Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Módulo 1 - Texto e Intenção Apresentação do módulo Neste módulo, você estudará sobre a importância de se desenvolver uma atitude decisiva ao redigir um texto, salientando quais são os aspectos favoráveis a uma boa decisão linguística. Fique atento! Ao escrever textos seja capaz de identificar-se como decisor linguístico, reconhecendo as implicações de tal postura na produção de textos técnicos, a partir do conhecimento dos elementos que os constituem e que os diferenciam de outros gêneros. Objetivos do Módulo Ao final do estudo deste módulo, você será capaz de: Identificar-se como decisor linguístico, reconhecendo as implicações de tal postura na produção de textos técnicos; Diferenciar tipos de gêneros textuais; Reconhecer a importância das orientações contidas no Manual de Redação da Presidência da República; Compreender que a mesma palavra, empregada em contextos diferenciados, é capaz de ganhar novos sentidos, que podem ser figurados e carregados de valores. Estrutura do Módulo Este módulo compreende as seguintes aulas: Aula 1 – Decisor Linguístico Aula 2 – Gêneros Textuais Aula 3 – Redação Oficial: aspectos gerais Aula 4 – Os Diferentes Sentidos Aula 1 - Decisor Linguístico Ser um bom decisor implica bom senso, capacidade crítica e conhecimento da língua. Você estudará agora a importância de se agir intencionalmente ao escrever um texto e como tomar as melhores decisões... Decidir como se escreve uma palavra não é hoje um grande problema! Existe o dicionário e o corretor ortográfico dos editores de texto para ajudar. Mas será essa a única decisão a ser tomada quando se escreve um texto, especialmente o texto técnico? Tomar uma decisão sob o ponto de vista linguístico é, acima de tudo, tornar-se capaz de fazer as melhores opções ao produzir um texto, qualquer que seja ele. Nesse sentido, é preciso considerar a adequação do texto a ser produzido ao contexto específico da comunicação. É com “Z” ou com “S”? É com “G” ou com “J”? É com “X” ou “CH”? Daí a diferença entre escrever um bilhete para um colega de trabalho, deixando um recado ou enviar um e-mail a uma chefia, por exemplo. Veja: Em relação à comunicação, é preciso, portanto, fazer escolhas das mais diversas, como a adequação ou a inadequação de uma dada forma linguística que se quer utilizar; a melhor forma de apresentar uma ideia; o vocabulário a ser uti lizado; que estrutura gramatical deve ser usada ou as informações a serem dadas. O decisor deve ser capaz de refletir criticamente sobre sua produção textual e realizar substituições quando for necessário, inclusive quando tiver dúvidas. Ele deve conhecer a língua e seus princípios linguísticos, o que não pode ser confundido com o conhecimento superficial de regras gramaticais. No tocante a esse respeito, é preciso compreender que as regras só passam a ter valor quando aplicadas em nossa produção. O decisor linguístico reconhece e utiliza intencionalmente seu estilo pessoal de escrever. É capaz de criar, aplicando tal potencial de maneira diversa e leva em consideração as possibilidades que a língua lhe dá de compreender, analisar, sintetizar e posicionar-se criticamente, seja como leitor ou escritor de textos. A convivência com textos variados cria condições para que você se torne um decisor na medida em que servem de modelos de escrita, bem como de diversos gêneros textuais disponíveis em nosso cotidiano. É uma necessidade, portanto, diversificar as leituras em prol de nosso capital cultural . Reconhecer os diferentes gêneros e suas características ajuda a perceber, Carlos, Chegarei tarde hj. Estou em diligência. Abs. Mônica Mônica Prezado Eduardo, Informo que as ocorrências do dia de ontem já foram lançadas no sistema. Se houver alguma pendência ou dúvida, por favor, entre em contato. Atenciosamente. Mônica Mônica fundamentalmente, quais são os seus espaços de uso e, assim, se sentir mais à vontade para fazer as suas escolhas. Neste curso, espera-se que você se sinta como decisor linguístico capaz de perceber que comunicar uma ideia, principalmente ao escrever textos técnicos, não significa reproduzir modelos apenas. Mais do que isso, toda e qualquer forma de comunicação é uma atividade cognitiva complexa que nos leva a criar. Mas criar qualquer coisa? Na redação técnica, em definitivo, a resposta é não. Criar aqui implica conhecer profundamente a língua portuguesa e saber como utilizá-la. Por isso, mãos à obra. A seguir, você verá como poderá tomar as decisões de que precisa. O que deve ser considerado na decisão linguística? Ao emitir mensagens escritas, é fundamental definir: a informação que se quer transmitir; a quem se dirige a informação ou solicitação; o canal de comunicação a ser uti lizado; quais são os objetivos do texto, levando em conta o contexto; quais os recursos disponíveis que podem contribuir para essa decisão; que atitude deve-se ter ante a necessidade da decisão. Sempre que você der início à produção de um texto, inclusive textos técnicos, tenha em mente que você transmite informações e, por isso, deve planejá-las e organizá-las de maneira a alcançar seu intento. Dentre as possibilidades comunicativas dos textos técnicos existentes, você estudará neste curso: Ata; Requerimento; Ofício; Exposição de motivos; Relatório; Memorando; Circular; Despacho. Em