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Vamos às progressões! Pré-requisitos ob jet ivo s Meta da aula 18AULA Instrumentalizar o ensino de progressões. Para o desenvolvimento desta aula, é necessário que você saiba o conceito de função e o de progressões. Além disso, usaremos alguns contextos explorados na Aula 10. Ao fi nal desta aula, você deverá ser capaz de: Reconhecer uma seqüência como uma função de domínio discreto. Aplicar diferentes contextos no ensino de seqüências. Reconhecer e discutir as seqüências aritméticas e geométricas. Instrumentação do Ensino da Aritmética e da Álgebra | Vamos às progressões! C E D E R J206 INTRODUÇÃO O ensino da Matemática deve proporcionar ao aluno mais do que a simples memorização, relacionando o ensino da Ciência à compreensão de signifi ca- dos. Nesse contexto, a busca de regularidades e a generalização de padrões são importantes tanto à compreensão do conhecimento matemático quanto à aplicação da Matemática em outras áreas de conhecimento. Lembre-se de acessar a disciplina na Plataforma cederj. Lá você encon- trará diferentes animações e recursos que auxiliarão sua aprendizagem na aula. ! Dentre os objetivos do ensino da Matemática no Ensino Médio, concluímos que, ao fi m do Ensino Médio, o aluno deve ser capaz de: “estabelecer conexões entre diferentes temas matemáticos e entre esses temas e o conhecimento de outras áreas do currículo” (BRASIL. MEC. PCN, 1998, p. 42). O aluno no Ensino Médio deve entender que a Matemática tem seu próprio contexto de investigação, por ser uma ciência, mas também é uma linguagem e um instrumento para outras áreas de conhecimento. O ensino de funções é importante para que ele compreenda essa característica do ensino da Matemática. Este deve ser feito de manei- ra integrada, tanto com outras áreas de conhecimento quanto com o próprio conhecimento matemático. As progressões, muitas vezes, não são estudadas como funções, mas como uma teoria isolada de outros contextos da Matemática. Outro aspecto importante do ensino de seqüências é o enfoque muito restrito nas progressões aritmética e geométrica. Estas são alvo de atenção especial, mas não devem ser as únicas seqüências exploradas. Afi nal, o que é uma seqüência? Mesmo sem defi nir formalmente o conceito matemático de seqü- ência, a idéia de ordenar com “certa harmonia”, ou de algo que tem continuação já está presente nos alunos desde as séries iniciais. Verifi que na atividade. A U LA 18 M Ó D U LO 1 C E D E R J 207 Se modifi carmos uma só dessas operações, os números obtidos podem ser outros. A idéia de ordem modifi ca a “harmonia” dos números formados. Uma seqüência é uma função cujo domínio é IN* ou um subconjunto A não-vazio de IN* e o contradomínio é um conjunto B ≠ ∅. Em outras palavras, a: A → B defi nida por a(n) = b, onde n ∈ A, b ∈ B. Quando o conjunto A = IN* , dizemos que a seqüência é infi nita. Entretanto, se o domínio for um subconjunto {1, 2, 3, ...., n} ⊂ IN *, a seqüência é fi nita, e possui n termos. ATIVIDADE 1. Inventei uma máquina com 4 teclas: ♣, ♦, ♥, e ♠. As funções das teclas são as seguintes: ♣ - multiplica por 2. ♦ - divide por 2. ♥ - adiciona 2. ♠ - subtrai 2. (a) Se eu digitar o número 5 e apertar a tecla ♥ 10 vezes, que número encontro? (b) Se eu digitar o número 10 e apertar a tecla ♦ 5 vezes, que número encontrarei? (c) Digitei um número diferente de zero e apertei as teclas da seguinte forma: ♣ ♣ ♥ ♦ ♥ ♠ ♦ ♦ ♥ ♥ ♣ ♠. A partir do número que encontrei, devo voltar ao número