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1
UNIDADE 1
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: 
REFLEXÕES ACERCA DAS 
FUNÇÕES COGNITIVAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade você será capaz de:
•	 identificar	as	particularidades	e	a	importância	da	língua	escrita	e	falada;
•	 entender	os	processos	e	os	elementos	da	comunicação;
•	 refletir	e	adequar	o	uso	da	linguagem	em	diferentes	situações;
•	 conhecer	e	diferenciar	as	funções	da	linguagem,	bem	como	compreender	a	
importância	de	cada	uma	no	processo	comunicativo;
•	 identificar	e	apresentar	soluções	para	os	problemas	relacionados	às	falhas	
comunicativas	no	cotidiano	profissional.
Esta	 unidade	 está	 dividida	 em	 três	 tópicos	 que	 visam	 auxiliar	 você	 na	
compreensão	 da	 origem	 e	 importância	 da	 linguagem	 e	 da	 comunicação.	
Ao	final	de	 cada	 tópico	apresentamos	atividades	a	fim	de	consolidar	 seus	
conhecimentos	sobre	a	temática.
TÓPICO 1 – LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
TÓPICO 2 – COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS
TÓPICO 3 – A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
1 INTRODUÇÃO
Expressar-se	de	maneira	competente	na	língua	materna	é	uma	necessidade	
inegável	para	o	bom	desempenho	de	atividades	que	envolvam	a	palavra.	Portanto,	
uma	primeira	reflexão	merece	atenção:	qual	é	a	distinção	de	linguagem	e	língua?	
De	maneira	 geral,	 linguagem	é	usar	 a	 língua	para	 comunicar-se	 com	as	
pessoas.	De	acordo	com	Terra	(1997),	damos	o	nome	de	linguagem a	todo	sistema	
de	 sinais	 convencionais	que	nos	permite	 realizar	 atos	de	 comunicação.	Existem	
várias	 linguagens,	 a	dos	 surdos,	 a	que	você	 fala,	 a	dos	 sinais	de	 trânsito,	 a	das	
bandeiras	em	corridas	de	automóveis,	entre	outras.	
	Língua,	por	sua	vez,	refere-se	ao	conjunto	de	expressões	e	palavras	que	
são	usadas	por	um	determinado	povo,	sendo	esta	munida	de	regras	para	o	uso	
adequado.
	 [...]	 língua	 não	 se	 confunde	 com	 linguagem;	 é	 somente	 uma	 parte	
determinada,	essencial	dela,	indubitavelmente.	É,	ao	mesmo	tempo,	um	
produto	social	da	faculdade	de	linguagem	e	um	conjunto	de	convenções	
necessárias	adotadas	pelo	corpo	social	para	permitir	o	exercício	dessa	
faculdade	nos	indivíduos.	(SAUSSURE ,	1972,	p.	17)
De	acordo	com	Terra	(1997,	p.	13),	a	definição	de	língua	é:	“[...]	a	linguagem	
que	utiliza	a	palavra	como	sinal	de	comunicação.”	Entendemos	então	que	a	língua	
é	um	aspecto	da	linguagem	e	pertence	a	um	grupo	de	indivíduos;	estes,	por	sua	
vez,	concretizam	a	língua	através	da	fala.		
 
Podemos	dizer	 que	 no	 ato	da	 comunicação	não	utilizamos	 somente	 um	
conjunto	de	palavras	faladas	e/ou	escritas,	mas	também	imagens,	gestos,	cores	e	
sinais.	Observe:
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
4
FIGURA 1 – COMUNICAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://comunicadm.blogspot.com/2010/04/comunicacao-
com-sinais-de-libras.html>. Acesso em: 13 dez. 2011.
Temos,	como	exemplo	de	gestos	e	sinais,	o	alfabeto	de	Libras.	A	seguir	você	
pode	observar	a	importância	das	cores	na	comunicação.
FIGURA 2 – A COR NA COMUNICAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://midiassociaisblog.com/index.php/
entenda-o-significado-das-cores-na-comunicacao.html>. Acesso em: 
13 dez. 2011.
TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
5
ATENCAO
Caro(a) acadêmico(a), você pode visualizar este Caderno de Estudos colorido no 
AVA, menu Material Interativo.
A	cor	é	muito	explorada	pelos	publicitários,	pois	é	um	elemento	que	causa	
distintas	 sensações.	 Elas	 são	 fundamentais	 na	 representação	 de	 logomarcas	 e	
produtos	de	empresas.
Para compartilhar a essência da empresa e/ou corporação e provocar a percepção da 
marca nos consumidores, é necessário fazer um estudo das cores mais adequadas para o seu negócio. 
A logomarca precisa causar impacto, ser lembrada e reconhecida perante os diversos públicos 
das empresas. Este é o grande desafio dos designers: criar marcas que se destaquem entre 
tantos concorrentes.
NOTA
Além	disso,	é	preciso	adequar	a	linguagem	para	as	diferentes	situações,	ou	
seja,	dependendo	do	lugar,	do	momento	e	das	pessoas	com	quem	nos	comunicamos,	
faz-se	 necessária	 a	 adequação	 da	 linguagem.	 É	 com	 base	 nessas	 questões	 que	
convidamos	você,	acadêmico(a),	a	aprofundar	seus	estudos	nos	tópicos	seguintes.
Como	vimos,	a	linguagem	não	é	somente	um	conjunto	de	palavras	–	faladas	
ou	escritas	–,	mas	de	gestos	e	imagens.	A	linguagem	possui	particularidades	que	
vão	 além	de	 somente	 substantivo,	 adjetivo,	 verbo,	 pronomes	 e/ou	 preposições.	
Sendo	assim,	não	nos	comunicamos	apenas	pela	 fala	ou	escrita,	não	é	verdade?	
Alguma	vez	você	já	tentou	comunicar-se	sem	utilizar	um	verbo?	Faça	o	teste	e	você	
vai	perceber	o	quão	difícil	é	obter	algo	coerente.	A	seguir	veremos	a	distinção	entre	
linguagem	verbal	e	linguagem	não	verbal.	Antes,	porém,	leia	o	texto	que	segue	de	
Ricardo	Ramos,	Circuito	Fechado.	
2 PARTICULARIDADES DA LINGUAGEM
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
6
CIRCUITO FECHADO
 
Chinelos,	 vaso,	 descarga.	 Pia,	 sabonete.	 Água.	 Escova,	 creme	 dental,	 água,	
espuma,	creme	de	barbear,	pincel,	espuma,	gilete,	água,	cortina,	sabonete,	água	
fria,	água	quente,	toalha.	Creme	para	cabelo,	pente.	Cueca,	camisa,	abotoaduras,	
calça,	meias,	sapatos,	telefone,	agenda,	copo	com	lápis,	caneta,	blocos	de	notas,	
espátula,	pastas,	caixa	de	entrada,	de	saída,	vaso	com	plantas,	quadros,	papéis,	
cigarro,	 fósforo.	 Bandeja,	 xícara	 pequena.	 Cigarro	 e	 fósforo.	 Papéis,	 telefone,	
relatórios,	cartas,	notas,	vales,	cheques,	memorandos,	bilhetes,	telefone,	papéis.	
Relógio.	Mesa,	cavalete,	cinzeiros,	cadeiras,	esboços	de	anúncios,	fotos,	cigarro,	
fósforo,	bloco	de	papel,	caneta,	projetos	de	filmes,	xícara,	cartaz,	 lápis,	cigarro,	
fósforo,	 quadro-negro,	 giz,	 papel.	 Mictório,	 pia,	 água.	 Táxi.	 Mesa,	 toalha,	
cadeiras,	copos,	pratos,	talheres,	garrafa,	guardanapo.	xícara.	Maço	de	cigarros,	
caixa	de	fósforos.	Escova	de	dentes,	pasta,	água.	Mesa	e	poltrona,	papéis,	telefone,	
revista,	copo	de	papel,	cigarro,	fósforo,	telefone	interno,	gravata,	paletó.	Carteira,	
níqueis,	documentos,	caneta,	chaves,	 lenço,	relógio,	maço	de	cigarros,	caixa	de	
fósforos.	Jornal.	Mesa,	cadeiras,	xícara	e	pires,	prato,	bule,	talheres,	guardanapos.	
Quadros.	Pasta,	carro.	Cigarro,	fósforo.	Mesa	e	poltrona,	cadeira,	cinzeiro,	papéis,	
externo,	papéis,	prova	de	anúncio,	caneta	e	papel,	relógio,	papel,	pasta,	cigarro,	
fósforo,	papel	e	caneta,	telefone,	caneta	e	papel,	telefone,	papéis,	folheto,	xícara,	
jornal,	cigarro,	fósforo,	papel	e	caneta.	Carro.	Maço	de	cigarros,	caixa	de	fósforos.	
Paletó,	gravata.	Poltrona,	copo,	revista.	Quadros.	Mesa,	cadeiras,	pratos,	talheres,	
copos,	guardanapos.	Xícaras,	cigarro	e	fósforo.	Poltrona,	livro.	Cigarro	e	fósforo.	
Televisor,	poltrona.	Cigarro	e	fósforo.	Abotoaduras,	camisa,	sapatos,	meias,	calça,	
cueca,	pijama,	espuma,	água.	Chinelos.	Coberta,	cama,	travesseiro.
FONTE: RAMOS, Ricardo. Disponível em: <http://www.ricardoramos.org.br/>. Acesso em: 13 
dez. 2011.
Nesta	crônica,	você	observou	que	o	autor	elaborou	a	mensagem	utilizando	
apenas	substantivos.
ATENCAO
Se você quiser conhecer um pouco mais sobre o escritor Ricardo Ramos e sua obra, 
acesse o site <http://www.ricardoramos.org.br/>.
TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
7
3 LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL
A	comunicação	é	 essencial	nas	 relações,	 sejam	elas	pessoais,	 empresariais	
e/ou	 educacionais.	 Apesar	 de	 poder	 ser	 realizada	 de	 várias	 maneiras,	 só	 existe	
comunicação	quando	a	mensagem	é	recebida	com	o	mesmo	valor	com	que	ela	foi	
transmitida.	Tanto	a	 linguagem	verbal	quanto	a	não	verbal	 têm	um	papel	muito	
importante	na	comunicação.	Para	tanto,	torna-se	imprescindível	que	as	duas	estejam	
emconcordância,	para	que	a	comunicação	seja	coerente.	
 
A	linguagem	humana	é	um	processo	altamente	complexo.	Podemos	afirmar	
que	ela	está	presente	nas	diversas	situações	de	comunicação.	Por	exemplo:
FIGURA 3 – NA CONVERSA DAS PESSOAS
FONTE: Disponível em: <http://ravenasilvapsique.blogspot.com/>. 
Acesso em: 15 ago. 2011.
FIGURA 4 – EM PLACAS DE SINALIZAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://www.portaldecarapicuiba.com/
servicos/placas-de-sinalizacao-carapicuiba/>. Acesso em: 15 ago. 
2011.
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
8
FIGURA 6 – NAS MENSAGENS PUBLICITÁRIAS
FONTE: Disponível em: <http://promoview.com.br/evento/117135-
uniasselviassevim-realiza-semana-de-publicidade/>. Acesso em: 15 ago. 
2011.
FIGURA 7 – NA DANÇA
FONTE: Disponível em: <http://blog.uniasselvi.com.br/>. Acesso em: 15 ago. 2011.
FIGURA 5 – EM LIVROS, JORNAIS E REVISTAS
FONTE: Disponível em: <http://deixapramimquesoucanhota.blogspot.
com/2011/02/marketing-iergs-uniasselvi.html>. Acesso em: 15 ago. 2011.
TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
9
FIGURA 8 – NOS GESTOS
FONTE: Disponível em: <http://bocaberta.org/2008/03/gestos-e-
confusoes.html>. Acesso em: 15 ago. 2011.
FIGURA 9 – NA EXPRESSÃO FISIONÔMICA
FONTE: Disponível em: <http://blog.uniasselvi.com.br/tag/sorriso>. 
Acesso em: 15 ago. 2011.
FIGURA 10 – NOS CÓDIGOS CIENTÍFICOS
FONTE: Disponível em: <http://www.grupoescolar.com/pesquisa/
compostos-inorganicos.html>. Acesso em: 15 ago. 2011.
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
10
Todas	as	situações	mencionadas	demonstram	a	capacidade	humana	de	se	
comunicar	utilizando	as	linguagens	não	verbais	e	verbais.	Vamos	conhecê-las?
3.1 A LINGUAGEM NÃO VERBAL
A	linguagem	não	verbal	é	aquela	que	não	utiliza	palavras	para	comunicar.	
Então,	como	ela	ocorre?	Ela	é	estabelecida	por	meio	de	gestos,	sons,	cores,	imagens,	
entre	outras.	Os	sinais	de	trânsito,	por	exemplo,	demonstram	que	a	mensagem	é	
repassada	 através	das	 cores.	 	A	Língua	Brasileira	de	 Sinais	 (LIBRAS)	 efetiva-se	
através	dos	gestos.	