cada caso, a finalidade do texto determinará o tipo de informação requerida, bem como o formato próprio, devendo sempre ter como registro linguístico adequado o padrão culto da língua portuguesa. É preciso ainda conhecer seu interlocutor. Um especialista, por exemplo, necessitará de informações mais específicas e pormenorizadas, ao contrário do leigo, que deverá assimilar o conteúdo da mensagem de forma genérica, apesar da imprescindível clareza textual. Ao escrever textos, o redator dirige-se a públicos diversos, constituídos por interlocutores de diferentes níveis cognitivos, culturais e sociais. Pelo exposto, convém que o texto técnico seja produzido numa linguagem o mais neutra possível, visando a atingir a totalidade dos indivíduos, adequando- se à realidade comunicativa do momento. No caso específico da redação técnica, na maior parte das vezes, prevalece relações comunicativas simétricas, em que os interlocutores apresentam as mesmas condições culturais ao se comunicarem e, por isso, as dificuldades são minimizadas. A partir das decisões iniciais sobre o que e a quem se vai falar é preciso refletir sobre detalhes do que vai ser dito. Essa estruturação do texto pode ser mental ou escrita, como um esquema. Escolha a que melhor se ajusta ao seu jeito de se organizar. Com esses elementos bem definidos, está na hora de escrever o texto. O esquema é um dos melhores recursos para a produção de textos, em especial, para aqueles que exigem maior elaboração, por constituir-se em um instrumento de controle para o desenvolvimento de ideias, evitando a desconexão das partes do texto, a incoerência do todo e a inconsistência das partes em si mesmas. Quando evitamos tais problemas, alcançamos o que chamamos de textualidade (coesão e coerência) e as diversas partesdo texto se intercomplementam formando uma rede de sentidos. Uma das opções para esquematização das ideias em um texto se relaciona diretamente com sua paragrafação, por meio da qual se identificam ideias principais, secundárias e pormenores (detalhes, exemplos, descrições, etc.) daquilo que se quer afirmar, conforme o exemplo a seguir que se repete a cada parágrafo: Ideia Secundária Pormenores Ideia principal Ideia Secundária Pormenores Ideia Secundária Pormenores São inúmeras as dúvidas que surgem quando se escreve e isso acontece até com os mais experimentados escritores. É necessário, assim, ter à mão fontes de consulta que nos ajudem a solucionar tais questões, as quais não são só suas, mas de todos aqueles que se propõem a trabalhar com as palavras. Dentre os materiais para consulta, destacamos os seguintes: dicionários1; gramáticas2; manuais de redação e estilo3; obras e textos técnicos. 1 Convencionais (de significados), etimológicos, enciclopédicos e ortográficos. 2 Normativas, descritivas, pedagógicas, são fontes de consulta de aprofundamento. 3 Governamentais, jornalísticos, empresariais, são instrumentos de homogeneização da redação institucional. Lembre-se, ainda, de que o corretor ortográfico do editor de texto é bastante útil, mas tem limitações próprias. Por isso, na dúvida, recorra às possíveis fontes de pesquisa e garanta a produção de um texto claro e correto. Os textos mostram quem você é e o quanto sabe, por isso capriche ao escrever. Não se deixe levar pela enganadora visão de que os textos ficam prontos e bem escritos logo em sua primeira versão. Kanitz (2010)4, assim escreve a esse respeito: Reescrevo cada artigo, em média, 40 vezes. Releio 40 vezes, seria a frase mais correta porque na maioria das vezes só mudo uma ou outra palavra, troco a ordem de um parágrafo ou elimino uma frase, processo que leva praticamente um mês. No fundo, meus artigos são mais esculpidos do que escritos. Quarenta vezes é desnecessário para quem escreve numa revista menos abrangente, 20 das minhas releituras são devido a Veja, com seu público heterogêneo onde não posso ofender ninguém. (KANITZ, 2010) Calma! Não é uma sugestão que você reescreva documentos e outros textos quarenta vezes, mas que você os releia quantas vezes forem necessárias até ter a certeza de que sua produção está realmente boa. Outro hábito muito comum no ambiente de trabalho é recorrer aos colegas quando se tem dúvidas, mas submeter o texto a outro olhar não deve ser a única fonte a ser consultada, pois eles também podem estar errados e, como todas as pessoas, carregam suas dúvidas, limitações e vícios de linguagem. Antes de terminar esta aula realize o exercício. 4 consultor de empresas, conferencista, colunista da Revista Veja no período de 1999 a 2009 Hora da Prática Exercício 1 - João necessita redigir um relatório sobre a viagem de trabalho que realizou. Com base nas definições a serem seguidas na emissão da mensagem escrita, cite pelo menos três, que deverão ser definidas por João na elaboração do relatório. Orientação para resposta 5 a informação que se quer transmitir; a quem se dirige a informação ou solicitação; o canal de comunicação a ser uti lizado; quais são os objetivos do texto, levando em conta o contexto; quais os recursos disponíveis que podem contribuir para essa decisão; que atitude deve-se ter ante a necessidade da decisão. 