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AULA 2 CURSO DE LINGUÍSTICA GERAL

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CURSO DE LINGUÍSTICA GERAL
Ferdinand de Saussure
Prof. Me. Dannilo Halabe
1
1
SUMÁRIO
 
SLIDE
1.
Introdução ......................................................................................................
03
2.
Apêndice – Princípios de Fonologia............................................................
10
3.
Primeira Parte – Princípios Gerais ...............................................................
16
4.
Segunda Parte – Linguística Sincrônica .....................................................
25
5.
Terceira Parte – Linguística Diacrônica .......................................................
35
6.
Quarta Parte – Linguística Geográfica ........................................................
40
7.
Quinta Parte – Conclusão .............................................................................
43
AULA 2
1 INTRODUÇÃO
AULA 2
1.1 Capítulo I
Visão Geral da História da Linguística (p. 31-36)
Três fases da linguística antes de se constituir como ciência:
Gramática - formular regras para distinguir as formas corretas das incorretas (disciplina normativa). 
Filologia - objetiva fixar, interpretar e comentar os textos se apegando à língua escrita. 
Gramática Comparada – a possibilidade de comparar as línguas entre si.
AULA 2
1.1 Capítulo I
Visão Geral da História da Linguística (p. 31-36)
A Linguística nasceu do estudo das línguas românicas e germânicas, dados o conhecimento do latim. 
Os neogramáticos colocaram em perspectiva histórica e construíram um encadeamento dos fatos.
AULA 2
1.2 Capítulo II – Matéria e Tarefa da Linguística: suas relações com as ciências conexas (p. 37-38)
A matéria da Linguística é constituída por todas as manifestações da linguagem humana, levando em conta, sobretudo os textos escritos.
A tarefa da Linguística será: 
a) fazer a história de todas as línguas que puder abranger; 
b) procurar as forças que estão em jogo em todas as línguas e deduzir as leis gerais às quais se possam referir todos os fenômenos peculiares da história; 
AULA 2
AULA 2
1.2 Capítulo II – Matéria e Tarefa da Linguística: suas relações com as ciências conexas (p. 37-38)
Os limites que a separam das outras ciências não são sempre nítidos. 
A Linguística se distingue da Etnografia (língua como documento) e da Antropologia (homem como espécie). 
Se aproxima da Sociologia (linguagem como fato social), da Psicologia social (tudo é psicológico na língua). 
Mantém uma relação unilateral com a Fisiologia (estudo das línguas – busca seus conceitos). 
1.3 Capítulo III – Objeto da Linguística (p. 39-49)
1.3.1 A Língua: sua definição
Outras ciências trabalham com objetos dados previamente e que se podem considerar, em seguida, de vários pontos de vista. O mesmo não se dá no campo da linguística. 
Uma mesma palavra pode ser considerada como três ou quatro coisas completamente diferentes (som, expressão duma ideia, etc.). 
Assim, na Linguística, não é o objeto que precede o ponto de vista, mas o ponto de vista que cria o objeto.
AULA 2
1.3 Capítulo III – Objeto da Linguística (p. 39-49)
1.3.1 A Língua: sua definição
O fenômeno linguístico apresenta as seguintes características: 
Não se pode reduzir a língua ao som, nem separar o som da articulação vocal; 
O som forma com a ideia uma unidade complexa fisiológica e mental; 
A linguagem tem um lado individual e social; 
A linguagem implica um sistema estabelecido e uma evolução, uma instituição atual e um produto do passado.
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1.3.1 A Língua: sua definição
Em nenhuma parte se nos oferece integral o objeto da Linguística. 
É necessário colocar-se primeiramente no terreno da língua e tomá-la como norma de todas as outras manifestações da linguagem.
AULA 2
1.3.1 A Língua: sua definição
Mas o que é a língua? 
Ela não se confunde com a linguagem. 
É ao mesmo tempo um produto social da faculdade de linguagem e um conjunto de convenções necessárias , adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos. 
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1.3.1 A Língua: sua definição
A língua é uma convenção e a natureza do signo convencional é indiferente. 
Não é a linguagem que é natural ao homem, mas a faculdade de constituir uma língua: um sistema de signos distintos correspondentes a ideias distintas.
A faculdade de articular palavras não se exerce senão com a ajuda do instrumento criado e fornecido pela coletividade, então, é a língua que faz a unidade da linguagem.
AULA 2
1.3.2 Lugar da Língua nos fatos da linguagem
O circuito da fala
Supondo duas pessoas (A e B): o ponto de partida se situa no cérebro de uma delas (p.ex. A) onde os conceitos se associam às imagens acústicas (signos linguísticos); em seguida o cérebro (de A) transmite para seus órgãos de fonação um impulso correspondente à imagem, as ondas sonoras saem da boca (de A) aos ouvidos de B, onde o circuito se inverte.
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1.3.2 Lugar da Língua nos fatos da linguagem
Este circuito pode dividir-se ainda: 
a) uma parte exterior [vibração dos sons da boca ao ouvido] e outra interior [todo o resto]; 
b) uma parte psíquica e outra não-psíquica; 
c) uma parte ativa [do centro de associação ao ouvido da outra] e outra passiva [do ouvido desta ao seu centro de associação].
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1.3.2 Lugar da Língua nos fatos da linguagem
A língua não constitui uma função do falante: é o produto que o indivíduo registra passivamente, enquanto a fala é um ato individual de vontade e inteligência. 
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1.3.2 Lugar da Língua nos fatos da linguagem
Os caracteres da língua são: 
A) Ela é um objeto definido no conjunto heteróclito dos fatos da linguagem, é a parte social da linguagem; 
B) A língua distinta da fala é um objeto que se pode estudar separadamente; 
C) Enquanto a linguagem é heterogênea, a língua é de natureza delimitada, um sistema de signos (união do sentido e da imagem acústica); 
D) A língua, não menos que a fala, é um objeto de natureza concreta (signos linguísticos).
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1.3.3 Lugar da Língua nos fatos humanos: A semiologia
A língua é classificável entre os fatos humanos, enquanto que a linguagem não. 
A língua é um sistema de signos que exprimem ideias. 
A ciência que estude a vida dos signos no seio da vida social é a Semiologia, que nos ensina em que consistem os signos e que leis os regem.
Cabe ao psicólogo determinar o lugar exato (no aparelho psíquico) da Semiologia;
A tarefa do linguística é definir o que faz da língua um sistema especial no conjunto dos fatos semiológicos.
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1.4 Capítulo IV 
Linguística da Língua e Linguística da Fala (p. 26-28)
O estudo da linguagem comporta duas partes:
A que toma por objeto a língua (essencial) 
A que toma por objeto a fala (secundária).
AULA 2
1.4 Capítulo IV 
Linguística da Língua e Linguística da Fala (p. 26-28)
A língua é necessária para que a fala seja inteligível e produza todos os seus efeitos;
A fala é necessária para que a língua se estabeleça; 
Historicamente, a fala vem sempre antes. 
Existe interdependência da língua e da fala: aquela é ao mesmo tempo instrumento e o produto desta, o que não impede que sejam duas coisas absolutamente distintas.
AULA 2
1.4 Capítulo IV 
Linguística da Língua e Linguística da Fala (p. 26-28)
A língua existe na coletividade, está em cada um, embora seja comum a todos e independa da vontade dos depositários (1 + 1 + 1 + 1 ... = I [padrão coletivo])
A fala é a soma do que as pessoas dizem, e compreende combinações individuais e atos de fonação, manifestações individuais e momentâneas (1 + 1’ + 1’’ + 1’’’...).