 
Muitas	vezes,	a	linguagem	não	verbal	serve	como	reforço	para	aquilo	que	
dizemos:	 em	 determinados	 momentos,	 com	 a	 fala,	 utilizamos	 outros	 recursos	
para	 reforçar	 nossa	mensagem.	 Podemos	 citar,	 como	 exemplo,	 as	 histórias	 em	
quadrinhos,	 pois	 o	 conteúdo	 da	 fala	 da	 personagem	 é	 reafirmado	 através	 da	
imagem.	Nas	propagandas	publicitárias	também	fica	evidente	a	importância	e	a	
função	da	linguagem	não	verbal.		
Segundo	 Terra	 (1997,	 p.	 12),	 “[...]	 a	 linguagem	 não	 verbal	 é	 aquela	 que	
utiliza	para	atos	de	comunicação	outros	sinais	que	não	as	palavras”.	
Vamos	conhecer	mais	sobre	a	linguagem	não	verbal	através	das	figuras	que	
seguem:
FIGURA 11 – PROIBIDO FUMAR
FONTE: Disponível em: <http://alunacriativa.wordpress.com/
category/uncategorized/page/2/>. Acesso em: 10 out. 2011.
TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
11
FIGURA 12 – ADEUS À CIDADE
FONTE: Disponível em: <http://concretoverde.blogspot.com/2010/09/
charges.html>. Acesso em: 10 out. 2011.
Entendemos	facilmente	a	mensagem	que	cada	figura	quer	transmitir,	não	
é	mesmo?	A	 linguagem	não	verbal,	 então,	 apesar	de	não	utilizar	 as	palavras,	 é	
capaz	 de	 efetivar	 um	 ato	 comunicativo.	 Agora,	 convido	 você	 a	 conhecer	 as	
particularidades	da	linguagem	verbal.
3. 2 A LINGUAGEM VERBAL
Podemos	definir	como	linguagem	verbal	aquela	em	que	as	palavras	são	os	
sinais	utilizados	para	os	atos	comunicativos.	O	termo	“verbal”	vem	do	latim	verbale 
e	significa	palavra.	Sendo	assim,	é	por	meio	de	palavras	–	linguagem	verbal	–	que	
expressamos	desejos,	sentimentos,	ordens,	opiniões,	revelando	nossas	opiniões	e	
expondo	nosso	raciocínio.	
Segundo	Nicola	(2009,	p.	126),	“[...]	a	linguagem	verbal	é	aquela	que	utiliza	
a	 língua	 (falada	 ou	 escrita).”	A	 linguagem	 verbal	 pode	 ser	 abordada	 sob	 duas	
modalidades:	a	língua	escrita	e	a	oral.	
Veremos	a	seguir	algumas	charges	que	exemplificam	a	linguagem	verbal.
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
12
FIGURA 13 – LINGUAGEM VERBAL
FONTE: Disponível em: <http://sustentabilizandomundo.blogspot.com/2010/09/
charge.html>. Acesso em: 5 out. 2011.
FIGURA 14 – LINGUAGEM VERBAL
FONTE: Disponível em: <http://mafalda-portugues.blogspot.com/2010/03/
analise-da-charge-no-tocante-ao.html>. Acesso em: 5 out. 2011.
Você	já	encontrou	dificuldades	em	colocar	no	papel	algo	que	na	linguagem	
oral	consegue	transmitir	sem	dificuldades?	Acreditamos	que	sua	resposta	foi	sim.	
Então,	vamos	aprofundar	nossos	estudos?
TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
13
Vimos	que	língua	é	um	sistema	de	representação	constituído	por	palavras	e	
por	regras	que	se	combinam,	permitindo	que	expressemos	uma	ideia,	uma	ordem,	
emoção,	enfim,	um	enunciado	de	sentido	completo	que	estabelece	comunicação.	
Tais	regras	e	palavras	são	comuns	aos	membros	de	uma	sociedade;	sendo	assim,	a	
língua	pertence	a	toda	comunidade.	
A	 fala,	por	 sua	vez,	 se	 concretizará	a	partir	do	uso	que	o	 falante	 faz	da	
língua.	No	momento	em	que	efetivamos	o	processo	de	comunicação,	o	fazemos	
através	da	fala	ou	da	escrita.	Se	analisarmos	a	história	da	humanidade	ou	a	nossa,	
podemos	perceber	que	primeiro	falamos	e	depois	escrevemos.	Adquirimos	a	fala	
naturalmente,	porém	a	escrita	nos	é	ensinada.	Sendo	assim,	na	fala	o	significante	é	
sonoro	e,	na	escrita,	é	gráfico.	
Caro(a)	acadêmico(a),	ao	transmitirmos	uma	mensagem	percebemos	que	a	
fala	e	a	escrita	adquirem	algumas	particularidades,	não	é	mesmo?	Quando	falamos	
da	 importância	da	 língua	escrita,	esta	reside	nas	suas	próprias	características	se	
comparada	à	língua	falada.	A	língua	oral	possui	diversos	recursos,	como	entonação	
da	 voz,	 expressão	 fisionômica,	 gestos,	 além	 de	 ser	 mais	 espontânea.	A	 escrita	
requer	mais	atenção,	pois	não	é	uma	simples	 representação	do	que	 se	 fala.	Em	
todas	as	línguas	as	pessoas	escrevem	e	falam	de	maneira	distinta,	porém	podemos	
efetivar	a	comunicação	tanto	num	enunciado	falado	quanto	em	um	escrito.
Perceba	 que	 não	 escrevemos	 conforme	 falamos,	 nem	 falamos	 conforme	
escrevemos.	O	humorista	 Jô	Soares,	em	uma	entrevista	à	revista	“VEJA”	(1990),	
fez	o	 seguinte	comentário:	 "Português	é	 fácil	de	aprender	porque	é	uma	 língua	
que	se	escreve	exatamente	como	se	fala”.	Ele	brinca	com	a	diferença	entre	a	fala	e	
a	escrita,	observe:
4 PARTICULARIDADES DA LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA
Pois	é.	U	purtuguêis	é	muinto	fáciu	di	aprender,	purqui	é	uma	língua	qui	
a	genti	iscrevi	ixatamenti	cumu	si	fala.	Num	é	cumu	inglêis	qui	dá	até	vontadi	di	
ri	quandu	a	genti	discobri	cumu	é	qui	si	iscrevi	algumas	palavras.	Im	purtuguêis	
não.	É	só	prestátenção.	U	alemão	pur	exemplu.	Qué	coisa	mais	doida?	Num	bate	
nada	cum	nada.	Até	nu	espanhol	qui	é	parecidu,	si	iscrevi	muinto	diferenti.	Qui	
bom	qui	a	minha	língua	é	u	purtuguêis.	Quem	soubé	falá	sabi	iscrevê.
FONTE: Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/portugues/lingua-escrita-e-oral-nao-se-fala-
como-se-escreve.jhtm>. Acesso em: 10 out. 2011. 
Na	linguagem	falada	podemos	detectar	mais	facilmente	se	estamos	sendo	
entendidos	 ou	 não.	A	 linguagem	 é	mais	 espontânea,	 a	 coesão	 se	 dá	 por	meio	
de	gestos,	entonação	da	voz,	expressão	fisionômica,	entre	outros.	Há	 também	a	
presença	 de	 elementos	 que	mantêm	 a	 conversação	 aberta,	 como,	 por	 exemplo,	
“você	entendeu?”,	“está	claro?”,	“você	concorda?”.	
A	modalidade	escrita	difere	da	falada	em	diversos	fatores.	Segundo	Terra	
(1997),	a	escrita	representa	um	estágio	posterior	de	uma	língua,	tanto	que	muitas	
pessoas	utilizam	a	língua	sem	saber	utilizar	a	forma	escrita.
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
14Apesar	de	a	linguagem	falada	ser	mais	utilizada,	na	comunicação	é	a	escrita	
que	adquire	maior	importância	para	as	teorias	gramaticais,	pois	se	considera	que	
a	última	possui	aspecto	de	maior	permanência.	Há	um	dizer	dos	antigos	romanos:	
“verba volant; scripta manent”, que	se	 traduz:	“as	palavras	voam,	aquilo	que	está	
escrito	permanece”. 
Mas	 como	 explicar	 essa	 possível	 superioridade?	 Saussure	 (1972	 apud	
TERRA,	1997) nos	apresenta	uma	possível	explicação.
Mas	como	se	explica	tal	prestígio	da	escrita?
1º	Primeiramente,	 a	 imagem	gráfica	das	palavras	nos	 impressiona	 como	um	
objeto	 permanente	 e	 sólido,	 mais	 adequado	 do	 que	 o	 sim	 para	 construir	 a	
unidade	da	língua	através	dos	tempos	[...]
2º	 Na	 maioria	 dos	 indivíduos,	 as	 impressões	 visuais	 são	 mais	 nítidas	 e	
duradouras	que	as	impressões	acústicas;	dessarte	eles	se	apegam,	de	preferência	
às	primeiras.	A	imagem	gráfica	acaba	por	impor-se	à	custa	do	som.
3º	A	 língua	 literária	aumenta	ainda	mais	a	 importância	 imerecida	da	escrita.	
Possui	seus	dicionários,	suas	gramáticas;	é	conforme	o	livro	e	pelo	livro	que	se	
ensina	na	escola;	a	língua	aparece	regulamentada	por	um	código;	ora,	tal	código	
é	ele	próprio	uma	regra	escrita,	submetida	a	um	uso	rigoroso:	a	ortografia,	e	eis	o	
que	confere	à	escrita	uma	importância	primordial.	Acabamos	por	esquecer	que	
aprendemos	a	falar	antes	de	aprender	a	escrever,	e	inverte-se	a	relação	natural.	
4º	Por	fim,	quando	existe	desacordo	entre	a	 língua	e	a	ortografia,	o	debate	é	
sempre	difícil	de	resolver	por	alguém	que	não	seja	o	linguista;	mas	como	este	
não	tem	voz	em	capítulo,	a	forma	escrita	tem,	quase	fatalmente,	superioridade;	
a	escrita	se	arroga,	nesse	ponto,	uma	importância	a	que	não	tem	direito.
FONTE: Saussure (apud TERRA, 1997, p. 14)
Depois	de	apresentadas	as	observações	de	Saussure,	vejamos	como	Ulisses	
Infante	descreve	 as	particularidades	de	 cada	modalidade:	 falada	 e	 escrita.	 Para	
tanto,	leia	a	leitura	complementar	que	segue.	
LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA
A	língua	falada	mantém	uma	profunda	vinculação	com	as	situações	em	que	
é	usada.	A	comunicação	oral	normalmente	se	desenvolve	em	situações	em	que	o	
contato	entre	os	interlocutores	é	direto:	na	maioria	dos	casos,	eles	estão	em	presença	
um	do	 outro,	 num	 lugar	 e	momento	 que,	 por	 isso,	 são	 claramente	 conhecidos.	
LEITURA COMPLEMENTAR
TÓPICO 1 | LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
15
Dessa	forma,	quando	conversam	sobre	determinado	assunto,	elaboram	mensagens	
marcadas	por	fatos	da	língua	falada.	O	vocabulário	utilizado	é	fortemente	alusivo:	
o	uso	de	pronomes	como	eu,	você,	isto,	isso,	aquilo	ou	de	advérbios	como	aqui,	
cá,	 já	agora,	 lá	possibilita	 indicar	os	seres	e	 fatos	envolvidos	na	mensagem	sem	
nomeá-los	explicitamente.	Note	que	as	palavras	desse	tipo	causam	problemas	de	
compreensão	se	não	tivermos	como	detectar	a	que	se	referem.
Na	língua	escrita,	a	elaboração	da	mensagem	requer	uma	linguagem	menos	
alusiva.	O	uso	de	pronomes	 e	 certos	 advérbios,	 eficientes	 e	 suficientes	na	 língua	
falada,	 obedece	 a	 outros	 critérios,	 pois	 essas	 palavras	 passam	 principalmente	 a	
relacionar	partes	do	texto	entre	si	e	não	mais	a	designar	dados	da	realidade	exterior.	
Em	seu	lugar,	vemo-nos	obrigados	a	utilizar	formas	de	referência	mais	precisas,	como	
substantivos	e	adjetivos,	capazes	de	nomear	e	caracterizar	os	seres.	A	língua	escrita,	
assim,	demanda	um	esforço	maior	de	precisão:	devem-se	indicar	datas,	descrever	
lugares	 e	 objetos,	 bem	 como	 identificar	 claramente	 os	 interlocutores	 no	 caso	 de	
representação	de	diálogos.	Toda	essa	elaboração	gera	textos	cuja	compreensão	não	
depende	do	lugar	e	do	tempo	em	que	são	produzidos	ou	lidos:	como	a	língua	escrita	
busca	ser	suficiente	em	si	mesma,	redator	e	leitor	não	precisam	mais	da	proximidade	
física	para	que	a	mensagem	se	transmita	satisfatoriamente.	
