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[EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Módulo 1 Aspectos Introdutórios Fontes de matérias primas Cadeia do C1: Processos e Produtos Olefinas: Processos e Produtos Aromáticos: Processos e Produtos Aspectos Introdutórios Palavras-chave da matéria: Equipamentos ; Matérias primas ; Energia ; Informação (Patente) ; Coeficientes Técnicos (p/aumento de escala) ; Produtos Algumas diferenças básicas de conceito: Rota VS Rota Tecnológica Rota Rota Tecnológica 𝐴 + 𝐵 → 𝐶 Reação de obtenção de 𝐶 𝐴 + 𝐵(𝑒𝑥𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜) 𝑐𝑎𝑡 𝑇, 𝑃 𝐵 + 𝐶 + 𝑠𝑢𝑏 Caminho tecnológico que leva à obtenção de 𝑐 Rejeito VS Resíduo Rejeito Resíduo Não pode ser tratado Pode ser tratado Representações de Processo Diagrama de Blocos Equipamentos Coeficientes Técnicos Coeficientes técnicos são valores numéricos que expressam uma relação física entre a quantidade de insumo gasta para produzir uma certa quantidade de determinado produto. OBS: É pra ser sempre calculado em base mássica! Não molar! [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Fontes de Matéria Prima As matérias primas podem ser divididas em dois grandes grupos: Fósseis Renováveis Carvão (Carboquímica) Gás Natural (GN) Petróleo (Petroquímica) Biomassa Variadas Carvão – Carboquímica O carvão mineral é um composto macromolecular que possui massa molecular de até 100000 𝑔/𝑚𝑜𝑙. Sua estrutura química não é única, mas é predominantemente composto de estruturas como as abaixo: Pontes Etilênicas e Metilênicas* Compostos heterocíclicos contendo S ; O Anéis Aromáticos Condensados *Maioria Com uma estrutura condensada dessas, podemos afirmar que a conversão química do carvão requer condições muito severas de temperatura e pressão. A relação 𝐻 𝐶 é de 0,85, o que fica fácil de entender se analisarmos a quantidade de duplas ligações que tem nessa estrutura. No Brasil 90% das reservas de carvão mineral estão nos Estados do Sul: Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. O principal uso é para a siderurgia, processo de coqueifação: 79% vai para o processo de redução para produção de aço carbono rico em Fe, Al e Mg. A coqueifação é um dos três processos de beneficiamento possíveis pro carvão. O beneficiamento consiste numa série de processos que visam à redução da matéria inorgânica, e impurezas existentes no carvão a fim de melhorar sua qualidade e aumentar sua potencialidade para o uso. Os processos são: Coqueifação Liquefação Gaseificação [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Coqueifação Trata-se de uma pirólise (1000-1200ºC), ou seja, uma queima a altíssimas temperaturas, que produz três frações Fração Sólida Coque Fração Líquida Alcatrão, uma mistura complexa com mais de 40000 componentes. Após destilado, frações voláteis como benzeno, tolueno e naftaleno saem. Fração gasosa H2, CH4, dentre outros Os gases, aromáticos e heterociclos produzidos são destinados à indústria química, para produzir químicos finos (alto valor agregado) como catalisadores, farmacos etc. O coque é destinado à indústria siderúrgica. Liquefação e Gaseificação A liquefação gera uma mistura líquida complexa, destinada a ser usada como combustível. O processo consiste na hidrogenação com uso de catalisador. As condições de temperatura variam na faixa de 300 − 450 º𝐶 e de pressão na faixa 100 − 200 𝑎𝑡𝑚. Já a gaseificação trata-se de um beneficiamento com O2 e vapor d’água. Na África do Sul, grande fonte de carvão, a Planta SASOL II apresenta o seguinte fluxograma de processos: Primeiramente, observamos o processo de gaseificação ocorrer. O beneficiamento do carvão com oxigênio e vapor d’água gera duas frações, o já citado Alcatrão e o chamado Gás de Síntese (GS) bruto. Chamamos de bruto porque ele vem acompanhado de impurezas como CO2, H2S e COS. Essas impurezas são retiradas por um Processo Rectisol, que consiste na lavagem com metanol. O Gás de Síntese (GS) puro nada mais é do que uma mistura de CO com H2. [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] A liquefação entra em cena logo em seguida, usando GS como matéria prima. O processo de Liquefação usado se chama Fischer-Tropsch. Nesse processo, usamos catalisador de Fe em leito fluidizado, mas outros catalisadores possíveis para outros tipos de processo de liquefação são óxido de ferro, piritas do próprio carvão, CoO-MoO/Al2O3 e CoO-MoO. A liquefação gera uma mistura líquida complexa que, quando fracionada, fornece ± as mesmas frações do petróleo. São elas: Querosene Também chamado de óleo de Parafina C9-C16 Mistura de hidrocarbonetos alifáticos, naftênicos e aromáticos Diesel Também chamado de gasóleo Mistura de hidrocarbonetos com C15-C18 Altas concentrações de enxofre Baixas concentrações de nitrogênio e oxigênio Nafta C4-C10 Mistura de hidrocarbonetos parafínicos, olefínicos, naftênciso e aromáticos Pode ser usada na produção de eteno Compostos Oxigenados Álcoois, aldeídos, cetonas, ésteres, ácidos Óleo combustível, graxas C2-C4 OBS: (C2-C4), por exemplo, significa “hidrocarbonetos de cadeias variando de 2 carbonos à 4 carbonos” OBS2: Pra ficar bem claro, os tipos de hidrocarbonetos significam: Olefínicos CnH2n Alcenos Parafínicos CnH2n+2 Alcanos Alifáticos De cadeias abertas ou acíclicas Naftêncios Cicloalcanos Aromáticos Benzeno Um reformador a vapor se torna necessário na planta SASOL II. O reformador reage vapor d´água a alta temperatura com o combustível, no caso, metano. Nessa reação, temos como produtos: GS Gás de Síntese SNG Gás Natural Sintético O GS é reciclado para a entrada do reator principal de FT. A necessidade de se usar um reformador vem do uso do Processo Lurgi na gaseificação. Esse processo produz metano, que não é separado no processo Rectisol. Modificações no processo de gaseificação podem tornar desnecessária a utilização de um reformador a vapor caso não haja produção de subprodutos orgânicos na gaseificação. [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Gás Natural (GN) O gás natural é uma mistura de gases derivados de combustíveis fósseis. Existem duas grandes classificações de GN: Gás não associado Sem contato com quantidades significativas de petróleo. Gás associado GN livre em contato com petróleo no reservatório. Gás dissolvido GN dissolvido no petróleo do reservatório. Convencional Vindo de combustíveis fósseis Não - Convencional 1. Gás alocado em reservatórios profundos (deep gas); 2. Gás alocado em reservatórios em águas profundas (deep water); 3. Gás alocado em formações de baixa permeabilidade (tight gas); 4. Gás de Folhelho (shale gas); 5. Gás de Carvão (coalbed methane); 6. Hidratos de Metano (methane hydrates). O shale gas está presente em depósitos de xisto, um tipo de rocha sedimentar. O xisto é constituído por camadas paralelas facilmente friáveis que podem conter gás natural confinado no espaço entre elas. A extração também é mais complexa e mais cara, se comparada à do gás convencional, mas pros Estados Unidos compensa, uma vez que possuem grandes quantidades de shale gas. Já no Brasil, nosso GN é convencional e produzimos cerca de 83,2 𝑀𝑀𝑚³/𝑑. O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos gasosos, cujo principal componente é o metano, contendo ainda em menores proporções etano, propano, butano e outros hidrocarbonetos mais pesados (> C5). Pra