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1 Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia - FAMEVZ Pulverizadores Amanda Gomes Martins Cristiane Daniel Flavia Izabel Godoes Jovane Costa Marcella Machado Thaís Chrusczak Thuanny Alves 2 Sumário Introdução..........................................................................................................3 Função...............................................................................................................10 Classificação......................................................................................................11 Constituição.......................................................................................................17 Regulagem.........................................................................................................31 Manutenção.......................................................................................................42 Referências Bibliográficas.................................................................................44 3 Introdução À medida que os métodos culturais foram se desenvolvendo, e as áreas cultivadas foram se tornando cada vez maiores, a quantidade de produtos químicos utilizada no controle de pragas e doenças das plantas cultivadas foi aumentando. Os defensores do meio ambiente, que lutam por uma agricultura alternativa, sem a utilização de insumos químicos, os tem rotulado de agrotóxicos. Por outro lado, os fabricantes desses insumos os têm chamado de defensivos agrícolas, tirando dessa forma o caráter pejorativo do termo utilizado pelos defensores do meio ambiente. O produto químico responsável pela ação do defensivo ou do pesticida é denominado de principio ativo, sendo levado ao local de ação por meio do veículo. Esta operação é realizada com o auxílio de uma máquina. De qualquer maneira, a posição do técnico, frente à polêmica causada com a utilização de defensivos agrícolas, deve ser sempre uma posição racional, baseada em fatos concretos e cuidadosamente analisados, sem se esquecer que no final o que importa é o bem-estar do ser humano, o qual deve ser obtido com a menor perturbação ao meio ambiente. A escolha da máquina é feita em função do tipo e da extensão da cultura a ser tratada, do local onde a praga ou doença se localiza – no solo, nas folhas, nos caules, nos ramos, nos frutos ou nas sementes – das características do veiculo e da forma que ele é aplicado. O ideal seria uma máquina que aplicasse só o princípio ativo. Entretanto, na maioria dos casos, não se pode distribuir homogeneamente o produto químico na cultura sem um veículo. Este pode ser sólido ou liquido. Entre os sólidos, podem ser utilizados o talco e os granulados, enquanto que entre os líquidos a água é o veiculo mais empregado. Os sólidos são aplicados por polvilhamento ou por granulação e os líquidos por fumigação, por pulverização, por atomização ou por nebulização. Assim, os métodos de aplicação utilizados atualmente podem ser agrupados em aplicações via sólida, via liquida ou via gasosa, em função do estado físico do material a ser aplicado. A água é o veiculo mais utilizado como diluente, na falta deste pode-se empregar a aplicação via sólida. A aplicação via sólida dispensa a diluição pelo usuário, sendo que as formulações estão prontas para o uso, na concentração adequada para o campo. Dependendo da granulometria do material, a aplicação de produtos sólidos pode ser feita em pó e, ou, em aplicação de granulo. Na aplicação de granulados, a dosagem é recomendada em função da área (kg/há), do comprimento (g/há) ou da planta (g/planta). A dosagem em função da área oscila entre 10 a 40 kg/há. Na aplicação líquida, o diluente mais utilizado é a água e as formulações podem ser: pó molhável, suspensão concentrada, pó solúvel, concentrado emulsionável, grânulos dispersíveis em águae solução concentrada. Normalmente a aplicação é feita na forma de gotas (pulverização), filete líquido (rega ou injeção) e gotas muito pequenas formando neblinas (nebulização). A adesividade das partículas liquidas ao alvo é muito 4 mais superior à do pó, bem como a sua tenacidade, o que leva a recomendação de dosagens mais baixas. O sucesso de uma aplicação depende de condições ambientais como a temperatura, a umidade do ar e o vento; do tipo das regulagens e do acionamento da máquina a ser empregada; e da superfície a ser tratada – solo, folha, frutos, sementes, ramos, etc. A utilização de defensivos exige um equipamento adequado cuja escolha deve ser criteriosa. Em geral, um mesmo defensivo pode ser aplicado por mais de um processo e somente o estudo dos vários fatores indicará qual deve ser adotado. Dentre esses fatores temos: Solo. O solo, por se constituir no substrato mais comum para o desenvolvimento das plantas, deve ser considerado quanto aos aspectos de cobertura, topografia e textura. Com relação à cobertura, existem condições onde o solo encontra com um grande número de troncos e tocos, como por exemplo, quando se faz a derrubada manual no preparo inicial do solo. Nestas condições, como se pode facilmente concluir, é impossível o tráfego de máquinas tracionadas por animais ou tratores. Neste caso, a única opção para aplicação são os equipamentos manuais, carregados e operados por uma pessoa. Quando as áreas são muito extensas, pode-se recorrer à aviação agrícola como uma das formas de se fazer a aplicação de defensivos nestas condições. É muito importante a sua topografia, pois é um fator relacionado ao terreno, uma vez que ela limita a escolha técnica e do equipamento a ser utilizado. Em condições de topografia muito acidentada, pode-se tornar inviável aplicação de defensivos com máquinas tratorizadas, uma vez que a estabilidade e, portanto, a segurança da operação, ficam comprometidas. A textura do solo influi na dosagem do produto a ser utilizado. Geralmente em solos argilosos, os quais contém uma quantidade maior de colóides que inibem o principio ativo de alguns defensivos, como herbicidas, as dosagens são maiores que para solos arenosos. Ocorrência de água. Determinadas regiões não possuem água suficiente; e em outras, seu transporte até certos locais, dependendo da extensão da área pode ser um sério problema; Clima. O clima, além de ser um fator limitante para o desenvolvimento de uma cultura, influi diretamente no controle das pragas e moléstias, uma vez que determina as condições ambientais existentes. A pluviosidade, temperatura, umidade relativa e a ocorrência de ventos são alguns dos fatores climáticos a serem considerados. Em condições de alta pluviosidade, desaconselha-se a utilização de polvilhamento no controle de pragas e moléstias, uma vez que o pó aplicado será levado pela água da chuva, comprometendo a eficácia do tratamento realizado. Altas temperaturas associadas a altas umidades relativas, constituem-se em condições propícias ao desenvolvimento de pragas e moléstias. Desta forma, quando o interessado notar a ocorrência dessas condições, deve-se preparar para o eventual controle dessas pragas e moléstias, pelo contínuo monitoramento de sua lavoura. Esse controle pode ser preventivo ou corretivo. A fim de manter a quantidade de defensivo ao mínimo realmente necessário, deve-se, sempre que possível utilizar apenas o controle corretivo, quando se faz a aplicação do defensivo através da verificação da praga ou moléstias.5 Em condições onde há ocorrência de ventos fortes, a aplicação de defensivos, se for realizada, deve ser precedida de maiores cuidados para se evitar o fenômeno da deriva, que consiste no arrastamento das partículas produzidas durante a aplicação, para longe da área onde estas deveriam se depositar; Hospedeiro. O hospedeiro em uma propriedade