que digitei e apertar as teclas: (I) ♥ ♦ ♠ ♠ ♣ ♣ ♥ ♠ ♣ ♠ ♦ ♦ (II) ♠ ♣ ♥ ♥ ♦ ♦ ♠ ♥ ♥ ♣ ♣ ♣ (III) ♣ ♣ ♦ ♥ ♥ ♠ ♦ ♦ ♥ ♥ ♣ ♠ (IV) ♣ ♣ ♥ ♦ ♥ ♠ ♦ ♦ ♥ ♥ ♣ ♠ COMENTÁRIO Na atividade, a seqüência numérica é obtida a partir das operações feitas pelos comandos. Por exemplo, se a partir do número 10, digitamos as teclas ♣ ♥ ♦ ♥ ♦ ♥ ♥ ♣ ♠, formaremos a seguinte seqüência: 10 ♣ 20 ♥ 22 ♦ 11 ♥ 13 ♦ 6,5 ♥ 8,5 ♥ 10,5 ♣ 21 ♠ 19. Instrumentação do Ensino da Aritmética e da Álgebra | Vamos às progressões! C E D E R J208 Costuma-se indicar a(n) = an para o termo que ocupa a enésima posição na seqüência. Essa simplifi cação de notação pode ser um dos motivos pelos quais os alunos não relacionam o ensino das seqüências ao ensino de funções. Uma das maneiras de expressar elementos de uma seqüência é colocá-los entre parênteses, separados por vírgulas: (1, 7, 9, 23, ...) → seqüência infi nita onde são dados os quatro primeiros termos; (2, 4, 6, 7) → seqüência fi nita de quatro termos. ! Se substituirmos, acrescentarmos, retirarmos ou trocarmos de lugar qual- quer termo de uma seqüência, obteremos uma nova seqüência! Por exemplo: (0, 3, 6, 9, 12) e (12, 9, 6, 3, 0) são seqüências diferentes que são formadas pelos mesmos elementos. ATIVIDADE 2. Observe a seqüência a: IN* → B, onde B ⊂ Z: (−4, 1, 5, 4, −1, −5, −4, 1, 5, 4, −1, −5, ...). Nesta seqüência, cada número é obtido pela subtração dos números anteriores. Responda: (a) Qual é o décimo termo dessa seqüência? (b) Determine a23. (c) Determine a234. (d) Qual a soma dos termos da seqüência até o vigésimo quarto termo? (e) Qual a soma dos termos da seqüência até o termo que ocupa a posição 2541? (f) Construa o gráfi co dessa seqüência considerando o domínio {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12}. (g) Sendo uma seqüência (a, b, ...) formada com o mesmo padrão da seqüência dada, qual será o conjunto-imagem desta? A U LA 18 M Ó D U LO 1 C E D E R J 209 Algumas seqüências importantes... A seqüência dos números primos é (2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, ...). Sobre esses números, que se caracterizam por uma propriedade tão simples, ainda existem muitas questões “em aberto”, as quais a Ciência não conseguiu validar. Entretanto, durante anos pensou-se não existir uma fórmula de determinar números primos. Mas ela existe e é “relativamente” simples. Ela determina todos os números primos e tão-somente eles. O incrível deste fato é que o conjunto dos números primos é infi nito! Essa fórmula é a seguinte: Considere x e y números naturais e y ≠ 0. Calcule . A fórmula que dá todos os números primos (e somente esses) é: f x y y a a( , ) | ( ) .= − − − − + 1 2 1 1 22 2 ! A demonstração da validade dessa fórmula você encontra na Revista do Professor de Matemática, número 37, página 19. Essa fórmula é um pouco diferente das que estamos habituados a usar. Ela não é uma função porque nem todos os valores de x e y resultam em f(x, y) inteiro. Mas, observe a fórmula f x y y a a( , ) | | .= − − − −( ) +12 1 1 22 2 Quando a ≠ 0, a2 também o será, e a2−1 será maior ou igual a zero. Isso acarreta que | |a a2 21 1− = − , o que faz: f x y y a a y a a y ( , ) | | ( )= − − − − + = − − − + + = − [ ]1 2 1 1 2 1 2 1 1 2 1 2 02 2 2 2 ++ =2 2. Neste caso, o 2 aparecerá repetida e infinitamente. Quando a = 0, vamos gerar os outros primos. Se a x y y temos x y y= + − + = + = +( ) ( ! ) , : ( ) ( ! ).1 1 0 1 1 Logo, x y y = + + ! . 