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20/11/2013 1 Epidemiologia Tipos de estudos epidemiológicos Prof. Rogério Figueiredo Objetivos Revisar aspectos que fundamentam a pesquisa epidemiológica; Enumerar fatores que possibilitam a qualidade das informações obtidas em pesquisa epidemiológica; Discutir os principais desenhos ou tipos de estudos epidemiológicos clássicos; Favorecer o entendimento para escolha de desenhos de pesquisa em relação aos tipos de estudos epidemiológicos; Introdução aos fundamentos da pesquisa epidemiológica X Introdução Epidemiologia: “ramo das ciências da saúde que estuda na população a ocorrência, a distribuição e os fatores determinantes dos eventos relacionados com a saúde”. Métodos empregados em Epidemiologia Modo científico de abordar e investigar a saúde da população Fatores que a determinam ter ou não ter saúde Reconhecer a evolução do processo da doença e o impacto das ações propostas para alterar o seu curso 20/11/2013 2 Introdução Enfoques para pesquisar um tema � Pesquisa Populacional/Observacional � Estudo de Caso � Investigação Experimental de Laboratório Introdução aos fundamentos da pesquisa epidemiológica Aprender sobre as doenças e fatores de risco; Saber como selecionar material bibliográfico, ou seja sua validade e relevância (protocolos, CEP); Procurar obter boas perguntas, com redação clara e objetiva, referências, publicação e aplicação dos resultados; Usar banco de dados, ferramentas estatísticas, algorítmos e roteiros estabelecidos. Introdução aos fundamentos da pesquisa epidemiológica História natural do indivíduo Etiologia Desenvolvimento na comunidade Diferenças na ocorrência Possibilidades para prevenção Introdução aos fundamentos da pesquisa epidemiológica História natural do indivíduo Etiologia Desenvolvimento na comunidade Diferenças na ocorrência Possibilidades para prevenção História natural do indivíduo Desenvolvimento com a idade Indicadores precoces Impacto de diferentes tratamentos Características do hospedeiro Necessidade de assistência Impacto social Introdução aos fundamentos da pesquisa epidemiológica História natural do indivíduo Etiologia Desenvolvimento na comunidade Diferenças na ocorrência Possibilidades para prevenção 20/11/2013 3 Etiologia Fatores causais específicos; dieta hiperlipídica e placa de ateroma Outros fatores de risco: multicausal DAC DM Introdução aos fundamentos da pesquisa epidemiológica História natural do indivíduo Etiologia Desenvolvimento na comunidade Diferenças na ocorrência Possibilidades para prevenção Desenvolvimento na comunidade Tendência temporal; frequência de acontecimentos; número de partos, hábito de fumar; mortalidade.... Variações com a idade Introdução aos fundamentos da pesquisa epidemiológica História natural do indivíduo Etiologia Desenvolvimento na comunidade Diferenças na ocorrência Possibilidades para prevenção Diferenças na ocorrência Sexo Grupo étnico Classe social Ocupação Área geográfica Introdução aos fundamentos da pesquisa epidemiológica História natural do indivíduo Etiologia Desenvolvimento na comunidade Diferenças na ocorrência Possibilidades para prevenção 20/11/2013 4 Possibilidade de prevenção Ações específicas contra fatores causais e determinantes subjacentes Ações globais contra outros fatores de risco Impacto da assistência médica, incluindo teste de rastreamento e detecção precoce Impacto de políticas de saúde Informações epidemiológicas sobre riscos Setor/área Fontes de risco Fatores que influenciam o nível de exposição humana Setor/área Política: legislação para publicidade de tabaco Economia: impostos e preços do cigarro Desenvolvimento tecnológico: conversores catalíticos que reduzem a poluição do ar Informações epidemiológicas sobre riscos Setor/área Fontes de risco Fatores que influenciam o nível de exposição humana Fontes de risco Processo específico: queima de carvão e poluição do ar Impacto de outros fatores: fatores meteorológicos e poluição do ar Variações diárias e sazonais: níveis de ozônio Tendências históricas e geográficas Informações epidemiológicas sobre riscos Setor/área; Fontes de risco; Fatores que influenciam o nível de exposição humana. 