agrícola é o elemento que será atacado pela doença ou pela praga. Portanto, o hospedeiro pode ser um animal ou um vegetal. Com relação aos vegetais e animais utilizados em uma exploração agrícola, os aspectos mais importantes são a seleção e melhoramento, o conhecimento do ciclo biológico e as características morfológicas e fisiológicas dos animais e vegetais. A seleção e melhoramento são aspectos importantes, pela possibilidade de se aumentar a resistência do hospedeiro a determinadas pragas ou doenças. Os demais aspectos relacionados com o hospedeiro permitem escolher a técnica e o equipamento mais adequados ao controle, podendo-se escolher a periodicidade de aplicação, o defensivo a ser utilizado, a técnica de aplicação e o equipamento a ser utilizado; Patógeno. O patógeno é o elemento considerado praga (insetos, nematoides, ácaros etc.) ou causador de doenças (bactérias, vírus, fungo etc.). Os patógenos são exaustivamente estudados pelas ciências afins (entomologia, nematologia, acarologia, bacteriologia, viriologia, fitopatologia), de forma que, para efeito deste trabalho, apenas o tamanho e amobilidade dos patógenos são considerados. Com relação ao tamanho do patógeno, pode-se encontrar desde os fungos, cujos esporos são medidos em microns, até as lagartas, cujo tamanho pode atingir centímetros. Pode-se supor que é muito mais fácil se atingir uma lagarta com uma técnica de aplicação qualquer, do que um esporo ou uma pequena mancha causada por um fungo em uma folha. O fator mobilidade do patógeno está também intimamente relacionado com o tipo de aplicação a ser utilizado. Assim, se o patógenos tem grande mobilidade, como é o caso da lagarta, a chance dela entrar com o defensivo, mesmo que ele esteja contido em partículas de diferentes tamanhos, espalhadas ao acaso sobre a superfície tratada, é muito maior que quando o patógeno é praticamente imóvel, como no caso da mancha provocada pelo fungo; Principio ativo. É o produto que efetivamente irá controlar o patógeno. Normalmente, os princípios ativos dos defensivos são testados pelos fabricantes e através de instituições oficiais. Ambos podem fornecer as informações sobre o melhor defensivo a ser utilizado para o controle do patógenos, bem como a sua dosagem e técnica de aplicação a ser utilizada. Normalmente o princípio ativo é diluído em algum produto inerte, para se obter a distribuição uniforme do mesmo, sobre a superfície a ser tratada. Existem, porém, alguns produtos, utilizados em aplicações a ultrabaixo volume, que podem ser aplicados na forma pura, em dosagens extremamente baixas que podem chegar ao redor de 0,4 l/há; Veículo. É o material inerte ao qual é misturado o principio ativos, para a aplicação, os veículos podem ser líquidos como a água, óleo etc., ou sólidos, como o talco, gesso, argila etc., ultilizados na forma de pós ou grânulos. De uma maneira geral, pode-se dizer que uma aplicação de defensivo 6 deve procurar utilizar a menor quantidade possível de veículo, uma vez que este é o material inerte, mas tem um custo para o transporte, diluição, aplicação etc. Devido ao fato do veículo sólido na forma de pós apresentar em geral uma densidade diferente do princípio ativo, durante a aplicação há a tendência de ambos se separarem, dificultando a aplicação uniforme do princípio ativo. Aliado a este fato, o pó é menos efetivo no controle dos patógenos, principalmente como já foi citado, em regiões de alta pluviosidade. Por esses motivos, as aplicações de defensivos na forma de polvilhamento têm diminuído muito nos últimos anos; Operador. O operador é o principal fator a ser considerado na aplicação de defensivos agrícolas por diversas razões. A principal delas é que o próprio ser humano é oo elo final da cadeia de produção e utilização de alimentos e fibras. Desta forma, toda e qualquer agressão desnecessárias ao meio ambiente, com a aplicação incorreta de defensivos agrícolas, irão refletir no bem-estar do próprio ser humano. Sendo o operador uma parte integrante de um sistema de aplicação de defensivos agrícolas, deve-se preocupar com a sua adequada instrução no uso e manutenção dos equipamentos, bem como os cuidados no manuseio dos defensivos a serem utilizados para se aumentar a segurança e eficácia e diminuir os riscos da aplicação. A instrução do operador é extremamente importante, não só quanto à correta utilização dos equipamentos, como também do defensivo mais apropriado para o controle do patógeno. A correta recomendação do defensivo inicia-se na seleção do mesmo, restringindo-se a apenas aos produtos autorizados no país e não proibidos no exterior, e no mínimo, nas situações descritas como apropriadas pelos fabricantes e instituições do governo encarregado de licenciá-los; Máquina. É através dela que se faz a aplicação mecanizada dos defensivos. O sucesso do tratamento realizado, medido pelo grau de controle do patógeno, dependerá da regulagem, manutenção e características operacionais da máquina utilizada. Como a maior parte dos defensivos são aplicados, utilizando-se líquidos como veículo, é extremamente importante se conhecer os princípios que podem ser utilizados para a subdivisão dos líquidos em gotas. Todavia, não se deve esquecer que os líquidos a ser aplicado, contendo o princípio ativo, pode ser uma solução, uma suspensão, ou uma emulsão. No princípio de subdivisão através da pressão hidráulica, o liquido a ser subdividido é introduzido sob pressão em um orifício contido na ponta de uma tubulação hidráulica. O processo de formação das gotas difere-se ao se considerar o tipo de orifício encontrado na ponta do bico de pulverização. Qualidade da água. Outro aspecto que pode influenciar a performance dos defensivos agrícolas é a qualidade da água utilizada. Os produtos químicos em geral sofrem influência negativa da água suja, com argila ou matéria orgânica em suspensão. Diversas pesquisas comprovam também que a água alcalina (pH entre 7,0 e 14,0), em geral diminui a eficiência dos produtos. Por exemplo, a acidificação ou a redução do pH para em torno de 4,0 e a utilização de água limpa são práticas que podem aumentar em 10 a 15% a eficiência dos 7 herbicidas. O pH ideal para cada defensivo agrícola pode ser obtido da empresa fabricante do mesmo. A acidificação da calda normalmente tem como vantagem adicional o aumento da velocidade de absorção dos produtos. Nas águas alcalinas ou duras, geralmente ocorrem íons de cálcio e magnésio, entre outros, cuja presença afeta decisivamente a eficiência, pela desestabilização que causam nas formulações dos produtos utilizados e pela influência direta que exercem sobre as moléculas dos ingredientes ativos, ligando-se às mesmas. A neutralização desses íons e a redução do pH podem ser realizados pelo acréscimo de adjuvantes e a tarefa deve ser executada antes da colocação dos produtos no tanque. Numa escala de valores, a neutralização de íons é mais importante que a redução do pH. Normalmente, uma corrente de líquido que deixa o reservatório sob pressão, está sujeita à ação das seguintes forças internas: Tensão superficial- tende a impedir a ruptura da corrente e formar a menor superfície possível. Viscosidade- que se opõe à deformação da corrente Coesão- que se opõe à ruptura da corrente devido à diferença de velocidade de pontos individuais. No processo de subdivisão de um liquido em gotas chamado atomizaçãogasosa, esta subdivisão se dá pelo impacto do líquido a baixa pressão, com uma corrente de ar de alta velocidade, produzida geralmente por um ventilador centrifugo. Neste caso, uma gota de liquido que se move em uma corrente de ar está sujeita a forças externas que resultam da resistência do meio, bem como das forças internas que se originam da tensão superficial. Quando