O termo Linguística serve para ambas (estudo da língua e estudo da fala), porém a Linguistica propriamente dita, tem como único objeto a língua.
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1.5 Capítulo V – Elementos internos e elementos externos da língua (p. 53-56)
A definição de língua como objeto de estudo implica que eliminemos tudo que se se relaciona com o termo, mas que fogem do campo: 
A) todas as relações que podem existir entre a história duma línguae duma raça ou civilização; 
B) as relações existentes entre a língua e a história política; 
C) as relações da língua com instituições de toda espécie, a Igreja, a escola etc.
D) tudo que se relaciona com a extensão geográfica das línguas e o fracionamento dialetal. 
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1.6 Capítulo VI 
Representação da Língua pela Escrita (p. 57-65)
1.6.1 Necessidade de estudar este assunto
O objeto concreto de nosso estudo é o produto social depositado no cérebro de cada um, isto é, a língua. 
Mas tal produto difere de acordo com os grupos linguísticos: o que nos é dado são as línguas, que conhecemos somente através da escrita, cumpre conhecer a utilidade, defeitos e inconvenientes disso.
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1.6.2 Prestígio da escrita: causas de seu predomínio sobre a forma falada
Língua e escrita são dois sistemas distintos de signos, sendo que a única razão de ser do segundo é representar o primeiro. 
A língua independe da escrita, todavia o prestígio desta última nos impede de percebê-lo, sobretudo por que: 
A) a imagem gráfica das palavras nos impressiona como um objeto permanente e sólido; 
B) as impressões visuais são mais nítidas e mais duradouras que as impressões acústicas; 
C) a língua literária aumenta ainda mais a importância da escrita;
D) quando existe desacordo entre a língua e a ortografia, o debate é sempre difícil de resolver alguém que não seja o linguista.
1.6.3 Os sistemas de escrita
Existem dois sistemas de escrita: 
1) sistema ideográfico, em que a palavra é representada por um signo único e estranho aos sons de que ela se compõe (p. ex. a escrita chinesa)
2) sistema fonético, que visa reproduzir a série de sons que se sucedem na palavra.
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1.6.4 Causas do desacordo entre a grafia e a pronúncia
Em primeiro lugar, a língua evolui sem cessar, ao passo que a escrita tende a permanecer imóvel, daí a grafia nem sempre corresponder àquilo que deveria representar.
Outra causa: quando um povo empresta a outro seu um termo de seu alfabeto, acontece frequentemente que os recursos desse sistema gráfico não se prestam adequadamente à sua nova função. 
AULA 2
1.6.5 Efeitos desse desacordo
Podemos enumerar algumas incoerências da escrita: 
1) a multiplicidade de signos para representar um mesmo som; 
2) grafias “indiretas” ou irracionais (acréscimos de letras correspondendo a algo na língua ou não significando nada; 
3) ortografias flutuantes (duas ou mais grafias para uma mesma forma); 
4) obscurece a visão da língua; 
5) quanto menos a escritura representa o que deve representar, tanto mais se reforça a tendência a tomá-la por base; 
6) se impõe à língua e a modifica, sobretudo nos idiomas muito literários em que o documento escrito desempenha papel considerável.
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Capítulo VII - A Fonologia (p. 66-71)
1.7.1. Definição
A fisiologia dos sons, estudar os sons da língua, se colocando fora do tempo, dado que o mecanismo de articulação permanece sempre igual a si mesmo.
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1.7.2 A Escrita Fonológica
Quais os princípios de uma escrita fonológica? 
Ela deve visar a representar por um signo cada elemento da cadeia falada. 
Além disso, fazer a distinção entre sons explosivos e implosivos.
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1.7.3 Crítica ao testemunho da escrita
A Fonologia permite que tomemos certas precauções no tocante a forma escrita. Diante de cada caso traçar o sistema fonológico do idioma estudado, isto é, o quadro dos sons de que ele se utiliza. 
Quando a língua pertence ao passado, podemos nos utilizar de: 
A) indícios externos, sobretudo o testemunho dos contemporâneos que descreveram os sons e a pronuncia de sua época;
B) indícios internos, extraídos da regularidade das evoluções fonéticas ou contemporâneos, tais como a diversidade de grafias, os textos poéticos e a grafia de termos emprestados de uma língua estrangeira.
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1.7.3 Crítica ao testemunho da escrita
Quando se trata de uma língua viva, o método consiste em: 
a) estabelecer o sistema de sons tal como é reconhecido pela observação direta 
b) observar o sistema de signos que servem para representar os sons.
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2 APÊNDICE: PRINCÍPIOS DE FONOLOGIA
AULA 2
2.1 Capítulo I – As espécies fonológicas (p. 75-86)
2.1.1 Definição do fonema
A cadeia acústica não se divide em tempos iguais, mas em tempos homogêneos, caracterizados pela unidade de impressão, e esse é o ponto de partida natural para o estudo fonológico.
As primeiras unidades que se obtêm ao dividir a cadeia falada estarão compostas como fonemas, isto é, a soma das impressões acústicas e dos movimentos articulatórios da unidade ouvida e da unidade falada, das quais uma condiciona a outra.
AULA 2
2.1.2 O Aparelho Vocal e seu funcionamento
Para a descrição do aparelho vocal, limitamo-nos a uma figura esquemática, onde 6 designa a cavidade nasal, 5 a cavidade bucal, 2 a laringe, que contém a glote e duas cordas vocais 3.
AULA 2
2.1.2 O Aparelho Vocal e seu funcionamento
Na produção do som, os fatores que podem entrar em jogo são a expiração, a articulação bucal, a vibração da laringe e a ressonância nasal. 
O essencial é que dois fatores são constantes, necessários e suficientes para a produção do som: 
a) expiração 
b) articulação bucal
AULA 2
2.1.2 O Aparelho Vocal e seu funcionamento
Enquanto os outros dois podem faltar ou sobrepor-se aos primeiros: 
c) a vibração da laringe 
d) a ressonância nasal
AULA 2
2.2.3 Classificação dos sons conforme sua articulação bucal
Sobre essa base (oclusão completa e abertura máxima), indo da abertura mínima à abertura máxima, os sons serão classificados em sete categorias, designadas pelos números 0, 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
AULA 2
2.2.3 Classificação dos sons conforme sua articulação bucal
A – Abertura zero (oclusivas): Distinguem-se três tipos principais de oclusivas (fonemas obtidos pelo fechamento completo da cavidade bucal): 
1) o tipo labial (p, b, m) [se articula com os dois lábios]; 
2) o tipo dental (t, d, n) [extremidade da língua se aplica ao palato na parte anterior]
3) o tipo gutural (k, g, n) [dorso da língua fica em contato com a parte posterior do palato.
AULA 2
2.2.3 Classificação dos sons conforme sua articulação bucal
B – Abertura 1 (fricativas e expirantes): 
Caracterizadas por um fechamento incompleto da cavidade bucal, que permite a passagem do ar. 
Temos as lábio-dentais produzidas pela aproximação do lábio inferior e dos dentes (f e v, em francês); 
As dentais se dividem em muitas variedades, segundo a forma que toma a extremidade da língua no fechamento (oclusão); 
Nos sons que afetam o palato, o ouvido distingue geralmente uma articulação anterior (palatais) e uma articulação posterior (velares).