Não	 pense,	 entretanto,	 que	 qualquer	 uma	 dessas	 formas	 de	 língua	 é	
menor	ou	pior	do	que	a	outra:	são	apenas	diferentes,	cada	uma	delas	apropriada	
a	uma	forma	de	comunicação.	
Até	 agora,	 falamos	 da	 diferença	 essencial	 entre	 língua	 escrita	 e	 língua	
falada.	Dessa	diferença	se	originam	outras,	igualmente	importantes	e,	em	alguns	
casos,	 tão	 significativas	que	 se	pode	mesmo	 falar	na	 existência	de	dois	 códigos	
distintos:	o	código	falado	e	o	código	escrito,	cada	um	com	suas	regras	próprias	de	
funcionamento.	Vejamos	algumas	delas.
A	língua	falada	se	concretiza	por	meio	da	emissão	dos	sons	da	língua,	os	
fonemas.	Na	escrita,	utilizam-se	as	letras,	que	não	mantêm	uma	correspondência	
exata	com	os	 fonemas:	há	 letras	que	representam	fonemas	diferentes	 (a	 letra	X,	
por	exemplo,	em	exame,	xadrez	e	sintaxe);	há	fonemas	representados	por	mais	de	
uma	letra	(chave,	por	exemplo);	há	até	casos	em	que	a	letra	não	representa	nenhum	
fonema	(h	em	homem,	por	exemplo).	Fatos	como	esses	fazem	com	que	a	ortografia	
se	torne	às	vezes	complexa;	ora,	óbvio	que	essa	questão	afeta	diretamente	o	manejo	
da	língua	escrita,	tendo	reduzida	influência	sobre	o	código	falado.	
FONTE: INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto: curso prático de leitura e redação. São Paulo: 
Scipione, 1998. p. 31.
16
RESUMO DO TÓPICO 1
Vamos rever o conteúdo apresentado neste primeiro tópico:
•	 Linguagem	é	o	uso	da	língua	para	comunicar-se	com	os	pares.
•	 A	 linguagem	 humana	 é	 um	 processo	 complexo	 e	 está	 presente	 em	 diversas	
situações.
•	 Língua	refere-se	ao	conjunto	de	expressões	e	palavras	que	são	usadas	por	um	
determinado	povo.
•	 A	língua	não	é	uniforme.
•	 Não	utilizamos	somente	um	conjunto	de	palavras	–	faladas	e	escritas	–	para	nos	
comunicar,	mas	também	gestos,	expressão	fisionômica,	entre	outros	elementos.
•	 Faz-se	necessário	adequar	a	linguagem	de	acordo	com	os	momentos	de	uso.
•	 A	fala	concretiza-se	a	partir	do	uso	que	o	falante	faz	dela.
•	 A	linguagem	verbal	é	aquela	que	utiliza	palavras	para	efetivar	o	ato	comunicativo.
•	 A	linguagem	não	verbal	é	aquela	que	não	utiliza	palavras,	efetiva-se	através	de	
gestos,	cores,	sinais	e	imagens.
•	 A	 linguagem	 não	 verbal	 não	 é	 menos	 importante	 que	 a	 verbal	 e,	 portanto,	
complementam-se.
•	 Na	linguagem	oral	a	comunicação	ocorre	acompanhada	da	entonação	de	voz,	
expressão	fisionômica	e	gestos.
•	 Não	falamos	conforme	escrevemos.	Não	escrevemos	conforme	falamos.		
•	 A	fala	antecede	a	escrita.
17
AUTOATIVIDADE
1 Elabore,	com	suas	palavras,	um	comentário	sobre	a	temática:	A	importância	
da	comunicação.
 
2	 Sobre	a	presença	de	linguagem	verbal	e	não	verbal	em	seu	cotidiano,	indique	
uma	situação	de	ocorrência	para	cada.	
3	 Sobre	a	linguagem	escrita	e	a	linguagem	oral,	aponte	três	particularidades	
de	cada.
LINGUAGEM ESCRITA LINGUAGEM ORAL
18
19
Vive-se	 num	 mundo	 globalizado,	 recheado	 de	 situações	 incertas.	 A	
sociedade	é	caracterizada	pelo	ritmo	frenético	das	mudanças,	seja	por	uma	nova	
geografia	(ou	nova	geopolítica)	ou	pela	acelerada	integração	das	mídias.	E,	neste	
contexto,	a	comunicação	tem	seu	valor.	E	só	poderão	fazer	o	diferencial	as	empresas	
e/ou	instituições	que	aprenderem	a	se	comunicar,	a	trabalhar	de	forma	interligada,	
somando	forças	e	gerando	o	“saber	fazer”	na	sua	equipe.	Condição	essencial	para	
que	 os	 resultados	 se	 aperfeiçoem	 e	 se	 transformem	 num	 diferencial,	 visto	 que	
se	 vive	 numa	 época	 em	que	 a	 competitividade	 é	 demasiadamente	 acirrada	 em	
qualquer	organização.
Convidamos	 você,	 acadêmico(a),	 a	 explorar	 o	 vastíssimo	 campo	 da	
comunicação	 em	 seus	 variados	 aspectos.	 Temos	 ainda	 por	 objetivo	 estudar	 a	
questão	da	comunicação	e	os	diversos	conceitos	que	a	envolvem,	além	de	analisar	
os	elementos	que	a	completam.	Faremos,	também,	algumas	reflexões	sobre	a	sua	
importância	nas	relações	interpessoais.
TÓPICO 2
COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOSUNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
2 O PAPEL DA COMUNICAÇÃO NAS RELAÇÕES 
INTERPESSOAIS
A	 capacidade	 comunicativa	 não	 é	 privilégio	 dos	 seres	 humanos;	 ela	 é	
bastante	complexa	e	pode	ser	encontrada	em	outros	momentos	da	vida	animal,	
nas	aves,	nos	peixes,	nos	mamíferos	e	outros.	Em	sua	etimologia,	Marques	de	Melo	
(1975,	p.	14)	lembra	que	“[...]	comunicação	vem	do	latim	‘communis’,	comum.	O	que	
introduz	a	ideia	de	comunhão,	comunidade”.	Contudo,	se	falamos	em	“processo	
de	comunicação”,	cabe	também	uma	rápida	verificação	no	termo	“processo”.	Berlo	
(1991,	 p.	 33)	 o	 descreve	 como	 “[...]	 qualquer	 fenômeno	 que	 apresente	 contínua	
mudança	no	tempo”,	ou	“qualquer	operação	ou	tratamento	contínuo”.	
Entendê-lo	implica	relacioná-lo	com	a	linguagem,	a	cultura	e	a	tecnologia.	
Quanto	 à	 linguagem,	Tattersall	 (2006,	 p.	 73)	 afirma	que	 “[...]	 se	 estamos	
procurando	um	único	fator	de	liberação	cultural	que	abriu	caminho	para	a	cognição	
simbólica,	a	invenção	da	linguagem	é	a	candidata	mais	óbvia”.	
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
20
Quanto	à	cultura	e	tecnologia,	nos	parece	essencial	concordar	com	Mayr	
(2006,	p.	95),	ao	sugerir	que	“Uma	pessoa	do	século	XXI	vê	o	mundo	de	maneira	
bem	diferente	daquela	de	um	cidadão	da	era	vitoriana”	e	que	“Essa	mudança	teve	
fontes	múltiplas,	em	particular	os	incríveis	avanços	da	tecnologia”.	
Souza	Brasil	(1973),	mais	ousado,	interpreta	a	cultura	como	subordinada	à	
comunicação.	E	sabe-se	que	um	subordinado,	geralmente,	identifica-se	com	o	seu	
superior.
Logo,	caro(a)	acadêmico(a),	podemos	dizer	que	comunicação	é	uma	ação	
pela	qual	os	indivíduos	trocam	entre	si	informações,	sentimentos	ou	experiências.	
É	 através	 dela,	 por	 exemplo,	 que	 podemos	 alcançar	 sinergia	 dentro	 de	 uma	
organização,	visto	que	ela	nos	permite	unir	forças	e	atuar	de	maneira	a	cooperar	e	
colaborar	obtendo	resultados	positivos	por	meio	do	trabalho	em	equipe.	
Quando	nos	comunicamos	partilhamos	algo	e,	por	este	ato	de	compartilhar	
ou	 comunicar,	 conhecemos	 e	 somos	 conhecidos.	 E,	 se	 somos	 conhecidos	 e	
conhecemos,	estamos	vivendo	em	relação,	por	isso	a	qualidade	da	nossa	existência	
humana	depende,	e	muito,	de	nossos	relacionamentos.
 
A	 comunicação	 não	 pode	 ser	 confundida	 com	 a	 simples	 transmissão	
unilateral	 de	 informações.	 A	 comunicação	 humana	 exige	 a	 participação,	 no	
mínimo,	de	duas	pessoas.	Assim,	ela	só	existe	quando	se	estabelece	entre	mais	de	
uma	pessoa.	Quando	há	um	bloqueio,	a	mensagem	não	é	captada	e	a	comunicação	
é	interrompida,	pois,	segundo	Penteado	(1997,	p.	5),	“[...]	se	um	indivíduo	fala	e	
ninguém	ouve,	o	processo	da	comunicação	humana	não	se	completou”.	Existindo	
esse	problema,	a	diferença	de	significado	do	que	foi	captado	de	uma	mensagem	
e	o	que	o	transmissor	queria	exatamente	dizer	é	o	ícone	que	pode	atrapalhar	o	
elo	comunicativo.	
Acredita-se,	 acadêmico(a),	 que	 praticamente	 todas	 as	 relações	 humanas	
e	 interpessoais	 abrangem	a	 comunicação,	pois	 ela	 é	um	veículo	de	 significados	
que	pode	influenciar,	inclusive,	nossos	comportamentos.	Vamos	entender	melhor?	
Cada	pessoa	produz	significados	próprios	diante	dos	acontecimentos	ou	das	mais	
variadas	 situações	e,	 ao	expressá-los,	 acrescenta	algo	de	 sua	personalidade,	por	
isso	os	significados	que	damos	às	experiências	são	desfigurados,	enriquecidos	ou	
empobrecidos	através	da	comunicação.	
A	 comunicação	 nas	 relações	 interpessoais	 pode	 ser	 entendida,	 de	
uma	 forma	 mais	 simplificada,	 como	 sendo	 uma	 atividade	 caracterizada	 pela	
transmissão	 e	 recepção	 de	 informações	 entre	 indivíduos	 ou,	 ainda,	 como	 o	
modo	pelo	qual	se	constroem	e	se	interpretam	significados	a	partir	das	trocas	de	
experiências.	Enfim,	o	processo	de	comunicação	é	marcado	por	um	procedimento	
resultante	de	uma	interação	social.	
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS
21
Então,	caro(a)	acadêmico	(a),	só	há	comunicação	quando,	de	alguma	forma,	
o	 conteúdo	da	mensagem	é	 interpretado	 e	 internalizado	pelo	 receptor,	 ou	 seja,	
quando	é	notada	uma	resposta	em	decorrência	da	mensagem.	Enviar	um	e-mail 
ou	 deixar	 uma	 mensagem	 gravada	 no	 celular,	 por	 exemplo,	 não	 representa	
exatamente	 o	 comunicar,	mas,	 sim,	 transmitir	 uma	 informação.	 Só	haverá	uma	
comunicação	 completa	 se,	 de	 alguma	 forma,	 o	 receptor	 indicar	 ao	 emissor	 que	
recebeu	a	informação	que	lhe	foi	emitida.	E	isso	só	acontecerá	caso	uma	nova	ação	
desencadeie	significação,	ou	seja,	um	sinal	de	retorno	for	identificado.	
A	 linguagem	é	um	elemento	essencial	para	que	o	processo	de	 interação	
aconteça,	pois	é	a	partir	do	significado	dos	sinais	que	as	pessoas	atribuem	sentido	
às	atividades.	Desse	modo,	o	processo	de	comunicação	implica	retorno	ou	feedback 
para	 as	 interações	 sociais.	 O	 resultado	 da	 comunicação	 pode	 ser	 aquele	 que	 o	
emissor	 pretendia	 (ou	 não).	 Se	 for	 o	 que	 pretendia,	 houve	 comunicação	 eficaz.	
E,	 como	 processo	 interativo	 de	 troca	 de	 mensagens,	 o	 emissor	 atua	 sempre	
simultaneamente	com	o	receptor	e	vice-versa.
ATENCAO
Afinal, você sabe o que é feedback? É uma palavra de origem inglesa, que já 
pertence ao nosso idioma, isto é, ela foi aportuguesada e, segundo o Dicionário Houaiss (2009), 
significa a informação que o emissor (o que envia a mensagem) obtém da reação do receptor, 
e que serve para avaliar os resultados da transmissão.