se requer a produção de gotas menores entre 50-100 µ, a subdivisão é feita de maneira mais eficaz pelo processo chamado atomização centrifuga. Neste processo, a subdivisão é obtida através da introdução do liquido sob baixa pressão no interior de um mecanismo giratório, que pode ser um cilindro de tela, escova circular, ou mesmo um rotor ranhurado. O principio de subdivisão chamado nebulização produz suspensões coloidais, cujos diâmetros de partículas são de 0,1 a 50 µ. Neste processo basicamente a subdivisão ocorre pela evaporação do líquido a ser utilizado através de uma superfície ou ar aquecido. Como o processo envolve a evaporação do líquido, a neblina produzida é chamada de aerossol da condensação. Os equipamentos que utilizam esse principio de subdivisão normalmente são os nebulizadores. PULVERIZAÇÃO e APLICAÇÃO e, na maioria das vezes, esses termos são usados como sinônimos. Porém, quando se analisa detalhadamente o aspecto técnico, verificamos que, a princípio, são duas coisas completamente diferentes. Pulverização: É um processo mecânico de geração de um grande número de pequenas partículas (gotas) de uma calda (mistura, suspensão ou diluição) de uma formulação comercial de produto químico em um líquido, geralmente água, colocada no tanque da máquina. É por isso que essa máquina se chama PULVERIZADOR. A intenção de se produzir pequenas gotas é conseguir o máximo de cobertura da superfície-alvo (solo, folhas da cultura, folha da planta invasoras (daninha), etc.) com o mínimo volume possível de calda. Teoricamente, quanto menores forem as gotas, 8 conseguimos aumentar a cobertura do alvo com o mesmo volume de calda. Por outro lado, para um mesmo grau de cobertura do alvo, gotas menores possibilitam o uso de um menor volume de calda por área tratada. Aplicação: É o processo de se colocar o produto químico no alvo. Teoricamente, quanto maior a quantidade de produto depositada naquela superfície, maior poderá ser a sua ação. Desta forma, uma aplicação de um determinado produto químico pode ser valorada em termos de eficiência, que é a relação percentual entre a quantidade de produto depositada no alvo e a quantidade de produto emitida pela máquina. De acordo com as definições acima, vemos que elas têm uma ligação bastante íntima com o processo de pulverização. Uma vez que se pretende obter o máximo de efeito do produto, teoricamente, isto será alcançado quando, tudo o que for emitido pela máquina, isto é, toda a pulverização efetuada seja depositada no alvo. Baseada nesse conceito, a técnica para um bom controle das pragas está em se colocar a máxima quantidade de produto no alvo com o mínimo de quantidade possível emitida pela máquina. Os pulverizadores podem ser manuais, de padiola, motorizados e aéreos. Os pulverizadores manuais podem ser manuais propriamente ditos, costais, de alça e estacionários. Os diversos modelos de pulverizadores costais surgiram entre 1870 e 1880. O primeiro pulverizador acionado mecanicamente apareceu em 1894 nos EUA, e a fonte de potência utilizada foi a máquina de vapor. Em 1937, o primeiro pulverizador com ventilador foi introduzido nos pomares da Flórida. Os pulverizadores pneumáticos foram desenvolvidos a partir de 1943. Os pulverizadores manuais propriamente ditos constam de um pequeno depósito e uma bomba de pistão acionada pelo usuário. Normalmente são de uso doméstico, para aplicação de inseticidas em vasos pequenos ou estufas. Os demais pulverizadores podem ser de bombeamento prévio ou de bombeamento intermitente. Alguns técnicos consideram que a pulverização consiste na aplicação de produto com gota de diâmetro superior a 150 micras. A norma NBR 12541-88 da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT, divide a pulverização em diversas classes em função do tamanho das partículas, baseando-se no diâmetro mediano do volume. Assim temos aerossol com diâmetro mediano de volume inferior a 50 micras; pulverização muito fina (neblina) de 51 a 100 micras; de gotas grandes acima de 400 micras. Portanto, considera-se como pulverização o processo no qual as gotículas são obtidas hidraulicamente, pela ação de uma bomba; e atomização o processo em que o fracionamento do liquido em gotas é feito pneumaticamente, por meio de uma forte corrente de ar ou pela colocação do mesmo sobre um disco de rotação. O produto a ser aplicado também deve ser considerado, verificando as suas características: capacidade de redistribuição, formulação e dosagem. A capacidade de redistribuição está relacionada com a facilidade do produto se posicionar efetivamente no alvo que deve ser atingido, e não com a maior ou menor capacidade de controle do agente causual. A formulação dos agroquímicos, quando se adicionada a água, pode formar uma suspensão (pós-molháveis e suspensões concentradas) uma solução(pós-solúveis ou 9 solução concentrada) ou uma emulsão (concentrado emulsionável), e este fato se relaciona diretamente com dois sistemas de pulverização: agitação e filtração. A dosagem do produto pode ser recomendada por concentração (dose por hectolitro) ou dose por área. No primeiro caso, o produto seria indicado assim: 150 g de Manzate por 100 litros de água. No segundo caso, seria indicado 2 litros de roundup por hectare. A concentração é mais utilizada na aplicação de fungicidas em alto volume. A indicação através da quantidade do produto por hectare é a forma preferida para herbicidas e inseticidas destinadas a grandes culturas. Outro ponto que deve ser considerado é o “índice de área foliar”. Normalmente, a indicação da dose por hectare não vem acompanhada de referência sobre o tamanho das plantas. Assim as aplicações de fungicidas e de inseticidas em plantas novas, podem representar o emprego de uma dosagem apreciável. Cada problema fitossanitário configura um alvo biológico diferente a ser atingido nas aplicações e o seu profundo conhecimento é imprescindível para a seleção do tipo de pulverização a realizar. 10 Função do pulverizador São máquinas construídas com a finalidade de subdividir a calda em gotículas de tamanho uniforme, distribuindo – as na superfície a ser tratada. Outra função de pulverizador é permitir uma dosagem adequada do defensivo sobre o local a ser tratado. É de fundamental importância para a agricultura, já que é através deste equipamento que se consegue fazer o controle de pragas e doenças, tornando viável a produção agrícola. Cuidados na utilização de defensivos agrícolas Não abastecer o pulverizador com resto de calda de uso anterior (principalmente de herbicidas); Nunca deixar a calda transbordar no tanque; Não desentupir bicos dos pulverizadores com a boca; Não lavar os pulverizadores nem os bicos em rios, córregos ou lagoas; Eliminar vazamentos ou entupimentos dos pulverizadores; Utilizar vestimenta adequada e EPI’s (roupa limpa, mangas compridas, máscaras, luvas, chapéu, óculos apropriados, calçado fechado); Não pulverizar contra o vento; Não trabalhar de estômago vazio e nem comer durante as aplicações. 11 Classificação Quanto a forma de deslocamento: Costal (homem ou animal) Padiola Carrinho (homem ou animal) Trator (3 pontos ou arrasto) Autopropelido Avião / helicóptero agrícola Quanto ao acionamento do mecanismo distribuidor: Manual Motor acoplado TDP do trator Tipos pulverizadores: manuais e motorizados. Manuais: São máquinas costais que apresentam um rendimento de 10 a 20 m2 /bico. Bombeamento prévio – pressurizador / Bombeamento contínuo – costal manual Motorizados: São do tipo costais motorizados, cujo bombeamento do fluido é feito por um motor 2 tempos de alta rotação. Apresentam um rendimento de 60 a 100 m2 /bico. É um dos equipamentos de pulverização mais comumente utilizados, principalmente por pequenos agricultores, que possuem baixo poder aquisitivo. O rendimento com esse equipamento pode atingir até 0,9 hectare homem/dia. Uma das desvantagens que o pulverizador costal manual oferece é a não manutenção da pressão constante. Todavia, este problema pode ser solucionado intercalando-se entre o gatilho e o bico uma válvula reguladora de vazão/pressão disponível no mercado. Esta válvula faz com que, havendo falta de pressão, a calda seja impedida de passar para o bico. Se a pressão no êmbolo estiver acima daquela da válvula, esta deixará passar a calda somente na pressão estipulada. Desta forma, a pulverização será sempre constante. 