1 1 Instrumentação do Ensino da Aritmética e da Álgebra | Vamos às progressões! C E D E R J210 Veja a tabela: y 1 2 3 não serve porque x não é inteiro 4 5 não serve porque x não é inteiro 6 . . . . . . . . . x = + + = 1 1 1 1 1 ! x = + + = 2 1 2 1 1 ! x = + + = 3 1 3 1 7 4 ! x y y = + + ! . 1 1 x = + + = = 4 1 4 1 25 5 5 ! x = + + = 5 1 4 1 121 6 ! x = + + = = 6 1 6 1 721 7 103! f( , )1 1 1 1 2 2 2 2= − [ ] + = f x y y a a( , ) | |= − − − −( ) +12 1 1 22 2 f( , )1 2 2 1 2 2 2 1 2 3= − [ ] + = + = f( , )5 4 4 1 2 2 2 3 2 5= − [ ] + = + = f( , )103 6 6 1 2 2 2 5 2 7= − [ ] + = + = Como você pode observar, a partir do y = 7, os valores de x vão fi cando “monstruosos” rapidamente por causa do fatorial.Os números primos são muito importan- tes na Criptografia. Procure saber mais sobre isso! ! A progressão aritmética: PA As progressões aritméticas são seqüências onde a diferença entre cada termo e o termo anterior é sempre a mesma constante. Essa cons- tante é chamada de razão, que indicamos pela letra “r”. Assim, a seqüência: (a1, a2, a3, a4, ..., an, ...) será uma PA se: a2 − a1 = r a3 − a2 = r a4 − a3 = r a5 − a4 = r an−2 − an−1 = r. an−1 − an = r. Para todo n > 3, temos: Tabela 18.1: Cálculo dos valores de f(x, y) A U LA 18 M Ó D U LO 1 C E D E R J 211 a a r a a r a a a a a an n n n n n n n n n− − − − − − − = − = − ⇒ = + ⇒ = +2 1 1 1 2 1 22 2 Dessa forma, mostramos a principal característica de uma PA; o termo do meio é a média aritmética entre o termo anterior e o sucessor, ou melhor, qualquer termo a partir do segundo até o anti-penúltimo é a média aritmética de dois termos eqüidistantes. ! Nos livros didáticos do Ensino Médio, a seqüência sempre começa pelo a1, mas não há problema em começá-la pelo termo a0; em alguns casos, é até conveniente. Considerando a seqüência aritmética (a1, a2, a3, a4, ..., an, ...) como (2, 5, 8, ...), temos graficamente representados os sete primeiros termos como: Você se lembra de que o termo geral de uma PA é dado por an = a1 + (n − 1)r? Instrumentação do Ensino da Aritmética e da Álgebra | Vamos às progressões! C E D E R J212 Você mostra a validade da expressão do termo geral pelo princípio da indução fi nita. Primeiro, faça com que os alunos percebam que: a1 = a1 + 0 r a2 = a1 + 1 r a3 = a1 + 2 r a4 = a1 + 3 r a5 = a1 + 4 r e, a partir daí, busquem uma generalização. !Como já vimos, isso significa que a(n) = a(1) + (n − 1)r = (a(1) − r) + nr. Se a1 = a(1) = 2 e r = 3, temos, por exemplo, a seqüência cujo termo geral é a(n) = (2 − 3) + 3n, ou seja, a(n) = 3n −1. Assim, quando r ≠ 0, uma progressão aritmética é a restrição de uma função afi m a um domínio contido nos números naturais diferentes de zero. Dessa forma, o gráfi co é uma seqüência de pontos colineares. Veja: Gráfi co da função afi m f(x)=3x-1 A U LA 18 M Ó D U LO 1 C E D E R J 213 Esse fato nos dá uma importante ferramenta de resolução de problemas: o uso da taxa de variação. Considere a PA onde a85 = 46 e a99 = 102. Qual é a razão dessa PA? É usual vermos a solução desse problema por sistemas. Mas vamos pensar de outra maneira. Podemos pensar que: a(85) = 46 a(99) = 102. Como os pontos estão sobre uma reta, temos que ∆(n) = 99 − 85 = 14 e ∆(y) = 102 − 46 = 56. !Assim, a taxa de variação é: + + y n ( ) ( ) = = 56 14 4 , que é a razão da PA. Variando 14 posições, a imagem varia 56 razões. 