5 A resposta do exerc ício é pessoal, mas para estar correta, você deverá ter selecionado pelo menos três dos elementos acima. Exercício 2 - Faça uma lista dos principais vícios ou aquelas dúvidas que você sempre identifica em seus textos e pesquise em dicionários e gramáticas qual o seu uso correto. Refletir sobre o percurso de escrita contribuirá muito para a melhoria de seus textos. Aula 2 - Gêneros Textuais Uma das habilidades relacionadas à produção textual refere-se ao conhecimento do gênero textual. Nesta aula, você será convidado a refletir sobre a natureza dos textos que circulam socialmente e que se constituem como gêneros, o que os distingue de outros textos e, inclusive, se na oralidade, ou seja, quando se fala, também se está, ou não, produzindo textos. Existe uma pluralidade de discursos e de possibilidades para a organização de um texto. Antes essas possibilidades eram limitadas à consideração de que “textos” eram apenas aqueles que seguiam as características da narração, descrição, dissertação, injunção e argumentação (era o que a escola ensinava, lembra?). Esses são tipos textuais que dizem respeito ao conteúdo e ao formato do texto. Só existem os cinco tipos textuais indicados. Vejam que, em um relatório (que se constitui um gênero textual), por exemplo, podem aparecer dois ou três tipos textuais ao mesmo tempo: a narração de um fato, a descrição de um objeto e a argumentação em defesa de uma atitude adotada. Para Marcuschi (2002), gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sociocomunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. Exemplos de Gêneros Textuais: Ata, relatório, carta, ocorrência, ofício, boletim, bilhete, cartão-postal, horóscopo, bula de remédio, manual de instrução, edital, piada, cardápio, blog, lista de compras, receita culinária, charge, texto científico, resenha, notícia jornalística, artigo, ensaio, crônica, poema, conto, etc. Como se pode notar, a formação de um “escritor” crítico envolve outras práticas que passam pelo conhecimento das relações sociais e suas implicações na percepção e interpretação de textos veiculados por meio de diferentes situações de interação. Assim, pense em um enunciado comum como “escrevi uma carta” e leia os textos a seguir: TEXTO 1 Este texto é uma carta escrita pela escritora Clarice Lispector ao também escritor Lúcio Cardoso, em 1947. Berna, 23 de junho de 1947. Lúcio, Fiquei tão contente em receber seu livro e a cartinha. Li o livro imediatamente, e você bem sabe que alegria me dá ler coisas suas. Acho o livro lindo, e as mulheres de seus livros são as pecadoras mais violentas e inocentes... Durante toda a leitura espera-se que alguma coisa mortal suceda e que de repente, fique tranquilo, pastoral, e ainda assim perigoso – gosto tanto disso. A cena no anfiteatro é tão plástica e visível, na minha opinião um dos pedaços melhores do livro. Vejo, Lúcio, que você está cada vez melhor, e isso me alegra tanto na admiração e na amizade. Estou esperando a professora Hilda. Irmgard não me deu logo o livro, só trouxe quando veio passar uns dias na Suíça. E depois não respondi logo, porque várias coisas pequenas e maiores sucederam. – Aqui nada de novo. Eu com o desejo permanente de voltar para o Brasil não sei quando vamos. Ou então de viajar sem cessar, mas sobretudo não ficar parada gratuitamente num lugar. No meio disso tudo felizmente veio a primavera e você não pode imaginar que boa notícia é a primavera depois de um inverno longuíssimo. Logo que ela chegou passeiuns dias meio boba, tomando qualquer sol que aparecia, farejando flor onde tivesse nascido. Uma das coisas que faço na Europa é mudar de estação... (...) Se você quiser me mandar A professora Hilda, ficarei muito contente. Maury manda lembranças. Eu desejo muitas felicidades para você. Clarice. (LISPECTOR, 2002, p. 134) TEXTO 2 Este texto também é uma carta e foi escrita por uma leitora do Jornal Folha de São Paulo à seção Painel do Leitor. (Ao editor) São Paulo, 23/10/2007. Gostaria de elogiar a reportagem do Folhateen sobre o filme “Tropa de Elite”. Talvez tenha sido a única entre as que li que tratou o filme com a seriedade que o assunto merece. Jovens que viram e amaram o filme dizem que ele “mostra a realidade”. Mas fica claro na entrevista com Rodrigo Pimentel que o filme mostra só uma parte – editada e maquiada – da realidade, com a função de entretenimento, coisa que a maioria das pessoas que assiste ao filme não se dá conta. Acho complicado, no nosso país, de tantas diferenças sociais, um filme apresentar a guerra como solução para a violência, estigmatizar ONGs como amigos de traficantes e mostrar ações sociais como algo banal. Sou professora na comunidade de Paraisópolis – a segunda maior e menos violenta de São Paulo – e acredito sinceramente nas ações sociais das instituições ali presentes. Não seria ingênua de acreditar que a luta contra o tráfico prescinde das tropas de elite, mas acho que seria importante destacar que essas ações são apenas paliativas, e não a solução para esse problema. Andréia Morais (MORAIS, 2007) Você acabou de ler dois textos cuja classificação, como gênero textual, seria: carta. Repare, então, que, como práticas comunicativas, é possível a variação de um mesmo gênero quando se modificam as intenções dos participantes, os objetivos do locutor, a linguagem. Além disso, um gênero pode sofrer uma “transmutação”. Veja o texto a seguir: Como é possível perceber, o texto é um e-mail enviado de Ana para Maria. O e-mail, gênero