12 Tipos pulverizadores: atomizador costal motorizado Corrente de ar, difícil regulagem, pode acoplar mangueiras com pesticidas, geralmente para culturas perenes, ex: turbo atomizador, canhão, etc. É um equipamento que possui bomba centrífuga e permite uma vazão uniforme da calda a ser aplicada. Gera gotas de espectros e diâmetros adequados, as quais, pelo efeito da corrente de ar servem para aumentar a penetração na massa foliar da melancia e proporcionar uma boa cobertura nas partes de difícil acesso pela calda. Esse tipo de pulverizador proporciona um rendimento de até 0,9 hectare homem/hora. As desvantagens são: o peso da máquina, ruído e falta de habilidade por maior parte dos operadores em manter o perfeito funcionamento da máquina podendo, com isso, comprometer a cobertura adequada do cultivo com o produto que está sendo aplicado. 13 Tipos pulverizadores: tratorizado de barra Possuem reservatórios que variam de 400 a 5000 litros de capacidade. São montados nos três pontos ou na barra de tração e são acionados pela tomada de potência. Têm como componentes básicos: depósitos com agitadores, bomba, filtros, reguladores de pressão, bicos. São os mais comuns; barras variam de 10 a 25m de comprimento; problemas de estabilidade; alto rendimento; geralmente para culturas anuais. É um tipo de pulverizador específico para culturas de porte rasteiro. Neste equipamento que pode ter barra frontal, lateral ou traseira, é possível ajustar a velocidade de deslocamento, a distância entre os bicos, a distância destes da cultura e a pressão de trabalho em função da cultura e da praga. Podendo, ainda, ser permitido acoplar acessórios para melhor direcionamento do jato da calda para o alvo. 14 Pulverizador aéreo Na utilização de aeronaves agrícolas (aviões e helicópteros), os cuidados são maiores e alguns diferentes daqueles observados nos equipamentos terrestres, tais como: efeitos aerodinâmicos do vôo, faixa de deposição das gotas maior do que a extensão das barras de pulverização, menores vazões por área, maior distanciamento das barras de pulverização e bicos em relação ao alvo de deposição, pressões mais baixas e possibilidades do ajuste das gotas para compensação em relação às variações climáticas como umidade, velocidade do vento e temperatura, durante as aplicações, sem necessidade da troca do tipo dos bicos e do volume por área. Vantagens: alto rendimento; independente do terreno; não compacta o solo; não amassa as plantas. Desvantagens: alto custo inicial; alto custo de manutenção, maior deriva. 15 16 Formas de Aplicação do Produto a) Alto Volume. Aplica-se 500 a 3000 litros/ha com gotas de 0,3 a 3 mm de diâmetro. Utilizam-se os Pulverizadores Costais. b) Baixo Volume. Aplica-se 10 a 150 litros/ha com gotas de 100 a 250 µ de diâmetro. Utilizam-se os Pulverizadores Tratorizados. c) Ultra Baixo Volume. Aplica-se até 5,0 litros/ha com gotas de diâmetro menor que 100µ. Utilizam-se os Atomizadores. 17 Constituição dos Pulverizadores A maior parte dos pulverizadores tracionados por trator possuem todos os componentes semelhantes, mudando apenas em formas e tamanho podendo ser resumido no seguinte esquema, conforme abaixo: Tanque Normalmente, são feitos de fibra de vidro ou polietileno e deve conter os seguintes essenciais para o bom desempenho: 1) Tampa com válvula de respiro e com filtro do tipo coador ou peneira; 2) Agitador mecânico ou hidráulico; 3) Fundo afunilado para total esgotamento; 4) Indicador de nível do líquido no tanque. 1- Filtro 2- Agitador 3- Válvula de Controle da Agitação 4- Câmara de Compensação 5- Bomba de Pistão 6- Registro da Linha de Sucção 7- Filtro de Linha 8- Válvula Reguladora de Pressão 9- Linha de Retorno 10- Manômetro 11- Válvula de Controle das Barras 12- Bicos de Pulverização 18 Bomba Bombas volumétricas: São de movimento retilíneo alternativo ou de movimento rotativo, o volume de calda em cada ciclo de funcionamento é sempre o mesmo, mas a pressão é descontínua. Bomba de pistão (êmbolo) : Pode atingir uma pressão máxima de 70-80 bar, sendo o escoamento assegurado por um pistão que tem um movimento alternativo num cilindro. Este tem duas válvulas, uma de aspiração e outra de retenção, para deixar entrar e sair a calda. Bomba de pistão-membrana: Bomba em que a deformação de uma membrana, assegurada pelo movimento alternativo de um pistão que provoca a aspiração e saída da calda, permite atingir a pressão máxima 25-30 bar. Bombas centrífugas: Neste tipo, a calda penetra livremente num impulsor, sendo projetada em seguida, sob pressão, para a periferia por ação da força centrífuga, que varia em função do regime. Podem atingir débitos bastante elevados (> 500 L / min), mas a pressão é reduzida ( < 4 bar). Normalmente, as bombas utilizadas em pulverizadores nacionais são de pistão, variando entre dois a quatro pistões, com capacidade de produzir até 150l/min de vazão e uma pressão de até 35kg/cm2 ou 500psi. A bomba centrífuga é pouco utilizada porém, em algumas situações, tem uma vantagem muito grande tendo em vista o seu baixo custo e pouca manutenção. Este tipo de bomba produz deslocamento de volume maior a baixa pressão, atingindo no máximo em torno de 60 psi. 19 Filtros de Linha A colocação de um filtro na linha de alimentação dos bicos, com elemento de filtro com tela de malha 50 ou mais, dependendo do tamanho do orifício dos bicos, reduziria muito os problemas de entupimento e poderia com isso eliminar os filtros nos bicos facilitando e agilizando a limpeza dos mesmos. Câmara de compensação Normalmente, as bombas de pistão provocam pulsação (altos e baixos) na pressão, principalmenteas que possuem menor número de pistões. Para uniformizar o fluxo do líquido existe a necessidade da instalação das câmaras de compensação. Barra de Pulverização A barra de pulverização tem a função de suportar os bicos hidráulicos ou atomizadores rotativos para distribuição uniforme do produto ao longo da faixa equivalente ao seu comprimento. Principais requisitos desejáveis: 1) Ser dobrável para facilitar o transporte; 2) Ter uma boa estabilidade para manter constante a altura dos bicos; 3) Possuir dispositivos de segurança, em caso de colisão com obstáculos; 4) Permitir o ajuste da altura de operação central e independente e, em cada barra, permitir o ajuste para terrenos inclinados; 5) Ter uma suspensão do tipo trapezoidal para que não haja a transmissão direta do balanço do trator em terrenos irregulares para a barra. Regulador de pressão Normalmente, as bombas de pistão produzem pressões altas (500 PSI). Para cada tipo de produto aplicado, existe a necessidade de manter uma 20 determinada pressão em função da necessidade de geração de gotas maiores ou menores. Para isso, o regulador de pressão é fundamental. A mola de acionamento instalada no regulador de pressão deve permitir o ajuste de pressões entre 15 e 100 PSI, faixa normalmente recomendada e comumente utilizada. Observação: A pressão deverá ser utilizada apenas para determinar o tamanho das gotas, e não para determinar a vazão dos bicos. Manômetro de Pressão A grande maioria dos pulverizadores são equipados com o manômetro