em tutela se não houver poder familiar. Portanto são institutos que se excluem. b) Errado (questão de doutrina). A regra é que a sentença somente produz efeitos após o seu trânsito em julgado. Admite-se, porém, em situações bem especiais, a produção de efeitos de forma retroativa, como no caso em que uma pessoa, reconhecidamente por todos da comunidade em que vive (inclusive pelo comprador) como doente mental, mas ainda não declarado por sentença como tal, vendeu sua casa e a ação de interdição somente foi proposta posteriormente à venda. Neste caso a doutrina entende que há a possibilidade de retroatividade da sentença de interdição. Leva-se em consideração: a data da realização do negócio (próxima a do ingresso com ação), grau da doença mental, se a doença era aparente ou não, se era ou não do conhecimento da outra parte, valor do negócio, etc. Assim, o erro da questão reside na expressão “em qualquer hipótese”. QUESTÃO 08 (CESPE/UnB – Analista Judiciário TST – 2008) O cientista francês Philippe Charlier trouxe à tona uma revelação inimaginável: os restos mortais da guerreira e mártir francesa Joana d’Arc são falsos — e, na realidade, podem ser de uma múmia egípcia. (Revista IstoÉ - 11/4/2007, p. 75 - com adaptações). Considerando a notícia acima e a legislação civil brasileira, julgue os itens a seguir. a) Se Joana d’Arc fosse brasileira, a personalidade jurídica dessa heroína teria se iniciado no momento em que foi concebida, pois a partir desse momento estariam legalmente assegurados os seus direitos. b) A divulgação da referida descoberta, feita pelo cientista francês à imprensa, classifica-se como um fato jurídico stricto sensu. c) O nome do renomado pesquisador faz parte de seus direitos de propriedade, o que lhe assegura compensação financeira pelo uso não autorizado de seu nome. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1111 d) Se o cientista em questão fosse de nacionalidade brasileira, porém domiciliado na Alemanha, as regras relativas ao princípio e término de sua personalidade jurídica seriam as contidas no direito alemão. COMENTÁRIOS: a) Errado. O art. 2o, CC prevê que embora a lei ponha a salvo os direitos do nascituro, a personalidade da pessoa natural se inicia com o nascimento com vida. b) Errado. Veremos em aula mais adiante que fato jurídico em sentido estrito é o nascimento, a morte, bem como outros fatos naturais dos quais não dependem da vontade humana. No caso concreto a divulgação da descoberta é um fato que depende da vontade humana c) Errado. Os arts. 17 e 18, CC determinam que o nome de uma pessoa não pode ser usado em publicações que exponham a pessoa ao desprezo publico, bem como em propagandas comerciais sem autorização. Como o relatado na questão não se encaixa nestas hipóteses, não haverá esta compensação financeira. d) Certo. A resposta para esta questão está na aula anterior, sobre a Lei de Introdução do Código Civil. O art. 7o, caput, da LICC prevê que “a lei do País em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família”. QUESTÃO 09 (CESPE/UnB – Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo – 2009) De acordo com o Código Civil, julgue os itens seguintes. a) O indivíduo não pode ser constrangido a submeter-se a tratamento ou a intervenção cirúrgica com risco de morte. b) No que concerne a domicílio, é correto afirmar que, tendo uma pessoa natural vivido sucessivamente em diversas residências, qualquer uma delas será considerada como domicílio seu. c) A fixação da residência em determinado lugar configura o elemento subjetivo inerente ao conceito legal do domicílio da pessoa natural. COMENTÁRIOS: a) Certo. É o que prevê o art. 15, CC. b) Errado (pegadinha). A pluralidade domiciliar somente é aplicável na hipótese de alternância da residência. A questão fala em “tendo vivido sucessivamente”. Esta situação não se enquadra no disposto no art. 71, CC. c) Errado. A fixação da residência em determinado local configura o elemento objetivo. O elemento subjetivo é a intenção de permanecer neste local, com ânimo definitivo (também chamado de animus manendi). QUESTÃO 10 (CESPE/UnB – TRE/ES - Analista Judiciário - 2011) Julgue os próximos itens, referentes à capacidade e ao domicílio das pessoas naturais. a) De acordo com o que dispõe o Código Civil brasileiro, é correto afirmar que nem todas as pessoas possuem domicílio. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1122 b) Considere que Pedro possua duas residências onde viva alternadamente. Nesse caso, ainda que Pedro esteja passando um mês de férias em uma casa de praia alugada, considera-se seu domicílio uma daquelas duas residências. c) Os pais podem conceder emancipação a filho que tenha completado dezesseis anos de idade. d) De acordo com o que dispõe o Código Civil, um indivíduo maior de 18 anos de idade que faz uso eventual de entorpecente é considerado relativamente incapaz. COMENTÁRIOS: a) Errado. Pode-se dizer que nem todas as pessoas possuem residência habitual (art. 73, CC), mas mesmo estas possuem domicílio. b) Certo. Certo nos termos do art. 71, CC. O lugar que em que se está passando férias pode ser chamado de habitação, mas este conceito não tem relevância para o direito. c) Certo. Nos termos do art. 5°, parágrafo único, incisoI do CC. d) Errado. O uso eventual de entorpecentes não é causa de relativamente incapaz. O art. 4°, II, CC exige que a pessoa seja “viciado em tóxicos”. QUESTÃO 11 (CESPE/UnB – Auditor do Tribunal de Contas da União – Analista Jurídico – 2011) Com relação às Pessoas, julgue o item a seguir. a) O Código Civil entrosa o conceito de capacidade de direito com o de personalidade, de maneira que o homem, tendo personalidade jurídica, também possui capacidade para ser titular de direitos e obrigações na ordem civil. Assim, os conceitos de capacidade de direito e de personalidade jurídica se equivalem. COMENTÁRIOS: a) Certo. Quando uma pessoa nasce com vida adquire a personalidade jurídica. Nesse momento adquire também a capacidade direito (ou de gozo). Portanto, capacidade de direito confunde-se com a personalidade jurídica. Todas as pessoas que possuem personalidade jurídica têm capacidade de direito; mas nem todas as pessoas que possuem personalidade têm a capacidade de fato ou de exercício. QUESTÃO 12 (CESPE/UnB – TRE/ES - Analista Judiciário - 2011) Com relação à existência legal e à extinção das pessoas jurídicas, julgue o item a seguir. a) As pessoas jurídicas de direito privado passam a existir legalmente a partir da formalização do estatuto ou do contrato social, conforme a espécie a ser criada. b) Nem todos os direitos de personalidade se aplicam às pessoas jurídicas. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1133 COMENTÁRIOS: a) Errado. A existência legal da personalidade jurídica da pessoa jurídica é obtida a partir da inscrição do ato constitutivo no respectivo registro (art. 45, CC e art. 119 da Lei n° 6.015/73). b) Certo. No tocante às pessoas jurídicas, realmente nem todos os direitos da personalidade lhes são aplicados, reservando apenas “o que couber”, conforme o disposto no art. 52, CC. QUESTÃO 13 (CESPE/UnB – Procurador do Estado do Ceará - 2008) No que concerne ao direito de empresa, julgue o item abaixo. a) As sociedades simples e as empresárias têm por objeto social a exploração e o desenvolvimento de atividade econômica com organização profissional, voltada à produção ou circulação de bens ou serviços. Essas sociedades podem ou não ter personalidade jurídica. COMENTÁRIOS: a) Errado. A sociedade simples não realiza atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. Esta característica é somente da sociedade empresária. A sociedade simples é a formada por pessoas que exercem profissão intelectual (gênero), de natureza científica, literária ou artística (espécies), mesmo se contar com auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. QUESTÃO 14 (CESPE/UnB – Defensor Público da União) A respeito das pessoas jurídicas, julgue o item abaixo. a) A desconsideração da personalidade jurídica de uma sociedade é permitida nos casos em que há desvio de seu objetivo social, independentemente da verificação de abuso da personalidade jurídica, da intenção de fraudar a lei ou de causar prejuízos à própria sociedade ou a terceiros. Por isso, depois de despersonalizada a sociedade, os bens particulares dos sócios e dos administradores respondem pela dívida da pessoa jurídica. COMENTÁRIOS: a) Errado. A desconsideração da personalidade jurídica, prevista no art. 50, CC é uma exceção em nosso Direito. Por isso é necessária a prova do abuso da personalidade jurídica ou da intenção de fraudar a lei ou de causar prejuízos à própria sociedade ou a terceiros. QUESTÃO 15 (CESPE/UnB – questão adaptada pelo professor) Em relação às pessoas jurídicas, julgue os itens subsequentes. a) A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado, como regra, independe de registro, bastando a aprovação de seu contrato social pelo Poder Executivo. b) Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1144 ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento da empresa. c) O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. d) Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social ou, alternativamente, por contribuição equivalente que consista em prestação de serviços. e) O Direito Civil estende às pessoas jurídicas a proteção dos direitos da personalidade, no que couber, havendo possibilidade de, inclusive, sofrer dano moral. f) As sociedades simples são aquelas que têm por objeto o exercício de atividades econômicas organizadas para a produção ou circulação de bens ou de serviços próprias de empresário. COMENTÁRIOS: a) Errado. Uma sociedade adquire a personalidade com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro (arts. 45 e 967, CC). b) Certo. Prevê o art. 966, CC que é considerado empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Mas o seu parágrafo único determina que não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. c) Certo. É o que prevê o art. 978, CC. d) Errado. O art. 1.052, CC não menciona a possibilidade alternativa. e) Certo. O art. 52, CC prevê que se aplica às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos de personalidade. A Súmula 227 do STJ prevê que a pessoa jurídica pode sofrer dano moral. f) Errado. Nos termos do art. 982, CC “salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro; e, simples, as demais”. QUESTÃO 16 (Questão da CESPE, mas adaptada pelo professor) Em relação as autarquias, julgue os itens subsequentes: a) Desenvolvem atividades típicas do Estado sendo criadas para a realização de serviços descentralizados da entidade instituidora, especialmente aquelas que requeiram para seu melhor funcionamento gestão financeira e administrativa própria. b) Não são subordinadas hierarquicamente à entidade que as criou, sendo apenas a ela vinculadas, sujeitando-se, porém, ao chamado controle finalístico. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1155 c) Podem desempenhar atividades educacionais e previdenciárias a elas outorgadas pela entidade instituidora. d) Integram a chamada administração pública centralizada, ao contrário das empresas públicas e as sociedades de economia mista que fazem parte da Administração Centralizada. e) A lei instituidora não pode conferir privilégios a algumas autarquias em detrimento de outras; todas possuem o mesmo grau de autonomia. COMENTÁRIOS: a) Certo. As autarquias fazem parte da administração indireta, com autonomia para o desempenho de serviço público descentralizado; como regra somente são destinadas a ela atividades típicas da administração. b) Certo. As autarquias possuem autonomia administrativa; não há uma hierarquia em relação às entidades que as criaram (não há subordinação entre elas, mas simples vinculação), porém há um controle político, exercido noslimites da lei (controle finalístico). c) Certo. Tais atividades são de interesse público, ao contrário das atividades industriais ou econômicas. d) Errado. Todas as entidades mencionadas pertencem à Administração Indireta ou Descentralizada, acrescentando-se, nesta relação, as Fundações Públicas. e) Errado. A lei instituidora pode conferir a determinadas autarquias privilégios específicos e maior autonomia comparativamente com as demais autarquias, hipótese das chamadas autarquias de regime especial (ex: BACEN). QUESTÃO 17 (Questão da CESPE, mas adaptada pelo professor) A respeito das fundações públicas, julgue os itens subsequentes. a) Como regra, são instituídas para a prestação de serviços atípicos do Estado, mas sempre de interesse coletivo, como assistência educacional, saúde, cultura, pesquisa, etc. b) Podem ser pessoas jurídicas de direito público e de direito privado. c) Suas áreas de atuação devem estar definidas por lei complementar. d) Constituem uma universalidade de bens personalizada, destinada a um fim específico. COMENTÁRIOS: a) Certo. Prescreve o art. 62, parágrafo único, CC que uma fundação (de direito público ou privado) somente poderá ser constituída para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. b) Certo. As de direito público estariam previstas no art. 41, V, CC (demais entidades de caráter público) e no Decreto-Lei 200/67. As de direito privado estão previstas no art. 44, III, CC. c) Certo. É o que determina o art. 37, XIX, CF/88. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1166 d) Certo. A fundação é uma universalidade de bens (segundo a doutrina: universitas bonorum). Elas resultam da afetação de um patrimônio (e não da união de indivíduos), personificados em atenção fim que lhe dá unidade. Em outras palavras: na fundação o que é importante é o seu patrimônio, destinado a uma determinada finalidade que lhe dá unidade. QUESTÃO 18 (CESPE UnB – Analista TRT/ES – 2009) Julgue o item a seguir. a) Nas associações, não há direitos e obrigações recíprocos entre os associados. COMENTÁRIOS: a) Certo. O parágrafo único do art. 53 do Código Civil dispõe que “não há direitos e obrigações recíprocos entre os associados”. Assim, em uma associação, a relação obrigacional se dá de modo vertical entre associação e associado, e não entre os associados. QUESTÃO 19 (CESPE/UnB Defensoria Pública/AL - 2007) Em relação ao Direito Civil, julgue os itens a seguir. a) A lei concede personalidade ao nascituro, a qual termina no instante em que o indivíduo morre. b) A lei não exclui de sua proteção o menor púbere que, para eximir-se de uma obrigação, minta acerca de sua idade, no ato de contratar, pois a incapacidade é circunstância objetiva e independe da vontade do agente. c) A despersonalização da pessoa jurídica autoriza o juiz a ignorar a autonomia da pessoa jurídica e atingir o patrimônio dos sócios, vinculando as responsabilidades destes frente a atos ilícitos ou abusivos cometidos pelos representantes da pessoa jurídica. COMENTÁRIOS: a) Errado. A lei não concede personalidade ao nascituro. O art. 2° determina que a personalidade da pessoa natural tem início com o nascimento com vida. Porém a lei assegura os direitos do nascituro, desde a sua concepção. b) Errado. Menor púbere é relativamente incapaz (maior de 16 e menor de 18). E, determina o art. 180, CC (veremos melhor em aula mais adiante) que ele não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior. c) Certo. Vide art. 50, CC. QUESTÃO 20 (CESPE/UnB – Analista Judiciário STM/2011) No que se refere ao Novo Código Civil, julgue o item a seguir. a) O menor que for emancipado aos dezesseis anos de idade em razão de casamento civil e que se divorciar aos dezessete anos retornará ao status de relativamente incapaz. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1177 COMENTÁRIOS: a) Errado. Após a celebração de um casamento, se um dos cônjuges for menor, será considerado emancipado. O divórcio, a viuvez e mesmo a anulação do casamento ocorrida logo a seguir não implicam no retorno à incapacidade. Em relação a um casamento nulo (não é a hipótese da questão) “pode” fazer com que se retorne à situação de incapaz. Obs.: a questão origina falava em “separar judicialmente”. No entanto parte da doutrina entende que a separação judicial foi revogada de nosso ordenamento jurídico. QUESTÃO 21 (CESPE/UnB – Tribunal de Contas da União – Auditor de Controle Externo – 2011) Julgue os itens seguintes, a respeito da disciplina do direito civil. a) A personalidade civil da pessoa natural começa com a concepção, pois, desde esse momento, já começa a formação de um novo ser, sendo o nascimento com vida mera confirmação da situação jurídica preexistente. Nesse sentido, o Código Civil adota, a respeito da personalidade, a teoria concepcionista. b) O nome é a designação que distingue a pessoa das demais e a individualiza no seio da sociedade. O Código Civil brasileiro tutela o nome, em razão do seu aspecto público, mas não o sobrenome, que se refere à ancestralidade, aspecto irrelevante para o direito. c) A sede jurídica de uma pessoa é denominada domicílio, entendendo-se como tal o lugar onde a pessoa pode ser encontrada para responder por suas obrigações. Juridicamente, domicílio equivale a residência, morada ou habitação. d) O início da existência legal da pessoa jurídica de direito privado se dá com a formalização do seu ato constitutivo, que pode ser tanto a celebração do contrato social, no caso das sociedades, quanto a lavratura do estatuto, no caso das associações. e) O que caracteriza a fundação é a sua