petroquímica interessa as frações C2 e C3 somente, que são retiradas nas UPGNs (Unidades de Processamento de GásNatural) [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] As etapas de processo das UPGNs são: 1. Purificação Desidratação (evitar os hidratos) Remoção de composto de enxofre e de CO2 2. Liquefação Processos de refrigeração ou turbo expansão 3. Fracionamento 4. Especificação Purificação Misturado com o GN, estão CO2, H2O e H2S, consideradas impurezas. A água é removida por desidratação, devendo-se ter cuidado para não formar hidratos, enquanto os outros podem ser removidos por processos como o Rectisol (uso de metanol para separar gases ácidos). O CO2 corre risco de cristalizar, levando a entupimento das tubulações. Por isso deve ser retirado. O teor de água diferencia muito o GN. O GN úmido contém um maior teor de hidrocarbonetos condensáveis (pesados) Liquefação e Fracionamento Veja os seguintes pontos de ebulição ao lado. Como as temperaturas são bem diferentes, a separação pode ser feita por um processo de refrigeração usando trocador de calor. A cada estágio de refrigeração, uma fração se liquefaz. Uma outra opção é o processo de turboexpansão, que apesar de ser muito mais eficiente, é mais caro. Especificação OBS: GLP = Gás Liquefeito de Petróleo OBS2: C3 também pode ir para a produção de propileno, interessante para a indústria de polímeros Metano -161,4 ºC Etano -88 ºC Propano -42 ºC Butano -0,5 ºC [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Petróleo Trata-se de uma mistura líquida complexa formada na natureza durante milhões de anos Aspectos Gerais 65% das reservas mundiais estão nos desertos do oriente médio; Os dez maiores produtores são: Arábia Saudita, Rússia, Estados Unidos, China, Canadá, Irã, Emirados Árabes, Kuwait, Iraque, México; O Brasil é o 13° produtor mundial (2.623 Mbarris/d). Além da Petrobrás outras empresas trabalham na exploração das bacias petrolíferas; A maior bacia petrolífera fica no litoral norte do Rio de Janeiro, a qual produz cerca de 80% do petróleo brasileiro; A maior parte das refinarias brasileiras não é adequada para o óleo pesado, que é o tipo mais produzido no país. O Brasil exporta parte do óleo pesado, e importa GLP, óleo diesel e óleo bruto leve mais adequado ao parque de refino brasileiro O Brasil está em 15° no ranking mundial de reservas de petróleo, com 15,3 bilhões de barris de petróleo. A produção do pré-sal foi de 1293 Mbbl/d de petróleo e 51 MMm³/d de gás natural, totalizando 1.613 Mboe/d Libra, uma das bacias do pré-sal, na área de Santos, é a mais importante reserva petrolífera já descoberta no Brasil e a estimativa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) é que possa produzir em dez anos até 1,4 milhão de barris de petróleo por dia – mais de metade de toda a produção atual brasileira. Composição Em hidrocarbonetos, a composição é dada abaixo: Parafinas lineares 14% Parafinas ramificadas 16% Naftênicos 30% Aromáticos 30% Resinas e Asfaltenos 10% As resinas e os asfaltenos são moléculas grandes, com alta relação carbono/hidrogênio e presença de enxofre, nitrogênio, oxigênio e metais. Cada molécula constitui-se de 3 ou mais anéis aromáticos com cadeia lateral alifática que formam agregados micelares. As estruturas básicas das resinas e asfaltenos são semelhantes, porém existem importantes diferenças. Os asfaltenos puros são sólidos escuros e não-voláteis, insolúveis em alcanos e solúveis em tolueno. Enquanto, as resinas puras são líquidos pesados ou sólidos pastosos, as de alto peso molecular são avermelhadas, e as mais leves são menos coloridas. São mais polares e apresentam volatilidade semelhante à de um hidrocarboneto do mesmo tamanho (THOMAS, 2004; GUIMARÃES e PINTO, 2007; AL-SAHHAF, 2002). Encontramos ainda no petróleo compostos de S, N e O e compostos Organo-Metálicos (Sais de ácidos naftênicos). Ambos são impurezas Uma alta octanagem significa que a gasolina consegue suportar altas pressões e temperaturas, propiciando assim que o motor consiga atingir uma pressão mais elevada, o que resulta em um melhor desempenho do veículo. Parafinas ramificadas possuem maior octanagem que as lineares. [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Classificação quanto aos hidrocarbonetos SARA Saturados Aromáticos Resinas Asfaltenos PONA Parafinas Olefinas Naftênicos Aromáticos Classe Parafínica (75% parafina) Classe Parafínico-Naftênica (50-70% Parafinas e naftênicos > 20%) Classe Naftênica (> 70% naftênicos) Classe Aromática (> 50% de aromáticos) Classe Aromático-Naftênica (naftênicos > 35%) Classe Aromática-Asfáltica (asfaltenos e resinas > 35%) O petróleo possui diferentes usos e cada uso vai requerer seu petróleo com determinada classificação específica Valor agregado do petróleo e ºAPI O petróleo leve, como o próprio nome diz, contém uma maior fração de produtos leves, como gás natural, naftas e óleo diesel. Já o petróleo pesado possui maior quantidade de compostos pesados, como óleos combustíveis e asfalto. Os produtos de maior valor agregado são provenientes então da fração de leves do petróleo. O petróleo considerado leve, portanto, é aquele com maior teor dos hidrocarbonetos presentes no gás natural, nafta e diesel. Em suma, quanto mais leve o petróleo, maior seu valor agregado. A classificação em grau API determina a leveza do petróleo. O petróleo é tão mais leve quanto maior o grau API e quanto menor for sua densidade relativa. Quanto maior o ºAPI, mais parafínico é o petróleo. A Bacia de Campos é responsável por 49% da produção nacional de petróleo e apresenta um petróleo que pode ser considerado médio. [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Classificação quanto ao teor de enxofre (liberado na forma H2S) Doces (sweet) Teor de enxofre inferior a 0,5% (𝑚/𝑚) Azedos/ácidos (sour) Teor de enxofre superior a 2,5% (𝑚/𝑚). A faixa intermediária compreende os óleos “semidoces” e “semiazedos”. Boa parte das correntes processadas pelo refino mundial está na faixa de 1,0 a 2,0%. O Óleo Marlim é o nome dado para o óleo proveniente da bacia de campos e possui 0,65% de S, sendo considerado um óleo semidoce. A Média das demais correntes brasileiras é de 0,53%, sendo considerado como praticamente doce. Temos ainda o índice TAN – Total Acid Number, que mede a acidez naftênica do petróleo. Valores acima de 1,0 mg KOH/g são considerados altos. Amédia dos óleos brasileiros é de 1,09 mgKOH/g. Uso do petróleo 90% de todo o petróleo do mundo é destinado a uso combustível, enquanto 10% é destinado a uso químico. No uso combustível, as parafinas se mostram mais importantes. Quando um petróleo é fracionado com fins de se produzir combustível, deseja-se sempre um maior teor de hidrocarbonetos alcanos, considerados leves. Os mesmos agregam valor ao petróleo bruto e fazem com que o combustível produzido tenha alta octanagem. Fracionamento do Petróleo Dado um óleo bruto, que após processado, é classificado como SARA, as seguintes frações são obtidas no processo de fracionamento/refino do petróleo: [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Algumas observações: As frações estão numeradas pela ordem que elas saem e na faixa de temperatura que costumam sair. O óleo é pré-aquecido para que outros gases como o carbônico e nitrogênio saiam. Quanto maior o grau API, maior o teor de leves, e