102 46 85 99 ∆(n) = 99 − 85 = 14 Outra maneira de resolver esse problema, sem resolver o sistema, tem fundamento na idéia de taxa de variação. Como temos a85 = 46 e a99 = 102, considera-se que estamos “saindo” da posição 85 e “chegando” à posição 99. Assim: a99 = a85 + (99 − 85)r, ou seja, 102 = 46 + 56r e encontrando r = 4. Instrumentação do Ensino da Aritmética e da Álgebra | Vamos às progressões! C E D E R J214 ATIVIDADE 3. Observe as seqüências S1 e S2 dadas a seguir. S1: (8, 14, 20, 26, …320) S2: (−6 , −2, 2, 6, 10, …, 382). Quantos termos as duas seqüências acima possuem em comum? Os termos comuns formarão uma nova seqüência aritmética. Descobrindo essa seqüência, é só determinar o número de termos da mesma. A PA de segunda ordem... Considere (a1, a2, ..., an, ...) uma progressão aritmética de razão r. A partir dela, vamos construir uma nova seqüência (b1, b2, ... bn, ...), formada da seguinte maneira: b1 = a1 b2 = a1 + a2 bn = a1 + a2 +...+ an Essa nova seqüência (bn) é chamada PA de segunda ordem. COMENTÁRIO Uma PA de segunda ordem é uma seqüência (bn), onde bn = Sn, sendo Sn a soma dos termos de uma PA (an). Sabemos que a soma dos termos de uma PA é S a a n n n = +( )1 2 . Assim: b a a n a a n r n a nr r n r n n an n = +( ) = + + −( )( ) = + −( ) = −( ) +1 1 1 1 2 12 1 2 2 2 2 A U LA 18 M Ó D U LO 1 C E D E R J 215 ! Na Aula 10, vimos a justifi cativa da fórmula da soma dos termos da PA através da soma de Gauss. Além disso, você pode justifi cá-la pelo Princípio da Indução Finita ou, ainda, usando o seguinte artifício de fazer uma adição simples, escrevendo duas vezes os mesmos termos com as parcelas em ordem oposta. Veja: Sn = a1 + a2 + a3 + . . . +an – 2 + an-1 + an + Sn = an + an-1 + . . . + a4 + a3 + a2 + a1 2Sn = (a1 + an) + (a2 + an-1) + (a3 + an-2) + . . . + (an-2 + a3) + (an-1 + a2) + (an + a1). Usando o fato de a soma dos termos eqüidistantes de uma PA serem iguais, ou seja, (a1 + an) = (a2 + an-1) = (a3 + an-2) = . . . e de que esses termos aparecem n vezes, encontramos 2Sn = (a1 + an)n ou Sn a a nn = +( )1 2 . Escrita de outra maneira, a seqüência bn = b r n r n an = − +2 2 2 1. Assim, uma PA de segunda ordem, com r ≠ 0, é uma restrição de uma função quadrática a um domínio contido nos números naturais diferentes de zero. Dessa forma, o gráfico é uma seqüência de pontos que estão sobre uma parábola. Caso r > 0 será uma parábola voltada para cima. Caso r < 0 será uma parábola voltada para baixo. O vértice dessa função quadrática não depende da razão. Veja: b r r rn = = − − = 2 2 2 2 1 2. . Com isso, podemos generalizar que: r>0 Eixo de simetris Domínio: IN*. Pode ser visto também como: inteiros do intervalo ]xv, +∞[. Instrumentação do Ensino da Aritmética e da Álgebra | Vamos às progressões! C E D E R J216 0 1 2 r>0 Eixo da simetria Domínio: IN*. Pode ser visto também como: inteiros do intervalo ]xv, +∞[. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Vamos voltar aos números fi gurados vistos na Aula 10. Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 10.1: Números triangulares. Construindo o gráfi co com base na tabela de pontos, temos: n Tn 1 1 2 3 3 6 4 10 5 15 6 21 7 28 8 36 9 45 10 55 11 66 12 78 65 60 55 50 45 40 35 30 25 20 15 5 0 75 70 80 10 0 1 2 3 4 5 76 8 9 10 11 12 13 Figura 18.2: Gráfi co da seqüência de números triangulares. A U LA 18 M Ó D U LO 1 C E D E R J 217 Na tabela 10.4, buscamos generalizar a formação dos números figurados. Nº Triangulares Nº Quadrados Nº Pentagonais Nº de um polígonoregular de r lados 1 1 1 1 1 + 2 1 + 3 1 + 4 1 + r 1 + 2 + 3 1 + 3 + 5 1 + 4 + 7 1 + (r-1) + (2r-3) 1 + 2 + 3 + 4 1 + 3 + 5 + 7 1 + 4 + 7 + 10 1+(r-1)+(2r-3)+(3r-5) 1 + 2 + 3 + 4 + 5 1 + 3 + 5 + 7 + 9 1 + 4 + 7 + 10 + 13 1+(r-1)+(2r-3)+(3r-5)+ (4r-7) Cada termo é dado pela soma de uma seqüência (PA) cujo primeiro termo é 1 e a razão é 1. Cada termo é dado pela soma de uma seqüência (PA) cujo primeiro termo é 1 e a razão é 2. Cada termoé dado pela soma de uma seqüência (PA) cujo primeiro termo é 1 e a razão é 3. Cada termo é dado pela soma de uma seqüência (PA) cujo primeiro termo é 1 e a razão é (r − 2). Tabela 18.2: Tabela 10.4. Escrita de outra maneira, a seqüência b r n r n an = − +2 2 2 1 Devemos ter cuidado, pois o r da tabela era o número de lados do polígono. Agora o r signifi ca a razão. Assim: Tabela 18.3: Descrição das leis de formação NÚMERO DE LADOS DO POLÍGONO RAZÃO DA PA QUE ENVOLVE A SOMA DOS TERMOS PRIMEIRO TERMO LEI DE FORMAÇÃO DO NÚMERO EM FUNÇÃO DA POSIÇÃO. 3 1 1 4 2 1 5 3 1 6 4 1 7 5 1 ... ... ... ... r + 2 r 1 Tn n n= − + 1 2 1 2 12 T n nn = − + 2 1 T n nn = − + 3 2 3 2 12 T n nn = − +2 2 1 2 T n nn = − + 5 2 5 2 12 T r n r nn = − +2 2 12 Instrumentação do Ensino da Aritmética e da Álgebra | Vamos às progressões! C E D E R J218 ATIVIDADES 4. Considere a seqüência de números pentagonais. a. Construa um gráfi co com os 10 primeiros números pentagonais Ilustração 18.7: a. Qual o centésimo número pentagonal? b. O número 1024 é um número pentagonal? A U LA 18 M Ó D U LO 1 C E D E R J 219 (Adaptada do vestibular UFRJ 2004) 5. Felipe começa a escrever números naturais em uma folha muito grande, como mostra a fi gura a seguir: Considerando que Felipe mantenha o mesmo padrão em todas as linhas: (a) determine quantos números naturais ele escreverá na 50ª linha. (b) determine a soma dos números escritos na 50ª linha. (c) prove que a soma de todos os elementos de uma linha é o quadrado de um número ímpar. Instrumentação do Ensino da Aritmética e da Álgebra | Vamos às progressões! C E D E R J220 A seqüência de Fibonacci Os números da seqüência de FIBONACCI são formados da seguinte maneira: O primeiro e o segundo número são fi xos e iguais a 1. a1 = 1 e a2 = 1. Os outros termos são obtidos pela soma dos dois anteriores, a3 = 2=1+1, a4 = 3=2+1, a5 = 5=3+1, a6 = 8=5+1, e assim por diante. LEONARDO FIBONACCI foi um matemático que nasceu na Itália em 1180 e morreu em 1250. Fibonacci significa “filho de Bonaccio”. A fórmula para a obtenção da seqüência de Fibonacci é recursiva, conceito que vimos na Aula 10: F(1)= e F(2)=1 F(n)=F(n-1)+F(n-2), para n = 3,4,5, ... A história conta que Fibonacci começou a investigar essa seqüên- cia no estudo de uma população de coelhos. O problema dos famosos coelhos de Fibonacci foi investigado em 1202, e consistia em adaptar a procriação de coelhos a certas condições ideais. O problema considera um par recém-nascido de coelhos, um macho e uma fêmea. Esses coelhos são capazes de acasalar com um mês de nascidos. Assim, com mais um mês, ou seja, no fi m do segundo mês de vida, a fêmea pode gerar outro par de coelhos. Suponha que nossos coelhos nunca morrem, e que o coelho fêmea sempre gera exatamente um novo par, um macho e uma fêmea, a cada mês, do segundo mês de vida em diante. O quebra-cabeças de Fibonacci consistia em saber quantos pares teremos em um ano. ♦No fi m do primeiro mês, temos uma fêmea e um macho que irão se acasalar. Eles são só 1 par. ♦No fi m do segundo mês, a fêmea gera um novo par, então agora são 2 casais de coelhos. ♦No fi m do terceiro mês, a fêmea original dá à luz mais um par, formando 3 pares no total. ♦No fi m do quarto mês, a fêmea original produz outro novo par, mas a fêmea nascida há dois meses produz seu primeiro