colocado próximo ao regulador de pressão. Nesse local, estarão muito distantes dos bicos e consequentemente poderá registrar uma indicação falsa devido às perdas, dependendo da curvatura e bitolas das tubulações que alimentam as barras. É sempre recomendável a medição da pressão nos bicos. Dessa maneira a pressão de trabalho será sempre real e, com isso, o diâmetro de gotas geradas poderá ser controlado, comparando com as tabelas de fabricante de bicos. Bico O componente "bico" é de suma importância. pois existem vários tipos de bico, cada um deles recomendado para determinado tipo de pulverização, visto que é o bico a peça que fragmenta o liquido em pequenas gotas, espalhando-as dentro de uma área delimitada; além disso, ele controla a saída de líquido a se empregar por unidade de área. No caso de uso de herbicidas utilizando-se tanto o pulverizador costal manual como o de barra, recomendam-se bicos de jato em leque, que proporcionam melhor distribuição do produto que o bico tipo cõnico e menor deriva para uma mesma vazão (Santos, 1976). Neste tipo de bico o jato e obtido por meio de fluxo de duas correntes de liquido que colidem sincronicamente, em um orifício Eenticular ou retangular, dando origem a um fluxo em forma de leque; são bicos recomendados para todos os tipos de aplicação convencional de herbicidas (pré-plantio incorporado, pré-emergência e pós-emergência) (Saad, 1972) via pulverizadores terrestres. CARACTERÍSTICAS DOS BICOS 1 -Ângulo do jato Os bicos de pulverização são projetados para produzir os jatos de pulverização, com um determinado ângulo em uma certa pressão. A medida que se varia a pressão, varia-se o ângulo do jato de pulverização. - Aumenta Pressão = Aumenta o ângulo do jato de pulverização - Diminui Pressão = Diminui o ângulo do jato de pulverização Os mais comuns no mercado são os de 80 e 110 graus, sendo que este último apresenta duas grandes vantagens: - Possibilita trabalhar com a barra mais próxima do alvo, diminuindo a deriva. - É menos influenciado em termos de uniformidade de distribuição pela oscilação da barra. 21 2 - Tamanho de gotas O parâmetro que se usa para indicar o tamanho de gotas geradas pelo bico é o diâmetro mediano volumétrico, VMD (Volume Median Diameter). O VMD é o diâmetro da gota que divide o volume aplicado por um bico, em duas partes iguais. Uma constituida de gotas menores e outra constituída de gotas maiores que o VMD. a)Explicação teórica Pega-se um litro pulverizado, e separa-se as gotas uma a uma em ordem crescente de tamanho, formando uma fila de gotas. Assim feito coloca-se as gotas, a partir da menor, em uma proveta até completar 500 ml. A gota que completa esse volume é que vai determinar o VMD. 3 - Posicionamento dos bicos Os bicos devem ser colocados na barra com espaçamento iguais entre si, que podem ser de: 35 cm; 40 cm; 50 cm; etc. Para se trabalhar com bicos de jato plano (leque) é necessário que estejam posicionados com um ângulo de 4 a 6º aproximadamente em relação a barra. Dessa forma ocorrerá o cruzamento necessário entre os jatos para manter a uniformidade da distribuição ao longo da barra. Desde que se mantenha uma altura mínima compatível com o ângulo do jato. 4 - Durabilidade dos bicos A durabilidade de um bico, depende muito da forma como trabalha esse bico, levando em conta alguns aspectos, como: a) Pressão Os bicos "leque" são projetados para trabalhar com baixa pressão, em uma faixa que varia entre 15 a 60 lbf/pol². Nos bicos cônicos a faixa de trabalho varia entre 75 a 200 lbf/pol², acima disso esses bicos perdem suas características, sofrendo aumento de vazão e de ângulo, desgastando-se rapidamente. Deve-se levar em consideração que quanto maior a pressão, menor é o tamanho das gotas, possibilitando a ocorrência de deriva. b)Qualidade da água Em relação a qualidade da água alguns ítens influenciam diretamente na durabilidade dos bicos e também na eficiência dos defensivos aplicados; como: - porcentagem de elementos químicos; como cloro, enxofre, cálcio, magnésio, entre outros. - deverá ser o mais limpa possível, ou seja sem algas, areia, lodo ou qualquer tipo de matéria orgânica. c)Tipo de produto químico Os produtos usados na pulverização tem formulações bem variadas e dentre eles os pó molhaveis e suspensão concentrada possuem abrasividade relativamente alta, devido as particulas sólidas que aceleram o processo de desgaste dos bicos. d)Limpeza dos bicos Não se deve utilizar instrumentos metálicos, como: agulhas, arames e nem tão pouco canivetes. Também é incorreto o uso de gravetos de madeira, pois acabam quebrando dentro do orifício do bico, entupindo-o ainda mais. O correto é usar um instrumento que não danifique o orifício. Por exemplo uma escova com cerdas de nylon (escova de dentes), um fio de nylon ou ar comprimido. e)Material A maioria das empresas fabricantes de bicos utilizam diversos materiais; como LATÃO , AÇO INOX, KEMATAL (Polyacetal), CERÂMICA (Alumina) entre outros 5 - Troca de bicos A recomendação dos fabricantes para trocar os bicos é quando a média de vazão dos bicos ultrapassar em 10% a vazão de um bico novo. Ao atingir mais de 10% de desgaste um bico passa a perder suas carcterísticas, podendo prejudicar a pulverização e posteriormente causar 22 prejuízos ao agricultor. É importante não se esquecer que o custo dos defensivos que passam pelos bicos é muito maior que o custo dos próprios bicos TIPO CONE: Bico com oríficio em forma circular e seguido de um caracol (tubo helicoidal), que dão rotação ao escorrimento do líquido, apresenta jato cone e deposição circular quando com caracol de 01 ou 02 orifícios forma um cone vazio e com 03 orifícios forma um cone cheio, generalizando são bicos que trabalham acima de 70 psi (alta pressão). Bicos de jato em cone Os bicos de jato em cone, também designados por bicos de turbulência, são caracterizados por apresentarem um anel, com condutas helicoidais, uma câmara de turbulência e o anel. O anel confere à calda um movimento turbilhonar, que permite obter um jato cônico aberto ou fechado, e a variação da câmara altera o diâmetro desse mesmo jato. São os mais utilizados para aplicação de inseticidas, fungicidas, adubos foliares,e acaricidas em folhagens e normalmente trabalham em torno de 60 a 200 psi (2,1 a 14 bar) com vazão de 0,3 a 2,2 L/min. Esquema de bico jato em cone. 1 – Corpo; 2 – Porca de fixação; 3 – Anel de turbilhonamento; 4 – Câmara de turbulência; 5 – Disco. TIPO LEQUE: Bico em forma de rasgo (fenda), apresenta jato plano e deposição linear, são bicos que geralmente trabalham de 15 a 60 psi (baixa pressão). São caracterizados por ter o orifício em forma de seção retangular que faz com que o jato daí resultante tenha a forma de um leque ou pincel. A pulverização resultante da utilização destes bicos é mais grosseira que com os bicos de cone, sendo aconselháveis para aplicação de herbicidas, e produtos em superfícies planas. Os bicos de leque apresentam ângulos nominais que variam entre os 80 e 110º, sendo as gotas destes últimos, mantendo os débitos, menores, e os débitos determinados a uma pressão de referência de 3 bar (42 psi). Trabalham normalmente sob pressão de 30 a 60 psi (2,1 a 4,22 bar). Esquema de bico de jato em leque 1 – Corpo; 2 – Filtro; 3 – Porca de fixação; 4 – Bico de fenda; 5 – Fenda. Classificação do Tamanho de Gota A seleção de bicos baseia-se freqüentemente no tamanho das gotas. O tamanho das gotas de um bico se torna muito importante quando a eficácia de um produto químico para proteção de uma cultura em particular depende da cobertura ou quando for prioritário evitar que a pulverização saia da área alvo. A maioria dos bicos usados em agricultura pode ser classificada como produtores de gotas das classes fina, média, grossa ou muito grossa. Os bicos que produzem gotas da classe fina são geralmente recomendados para aplicações pós-emergência que requerem excelente cobertura da área alvo desejada. Os bicos mais comuns usados em agricultura são os que produzem gotas da classe média. Os bicos que produzem gotas das classe média e grossa podem ser usados para herbicidas sistêmicos e de contato, herbicidas aplicados em superfície em pré-emergência, inseticidas e fungicidas. 