atualmente muito utilizado, não deixa de ser uma variação da carta. Assim, além do conteúdo temático e do estilo, um gênero se distingue também pela forma de sua composição. Então, é possível constatar, sem esforço, que não é fácil demarcar um número que limite os gêneros textuais na atualidade. Enfim, são textos que circulam pelo mundo e que vão apresentar características e funções específicas e, logicamente, um público próprio. Diante dessa diversidade de gêneros textuais, a redação técnica exige uma atenção maior a aspectos como textualidade, coesão e coerência, técnicas de elaboração e argumentação, e impessoalidade no discurso. Hora da Prática Exercício 3 - As cartas listadas a seguir são diferentes das já apresentadas anteriormente. Observe que todas elas são classificadas e nomeadas apenas como “cartas”, ou seja, todas obedecem a certa ordem, exibem os elementos mais básicos, como o remetente e o destinatário, embora apresentem estilos, conteúdos e objetivos bastante diferenciados. Analise cada uma delas e escolha a alternativa que melhor define o objetivo da mensagem. Importante! O texto é resultado de uma interação entre sujeitos. O texto escrito por você terá sempre um destino, portanto, além das formas da língua, é preciso entender as condições de produção e todo o processo mental envolvido nessa construção. Assim, mais do que uma aprendizagem meramente conceitual e informativa, ao escrevê-lo, você terá a oportunidade de pensar o texto a partir de seu funcionamento, de seu uso, o que, claramente, reflete um contexto social (no caso da redação técnica, um contexto profissional) e histórico. Carta 1 Belo Horizonte, 13 de novembro de 2012. Senhor xxxxxxxxx, Não consta, em nossos controles, o envio dos relatórios referentes às ações de formação de sua equipe no primeiro semestre de 2012. Entre em contato com o grupo de controle do Projeto de Formação dos Policiais pelo telefone (31) 3333.9999 para que possamos solucionar essa pendência. Caso já tenha enviado os referidos relatórios, favor comunique-nos o período e o número de protocolo da referida correspondência. Atenciosamente, xxxxxxxxxxx Diretor da Academia de Polícia xxxxxx ( ) Carta convite ( ) Carta recomendação ( ) Carta advertência ( ) Carta cobrança Carta 2 São Paulo, 20 de novembro de 2012. Senhor xxxxxxxxxxx, O senhor vem apresentando-se recorrentemente atrasado ao serviço, sem nenhuma justificativa satisfatória. Ademais, foi advertido anteriormente por seu encarregado e continua reincidindo nessa falta. Esperando a sua colaboração nesse assunto, evitando a adoção de medidas administrativas. Atenciosamente, xxxxxxxxxxxxxxxxxxx Chefe de Departamento ( ) Carta convite ( ) Carta recomendação ( ) Carta advertência ( ) Carta cobrança Carta 3 Belo Horizonte, 15 de Agosto de 2012 Senhor xxxxxxxxxxxxxx, A ASPC/xx – Associação dos Servidores da Polícia Civil em xxxxxxxxx tem a honra de convidar a sua Escola ou Equipe de futebol para participar da COPA ASPC DE ESCOLAS DE FUTEBOL DE SALÃO 2012, a ser disputada, em outubro de 2012, visando o estreitamento das relações de amizade e o espírito de grupo entre os atletas participantes. xxxxxxxxxxxx Diretor do Clube ASPC/xx Anexo: Tabela de Jogos e períodos de realização ( ) Carta convite ( ) Carta recomendação ( ) Carta advertência ( ) Carta cobrança Carta 4 Belo Horizonte, 13 de novembro de 2012 Prezados Senhores, Temos a satisfação de recomendar Fulano de Tal, servidor deste setor desde 2005 para o cargo de chefia ora em aberto. Ressaltamos que se trata de um excelente profissional, tendo desempenhado sua função com eficiência e lealdade durante o período em que trabalhou conosco. Atenciosamente, xxxxxxxxxxxxxx Delegado Chefe ( ) Carta convite ( ) Carta recomendação ( ) Carta advertência ( ) Carta cobrança Assim, para executar um trabalho qualquer ou estabelecer uma situação de comunicação eficiente (entender e ser entendido), é preciso determinar qual o gênero e o tipo de discurso são efetivamente necessários. Por exemplo, na universidade determinados gêneros tais como o resumo, a resenha e o artigo são muito importantes para a produção do texto científico. Em determinadas profissões, como as executadas na área de segurança pública, é imprescindível o conhecimento dos elementos que estruturam o texto técnico. Para aprender a produzir um texto que apresente características peculiares ao seu gênero (toda carta, por exemplo, apresenta data, remetente, corpo da informação, despedida e assinatura do emitente), é necessário entrar em contato com o “corpus textual” 6 deste gênero para que, em situações definidas, sirva sempre como referência. Neste curso, você entrará em contato com algumas proposições apresentando passos para a produção específica de um gênero: o texto técnico. Antes disso, no entanto, pense um pouco sobre os elementos construtores desse gênero, realizando os exercícios.6 Conjunto de textos selecionados que servirão de base para análise terminológica Hora da Prática Exercício 4 - Leia os textos a seguir e responda as questões solicitadas: TEXTO 4 (Fonte: http://www.matutando.com/charge-violencia-publica/) TEXTO 5 Secretaria de Segurança Pública anuncia novos chefes das polícias em São Paulo Coronel Benedito Roberto Meira assume Comando Geral da PM e Luiz Maurício Souza Blazeck será o novo delegado-geral da Polícia Civil 26 