logo menor o teor de resíduos, que saem no final da coluna Quanto maior o grau API o teor das frações de maior interesse comercial será maior RAT é o chamado resíduo atmosférico. Gasóleo leve= óleo diesel leve Gasóleo pesado = óleo diesel pesado RAT – Resíduo Atmosférico Composto de resinas e asfaltos, a fração mais pesada do petróleo. Carrega consigo também teores de outros hidrocarbonetos. Esses teores podem ser aproveitados: O gasóleo produzido nessa etapa pode ser levado a uma FCC (Unidade de craqueamento fluido-catalítico) para aproveitamento: Essa unidade produz subprodutos leves, GLP, LCO (Life Cicle Oil ; óleo destinado a reciclo), óleo Clarificado e NAFTA. A NAFTA produzida nessa parte é mais impura do que a primeira Nafta produzida, sendo necessária uma etapa de tratamento. O RAT também pode ser levado para uma unidade de desasfaltação, onde o asfalteno é separado para se produzir asfalto [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Os produtos da unidade de FCC podem ir tanto para a indústria química quanto destinados à obtenção de combustível. Dependendo do destino, chamamos de FCC Tradicional (Combustível) e de FCC Petroquímico (Química Fina). Os catalisadores de cada tipo de FCC são diferentes RV – Resíduo de Vácuo Trata-se de uma mistura muito complexa contendo em maiores proporções resinas e asfaltenos. Deve ser tratado também e o mesmo é feito levando o RV até uma unidade de craqueamento retardado: A NAFTA que sai aqui é ainda mais impura do que as outras duas. O coque produzido é destinado à queima, sendo usado como combustível. O resíduo de vácuo é principalmente constituído de aromáticos com 38 ou mais carbonos e pode também ser destinado à desasfaltação [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Fracionamento Completo do Petróleo [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Cadeia Petroquímica Brasil possui 4 polos petroquímicos e, em cada um, há uma central de matéria prima. Um quinto polo no Rio de Janeiro está sendo construído e prevê-se que ele usará óleo Marlim e provavelmente o óleo do pré-sal. As centrais de matérias primas brasileiras são: A Petroquímica se integra com as refinarias segundo o esquema abaixo: Incluindo a central de matéria prima na organização da cadeia petroquímica, temos: [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Algumas informações Quanto mais leve for o óleo, maior o suprimento de NATFA, logo o tipo de óleo pode afetar toda a cadeia GS, Olefinas e Aromáticos são ditos os produtos petroquímicos básicos da primeira geração da cadeia petroquímica Polímeros importantes que podem ser obtidos são polipropileno, poliestireno, PET, policloreto de vinila (PVC). Todos esses podem ser produzidos a partir de carvão, gás natural e petróleo. O estireno, unidade do poliestireno, por exemplo, vem da combinação de um aromático e uma olefina e é um plástico de alta demanda [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Introdução à Química Verde Entende-se por química verde a química caracterizada pela preocupação e cuidado com o ecossistema e com um desenvolvimento econômico e social sustentável. A química verde usa como fonte de matéria prima biomassa e fontes renováveis. A economia tradicional, baseada em carboquímica e petroquímica, desenvolveu-se econômica e socialmente através de ações predatórias ao meio ambiente. Os plásticos, por exemplo, têm demanda cada vez mais alta. Mas como resolver o embate entre crescimento econômico e o combate às consequências ambientais do uso de derivados do petróleo? Cabe à química verde desenvolver novas tecnologias que não agridam o meio ambiente. O que chamamos de produtos verdes são os produtos feitos através de rotas tecnológicas sustentáveis. Um PE verde, por exemplo possui mesmas características e propriedades que um PE convencional, a diferença é que o convencional obtém seu eteno para polimerização do petróleo e o PE verde, da desidratação do etanol. As plataformas da química verde são: Biomassa Biorefinarias Alcoolquímica e Sucroquímica Uso do álcool - busca pela produção de etileno verde Uso da sacarose - busca por intermediários químicos para a produção de outros produtos de maior valor agregado como sorbitol Celulose/Lignocelulose Palha/bagaço como matéria prima usada na produção de Etanol de 2ª Geração. Obtenção de açucares por meio de fermentação Oleoquímica Óleos e gorduras usados como biocombustíveis (biodíesel e H-Bio ); desenvolvimentos de novos produtos para o setor de química fina Gliceroquímica Glicerol como bloco de construção da indústria de química fina (PP verde) Fitoquímica (plantas medicinais, fitoterápicos, pesticidas, fragrâncias e aromas, etc.,); Uso dos princípios ativos das plantas para produção de plantas medicinais, fitoterápicos, pesticidas, fragrâncias e aromas, etc. Conversão de CO2 - Energia renovável Solar Eólica H2 O futuro do refino de combustíveis está na gaseificação/liquefação, ou seja, no processo de Fischer-Tropsch. Se antes os combustíveis eram feitos usando as tecnologias CTL e GTL (Respectivamente, Coal to Liquids e Gás to Liquids), agora, Biorefinarias se empenham em usar a Biomassa em processos bioquímicos e termoquímicos, de tecnologia BTL (Biomass to Liquids). A economia verde é basicamente voltada para biomassa. A pergunta é: Como fazer Fischer-Tropsch partindo de biomassa? [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Remoção de Impurezas das MP Processo de Hidrotratamento (HDT) Uso de H2 e catalisador Impurezas saem como H2S, H2O, NH3 e CO2 Unidades caras pois requerem altas pressões de inserção de H2 Chamamos de HCC as unidades de hidrocraqueamento. Essas unidades são capazes de remover impurezas e craquear as cadeias que, as vezes, são muito grandes Processo de Absorção/Adsorção Absorve, separa e purifica os gases que saem da unidade anterior H2S e CO2, gases ácidos, são absorvidos em solventes básicos e gases básicos como NH3 absorvidos em solventes básicos Adsorção em Zeólitas (Alumino silicatos) para remover essas impurezas. Também servem como catalisadores na unidade de FCC Há mais de um tipo de Zeólita, dependendo da separação objetivada Alguns processos: o Rectisol (Remove enxofre, uso de metanol à -60ºC) o Selexol (uso de éter dimetílico do propileno glicol) o Sulfinol (Uso de sulfolana) o Purisol (uso de n-metil Pirrolidona) o Girbotol (uso de etanolaminas MEA, DEA, TEA, remove CO2) Cadeia do C1 e Olefinas: Processos e Produtos Entende-se por cadeia do C1 todos os processos e produtos que envolvem o Metano: Nessa parte da matéria, veremos: 1. Produção de GS Matérias Primas e Processos 2. Processos industriais FS, Produção de Metanol e Hidroformilação [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Produção de GS – Reforma a Vapor 𝐶𝑛𝐻𝑚 + 𝑛𝐻2𝑂 → 𝑛𝐶𝑂 + (𝑛 + 𝑚 2 ) 𝐻2 + 𝑠𝑢𝑏 ∆𝐻 > 0 Informações A relação carbono/vapor deve sempre ser ajustada Os catalisadores podem ser: o NiO/K2O o CuO/ZnO o Fe3O4/Cr2O3 T entre 300 e 1000 ºC P entre 15-40 bar Esse método só serve para cargas leves uma vez que cargas pesadas gerariam muito coque, que entupiria a superfície do catalisador, diminuindo a eficiência da reação. Produção de GS – Oxidação Parcial 𝐶𝑛𝐻𝑚 + 𝑛 ( 1 2 𝑂2) → 𝑛𝐶𝑂 + 𝑚 ( 1 2 𝐻2) + 𝑠𝑢𝑏 ∆𝐻 < 0 Informações Indicado usar oxigênio puro. Risco de formação de óxidos de nitrogênio se adicionar𝑶𝟐 não