179 pág.

Pré-visualização | Página 34 de 50
= 4 mEq de K+ e de Cl+ KCl 19,1% 10 mL = 26 mEq de K+ e de Cl+ Gluconato de Cálcio 10% 10 mL = 4,5 mEq ou 90mg de de Ca+ Bicarbonato a 8,4% 1 mL = 1 mEq de Na+ e de HCO3 Bicarbonato a 10% 1 mL = 1,2 mEq Sulfato de Magnésio 10% 10 mL = 8 mEq = 100 mg de Mg+ Sulfato de Magnésio 50% 10 mL = 5 g de Mg+ Soro Glicosado 5% 500 mL = 25 g Glicose 50% 10 mL = 5 g Concentração de sódio nas principais soluções Infusão Concentração de sódio na infusão (meq/litro) Soro glicosado a 5% 0 Solução de NaCl a 0,2% 34 Solução de NaCl a 0,45% 77 Soro fisiológico a 0,9% 154 Solução de NaCl a 3% 513 Ringer-lactato 130 HIPOCALEMIA Causas: insulina, alimentação parenteral, alcalose, alcoolismo, anorexia, perdas gastrointestinais e renais (hiperaldosteronismo, síndrome de Cushing, diuréticos, diurese osmótica, anfotericina B) Sinais e sintomas: fraqueza muscular, fadiga, cãimbras musculares, íleo paralítico são queixas comuns na hipocalemia leve a moderada; paralisia flácida, hiporreflexia, tetania e rabdomiólise podem ser vistos na hipocalemia severa(< 2,5 mEq/l). A redução aguda dos níveis de potássio causa vasoconstricção em vários leitos vasculares. A suplementação de potássio em hipertensos determina redução da pressão arterial. Como a liberação de insulina é parcialmente regulada pelos níveis séricos de potássio, a hipocalemia pode provocar intolerância à glicose. ECG: diminuição da amplitude e alargamento das ondas T, ondas U proeminentes, infradesnivelamento do segmento ST e, em casos de déficits mais severos, bloqueio AV e, finalmente, parada cardíaca. Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 109 Tratamento Hipocalemia leve/moderada (K+ entre 3 a 3,5 mEq/L): reposição por via oral; havendo intolerância gastrointestinal está indicada a via venosa. Xarope de cloreto de potássio a 6%: 8 mEq de potássio em cada 10 mL. Slow K: 8 mEq de potássio em cada drágea. Repor entre 40 a 80 mEq/dia; ex: xarope de KCl a 6% 15 a 30 mL 3 vezes ao dia ou ampolas de KCl a 10% via oral 10 a 20 mL 3 vezes ao dia acrescentado à dieta. Hipocalemia grave (K+ < 3 mEq/L): a urgência médica está caracterizada se o paciente apresentar fraqueza muscular, alterações no ECG ou potássio < 2,5 mEq/L. Reposição: Administrar empiricamente infusões seqüenciais EV de KCl a 10% em soro fisiológico por cateter venoso central a no máximo 40 mEq/hora. A concentração máxima de potássio na solução administrada por acesso venoso central é de 80 mEq/mL. Não repor com soro glicosado: estimulação da insulina determina transporte de potássio para o intracelular. Monitoração cardíaca contínua e dosagem de potássio a cada 3 a 6 horas. Em hipocalemia refratária à administração de potássio, deve ser verificado o nível sérico de magnésio, o qual atua como cofator na Na+-K+-ATPase. HIPERCALEMIA Causas: insuficiência renal, doença de Addison, diuréticos poupadores de potássio, acidose, trauma, queimaduras, rabdomiólise, iatrogenia. Sinais e sintomas: parestesias, fraqueza e paralisia muscular, diminuição dos reflexos tendinosos profundos. ECG: Ondas T apiculadas (repolarização acelerada): K+ > 6,5 mEq/l Desaparecimento das ondas P, alargamento do QRS, prolongamento do intervalo PR (diminuição da excitabilidade cardíaca): K+ > 7-8 mEq/l Fibrilação ventricular e parada cardíaca (eventos terminais): K+ > 8-10 mEq/l Tratamento Reverter os efeitos da hipercalemia sobre as membranas celulares (efeito imediato): Cardiotoxicidade extrema (ondas P ausentes, alargamento de QRS) Gluconato de cálcio 10%: 10-20 mL EV em 5-10 minutos (efeito dura apenas 30 minutos) Em seguida ou como primeira medida nos casos menos graves, aumentar o desvio do potássio do extra para o intracelular: Insulina regular 