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INTRODUÇÃO No trabalho apresentamos as características do discurso filosófico, que tem como marca criticar a fundamentação sobre o saber firmado, que julgamos já existente, pelo questionamento que vem após. O método que a filosofia utiliza é racional, (lógico-racional). Falamos um pouco sobre a ligação entre a filosofia e a argumentação. E por fim, abordamos uma simples e resumida comparação entre dois tipos de discursos: O filosófico e o científico. CARACTERÍSTICAS DO DISCURSO FILOSÓFICO O discurso filosófico tem como marca criticar a fundamentação sobre o saber firmado, pelo questionamento sucessivo. O método que a filosofia utiliza é racional, o filósofo deve usar sua critica razão, com a argumentação lógico-racional. Exemplo: O texto abaixo tem características do discurso filosófico; Toda a arte e toda investigação, bem como toda ação e toda a escolha, visam a um bem qualquer; e por isso foi dito, não se razão, que o bem é aquilo a que as coisas tendem. Mas entre os fins observa-se uma certa diversidade: Alguns são atividades, outros são produtos distintos das atividades das quais resultam; e onde há fins distintos asações, tais fins são, por natureza, mais excelentes do que as últimas. Mas como muitas são as ações, artes e ciências, muitas também são as finalidades. O fim da medicina é a saúde, o da construção naval de navios (...). Se existe, então para as coisas, algum fim, que desejamos por si mesmo e tudo mais é desejado por causa dele; e se nem toda coisa escolhermos visando à outra (porque se fosse assim, o processo se repetiria até o infinito, e inútil e vazio seria o nossa desejar), evidentemente tal fim deve ser o bem, ou melhor, o sumo bem. (ARISTÓTELES, 2006, p.17). Percebe-se no texto a argumentação lógico-racional, onde é proposto pelo autor uma tese de centro, neste caso a busca do sumo bem, usando alguns argumentos secundários, a construção naval de navios, e o fato de todas as coisas terem uma finalidade, para servir de reforço a sua teoria. Filosofia e argumentação Em linhas gerais, o argumento é a apresentação de razões, ou seja, um conjunto de ideias estruturadas e ordenadas (coerentes). Da mesma forma que uma pessoa é diferente da outra, os pontos de vista também podem ser. Algumas conclusões podem ser defendidas com motivos bem fortes e outras insustentáveis, porém nãosabemos na maioria das vezes qual é a melhor e mais certa. Para isso não acontecer, o melhor é expor os argumentos, analisá-los minuciosamente e só após isso definir se ele é um argumento forte ou insustentável nesse contexto. Argumento é uma investigação que fazemos de nós mesmos para chegarmos a uma conclusão agregada com a razão. Após chegarmos às devidas respostas usando os argumentos fortes, explicamos e defendemos nossas teses, argumentar não é repetir sua conclusão, mas sim fazer com que outras pessoas se baseiem na sua tese e formem uma opinião própria. Muitos confundem argumentação com discussão, pois nela são expostos os argumentos de uma nova forma, entretanto a argumentação não está relacionada à discussão, muitas pessoas a acham inútil. Argumentar é expor motivos para chegar a uma conclusão, não é uma afirmação de um ponto de vista e nem uma discussão, os argumentos são formas de sustentar uma tese com a razão, pensando assim, eles não são nem um pouco inúteis, mas sim essenciais. COMPARAÇÃO COM O DISCURSO CIENTÍFICO O que torna a filosofia diferente da ciência é a sua maneira de explicar a realidade e a sua linguagem. O objetivo do discursofilosófico é provocar o questionamento e a reflexão do leitor, por outro lado, o discurso científico se baseia por meio de dados probatórios, sendo passível de discordância, a ciência deve ser contraditória. Uma teoria que não pode se contrariada não possui discordância, e com isso não é científica. CONCLUSÃO Foi entendido que no discurso filosófico, o método que a filosofia utiliza é racional, o filósofo deve usar sua razão-crítica, com a argumentação lógico-racional. (Derivado da junção de lógica e razão). Que o argumento é a apresentação de razões, um conjunto de ideias estruturadas e ordenadas, ou seja, que fazem sentido. Muitas pessoas o acham sem utilidade, mas na verdade, ele é muito útil na nossa vida. E por fim, que enquanto o discurso filosófico quer provocar questionamento e reflexão, o cientifico tem base em dados probatórios, que podem ser discordados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARISTOTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Martin Claret, 2009. ideias-em-movimento.blogs.sapo.pt Acesso em:11 agosto 2013. filosofiaelogos.blogspot.com.br Acesso em: 10 agosto 2013. professor-jairo.blogspot.com.br Acesso em: 11 agosto 2013. http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios /Caracter%C3%ADsticas-Do-Discurso- Filos%C3%B3fico/42899521.html FILOSOFIA E DISCURSO FILOSÓFICO Na aniguidade, filosofia e discursos filosóficos são incomensuráveis e inseparáveis. Incomensuráveis porque, de um lado, se é filósofo não em função da originalidade ou da abundância do discurso filosófico que se inventou