puro. Oxigênio puro pode ser obtido por condensação e destilação, separando-o dos outros componentes. No esquema da planta SASOL II está representada essa etapa como “fracionamento do ar”. Aceita cargas pesadas também Produção de GS – Gaseificação 𝐶𝐻0,8 + 1 2 𝑂2 + 𝐻2𝑂(𝑣) → 2𝐶𝑂 + 1,8𝐻2 + 𝑠𝑢𝑏 ∆𝐻 < 0 Informações Indicado usar oxigênio puro. Risco de formação de óxidos de nitrogênio se adicionar 𝑶𝟐 não puro. Oxigênio puro pode ser obtido por condensação e destilação, separando-o dos outros componentes. No esquema da planta SASOL II está representada essa etapa como “fracionamento do ar”. Pode ser feito com qualquer matéria prima Aceita cargas pesadas também Catalisador é óxido de ferro T está entre 350 e 900 ºC P está entre 10 e 80 atm Processo com muitos estudos para tentar melhorar [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Processos – Fischer-Tropsch (FT) Já falamos sobre esse processo, mas vamos dar uma lembrada: o processo de FT usa GS (CO + H2) como matéria prima, produzindo ± as mesmas frações que o refino do petróleo produz. De forma simplificada: As reações principais de Fischer-Tropsch são consideradas reações de polimerização (oligomerização). Por isso, tende a formar hidrocarbonetos maiores. As etapas são: 1. Adsorção de CO sobre a superfície do catalisador; 2. Início de polimerização mediante formação de radical metila (por dissociação do CO e hidrogenação); 3. Polimerização por condensação (adição de CO e H2 e liberação de água); 4. Terminação; 5. Dessorção do produto. A velocidade de reação está limitada pela cinética e em particular pelo passo de polimerização por condensação. Temperatura Temperatura ajustada para 250-350 ºC. Temperaturas maiores favoreceriam a formação de metano HTFT High Temperature Fischer-Tropsch ; temperaturas ajustadas para entre 300- 350 ºC. É o processo utilizado nos reatores de tecnologia CTL da planta SASOL LTFT Low Temperature Fischer-Tropsch ; temperaturas ajustadas para entre 200- 250 ºC. Este processo é mais conhecido por ser usado na primeira planta integrada gas-to-liquid (GTL) operada pela Shell em Bintulu, Malásia Pressão [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Pressões ajustadas para valores altos, estimulando a produção de alcanos de cadeia longa (parafinas), o que é desejável e ainda aumenta a conversão. Catalisadores e Reatores Devem ser escolhidos para compensar a razão 𝐻2 𝐶𝑂 do GS que entra em FT. Catalisadores a base de Fe aguentam razões 𝑯𝟐 𝑪𝑶 mais baixas que catalisadores a base de Co. Os tipos de reatores são: Nome Temperatura Catalisador Imagem Leito Fixo LTFT 220-260°C 20-30 bar Co ou Fe Leito Fluidizado HTFT 350°C 25 bar Fe Leito de Lama LTFT Co ou Fe [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Craqueamento pós FT e subprodutos Se olharmos as reações simplificadas de novo, vemos que há produção de C, ou seja, coque. É importante sumir com ele do reator pois ele pode afetar o catalisador Junto da unidade de FT é possível vermos uma unidade de craqueamento para quebrar os produtos de alto peso molecular em de menor peso molecular. Os hidrocarbonetos de cadeia muito longa são ceras que são sólidas a temperatura ambiente. Portanto, para a produção de combustíveis líquidos para transporte, pode ser necessário craquear alguns dos produtos Fischer-Tropsch. Para evitar a formação de compostos muito pesados, propõe-se o uso de zeólitas ou outros substratos com poros de tamanho fixo que podem limitar a formação desses hidrocarbonetos. Principais produtos A natureza e proporção dos produtos depende do tipo de reator e de catalisador. Em geral: ▲T Gasolinas Olefínicas ▲ ▼ T Gasóleos parafínicos ▲ Sempre é necessária uma etapa ulterior de hidrotratamento para que os produtos alcancem a qualidade exigida pelo mercado. [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Processos – Produção de Metanol 𝐶𝑂 + 2𝐻2 → 𝐶𝐻3𝑂𝐻 ∆𝐻 = −21,6 𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑚𝑜𝑙 Pela reação acima, vemos que metanol é produzido também através do GS. Os principais usos do metanol são: Solvente industrial pra plásticos Solvente em reações de importância farmacológica Usado na transesterificação da gordura na produção de biodiesel Uso como combustível Usado na produção de formol Algumas reações concorrentes: Como o GS vem de algum lugar, a matéria prima deve ser tratada para produzir o melhor GS possível para a produção de metanol. Usa-se, por exemplo, ZnO para remoção de S e CoO/N2O5 para remoção de heterociclos da matéria prima. O GS produzido por reforma à vapor com oxidação parcial produz o GS com a melhor estequiometria para a síntese de metanol. Um parâmetro importante na produção de metanol é o valor do número estequiométrico 𝑺 na corrente de GS: 𝑺 = 𝒎𝒐𝒍𝒆𝒔 𝑯𝟐 − 𝒎𝒐𝒍𝒆𝒔 𝑪𝑶𝟐 𝒎𝒐𝒍𝒆𝒔 𝑪𝑶 + 𝒎𝒐𝒍𝒆𝒔 𝑪𝑶𝟐 O valor ideal é S=2 para a produção de metanol. Deve-se ter no máximo 6% de 𝐶𝑂2 na corrente de GS. Caso contrário, a formação de água será intensa, afetando a atividade catalítica do catalisador Quanto aos catalisadores da reação, estudos buscam um perfeito que seja capaz de suportar o vapor d’água. Os mais comuns catalisadores são: Catalisador Idade Aguenta Zn/Cr Antigos Médias e Baixas pressões Menos sensível à impurezas Zn/Cu Modernos Altas pressões Mais sensível à impurezas [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] O esquema simplificado da produção de metanol é demonstrado abaixo: Onde 1) Reformador a vapor 2) Reformador (oxidação parcial) 3) Compressor 4) Reatores de Leito fixo 5) Destilador A sigla UTE significa Unidade de Tratamento de Efluentes. Por vezes a letra “U” pode ser trocada pela “E”, significando Estação. Os reatores (1) e (2) em série produzem o GS perfeito, com a estequiometria certa para a reação. Os reatores (4) estão em série porque um só possui baixa conversão. Por isso, o sistema de reatores em série com reciclo aumenta a conversão. O destilador separa os subprodutos de menor e maior peso molecular do metanol. Os subprodutos leves e pesados são levado à UTE enquanto o metanol é levado para uma unidade de controle analítico para especificação do produto. [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Processos – Produção de Hidrogêno A produção de H2 pode ser feita a partir do gás de síntese também. 