par. São agora 5 pares. A U LA 18 M Ó D U LO 1 C E D E R J 221 1 2 3 4 5 O número de pares de coelhos a cada mês é dado pela posição do número na seqüência (1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34,...). Assim, podemos calcular o número de coelhos no fi m de 12 meses. Aliás, quantos são? O problema dos coelhos não é muito realista; difi cilmente cada nascimento é de exatamente dois coelhos, um macho e uma fêmea. Entretanto, encontrou aplicação em outros campos da Matemática. Por exemplo, a seqüência aparece no triângulo de Pascal. Número de pares Instrumentação do Ensino da Aritmética e da Álgebra | Vamos às progressões! C E D E R J222 ATIVIDADE 6. Considere o triângulo de Pascal e a maneira como a seqüência de Fibonacci aparece no mesmo. a. Escreva F(8) (o oitavo número de Fibonacci), usando os números binomiais que compõem as parcelas da adição no triângulo de Pascal. b. Agora, com o mesmo raciocínio, escreva uma adição de números binomiais que expresse F(10). COMENTÁRIO Para fazer o item b, você pode completar o que falta no triângulo de Pascal. ! De forma geral, F(n) = onde r é o maior inteiro, tal que n > 2r. Vamos, agora, montar quadrados justapostos com os números de Fibonacci. Começamos justapondo os dois quadrados de medida do lado 1. Agora vamos ao terceiro quadrado, que tem medida do lado 2 (terceiro número da seqüência). Construímos, então, os qua- drados cujas medidas dos lados são 3, 5, 8 e 13 (quarto, quinto, sexto e sétimo números da série). F n n i ii r ( ) = −( ) − = ∑ 1 0 A U LA 18 M Ó D U LO 1 C E D E R J 223 Instrumentação do Ensino da Aritmética e da Álgebra | Vamos às progressões! C E D E R J224 Com arcos, nesse retângulo, construímos uma espiral “mágica”, onde estão presentes muitas formas da Natureza. Imagem disponível em: http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/alegria/fi bonacci/seqfi b2.htm Quando tiver oportunida- de, assista ao fi lme “Pato Donald no país da Mate- mágica”. O fi lme explora, com excelentes imagens, esse e outros contextos da Matemática. ! A U LA 18 M Ó D U LO 1 C E D E R J 225 No limite da razão entre dois termos consecutivos da seqüência de Fibonacci, encontramos o número de ouro: φ = 1 5 2 + ≅ 1,61803398874989. Observe: A progressão geométrica (PG) − juros A progressão geométrica (PG) se caracteriza por obtermos cada termo multiplicando o anterior por uma constante. Assim, a seqüência (a1, a2, a3, a4, ..., an, ...) será uma PG se: F F ( ) ( ) 2 1 1 1 1= = F F ( ) ( ) 3 2 2 1 2= = F F ( ) ( ) , 3 2 3 2 1 5= = F F ( ) ( ) , 4 3 5 3 1 6666666= ≅ F F ( ) ( ) , 5 4 8 5 1 6= = F F ( ) ( ) , 6 5 13 8 1 625= = F F ( ) ( ) , 7 6 21 13 1 6153846= ≅ F F ( ) ( ) , 8 7 34 21 1 6190476= ≅ F F ( ) ( ) , 9 8 55 34 1 6176471= ≅ a a q2 1 = a a q3 2 = a a qn n − − = 2 1 a a qn n − = 1 . Instrumentação do Ensino da Aritmética e da Álgebra | Vamos às progressões! C E D E R J226 a a q a a q a a a a a a a a n n n n n n n n n n n n − − − − − − − − = = ⇒ = ⇒ = ⋅ ⇒ 2 1 1 2 1 1 1 2 2 nn n na a− −= ⋅1 2 Para todo n > 3, temos: Isso nos mostra que o termo do meio é a média geométrica entre o termo anterior e o sucessor; por isso, o nome “progressão geométrica”. Essa propriedade é válida para quaisquer dois termos eqüidistantes. Você sabe que o termo geral da PG é dado por an = a1q n−1. Desse modo, o gráfi co da PG obedece ao modelo exponencial. Veja os gráfi cos das progressões geométricas: (2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256) e (32; 16; 8; 4; 2; 1; 0,5; 0,25). Gráfi