AULA 2
2.2.3 Classificação dos sons conforme sua articulação bucal
C – Abertura 2 (nasais)
D – Abertura 3 (líquidas)
Duas espécies de articulação surgem nessa classe: 
1) a lateral, a língua se apóia contra a parte anterior do palato, deixando, porém, uma abertura à direita e à esquerda, posição representada por um l em nossas fórmulas; 
2) a vibrante, a língua se coloca menos próxima do palato do que para o l, mas vibra com um número variável de golpes (signo v em nossa fórmula), e assim se obtém um grau de abertura equivalente ao das laterais.
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2.2.3 Classificação dos sons conforme sua articulação bucal
E – Abertura 4 (i, u, u)
Esses sons supõem um fechamento ainda considerável, bastante próximo das consoantes. 
O i se pronuncia com os lábios retraídos (signo -) e articulação dianteira; o u com os lábios arredondados (sinal º) e articulação posterior, u com a posição dos lábios de u e articulação de i.
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2.2.3 Classificação dos sons conforme sua articulação bucal
F – Abertura 5 (e, o, ö)
A articulação corresponde a de i, u, u. As vogais nasalizadas são frequentes: e, õ, o. As formas surdas são o h aspirado de he, ho, hö.
G – Abertura 6 (a) Abertura máxima que tem uma forma nasalizada um pouco mais fechada, certamente ã e uma forma surda o h de ha.
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2.2 Capítulo II – O fonema na cadeia falada(p. 62-78)
2.2.1 Necessidade de estudar os sons da cadeia falada
A ciência dos sons não adquire valor enquanto dois ou mais elementos não se achem implicados numa relação de dependência interna
Um grupo binário implica certo número elementos mecânicos e acústicos que se condicionam reciprocamente; quando um varia, essa variação tem, sobre os outros, uma repercussão necessária, que poderá ser calculada.
AULA 2
2.2.2 A implosão e a explosão
Partimos de uma observação fundamental: quando se pronuncia um grupo Ap pa, percebe-se uma diferença entre os dois p p, dos quais o primeiro corresponde a um fechamento e o segundo a uma abertura.
Chamou-se implosão ao fechamento e explosão à abertura; 
Um p pode ser chamado de implosivo ou explosivo. 
No mesmo sentido, pode-se fala de sons que se fecham ou se abrem.
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2.2.3 Combinações diversas de explosões e implosões na cadeia
1º Grupo explosivo-implosivo (<>)
Há sempre a possibilidade de sem romper a cadeia falada unir dois fonemas o primeiro dos quais é explosivo e o segundo implosivo.
2º Grupo implosivo-explosivo (><)
Não existe impossibilidade de unir dois fonemas, o primeiro dos quais é implosivo e outro explosivo.
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2.2.3 Combinações diversas de explosões e implosões na cadeia
3º Elo explosivo (<<). 
Duas explosões podem produzir-se consecutivamente; sem a segunda, porém pertencer a um fonema de abertura menor ou igual, não se terá a sensação acústica de unidade que se perceberá no caso contrário e que apresentam os dois casos anteriores.
4º Elo implosivo (>>) 
É regido pela lei inversa. Desde que um fonema seja mais aberto que o seguinte, tem-se a impressão de continuidade; se essa condição não for satisfeita, se o fonema seguinte for mais aberto ou tiver a mesma abertura precedente, a pronúncia continuará a ser possível, mas a impressão de continuidade desaparecerá.
AULA 2
2.2.4 Limite de sílaba e ponto vocálico
Se numa cadeia de sons se passa de uma implosão a uma explosão (>|<) obtém-se um efeito particular que é o índice da fronteira de sílaba. 
No ponto em que se passa do silêncio a uma primeira implosão (>) ou de uma explosão a uma implosão (<>) o som onde se produz essa primeira implosão distingue-se dos sons vizinhos por um efeito próprio, que é o efeito vocálico. 
O som que dá essa impressão pelo seu caráter de primeiro implosivo, pode ser chamado de ponto vocálico.
AULA 2
2.2.5 Crítica às teorias de silabação
1º Notando que alguns fonemas são mais sonoros que outros, procurou-se repousar a sílaba na sonoridade dos fonemas.
2º Um som classificado entre as vogais pode não dar a impressão de vogal. 
Pela análise da sílaba tal qual se apresenta na cadeia, obtivemos a unidade irredutível, o som que se abre ou que se fecha, a seguir, combinando estas unidades, chegamos a definir o limite de sílaba e o ponto vocálico. 
AULA 2
2.2.6 Duração da implosão e da explosão
A primeira é sempre tão rápida que se torna uma quantidade irracional para o ouvido; por isso, ela jamais dá a impressão vocálica. 
Somente a implosão pode ser percebida: daí a impressão de que nos demoramos mais na vogal com que a inicia.
AULA 2
2.2.7 Os fonemas de quarta abertura. O ditongo. Questões de grafia.
O uso consagrou para aqueles (fonemas de quarta abertura) uma dupla grafia (w = u; u = u; y = i; i = i). 
Um ditongo é um elo implosivo de dois fonemas, o segundo dos quais é relativamente aberto, donde uma impressão acústica particular: dir-se-ia que a soante continua no segundo elemento do grupo.
AULA 2
3 PRIMEIRA PARTE: PRINCÍPIOS GERAIS
AULA 2
Capítulo I - Natureza do Signo Linguístico (p. 105-110)
3.1.1 Signo, significado, significante
AULA 2
SIGNIFICANTE
SIGNIFICADO
Capítulo I - Natureza do Signo Linguístico (p. 105-110)
A unidade linguística é uma coisa dupla, constituída da união de outros termos. 
O signo linguístico une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica. 
A imagem acústica é por excelência a representação natural da palavra enquanto fato de língua virtual, fora de toda a realização da fala.
O signo linguístico é uma entidade psíquica de duas faces, que pode ser representada por dois elementos intimamente unidos e um reclama o outro: conceito e imagem acústica.
AULA 2
Capítulo I - Natureza do Signo Linguístico (p. 105-110)
Duas características primordiais: 
A arbitrariedade do signo 
Caráter linear do significante
AULA 2
3.1.2 Primeiro princípio: a arbitrariedade do signo
O laço que une o significante e o significado é arbitrário. 
Podemos dizer mais simplesmente: o signo linguístico é arbitrário.
A ideia de “mar” não está ligada por relação alguma interior a sequência de sons m-a-r que lhe serve de significante; 
Poderia ser representada igualmente bem por outra sequência, não importa qual.
AULA 2
3.1.2 Primeiro princípio: a arbitrariedade do signo
A palavra “arbitrário” não deve dar a ideia de que o significado dependa da livre escolha do que fala, queremos dizer que o significante é imotivado, isto é, arbitrário em relação ao significado, com o qual não se tem laço natural na realidade.
AULA 2
3.1.3 Segundo princípio: caráter linear do significante
O significante sendo de natureza auditiva desenvolve-se no tempo, unicamente, e tem as características que toma do tempo: 
representa uma extensão 
essa extensão é mensurável em uma só dimensão: é uma linha.
AULA 2
3.1.3 Segundo princípio: caráter linear do significante
Os significantes acústicos dispõem apenas da linha do tempo; 
Seus elementos se apresentam um após o outro; 
Formam uma cadeia. 