𝐶𝑥𝐻𝑦 + 𝑥𝐻2𝑂 → 𝑥𝐶𝑂 + (𝑥 + 𝑦 2 ) 𝐻2 𝑥𝐶𝑂 + 𝑧𝐻2𝑂 → 𝑥𝐶𝑂2 + 𝑧𝐻2 + 𝑆𝑢𝑏 A primeira reação é uma reforma a vapor e a segunda reação se chama Reação de Shift. Somando as duas reações, temos: 𝐶𝑥𝐻𝑦 + (𝑥 + 𝑧)𝐻2𝑂 → (𝑥 + 𝑦 2 + 𝑧) 𝐻2 + 𝑥𝐶𝑂2 + 𝑆𝑢𝑏 Ou seja, consigo converter hidrocarbonetos em 𝐶𝑂2 e 𝐻2. Algumas reações paralelas podem levar à formação de Coque: 𝐶𝐻4 → 2𝐻2 + 𝐶(𝑠) 2𝐶𝑂 → 𝐶𝑂2 + 𝐶(𝑠) 𝐶𝑂 + 𝐻2 → 𝐻2𝑂 + 𝐶(𝑠) 𝐶𝑂2 + 2𝐻2 → 𝐻2𝑂 + 𝐶(𝑠) Um fluxograma simplificado pode ser visto abaixo: O reformador faz a primeira reação, enquanto o Shift ocorre em dois estágios: um de alta temperatura e outro de baixa temperatura. O Shift poderia ser feito também em somente um estágio de alta temperatura, as diferenças nessa escolha seriam: Shift Reaction Número de Estágios Temperatura Catalisador Unidade de purificação 1 HTS - PSA (Pressure Swing Adsorption) ;adsorve compostos voláteis 2 HTS seguido de LTS Fe2O3 seguido de CuO Absorção em solvente básico (aminas, MEA/DEA) ou em zeólitas As unidades mais modernas operam com um estágio. [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Exercícios de Coeficientes Técnicos Calcule os coeficientes técnicos para a produção de 50 ton/dia de H2 a partir da reforma de GN com a seguinte composição molar (considere o rendimento do reformador de 100%): { 𝑪𝑯𝟒 = 𝟖𝟓% 𝑪𝟐𝑯𝟔 = 𝟗% 𝑪𝟑𝑯𝟖 = 𝟔% Coeficientes técnicos são valores numéricos que expressam uma relação física entre a quantidade de insumo gasta para produzir uma certa quantidade de determinado produto. As reações para produção de hidrogênio são: 𝐶𝑥𝐻𝑦 + 𝑥𝐻2𝑂 → 𝑥𝐶𝑂 + (𝑥 + 𝑦 2 ) 𝐻2 𝑥𝐶𝑂 + 𝑧𝐻2𝑂 → 𝑥𝐶𝑂2 + 𝑧𝐻2 + 𝑆𝑢𝑏 Logo, teremos um coeficiente técnico pro GN e outro pra água, visto que esses são os insumos da reação. Somando as duas reações acima: 𝐶𝑥𝐻𝑦 + (𝑥 + 𝑧)𝐻2𝑂 → (𝑥 + 𝑦 2 + 𝑧) 𝐻2 + 𝑥𝐶𝑂2 + 𝑆𝑢𝑏 Para cada hidrocarboneto (HC) presente no GN, considerando rendimento 100% (desconsideramos os subprodutos) temos: 𝐶𝐻4 + 2𝐻2𝑂 → 4𝐻2 + 𝐶𝑂2 𝐶2𝐻6 + 4𝐻2𝑂 → 7𝐻2 + 2𝐶𝑂2 𝐶3𝐻8 + 6𝐻2𝑂 → 10𝐻2 + 3𝐶𝑂2 Se o rendimento não fosse 100%, a diferença das contas é que teríamos que fazer as reações separadas pois 1 mol de metano por exemplo não daria 4 mols de H2, daria menos. Dada a composição molar do GN, temos: 0,85 𝐶𝐻4 + 1,7𝐻2𝑂 → 3,4𝐻2 + 0,85 𝐶𝑂2 0,09 𝐶2𝐻6 + 0,36 𝐻2𝑂 → 0,63 𝐻2 + 0,18 𝐶𝑂2 0,06 𝐶3𝐻8 + 0,36 𝐻2𝑂 → 0,6 𝐻2 + 0,18 𝐶𝑂2 Somando: 0,85 𝐶𝐻4 + 0,09 𝐶2𝐻6 + 0,06 𝐶3𝐻8 + 2,42 𝐻2𝑂 → 4,63 𝐻2 + 1,21 𝐶𝑂2 Só que: 0,85 𝐶𝐻4 + 0,09 𝐶2𝐻6 + 0,06 𝐶3𝐻8 = 1 𝐺𝑁 Entenda 1 𝐺𝑁 como “um mol de gás natural”. A reação fica então: 1 𝐺𝑁 + 2,42 𝐻2𝑂 → 4,63 𝐻2 + 1,21 𝐶𝑂2 Esse malabarismo todo é para ficar mais fácil de relacionar estequiometricamente a quantidade de gás natural inserida na reação com a quantidade de hidrogênio produzido. Então vamos lá, sejam os PM’s dos HC que compõem o GN: [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] 𝑃𝑀𝐶𝐻4 = 16 𝑔/𝑚𝑜𝑙 𝑃𝑀𝐶2𝐻6 = 30 𝑔/𝑚𝑜𝑙 𝑃𝑀𝐶3𝐻8 = 44 𝑔/𝑚𝑜𝑙 Temos que 1 mol de GN pesa: 𝑃𝑀𝐺𝑁 = 0,85 ∙ 16 + 0,09 ∙ 30 + 0,06 ∙ 44 = 18,94 𝑔/𝑚𝑜𝑙 E temos também o peso molecular do hidrogênio e da água: 𝑃𝑀𝐻2 = 2 𝑔/𝑚𝑜𝑙 𝑃𝑀𝐻2𝑂 = 18 𝑔/𝑚𝑜𝑙 Então a relação mássica, segundo a estequiometria, vai ser: 18,94 𝑔 𝑑𝑒 𝐺𝑁 ←→ 4,63 ∙ 2 𝑔 𝑑𝑒 𝐻2 2,42 ∙ 18 𝑔 𝑑𝑒 𝐻2𝑂 ←→ 18,94 𝑔 𝑑𝑒 𝐺𝑁 Mas como a produção é em toneladas e essa relação não muda se trocarmos a ordem de grandeza, temos que: 18,94 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 ←→ 9,26 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐻2 43,56 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐻2𝑂 ←→ 18,94 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 Agora é só regra de três com o dado do enunciado 18,94 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 ←→ 9,26 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐻2 𝑋 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 ←→ 50 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐻2 Logo: 9,26 𝑋 = 50 ∙ 18,94 𝑋 = 947 9,26 ≅ 102,27 𝑡𝑜𝑛 E sabendo esse X, fazemos também a seguinte regra de três: 43,56 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐻2𝑂 ←→ 18,94 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 𝑌 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐻2𝑂 ←→ 102,27 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 𝑌 = 235,21 𝑡𝑜𝑛 Agora que sabemos quanto de insumo é necessário para ter a produção diária desejada, os coeficientes técnicos podem ser calculados: [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Calcule os coeficientes técnicos para a produção de 100 ton/dia de metanol a partir da reforma de GN com a composição molar abaixo. O rendimento da reforma é de 100%, mas a da produção de metanol é de 95%. { 𝑪𝑯𝟒 = 𝟖𝟓% 𝑪𝟐𝑯𝟔 = 𝟗% 𝑪𝟑𝑯𝟖 = 𝟔% Diga também quantas toneladas por dia de 𝑯𝟐 são retidas na unidade de permeação seletiva, que fica imediatamente antes da unidade de produção de metanol Primeiro, vamos ver as reações que vão ocorrer: 𝐶𝑥𝐻𝑦 + 𝑥𝐻2𝑂 → 𝑥𝐶𝑂 + (𝑥 + 𝑦 2 ) 𝐻2 𝑥𝐶𝑂 + 2𝑥𝐻2 → 𝑥𝐶𝐻3𝑂𝐻 Os coeficientes técnicos vão ser então os mesmos, já que as matérias primas continuam sendo GN e água. A primeira reação acima é a reforma, que gera o GS usado para a produção de metanol. A primeira reação tem rendimento de 100%, mas a segunda tem de 95%. Pra não confundir, vamos fazer uma reação de cada vez. Para cada HC da corrente de GN vamos ter: 𝐶𝐻4 + 𝐻2𝑂 → 𝐶𝑂 + 3𝐻2 𝐶2𝐻6 + 2𝐻2𝑂 → 2𝐶𝑂 + 5𝐻2 𝐶3𝐻8 + 3𝐻2𝑂 → 3𝐶𝑂 + 7𝐻2 Aplicando a composição: 0,85 𝐶𝐻4 + 0,85 𝐻2𝑂 → 0,85 𝐶𝑂 + 1,7 𝐻2 0,09 𝐶2𝐻6 + 0,18 𝐻2𝑂 → 0,18 𝐶𝑂 + 0,45 𝐻2 0,06 𝐶3𝐻8 + 0,18 𝐻2𝑂 → 0,18 𝐶𝑂 + 0,42 𝐻2 Somando: 0,85 𝐶𝐻4 + 0,09 𝐶2𝐻6 + 0,06 𝐶3𝐻8 + 1,21 𝐻2𝑂 → 1,21 𝐶𝑂 + 2,57 𝐻2 1 𝐺𝑁 + 1,21 𝐻2𝑂 → 1,21 𝐶𝑂 + 2,57 𝐻2 Usando as informações dos pesos moleculares da questão anterior (e sabendo que 𝑃𝑀𝐶𝑂 = 28 𝑔/𝑚𝑜𝑙), temos as seguintes relações: 18,94 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 ←→ 1,21 ∙ 28 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐶𝑂 18,94 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 ←→ 2,57 ∙ 2 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 Que é o mesmo que: 18,94 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 ←→ 33,88 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐶𝑂 18,94 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 ←→ 5,14 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 Beleza, vamos passar para a segunda reação 𝑥𝐶𝑂 + 2𝑥𝐻2 → 𝑥𝐶𝐻3𝑂𝐻 [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Como 1,21 mols de CO foram produzidos pra 1 mol de GN, vamos ter então: 1,21 𝐶𝑂 + 2,42 𝐻2 → 1,21 𝐶𝐻3𝑂𝐻 Perceba que há uma diferença de 0,15 mols de 𝐻2 entre o que é produzido na primeira reação e o que é necessitado na segunda. Ou seja, a segunda reação não usa todo o hidrogênio produzido. Vamos usar essa informação depois para responder a segunda parte da questão. Sendo o 𝑃𝑀𝐶𝐻3𝑂𝐻 = 32 𝑔/𝑚𝑜𝑙, vamos ter a seguinte relação: 1,21 ∙ 28 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐶𝑂 ←→ 1,21 ∙ 32 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐶𝐻3𝑂𝐻 Mas como a reação tem rendimento de 95%, a verdadeira relação é: 1,21 ∙ 28 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐶𝑂 ←→ 1,21 ∙ 32 ∙ 0,95 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐶𝐻3𝑂𝐻 Que é o mesmo que: 33,88 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐶𝑂 ←→ 36,784 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐶𝐻3𝑂𝐻 Então recapitulando, 18,94 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 geram 33,88 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐶𝑂 e 33,88 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐶𝑂 geram 36,784 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐶𝐻3𝑂𝐻. Logo temos a regra de três: 18,94 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 ←→ 36,784 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐶𝐻3𝑂𝐻 𝑋 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 ←→ 100 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐶𝐻3𝑂𝐻 𝑋 = 51,49 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 E como a reação da reforma: 1 𝐺𝑁 + 1,21 𝐻2𝑂 → 1,21 𝐶𝑂 + 2,57 𝐻2 Temos a seguinte relação entre gás natural e água: 18,94 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 ←→ 1,21 ∙ 18 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐻2𝑂 18,94 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 ←→ 21,78 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐻2𝑂 Ficamos com a regra de três: 18,94 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 ←→ 21,78 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐻2𝑂 51,49 