co da PG (2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256) Gráfi co da PG (32; 16; 8; 4; 2; 1; 0,5;0,25) A U LA 18 M Ó D U LO 1 C E D E R J 227 A primeira é uma PG cujo primeiro termo é 2 e a razão é 2, modelada pela função an = 2.2 n−1 = 2n e é uma função crescente. No segundo, o primeiro termo é 32, e a razão é 1 2 , onde bn=2 5.21-n=26-n. O ensino da PG não costuma apresentar grandes dificuldades na compreensão do termo geral e na soma de termos quando o trabalho é associado e comparado ao da PA. Atenção especial deve ser dada à soma da PG infinita, onde |q| ≤ 1. Essa questão envolve mais do que a manipulação da fórmula, mas a discussão do infinito limitado. ! Pesquisas em Educação Matemática apontam que a compreensão do infi nito ilimitado não é alvo de grandes proble- mas de compreensão; entretanto, o mesmo não ocorre no trabalho com o infi nito limitado, onde o aluno deve per- ceber que em um inter- valo da reta existem infi nitos pontos. Para que os alunos percebam quando a soma de termos de uma PG infi nita é limitada, é interessante que o professor proponha o cálculo da soma de várias seqüências diferentes. É um bom momento para usar a calculadora em sala de aula. Por exemplo, considere as progressões geométricas: (3, 6, 12, ...) 1 1 2 1 4 1 8 , , , ,.... (2,-4,8,-16,...) (2,-2,2,-2, ......) Quando o número de termos tende ao infinito, podemos concluir que a soma dos termos da primeira PG tenderá a +∞. Na terceira PG, o negativo “ganha” o positivo e, nesse caso, a mesma tenderá a −∞. Na quarta PG, o limite não existirá. Na segunda PG, sabemos que a soma nunca passará de 2. Ao aluno do Ensino Médio deve ser dada a chance da inves- tigação e do convencimento antes de ser dada a fórmula a 1 q 1 − S= ! Uma aplicação muito importante do PG é no cálculo de juros compostos. Pesqui- se a respeito. Você pode encontrar esse assunto na maioria dos livros de Ensino Médio. Instrumentação do Ensino da Aritmética e da Álgebra | Vamos às progressões! C E D E R J228 ATIVIDADE FINAL Observe a seqüência de fi guras: “De sucessões de imagens como estas, defi nidas por regras muito simples, conseguimos obter apenas meia dúzia de termos, mesmo recorrendo aos melhores instrumentos de desenho. Mas, com um computador, o processo pode continuar indefi nidamente, obtendo-se, porém, fi guras com pormenores invisíveis a olho nu. Ora, aí entra em cena a enorme capacidade de ampliação dos modernos computadores que torna possível visualizar os termos avançados destas sucessões, fornecendo imagens incrivelmente belas. O limite de uma sucessão de fi guras como as anteriores é um fractal.”http://www.alu.por.ulusiada.pt.“ A partir de um triângulo equilátero cuja área mede 4 cm, construímos a primeira fi gura da seqüência. Determine o limite da área do factral, ou seja, o limite da soma de todas as áreas hachuradas. CONCLUSÃO Nesta aula, você pôde observar vários tipos de seqüência e suas aplicações em outras áreas da Matemática. Investigar e analisar a forma- ção da seqüência e a busca do termo geral faz com que você aprofunde seus conhecimentos e aprenda outros. O uso das funções é uma estraté- gia para fazer com que o aluno estabeleça diversas conexões sobre esse conceito, que é tão importante na Matemática. Esta aula, além de revisar tópicos do Ensino Médio, tais como o triângulo de Pascal, taxa de variação, função, geometria plana etc.; passeou por tópicos extremamente importantes como, por exemplo, os números primos, a seqüência de Fibonacci e o número