Esse caráter aparece imediatamente quando os representamos pela escrita e substituímos a sucessão do tempo pela linha espacial dos signos gráficos.
AULA 2
3.2 Capítulo II – Imutabilidade e Mutabilidade do Signo (p. 111-119)
3.2.1 Imutabilidade 
O significante com relação à comunidade linguística é imposto. 
Nunca se consulta a massa social, nem o significante escolhido pela língua poderia ser substituído por outro. 
O indivíduo não seria capaz, se quisesse, de modificar em qualquer ponto a escolha feita, como também a própria massa não pode exercer sua soberania sobre uma única palavra: está atada a língua tal qual é. 
O signo linguístico escapa a nossa vontade. 
AULA 2
3.2 Capítulo II – Imutabilidade e Mutabilidade do Signo (p. 111-119)
Mas dizer que a língua é uma herança não explica nada. 
Como se transmitem as instituições? 
A) o caráter arbitrário do signo – a própria arbitrariedade do signo põe a língua ao abrigo de toda tentativa que vise modificá-la. 
B) a multidão de signos necessários a qualquer língua – um sistema de escrita composto de vinte a quarenta letras pode, a rigor ser substituído por outro, mas os signos linguísticos são inumeráveis; 
C) o caráter demasiado complexo do sistema – uma língua constitui um sistema. 
AULA 2
3.2 Capítulo II – Imutabilidade e Mutabilidade do Signo (p. 111-119)
D) a resistência da inércia coletiva à toda renovação Linguística, A língua, de todas as instituições sociais é a que oferece menos oportunidades às iniciativas. 
Se a língua tem um caráter de fixidez, não é somente porque está ligada ao peso da coletividade, mas também porque está situada no tempo. Justamente porque o signo é arbitrário, não conhece outra lei senão a da tradição, e é por basear-se na tradição que pode ser arbitrário.
AULA 2
3.2.2 Mutabilidade
O tempo, que assegura a continuidade da língua tem outro efeito: o de alterar mais ou menos rapidamente os signos linguísticos e, em certo sentido pode-se falar, ao mesmo tempo, da imutabilidade e da mutabilidade do signo. 
Sejam quais forem os fatores de alteração, quer funcionem isoladamente ou combinados, levam sempre a um deslocamento da relação entre o significado e o significante. 
AULA 2
3.2.2 Mutabilidade
Uma língua é radicalmente incapaz de se defender dos fatores que deslocam, de minuto a minuto, a relação entre o significado e o significante. 
É uma das consequênciasda arbitrariedade do signo. 
Os fatores que representam a linguagem são; a língua e a fala. 
A língua é para a linguagem menos a fala. (Língua = Linguagem + Fala) 
AULA 2
3.2.2 Mutabilidade
A língua é o conjunto dos hábitos linguísticos que permitem a uma pessoa compreender e fazer-se compreender. 
Em nenhum momento a língua existe fora do fato social, é um dos seus caracteres internos, sua definição completa nos coloca diante de duas coisas inseparáveis: a língua e a massa falante. 
Outro aspecto a considerar é que fora do tempo, a realidade linguística não é completa e nenhuma conclusão se faz possível. 
Para estar na realidade é preciso, então acrescentar a língua e a fala, o tempo. 
AULA 2
3.3 Capítulo III: A Linguística Estática e a Linguística Evolutiva (p. 120-142)
3.3.1 Dualidade interna de todas as ciências que operam com valores
Poucos linguistas percebem que a intervenção do fator tempo é de molde a criar, para a Linguística, dificuldades particulares, e que ela lhes coloca a ciência frente a duas rotas absolutamente divergentes. 
A língua constitui um sistema de valores puros que nada determina fora do estado momentâneo de seus termos.
AULA 2
Dois eixos:
Linguística Estática ou Linguística Sincrônica (AB)
Linguística Evolutiva ou Linguística Diacrônica (CD)
AULA 2
3.3.2 A dualidade interna e a História da Linguística
A primeira coisa que surpreende, quando se estudam os fatos da língua é que, para o indivíduo falante, a sucessão deles no tempo não existe: ele se acha diante de um estado. 
O linguista que queira compreender esse estado deve ignorar a diacronia. 
Ele só pode penetrar nas consciências dos indivíduos que falam suprimindo o passado. 
AULA 2
3.3.2 A dualidade interna e a História da Linguística
A linguística moderna se absorve inteiramente da diacronia. 
A gramática comparada do indo-europeu utiliza os dados que tem em mãos para reconstituir hipoteticamente um tipo de língua antecedente; a comparação é, para ela, apenas um meio de reconstruir o passado. 
AULA 2
3.3.3 A dualidade externa ilustrada com exemplos.
A oposição entre dois pontos de vista – sincrônico e diacrônico – é absoluta.
A relação entre um singular e um plural, sejam quais forem as formas, pode exprimir-se, a cada momento por meio de um eixo horizontal e os fatos quaisquer que provocaram a passagem de uma forma à outra serão situadas no eixo vertical.
Os fatos sincrônicos, não tendem sequer a alterar o sistema. 
O sistema nunca se modifica diretamente em si, é imutável. 
AULA 2
3.3.3 A dualidade externa ilustrada com exemplos.
Os fatos pertencentes a séries diacrônicas não são de nenhum modo pertencentes a séries sincrônicas, o fato de sincronia é sempre significativo e o fato diacrônico não interessa mais de que um termo e para que uma nova forma apareça é necessário que a antiga lhe ceda o lugar. 
A língua é um sistema do qual todas as partes podem e devem ser consideradas em sua solidariedade sincrônica.
AULA 2
3.3.4 A diferença entre as duas ordens ilustrada por comparações
Há simultaneamente uma autonomia e uma interdependência dos elementos sincrônicos e do diacrônicos.
Comparando a Linguística a um jogo de xadrez: 
Uma posição de jogo = um estado da língua 
O valor de cada peça depende de sua posição no tabuleiro = na língua cada termo tem seu valor pela posição em relação aos outros.
O sistema não é mais que momentâneo, varia de uma posição à outra e dependem de uma convenção imutável (É indiferente verificar o jogo desde o início, pois cada momento poderia advir de um número ilimitado de opções) 
AULA 2
3.3.5 As duas Linguísticas opostas em seus métodos e em seus princípios
A oposição entre o diacrônico e o sincrônico se manifesta em todos os pontos. 
O aspecto sincrônico prevalece sobre o outro, pois, para a massa falante, ele constitui a verdadeira e única realidade. 
Se o linguista se coloca na perspectiva diacrônica não é mais a língua o que se percebe, mas uma série de acontecimentos que as modificam.
AULA 2
3.3.5 As duas Linguísticas opostas em seus métodos e em seus princípios
Os métodos sincrônicos e diacrônicos diferem de dois modos: 
A) a sincronia conhece somente uma perspectiva: a das pessoas que falam. A linguística diacrônica distingue duas perspectivas: uma prospectiva que acompanha o curso do tempo e uma retrospectiva que faça o mesmo em sentido contrário.
B) o limite dos campos – o estudo sincrônico tem por objeto, somente os estudos do fato correspondente em cada língua. A linguística diacrônica analisa a substituição de um elemento por outro no tempo, um acontecimento que gera vários idiomas.
AULA 2
3.3.6 Lei sincrônica e Lei diacrônica
Toda lei social apresenta duas características fundamentais: é imperativa e é geral. 