de novembro de 2012 | 10h 46 SÃO PAULO - Os novos chefes das polícias Civil e Militar do Estado de São Paulo foram anunciados na manhã desta segunda-feira, 26, pela Secretaria de Segurança Pública, quatro dias depois de o ex-procurador-geral de Justiça Fernando Grella assumir a pasta. O Comando Geral da PM ficará com o coronel Benedito Roberto Meira, atual chefe da Casa Militar do Governo, e o cargo de delegado-geral da Polícia Civil será ocupado por Luiz Maurício Souza Blazeck. A Superintendência de Polícia técnico-científica continua com o perito criminal Celso Perioli, na função desde 1998. Os nomes dos dois novos responsáveis pelas polícias serão publicados no Diário Oficial do Estado nesta terça-feira, 27. Eles substituem o coronel Roberval Ferreira França, ex-comandante da PM, e o delegado Marcos Carneiro Lima, ex-delegado geral. A troca na cúpula da segurança pública ocorre em meio a um onda de violência no Estado, com alta no assassinato de PMs e na execuções de civis. A capital paulista registrou elevação de 114,6% nos homicídios em outubro, na comparação com o mesmo mês do ano passado - foram 82 casos no mês em 2011, contra 176 no mesmo período em 2012. Ao menos 94 policiais militares morreram no Estado até domingo, parte deles alvos de ações do Primeiro Comando da Capital (PCC). (Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,secretaria-de-seguranca- publica-anuncia-novos-chefes-das-policias-em-sao-paulo,965371,0.htm) TEXTO 6 A grande comadre Carlos Heitor Cony Não havia mídia naquela época: nem rádio, TV ou internet. Os poucos jornais eram oficiais ou oficiosos, malfeitos, de circulação simbólica. As notícias eram poucas, nada acontecia de importante além do expediente funcional. Afinal, "era no tempo do rei" - a frase que inicia as "Memórias de um Sargento de Milícias". Não havia mídia, mas havia as comadres, sobretudo a "comadre", a personagem mais importante da literatura brasileira depois de Capitu. Ela tudo sabia, todos a procuravam para abastecê-la ou para se abastecer. Tinha acesso aos quartéis, à copa e à cozinha das autoridades, às alcovas do poder e da plebe. As coisas só aconteciam se passadas por ela, na mão ou na contramão, sempre acrescidas pelo conhecimento da sociedade em geral. Além de noticiosa, era o arquivo, a pesquisa e a memória ambulante de seu tempo. Evidente que não poderia concorrer com a eficiência midiática de hoje, mas fazia o mesmo efeito. À primeira vista, poderia ser considerada uma fofoqueira que bisbilhotava a vida alheia. Apurava muito, mas só "editava" o que julgava interessar àqueles que nela procuravam informações e opiniões. Era honesta. Como famoso dono de um jornal do século 20, só se vendia por um almoço que ela mesma pagava. Se a comadre ainda estivesse em atividade, teríamos material mais suculento sobre os dois casos que estão emocionando a nossa mídia: as trapalhadas do presidente do Senado e as confidências e inconfidências do Supremo Tribunal Federal a propósito do mensalão. Apesar de desprovida de recursos tecnológicos, a comadre tinha a vantagem de ser amiga do major Vidigal, a suprema autoridade policial da época. Ela podia mandar prender ou soltar suspeitos e insuspeitos. (Fonte: http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?from_info_index=9 6&infoid=6026&sid=577) TEXTO 7 Resenha Resenha do livro Buracos Negros, Universos-Bebês e outros ensaios, de Stephen Hawking, tradução de Maria Luiza X. de A. Borges. Editora Rocco. Publicada no Jornal Zero Hora: Caderno Cultura, Porto Alegre, 1995. Stephen Hawking, um dos mais carismáticos entre os físicos contemporâneos, brilhante cientista da Universidade de Cambridge, faz parte desse reduzido grupo de cientistas que, preocupados em transmitir seus conhecimentos ao público leigo, contribuem qualificadamente para a literatura de divulgação científica. Nos treze ensaios do seu mais recente livro, Buracos negros, universos-bebês e outros ensaios, Hawking retoma alguns dos temas abordados no seu primeiro best-seller, Uma breve história do tempo, e enfoca com singeleza questões pertinentes à sua vida pessoal. Os três primeiros capítulos do livro são breves ensaios autobiográficos sobre sua infância, seu período de estudos nas Universidades de Oxford e de Cambridge e sobre sua experiência com a ELA, esclerose lateral amiotrófica, a doença que vem minando sua vida há mais de trinta anos. Dados pessoais também estão presentes no último capítulo, onde se reproduz uma entrevista dada ao programa Desert Island Discs da BBC, no Natal de 1992. Além do festejo pelo lançamento de mais um título, sempre convém questionar: para que serve a divulgação científica? Abordando essa questão em um dos ensaios do livro, Hawking defende o princípio de que numa sociedade democrática "o público precisa ter uma compreensão básica da ciência, de modo a poder tomar decisões com conhecimento de causa em vez de deixá-las nas mãos dos especialistas", e dá como exemplo o caso das armas nucleares; para Hawking, esta é a mais importante questão sobre a qual o público terá de tomar decisões num futuro próximo. (Fonte: http://www.if.ufrgs.br/~cas/resenhas/resenhas.html) TEXTO 8 TERMO DE ABERTURA Aos seis dias do mês de agosto do ano de dois mil e doze, na sede da Penitenciária do xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, torna-se aberto