No	entanto,	 os	 significados	 atribuídos	 a	uma	mensagem	dependem	das	
características	 pessoais	 de	 quem	 a	 envia,	 de	 quem	 a	 recebe	 e	 do	 contexto	 da	
interação	social.	A	cada	mensagem	o	receptor	agrega	determinado	significado,	o	
qual	poderá	ou	não	corresponder	à	intenção	do	emissor.	Assim,	constata-se	que	a	
comunicação	tem	um	procedimento	imperfeito,	dependendo	do	grau	de	eficácia	
com	as	variáveis	que	intervêm	na	interpretação	de	significados.	
Além	 disso,	 devemos	 ter	 em	 mente	 que,	 nas	 relações	 interpessoais,	 a	
comunicação	 está,	 também,	 atrelada	 aos	 movimentos	 corporais	 que	 podem	
exprimir	o	positivo	ou	o	negativo	do	que	se	sente	em	relação	ao	outro.	Conforme	
Parry	(1976),	os	gestos	que	desenvolvemos	podem	transmitir	muitas	informações,	
principalmente	relativas	ao	nível	social,	à	competência,	à	segurança	e	à	franqueza.
	 Entretanto,	 acredita-se	 que	 a	 maior	 barreira	 para	 a	 comunicação	
interpessoal	é	a	nossa	tendência	automática	de	 julgar,	avaliar,	aprovar	ou	não	o	
comportamento	ou	a	opinião	de	outra	pessoa	ou	de	um	grupo.	
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
22
Então,	acadêmico(a),	você	acredita	que	exista	alguma	maneira	de	solucionar	
ou	 amenizar	 esta	 barreira?	Certamente	há!	Quando	ouvimos	 com	atenção,	 esta	
tendência	é	minimizada.	Isto	significa	que	devemos	analisar	a	ideia	expressa	e	a	
atitude	de	 interpretação	da	outra	pessoa,	devemos	perceber	 como	ela	 aborda	o	
assunto	do	qual	se	está	falando.	
Você	 precisa	 ser	 capaz	de	 ver	 o	 ponto	de	 vista	 do	 outro,	 assim	os	 seus	
próprios	conceitos	serão	reavaliados.	Agindo	desta	maneira,	a	emoção	não	será	mais	
o	ápice	da	discussão,	as	diferenças	serão	diminuídas	e	aquelas	que	permanecerem	
serão	racionalmente	compreensíveis,	e	a	comunicação	se	estabelecerá.
A	 clara	 e	 efetiva	 comunicação	 é	 essencial	para	os	 relacionamentos	 e	 em	
muitas	 outras	 realizações	 humanas.	 Comunicar-se	 bem	 e	 de	 forma	 favorável	
é	 uma	 questão	 de	 prática	 diária.	 A	 falta	 ou	 deficiência	 de	 comunicação	 nos	
relacionamentos,	 sejam	pessoais,	profissionais	ou	 sociais,	pode	afetar	 em	níveis	
variados	todas	as	áreas	da	vida	ou	ocasionar	desgaste	e	até	angústia.	Praticar	a	arte	
da	boa	comunicação	é	valioso:	é,	acima	de	tudo,	agregar	maturidade	pessoal	que	
trará	bons	resultados	para	muitos	segmentos	de	sua	vida.	
2.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO
Caro(a)acadêmico(a),	 vimos	 a	 importância	 da	 comunicação	 para	 a	
sobrevivência	de	uma	organização	e/ou	instituição.	Entretanto,	para	que	esta	tenha	
sucesso,	é	necessário	que	os	tipos	de	comunicação	sejam	entendidos	com	atenção,	
pois,	como	você	 já	estudou	até	aqui,	a	comunicação	é	um	processo	de	interação	
no	 qual	 compartilhamos	 mensagens,	 ideias,	 sentimentos	 e	 emoções,	 podendo	
influenciar	o	comportamento	das	pessoas	que,	por	sua	vez,	 reagirão	a	partir	de	
suas	vivências,	crenças,	valores,	história	de	vida	e	cultura.
No	cotidiano	profissional	utilizamos	a	comunicação	para	o	desempenho	de	
nossas	atividades,	o	que	nos	traz	muitos	benefícios	se	seu	uso	for	consciente,	pois	
a	boa	comunicação	tende	a	facilitar	o	alcance	dos	nossos	objetivos,	independente	
da	área	em	que	atuamos.
As pessoas podem comunicar-se pelo Código Morse, pela escrita, por gestos, 
pelo telefone, e-mail, internet etc.
UNI
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS
23
Assim,	você	pode	notar	que	existem	vários	tipos	de	comunicação.	Ela	pode	
ser	direta,	indireta,	formal	ou	não,	unilateral	ou	bilateral.	Vamos	observar	alguns	
conceitos:	
A comunicação formal,	segundo	Rüdiger	(1998), é	uma	transmissão	oficial	
feita	através	das	vias	de	diálogo	que	existem	no	organograma	de	uma	empresa	e/
ou	instituição.	Geralmente	é	feita	por	escrito	e	devidamente	documentada	através	
de	correspondências	ou	formulários.
Já	 a	 comunicação informal	 é	 a	 desenvolvida	 espontaneamente	 através	
da	 estrutura	 sem	 formalidades	 e	 fora	 dos	 canais	 de	 comunicação	 estabelecidos	
pelo	organograma	de	uma	empresa	e/ou	instituição.	Segundo	Gomes,	Cardoso	e	
Dias	(2011),	esta	conduz	mensagens	que	podem	ou	não	ser	relativas	às	atividades	
profissionais.	 Através	 dela	 pode-se	 conseguir	 mais	 rapidamente	 mensurar	
opiniões	e	insatisfações	dos	colaboradores,	ao	ter	uma	ideia	mais	ampla	do	clima	
organizacional	e	da	reação	das	pessoas	aos	processos	de	mudança.
Quando	pensamos	na	 comunicação unilateral,	 temos	que	 ter	 em	mente	
que	é	estabelecida	de	um	emissor	para	um	receptor,	e	este	último	é	passivo.	Como	
deixam	claro	Gomes,	Cardoso	e	Dias	(2011),	pertencem	a	este	grupo	os	locutores	
de	uma	rádio,	da	televisão,	o	cartaz	de	parede	com	mensagens	publicitárias	e	de	
propaganda	ou	aquele	que	pronuncia	uma	palestra	ou	um	discurso.	
A comunicação bilateral	exige	reciprocidade	entre	o	emissor	e	o	receptor.	É	o	
que	acontece	nas	conversas,	nos	diálogos,	nas	entrevistas,	enfim,	onde	há	uma	troca	
de	mensagens,	mencionam	Gomes,	Cardoso	e	Dias	(2011).	Este	tipo	de	comunicação	
permite	que	se	estabeleça,	entre	emissor	e	receptor,	uma	troca	de	papéis.
 Existe ainda a comunicação direta, na qual duas ou mais pessoas estão cientes 
do que se quer fazer; está muito claro o que se pretende.
A comunicação indireta pode ser definida como a que o emissor está consciente do que 
pretende, embora o receptor não esteja. Neste tipo de comunicação há a persuasão, que influi 
no pensamento do outro sem que este perceba.
NOTA
Há	de	se	considerar	que	a	utilização	dos	diversos	tipos	de	comunicação	em	
uma	empresa	e/ou	instituição	não	garante	a	sua	eficácia.	Portanto,	antes	de	iniciar	
um	comunicado,	é	sensato	perguntar-se:	
•	O	que	e	a	quem	quero	comunicar?	
•	Que	causas	e	finalidades	tenho	ao	transmitir	este	conteúdo?
•	Este	conteúdo	é	justo	para	que	eu	consiga	persuadir	o	receptor?
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
24
Partindo	destas	questões,	observe	o	esquema	a	seguir	elaborado	por	Harold	
Lasswell	(1902-1978),	que	representa	o	ato	comunicativo:
FIGURA 15 – ESQUEMA LINEAR DE COMUNICAÇÃO DE LASSWELL
FONTE: Disponível em: <http://raquelcamargo.com/blog/tag/lasswell/>. Acesso em: 19 dez. 2011.
A diretora-geral de informação da Agência Angola Press (ANGOP), Luísa 
Damião, afirmou em entrevista à Rádio Luanda em 30 de março de 2011 que “o uso correto 
da comunicação, através da transmissão de mensagens adequadas e eficazes, é capaz de 
promover mudanças de atitudes na sociedade”.
NOTA
Caro(a)	 acadêmico(a),	 existem	 alguns	 elementos	 que	 são	 fundamentais	
para	 que	 haja	 comunicação.	 Assim,	 podemos	 afirmar	 que	 estes	 elementos,	 na	
maioria	das	vezes,	 são	utilizados	 sem	que	nós	percebamos,	 alguns;	porém,	 são	
identificados,	pois	sem	eles	não	haveria	como	comunicar-se.	Quer	saber	como?	É	
o	que	veremos	a	seguir.
3 ELEMENTOS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
Nas	diversas	situações	de	comunicação,	seja	falada,	escrita	ou	até	mesmo	
nos	sinais	de	trânsito,	você	está	interagindo	com	o	mundo	e	com	os	demais	à	sua	
volta.	Assim,	 o	 ato	 comunicativo	 engloba	 alguns	 elementos	 básicos,	 tais	 como:	
emissor,	receptor,	mensagem,	canal	de	comunicação,	código	e	referente.
3.1 EMISSOR
É	o	remetente,	ou	seja,	o	que	envia	uma	mensagem,	e	pode	ser	uma	pessoa	
ou	um	grupo,	um	órgão,	uma	empresa,	um	canal	de	televisão,	um	site	na	internet	
e	assim	por	diante.
Em	conformidade	com	Penteado	(1997,	p.	4):
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS
25
Ninguém	 se	 comunica	 consigo	 mesmo.	 O	 clássico	 exemplo	 do	
faroleiro	 ilustra	 esse	princípio:	 –	Na	 solidão	em	que	vive,	o	processo	
da	comunicação	humana	somente	se	completa	quando	o	facho	de	luz	–	
transmissor	–	atinge	o	navio	que	passa	–	receptor.	Enquanto	o	facho	de	
luz	não	é	percebido	de	bordo,	não	existe	comunicação	humana.
	 Cabe,	 ainda,	 lembrar	 que	 geralmente	 o	 emissor	 analisa	 o	 nível	 de	
conhecimento	de	seu	público-alvo	antes	de	emitir	uma	mensagem.
3.2 RECEPTOR
É	o	destinatário	da	mensagem,	isto	é,	para	quem	a	mensagem	foi	ou	será	
enviada.	Pode	ser	para	uma	pessoa	ou	para	um	público-alvo,	ou	ainda	um	animal	
ou	uma	máquina,	como	o	computador.
3.3 MENSAGEM
É	o	objeto	de	comunicação,	ela	é	estabelecida	pelo	conteúdo	das	informações	
transmitidas.	 A	 mensagem	 é	 o	 elo	 dos	 dois	 pontos	 do	 circuito;	 é	 o	 objeto	 da	
comunicação	humana	e	sua	finalidade	(PENTEADO,	1997).	Chamamos	ainda	de	
mensagem	o	que	o	emissor	transmite	e	o	que	o	receptor	recebe.
3.4 CANAL DE COMUNICAÇÃO 
Meio	pelo	qual	a	mensagem	pode	circular:	jornal,	revista,	televisão,	rádio,	
folheto,	fôlder,	outdoor e	o	próprio	ar.	
Concordamos	 com	 Penteado	 (1997,	 p.	 5)	 quando	 menciona	 o	 exemplo:	
“Suponhamos	que	alguém	–	o	receptor	–	encontre	uma	garrafa	numa	praia	deserta	
e	que	dentro	dessa	garrafa	exista	uma	mensagem	[...]”.	Nesta	situação,	percebemos	
um	canal	de	comunicação,	pois	o	mesmo	cumpriu	seu	papel,	que	é	o	de	transportar	
uma	mensagem.
3.5 CÓDIGO
O	código	é	o	meio	através	do	qual	a	mensagem	é	transmitida,	isto	é,	através	
da	fala,	da	escrita,	dos	gestos	ou	das	imagens.	De	acordo	com	Penteado	(1997,	p.	
5),	“[...]	um	pedaço	de	papel	coberto	de	rabiscos	não	é	uma	mensagem,	porque	é	
ininteligível,	não	pode	ser	percebido	pela	inteligência”.	Em	suma,	pode-se	dizer	
que	é	o	conjunto	de	elementos	com	significado	aceitos	pelo	emissor	e	receptor.
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
26
3.6 REFERENTE
O	referente	é	o	contexto	ou	a	situação	a	que	a	mensagem	remete	ou,	ainda,	
é	a	 situação	na	qual	 emissor	e	 receptor	estão	 inseridos.	Assim,	a	 linguagem	 irá	
adquirir	diversas	funções,	como	a	de	emocionar,	informar,	persuadir,	fazer	refletir,	
entre	outras.