ou desenvolveu, mas em função da maneira pela qual se vive; e, de outro, porque o discurso só é filosófico quando se transforma em modo de vida. Inseparáveis porque, de um lado, não há discurso que mereça ser denominado filosófico se está separado da vida filosófica; de outro, não há vida filosófica se não está estreitamente vinculada ao discurso filosófico inspirado e animado por ela. Existem três maneiras de considerar as relações entre vida filosófica e discurso filosófico: 1. A escolha de vida determina o discurso, e o discurso determina a escolha de vida justificando-a teoricamente. O discurso filosófico é construído visando uma racionalidade rigorosa com o objetivo de fundar a racionalidade de uma determinada escolha de vida. Seja qual for a escolha (do bem, do prazer, da intenção moral, da vida segundo o intelecto), cabe ao discurso filosófico, num esforço de conceitualização e sistematização, desembaraçar com precisão os pressupostos, as implicações, as consequências de tal atitude, elaborando uma física, uma ética e uma lógica. 2. O discurso filosófico, se é realmente a expressão de uma opção existencial, é um meio indispensável, para poder viver filosoficamente, de exercer uma ação sobre si mesmo e sobre os outros. Enquanto expressão de uma opção existencial, o discurso filosófico, ainda que sob a forma de interrogação, de investigação, de aporia, sem propor dogmas nem sistemas, possui uma função formadora, educadora, psicagógica, terapêutica, na medida em que obriga os indivíduos a um esforço pessoal, a um exercício ativo, um exercício espiritual, uma prática destinada a operar uma mudança radical do ser, produzir uma atitude, um habittus na alma do interlocutor, conduzindo-o justamente à escolha de vida determinada, ou, pelo menos, mantendo-o dentro do caminho relacionado ao modo de vida escolhido. 3. O discurso filosófico é, por fim, uma das formas de exercício do modo de vida filosófico, sob a forma do diálogo com outrem ou consigo mesmo. No diálogo exercitamos o reconhecimento da presença e dos direitos do interlocutor, a fundação de nossa resposta sobre o que o interlocutor reconhece saber, o pôr-nos de acordo com ele em cada etapa da discussão, a submissão às exigências e normas da razão e da investigação da verdade. O discurso filosófico, seja como expressão do modo de vida, como meio de ação sobre si mesmo e os outros ou como forma de exercício da vida filosófica, só é filosófico porque está relacionado a um modo de vida. Um discurso sem relação com um modo de vida, por mais extenso que ele possa ser, não é suficiente para medir uma filosofia. Fonte: "O que é a filosofia antiga?", de Pierre Hadot (Loyola) http://omundodeanselmo.blogspot.com.br/2010/12/filosofia-e-discurso-filosofico.html O discurso filosóficoé um discurso argumentativo... “A filosofia é uma atividade: é uma forma de pensar acerca de certas questões. A sua característica mais marcante é o uso de argumentos lógicos. A atividade dos filósofos é, tipicamente, argumentativa: ou inventam argumentos, ou criticam os argumentos de outras pessoas, ou fazem as duas coisas.” Nigel Warburton, Elementos Básicos da Filosofia, Ed. Gradiva, Lx, 1997, pp. 19-20. Se a atividade dos filósofos consiste na reflexão acerca de determinadas questões e esta se presentifica na argumentação, então cabe-nos agora, enquanto aprendizes de filosofia, saber o que é argumentar, saber reconhecer argumentos em textos e finalmente, saber escrever um texto argumentativo. Filosofia e Argumentação “Nem todos os pontos de vista são iguais. Algumas conclusões podem ser defendidas com boas razões e outras com razões menos boas. No entanto, não sabemos na maioria das vezes quais são as melhores conclusões. Precisamos, por isso, de apresentar argumentos para sustentar diferentes conclusões e, depois, avaliar tais argumentos para ver se são realmente bons. Neste sentido, um argumento é uma forma de investigação. [...] Uma vez chegados a uma conclusão baseada em boas razões, os argumentos são a forma pela qual a explicamos e defendemos. Um bom argumento não se limita a repetir as conclusões. Em vez disso, oferece razões e dados suficientes para que as outras pessoas possam formar a sua própria opinião.” Anthony Weston, A Arte de Argumentar, Ed. Gradiva, Lx, 1996, pp. 14-15. Depois de uma leitura atenta do texto podemos concluir que a argumentação consiste na apresentação de argumentos, isto é, num conjunto de razões estruturadas e coerentes, que fundamentem/justifiquem as nossas conclusões. O que são argumentos? “Algumas pessoas pensam que argumentar é apenas expor os seus argumentos de uma forma nova. É por isso que muita gente considera que argumentar é desagradável e inútil, confundindo argumentar com discutir. Dizemos por vezes que discutir é uma espécie de luta verbal. Contudo, argumentar não é nada disso. [...] “Argumentar” quer dizer oferecer um conjunto de razões a favor de uma conclusão ou oferecer dados favoráveis a uma conclusão. Argumentar não é apenas a afirmação de determinado ponto de vista nem uma discussão. Os argumentos são tentativas de sustentar certos pontos de vista com