o presente livro, destinado ao Registro de Ordens de Serviço e Trâmite de Apuratórios, contendo 50 (cinqüenta) folhas mecanicamente numeradas. Fulano de Tal Chefe de Expediente - Penitenciária xxxxxxxxxxxxxxx TEXTO 9 A SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL Na última década, a questão da segurança pública passou a ser considerada problema fundamental e principal desafio ao estado de direito no Brasil. A segurança ganhou enorme visibilidade pública e jamais, em nossa história recente, esteve tão presente nos debates tanto de especialistas como do público em geral. Os problemas relacionados com o aumento das taxas de criminalidade, o aumento da sensação de insegurança, sobretudo nos grandes centros urbanos, a degradação do espaço público, as dificuldades relacionadas à reforma das instituições da administração da justiça criminal, a violência policial, a ineficiência preventiva de nossas instituições, a superpopulação nos presídios, rebeliões, fugas, degradação das condições de internação de jovens em conflito com a lei, corrupção, aumento dos custos operacionais do sistema, problema relacionados à eficiência da investigação criminal e das perícias policiais e morosidade judicial, entre tantos outros, representam desafios para o sucesso do processo de consolidação política da democracia no Brasil. (Fonte: http://www.observatoriodeseguranca.org/seguranca) TEXTO 10 Orientações para celebração de convênios - SENASP Em suma, para propor a celebração de convênio,o interessado deve atentar para as seguintes medidas: Elaborar plano de trabalho (planejamento) de forma detalhada, precisa e completa, descrevendo suficientemente, de forma quantitativa e qualitativa, o objeto proposto, suas metas, etapas e/ou fases. Estruturar orçamento realista do objeto programado. Certificar-se da existência dos recursos de contrapartida. Realizar previsão factível das fases do projeto e do prazo necessário para sua conclusão. (SENASP, 2012) TEXTO 11 1. Explique como o autor, no texto 4, associa linguagem verbal (o texto construído com o uso de palavras) e não verbal (o texto construído com o uso de imagens).7 2. O texto 5 adota a linguagem jornalística. Que características do texto apresentado são também comuns aos textos técnicos?8 3. O texto 6 é uma crônica, gênero textual que oscila entre a literatura e o jornalismo. Cite dois aspectos que o distingue fundamentalmente de um texto técnico.9 7 Resposta - O autor trata na linguagem verbal das 900 mortes ocorridas no ano e na imagem usa o tema morte para tratar da queda da segurança pública 8 Resposta - A linguagem culta; a objetividade; a informatividade 9 Resposta - A linguagem, apesar de culta, não mantém objetividade, apresentando a visão subjetiva do autor sobre quem é a comadre e seu papel social. O autor cria uma personagem antiga “a comadre” que tudo sabe, tudo descobre, e é amiga da “suprema autoridade policial”, e a compara com a mídia atual, o que implica a apresentação de um texto literário criativo e ficcional, diferente do texto técnico. 4. O texto 7 é uma resenha, um gênero de natureza crítica que tem como objetivo informar o leitor de forma argumentativa, sobre, neste caso, um livro.10 a. Você julgaria que o texto tem alguma qualidade persuasiva? b. A persuasão é uma qualidade importante em textos oficiais? Justifique. c. Compare o texto 7 e o texto 8 e verifique se os dois se sustentam na persuasão do leitor, explicando em que se assemelham e se distinguem. 10 - Resposta a. Sim, aborda o livro resenhado e seu autor de forma positiva, o que pode levar aos interessados pelo tema a ler o livro. b. A persuasão é importante em textos oficiais que trazem instruções e solicitações, como ofícios e comunicações. c. O texto 7 é notadamente persuasivo e o texto 8 não: trata-se de um texto de abertura de um livro de registro, sem qualquer intenção persuasiva, mas apenas informativa. 5. Os textos 9 e 10 se distinguem por seu caráter opinativo e instrutivo. Que elementos podemos evidenciar como decorrentes das escolhas realizadas pelos autores para as decisões linguísticas que tomaram? 11 6. O texto 11 é um e-mail. 12 a. Há alguma relação entre este gênero e uma carta? b. Qual o tipo de linguagem empregada no texto? Como se justifica? 11 - Resposta - a informação que se quer transmitir e os objetivos a alcançar: o texto 9 é conceitual e opinativo e o texto 10 é instrutivo. - o canal de comunicação a ser utilizado: o texto 9 é destinado a um portal da internet e o texto 10 é um Manual. 12 Resposta a. Sim. Os elementos de composição básica: remetente, destinatário, etc. b. Normalmente utiliza-se de uma linguagem pouco formal. É preciso ter cuidado, no entanto, pois atualmente o e-mail é utilizado em múltiplas situações, algumas mais formais. Aula 3 - Redação Oficial: aspectos gerais O principal documento que norteia a redação oficial no Brasil é o Manual de Redação da Presidência da República, que normatiza como devem ser escritos os documentos oficiais dos órgãos públicos, mais especificamente os do Poder Executivo. Na apresentação dos aspectos gerais desse manual, enfatiza-se a necessidade de se manter determinadas qualidades textuais necessárias à adequada prestação de serviços públicos. Dentre as importantes recomendações gerais do referido Manual, destacamos a que trata do estilo a ser adotado