Existem	dois	tipos	de	referente:	o	situacional,	formado	pelos	elementos	que	
situam	o	emissor	e	o	receptor	e	pelas	circunstâncias	da	transmissão	da	mensagem;	
e	o	textual, formado	pelos	elementos	de	todo	o	contexto	linguístico.			
Agora	 que	 você	 conhece	 os	 elementos	 da	 comunicação,	 veja	 como	 eles	
podem	ser	representados,	observando	o	esquema	a	seguir:
FIGURA 16 – ESQUEMA DA COMUNICAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://www.ggte.unicamp.br/minicurso/video/texto/Modulo1/
mod001tela001.htm>. Acesso em: 23 ago. 2011.
comunicação
Emissor
conceitocodificação
(linguagem)
mensagem
reação
conceito
Receptor
decodificação
(linguagem)
É	 importante	 ressaltar,	 portanto,	 que	 a	 comunicação	 deve	 ser	 simples,	
direta,	lógica	e	adaptada	ao	público-alvo,	pois	só	se	sabe	verdadeiramente	o	que	se	
disse	depois	de	ouvir	a	resposta	ao	que	se	disse.	Para	que	isto	aconteça,	o	emissor	
deve	ser	um	bom	observador	e	ouvinte;	a	mensagem	deve	ser	clara,	precisa	e	com	
uma	informação	de	retorno,	já	que	a	comunicação	serve	para	informar,	persuadir,	
motivar,	educar,	integrar	os	indivíduos	na	sociedade,	distrair,	divertir	e	muito	mais.
4 BARREIRAS A UMA COMUNICAÇÃO EFICAZ
Conforme	vimos,	se	analisarmos	o	ato	da	comunicação,	vale	ressaltar	que	
ela	é	um	tanto	dificultada	já	entre	pessoas	próximas,	com	laços	afetivos,	pois	há	
uma	 tendência	 de	 dispensar	 tolerância,	 paciência	 e	 cuidado	 com	 o	 que	 vai	 ser	
falado	ou	ouvido.
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS
27
Em	 uma	 instituição	 ou	 empresa,	 onde	 a	 afetividade	 é	 praticamente	
imperceptível	 ou,	 por	 muitas	 vezes,	 inexistente,	 conclui-se	 que	 a	 comunicação	
tende	a	ser	mais	complexa	ainda.	Entretanto,	Pimenta	(2004)	diverge	deste	ponto	
de	 vista.	 No	 seu	 entender,	 a	 neutralidade	 e	 a	 racionalidade,	 características	 do	
ambiente	empresarial,	tendem	a	facilitar	a	comunicação,	uma	vez	que	as	emoções	
e	 a	 passionalidade,	 às	 vezes	 exageradas	 das	 relações	 familiares,	 podem	 servir	
como	empecilhos.
Em	 muitas	 situações	 os	 deslizes	 que	 suscitam	 estes	 problemas	 são	
involuntários,	 os	 indivíduos	 os	 cometem	 sem	 perceber,	 seja	 por	 uma	 questão	
de	hábitos	adquiridos	ou	por	referências	culturais	e	familiares.	É	imprescindível	
pensar	 bem	 antes	 de	 falar,	 agir	 e	 ter	 sempre	 em	mente	 que,	 em	 uma	 empresa	
ou	 instituição,	as	opiniões	e	percepções	serão	sempre	suscetíveis	a	discussões	e	
confusão,	 principalmente	 quando	 se	 trabalha	 com	grupos	 heterogêneos.	 Então,	
conhecer	 alguns	 tipos	 de	 barreiras,	 segundo	 Rüdiger	 (1998),	 que	 podem	 gerar	
falhas	à	boa	comunicação	é	essencial.	Vejamos:	
A distração	é	um	elemento	de	alta	capacidade	de	embaralhar	a	recepção	
correta	de	uma	informação,	é	uma	ligação	inesperada.	
A presunção não enunciada	 acontece	 quando	 o	 emissor	 pressupõe	 que	
o	 receptor	 já	 saiba	 o	 significado,	 porém	não	 o	 sabe.	Assim,	 as	 informações	 são	
perdidas.
A apresentação confusa	 é	a	 falta	de	ordem	e	coerência	que	dificultam	o	
entendimento	das	informações.	
A representação mental	pode	causar	confusão,	pois	o	receptor	obtém	os	
dados	e	constrói	uma	 imagem	do	que	está	 sendo	dito.	Uma	voz	carinhosa,	por	
exemplo,	chama	a	atenção	do	receptor,	o	que	pode	distorcer	a	mensagem.	
A credibilidade,	 que	 é	 a	 autoridade	 das	 pessoas,	 tem	 um	 peso	 muito	
grande	na	hora	do	recebimento	de	uma	informação.
A distância física	 é	 a	 probabilidade	 decrescente	 de	 as	 pessoas	 se	
comunicarem	quando	a	distância	é	significativa	entre	elas.		
A defensidade	 acontece	quando	 temos	um	conceito	 sobre	o	emissor	e	a	
defensiva	impede	a	comunicação.
A limitação do receptor,	 que	 é	 o	 grau	 cultural	 ou	 a	 forma	 de	 encarar	
situações	 e	 os	 interesses	 que	 temos,	 limita	 a	 capacidade	 de	 entender	 o	 que	 é	
proposto.	
Diante	do	exposto,	ainda	se	pode	acrescentar	um	último	tipo	de	barreira	
que	efetivamente	dificulta	a	condição	de	uma	boa	comunicação,	a	autossuficiência.	
E	podemos	concordar	com	Penteado	(1997,	p.	71)	quando	diz:
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
28
Para	 a	 comunicação	 humana,	 a	 autossuficiência,	 com	 todas	 as	 suas	
consequências,	 significa	 obstáculo	 por	 vezes	 intransponível:	 é	
impossível	para	qualquer	pessoa	 começar	 a	 aprender	o	que	 ela	 julga	
que	 já	 sabe.	O	sucesso	do	aprendizado	depende	da	disposição	em	se	
admitir	que	não	se	sabe	(PENTEADO,	1997,	p.	71).
Além	destes,	podemos	ainda	destacar	outros	tipos	de	barreiras	que	podem	
gerar	falhas	à	boa	comunicação:	a	redundância	e	o	ruído.
Quem tem autossuficiência é autossuficiente. Mas, afinal, caro(a) acadêmico(a), você 
sabe o que é ser uma pessoa autossuficiente? Segundo o Dicionário Houaiss (2009), é aquele 
que tem a capacidade de viver sem depender de outrem; independente, ou capaz de atender às 
próprias necessidades de consumo, sem necessitar de recorrer à importação de produtos.
NOTA
4.1 REDUNDÂNCIA
A	redundância	na	comunicação	acontece	quando	o	emissor	transmite	uma	
informação	 repetindo-a.	 Se	 você	 prestar	 atenção,	 muitas	 informações	 retratam	
redundâncias	 sintáticas,	 quando	 falamos	 “subir	 para	 cima”,	 por	 exemplo;	
redundâncias	 gestuais,	 quando	 apontamos	 o	 polegar	 para	 cima	 para	 dizer	
positivo,	ou	redundâncias	tonais,	quando	exclamamos:	“Estou	morto	de	fome!”,	
entre	outras.	Por	vezes,	a	redundância	se	faz	necessária	para	que	uma	mensagem	
mostre	perceptibilidade,	 como	 também	para	nos	 livrarmos	de	possíveis	 ruídos.		
Bem,	estes	você	estudará	logo	mais.	
Pode-se	dizer,	então,	que	redundância	é	toda	a	parte	da	mensagem	que	não	
traz	nenhuma	informação	nova,	isto	é,	refere-se	a	um	excesso	ou	a	um	pleonasmo.	
A	redundância	se	associa	à	contenção	da	informação.	
Ei, você lembra o que é pleonasmo?
O pleonasmo pode ser tanto uma figura quanto um vício de linguagem. Ele é uma redundância, 
proposital ou não, numa expressão, enfatizando-a. Mas não se preocupe, no Tópico 3 da 
Unidade 3, Língua Portuguesa: dúvidas pertinentes na escritura de um texto, você encontrará 
uma explicação completa, ok?
NOTA
TÓPICO 2 | COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS
29
4.2 RUÍDO
De	modo	mais	 informal,	o	 ruído	ou	a	 interferência	 é	 tudo	o	que	afeta	a	
transmissão	 da	mensagem.	 São	 fatores	 que	 surgem	 ou	 que	 se	 colocam	 entre	 o	
emissor	e	o	receptor	no	processo	de	comunicação.	
 
A	 interferência	 ou	 ruído	 é	 criado	 por	 todos	 os	 fatores	 que,	 embora	 não	
pretendidos	pela	fonte,	acrescentam-se	ao	sinal	durante	o	processo	de	transmissão	
(RÜDIGER,	1998).	
Se	 você	 falar	 em	 voz	muito	 baixa,	 se	 efetuar	 erros	 de	 codificação,	 se	 você	
estiver	nervoso,	se	faltar	com	a	atenção,	se	faltar	energia	elétrica,	se	manchar	o	papel	
que	contém	a	informação,	certamente	ocorrerão	ruídos	num	contexto	de	comunicação.	
Para	que	todas	essas	informações	fiquem	claras,	observe	o	esquema	a	seguir:
FIGURA 17 – ESQUEMA DE RUÍDO NA COMUNICAÇÃO
FONTE: Adaptado de: <http://www.ceismael.com.br/oratoria/Importancia-da-
comunicacao.htm>. Acesso em: 20 ago. 2011.
Ruído
ReceptorEmissor
Mensagem
Então,	o	bom	senso	é	palavra	de	ordem	dentro	das	relações	comunicativas	
profissionais.	Para	tanto,	cabe	a	cada	um	a	constante	autoanálise	com	relação	
ao	comportamento	e	à	postura	diante	do	grupo	e	das	situações	comunicativas	
que	exercemos.
Caro(a)	 acadêmico(a),	 após	 esta	 etapa	 de	 estudos,	 quando	 você	 se	
comunicar,	 tente	minimizar	 as	 barreiras	 para	 uma	 comunicação	 eficaz.	 E	 para	
tanto,	observe	algumas	dicas:	
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
30
•	utilize	uma	linguagem	apropriada	e	direta;	
•	forneça	informações	claras	e	completas;
•	use	canais	múltiplos	para	estimular	os	vários	sentidos	do	receptor;	
•	comunique-se	face	a	face;
•	ouça	ativamente;	e	
•	tenha	empatia.		
Para	você	visualizar	como	a	comunicação	funciona,	observe	o	esquema	de	
Shannon	e	Weaver:	
FIGURA 18 – O MODELO DE SHANNON-WEAVER DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 
FONTE: Adaptado de: SHANNON, C. E.; WEAVER, W. The mathematical theory of 
communication. Urbana: University of Illinois Press, 1949. p. 5, 98. Disponível em: <http://
www.ceismael.com.br/oratoria/comunicacao-interpessoal.htm>. Acesso em: 25 ago. 2011.
ATENCAO
Para você aprofundar seus conhecimentos com relação à comunicação e sentir-
se mais autoconfiantenesse processo, leia: RIBEIRO, Lair. Comunicação global: a mágica da 
influência. Rio de Janeiro: Objetiva, 1993. Você vai aprender muito numa leitura divertida e de 
fácil acesso!
31
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou que:
•	 A	comunicação	não	pode	ser	confundida	com	a	simples	transmissão	unilateral	
de	informações,	ela	só	existe	quando	se	estabelece	entre	duas	ou	mais	pessoas.
•	 Todas	as	relações	humanas	e	interpessoais	abrangem	comunicação,	pois	ela	é	um	
veículo	de	significados	que	pode,	inclusive,	influenciar	nossos	comportamentos.
•	 A	comunicação	nas	relações	interpessoais	pode	ser	entendida,	de	uma	forma	mais	
simplificada,	como	uma	atividade	caracterizada	pela	transmissão	e	recepção	de	
informações	entre	indivíduos.
•	 A	comunicação	formal	é	a	comunicação	oficial	endereçada	através	dos	canais	de	
diálogo	existentes	no	organograma	de	uma	empresa	ou	de	uma	instituição.
•	 A	 comunicação	 informal	 é	 aquela	 desenvolvida	 espontaneamente	 através	 da	
estrutura	sem	formalidades	e	fora	dos	canais	de	comunicação.
•	 Há	seis	elementos	no	processo	de	comunicação,	que	são:	o	emissor	 (remete	a	
informação);	 o	 receptor	 (o	destinatário	da	mensagem);	 a	mensagem	 (o	 objeto	
de	comunicação);	o	canal	de	comunicação	(o	meio	pelo	qual	a	mensagem	pode	
circular);	 o	 código	 (o	 meio	 através	 do	 qual	 a	 mensagem	 é	 transmitida)	 e	 o	
referente	(o	contexto,	a	situação	e	os	objetos	reais	a	que	a	mensagem	remete).