finalidade, que não pode ser econômica, mas religiosa, moral, cultural, assistencial, desportiva ou recreativa. Nesse sentido, o patrimônio é dispensável para a constituição de uma fundação. COMENTÁRIOS: a) Errado. Embora haja opiniões divergentes, o Brasil adotou a teoria natalista, uma vez que a personalidade civil tem início com o nascimento com vida. No entanto o rigor da norma foi quebrado, pois o mesmo dispositivo a seguir assegura ao nascituro direitos desde sua concepção. b) Errado. Os arts. 17 e 18, CC protegem o nome da pessoa. E o art. 16, CC estabelece que o nome compreende o prenome e o sobrenome. Portanto nossa lei, evidentemente, protege também o sobrenome. Aliás, o art. 19, CC protege até o pseudônimo para atividades lícitas. c) Errado. Enquanto a residência é uma situação de fato (lugar em que a pessoa se estabelece habitualmente, com a intenção de permanecer), domicílio DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1188 é um conceito jurídico, sendo a sede da pessoa (natural ou jurídica), onde se presume a sua presença para efeitos de direito e onde exerce ou pratica, habitualmente, seus atos e negócios jurídicos. d) Errado. Estabelece o art. 45, CC que começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. e) Errado. As fundações são universalidades de bens, pois resultam da afetação de um patrimônio (e não da união de indivíduos), personificados, em atenção ao fim que lhes dá unidade. Para a sua criação é essencial a dotação de benslivres. QUESTÃO 22 (CESPE/UnB – TRT/21ª - Analista Judiciário - 2011) Em relação às pessoas jurídicas e domicílio, julgue os itens subsequentes. a) Embora a pessoa jurídica fixe no estatuto o seu domicílio, este não é imutável. b) A partir de uma interpretação teleológica do art. 50 do Código Civil de 2002, a jurisprudência tem entendido ser possível a desconsideração inversa da personalidade jurídica, de modo a atingir bens da sociedade em razão de dívidas contraídas pelo seu sócio controlador. COMENTÁRIOS: a) Certo. Estabelece o art. 75, CC que “quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: (...) IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos”. E o §1° deste artigo estabelece que tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. b) Certo. Questão doutrinária. Fala-se em desconsideração inversa, quando se vincula o patrimônio da pessoa jurídica, para responsabilizá-la por uma obrigação contraída pelo sócio. Ex.: uma pessoa muito rica transfere todos os seus bens para uma Pessoa Jurídica da qual possui o controle absoluto. Assim, embora tecnicamente não seja proprietário dos bens, continua a desfrutar de todos eles. E se a pessoa física contrair uma dívida, em tese, o credor não pode executar tais bens, pois eles não são dela, mas sim da pessoa jurídica. O devedor assim procede para lesar a pessoa de quem pediu o dinheiro emprestado ou para livrar os bens de uma futura partilha em uma separação judicial. Por meio da “desconsideração inversa” se desconsidera a pessoa jurídica, para que a mesma responda com o seu patrimônio perante terceiros, pelas dívidas contraídas pela pessoa física. TESTES DE OUTRAS BANCAS EXAMINADORAS OBSERVAÇÃO. Tenho um grande acervo de questões de concursos de outras bancas examinadoras. Portanto, achei interessante colocá-las DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 1199 também nesta aula para que o aluno tenha a ideia de que os testes, seja da banca que for, são bem repetitivos. Recebam isso apenas como um “plus”, para que a aula fique ainda mais completa. Mesmo que seguindo outro padrão, é interessante, no mínimo, que o aluno leia o exercício e sua resposta. Como nesta aula tratamos de diversos assuntos, tentei separar os testes por tema (personalidade, capacidade, domicílio, emancipação e pessoa jurídica), melhor situando a matéria e evitando que eles fiquem “misturados”. Bem... vamos a eles: A) PERSONALIDADE A.01) De acordo com o Código Civil, os direitos inerentes à dignidade da pessoa humana são: a) absolutos, intransmissíveis, irrenunciáveis, ilimitados e imprescritíveis. b) relativos, transmissíveis, renunciáveis, limitados. c) absolutos, transmissíveis, imprescritíveis, ilimitados, renunciáveis, impenhoráveis. d) inatos, absolutos, intransmissíveis, renunciáveis em determinadas situações, limitados e imprescritíveis. e) absolutos, intransmissíveis, irrenunciáveis, ilimitados e penhoráveis. Comentários: Alternativa correta: letra “a”. Nascendo com vida uma pessoa adquire a personalidade, que é a aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações. Desta forma uma pessoa, embora recém nascida, pode receber uma herança, uma doação, etc. Adquirindo a personalidade, o ser humano adquire o direito de defender o que lhe é próprio, como sua integridade física (vida, liberdade, identidade, alimentos, etc.), intelectual (liberdade de pensamento, autoria científica, artística e intelectual), moral (honra, segredo pessoal ou profissional, privacidade, imagem, opção religiosa, sexual, etc.). Lembrem- se: a dignidade é um direito fundamental, previsto em nossa Constituição, que também prevê que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito de indenização pelo dano material ou moral decorrente dessa violação. Os direitos da personalidade são direitos que existem para garantir a manifestação da personalidade humana; é o direito subjetivo ao respeito ao conjunto de características personalíssimas denominado "personalidade". O art. 11, CC prescreve: “Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”. Os direitos referentes à personalidade (arts. 11 a 21, CC), portanto, não permitem que o seu exercício sofra limitação voluntária. Em outras palavras, mesmo que a pessoa queira, não pode assinar um contrato abrindo mão de sua vida, da sua integridade física ou moral, etc. Mas