20/11/2013 5 Fatores que influenciam o nível de exposição humana Idade, sexo e diferenças entre grupos étnicos, dieta, atividade física e fatores climáticos: mecanismos de causalidade; Atividade de trabalho: indicadores de dano bioquímico ou fisiológico precoces; Outros fatores comportamentais: meios para prevenir a exposição e efeitos à saúde Pontos importantes para escolha do material bibliográfico Uma das formas de sistematizar a leitura é classificar os artigos em categorias: História natural da doença; Distribuição geográfica; Causalidade das doenças; Tratamento; Testes diagnósticos. Introdução Enfoques para pesquisar um tema � Pesquisa Populacional/Observacional � Estudo de Caso � Investigação Experimental de Laboratório Tipos de estudo A escolha de um delineamento apropriado para o estudo é um passo crucial em uma investigação epidemiológica Cada delineamento epidemiológico tem vantagens e desvantagens Os pesquisadores devem preocupar-se com fontes de viés e de confusão, procurando reduzi-las Aspectos éticos são tão importantes em epidemiologia quanto em outras ciências Nível de evidência Metanálise Revisões sistemáticas Classificação dos estudos epidemiológicos Propósito geral � Descritivo � Analítico Modo de exposição � Observação � Intervenção Direção temporal � Prospectivo � Retrospectivo Unidade de observação � Indivíduo � Grupo populacional Longitudinal x transversal Controlado x não controlado Randomizado x não randomizado 20/11/2013 6 Tipos de estudo Os estudos epidemiológicos podem ser classificados em observacionais e experimentais. Estudos descritivos Estudos ecológicos ou populacionais (Falâcia ecológica) Estudos de prevalência – transversais Estudos de casos e controles Estudos de coortes Epidemiologia observacionais Tipos de estudo Os estudos epidemiológicos podem ser: Observacional Experimental: necessitam de intervenção •Descritivo •Analítico Estudos Observacionais Os estudos observacionais permitem que a natureza determine o seu curso: pesquisador mede, mas não intervém. Estudos Observacionais Os estudos epidemiológicos são, na sua totalidade, analíticos; Estudos descritivos puros são raros ou em série de casos em que as características de vários pacientes com uma doença específica são apresentadas: Exemplo: pneumonia em 4 indíviduos (SIDA- 1981 em LA-EUA) O determina o tipo de estudo ? PERGUNTA 20/11/2013 7 Epidemiologia observacional Estudos descritivos O 1º momento de uma investigação epidemiológica é descrição do estado de saúde de uma comunidade por meio de dados rotineiramente coletados (dados secundários) ou coletados diretamente por questionários específicos (dados primários). Epidemiologia observacional Estudos descritivos Centro Nacional de Estatísticas de Saúde Mortalidade e ocorrência de óbitos relacionados com: idade, sexo ou grupo étnico durante um período de tempo. Taxa bruta de mortalidade materna na Suécia entre 1750 e 1975 Taxa de mortalidade padronizada por idade para doença cardíaca entre homens com 30 anos de idade ou mais em diferentes países, entre 1950 e 2010. Estudos Descritivos Ocorrência de doença segundo variáveis: � Pessoa – sexo, idade, ocupação � Lugar – país, rural x urbano � Tempo – variações sazonais Fornecem dados para política de saúde pública Primeiras pistas de fatores determinantes de doenças Formular hipóteses Estudos ecológicos ou populacionais(Falâcia ecológica) Estudos de prevalência – transversais Estudos de casos e controles Estudos de coortes Epidemiologia observcionais 20/11/2013 8 Estudos ecológicos (ou de correlação) Geram hipóteses; Trabalham com grupos de pessoas ao invés de indivíduos; Comparam populações em diferentes lugares ao mesmo tempo ou em uma série temporal, comparando-se a mesma população em diferentes momentos. Estudos Ecológicos Pesquisa realizada comparando estatísticas de populações Unidade de estudo não é o indivíduo, mais um grupo Ex: consumo de carne vermelha x Ca cólon Estudos Ecológicos Vantagens � Gerador de hipóteses e obter informações de diferentes populações � Fácil, barato e rápido Desvantagens � Não testa hipóteses � Depende da qualidade das informações existentes (Ex. interpretação difícil) � Efeito de confusão (Ex. nível socioeconômico) Óbitos durante onda de calor em Paris, 2003 Estudos ecológicos ou populacionais (Falâcia ecológica) Estudos de prevalência – transversais Estudos de casos e controles Estudos de coortes Epidemiologia observcionais Falácia ecológica A falácia ecológica ou viés ocorre quando são tiradas conclusões impróprias com base em estudos ecológicos; Falta de habilidade da equipe; Podem favorecer trabalhos epidemiológicos mais detalhados. 