23 Um ponto importante a ser lembrado ao escolher um bico de pulverização que produza tamanho de gotas em uma das seis categorias é que um bico pode produzir tamanhos de gotas de diferentes classificações a diferentes pressões. Um bico deve produzir gotas da classe média a baixas pressões e gotas da classe fina conforme a pressão aumenta. Classificação do Tamanho de Gota* VF F M C VC XC VF = Muito Fina F = Fina M = Média C = Grossa VC = Muito Grossa XC = Extremamente Grossa Existem no mercado diversos tipos de equipamentos para aplicação de defensivos, cada um com suas características de funcionamento. Para o agricultor é importante saber as vantagens e desvantagens da utilização de cada equipamento, de forma a obter o melhor desempenho e menor custo de utilização. Pulverizadores hidráulicos São equipamentos capazes de fragmentar o liquido em gotas devido a pressão exercida sobre a mistura (água + produto), proveniente de uma bomba hidráulica. Exemplos de pulverizadores hidráulicos: Pulverizador costal manual Pulverizador motorizado Pulverizador de barra 24 Pulverizador costal manual Recomendado para aplicação de defensivos em pequenas áreas, ou de uso domésticos, para aplicação de inseticidas em plantas ou animais. É constituído por um pequeno depósito e uma bomba de pistom, acionada pelo operador atraves de uma alavanca. A bomba de pistom possui duas válvulas. A válvula inferior deixa passar líquido do deposito para dentro da camisa do cilindro. A válvula superior, localizada na ponta do pistom, admite o liquido da camisa do cilindro para dentro da câmara de compressão, formada por um cilindro oco. Durante a utilização desses pulverizadores, é necessária a verificação dessas válvulas, bem como de seu estado de conservação. Além dessas válvulas, existe uma bucha de couro ou plástico ficada na ponta do pistom, que tem uma influência muito grande no perfeito funcionamento do pulverizador. É comum ocorrer o seu endurecimento devido á falta de lubrificação correta ou ao prolongado tempo de uso. Alguns cuidados devem ser observados durante as operações com esses equipamentos: 1. Manter sempre um velocidade constante de caminhamento durante a aplicação; 2. Manter sempre a pressão constante com acionamento da bomba cadenciado, ou utilizar válvulas de pressão constante. As principais perdas com este equipamento estão relacionadas á falta de controle do tamanho das gotas, á escolha incorreta das pontas de pulverização, não conseguindo a densidade necessária para o controle químico em situações adversas de umidade relativa baixa e temperaturas altas, e a vazamentos. 25 Pulverizador Motorizado É uma máquina utilizada principalmente para aplicação de defensivos agrícolas em culturas anuais ou perenes. Também é muito utilizado na aplicação de agroquímicos em áreas urbanas ou em instalações para criação de animais. Possui um motor elétrico ou de combustão interna para acionamento da bomba hidráulica. É constituído por uma estrutura suporte, onde estão fixados o motor, mangueira flexíveis. O reservatório é independente e possui sistema de agitação. Montado nessa estrutura, pode ter rodas, podendo ser tracionado pelo homem, animal ou trator. Pulverizador de Barra Constitui um dos pulverizadores mais utilizados na agricultura, principalmente em grandes áreas. É constituído, geralmente, por um chassi, um depósito para colocação da mistura e defensivo, uma bomba, uma câmara de compensação, comando com registro de múltiplas saídas com alavanca, válvula reguladora de pressão, manômetro, filtro, agitador de calda, mangueiras flexíveis e barra de pulverização, onde são montados os bicos hidráulicos. O circuito hidráulico da maioria dos pulverizadores é representado no esquema abaixo: 26 O chassi no pulverizador de arrasto (ligado a barra de tração do trator) tem rodado alto, para possibilitar um vão livre adequado e bitola regulável. No pulverizador montado (ligado ao sistema de três pontos) há pontos de engate para o acoplamento e pontos de apoio para estacionamento. O reservatório apresenta capacidade volumétrica bastante variável. Os de maior capacidade possuem quebra-ondas no seu interior. Na parte superior do tanque há uma abertura, por onde se faz o reabastecimento, inspeção e limpeza no interior do mesmo. É provido de filtro de malha fina e resistente, ou de metal perfurado. O material e constituição do reservatório pode ser polietileno de alta densidade, principalmente nos menores, e resina de poliéster com reforços em fibra de vidro ou fibra de vidro com revestimento interno de resina, nos de maior capacidade. Podem ter indicadores de nível na sua parede ou com mangueira transparente externa. O agitador de calda pode ser hidráulico ou mecânico, sendo que, na maioria dos pulverizadores, os dois funcionam conjuntamente. Na agitação hidráulica, utiliza-se o retorno do liquido da bomba, que passa pelo regulador de pressão, fazendo-o sair através de um tubo rígido instalado no fundo do reservatório e longe do bocal de sucção da bomba. O líquido pode vir também por uma derivação dos bicos. A agitação mecânica normalmente é realizada por uma ou mais hélices ou pás, montadas em uma árvore paralela e próxima a parede do fundo do reservatório. A bomba é um dos órgãos essências do pulverizador. Pode ser adicionada pela tomada de potência do trator ou pelo sistema hidráulico. A câmara de compensação amortece as pulsações causadas pelas bombas de pistão, permitindo leitura constante do manômetro. Com bombas do tipo centrífuga por exemplo, não há necessidadedesta câmara. O conjunto de comandos deve estar ao alcance do operador. Constitui-se de registros de múltiplas saídas com alavanca de controle, válvula reguladora de pressão e manômetro. O número de vias de saídas é variável e depende principalmente do tamanho da barra do pulverizador. As tubulações são estruturas flexíveis de plástico ou de borracha, reforçados. São utilizadas para fazer a ligação entre os vários órgãos do pulverizador. Em alguns equipamentos utilizam-se barra húmidas, em que o liquido é deslocado junto a barra e sua parte interna. 27 Os filtros são elementos protetores do circuito hidráulico, retirando do mesmo eventuais impurezas. São posicionados na abertura de abastecimento de reservatório, na sua saída no inicio de cada seção da barra e junto aos bicos. A barra de pulverização constitui-se na estrutura de suporte das mangueiras e bicos. Normalmente é constituída em estrutura metálica ou PVC, de seção quadrangular ou circular, podendo alcançar cerca de 30 m de comprimento. Normalmente é articulada em seções para recolhimento durante o transporte. Pode apresentar mecanismo nivelador e dispositivo de segurança contra choques em obstáculos. Alguns equipamentos mais modernos possuem sensores de altura que controlam automaticamente a distância da barra em relação ao alvo. As mangueiras são normalmente de plástico flexível com reforços de náilon. Na traseira do pulverizador pode haver carretéis ou enroladores para recolher as mangueiras. Os bicos são constituídos por corpo, capa filtro e ponta. Os jatos produzidos apresentam configurações em leque ou em cone, segundo o tipo de ponta. O reabastecimento consta de um bocal específico para a sucção de água levando-a da fonte para o reservatório. Há duas mangueiras, sendo uma a que une a bomba e outra que liga a bomba ao reservatório. Os pulverizadores de barra podem ser do tipo: Pulverizadores montados e de arrasto Pulverizadores auto propelidos Pulverizadores montados e de arrasto A maior parte dos pulverizadores montados (ligados ao sistema hidráulica do trator) e de arrasto (ligados a barra de tração do trator) possuem todos os componentes semelhantes, mudando apenas em forma e tamanho. Os pulverizadores montados em tratores, conhecidos também por “pulverizadores de três pontos”, normalmente são equipados com barra de 12 a 16 metros de comprimento e operam em velocidades de 5 a 8 km/hora. São geralmente encontrados no mercado brasileiro com capacidade de carga de agroquímicos entre 400 a 800 litros. 