em alguns casos expressamente previstos em lei é possível esta limitação. Exemplo: eu não posso vender a autoria de um livro; porém eu posso ceder os direitos autorais referentes a este livro. Apesar do Código Civil se referir apenas a algumas características, a doutrina costuma relacionar outros DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 2200 exemplos. No caso concreto, a questão teve um cunho doutrinário. Portanto, podemos arrolar, de uma forma completa, que os direitos de personalidade são: inatos (ou seja, o direito já nasce com o indivíduo), absolutos (ou seja, podem ser opostos contra todos, impondo à coletividade o dever de respeitá- los – costumamos dizer “oponível erga omnes”), intransmissíveis (não se transmitem – por exemplo – pela sucessão), indisponíveis (nem mesmo o seu titular pode desprezá-los ou deles dispor de foram onerosa ou gratuita), irrenunciáveis (que não se pode abrir mão), imprescritíveis (não correm os prazos prescricionais, podem ser reclamados judicialmente a qualquer tempo; no entanto não se deve confundir imprescritibilidade da lesão do direito de personalidade – o exercício do direito da personalidade é imprescritível – com a prescritibilidade da pretensão indenizatória de eventual dano decorrente da violação do direito de personalidade – este prescreve em três anos conforme o art. 206, §3o, V, CC), impenhoráveis (se não pode ser objeto de cessão, muito menos de penhora) e inexpropriáveis (ninguém pode removê-los de uma pessoa). Observem que o art. 11, CC não utiliza a expressão “ilimitados”. Isto é fruto de construção doutrinária. Este termo se refere à impossibilidade de se imaginar um número fechado de direitos. O que se quer dizer é que não existe um número certo, determinado ou limitado de direitos. Eles não se resumem ao que está na lei. Podem existir direitos de personalidade que não estejam previstos expressamente na lei. A expressão não se refere à extensão do direito propriamente dito (pois na realidade todos os direitos possuem certos limites... Costumo sempre citar a seguinte expressão: "o seu direito termina quando começa o direito de seu próximo"), mas sim à possibilidade de existirem outros direitos de personalidade que não estejam previstos na lei. Notem que nas demais alternativas há sempre pelo menos uma palavra errada: a letra “b” todas as palavras estão erradas; na “c” estão erradas as palavras ‘transmissíveis’ e ‘renunciáveis’; na “d” renunciáveis e limitados e finalmente na letra “e” penhoráveis. A.02) (OAB/SP – 2005) Os direitos da personalidade são irrenunciáveis e ... a) disponíveis, podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. b) intransmissíveis, podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. c) intransmissíveis, podendo o seu exercício sofrer, parcialmente, limitação voluntária. d) intransmissíveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. Comentários:A.02) Alternativa correta: letra “d”. Como vimos acima, os direitos da personalidade decorrem da própria Pessoa Natural, que compreende, entre outros, o direito à vida, à liberdade, à privacidade, à intimidade, à honra, ao nome, à integridade física, etc. Com fundamento no art. 11, CC tais direitos são irrenunciáveis e intransmissíveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária, salvo algumas exceções previstas na própria lei. O titular do direito pode ceder o exercício (e não a titularidade) de alguns dos direitos DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 2211 de personalidade (ex: o direito de imagem pode ser cedido, à título gratuito ou oneroso durante certo lapso de tempo). A.03) Sobre tutela dos direitos da personalidade assinale a alternativa CORRETA: a) falecida a pessoa, cessa a possibilidade de tutela desses direitos. b) é vedada à pessoa a disposição gratuita do próprio corpo. c) no ordenamento jurídico brasileiro, não se admite a possibilidade de alteração do sobrenome. d) para a manutenção da ordem pública, o Código Civil admite a exposição da imagem da pessoa sem sua autorização. e) uma pessoa pode ser constrangida a submeter-se a uma intervenção cirúrgica, mesmo que esta exponha o paciente a risco de vida. Comentários: A.03) Alternativa correta: letra “d”. O direito à imagem é o de não ver a sua efígie exposta em público ou comercializada sem a sua autorização. Ele é um direito autônomo, isto é, não precisa, necessariamente, estar ligado a outro direito como a identidade, honra, etc. (embora muitas vezes estejam ligados entre si). No entanto em hipóteses especiais a lei permite a exposição da imagem sem autorização. O art. 20, CC prevê que “salvo se autorizadas ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escrito, a transmissão da palavra ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais”. A letra “a” está errada, pois embora o art. 11, CC diga que os direitos personalíssimos sejam intransmissíveis, há ressalva de “exceções previstas na lei”. Assim, alguns direitos podem se transmitem com a morte da pessoa (ex: direitos autorais), havendo ainda a proteção (ou tutela) dos mesmos. As pessoas que podem requerer a proteção destes direitos são: os cônjuges, os ascendentes ou os descendentes (art. 20, parágrafo único, CC). A letra “b” também está errada, pois o art. 14, CC permite a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, com o objetivo científico ou altruístico. Como vimos o nome (incluindo o prenome e o sobrenome) da pessoa natural pode ser alterado em diversas situações (alternativa “c” está errada, portanto). Finalmente a letra “e” está errada, pois o art. 15, CC prevê que ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. A.04) Sobre os direitos de personalidade, pode-se afirmar que: a) a pessoa jurídica não é titular de tais direitos, por não ser detentora de honra. b) são renunciáveis, podendo seu exercício sofrer limitação voluntária. c) é permitida a disposição livre e onerosa do próprio corpo, para quaisquer fins. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 2222 d) embora eles sejam intransmissíveis, o direito de exigir sua reparação transmite-se aos sucessores. e) caracterizam-se por serem apenas extrapatrimoniais. Comentários: A.04) Alternativa correta: letra “d”. Notem, mais uma vez, que o art. 11, CC prescreve que os direitos de personalidade são intransmissíveis. Mas este próprio artigo faz a ressalva: “com exceção dos casos previstos em lei”. Vejam como o examinador gosta das “exceções”. Para a resposta ficar completa e bem fundamentada, devemos combinar este artigo com o art. 943, CC que prescreve que “o direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança”. Por isso esta alternativa acabou ficando certa. A letra “a” está totalmente errada, pois o art. 52, CC assegura às pessoas jurídicas a mesma proteção cabível para a proteção da personalidade. A letra “b” está errada, pois os direitos da personalidade, como vimos, são irrenunciáveis. A letra “c” também está errada. Os artigos 13 e 14, CC regulam o tema; observem o que dispõe o art. 14: “É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte”. Assim a disposição do próprio corpo deve ser gratuita e para fins específicos (e não qualquer finalidade, como ficou na questão). Finalmente a letra “e” também está errada, não só pela expressão “apenas”, mas porque os direitos da personalidade podem ser patrimoniais em algumas hipóteses. A.05) (Procurador do Distrito Federal – 2005) Quanto aos direitos de personalidade, pode-se afirmar: a) é vedado, seja qual for a hipótese, à pessoa juridicamente capaz, dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo, pois os direitos de personalidade, entre os quais se pode citar a integridade física, são irrenunciáveis. b) é viável a utilização, por terceiro, da imagem de uma pessoa, desde que tal uso não lhe atinja a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, nem se destine a fins comerciais. c) pelo Código Civil os direitos de personalidade são irrenunciáveis, porém são admitidas diversas limitações voluntárias. d) embora o nome de uma pessoa goze de proteção legal, o mesmo não se dá quanto ao pseudônimo utilizado em atividades lícitas. e) apenas o titular do direito de personalidade pode exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, sendo vedado a qualquer outra pessoa levar a efeito tais medidas, ainda que o titular do direito de personalidade já tenha falecido. Comentários: A.05) Alternativa correta: letra “b”. O artigo 5o, XXVIII, “a” da Constituição Federal combinado com o art. 20, CC tutelam o direito à imagem, DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 2233 porém não proíbem o seu uso por terceiros se isto não atingir a honra, a boa fama, a respeitabilidade, nem se destine a fins comerciais. A letra “a” está errada, pois o art. 14, CC permite a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Já o art. 13 e o seu parágrafo único, CC permite a disposição do próprio corpo, mesmo estando a pessoa viva, desde que para fins de transplante e desde que não importe em diminuição permanente da integridade física ou contrarie os bons costumes. A letra “c” é a mais sutil: ela está errada, pois o art. 11, CC não admite limitação voluntária ao direito de personalidade; eventuais exceções são raras e devem estar expressamente prevista na lei. A letra “d” está errada, pois o art. 19, CC equipara o pseudônimo ao nome para fins de proteção civil. A letra “d” está errada, uma vez que o pseudônimo, utilizado para atividades lícitas tem a mesma proteção jurídica que se dá ao nome (art. 19, CC). A letra “e” está errada, pois o art. 12, parágrafo único do CC prevê que em se tratando de pessoa falecida, terá legitimidade para proteger sua personalidade o cônjuge ou qualquer parente em linha reta (que são os descendentes ou ascendentes) ou colaterais até quarto grau (que são os irmãos, tios, sobrinhos, primos, etc.),portanto não é só apenas o titular do direito que pode mover ações judiciais. A.06) (Tribunal Regional Federal - 1a Região – Técnico Administrativo – 2006) Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos de personalidade são: a) irrenunciáveis, mas transmissíveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. b) renunciáveis e transmissíveis, podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. c) irrenunciáveis e intransmissíveis, mas pode o seu exercício sofrer limitação voluntária. d) renunciáveis e transmissíveis, mas não pode o seu exercício sofrer limitação voluntária. e) irrenunciáveis e intransmissíveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. Comentários: A.06) Alternativa correta: letra “e”. Trata-se, mais uma vez, do texto literal do art. 11, CC. O examinador apenas deseja que se complete o texto do cabeçalho com a alternativa que esteja exatamente de acordo com o dispositivo legal. A.07) (Magistratura do Trabalho – 8a Região/PA – 2007) Assinale a alternativa CORRETA da disciplina do Código Civil sobre os direitos de personalidade: a) os direitos de personalidade são sempre intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 2244 b) é sempre defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes; todavia é válida a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte, com objetivo altruístico ou científico. c) com a finalidade de preservação do direito à integridade física é possível, mediante determinação judicial, a adoção coativa de tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. d) o nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, desde que presente a intenção difamatória, bem como, sem autorização, não será utilizado em propaganda comercial. e) o pseudônimo adotado para atividade lícitas goza da proteção que se dá ao nome. Comentários: A.07) Alternativa correta: letra “e”. A alternativa está correta, pois se trata do texto exato previsto no art. 19, CC. A alternativa “a” está errada por causa da expressão “sempre”. Notem que o art. 11, CC prevê inicialmente que: “com exceção dos casos previstos em lei, os direitos de personalidade são intransmissíveis...”