quando da escritura de textos oficiais: "Acrescente-se, por fim, que a identificação que se buscou fazer das características específicas da forma oficial de redigir não deve ensejar o entendimento de que se proponha a criação – ou se aceite a existência – de uma forma específica de linguagem administrativa, o que coloquialmente e pejorativamente se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser a redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases." (BRASIL, 2002) Além de se evitar uma linguagem rebuscada e desatualizada, destacam-se ainda outras qualidades como, por exemplo, a impessoalidade, que decorre dos seguintes aspectos: a) da ausência de impressões individuais de quem comunica (...) que permite que comunicações elaboradas em diferentes setores da Administração guardem entre si certa uniformidade; b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre concebido como público, ou a outro órgão público; c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo temático das comunicações oficiais se restringe a questões que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe qualquer tom particular ou pessoal. (BRASIL, 2002) Ratificamos, em nosso curso, qualidades inerentes aos textos técnicos em geral e que são destaques no Manual da Presidência, quais sejam a formalidade, a padronização, a clareza, a coesão e o padrão culto da linguagem. Aula 4 - Os Diferentes Sentidos Um dos elementos “diferenciadores” dos gêneros textuais, além do estilo, da forma, do objetivo, dentre outros aspectos, é o entendimento da significação das palavras e suas possíveis construções, pois nem sempre a linguagem apresenta um único sentido. A mesma palavra, empregada em contextos diferenciados, é capaz de ganhar novos sentidos, que podem ser figurados e carregados de valores. Criar condições para que você possa pensar sobre a significação das palavras e suas possíveis construções é o propósito desta aula, especialmente se levarmos em consideração que textos técnicos não podem deixar margem a duplas interpretações ou a qualquer subjetividade. As escolhas que você faz ao empregar determinadas palavras ou expressões têm, portanto, impacto direto não só no que diz respeito ao estilo do texto, mas também na transmissão da mensagem que se quer manifestar. Acesse o Manual da Presidência na íntegra. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm Observe o emprego da palavra “coração” nos textos abaixo. TEXTO 12 Anatomia do coração O coração localiza-se na cavidade torácica, no mediastino. Dois terços do seu volume estão situados à esquerda da linha sagital mediana. Esta posição, chamada de levocárdica, é a mais frequente. Variações na posição do coração em relação ao tórax podem ocorrer. A posição mesocárdica ocorre quando a maior parte do seu volume estásituada na porção mediana do tórax. A posição dextrocárdica ocorre quando grande parte de sua massa localiza-se no hemitórax direito. Estes termos são utilizados com frequência ao descrevermos as más formações congênitas. A forma do coração é aproximadamente cônica, com a base voltada para trás e para a direita e o ápice para a frente e para a esquerda. Há três faces no coração: a anterior ou esternocostal, sobre a qual os pulmões direito e esquerdo se sobrepõem, deixando exposta apenas uma pequena porção; a face inferior que repousa sobre o diafragma, recebendo também o nome de face diafragmática; e a face lateral esquerda, formada principalmente pelo ventrículo esquerdo, que produz a impressão cardíaca na face medial do pulmão esquerdo. Estas faces são delimitadas pelas margens cardíacas. A direita é bem definida, sendo chamada de aguda, enquanto que a esquerda ou obtusa é pouco definida. Anteriormente, além dos pulmões, o coração relaciona-se também com o esterno, costelas e músculos intercostais; posteriormente com a aorta descendente, esôfago e veia ázigos; e lateralmente com os pulmões, hilos pulmonares, nervos frênicos e vagos. (UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO, 2012) Repare que no plano do conteúdo (a abordagem do tema propriamente dito), assim como no plano de expressão (a forma como apresentamos as ideias), a palavra “coração”, no TEXTO 12, aparece no seu sentido denotativo, ou seja, é tomada em seu sentido mais usual e sempre literal, com valor objetivo e constante. No entanto, leia o TEXTO 13, letra de uma música de Ivan Lins e, mais uma vez, observe o emprego da palavra “coração”. TEXTO 13 Amor (Ivan Lins / Vitor Martins) (...) Vem me encantar Me tirar dos confins Fazer festa pra mim Vem coração Acender meus balões Minhas paixões Vem afastar as assombrações Arejar meus porões Vem acalmar os meus vendavais Meus temores, meus ais Vem e me faz cada vez mais audaz Cada vez mais capaz De acreditar Que ainda posso tentar continuar Lutar, lutar, lutar Pra gente ser feliz Cantar, cantar, cantar Como a gente sempre quis Perceba que, ao significado de “coração”, são acrescidos outros significados que são resultantes de valores sociais, outras impressões e sentimentos, novas reações afetivas ou psicológicas que a palavra é capaz de evocar. “Coração” tem, no texto, o sentido de uma pessoa querida e, claro, como este sentido é subjetivo, conotativo, é capaz de mudar de uma época para outra e, também, de uma cultura para outra. Observe a seguir, de que forma a