28 Os pulverizadores tradicionais ou de arrasto, normalmente, são equipados com barras de 18 a 24 metros de comprimento e operam em velocidade de 6 a 10 km/hora. São encontrados no mercado brasileiro em geral com capacidade de carga de agroquímicos entre 1000 a 3000 litros. Levando-se em consideração as especificações técnicas desses pulverizadores trato rizados montados e tracionados, seria possível teoricamente, desenvolver um rendimento diário de área aplicada em torno de 60 a 80 hectares por dia pelos tracionados e de 30 a 40 hectares aplicados pelos pulverizadores de três pontos. No entanto, devido aos vários problemas de planejamento e logística durante as operações de controle químico com esses pulverizadores, a maior parte deles não consegue chegar a 50% desse rendimento operacional estimado. Entre os problemas mais comuns relacionados a pulverizadores hidráulicos estão a falta de um manômetro funcionando, bicos de pulverização entupidos, desgastados ou danificados, corpo de bico simples sem a presença da válvula anti-gotejante, abraçadeiras de corpo de bico quebradas e “amarradas” com tiras de borrachas ou arame. Todos esses problemas acontecem pela falta de manutenção nos pulverizadores e resultam na ineficiência das aplicações de agroquímicos, colocando em risco a sanidade da cultura tratada. Pulverizador Auto propelido Pulverizadores auto propelidos, autopropulsados ou automotrizes são máquinas agrícolas com grande capacidade de carga e alto rendimento operacional, utilizados nas aplicações de agroquímicos equipadas com motor, 29 cabine e sistema de pulverização (bombas, barras, bicos, etc) em uma mesma plataforma em um mesmo chassi. São máquinas de alto desempenho, podem substituir cinco ou seis conjunto trator-pulverizador, conseguem desenvolver velocidades entre 15 a 30 km/h durante as pulverizações nas culturas em campo e até 70km/h durante o translado. As barras de pulverização possuem total acionamento hidráulico com sistema autonivelante e medem entre 20 até 30 metros de comprimento. Normalmente apresenta motor diesel, de quatro tempos, sistema de direção e barra de pulverização. Apresenta barra que pode ser posicionada na parte anterior da máquina, com altura regulável. Conta com sistema de compensação com comando hidráulico para cada lado da barra, permitindo manter a mesma paralela ao solo em terrenos irregulares ou em curva de nível. 30 O chassi pode ser rígido ou articulado com estrutura reforçada. Apresenta cabine climatizada, isolando o contato direto do operador com eventual deriva da aplicação. Um pulverizador auto propelido com capacidade de carga para 3000 litros, com barras de pulverização com 27 metros de comprimento é capaz de conseguir um rendimento operacional aproximado de 500 hectares em um único dia de trabalho. Se esse equipamento não estiver corretamente calibrado e regulado, serão muitos hectares aplicados de maneira incorreta, com grandes prejuízos para os produtores. Não somente o pulverizador auto propelido precisa ser bem projetado e avançado, mas também a tecnologia em bicos e pontas de pulverização também precisa ser corretamente formatada para as condições de trabalho. 31 Regulagem REGULAGEM DO PULVERIZADOR DE BARRAS COM USO DO VASO CALIBRADOR ANTES DA REGULAGEM, VERIFIQUE: - Filtro de sucção - limpeza. - Mangueiras - se não estão furadas ou dobradas. - Regulador de pressão - componentes: sede da válvula, válvula e mola, se não estão gastas ou presas por impurezas. 32 - Bomba - se não há vazamentos, se está lubrificada (nível do óleo ou graxa). - Bicos - se são do mesmo tipo, se não estão gastos, se não diferem em mais de 10% de vazão e se os filtros estão limpos. UMA VEZ VERIFICADOS TODOS OS ÍTENS, INICIA-SE A CALIBRAÇÃO DO PULVERIZADOR. MÉTODO DE CALIBRAÇÃO: 1 - Marque 50 metros no terreno a ser tratado. 2 - Abasteça o pulverizador. 3 - Escolha a marcha de trabalho. 4 - Ligue a tomada de força. 5 - Acelere o motor até a rotação correspondente a 540 rpm na tomada de força. 6 - Inicie o movimento do trator no mínimo 5 metros antes do ponto marcado. 7 - Anote o tempo que o trator gasta para percorrer os 50 metros. 8 - Em terrenos de topografia irregular, repita a operação várias vezes e tire à média. 9 - Com o trator parado na aceleração utilizada para percorrer os 50 m, abra os bicos e regule a pressão de acordo com a recomendada para os diferentes tipos de bicos: - Bicos tipo cone - de 75 a 200 lbf/pol² - Bicos tipo leque - de 15 a 60 lbf/pol² 10 - Colete o volume do bico no tempo igual ao gasto para percorrer os 50 m, efetuando a leitura na coluna correspondente ao espaçamento entre bicos. 33 11 - Repita essa operação em diversos bicos para obter uma média do volume. 12 - A média obtida nas leituras é o volume de pulverização para a marcha e a pressão já determinadas. OBS.: 1º- Se o volume obtido for abaixo do desejado, aumente a pressão, diminua a velocidade (mantenha 540 rpmna TDF) ou troque os bicos por um de maior vazão. 2º- Se o volume obtido for acima do desejado, diminua a pressão, aumente a velocidade (mantenha 540 rpm da TDF) ou troque os bicos por outros de menor vazão. 34 REGULAGEM DO PULVERIZADOR COSTAL MANUAL ANTES DE REGULAR CERTIFIQUE-SE DE QUE: - Os êmbolos não estão ressecados ou danificados. - As válvulas não estão gastas ou presas no corpo. - A agulha não esta com as vedações gastas. - O bico é o indicado para a aplicação - Não há vazamentos. MÉTODO DE CALIBRAÇÃO COM O USO DO VASO CALIBRADOR: 1 - O pulverizador deve estar limpo e abastecido com água limpa. 2 - Com o pulverizador às costas, posicione a lança na altura de trabalho e meça a largura da faixa de aplicação. 3 - Pratique a pulverização para determinar a frequência de bombeamento e a velocidade cômoda para o trabalho. 4 - Pulverize numa área de 25 m². Veja abaixo a distância a ser percorrida conforme a largura da faixa de aplicação. 35 5 - Fixe o calibrador à tampa como segue: A- Remova a capa, bico e filtro. B- Monte a tampa do calibrador. C-Reinstale o bico, o filtro a capa. D-Rosqueie o recipiente à tampa. 6 - Segure a lança na posição normal de trabalho e pulverize no recipiente até cobrir a área de 25 m² determinada. 7 - Mantenha o recipiente no nível e faça a leitura. O nível do líquido indicará o volume na escala correspondente. Esvazie o recipiente, repita a operação, obtendo assim a média de duas medições, a qual se torna mais real. CALIBRAÇÃO DE PULVERIZADORES MÉTODO PRÁTICO 1 - Marque uma área de 100 m² (quadrado de 10 x 10 m). 2 - Encha o tanque e pulverize a área. OBS.: É necessário que o operador mantenha um ritmo constante de bombeamento de marcha. 3 - Complete o tanque e meça o volume gasto em litros. Para medidas precisas o pulverizador deve estar na mesma posição antes e depois de operação. 