•	 A	comunicação	deve	ser	simples,	direta,	lógica	e	adaptada	ao	público-alvo,	pois	
só	se	sabe	verdadeiramente	o	que	se	disse	depois	de	ouvir	a	resposta	ao	que	se	
disse,	o	chamado	feedback.
•	 A	 redundância	 acontece	 quando	 o	 emissor	 transmite	 uma	 informação	
repetindo-a,	em	vez	de	transmiti-la	com	clareza.
•	 O	ruído	ou	a	interferência	é	tudo	o	que	afeta	a	transmissão	de	uma	mensagem.
32
AUTOATIVIDADE
1	Duas	pessoas	conversam	ao	telefone	celular.	A	pessoa	que	está	ouvindo,	porém,	
não	consegue	entender	o	que	a	outra	está	dizendo,	pois	o	seu	aparelho	apresenta	
um	pequeno	defeito.	O	ruído,	neste	processo	de	comunicação,	está	no:
a)	(			)	Código.
b)	(			)	Canal.
c)	(	 )	Emissor.
d)	(	 )	Receptor.
e)	(	 )	Mensagem.
2	Observe	e	responda:
FIGURA 19 – CASCÃO E CEBOLINHA
FONTE: SOUSA, Maurício de. 2003. Disponível em: <http://enadepucrs.uni5.net/enadepucrs/
wpcontent/uploads/2006/COMUNICACAO_SOCIAL.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2011.
A	 tirinha	 ilustra	 elementos	 do	 processo	 de	 comunicação	 que	 você	 já	
estudou.	A	partir	do	que	 foi	visto,	 e	 com	 relação	à	 tirinha,	 julgue	os	 itens	 a	
seguir.
I	-	A	voz	da	personagem	Cascão	é	um	canal	de	comunicação.
II	-	A	personagem	Cebolinha	desempenha	o	papel	de	receptor	da	mensagem.
III	-	A	forma	como	o	diálogo	entre	Cascão	e	Cebolinha	se	desenvolveu	indica	
que	houve	um	ruído	no	processo	de	comunicação.
IV-	É	possível	encontrar	na	tirinha	os	seguintes	elementos:	fonte,	código,	mensa-
gem,	canal	e	receptor.	
33
Estão	corretos	apenas	os	itens:
a)	(	 )	I	e	III.
b)	(	 )	I	e	IV.
c)	(	 )	II	e	III.
d)	(	 )	II	e	IV.
e)	(	 )	III	e	IV.
3	Diga	quais	são	as	barreiras	para	uma	comunicação	eficaz	e	explique-as.
34
35
TÓPICO 3
A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Abordamos	no	Tópico	1	que	a	linguagem	possui	peculiaridades.	A	língua	é	
de	domínio	público	e	concretiza-se	através	do	uso	individual	da	fala.		
Cada	falante	a	utiliza	conforme	suas	necessidades	de	comunicação,	seu	
grau	de	escolaridade,	sua	faixa	etária,	ou	sua	região,	daí	a	dizer	que	a	língua	
possui	variedades.		
Você,	ao	 imitar	alguém,	 já	acabou	por	 reproduzir	algumas	palavras	que	
são	 características	 da	 pessoa	 imitada?	 Podemos	 dizer	 que	 a	 diversidade	 dessa	
utilização	 ocorre	 devido	 a	 inúmeros	 fatores	 ou	 níveis,	 assunto	 a	 ser	 abordado	
neste	tópico.
2 NÍVEIS DE LINGUAGEM
Uma	das	variantes	a	ser	estudada	diz	respeito	aos	níveis	de	linguagem.	No	
processo	de	comunicação	torna-se	 imprescindível	que	o	falante	(emissor)	 faça	a	
seleção	das	variantes	da	língua,	ou	seja,	as	formas	adequadas	para	cada	situação,	
considerando	alguns	aspectos,	 tais	como:	o	que	dizer,	para	quem	dizer,	em	que	
lugar	e	como	dizer.		
A	partir	disso,	analisaremos	distintos	níveis	de	linguagem.	Vamos	conhecer	
quais	são	e	em	que	momento	utilizar	cada	um?
Esse	nível	de	fala,	como	o	próprio	nome	sugere,	é	utilizado	em	situações	
formais.	A	linguagem	culta	deve	ser	utilizada	pelos	meios	de	comunicação	escrita,	
como	jornais,	revistas,	livros	etc.	O	nível	culto	se	caracteriza	pelo	uso	mais	apurado	
do	vocabulário	e	o	cuidado	com	as	regras	gramaticais.	Em	situações	de	cerimônia,	
também	deve	ser	usada	a	linguagem	formal.	
O	fragmento	a	seguir	apresenta	linguagem	em	nível	formal.
2.1 NÍVEL CULTO OU FORMAL
36
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
A	memória	paulista	está	em	risco.	Um	levantamento	inédito	produzido	
pelo	Sistema	Estadual	de	Museus	(SISEM),	órgão	ligado	à	Secretaria	de	Estado	
da	Cultura	de	São	Paulo,	mostra	que	86%	dos	415	museus	paulistas	 têm,	ao	
menos,	um	problema	grave.
Faltam	 políticas	 de	 conservação	 do	 acervo,	 cuidados	 de	 climatização,	
reservas	 técnicas,	 funcionários	 e,	 em	 alguns	 casos,	 visitantes	 –	 porque	 há	
instituições	 fechadas	 ao	público.	O	diagnóstico	mostra	 a	 situação	 em	que	 se	
encontram	documentos	e	peças	 importantes	para	a	história	de	São	Paulo.	Se	
bem	utilizado	[o	levantamento],	pode	indicar	quais	medidas	urgentes	devem	
ser	tomadas	pelos	responsáveis	dos	museus.
FONTE: Disponível em: <http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/86-dos-museus-paulistas-tem-
problemas-20110918.html>. Acesso em: 22 set. 2011.
A	espontaneidade	é	característica	presente	neste	nível	de	linguagem.	No	
dia	a	dia,	em	situações	informais,	as	pessoas	não	estão	atentas	ao	que	é	certo	ou	
errado,	segundo	a	linguagem	padrão.	Elas	se	comunicam	com	maior	liberdade	e	
necessitam,	muitas	vezes,	de	agilidade	na	transmissão	da	mensagem.	
Geralmente	nos	diálogos	encontramos	exemplos	da	linguagem	coloquial.	
O	 texto	 que	 segue,	 O	 Poeta	 na	 Roça,	 de	 Patativa	 do	Assaré,	 reproduz	 o	 nível	
informal.	Observe:
2.2 NÍVEL INFORMAL
O poeta da roça
Sou	fio	das	mata,	cantô	da	mão	grossa,
Trabaio	na	roça,	de	inverno	e	de	estio.
A	minha	chupana	é	tapada	de	barro,
Só	fumo	cigarro	de	paia	de	mio.
Sou	poeta	das	brenha,	não	faço	o	papé
De	argum	menestré,	ou	errante	cantô
Que	veve	vagando,	com	sua	viola,
Cantando,	pachola,	à	percura	de	amô.
Não	tenho	sabença,	pois	nunca	estudei,
Apenas	eu	sei	o	meu	nome	assiná.
Meu	pai,	coitadinho!	Vivia	sem	cobre,
E	o	fio	do	pobre	não	pode	estudá.
TÓPICO 3 | A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES
37
Meu	verso	rastero,	singelo	e	sem	graça,
Não	entra	na	praça,	no	rico	salão,
Meu	verso	só	entra	no	campo	e	na	roça
Nas	pobre	paioça,	da	serra	ao	sertão.
Só	canto	o	buliço	da	vida	apertada,
Da	lida	pesada,	das	roça	e	dos	eito.
E	às	vez,	recordando	a	feliz	mocidade,
Canto	uma	sodade	que	mora	em	meu	peito.
Eu	canto	o	caboco	com	suas	caçada,
Nas	noite	assombrada	que	tudo	apavora,
Por	dentro	da	mata,	com	tanta	corage
Topando	as	visage	chamada	caipora.
Eu	canto	o	vaquero	vestido	de	coro,
Brigando	com	o	toro	no	mato	fechado,
Que	pega	na	ponta	do	brabo	novio,
Ganhando	lugio	do	dono	do	gado.
Eu	canto	o	mendigo	de	sujo	farrapo,
Coberto	de	trapo	e	mochila	na	mão,
Que	chora	pedindo	o	socorro	dos	home,
E	tomba	de	fome,	sem	casa	e	sem	pão.
E	assim,	sem	cobiça	dos	cofre	luzente,
Eu	vivo	contente	e	feliz	com	a	sorte,
Morando	no	campo,	sem	vê	a	cidade.
Cantando	as	verdade	das	coisa	do	Norte.
FONTE: ASSARÉ, Patativa do. Cante lá que eu canto cá. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1984. p. 20-21.
2.3 ADEQUAÇÃO NO USO DAS VARIEDADES LINGUÍSTICAS 
Quando	pensamos	em	que	roupa	colocar	para	ir	ao	escritório,por	exemplo,	
certamente	bermuda	e	camiseta	não	estão	em	nossa	lista,	não	é?	Com	a	linguagem	
não	 é	diferente,	 devemos	 adequá-la	 conforme	o	uso	 que	 faremos	dela,	 ou	 seja,	
conforme	a	situação,	o	lugar	e	as	pessoas	com	que	vamos	nos	comunicar.
Um	diálogo	 entre	 amigos	 sugere	uma	 situação	de	 informalidade,	 sendo	
possível	utilizar	a	 língua	de	 forma	espontânea,	sem	preocupação	com	as	regras	
de	gramática	normativa.	Caso	diferente	é	um	discurso	de	formatura.	Assim	como	
há	a	preocupação	com	a	vestimenta,	deve	haver	com	a	linguagem	utilizada.	Nesta	
situação	não	seria	adequada	a	linguagem	coloquial,	e	sim	a	formal.
38
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
2.4 GÍRIAS
Apesar	de	muitas	pessoas	pensarem	que	a	gíria	é	um	desvio	da	linguagem,	a	
maioria	já	pronunciou	palavras	como:	bacana,	cara,	cuca,	entre	outras,	não	é	mesmo?	
O	que	não	podemos	esquecer	é	que	a	gíria	não	pertence	à	 linguagem	padrão,	não	
é	 aceita	 em	 situações	 de	 formalidade,	 como,	 por	 exemplo,	 redações	 de	 vestibular,	
ofícios,	preenchimento	de	relatórios,	e-mails,	textos	acadêmicos,	artigos	científicos	etc.	
Sendo	assim,	podemos	afirmar	que	a	língua	formal	não	aprova	o	uso	de	
gírias,	salvo	em	reprodução	de	falas	de	personagens.	Quando	usada	em	momento	
oportuno,	ela	cumpre	o	papel	de	denotar	expressividade,	podendo	revelar	grande	
criatividade	do	emissor,	à	medida	que	esteja	adequada	à	 situação:	adaptada	ao	
meio,	à	mensagem	e	a	quem	a	receber.
A	gíria,	portanto,	é	característica	da	linguagem	informal.	Para	Terra	(1997,	
p.	66),	“[...]	a	gíria	é	uma	variante	da	língua	padrão	utilizada	por	indivíduos	de	um	
grupo	social	ou	profissional	em	circunstâncias	especiais”.	Muitas	vezes	utilizamos	
algumas	delas	sem	perceber	que	não	estamos	fazendo	uso	da	linguagem	formal,	
pois	 encontramos	 gírias	 diferenciadas,	 como,	 por	 exemplo:	 a	 dos	 jovens,	 a	 dos	
surfistas,	a	dos	jogadores	de	futebol,	entre	outras.		
Constantemente	surgem	novas	gírias	e	outras	caem	em	desuso,	isso	porque	
a	gíria,	como	já	mencionado,	é	uma	variante	da	língua,	e	esta,	por	sua	vez,	está	em	
constante	evolução	e/ou	reformulação.	
Leia	agora	um	pequeno	texto	sobre	o	assunto.
GÍRIA: O LADO JOVEM E TRANSITÓRIO DA LINGUAGEM
Da	 festa	 do	 balacobaco	 à	 reúna	 onde	 se	 descolava	 aquela	 mina	 até	 o	
“ficar”	de	hoje,	os	jovens	de	todas	as	épocas	reinventam	a	língua	portuguesa.	
A	 juventude	 principalmente,	 mas	 todos	 os	 grupos	 de	 interesse	 e	 vivências	
particulares	criam	seu	próprio	modo	de	expressão	e	identidade,	enriquecendo	
e	dando	gosto	e	graça	ao	vocabulário.
Perseguida	 pelos	 puristas,	 sempre	 provocadora	 de	 polêmicas	 entre	 os	
gramáticos,	escolas	e	redações	de	jornais,	a	gíria,	na	verdade,	inova	e	renova	a	
linguagem.	Chamar	alguém	de	bacana anos	atrás	era	um	elogio	e	linguagem	de	
quem	estava	“por	dentro”.	Agora,	a	mesma	palavra	pode	ser	classificada	como	
uma	expressão	típica	de	um	“mauricinho”.	Com	humor	e	criatividade,	as	gírias	
são	fugazes	e	estão	sempre	se	renovando.