palavra “coração” é utilizada, em uma propaganda do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. Texto 14 (Fonte: Hospital Beneficência Portuguesa de SP, 2012) Repare que, agora, a palavra coração exibe um duplo significado. Pode apresentar o sentido denotativo - “colocamos o coração em tudo o que fazemos”: reporta-se ao coração como órgão, pois o hospital é uma referência mundial em cardiologia; ou o sentido conotativo, curiosamente na mesma frase “colocamos o coração em tudo o que fazemos”, pois alude à atitude de dedicação profunda de todos aqueles que trabalham no hospital. Qual seria a analogia possível neste caso? O fato de o coração representar, socialmente, os sentimentos humanos. Se formos ao dicionário encontraremos (muitas vezes de forma não tão abrangente) essa “distinção”. Observe a seguir. Acepções ■ substantivo masculino 1 Rubrica: anatomia geral. órgão muscular oco, na cavidade torácica, que recebe o sangue das veias e o impulsiona para dentro das artérias; é dividido em duas partes (direito ou venoso, e esquerdo ou arterial) por um septo musculomembranoso, e cada metade contém uma câmara receptora (aurícula) e uma câmara ejetora (ventrículo) 2 Derivação: por extensão de sentido. a parte anterior do tórax, onde se sente pulsar o coração; peito Ex.: levar a mão ao c. (...) 6 Derivação: sentido figurado. a parte mais central ou mais profunda de algo; âmago Ex.: <o c. da floresta> <cresceu no c. de Ipanema> <o c. da alcachofra> (...) 9 Derivação: sentido figurado. a parte mais íntima de um ser; o berço dos sentimentos, das emoções, do afeto, do ânimo, da coragem etc. Ex.: <as razões do c. escapam à lógica> <a novata conquistou o c. de todos> 10 Derivação: por extensão de sentido, sentido figurado. lembrança, memória Ex.: aquelas férias ficaram no c. do menino 11 Derivação: sentido figurado. pessoa a quem se ama 12 Derivação: sentido figurado. qualidade de bom, generoso; bondade Ex.: mulher sem c. 13 Derivação: sentido figurado. feitio moral; caráter, índole, temperamento Ex.: tem o c. obstinado dos fortes (HOUAISS, 2010) Nos textos técnicos, a linguagem a ser utilizada é a denotativa, que privilegia o sentido literal, real e dicionarizado das palavras e frases, evitando mal entendidos ou dubiedades. A denotação contribui diretamente para a concretização de outras características como a imparcialidade e objetividade. A duplicidade de sentido é chamada ambiguidade. Muitas vezes, a ambiguidade é gerada pela má colocação dos termos, expressões e palavras nas frases. Deve-se, portanto, cuidar mais atentamente das construções frasais de maneira a garantir a clareza em nossos textos. Veja o exemplo a seguir: Exemplo: "Secretarias de Segurança Pública que recebem apoio do Estado frequentemente são mais eficazes na prevenção à violência." As Secretarias de Segurança Pública são mais eficazes porque frequentemente recebem apoio do Estado ou são frequentemente mais eficazes na prevenção à violência porque recebem apoio do Estado? Observe que pode-se eliminar a ambiguidade com a colocação correta do adjunto adverbial (frequentemente): 1. Secretarias de Segurança Pública que recebem frequentemente apoio do Estado são mais eficazes na prevenção à violência. 2. Secretarias de Segurança Pública que recebem apoio do Estado são frequentemente mais eficazes na prevenção à violência. Em outros casos, comparações feitas de maneira indevida são fontes de ambiguidade: Exemplo: "Em 2012, São Paulo não solicitou imediatamente ajuda da Federação para conter a violência, como aconteceu no Rio de Janeiro”. O autor quis salientar a similitude na ação dos Estados de São Paulo ou Rio de Janeiro ou, ao contrário, quis salientar a dessemelhança, afirmando que o Estado do Rio de Janeiro solicitou de imediato a ajuda da Federação, diferentemente do Estado de São Paulo? Como se pode verificar, a ambiguidade é gerada pelo mau uso de algum termo e, por isso, considerada vício de linguagem. O cuidado com a correção e a clareza, garantidas por uma revisão criteriosa de nossos textos, pode, com certeza, ajudar a evitar tais equívocos. Hora da Pratica Exercício 5 - Compare os textos e indique o que os assemelha e diferencia, considerando forma, estrutura, intenção e conteúdo. Texto 15 Texto 16 Texto 17 Observação: Vide textos e resposta da questão nos anexos do curso Finalizando... Neste módulo, você aprendeu que: Tomar uma decisão sob o ponto de vista linguístico é, acima de tudo, tornar-se capazde fazer as melhores opções ao produzir um texto, qualquer que seja ele. Nesse sentido, é preciso considerar a adequação do texto a ser produzido ao contexto específico da comunicação. Para Marcuschi (2002), gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sociocomunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. O principal documento que norteia a redação oficial no Brasil é o Manual de Redação da Presidência da República que normatiza como devem ser escritos os documentos oficiais dos órgãos públicos, mais especificamente os do Poder Executivo. Nos textos técnicos, a linguagem a ser uti lizada é a denotativa, que privilegia o sentido literal, real e dicionarizado das palavras e frases, evitando mal entendidos ou dubiedades. A denotação contribui diretamente para a concretização de outras características como a imparcialidade e objetividade.
Compartilhar