A lei sincrônica é geral, mas não é imperativa. Se se fala de Lei em sincronia, é no sentido de ordem de princípio de regularidade. 
A diacronia supõe um fator dinâmico pelo qual um efeito é produzido, uma coisa é executada. O caráter imperativo (que não tem discussão) é sua marca e não há regras, sempre tem um caráter acidental e particular.
Em resumo: os fatos sincrônicos apresentam uma regularidade mas não tem nenhum caráter imperativo; os fatos diacrônicos, ao contrário se impõem à língua, mas nada mais tem de geral.
AULA 2
3.3.7 Existe um ponto de vista pancrônico?
Em Linguística existem regras que sobrevivem a todos os acontecimentos, como a própria regra da mutabilidade. 
Entretanto, as transformações não existem senão diacronicamente. 
Este é o critério pelo qual se pode conhecer o que é língua e o que não é. O ponto de vista pancrônico não alcança jamais os fatos particulares da língua.
AULA 2
3.3.8 Consequências da confusão entre sincrônico e diacrônico.
Dois casos podem se apresentar: 
a verdade sincrônica parece ser a negação da verdade diacrônica, mas uma não exclui a outra. 
a verdade sincrônica concorda de tal modo com a realidade diacrônica que se costuma confundi-las ou julgar supérfluo desdobrá-las. 
AULA 2
3.3.9 Conclusões
Foi necessário primeiro, escolher entre a língua e a fala; agora estamos entre a diacronia e a sincronia. 
Tudo quanto seja diacrônico na língua, não o é senão pela fala. 
É na fala que se acha o germe de todas as modificações: cada uma delas é lançada, a princípio, por certo número de indivíduos antes de entrar em uso. 
Mas, todas as inovações da fala não têm o mesmo êxito quando permanecem individuais. O uso coletivo é que nos interessa pois constitui o campo da língua. 
AULA 2
3.3.9 Conclusões
A inovação da fala constitui-se de dois momentos distintos: 
A) quando surge entre os indivíduos 
B) quando foi adotada pela comunidade e se tornou língua.
AULA 2
4 SEGUNDA PARTE: 
LINGUÍSTICA SINCRÔNICA
AULA 2
4.1 Capítulo I – Generalidades (p. 145-146)
O objeto da Linguística sincrônica geral é estabelecer os princípios fundamentais de todo sistema idiossincrônico, os fatores constitutivos de todo estado de língua.
As propriedades gerais do signo podem ser consideradas como parte integrante da sincronia, a ela pertence tudo o que se chama “gramática geral”. 
AULA 2
4.1 Capítulo I – Generalidades (p. 145-146)
Na prática, um estado de língua é um espaço de tempo, mais ou menos longo, durante o qual a soma de modificações ocorridas é mínima. De duas línguas coexistentes num mesmo período, uma pode evoluir muito e outra quase nada; neste último caso, o estudo será sincrônico, no outro, diacrônico.
AULA 2
4.2 Capítulo II – 
As entidades concretas da língua (p. 147-152)
4.2.1 Entidades e Unidades: Definições
Os signos de que a língua se compõe são objetos reais; 
São deles e de suas relações que a Linguística se ocupa; 
Podem ser chamados entidades concretas da Linguística.
AULA 2
4.2 Capítulo II – 
As entidades concretas da língua (p. 147-152)
Dois princípios dominam toda a questão: 
O signo só existe pela associação do significante e do significado; Se se retiver apenas um desses elementos, em lugarde um objeto concreto, tem-se pura abstração; 
A unidade de um signo não tem nenhum caráter fônico especial e a sua definição é: uma porção de sonoridade que, com exclusão do que precede e do que segue na cadeia falada, é significante de um certo conceito. 
AULA 2
4.2.2 Método de delimitação
Colocar a pessoa no plano da fala, tomada como documento da língua, e em representá-la por duas cadeias paralelas: a dos conceitos e a das imagens acústicas.
Uma delimitação correta exige que as divisões estabelecidas na cadeia acústica correspondam à cadeia dos conceitos. 
AULA 2
4.2.3 Dificuldades práticas da delimitação
As unidades a serem deslindadas são as palavras, visto que uma frase é uma combinação de palavras. 
Muitas palavras são unidades complexas, nas quais é fácil distinguir subunidades (sufixos, prefixos, radicais). 
Existem unidades maiores que as palavras (compostos, locuções, formas de flexão verbal etc.). 
É dificílimo desenredar, numa cadeia fônica, o jogo das unidades nela contidas e dizer sobre quais elementos concretos uma língua opera.
AULA 2
4.2.4 Conclusão
A língua apresenta, pois, este caráter estranho e surpreendente de não oferecer entidades perceptíveis à primeira vista, sem que se possa duvidar, entretanto, de que existam e que é seu jogo que a constitui. 
Trata-se, sem dúvida, de um traço que a distingue de todas as outras instituições semiológicas.
AULA 2
4.3 Capítulo III – Identidades, Realidades, Valores (p. 153-157)
O Que é uma identidade sincrônica? 
Identidade aqui será tratada em virtude da qual declaramos que duas frases contem o mesmo elemento. 
“Eu não sei” e “Não diga isso” – o termo “NÃO” apresenta o mesmo valor.
Há identidade porque nas duas frases a mesma porção de sonoridade está investida da mesma significação. 
Diferente de: “Adotar uma moda” e “Adotar uma criança” – O termo “ADOTAR” apresenta um valor diferente.
AULA 2
4.4 Capítulo IV – O Valor Linguístico (p. 158-170)
4.4.1 A língua como pensamento organizado na matéria fônica
Para compreender por que a língua não pode ser senão um sistema de valores puros, basta considerar os dois elementos que entram em jogo no seu funcionamento: as ideias e os sons.
Filósofos e linguistas concordam que sem o recurso dos signos seríamos incapazes de distinguir duas idéias de modo claro e constante. 
A substância fônica é uma matéria plástica que se divide em partes distintas para fornecer os significantes dos quais o pensamento tem necessidade. 
AULA 2
4.4 Capítulo IV – O Valor Linguístico (p. 158-170)
O papel característico da língua frente ao pensamento é servir de intermediário entre o pensamento e o som, em condições tais que uma união conduza a delimitações recíprocas de unidades.
AULA 2
4.4.2 O valor linguístico considerado em seu aspecto conceitual
Tudo se passa entre a imagem auditiva e o conceito, nos limites da palavra considerada como um domínio fechado existente por si próprio.
Eis o aspecto paradoxal da questão: de um lado, o conceito nos aparece como a contraparte da imagem auditiva no interior do signo, e, de outro, este mesmo signo é também, e de igual modo, a contraparte dos outros signos da língua. 
Mesmo fora da língua, todos os valores parecem estar regidos por esse princípio paradoxal. 
AULA 2
4.4.2 O valor linguístico considerado em seu aspecto conceitual
Eles são sempre constituídos: 
por uma coisa dessemelhante, suscetível de ser trocada por outra cujo valor resta determinar; 
por coisas semelhantes que se podem comparar com aquela cujo valor está em causa. Esses dois fatores são necessários para a existência de um valor.
AULA 2
4.4.3 O valor linguístico considerado em seu aspecto material
Se a parte conceitual do valor é constituída unicamente por relações e diferenças com os outros termos da língua, pode-se dizer o mesmo de sua parte material. 