de ouro. Pesquise mais sobre esses assuntos; você vai descobrir um mundo impressionante! A U LA 18 M Ó D U LO 1 C E D E R J 229 R E S U M O O estudo das funções esteve novamente enfocado. Mas, agora, as funções vistas são de domínio natural. O modelo da PA é linear e o da PG é exponencial. A Geometria também apareceu no número de ouro, nos números triangulares. Isso contribui signifi cativamente no desenvolvimento do pensamento matemático, pois a investigação gráfi ca é uma ação importante para visualizar o conceito e amadurecê-lo e, então, utilizar a Álgebra na formalização. AUTO-AVALIAÇÃO Durante a aula, você conheceu algumas possibilidades de contextualização das seqüências na Matemática e em outras áreas do conhecimento. Compare as abordagens apresentadas com as que você já vivenciou sobre esses tópicos e registre os aspectos positivos e negativos das diferentes abordagens. Liste as seqüências vistas nessa aula e escreva algo sobre elas, pois esta é uma forma de você constatar o que fi cou apreendido e no que ainda é preciso investir. Faça todas as atividades, pois cada uma trabalha um aspecto da seqüência ou uma nova seqüência. Em caso de dúvidas, não deixe de conversar com seus colegas ou procurar o seu tutor no pólo. INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA AULA Na próxima aula, você aprenderá e se divertirá com a Torre de Hanói. Instrumentação do Ensino da Aritmética e da Álgebra | Vamos às progressões! C E D E R J230 RESPOSTAS DAS ATIVIDADES Atividade 1 a. 25. b. 0,3125. c. (I). Atividade 2 a. 4. b. − 5. c. − 4. d. 0. e. 10. f. -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 g. {a, b, b − a, −a, −b, a − b}. Atividade 3 Observe que a seqüência dos termos comuns começa no 26 e termina no 314. É uma seqüência de razão 24 e tem 13 termos. Atividade 4 A U LA 18 M Ó D U LO 1 C E D E R J 231 T n nn = − + 3 2 3 2 12 Tn = − + = 3 2 100 3 2 100 1 148512 c. Se 1024 for um número pentagonal, então existe n, tal que 3n2 − 3n + 1 = 1024. Assim, n = 1 1365 2 ± . Mas 1365 é irracional (1365 = 3.5.91). Logo, não existe um número natural satisfazendo a condição. Assim, 1023 não é um número pentagonal. Atividade 5 a. Observe que a seqüência dos últimos números de cada linha é uma PA (1, 4, 7, 10, ...) cuja razão é 3. Assim, o último termo da primeira linha é (1 + 3.49) = 148. primeiro termo da linha é 50, temos um total de 148 − 50 + 1 = 99 termos. Você também pode ter montado diretamente uma expressão para o número de linhas da forma (2n − 1), onde n é a linha em questão. c. Primeiro elemento da linha: n Último elemento da linha: 2n − 1 Número de termos da linha: n + 1 S50 250 148 99 2 99 9801= + = = ( ) b. S n n n n n nn = + − − = − − = − ( )( ) ( )( ) ( ) 3 2 2 1 2 2 2 1 2 1 2 2 1 2 Instrumentação do Ensino da Aritmética e da Álgebra | Vamos às progressões! C E D E R J232 Atividade 6 a. F(8) = 21. F(8) = 1 + 6 + 10 + 4 = 7 0 6 1 5 2 4 3 + + + b. F(10) = 9 0 8 1 7 2 6 3 5 4 + + + + Atividade Final Vamos chamar a área de cada fi gura de An. A1= 4 1 4 1. = A2= 4 1 4 3 1 4 1 4 ⋅ + ⋅ ⋅ = 4 1 4 3 1 4 2 ⋅ + ⋅ A3= 4 1 4 3 1 4 1 4 9 1 16 1 4 ⋅ + ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ 4 1 4 3 1 4 9 1 4 2 3 ⋅ + ⋅ + ⋅ = A4= 4 1 4 3 1 4 1 4 9 1 16 1 4 27 1 32 1 4 ⋅ + ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ = 4 1 4 3 1 4 9 1 4 27 1 4 2 3 4 ⋅ + ⋅ + ⋅ + ⋅ Cada área envolve uma soma de termos de uma PG cujo primeirotermo é 1 e a razão é . Logo, A = A ∞ = .
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