Recentemente,	 foi	 lançado	 em	 Brasília,	 pelo	 jornalista	 e	 professor	
universitário,	João	Bosco	Serra	e	Gurgel,	o	Dicionário de Gíria; modismo linguístico 
e equipamento falado do brasileiro.	 Serra	 e	Gurgel	 defende	 que	 a	 disseminação	
da	gíria	pode	estar	 levando	o	português	a	 se	 tornar	uma	 língua	ágrafa,	 sem	
representação	gráfica	para	sua	manifestação	sonora.
TÓPICO 3 | A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES
39
O	 uso	 da	 gíria	 pela	 juventude	 e	 pelos	 meios	 de	 comunicação	 sempre	
gerou	 polêmica.	 Serra	 e	 Gurgel	 diz	 que	 90%	 dos	 jovens	 adotam	 a	 gíria	 e	
desprezam	a	estruturação	de	 sujeito,	verbo	e	 complemento.	 “Suas	 frases	 são	
vagas,	carregadas	de	sons	que	nada	significam.”	Celso	Luft	afirma	que	a	gíria	é	
própria	da	juventude	e	da	linguagem	coloquial,	informal.
Descontraída,	debochada	ou	crítica,	a	gíria	tem	contribuído	para	dar	um	
colorido	próprio	à	linguagem.	Sem	ela,	sem	o	recurso	de	regionalismo,	acredita	
Luft,	 a	 linguagem	 corre	 o	 risco	 de	 empobrecer	 pela	 padronização,	 ficando	
sem	vida.	“Por	trás	do	preconceito	contra	a	gíria	há	sempre	um	conflito	entre	
conservadores	e	juventude,	grupo	social	contra	grupo	social.	Se	a	linguagem	da	
juventude	se	restringir	só	à	gíria,	então	haverá	perigo.”
FONTE: BRAGANÇA, Maria Alice. Revista ZH, Porto Alegre, p. 6-7, 30 jun. 1991.
3 A LINGUAGEM PARTICULAR DE UMA PROFISSÃO
A	escolha	de	uma	profissão	não	é	algo	que	se	decide	de	uma	hora	para	
outra,	 não	 é?	Vários	 fatores	 são	 levados	 em	 conta,	 como	 as	 habilidades	 que	 se	
tem,	 a	 afinidade	 com	alguma	 área	 em	 especial	 ou	 até	mesmo	 a	 admiração	por	
profissionais	 que	 já	 exercem	 tal	 trabalho.	 Pode-se	 afirmar	 que	 cada	 vez	mais	 a	
pressão	em	torno	da	responsabilidade	pela	escolha	certa,	na	era	da	 informação,	
do	 avanço	 tecnológico	 e	 comunicacional	 proporcionado	 pela	 globalização,	 está	
exigindo	profissionais	muito	qualificados.
Você	sabe,	provavelmente,	que	não	é	possível	haver	indivíduos	qualificados	
sem	levar	em	conta	um	item	muito	importante	no	currículo	de	qualquer	profissional	
das	mais	variadas	áreas:	conhecer	o	nível	culto	da	língua	portuguesa.
 
Você	 já	 estudou	 no	 Tópico	 1	 deste	 caderno	 que	 nós	 temos	 a	 linguagem	
falada	e	escrita,	porém	não	escrevemos	como	falamos,	nem	vice-versa.	Você	deve	
concordar	conosco	que	a	linguagem	oral	dispõe	de	elementos	como	a	entonação,	
variação	de	voz,	que	contribuem	para	o	entendimento.	Além	disso,	dependendo	da	
situação,	você	emprega	a	linguagem	que	mais	se	adéqua:	se	informal,	usa-se	uma	
linguagem	sem	formalidades,	se	formal,	emprega-se	a	norma	culta.	
Estudamos,	também,	que	a	modalidade	escrita	vem	sendo	muito	exigida	em	
concursos	e	entrevistas	para	emprego.	Assim,	preste	atenção,	acadêmico(a),	pois	
a	era	digital	parece	informal,	mas,	no	trabalho,	requer	o	uso	de	regras	coerentes.	
Assim	sendo,	o	profissional	que	quer	permanecer	num	mercado	de	trabalho	tão	
competitivo	no	mundo	globalizado	precisa	ter	domínio	da	norma	culta,	bem	como	
das	regras,	e	ainda	saber	falar	e	escrever	muito	bem.	
Há	 que	 se	 considerar	 ainda	 que	 a	 linguagem	 particular	 utilizada	 nas	
diversas	profissões,	 seja	na	elaboração	de	um	ofício,	 relatório,	ata,	memorando,	
e-mail,	mala	direta,	num	aviso	a	colegas	de	trabalho,	numa	conversa,	entre	outros,	
exige	o	uso	da	norma	culta	da	língua.
40
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
3.1 LINGUAGEM TÉCNICA OU JARGÃO
A	 linguagem	 técnica	 ou	 o	 jargão	 é	 um	palavreado	particular	 de	 uma	
categoria	 ou	 de	 uma	 profissão.	 Segundo	 o	Dicionário	Aurélio,	 jargão	 é	 uma	
gíria	profissional.	Sendo	assim,	perceba	que	linguagem	técnica	ou	jargão	é	um	
código,	da	 língua,	pertencente	a	um	grupo	profissional	ou	sociocultural	com	
vocabulário	especial.
Apesar	de	em	muitos	casos	o	jargão	ser	apenas	um	modo	de	impressionar	
o	 receptor,	 há	 também	os	 casos	 em	que	 sua	 colocação	 é	quase	que	obrigatória.	
Seja	qual	for	a	causa	de	sua	existência,	o	jargão	tem	um	sentido	muito	importante	
para	quem	o	utiliza.	Quando	um	advogado	peticiona,	por	exemplo,	ele	expressa	
o	que	os	 leigos	conhecem	por	“pedir	para	o	 juiz”.	Assim,	podemos	dizer	que	a	
linguagem	 técnica	ou	o	 jargão	é	a	“gíria”	usada	específica	e	 limitadamente	por	
grupos	de	profissionais	de	um	mesmo	meio:	professores,	advogados,	médicos	etc.
No	 próximo	 título	 trataremos	 do	 assunto	 relacionado	 às	 funções	
da	 linguagem,	 outro	 importante	 item	 que	 ajudará	 na	 ampliação	 de	 nossos	
conhecimentos	sobre	a	comunicação	humana.
4 A LINGUAGEM E SUAS FUNÇÕES
As	funções	da	linguagem	são	recursos	que	enfatizam	a	intenção	do	emissor	
para	que	se	estabeleça	uma	comunicação	eficiente.	Um	texto	pode	apresentar	mais	
de	uma	função	enfatizadora.
As	funções	da	linguagem	têm	afinalidade	de	levar	o	leitor	ou	o	receptor	a	
compreender	determinado	efeito	ou	conceito	para	determinado	objetivo.	
Diante	disso,	comungamos	da	ideia	de	Chalhub	(1990,	p.	9):	
Numa	 mesma	 mensagem	 [...]	 várias	 funções	 podem	 ocorrer,	 uma	
vez	 que,	 atualizando	 corretamente	 possibilidades	 de	 uso	 do	 código,	
entrecruzam-se	diferentes	níveis	de	linguagem.	A	emissão,	que	organiza	
os	sinais	físicos	em	forma	de	mensagem,	colocará	ênfase	em	uma	das	
funções	–	e	as	demais	dialogarão	em	subsídio,	[...].
Obviamente,	 as	 funções	 da	 linguagem	 requerem,	 antes	 de	 serem	
individualmente	estudadas	e	antes	de	observarmos	suas	 influências	no	dia	a	dia,	
indicar	que	todo	processo	comunicativo	é	centrado	em	elementos.	Chalhub	(1990,	p.	
1)	reflete	a	respeito	disso	dizendo:	
TÓPICO 3 | A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES
41
Diferentes	 mensagens	 veiculam	 significações	 as	 mais	 diversificadas,	
mostrando	 na	 sua	 marca	 e	 traço	 [...].	 O	 funcionamento	 da	 mensagem	
ocorre	tendo	em	vista	a	finalidade	de	transmitir	–	uma	vez	que	participam	
do	 processo	 comunicacional:	 um	 emissor	 que	 envia	 a	mensagem	 a	 um	
receptor,	usando	do	código	para	efetuá-la;	esta,	por	sua	vez,	refere-se	a	um	
contexto.	A	passagem	da	emissão	para	a	recepção	faz-se	através	do	suporte	
físico	que	é	o	canal.	Aí	estão,	portanto,	os	fatores	que	sustentam	o	modelo	
de	comunicação:	emissor;	receptor;	canal;	código;	referente;	mensagem.
Os	elementos	da	comunicação	instituem	funções,	assim	conhecidas:	
•	função	referencial;	
•	função	emotiva;
•	função	conativa	e/ou	apelativa;
•	função	fática;	
•	função	metalinguística;	e
•	função	poética.
Vamos	visualizar	o	esquema	a	seguir	para	poder	entendê-las	melhor?
FIGURA 20 – FUNÇÕES DA LINGUAGEM
FONTE: Adaptado de: <http://penseecomunique.blogspot.com/2011/04/comunicafor-x-dia-
dia.html>. Acesso em: 14 ago. 2011.
42
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
4.1 FUNÇÃO EMOTIVA
A	função	emotiva	ou	expressiva	é	focada	nas	opiniões,	ideias	e	nas	emoções	
de	 quem	 emite	 a	 mensagem.	As	 interjeições	 e	 as	 exclamações	 são	 geralmente	
utilizadas.	O	texto	faz	uso	da	primeira	pessoa	do	singular.	
 
Esta	função	aparece	especialmente	nas	biografias,	poesias	líricas,	memórias	
e	nas	cartas	de	amor.	
ATENCAO
Consulte seus conhecimentos e responda: o que é interjeição? Hum, esqueceu?! 
Bem, saiba que as interjeições são palavras invariáveis, isto é, não sofrem variação em gênero, 
número e grau. No entanto, em uso específico, algumas interjeições sofrem variação em grau. 
Deve-se entender que, neste caso, não se trata de um processo natural dessa classe, mas tão 
somente uma variação que a linguagem permite. Exemplos: oizinho!, bravíssimo!, até loguinho!. 
FONTE: Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf90.php>. Acesso 
em: 5 set. 2011.
Leia	o	exemplo	a	seguir:
UMA MORENA
Não	ofereço	perigo	algum:	sou	quieta	como	folha	de	outono	esquecida	
entre	as	páginas	de	um	livro,	sou	definida	e	clara	como	o	jarro	com	a	bacia	
de	 ágata	 no	 canto	 do	 quarto	 –	 se	 tomada	 com	 cuidado,	 verto	 água	 limpa	
sobre	as	mãos	para	que	se	possa	refrescar	o	rosto,	mas,	se	tocada	por	dedos	
bruscos,	num	segundo	me	estilhaço	em	cacos,	me	esfarelo	em	poeira	dourada.	
Tenho	pensado	se	não	guardarei	indisfarçáveis	remendos	das	muitas	quedas,	
dos	 muitos	 toques,	 embora	 sempre	 os	 tenha	 evitado	 aprendi	 que	 minhas	
delicadezas	 nem	 sempre	 são	 suficientes	para	despertar	 a	 suavidade	 alheia,	
mesmo	assim	insisto:	meus	gestos,	minhas	palavras	são	magrinhos	como	eu,	
e	 tão	morenos,	que	esboçados	à	 sombra,	mal	 se	destacam	do	escuro,	quase	
imperceptível	me	movo,	meus	passos	são	inaudíveis	feito	pisasse	sempre	sobre	
tapetes,	impressentida,	mãos	tão	leves	que	uma	carícia	minha,	se	porventura	
a	fizesse,	 seria	mais	branda	que	a	brisa	da	 tardezinha.	Para	beber,	além	do	
chá,	raramente	admito	um	cálice	de	vinho	branco,	mas	que	seja	seco	para	não	
esbrasear	em	excesso	minha	garganta	em	ardores...
FONTE: ABREU, Caio Fernando. Fotografias. In: Morangos mofados. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 
1982. p. 93.
TÓPICO 3 | A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES
43
Neste	texto	você	pode	observar	que	são	descritas	as	sensações	da	mulher.	
Esta	descrição	 é	 pessoal	 e	 subjetiva.	O	 emissor	 exterioriza	 seu	 estado	psíquico,	
predominando	a	função	emotiva	da	linguagem.	Observe	que	o	texto	caracteriza-
se,	também,	pelo	uso	da	1ª	pessoa	do	singular,	o	eu.