. A letra “b” está errada. Trata-se do mesmo problema da alternativa anterior: a expressão sempre. Isto porque o art. 13 inicia sua redação prevendo que “salvo por exigência médica...”. A letra “c” está errada, pois o art. 15, CC determina que ninguém pode ser constrangido a submeter- se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. Portanto, não há mais a chamada supremacia do interesse médico-científico, que se invocava em nome da coletividade. Atualmente adotou-se o Princípio da Autonomia do Paciente. A alternativa “d” também está errada por uma sutileza. A alternativa utiliza a expressão “desde que presente a intenção difamatória”. No entanto o art. 17, CC prevê o direito ao nome, “ainda quando não haja a intenção difamatória”. A.08) (CESPE/UnB - OAB/SP – 2008) Não é própria aos direitos da personalidade a qualidade de: a) imprescritibilidade. b) irrenunciabilidade. c) disponibilidade. d) efeitos erga omnes. e) impenhorabilidade. Comentários: A.08) Alternativa correta: “c”. Cuidado com a forma de elaboração da questão. O “não” pode confundir. Na verdade a questão quer saber qual a alternativa errada. Como vimos os direitos de personalidade, salvo as exceções previstas em lei, entre outras características, são imprescritíveis, irrenunciáveis, possuem efeitos erga omnes (extensíveis a todos) e DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 2255 impenhoráveis. Portanto não é própria aos direitos de personalidade a disponibilidade (ou seja, em regra eles são indisponíveis). A.09) (Fundação Getúlio Vargas – Magistratura do Estado do Pará) O Código Civil, no âmbito dos direitos da personalidade, no que concerne às circunstâncias de transgenitalização: a) proíbe. b) impõe. c) estimula. d) permite. e) vilipendia. Comentários: A.09) Alternativa correta: letra “d”. Transgenitalização é a cirurgia para alteração de sexo, adaptando o corpo (sexo biológico) à mente (sexo psíquico) da pessoa. Não há uma previsão expressa autorizando a operação. No entanto o entendimento é de que tanto a Constituição Federal como o Código Civil, de forma implícita, permitem a cirurgia. Inclusive já há inúmeras decisões judiciais garantindo o direito dos transexuais de realizar a cirurgia de transgenitalização pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A.10) (OAB/RS – 2006) Em se tratando de direitos da personalidade, assinale a alternativa CORRETA. a) na hipótese de manutenção da ordem pública, a lei civil autoriza a divulgação da imagem da pessoa sem a sua devida e prévia autorização. b) os direitos da personalidade se enquadram no campo dos direitos eminentemente relativos. c) ocorrendo a morte da pessoa, cessa a tutela sobre sua personalidade. d) não há previsão legal que regule a possibilidade de alteração do sobrenome da pessoa. e) o elemento que permite integrar o nome, objetivando distinguir pessoas de uma mesma família com nomes iguais denomina-se codinome. Comentários: A.10) Alternativa correta: letra “a”. O art. 20, CC determina que “salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais”. Portanto é possível, em casos especiais, a divulgação da imagem da pessoa sem a sua devida e prévia autorização. A letra “b” está errada, pois segundo a doutrina tais direitos são absolutos, ou seja, podem ser opostos contra todos. A letra “c” está errada, pois tanto o parágrafo único do art. 12, CC, como o parágrafo único do art. 20, CC, prevêem que ao morto também há proteção dos direitos de personalidade e atribuem legitimidade ao DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 2266 cônjuge sobrevivente ou a seus parentes para a propositura de ações pertinentes. Quanto à possibilidade de alteração do nome, a Lei de Registros Públicos (6.015/73) prevê expressamente inúmeras hipóteses em que isso é possível. Já a letra “e” não estava na prova original. Caiu em um outro exame do Distrito Federal. Mas acrescentei nesta questão para ficar mais completa. A alternativa está errada, pois este sinal distintivo se refere ao agnome (Júnior, Neto, Sobrinho, etc.) e não ao codinome. A doutrina se refere a este termo (não está previsto na lei) como sinônimo de apelido. Quem não se lembra da música “Codinome Beija-flor” do Cazuza? A.11) (OAB/MG – 2007) Assinale a afirmativa CORRETA: a) a publicação, exposição ou utilização da imagem da pessoa é, de maneira geral, permitida, sendo necessária sua autorização se lhe atingir a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se destinar a fins comerciais. b) a existência legal da pessoa natural se dá a partir do registro no Cartório Civil das Pessoas Naturais. c) o nome da pessoa natural é protegido contra qualquer divulgação ou publicação nãoautorizada pelo titular, podendo este obter judicialmente a cessação da divulgação ou publicação ou, ainda, indenização pelas perdas e danos daí decorrentes. d) havendo alguma lesão ao direito de personalidade, o interessado tem direito de reclamar somente as eventuais perdas e danos desta lesão. Comentários: A.11) Alternativa correta: letra “a”. Na verdade é exatamente esse o sentido e o alcance da lei. Confiram o art. 20, CC. A letra “b” está errada, pois a existência legal da pessoa natural se dá com o nascimento com vida (art. 2o, CC), e não com o registro. A letra “c” está errada e o erro é sutil, pois embora o nome da pessoa seja protegido, esta proteção não é contra qualquer divulgação como exposto na questão, mas