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 ←→ 𝑌 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐻2𝑂 𝑌 = 59,21 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐻2𝑂 Calculamos os coeficientes técnicos finalmente: 𝐶𝐺𝑁 = 51,49 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁/𝑑𝑖𝑎 100 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐶𝐻3𝑂𝐻/𝑑𝑖𝑎 = 0,5149 𝐶𝐻2𝑂 = 59,21 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁/𝑑𝑖𝑎 100 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐶𝐻3𝑂𝐻/𝑑𝑖𝑎 = 0,5921 Agora, sobre o hidrogênio, temos que para 1 mol de GN inserido, 0,15 mols de 𝐻2 são retidos. Em termos mássicos: 18,94 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 ←→ 0,15 ∙ 2 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐻2 𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜 18,94 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 ←→ 0,3 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐻2 𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜 [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Sabendo a quantidade de gás natural usada diariamente, com uma regrinha de três: 18,94 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 ←→ 0,3 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐻2 𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜 51,49 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐺𝑁 ←→ 𝑍 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐻2 𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑍 = 0,815 𝑡𝑜𝑛 𝑑𝑒 𝐻2 𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜 Processos - Hidroformilação Hidroformilação ou Processo OXO é um processo no qual olefinas reagem com gás de sintese na presença de catalisadores a base de metal de transição produzindo uma mistura isomérica de aldeídos que podem ser convertidosa álcoois numa etapa posterior de redução com hidrogênio. Um esquema simplificado da produção é o seguinte: Parafinas Parafinas Lineares Olefinas lineares Mistura de Aldeídos Lineares e Remificados Mistura de Álcoois Lineares e Ramificados Redução Hidroformilação Craqueamento (500 ºC/300 atm) Peneira Molecular [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] As peneiras moleculares são equipamentos capazes de separar parafinas lineares de parafinas ramificadas. Após separadas, as parafinas lineares sofrem craqueamento a vapor ou pirolise. A escolha de se produzir álcool ou não vai depender da demanda de mercado. Aldeídos tem maior demanda. O tamanho da cadeia olefínica também vai depender da demanda de mercado. As frações superiores (mais de 4 carbonos) são, por exemplo, as usadas para o setor de tensoativos ou surfactantes. O craqueamento acontece assim: Quando craqueamos, uma mistura de 𝜶 olefinas (dupla nas pontas) e olefinas internas (duplas no interior da cadeia) aparece. Efeitos indutivos fazem as olefinas internas serem as mas estáveis, e portanto as principais a serem produzidas na mistura. O interesse na hidroformilação é justamente a 𝛼 olefina, então algo tem que ser feito pois o craqueamento convencional não vai fornecer a desejada. Uma forma de estimular a formação de 𝜶 olefina é incorporar substituintes volumosos (trialquil ou trifenil fosfinas) na estrutura do complexo catalítico, aumenta a seletividade na formação do isômero linear (𝛼 olefina) devido ao efeito de impedimento estérico. É extremamente importante lembrar que aldeído desejado tem sempre 1 carbono a mais que a parafina usada. Isso porque o carbono do CO presente no GS é incorporado na reação. Sentão se eu quero butiraldeído, vou reagir propeno com GS. O processo SHOP (Shell Higher Olefin Process), da Shell, é um processo químico para produção de alfa-olefinas a partir da oligomerização de etileno com um catalisador de coordenação. Neste processo utiliza-se também a metátese de olefinas para maximizar a produção de olefinas internas em determinada faixa de tamanho molecular para variadas aplicações. A Metátese é o desproporcionamento das olefinas internas (𝛼 olefinas devem passar por uma etapa de isomerização antes de serem desproporcionadas). Na metátese, 2 olefinas internas de 12 carbonos, por exemplo, são produzidos a partir de uma olefina interna de 4 e outra olefina interna de 20. Esse método consegue deixar a olefina interna com o tamanho desejado pela indústria [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Acima, uma representação simplificada do processo SHOP. Em um primeiro momento, o etileno é oligomerizado, produzindo uma mistura de frações com quantidades diferentes de carbonos. Uma destilação separa três fracos: C4-C8 C10-C14 C16-C40 A técnica da Shell “segura” a dupla ligação das olefinas na ponta, impedindo ela de migrar e só formando 𝜶 olefinas. As 𝜶 olefinas de tamanho “errado” são isomerizados para virarem olefinas internas e poderem entrar na etapa de metátese, onde saem com o tamanho certo, mas como olefinas internas ainda. A hidroformilação propriamente dita dá uma mistura de aldeídos lineares e ramificados sempre. Os lineares tem maior interesse industrial: Quanto as catalisadores, as diferenças são: Co Rh + barato - seletivo 2 etapas (produz álcool) + caro + seletivo 1 etapa (não produz álcool) Uso de aditivo PR3 para estimular a produção do aldeído linear A proporção de GS e olefina é ajustada de 1:1 para 1:2 quando deseja-se produzir álcool [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Um esquema simplificado da planta para a produção de n-butiraldeído a partir do propeno (C3=) usando cobalto é dado: Onde: 1) Tanque agitado 2) Separador Gás-Líquido 3) Destiladores A catálise é homogênea, por isso o reator principal é um tanque agitado. Após o reator, um separador G/L se mostra necessário para remover gases como CO, H2 ou mesmo gases- subprodutos como propano. A mistura líquida segue então para o primeiro destilador, que removerá o catalisador, um sólido solúvel, da mistura. O catalisador vai para uma unidade de tratamento de catalisadores (UTCat) e retorna ao tanque enquanto a mistura segue para o próximo destilador. Ainda no primeiro destilador, subprodutos leves como éter são separados e tratados na UTE. Os aldeídos são retirados então em dois destiladores. Poderia ser um destilador só, mas não seria economicamente viável. A única mudança nessa planta para a produção de isobutanol e n-butanol é a proporção estequiométrica, a planta é a mesma No caso de uma planta usando Rh, não há redução, logo não há produção direta de álcool, impondo a necessidade de se usar uma unidade de redução: Nessa planta, dois novos equipamentos aparecem: 4) Válvula de desvio 5) Reator de leito fixo [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] A válvula (4) desvia o fluxo dependendo do que se quer produzir. A corrente vai pra baixo caso o objetivo seja produzir álcool. Nesse caso, os aldeídos são reduzidos à álcool no reator de leito fixo (5). No caso de querer produzir aldeídos, a válvula não desvia a corrente Processos – Produção de 2 Etil Hexanol Produto proveniente do n-butiraldeído, portanto é uma continuação da Hidroformilação. O 2 etil hexanol pode ser usado na produção de DOP (ftalato de dioctila), um plastificante de PVC. Na reação acima, dois n-butiraldeídos reagem juntos em meio aquoso de NaOH formando um Aldol (aldeído com hidroxila). A reação funciona “meio que como uma