O que importa na palavra não é o som em si, mas as diferenças fônicas que permitem distinguir essa palavra de todas as outras, pois são elas que levam a significação. 
O significante linguístico, em sua essência, não é de modo algum fônico: é incorpóreo, constituído unicamente pelas diferenças que separam sua imagem acústica de todas as outras. 
AULA 2
4.4.3 O valor linguístico considerado em seu aspecto material
Os fonemas são, antes de tudo, entidades opositivas, relativas e negativas.
Os signos da escrita são arbitrários; 
O valor das letras é puramente negativo e diferencial; 
Os valores da escrita só funcionam pela sua oposição recíproca dentro de um sistema definido, composto de um número determinado de letras; 
O meio de produção do signo é totalmente indiferente, pois não importa ao sistema.
AULA 2
4.4.4 O signo considerado na sua totalidade
Tudo o que precede equivale a dizer que na língua só existem diferenças.
Quer se considere o significado, quer o significante, a língua comporta somente diferenças conceituais e diferenças fônicas resultantes deste sistema.
Mas dizer que na língua tudo é negativo só é verdade em relação ao significante e ao significado tomados separadamente: desde que consideremos o signo em sua totalidade, achamo-nos perante uma coisa positiva em sua ordem. 
AULA 2
4.4.4 O signo considerado na sua totalidade
Um sistema linguístico é uma série de diferenças de ideias, mas essa confrontação de um certo número de signos acústicos com outras tantas divisões feitas na massa do pensamento engendra um sistema de valores e é assim que se constitui o vínculo efetivo entre os elementos fônicos e psíquicos, no interior de cada signo. 
4.5 Capítulo V – Relações Sintagmáticas e Relações Associativas (p. 171-175)
4.5.1 Definições
As relações e as diferenças entre termos linguísticos se desenvolvem em duas esferas distintas. 
No discurso, os termos estabelecem entre si relações baseadas no caráter linear da língua, que exclui a possibilidade de pronunciar dois elementos ao mesmo tempo (sintagmas).
Por outro lado, fora do discurso, as palavras que oferecem algo de comum se associam na memória e assim se formam grupos dentro dos quais imperam relações muito diversas (relações associativas). 
AULA 2
4.5.2 As relações sintagmáticas
A noção de sintagma se aplica não só às palavras, mas aos grupos de palavras, às unidades complexas de toda dimensão e de toda espécie.
Não basta considerar a relação que une entre si as diversas partes de um sintagma; cumpre também levar em conta a que liga o todo com as diversas partes. 
AULA 2
4.5.3 As relações associativas
Os grupos formados por associação mental não se limitam a aproximar os termos que apresentem algo em comum, o espírito capta também a natureza das relações que os unem em cada caso e cria com isso tantas séries associativas quantas relações diversas existam. 
Enquanto um sintagma suscita em seguida a ideia de uma ordem de sucessão e de um número determinado de elementos, os termos de uma família associativa não se apresentam nem em número definido nem numa ordem determinada. 
Entretanto, desses dois caracteres da serie associativa, ordem indeterminada e número indefinido, somente o primeiro se verifica sempre, o segundo pode faltar.
AULA 2
4.6 Capítulo VI – Mecanismo da Língua (p. 176-182)
4.6.1 As solidariedades sintagmáticas
O conjunto de diferenças fônicas e conceituais que constitui a língua resulta de duas espécies de comparações: as aproximações são ora associativas, ora sintagmáticas;
Chama-nos a atenção nessa organização as suas solidariedades sintagmáticas: quase todas as unidades da língua dependem seja do que as rodeia na cadeia falada, seja das partes sucessivas de que elas próprias se compõem. 
O todo vale pelas suas partes, as partes valem também em virtude de seu lugar no todo, e eis porque a relação sintagmática da parte com o todo é tão importante quanto a das partes entre si.
AULA 2
4.6.2 Funcionamento simultâneo de duas formas de agrupamentos
Entre os agrupamentos sintáticos assim constituídos, a coordenação no espaço contribui para criar coordenações associativas, eestas, por sua vez, são necessárias para a análise das partes do sintagma. 
Nossa memória tem de reserva todos os tipos de sintagmas mais ou menos complexos, de qualquer espécie ou extensão que possam ser, e no momento de empregá-los, fazemos intervir os grupos associativos para fixar nossa escolha.
AULA 2
4.6.3 O arbitrário absoluto e o arbitrário relativo
O princípio fundamental da arbitrariedade do signo não impede distinguir, em cada língua, o que é radicalmente arbitrário, imotivado, daquilo que só o é relativamente.
Apenas uma parte dos signos é absolutamente arbitrária; em outras, intervém um fenômeno que permite reconhecer graus no arbitrário sem suprimi-lo: o signo pode ser relativamente motivado. 
AULA 2
4.6.3 O arbitrário absoluto e o arbitrário relativo
Os diversos idiomas encerram sempre elementos das duas ordens – radicalmente arbitrários e relativamente motivados –, mas em proporções as mais variáveis. 
Num certo sentido poder-se-ia dizer que as línguas em que a imotivação atinge o máximo são mais lexicológicas, e aquelas em que se reduz ao mínimo, mais gramaticais.
4.7 Capítulo VII – A Gramática e suas Subdivisões (p. 183-186)
4.7.1 Definições: divisões tradicionais
A Linguística estática ou descrição de um estado de língua pode ser chamada de Gramática;
A Gramática estuda a língua como um sistema de meios de expressão. 
É a morfologia e a sintaxe reunidas que se convencionou chamar de Gramática.
AULA 2
4.7.2 Divisões racionais
A interpenetração da morfologia, da sintaxe e da lexicologia se explica pela natureza, no fundo idêntica, de todos os fatos de sincronia. 
Não pode haver entre eles nenhum limite traçado de antemão. 
Tudo o que compõe um estado de língua pode ser reduzido a uma teoria dos sintagmas e a uma teoria das associações. 
Nem todos os fatos da sintagmática se classificam na sintaxe, mas todos os fatos da sintaxe pertencem à sintagmática.
AULA 2
4.8 Capítulo VIII - Papel das entidades abstratas em Gramática (p. 187-189)
Associar duas formas não é somente sentir que elas oferecem algo de comum; é também distinguir a natureza das relações que regem as associações. 
A soma das classificações conscientes e metódicas feita pelo gramático que estuda um estado de língua sem fazer intervir a história deve coincidir com a soma das associações, conscientes ou não, postas em jogo na fala. 
São elas que fixam em nosso espírito as famílias de palavras, os paradigmas de flexão, os elementos formativos: radicais, sufixos, desinências etc. 
AULA 2
5 TERCEIRA PARTE: LINGUÍSTICA DIACRÔNICA
AULA 2
5.1 Capítulo I – Generalidades (p. 193-196)
A linguística diacrônica estuda as relações entre termos sucessivos que substituem uns aos outros no tempo. 
Esta mudança pode variar de rapidez e intensidade, mas ocorrerá já que a língua não tem imobilidade absoluta. 
A fonética é o primeiro objeto da língua diacrônica: a evolução dos sons, comparar grupos de fonemas, estabelecer uma diacronia. 
Para fazer a história dos sons de uma palavra, pode-se ignorar o significado. 
O diacrônico equivale ao não-gramatical, o sincrônico ao gramatical.
Estudar-se-á as mudanças fonéticas no domínio diacrônico e as consequências que dela resultam no domínio sincrônico. 