20/11/2013 9 A mortalidade neonatal e materna está associada à falta de atendimento qualificado durante o parto. Estudos ecológicos ou populacionais (Falâcia ecológica) Estudos de prevalência – transversais Estudos de casos e controles Estudos de coortes Epidemiologia observcionais Estudos transversais (seccionais ou de prevalência) Medem a prevalência; Exposição-efeito (doença) são realizadas ao mesmo tempo; Por isso não é fácil avaliar as associação encontradas nesses estudos; Baratos, fáceis de conduzir. Estudos Transversais - Prevalência Estudo onde a exposição-doença é medida em uma população em um dado momento. � Frequência de doenças � Fatores de risco � População de risco Prevalência = núm. pessoas doentes núm. pessoas na população Estudo transversal analítico Levantar uma hipótese de associação entre causa-efeito, risco-desfecho; Determinar uma população de estudo; Medir a frequência de doença e do fator de risco simultaneamente. Vantagens � Barato, fácil e rápido � Definem características da população � Importante para política de saúde Desvantagens � Impraticável para determinar doenças raras � Amostras populacionais podem ser difíceis de serem obtidas Estudo Transversal Analítico 20/11/2013 10 Prevalência - Incidência Prevalência - Incidência Estudos de Prevalência Fundamentais para novas pesquisas Essenciais para formulação de políticas de saúde � Conhecer características demográficas da população; � Conhecimento do perfil de morbidade; � Identificar populações de risco. Estudos transversais Propósitos bem claros e definidos; Amostras aleatórias; Questionários bem elaborados Estudos ecológicos ou populacionais (Falâcia ecológica) Estudos de prevalência – transversais Estudos de casos e controles Estudos de coortes Epidemiologia observacionais Estudos de casos e controles Relativamente simples para investigar a causa de doenças raras; Utilizam grupos com doença e grupo controle (comparação ou referência) de pessoas não afetadas pela doença ou variável de desfecho; Diferente dos estudos transversais são longitudinais; Retrospectivos ou prospectivos: depende do momento da coleta. 20/11/2013 11 Estudos de casos e controles Seleção de casos: na doença e não na exposição; Controles: pessoas sem doença ( custo) sendo importante que esses representem a prevalência de exposição onde os casos foram selecionados; Não é necessário que casos e controles incluam toda a população, podendo ser restritos a qualquer subgrupo, como pessoas idosas, homens e mulheres. Estudos de casos e controles Exposição: importante o início e a duração tanto da exposição de ambos; Ou seja, após o desenvolvimento da doença (dados retrospectivos) e, em geral, pelo questionamento direto à pessoa afetada ou a um parente ou amigo. Ex: Ingestão de talidomida (1961) Estudos de casos e controles Estudos de casos e controles Estudos de casos e controles Razão de odds ou produtos cruzados: refere-se à associação entre uma exposição e uma doença (risco relativo); Que é a razão do risco de exposição entre os casos dividido risco de exposição dos controles: Isto mostra que os casos tiveram uma probabilidade 11,6 x maior de terem ingerido carne recentemente do que os controles. Exemplo Pre- Eclâmpsia Sim Não Total Apnéia do Sono Sim 238 35 273 Não 65 28 93 Total 303 63 366 Calcule o risco relativo!!!! 20/11/2013 12 Delineamento de um estudo de casos e controles Estudos ecológicos ou populacionais (Falâcia ecológica) Estudos de prevalência – transversais Estudos de casos e controles Estudos de coortes Epidemiologia observcionais Estudos de coortes Podem ser chamados também de longitudinais ou de incidência; Iniciam com um grupo de pessoas livres de doença que são classificados em subgrupos, de acordo com a exposição a uma causa potencial da doença ou desfecho sob investigação. Estudos de Incidência Incidência = núm. de casos novos num período população de risco no período Medida mais importante em epidemiologia Necessária para iniciar pesquisa de etiologia, prevenção, terapêutica e prognóstico. Doente população Não doente Delineamento de um estudo de coorte Estudos