razões. Neste sentido, os argumentos não são inúteis; na verdade são essenciais. Os argumentos são essenciais, em primeiro lugar, porque constituem uma forma de tentarmos descobrir quais os melhores pontos de vista. Nem todos os pontos de vista são iguais. Algumas conclusões podem ser defendidas com boas razões e outras menos boas. No entanto, não sabemos na maioria das vezes quais são as melhores conclusões. Precisamos, por isso, de apresentar argumentos para sustentar diferentes conclusões e, depois, avaliar tais argumentos para ver se são realmente bons. Neste sentido, um argumento é uma forma de investigação. [...] Os argumentos também são essenciais por outra razão. Uma vez chegados a uma conclusão baseada em boas razões, os argumentos são a forma pela qual a explicamos e a defendemos. Um bom argumento não se limita a repetir conclusões. Em vez disso, oferece razões e dados suficientes para que as outras pessoas possam formar a sua opinião.” Anthony Weston, A Arte de Argumentar, Edições Gradiva, Lisboa, 1996, pp. 13-14. (seleção de textos profª. Carla Sardinha) http://ideias-em-movimento.blogs.sapo.pt/5715.html O DISCURSO FILOSÓFICO O discurso filosófico deve ser vivo e acerca da vida. Reduzi-lo a esquemas lógicos, à pura abstracticidade é embalsamar a própria filosofia, obrigá-la a habitar nos livros mais embolorecidos, a fugir da luz e a evitar a praça pública. O trabalho filosófico não é uma pesquisa de arquivo, uma exegese de um qualquer livro canónico ou um comentário especioso de uma passagem nebulosa. Se assim fosse teriam razão aqueles que consideram a filosofia um saber ultrapassado, uma relíquia perdida no tempo. A filosofia não é a parente pobre de um mundo de saber dominado pela ciência e pela técnica. Por isso não se justifica o seu ar envergonhado, a necessidade de constantemente pedir desculpa pela sua existência e reivindicar a glória de um passado que não regressa. A filosofia tem uma história mas ela é presente e é futuro, não um desfilar incessante de nomes e doutrinas estratificadas no tempo. A filosofia é diálogo, não apenas entre ideias consagradas, conflito entre grandes correntes matriciais, mas preferentemente diálogo entre homens vivos e ideias vivas e actuais. A filosofia é questionamento radical e não um conjunto de respostas eruditas e soluções subtis para problemas metafísicos. O discurso filosófico não é um discurso da facilidade ou da moda, mas também não pode ser um discurso hermético, um conjunto organizado de filosofemas de impenetrável descodificação. Não se deve deixar de exigir à filosofia extremo rigor e extrema coerência; não se deve deixar, porém de pretender da filosofia um discurso actual, sem teias de aranha, centrado nos temas que perturbam e incomodam os homens de hoje. O discurso filosófico não pode ser um discurso inofensivo, envergonhado, descomprometido, mas também não deve ser o discurso do sectarismo, da perspectiva única, das verdades convertidas em dogmas, das crenças ainda que transvestidas de racionalidade e disfarçadas sob um espesso manto de silogismos. Não se deve deixar de exigir ao filósofo uma clareza e uma fundamentação das posições assumidas, não se deve deixar de exigir ao filósofo espírito crítico, interrogação permanente, uma explícita recusa da cristalização e do conformismo. A filosofia não é um saber esterilizado, imune às vivências dos homens, refractário a tudo o que seja situado no tempo e no espaço e por isso um saber etéreo, adaptável a toda e qualquer circunstâncias. A universalidade que se deve exigir à filosofia não é a universalidade dos conceitos abstractos e das ideias impraticáveis, mas a preocupação em ultrapassar o plano da imediaticidade, o querer ver para além dos limites da visão primeira e cómoda. A universalidade filosófica não pode significar um pretexto para não viver o hoje sob a desculpa do amanhã, uma razão para não denunciar as injustiças sob a desculpa de que são simples acidentes de um processo virtualmente justificado. O discurso filosófico não é discurso de gabinete fechado nem discurso de retalhista preocupado com os lucros do curto e do médio prazo. A filosofia não é produto de marketing nem relatório arquivado a que só podem ter acesso aqueles que possuem o código iniciático. A filosofia não é objecto de luxo nem mercadoria tabelada e normalizada. Os critérios da filosofia não são critérios de futilidade ou critérios economicistas ou pragmáticos. Os critérios da filosofia são critérios de radicalidade e autonomia. Em consequência disso o discurso filosófico é um discurso orientado por princípios, um discurso ético-lógico em que a lógica não pode ter privilégio sobre o plano ético nem este se pode instituir ignorando ou menosprezando o rigor e a coerência. Por isso o discurso filosófico não é um exercício de retórica nem uma receita de bem viver mas um diálogo constante e crítico, um diálogo de homens que vivem e que pensam e que fundamentalmente se querem seres com sentido num mundo em construção. http://filosofiaactiva.blogspot.com.br/2006/10/o-discurso-filosfico-o-discurso.html
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