AULA 2
5.2 Capítulo II – As mudanças fonéticas (p. 197-207)
5.2.1 Sua regularidade absoluta
A mudança fonética altera os sons, a transformação é dada em nível de fonema. 
A regularidade está na transformação idêntica de todas as palavras com o fonema em questão.
AULA 2
5.2.2 Condições das mudanças fonéticas
Os fenômenos fonéticos estão ligados a condições determinadas, ou seja, não é a espécie fonológica que se transforma, mas o fonema, tal qual se apresenta em contextos distintos e etc.
Há os fenômenos fonéticos espontâneos, produzidos por causa interna, e os combinatórios, resultam da presença de vários fonemas. 
5.2.3 Questões de método
Se os métodos de investigação não levarem em conta as distinções precedentes, haverá confusões na classificação das transformações fonéticas combinatórias e espontâneas. 
O erro mais grave que pode ocorrer consiste em formular uma lei fonética no presente, sem levar em conta os fatos que nasceram e morreram para aquela transformação.
AULA 2
5.2.4 Causas das mudanças fonéticas
Várias predisposições foram feitas em relação as mudanças fonéticas sem, contudo, deixar o assunto mais claro.
As raças teriam predisposições a realizar mudanças fonéticas?
As adaptações do solo e clima trariam mudanças na fonética?
Os fonemas mais cômodos de serem pronunciados acabaram persistindo sobre os mais complexos?
As mudanças de pronunciação se dão na educação fonética das crianças?
AULA 2
5.2.4 Causas das mudanças fonéticas
A instabilidade política de uma nação poderia causar uma instabilidade linguística? O equilíbrio político retarda a evolução da língua?
A hipótese de alteração linguística por uma absolvição de uma população indígena pelos invasores?
Haveria mudanças fonéticas em consonância as mudanças na moda e através de leis da imitação da psicologia?
5.2.5 A ação das mudanças fonéticas é ilimitada
Avaliando os efeitos dessas mudanças, percebe-se que se torna impossível prever onde elas se deterão. 
Tal caráter tem a ver com a arbitrariedade do signo linguístico. 
O fenômeno fonético é ilimitado e incalculável, no sentido em que afeta qualquer espécie de signo (adjetivo, substantivo, radical, sufixo e etc.).
AULA 2
5.3 Capítulo III – Consequências gramaticais da evolução fonética (p.208-216)
5.3.1 Ruptura do vínculo gramatical
O fenômeno fonético rompe, como primeira consequência de sua ação, com o vinculo gramatical existente entre dois termos. 
Uma palavra deixa de ser sentida como derivada de outra, ou seja, rompe com a relação normal que existia entre as formas flexionadas de uma mesma palavra.
AULA 2
5.3.2 Obliteração da composição das palavras
Outro efeito do fenômeno fonético consiste em que suas partes, antes analisáveis separadamente, como elementos que lhe dão valor, passam a formar um todo indivisível.
5.3.3 Não existem parelhas fonéticas
Um mesmo elemento não pode ser submetido simultaneamente e num mesmo a duas transformações diferentes. 
De fato não se registram parelhas fonéticas em parte alguma. 
A evolução dos sons não faz mais que acentuar as diferenças existentes antes delas.
AULA 2
5.3.4 A alternância
Ou seja, a alternância é uma correspondência entre dois sons ou grupos de sons determinados, que se permutam regularmente entre duas séries de formas coexistentes.
5.3.5. As leis da alternância
A alternância está distribuída entre diversos termos de maneira regular, podendo-se falar de leis gramaticais de alternância.
AULA 2
5.3.6 A alternância e o vínculo gramatical.
A evolução fonética muda as formas das palavras e rompe vínculos gramaticais que antes existiam. Já com a alternância, isto não ocorre.
AULA 2
5.4 Capítulo IV – A analogia (p. 217- 225)
5.4.1 Definição e exemplos
Os fenômenos fonéticos são perturbações, que hora criam alternância e hora afrouxam as relações com os vínculos gramaticais existentes. 
A analogia contrabalanceia esse efeito. É dela que surge as modificações normais do aspecto exterior das palavras. 
A analogia exerce-se em favor da regularidade e tende a unificar os processos de formação e flexão.
AULA 2
5.4.2 Os fenômenos analógicos não são mudanças
Estes fenômenos não se tratam de falsas analogias, mas um grande fator de evolução das línguas, pelo qual as palavras passam de um estágio de organização para outro.
Faz com que não ocorra a utilização de dois significantes para uma só ideia.
5.4.3 A analogia, princípio das criações da língua
A analogia é de ordem psicológica e gramatical, já que supõe uma consciência e a compreensão de uma relação que une formas entre si. 
A analogia, considerada em si mesma, é um aspecto do fenômeno de interpretação, uma manifestação da atividade geral que distingue as unidades para utilizá-las em seguida.
AULA 25.5 Capítulo V – Analogia e Evolução (226-231)
5.5.1 Como uma inovação analógica entra na língua
Nada entra na língua sem antes ter sido experimentado na fala, e todos os fenômenos evolutivos tem sua raiz na esfera do individuo. 
A toda hora, porém, encontraremos combinações sem futuro, realizadas pelos indivíduos como as crianças e que a língua não adotará.
AULA 2
5.5.2 As inovações analógicas, sintomas de mudança de interpretação
As mudanças fonéticas cumprem o papel de ameaçar o processo de análise, interpretação e decomposição das unidades verificadas pela língua. 
A analogia e a aglutinação, reduzir a unidade um composto de elementos fonéticos, também cumprem essa ameaça. 
Porém a analogia cumpre o papel também de substituir antigas formações, elementos caducos na língua, sendo também um importante fator de evolução.
AULA 2
5.5.3 A analogia, princípio de renovação e conservação
Expressando-se sobre a analogia, podemos dizer que a língua é um traje coberto de remendos feito com seu próprio tecido.
Uma imensa quantidade de palavras constituem material para a combinação de novos elementos fônicos, arrancando as formas mais antigas. 
Há ainda formas sobre as quais a analogia não tem nenhum poder como os nomes próprios, de lugares que não permitem análise e consequente reinterpretação de seus elementos.
AULA 2
5.6 Capítulo VI – A etimologia popular (232-234)
Varias vezes acontece de o falante estropiar a palavra, deformá-la tentando aproximar o termo desconhecido utilizado por um mais comum, esta é a etimologia popular.
Existem vezes que a nova interpretação não muda as formas das palavras relacionada para compreender o fato desconhecido e outras vezes que se deforma a palavra por completo buscando relacioná-la com outra conhecida. 
Relaciona-se com a analogia em determinado contexto, mas esta última pressupõe esquecimento da palavra anteriormente utilizada.
AULA 2
5.7 Capítulo VII – A aglutinação (235-238)
5.7.1 Definição
A aglutinação consiste em dois ou mais termos originalmente distintos, mas que se encontram frequentemente no seio de uma frase, se soldem e passem a formar uma unidade absoluta e difícil de ser analisada.
AULA 2
5.7.2 Aglutinação e analogia
Há grandes diferenças como: enquanto a aglutinação partes se confundem numa síntese, na analogia parte-se de uma unidade inferior para uma superior; 
A primeira age a nível sintagmático e a segunda faz apelos associativos tantos as séries quanto aos sintagmas.
Na aglutinação não há elemento ativo, apenas justaposição; na analogia tem-se uma intencionalidade para varrer elementos caducos.