neutralização”, uma vez que os hidrogênios destacados no n-butiraldeído tem caráter ácido. Após desidratação térmica e hidrogenação, o Aldol vira nosso álcool. O n-butiraldeído deve estar altamente puro. Caso contrário, ataques em hidrogênios diferentes darão combinações diferentes de álcool. Um esquema simplificado da planta é dado: Onde: 1) Tanque agitado 2) Decantador 3) Reator de leito fixo 4) Separador Gás-Líquido 5) Destilador [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] O primeiro tanque é um tanque de agitação porque a reação ocorrerá homogeneamente e adiciona-se NaOH aquoso. Nesse reator, a reação para no Aldol, que não é lá muito solúvel em água. Sendo assim, duas fases vão se formar, uma aquosa, contendo NaOH também, e uma orgânica, contendo o Aldol. As duas fases são separadas em (2). O Aldol entra em reator de leito fixo com catalisador de Ni , 250 ºC e 50-200 atm. Aqui, o Aldol reage formando nosso álcool e subprodutos leves e pesados. Separa-se primeiro o gás do líquido e depois destila-se o líquido pra se isolar o 2 etil hexanol, produto de interesse. Processos – Produção de Polióis Polióis são álcools com mais de uma hidroxila. São formados combinando aldeídos diferentes (o 2 etil hexanol foi formado combinando o mesmo aldeído). Veja: Nome Aldeído 1 Aldeído 2 Trimetilol Propano (TMP) n-butiraldeído Formaldeído Neopentil Glicol (NPG) Isobutiraldeído Formaldeído Pentaeritritol Acetaldeído Formaldeído Vamos falar da produção de Pentaeritritol. A planta e os pensamentos aqui para esse composto são iguais para os outros dois. A reação é dada: Para formar o pentaeritritol, precisamos primeiro de 3 moles de formaldeído. O H destacado no acetaldeído é só o primeiro hidrogênio ácido a sair, mas os três vão. Perceba que essa etapa é igual à da produção de 2 metil hexanol, com a diferença que a reação e leito fixo com hidrogênio não vai ocorrer porque nosso objetivo aqui não é remover hidroxilas e sim adicionaismais. Após a aldolização mista ocorrer, ficamos com um aldeído que tem 3 hidroxilas penduradas, mas queremos 4. Como o meio está muito básico, devido a presença de NaOH aquoso, devemos acidificar o meio em tanque de neutralização. O melhor ácido é aquele que já tem semelhança química com a estrutura: o ácido fórmico. Outros ácidos como por exemplo o nítrico, iriam requerer etapas extras para tratar os subprodutos formados pelo seu uso. A acidificação produz dois sais solúveis no meio. Daí em diante é etapa de separação dos dois sais. O pentaeritritol tem a seguinte cara: [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] O grupo em vermelho é chamado grupo metilol. O pentaeritritol nada mais é do que um carbono ligado a 4 grupos desses. Um esquema simplificado da planta encontra-se abaixo: Onde: 1) Tanque de mistura 2) Tanque de neutralização 3) Evaporador 4) Cristalizador 5) Filtro prensa 6) Estufa de secagem Num primeiro momento os aldeídos são misturados com a solução aquosa de NaOH. Em um segundo tanque, o de neutralização, o ácido fórmico é adicionado. A etapa de acidificação serve para diminuir a solubilidade do pentaeritritol (o formiato é infinitamente solúvel). A acidificação tem que ser agitada para não gerar pontos quentes e frios, uma vez que a acidificação é exotérmica. Com a solubilidade reduzida, um evaporador entra em jogo para concentrar a solução, o que facilita a cristalização, que ocorre em (4). A mistura pentaeritritol sólido e formiato aquoso entra em um filtro prensa (5), que separa a fase sólida da fase líquida. A fase líquida, solução de formiato, é evaporada, resultando no formiato de sódio sólido. A fase sólida, o pentaeritritol, é posto em estufa de secagem. O pentaeritritol seco ganha o nome de pentaeritritol técnico Os outros dois polióis são obtidos segundo as reações: [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] Perceba que todos os três polióis de exemplo usam formaldeído, que virará formiato, infinitamente solúvel em meio aquoso. Isso quer dizer que a planta para a produção de NPG e TMP é igual. Aromáticos: Processos e Produtos A produção de compostos aromáticos é feita através de reforma catalítica, que é a conversão de parafinas, aromáticos e naftêncios (todos presentes na NAFTA, C5-C9) em BTX. Vamos ver aqui 4 principais produtos: Etil Benzeno Isopropilbenzeno Linearalquilbenzeno (LAB) ETBE Na reforma catalítica, o catalisador é do tipo sítios duplos e, portanto, forma mistura de BTX (benzeno, tolueno, xileno). Técnicas para evitar a formação do composto errado são necessárias, bem como técnicas de separação. Quanto a mercado, entre tolueno e benzeno, toluento possui menor demanda de mercado e quanto à benzenos substituídos, os para substituídos tem maior demanda. Uma etapa de isomerização pode ser necessária para converter os orto e meta substituídos em para substituídos. Processos – Produção de Etilbenzeno e Isopropil Benzeno A produção de etil benzeno segue a seguinte reação: [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] A rota tecnológica acima usa benzeno em excesso para evitar a produção de polisubstituídos (eteno atacando etil benzeno). A razão eteno/benzeno fica geralmente em uma faixa de 0,3 e 0,7. O mecanismo de reação se da assim: A dupla ligação da olefina (onde R pode ser qualquer coisa e, no caso do etil benzeno, R=H) tem caráter básico. Por esse motivo, usamos um catalisador com caráter ácido. No caso, usamos o próprio H3PO4. Segundo o mecanismo de Markovnikov, o carbocátion (localização do +) vai para o carbono mais hidrogenado, pois esse aguenta a carga melhor. Uma vez que estamos falando de mecanismo iônico, temos que ter cuidado com o rearranjo do carbocation. Se a olefina é pequena, então é mais fácil para o sinal de (+) migrar pelo HC. Usando um catalisador de caráter ácido e volumoso, por exemplo, o impedimento estérico impedirá o rearranjo do carbocátion. Olefinas grandes geram carbocations que se estabilizam por ressonância. Um bom exemplo de catalisador volumoso é AlCl3/cocatalisador. Outros catalisadores como H2SO4, HF, Resinas ácidas, ácido para tolueno sulfônico e zeólitas podem ser utilizados. Não podemos usar ácido nítrico uma vez que ele precipita muito fácil. Uma vez feito o carbocation, o anel sofrerá uma substituição eletrofílica, uma vez que o anel é rico em elétrons e o carbocátion deficiente. O meio não deve conter água, ou a formação de fenol pode ocorrer. As plantas serão diferentes conforme a escolha do catalisador, veja: Onde: 1) Tanque agitado 2) Separador Gás/Líquido 3) Separador Sólido/Líquido 4) Tanque de neutralização 5) Decantador 6) Destiladores 7) Unidade de transalquilação [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] O benzeno e o eteno previamente secos (evitar umidade é importantíssimo) são postos no primeiro reator. Lembrando que há excesso de benzeno. O catalisador fica em suspensão A mistura segue para um clássico separador G/L e depois para um separador S/L que recicla o catalisador de volta pra o reator principal. Como o meio foi acidificado no primeiro reator, um tanque de neutralização é necessário. O mesmo deve ter agitação para evitar pontos quentes e frios. O NaOH adicionado era aquoso e benzeno não se mistura em água. Em (5) adicionamos um decantador para separar a fase orgânica, que contém os produtos, do efluente aquoso, que é