36 4 - Calcule o volume de pulverização em litros/ha. Ex.: Q= Vol x 10.000 / A Q = volume em litros/ha Vol = volume gasto em litros 10.000 = corresponde a 1 hectare A = área pulverizada OBS.: Caso o volume encontrado não seja o desejado, substitua o bico por um de maior ou menor vazão, ou altere o ritmo de bombeamento e marcha. REGULAGEM DOS TURBOATOMIZADORES ANTES DA REGULAGEM, VERIFIQUE: - Filtro de sucção - limpeza. - Mangueiras - se não estão furadas ou dobradas. 37 - Regulador de pressão - componentes: sede da válvula, válvula e mola, se não estão gastas ou presas por impurezas. - Bomba - se não há vazamentos, se está lubrificada (nível do óleo ou graxa). - Bicos - se não estão gastos, danificados ou com variação acima de 10%. UMA VEZ VERIFICADO TODOS ESTES ÍTENS, INICIA-SE A CALIBRAÇÃO DO PULVERIZADOR. MÉTODO DE CALIBRAÇÃO: 1 - Marque 100 covas. 2 - Abasteça completamente o pulverizador. 3 - Escolha a marcha de trabalho. 4 - Ligue a tomada de força. 5 - Acelere o motor até a rotação correspondente a 540 rpm na tomada de força. 6 - Inicie o movimento do trator no mínimo 5 covas antes do ponto marcado. 7 - Pulverize as 100 covas marcadas. 8 - Complete o tanque e meça o volume gasto em litros. Para medidas precisas, o pulverizador deve estar na mesma posição antes e depois da operação. 9 - Calcule o volume de pulverização em litros /100 covas, através da seguinte fórmula: Q = volume de pulverização em litros/1.000 covas. Vol= volume gasto em litros Observações: 1. Se o volume de pulverização for abaixo do desejado, aumente a pressão, diminua a velocidade ou troque os bicos por um de maior vazão. 38 2. Se o volume de pulverização for acima do desejado, diminua a pressão, aumente a velocidade ou troque os bicos por um de menor vazão. ATENÇÃO: Para aumentar ou diminuir a velocidade troque a marcha não alterando a aceleração. - Para citrus, proceda de maneira semelhante, porém, conte apenas 10 plantas e calcule o volume de pulverização através da fórmula: Q = volume de pulverização em litros/planta. Vol= volume gasto em litros. REGULAGEM DO PULVERIZADOR CANHÃO DE AR ANTES DA REGULAGEM, VERIFIQUE: - se as correias estão esticadas na tensão correta. - se os filtros estão limpos. - se não há entrada de ar no circuito do defensivo. - se os dosadores da turbina estão desobstruídos. MÉTODO DE CALIBRAÇÃO: 1 - Marque 50 metros na área que vai ser pulverizada. 2 - Encha o tanque completamente. 3 - Escolha a marcha de trabalho. 4 - Ligue a tomada de força. 39 5 - Acelere o motor até a rotação correspondente a 540 rpm na tomada de força. 6 - Inicie o movimento do trator no mínimo 5 metros antes do ponto marcado. 7 - Pulverize os 50 metros marcados. 8 - Meça ao mesmo tempo a faixa de aplicação (f). 9 - Complete o tanque e meça o volume gasto em litros. Para medidas precisas, o pulverizador deve estar na mesma posição antes e depois da operação. 10 - Em terrenos de topografia irregular, repita essa operação várias vezes e tire à média. 11 - Calcule o volume de pulverização em litros/ha, através da fórmula: Q = volume de pulverização em l/ha 40 Vol= volume gasto na área pulverizada A = área pulverizada - 50 metros x faixa determinada (f) = m² 10.000 = 10.000 m² (1 hectare) OBS.: Caso o volume de pulverização não seja o desejado, aumente ou diminua a vazão, através da válvula reguladora, ou aumente ou diminua a velocidade. ATENÇÃO: Para aumentar ou diminuir a velocidade troque a marcha, não alterando a aceleração. Regulagem de pulverizadores através de fórmulas: Onde: Q= Volume de pulverização (L/ha) q = Vazão (L/min) V = Velocidade do trator (km/h) F = Faixa de pulverização (metro) 600 = Fator de conversão de unidades 41 Quantidade de produto a colocar no tanque: Onde: Pr = Quantidade de produto (kg ou litro) Ct = Capacidade do tanque (litros) Q = Volume de pulverização (L/ha) D = Dosagem do defensivo (kg ou litro) Cálculo l/ha com o auxílio de uma proveta Para obter o volume de aplicação sem aplicar fórmulas, basta checar o tempo que o trator leva para percorrer 50 metros, e coletar o volume durante este mesmo tempo. Multiplicar o valor do n. coletado (ml), pelo fator de conversão correspondente ao espaçamento entre bicos. · Resultado obtido com a multiplicação (ml x o fator de conversão) é igual ao volume de aplicação (L/ha) Exemplos: 42 MANUTENÇÃO DE PULVERIZADORES Os cuidados de manutenção dispensados aos pulverizadores aumentam sua vida útil. A leitura cuidadosa do manual do operador fornece os dados, não somente quanto à manutenção, mas também quanto à montagem e a operação. Após o uso do pulverizador, fazer as seguintes operações: Retirar todos os bicos e filtros e lava-los; Lavar o tanque com água e detergente; Agitar o líquido de lavagem; Lavar o sistema duas vezes com agua limpa e lavar o exterior do implemento. Observar sempre que a água da lavagem, pois pode poluir os cursos da água. Para guardar o pulverizador, no fim de um ciclo de tratamento, é necessário fazer uma revisão do implemento e efetuar a pulverização ou pincelamento de todas as peças metálicas com óleo diesel, secando toda a agua das canalizações. Colocar o pulverizador num lugar seco e protegido. Para conservar a bomba e as canalizações,recomenda-se também colocar no tanque de pulverizador um pouco de óleo diesel, fazendo-o funcionar por alguns minutos. Bem antes da época da pulverização, o equipamento novo ou e usado deve sofrer uma revisão para se evitar surpresas desagradáveis. I. Verificar a se a bomba esta em condições de funcionamento, lubrificando-a conforme a indicação da fabricação; II. Retirar os bicos e os filtros, limpando-os com água; III. Verificar o estado das mangueiras, se necessário substituir. IV. Desmontar o regulador de pressão e fazer sua limpeza; V. Observar todas as peças moveis, trocando as que estiverem gastas; VI. Limpar o pulverizador, lavar o tanque, colocar um filtro limpo, enchendo-o com água, e ligar a bomba para eliminar os resíduos do sistema; VII. Verificar o estado dos bicos se eles tem o mesmo tamanho e o mesmo ângulo de abertura; VIII. Montar os bicos e os filtros; IX. Verificar o espaçamento entre os bicos e a sua faixa de cobertura, evitando falhas; 43 X. Acionar a maquina, observando se não há vazamento no sistema ou se há bicos com defeito, fazendo, então, os reparos necessários; XI. Verificar a vazão de todos os bicos, eliminando os que apresentarem valores acima de 10% do desejado. Nunca tentar desentupir os bicos com objetos pontiagudos de metal, que podem ocasionar o aumento ou deformação dos orifícios e, com isto, alterar todas as características de gotejamento de um tratamento. A verificação da vazão e das características dos bicos deverá fazer parte da rotina periódica da manutenção do equipamento. Sempre que possível substituir os bicos em conjunto para que não apresente diferenças de vazão. É recomendável verificar, também, se há vazamento na bomba, nas mangueiras ressecadas, sujeitas a rompimento e a tensão das correias. A manutenção requer lubrificações periódicas, de acordo com o manual fornecido pelo fabricante. Nos pulverizadores com fluxo de ar dotados de compressores, tomar os seguintes cuidados: verificar o nível de óleo do compressor; limpar o filtro de ar; limpar o filtro de linha (lavar com óleo diesel); limpar a esfera do regulador de pressão; drenar o tanque. 44 Referencias Bibliográficas BALASTREIRE, L.A. Máquinas Agrícolas, São Paulo, Editora Manole,1990,307p. SILVEIRA, G.M. Máquinas para plantio e condução de culturas. Viçosa: Aprenda Fácil, 2001. 336p. MIALHE, Luiz Geraldo. Manual de Mecanização Agrícola. São Paulo: Editora Ceres, 301p. MIALHE, Luiz Geraldo. Máquinas Motoras na Agricultura. Volume 2. São Paulo: Editora EDUSP, 1980, 367p. Revista Plantio Direto, edição nº 72, novembro/dezembro de 2002. Aldeia Norte Editora, Passo Fundo-RS. Disponível em: http://www.plantiodireto.com.br/?body=cont_int&id=404 > Acesso em 10 fev. 2015.
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