AULA 2
5.8 Capítulo VIII – Unidades, identidades e realidades diacrônicas (p. 239-242)
A linguística opera comunidades que existem segundo encadeamento sincrônico. 
A alteração do signo, nesta perspectiva, é um deslocamento da relação significante e significado. 
Assim, em se tratando de uma identidade diacrônica, o linguista deve se certificar que está operando com pares relacionados que possuem uma relação de uma época à outra.
AULA 2
6 QUARTA PARTE: LINGUÍSTICA GEOGRÁFICA
AULA 2
6.1 Capítulo I – Da diversidade das línguas (p. 253-255)
O estudo das línguas mostra diversidades que se apresentam no comparativo de uma nação a outra e até mesmo de um distrito a outro. 
As divergências do tempo podem escapar aos observadores comuns (usuários da língua), mas as divergência de espaço são bem marcantes e isto permite que um povo tome consciência de seu idioma (a sua língua que de tanto ser usada tornou-se hábito).
Cada povo crê na superioridade de seu idioma e sente-se mais seguro de falá-lo em comparativo com uma língua estrangeira, na qual é considerado um falante incapaz. 
AULA 2
6.2 Capítulo II – Complicações da diversidade geográfica (p. 256-259)
6.2.1 Coexistência de várias línguas num mesmo ponto
A separação geográfica, idealmente, é sempre o fator mais geral que marca as diversidades das línguas. 
Quando surge a mescla entre nações e consequentemente de elementos de seu idioma, percebe-se que nem sempre as duas formas se encontram mescladas de forma absoluta, convivem ainda num mesmo espaço geográfico.
AULA 2
6.2.2 Língua literária e idioma local
A unidade linguística de uma região pode também ser modificada, ou destruída, quando um idioma natural sofre a influência de uma língua literária (língua culta, literatura ou oficial). 
Isto ocorre quando um território que possuem diversos dialetos (de raízes comuns) pela constituição de um pais, resolvem adotar um dos dialetos como oficial, os demais tendem a desaparecer, mesmo que língua geral não imponha forçosamente o uso de sua escrita. 
Estes fatos são tão frequentes na história das línguas que poderiam passar como um fenômeno normal.
AULA 2
6.3 Capítulo III – Causas da diversidade geográfica (p.260-269)
6.3.1 O tempo, causa essencial
Analisando pelo fator da diversidade de uma língua se dá mantendo um parentesco com as demais pode analisar melhor suas relações do que considerando esta diversidade absoluta. 
A separação de idiomas, que possuem uma raiz comum, se dá pelas condições de espaço, mas não só isso, devido a projeção do tempo. 
O tempo tem importância maior que o espaço no estudo dos idiomas, podendo-se chegar à análise em determinados períodos e que os idiomas aparentados formavam uma unidade.
AULA 2
6.3.2 A ação do tempo num território contínuo
Mesmo num mesmo território, considera-se que a língua não possui imobilidade, ou seja, não será idêntica a ela mesma com o passar do tempo. 
A evolução não será uniforme em todo território, mas variará com os lugares. 
A evolução da língua assume, primeiramente, formas de sucessivas inovações que se dão de formas diferentes pelo mesmo território. 
Sendo assim pode haver a unificação, graças a inovação de um lugar abarcar os demais (mais raro), mas em geral constituem-se pequenos pólos de diferenciação de um idioma. 
AULA 2
6.3.3 Os dialetos não tem limites naturais.
Percebe-se que num determinado território, tanto quantos forem as subdivisões que existam, criando subáreas, terão, em cada uma dessas localidades dialetos diferentes (considerados linhas isoglossas de um idioma).
6.4.4 As línguas não têm limites naturais
As línguas se constituem no seio de sociedades sedentárias, de território contínuo e os dialetos são transformações que vão ocorrendo nesta língua em determinadas localidades. 
AULA 2
6.4 Capítulo IV – Propagação das ondas linguísticas (p.270-277)
6.4.1 A força do intercurso e o espírito de campanário
Em toda massa humana duas forças agem sem cessar e em oposição uma a outra: o espírito particularista (campanário) e a força de intercurso que cria as comunicações entre os homens. 
Pela primeira temos uma regularidade, a manutenção das tradições em sua comunidade linguística, que criariam particularidade que se projetariam para sempre.
Pela segunda, um espírito agregador dos homens, são destruídas as barreiras da particularidade e estabelece-se com outras comunidades linguísticas formas de interação comuns (o que cria a extensão e a coesão de um a língua). 
AULA 2
6.4 Capítulo IV – Propagação das ondas linguísticas (p.270-277)
Um fato só pode está ligado ao espírito campanário ou a força de intercurso, nunca aos dois elementos juntos. 
Só que se analisarmos uma superfície (um ponto dado de um território) perceberemos que as duas forças estão presentes, em proporções diversas, de um modo que criam uma unicidade que permite configurar as relações entre os territórios de uma nação. 
AULA 2
6.4.3 A diferenciação linguística em territórios separados
Pode ocorrer de uma língua se desenvolver paralelamente em dois territórios separados, como o caso de idiomas implantados em territórios conquistados. 
Eles mantêm o seu parentesco, mas evoluem com o tempo de formas independentes.
AULA 2
7 QUINTA PARTE: QUESTÕES DE L. - RETROSPECTIVA
7.1 CONCLUSÃO (p. 281 – 305) 
7.1.1 As duas perspectivas da Linguística diacrônica
A Linguística sincrônicatrabalha a língua na perspectiva do falante, sendo assim adota um único método, sendo que a descrição sincrônica sempre antecede a diacrônica.
7.1.2 A língua mais antiga e o protótipo
A linguística diacrônica ao analisar a situação histórica de uma língua a partir do indo-europeu, no que se refere às línguas derivadas do latim, faz se necessário considerar todo o percurso histórico que nunca foi interrompido, mas sim transformado.
AULA 2
7.1.3 As reconstruções 
A comparação não tem outro fim que não seja o de ser uma reconstrução, implicando a confrontação de todos os dados capazes de propiciar uma explicação, uma reconstrução de formas.
O objetivo das reconstruções não é, portanto, restituir uma forma por si mesma, mas cristalizar, condensar um conjunto de conclusões que se crêem acertadas, segundo os resultados que foi possível obter a cada momento. 
Dessa forma, o linguista ao utilizar o método retrospectivo remonta o curso dos séculos e reconstitui línguas faladas por certos povos muito antes de sua entrada na História.
AULA 2
7.1.4 O testemunho da língua em Antropologia e em Pré-história 
É entre etnismo e língua que se firma uma relação de reciprocidade, onde o vínculo social tende a criar a comunidade de língua. 
Reciprocamente, no que respeita a questão de unidade étnica, é a língua que cumpre antes de tudo interrogar; seu testemunho prevalece sobre todos os demais.
A língua não é estática e como afirma o autor mencionado perguntar a que tipo de línguas se vincula é esquecer que as línguas evoluem, são dinâmicas.
AULA 2
7.1.5 Famílias de línguas e tipos linguísticos
Nenhuma família pertence, por direito e para sempre, a um tipo linguístico.
As línguas evoluem e formam novas combinações.
AULA 2
REFERÊNCIA
SAUSSURE, Ferdinand de Saussure. Curso de Linguística Geral. 34 ed. São Paulo: Cultrix, 2012.
AULA 2

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