posteriormente tratado A destilação começa e três destiladores em série são adicionados. O primeiro, sai benzeno, que é reciclado de volta ao reator principal (1). O segundo, sai o produto de interesse, o etil benzeno e o terceiro, sai polialquilados e outros subprodutos pesados que vão também para a UTE. Os polialquilados entram em uma unidade de transalquilação e o produto dessa unidade entra na corrente que vai para o separador S/L. Isso porque em (7) o mesmo catalisador de (1), sólido suspenso, é usado. Logo, deve ser retirado antes da neutralização do meio. Caso não tenha ficado claro, segue um exemplo de reação de transalquilação: Para uma planta que use H3PO4 suportado, temos: Onde: 1) Reator de Leito Fixo 2) Separador Gás/Líquido 3) Colunas de Destilação 4) Unidade de transalquilação [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] A diferença aqui é que, como o catalisador é suportado, ele não acompanha a corrente, tornando desnecessário um separador sólido líquido e como o meio não foi acidificado, também torna-se desnecessário um tanque de neutralização. Igualmente desnecessário um decantador uma vez que nenhuma solução aquosa foi adicionada À corrente. Assim, do separador G/L já vai direto pros destiladores e dai em diante, igual ao processo anterior. Uma última mudança ocorre na unidade de transalquilação que, também usando H3PO4 suportado, deve mudar de um tanque de mistura para um reator de leito fixo. O produto da unidade de transalquilação volta pros destiladores A produção de isopropil benzeno, também conhecido como cumeno, se dá quase da mesma forma. A diferença é que no mecanismo o R ao invés de um hidrogênio é um grupo CH3. A planta é igual, só depende da escolha do catalisador. Vale citar ainda que as correntes de entrada das olefinas sempre vem com uma mistura da sua parafina correspondente (propeno/propano , por exemplo). A parafina, para a planta, é inerte. Logo, não tem problema a corrente vir misturada. Na real, seria economicamente inviável separar essa mistura para produzir etil benzeno ou isopropil benzeno. O esquema reacional pro cumeno fica: Processos– Produção de LAB A produção de linear alquilbenzeno veio para substituir o dodecilbenzeno usado antigamente (muito impacto ambiental). O processo de antigamente era: E o atual é: [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] 70% das plantas atuais usam HF como catalisador. Entenda a entrada dessa reação como “mistura de olefinas de 9 a 14 carbonos”. Essas olefinas são separadas usando zeólitas. As linearessão as destinadas a indústria petroquímica. Como o LAB é grande, nessa reação, não precisamos nos preocupar com o surgimento de polialquilados. O processo que vamos descrever é o PACOL (Deten). Um esquema simplificado da planta é dada: Onde: 1) Forno de Craqueamento 2) Separador Gás/Líquido 3) Coletor de H 4) Reator de leito fixo 5) Separador G/L 6) Tanque agitado 7) Decantador 8) Colunas de Destilação Uma corrente de parafinas é alimentada ao forno de craqueamento, responsável por convertê- las em olefinas. A reação é controlada para ter baixa conversão (cerca de 20%), de forma a produzir menos diolefinas (olefinas com duas duplas). As diolefinas não são desejadas e portanto, para virarem olefinas, requerem uma etapa de hidrogenação seletiva, que ocorre em (4). Quando (1) é controlado para baixas conversões, tem-se menores gastos com a hidrogenação, um processo caro. Se a unidade de hidrogenação seletiva não existir, difenil alcanos podem ser produzidos. São pesados que não servem, bem, pra nada nessa planta. [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] No entanto ,o controle do teor de H2 que entra na unidade de hidrogenação seletiva é importantíssimo. Se entrar H2 demais, vindo de onde vier, todas as olefinas na corrente voltam a parafina Existem dois separadores G/L, um antes e outro depois do reator de leito fixo. Os gases que saem podem conter hidrogênio. Por esse motivo, ao invés de uma unidade de tratamento de efluentes diretão, é interessante usar um coletor de hidrogênio (3) para reciclar esse gás, usado no reator de leito fixo para pressurização. Saindo do último separador, uma corrente contendo parafina e olefina entra em um tanque agitado. Para essa reação, a parafina é inerte. É no tanque agitado que o LAB é produzido. A reação tem que ter a concentração de HF muito bem controlada. Se a concentração de HF for muito alta a seguinte reação ocorre Pode-se formar fluoreto de alquila, que é extremamente corrosivo Um decantador entra em jogo uma vez que o LAB não é solúvel na solução aquosa que existe dentro do reator. O ácido separado em (7) é reciclado pro tanque de mistura e uma mistura contendo LAB, Benzeno, as parafinas inertes (R) e subprodutos entra na seção de destilação Os 3 destiladores separam primeiro o benzeno, que é reciclado pro tanque de mistura, depois as parafinas que não viraram olefinas, que são recicladas pro forno de craqueamento (lá terão a chance de virar olefinas) e por último o LAB sai e vai pro controle analítico. Uma mudança que poderia ser feito em toda a planta é a mudança do catalisador. Como já vimos, só isso pode mudar demais uma planta. Se usássemos zeólitas no lugar de HF, o reator (6) seria um reator de leito fixo e a etapa (7), de separação, sumiria. O resto permaneceria igual Processos – Produção de ETBE O Etil TercButil Éter é um substituto do MTBE (Metil TercButil Éter), que por sua vez substitui o chumbotetraetila. A reação é dada: O álcool usado pode ser metanol ou etanol e é posto em excesso para deslocar o equilíbrio. O Isobutileno é proveniente de uma das frações que sai da unidade de FCC. Cerca de 16% dessa fração é composto de isobutileno, os outros 84% estão divididos em parafinas de 3,4 e 5 carbonos [EQ 2018.2] PO P1 [prof Maria José][por Rafael Ratier] O catalisador da reação é uma resina de troca iônica ácida. Um esquema simplificado da planta usando etanol pode ser visto abaixo: Onde: 1) Reator de Leito Fixo 2) Coluna Reativa 3) Coluna extrativa 4) Destilador 5) Unidade de secagem A escolha de usar etanol gera ETBE, a escolha de usar metanol gera MTBE. A planta é a mesma independente do que você quiser gerar A fração do FCC que contem o isobutileno e alcanos, representados por R, entram junto com excesso do álcool escolhido no reator de leito fixo contendo a resina ácida que catalisará a reação. A coluna reativa separa o ETBE e subprodutos (esses, tratados) da mistura Alcanos + etanol, que é um azeótropo. Ou seja, destilar aqui não vai adiantar muita coisa porque não vai separar um do outro. O azeótropo entra então em uma coluna extrativa, onde a passagem de água faz com que água e etanol formem azeótropo agora, liberando os alcanos para serem extraídos. Após extração, são tratados. O azeótropo água e etanol também não sai muito bem por destilação, mas sai bem o suficiente. Realizando a destilação, conseguimos duas correntes, uma de água e outra uma solução de etanol 95%, o que é razoável mas ainda pode melhorar. A solução de etanol passa então por uma coluna dessecante contendo sílica ou zeólita para remover a água remanescente. A água que sai de (4) é reciclada para (3). O uso de metanol no lugar do etanol facilita a vida uma vez que metanol e água não formam azeótropo
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