apenas em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, conforme o art. 17, CC. Também não se pode usar o nome alheio, sem autorização, em propaganda comercial (art. 18, CC). A letra “d” está errada, pois o interessado pode, além de reclamar perdas e danos, exigir também que cesse a ameaça ou lesão a direito de personalidade, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. A.12) (Delegado de Polícia Civil do Estado de Goiás – 2003) O Código Civil preceitua que “se pode exigir que cesse a ameaça ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei”. Em caso de morte, tem legitimação para requerer a medida prevista no artigo citado: a) o cônjuge sobrevivente e os demais descendentes. b) o cônjuge sobrevivente, qualquer parente em linha reta e colateral até o terceiro grau. c) o cônjuge sobrevivente, qualquer parente em linha reta e colateral até o quarto grau. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 2277 d) o cônjuge sobrevivente, qualquer parente em linha reta e colateral até o segundo grau. e) o cônjuge sobrevivente, os descendentes e os colaterais até o quarto grau. Comentários: A.12) Alternativa correta: letra “c”. Trata-se do texto exato previsto no parágrafo único do art. 12, CC. Observem que a diferença entre as alternativas é muito sutil. A.13) (Defensoria Pública do Estado do Ceará – FCC – 2009) O envelhecimento é um direito personalíssimo e sua proteção um direito social, razão pela qual fica assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos, urbanos e semiurbanos, a toda pessoa com mais de: a) 65 anos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares. b) 60 anos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares. c) 65 anos, incluindo-se os serviços seletivos e especiais, ainda que prestados paralelamente aos serviços regulares. d) 70 anos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares. e) 65 anos, exceto nos serviços seletivos e especiais, mesmo quando inexistir serviços regulares. Comentários: A.13) Alternativa correta: letra “a”. Esta matéria está prevista na Lei nº 10.741/03 (Estatuto do Idoso). Ela apenas complementa o Código Civil. Não faz parte da aula, embora caia em alguns concursos, que exige a lei de forma expressa. Selecionamos esta questão devido à curiosidade do tema. Estabelece a lei: Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares. §1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer documento pessoal que faça prova de sua idade. §2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos. §3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte previstos no caput deste artigo. Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á, nos termos da legislação específica: I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos; II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, no valor das passagens, para os idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos. Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os mecanismos e os critérios para o exercício dos direitos previstos nos incisos I e II. Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade ao DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 2288 idoso. Art. 42. É assegurada a prioridade do idoso no embarque no sistema de transporte coletivo. A.14) (Advogado Contencioso do BNDES – 2009) Desaparecendo alguém em uma catástrofe, provada a sua presença no local do acidente e não sendo encontrado o cadáver para exame: a) será declarado morto à vista após a confecção do Boletim de Ocorrência registrando o sinistro e de sua apresentação no Cartório de Pessoas Naturais. b) somente será considerado morto vinte anos depois de passada em julgado a sentença de abertura da sucessão provisória. c) se o ausente contar com 70 anos e decorrendo cinco anos de suas últimas notícias, será declarado morto. d) poderão os juízes togados, mediante justificação, determinar a lavratura do assento de óbito. e) será declarado morto apenas depois de contar oitenta anos de idade e haverem decorrido cinco anos de suas últimas notícias. Comentários: A.14) Alternativa correta: letra “d”. Trata-se da justificação judicial, disciplinada no art. 88 da Lei n° 6.015/73 (Lei de Registros Públicos). Lembrando que “juiz togado” é uma expressão da própria lei referindo-se ao Juiz graduado em Direito, aprovado em concurso de provas e títulos para o ingresso na Magistratura. Toga é o vestuário especial que o Juiz usa nas audiências (eu, particularmente, costumo usar nas audiências de julgamento). A.15) (ESAF – AFRFB/2009) Se uma pessoa, que participava de operações bélicas, não for encontrada até dois anos após o término da guerra, configurada está a: a) declaração judicial de morte presumida, sem decretação de ausência. b) comoriência. c) morte civil. d) morte presumida pela declaração judicial de ausência. e) morte real. Comentários: A.15) Alternativa correta: letra “a”. O art. 7o, inciso II, CC determina que “pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência de pessoa desaparecida em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra”. B) CAPACIDADE B.01) São consideradas absolutamente incapazes pela atual legislação civil: I – os menores de 16 anos. II – os maiores de 80 anos. DIREITO CIVIL – Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça PROFESSOR LAURO ESCOBAR Prof. Lauro Escobar www.pontodosconcursos.com.br 2299 III – os silvícolas. IV – os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiveram o necessário discernimento para a prática desses atos. V – os que, por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. ASSINALE: a) os itens I, II e IV são considerados corretos. b) somente o item I está correto. c) os itens I, IV e V estão corretos. d) somente o item V está incorreto.
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