10 U mais 50 g de glicose (relação insulina:glicose de 1:5). Glicose 50% 100 mL Soro glicosado a 10%: glicose 5% 500 mL + glicose 50% 50 mL Início do efeito em 30 minutos, duração de 4 a 6 horas Bicarbonato de sódio: 1 mEq/kg (50 a 100 mEq) em 5 a 10 minutos; início do efeito em 5 a 10 minutos, duração de 2 horas. HCO-3 8,4%: 1 mL = 1 mEq Furosemida: 40 a 80 mg EV; início de ação em 15 minutos; duração: 4 horas; efeito: caliurese. Resina de troca: Sorcal (poliestirenossulfonato de cálcio): 1 envelope com 30 g via retal (enema de retenção de 45 minutos) ou via oral, ambos em 200 mL de manitol a 20%. Início de ação em 1 hora; duração de 4 a 6 horas; ação: remove o potássio; repetir cada 4 a 6 horas; usar com cautela em paciente com ICC. Hemodiálise ou diálise peritoneal pode ser necessária para remover o potássio na presença de insuficiência renal. Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 110 HIPONATREMIA As causas mais comuns de hiponatremia severa em adultos são a terapia com tiazídicos, pós-operatório e outras causas da síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético, polidipsia em pacientes psiquiátricos e prostatectomia transuretral. Sintomas. A maioria dos pacientes com concentração de sódio sérica > 125 mEq/litro são assintomáticos. Cefaléia, náuseas, vômitos, cãimbras musculares, letargia, inquietação, desorientação e reflexos deprimidos podem ser observados. Complicações de hiponatremia severa e que se desenvolve rapidamente incluem convulsões, coma, mielinólise pontina central com dano cerebral permanente, parada respiratória, herniação do tronco cerebral e morte. a. Hiponatremia hipervolêmica. É observada na ICC, na insuficiência renal, cirrose hepática, síndrome nefrótica e na gestação. Nada mais é que uma hiponatremia dilucional, decorrente do bloqueio da eliminação renal de água. O tratamento deve ser dirigido para a doença de base, incluindo-se a restrição de água e diuréticos. b. Hiponatremia euvolêmica. É observada na síndrome de secreção inapropriada do hormônio antidiurético (ocorre mais comumente em associação com carcinoma broncogênico, TCE, AVC, meningoencefalites, pós-operatório, drogas, ventilação mecânica, insuficiência respiratória, etc). Também a intoxicação hídrica iatrogênica, a polidipsia compulsiva, o hipotireoidismo, a insuficiência adrenal e o uso de diuréticos tiazídicos podem determinar hiponatremia euvolêmica. O tratamento consiste na restrição de água e, principalmente, no tratamento da doença subjacente. c. Hiponatremia hipovolêmica. É um estado de real depleção de sódio, que ocorre na nefropatia perdedora de sal, na fase de diurese da necrose tubular aguda, na diurese pós-obstrutiva, na diurese osmótica (glicose, uréia, manitol), com o uso de diuréticos, na presença de hipoaldosteronismo, diarreia, vômitos6, sudorese excessiva e no seqüestro de líquido para o terceiro espaço (queimaduras, obstrução intestinal, peritonite, pancreatite). Nesse caso, o tratamento da doença ou processo de base isoladamente pode não ser suficiente para reverter o distúrbio, tornando-se necessária a reposição de sódio (soro fisiológico 0,9%). Em alguns casos onde a hiponatremia é muito acentuada (sódio abaixo de 110 mEq/l), pode-se empregar as soluções salinas hipertônicas, tomando-se por base o déficit estimado de sódio. Tratamento da hiponatremia Evitar correções com aumento do sódio sérico maior que 8 mEq/litro/dia. Pode levar a desmielinização osmótica pontina de um a vários dias após o tratamento agressivo da hiponatremia. A maioria dos casos de desmielinização osmótica ocorre após taxas de correção que excedem 12 mEq/litro/dia. A salina hipertônica é usualmente combinada com a furosemida no tratamento da hiponatremia