de coorte Vantagens Fornecem informações sobre a etiologia; Verifica risco em desenvolver eventos; Desvantagens Caros Necessita de longo período de coleta Exemplo: leucemia e exposição à radiação 20/11/2013 13 Estudo de coorte Estudo de coorte de Framingham (1948) Que observou fatores de risco para doenças respiratórias, cardiovascular e alterações musculoesqueléticas. PERGUNTA ??? Estudos de coorte Coorte histórica: Reduz os custos, pois as pessoas são identificadas e os dados sobre exposição e efeito (doença) são coletados antes do início do atual estudo. Exemplo: Militares expostos a resíduos radioativos em locais de testes nucleares e surgimento de câncer em 30 anos... Estudos de coorte Casos e controles aninhados a coorte Reduz custos, pois os casos e controles são escolhidos a partir de dados coletados; Este delineamento é particularmente útil quando a exposição é cara. Exemplo: Infecção por H. pylori X câncer gástrico Estudos de coorte Estudos de coorte Delineamento de um estudo de caso e controle (aninhados) 20/11/2013 14 Tipos de estudo Os estudos epidemiológicos podem ser: Observacional Experimental: necessitam de intervenção •Descritivo •Analítico Epidemiologia experimental Esses estudos tem por objetivo mudar uma variável em um ou mais grupos de pessoas. Exemplo: procurar estabelecer relação entre: Reação alérgica fator alimentar Novo Tratamento Epidemiologia experimental Os efeitos são determinados por comparação do desfecho nos grupos experimental e controle; Tem necessidade de protocolos bem delineados e desenhados, estando em sintonia com a luz dos conhecimentos atuais. Exemplo: TTO (Pneumonia) X antibioticoterapia Epidemiologia experimental Ensaio clínico randomizado: é uma experimento que tem o objetivo de estudar os efeitos de uma intervenção em particular; grupo de intervenção Seleção: aleatoriamente grupo de controle Epidemiologia experimental Diagrama esquemático de um ensaio clínico randomizado Epidemiologia experimental Ensaios de campo: são estudos que em contraste com os ECs, envolvem pessoas que estão livres de doença, mas sob risco de desenvolvê-la;Tem objetivo de prevenir a ocorrência do evento e são desenvolvidos em um grande número de pessoas. 20/11/2013 15 Ensaios de campo Desvantagens: Caros; Difíceis. Exemplo: Testar diferentes métodos para proteção às crianças quando não expostas ao chumbo utilizados na composição das tintas imobiliárias. Ensaios comunitários Nesse tipo de experimento, os grupos de tratamento são comunidades ao invés de indivíduos; Investiga eventos mais relacionados com doenças que tenham origens nas condições sociais; São dirigidas e influenciadas por intervenções que observe comportamentos do grupo ou do indivíduo. Exemplo: as doenças cardiovasculares !!!!!!! Ensaios comunitários Limitações: Inclusão: apenas pequenos números de comunidades podem ser incluídas; Alocação: difícil e não prática; Diferenças: nas comunidades (social) ao longo do tempo Questões clínicas e desenhos de pesquisa Questão clínica Desenho de pesquisa Diagnóstico Transversal Prevalência Transversal Incidência Coorte Risco Coorte e caso controle Prognóstico Coorte Tratamento Estudo clínico randomizado Prevenção Estudo clínico randomizado Causa Coorte e caso controle Importante!!! Analíticos Descritivos ObservacionalExperimental Longitudinal Transversal CoorteCaso controle Prospectivo Relato de casoPopulacional Série de casos Modelo de pesquisa Retrospectivo 20/11/2013 16 Aplicações de diferentes tipos de delineamentos observacionais Avaliação Crítica Pergunta Tipo de estudo População � Critérios de inclusão e exclusão Amostra Mensuração Objetivos Revisar aspectos que fundamentam a pesquisa epidemiológica; Enumerar fatores que possibilitam a qualidade das informações obtidas em pesquisa epidemiológica; Discutir os principais desenhos ou tipos de estudos epidemiológicos clássicos; Favorecer o entendimento para escolha de desenhos de pesquisa em relação aos tipos de estudos epidemiológicos; Assim prepare um título de um trabalho de pesquisa epidemiológica citando seus objetivos e desfechos para entregar como atividade!!!!!!!! Obrigado!!!! Referência Bonita, R.; Beaglehole, R.; Kjellström, T. Epidemiologia básica. 2ª edição, São Paulo: Santos, 2010. 230p
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