4.2 FUNÇÃO REFERENCIAL
Esta	função	centra-se	no	referente.	O	texto	apresenta	informações	sobre	a	
realidade, traduzindo objetivamente o fato acontecido, uma	linguagem	direta	e	
objetiva.	Prevalece	a	terceira	pessoa	do	singular.	Sem	emitir	uma	opinião	pessoal,	
é	utilizada	na	ciência,	na	arte	realista,	no	jornal	e	em	livros	científicos.
Leia	o	texto	a	seguir:
A	 índia	Everon,	da	 tribo	Caiabi,	que	deu	à	 luz	 três	meninas,	 através	de	
uma	operação	cesariana,	vai	ter	alta	depois	de	amanhã,	após	ter	permanecido	no	
Hospital	Base	de	Brasília	desde	o	dia	16	de	março.	No	início,	os	índios	da	tribo	
foram	contrários	à	ideia	de	Everon	ir	para	o	hospital,	mas	hoje	já	aceitam	o	fato,	
e	muitos	já	foram	visitá-la.	Everon	não	falava	uma	palavra	de	português	até	ser	
internada	e	as	meninas	serão	chamadas	de	Luana,	Uiara	e	Potiara.
FONTE: JORNAL DA TARDE. São Paulo, 13 jul. 1982.
Observe	que	o	texto	apresenta,	como	objetivo	único,	informar	ou	confirmar	
ao	receptor	um	fato	ocorrido.	A	 linguagem	é	objetiva,	não	admite	mais	que	uma	
interpretação.	 Assim,	 evidencia-se	 a	 clara	 função	 de	 linguagem	 empregada,	 a	
referencial,	que	traduz	objetivamente	a	realidade.
4.3 FUNÇÃO APELATIVA
Esta	função	indica	que	a	mensagem	está	centrada	no	receptor.	O	emissor,	
por	sua	vez,	busca	influenciar	a	conduta	do	receptor	com	o	intuito	de	convencê-lo	
ou	de	lhe	dar	ordens.	É	comum	o	uso	do	tu	e	do	você	(2ª	e	3ª	pessoas	do	singular)	
ou	o	próprio	nome	a	quem	se	dirige	a	fala,	além	de	usar	vocativos	e	imperativos.	
Nos	discursos,	nos	sermões	e	nas	propagandas,	que	são	dirigidos	diretamente	ao	
consumidor,	é	muito	comum	o	uso	desta	função.
44
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
Você lembra o que é um vocativo? Bem, é muito fácil! Vocativo é um termo que 
serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético. Exemplo: “Não fale tão 
alto, Juliana!” O nome “Juliana” é um vocativo.
E o modo imperativo dos tempos verbais, você sabe sua função? Ele é usado quando queremos 
ordenar ou aconselhar. Exemplos: “Traga-me um chá!” “Tome cuidado, menino!”
NOTA
Observe	a	imagem:
FIGURA 21 – PROPAGANDA
FONTE: Disponível em: <http://desenblogue.com/2009/03/20/
vempracaixavocaetambaem>. Acesso em: 28 ago. 2011.
Ela	propaga	uma	mensagem	que,	geralmente,	chama	muito	a	atenção.	As	
propagandas	classificadas	como	apelativas	 têm	a	 incumbência	de	proporcionar,	
muitas	vezes,	uma	mensagem	de	cunho	social.
4.4 FUNÇÃO FÁTICA
A	função	fática	objetiva	verificar	se	o	canal	de	comunicação	está	em	pleno	
funcionamento.	Tem	a	finalidade	de	prolongar	ou	não	a	 relação	 comunicativa	
com	o	receptor.	O	linguajar	das	falas	telefônicas,	as	saudações	são	características	
da	 função	 fática,	 bem	 como	 as	 interjeições,	 comentários	 sobre	 o	 clima,	 entre	
outros	aspectos.
Veja	o	exemplo	que	segue:
TÓPICO 3 | A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES
45
FIGURA 22 – FUNÇÃO FÁTICA
FONTE: Disponível em: <http://duvidasredacao.blogspot.
com/2009_11_01_archive.html>. Acesso em: 11 set. 2011.
A	 letra	 da	música	 da	 figura,	 que	 serve	 como	 exemplo	 da	 função	 fática,	
mostra	que	o	emissor	utiliza	claramente	expressões	que	tentam	prolongar	o	contato	
com	o	receptor.
4.5 FUNÇÃO METALINGUÍSTICA
Na	função	metalinguística	o	código	linguístico	é	posto	em	destaque,usando	
a	linguagem	para	falar	dela	mesma,	ou	seja,	ela	faz	menção	ao	próprio	código.	A	
poesia	que	fala	da	poesia,	um	texto	que	explana	outro	texto	e	os	dicionários	são	
exemplos	de	metalinguagem.	Então,	dicionários,	gramáticas,	textos	que	analisam	
textos,	poemas	que	abordam	o	assunto	da	poesia	são	exemplos	desta	função.
 
Observe	os	exemplos	a	seguir:
FIGURA 23 – FUNÇÃO METALINGUÍSTICA
FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_8gWyZQJ8R0E/SvBIbCGCozI/
AAAAAAAAAQk/uk2njO4Ail8/s1600-h/blog1.jpg.> Acesso em: 11 set. 2011.
46
UNIDADE 1 | LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
Mulher.	[Do	lat.	muliere.]	S.	f.	1.	Pessoa	do	sexo	feminino	após	a	puberdade.	
[Aum.:	mulherão,	mulheraça,	mulherona.]	2.	Esposa.
Os	exemplos	apresentam	a	função	metalinguística,	o	primeiro	tem	como	
objetivo	explicar,	de	uma	maneira	bem-humorada,	o	significado	de	mal-educado	
a	um	 falante	da	nossa	 língua.	O	 segundo	é	um	verbete	de	um	dicionário	que	
esclarece	um	elemento	do	código	–	a	palavra	mulher	–	empregando	o	próprio	
código	na	explicação.
4.6 FUNÇÃO POÉTICA
É	 a	 função	 que	 se	 centraliza	 na	 mensagem	 e	 que	 utiliza	 recursos	
imaginativos.	Esta	função	tem	uma	linguagem	figurada,	geralmente	apresentada	
em	obras	literárias,	letras	de	música	ou	em	algumas	propagandas.
 
Veja	o	exemplo:
FONTE: Disponível em: <http://www.coladaweb.com/portugues/a-linguagem-e-os-processos-de-
comunicacao>. Acesso em: 28 ago. 2011.
A	mulher	que	passa
Meu	Deus,	eu	quero	a	mulher	que	passa. 
Seu	dorso	frio	é	um	campo	de	lírios 
Tem	sete	cores	nos	seus	cabelos 
Sete	esperanças	na	boca	fresca!
Oh!	Como	és	linda,	mulher	que	passas 
Que	me	sacias	e	suplicias 
Dentro	das	noites,	dentro	dos	dias!
Teus	sentimentos	são	poesia. 
Teus	sofrimentos,	melancolia. 
Teus	pelos	leves	são	relva	boa	 
Fresca	e	macia. 
Teus	belos	braços	são	cisnes	mansos 
Longe	das	vozes	da	ventania.
Meu	Deus,	eu	quero	a	mulher	que	passa!
[...]
FONTE: MORAES, Vinícius de. A mulher que passa. In:______. Antologia poética. 4. ed. Rio de 
Janeiro: Ed. do autor, 1960. p. 90.
O	exemplo	apresentado	é	desenvolvido	com	criatividade.	O	som,	o	ritmo,	
o	jogo	de	ideias	são	explorados	no	texto	e	a	linguagem	poética	desperta	interesse	
e	desejo	no	leitor.
47
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico vimos que: 
•	 As	 funções	 da	 linguagem	 são	 recursos	 que	 destacam	 a	 intenção	 do	 emissor	
para	que	uma	comunicação	eficiente	aconteça.	Um	texto	pode	apresentar	várias	
funções	enfatizadoras.
•	 As	 funções	 de	 linguagem	 são	 seis:	 função	 referencial	 ou	 denotativa;	 função	
emotiva	 ou	 expressiva;	 função	 fática;	 função	 conativa	 ou	 apelativa;	 função	
metalinguística	e	função	poética.
•	 A	função	emotiva	ou	expressiva	é	centrada	nas	opiniões	e	emoções	do	emissor.
•	 A	referencial	ou	denotativa	centra-se	no	referente.
•	 Na	 função	 apelativa	 a	 mensagem	 é	 voltada	 para	 o	 receptor,	 e	 o	 emissor	
procura	persuadir	o	outro	a	determinado	comportamento,	 com	a	 intenção	de	
convencimento	ou	de,	inclusive,	dar	ordens.
•	 A	função	fática	tem	foco	no	canal,	que	tem	por	finalidade	prolongar	ou	não	o	
contato	com	o	receptor.
•	 Na	função	metalinguística,	o	código	linguístico	é	posto	em	destaque,	utilizando	
a	linguagem	para	falar	dela.
•	 A	função	poética	é	a	que	se	centraliza	na	mensagem.	É	aquela	que	utiliza	recursos	
imaginativos	inventados	pelo	emissor.
•	 A	linguagem	culta	deve	ser	utilizada	pelos	meios	de	comunicação	escrita,	como	
jornais,	revistas,	livros	etc.
•	 O	nível	culto	se	caracteriza	pelo	uso	mais	apurado	do	vocabulário	e	o	cuidado	
com	as	regras	gramaticais.
•	 No	nível	coloquial	a	espontaneidade	é	característica	presente.
•	 No	dia	a	dia,	em	situações	informais,	as	pessoas	não	estão	atentas	ao	que	é	certo	
ou	errado,	segundo	a	linguagem	padrão.
•	 Devemos	 adequar	 a	 linguagem	 conforme	 o	 uso	 que	 faremos	 dela,	 ou	 seja,	
conforme	a	situação,	o	lugar	e	as	pessoas	com	quem	vamos	nos	comunicar.
•	 Os	desvios	da	norma	culta	não	são	aceitos	pela	gramática	normativa.
48
•	 A	 gíria	 não	 pertence	 à	 linguagem	 padrão.	 Não	 é	 aceita	 em	 situações	 de	
formalidade,	como,	por	exemplo,	redações	de	vestibular,	ofícios,	preenchimento	
de	relatórios,	e-mails,	textos	acadêmicos,	artigos	científicos	etc.
•	 Quando	 usada	 em	 momento	 oportuno,	 a	 gíria	 cumpre	 o	 papel	 de	 denotar	
expressividade,	podendo	revelar	grande	criatividade	do	emissor.
•	 Constantemente	surgem	novas	gírias	e	outras	caem	em	desuso,	 isso	porque	a	
gíria	é	uma	variante	da	língua,	e	esta,	por	sua	vez,	está	em	constante	evolução	e/
ou	reformulação.
•	 Indivíduos	qualificados	precisam	de	um	item	muito	importante	no	currículo	de	
qualquer	profissional	de	qualquer	área:	o	uso	do	nível	culto	da	língua	portuguesa.
•	 A	linguagem	técnica	ou	o	jargão	é	um	conjunto	de	palavras	particular	de	uma	
categoria	ou	de	uma	profissão.
•	 Segundo	o	dicionário	on-line	de	português,	jargão	é	a	linguagem	incompreensível,	
estropiada,	um	falar	estranho.
•	 Apesar	de	o	jargão	ser	apenas	um	modo	de	impressionar	o	receptor,	há	também	
os	casos	em	que	sua	colocação	é	quase	que	obrigatória.	
49
AUTOATIVIDADE
1	A	respeito	das	funções	da	linguagem,	associe	corretamente	as	colunas.	Em	
seguida,	assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	correta	do	que	foi	
assinalado:
(a)	Função	metalinguística	
(b)	 Função	poética
(c)	Função	fática
(d)	Função	conativa	ou	apelativa	
(e)	Função	emotiva	ou	expressiva	
(f)	 Função	referencial
(			)	Centrada	no	emissor.
(	 )	Centrada	no	referente.
(	 )	Centrada	no	receptor.
(	 )	Centrada	no	canal.
(	 )	Centrada	na	mensagem.
(	 )	Centrada	no	código.
a)	(			)	(c);	(e);	(f);	(d);	(b);	(a).
b)	(			)	(a);	(f);	(b);	(d);	(c);	(e).
c)	(			)	(e);	(f);	(d);	(c);	(b);	(a).
d)	(			)	(d);	(a);	(c);	(f);	(e);	(b).
2	Leia	a	tirinha	que	segue	e	identifique	a	alternativa	que	apresenta	a	linguagem	
informal.
FIGURA 24 - HAGAR
50
FONTE: Disponível em: <http://www.anossaescola.com/cr/testes/analisboa/Hagar.htm>. 
Acesso em: 20 ago. 2011.
a) (			)	"Tá	legal,	espertinho!"
b) (			)	"[...]	e	ela	me	deu	um	anel	mágico	[...]"
c) (			)	"[...]	mas	bandidos	o	roubaram	[...]"
d) (			)	"Onde	é	que	você	esteve?!"

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