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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE JUNDIAÍ GP - Profº Alexandre Schuster 1 GP - GESTÃO DE PESSOAS Prof.º Alexandre Schuster Apostila - 1 1. ADMINISTRAÇÃO DE RH: AS ORGANIZAÇÕES E AS PESSOAS 1.1 Interação entre Pessoas e Organizações – (ARH) As pessoas nascem, crescem, são educadas, trabalham e se divertem dentro das organizações, sejam quais forem os objetivos: lucrativos, religiosos, educacionais, políticos, sociais, etc., as organizações envolvem intrinsecamente as pessoas que se tornam mais e mais dependentes da atividade organizacional. As pessoas passam a maior parte de seu tempo vivendo ou trabalhando dentro das organizações. A produção de bens e serviços não pode ser desenvolvida por pessoas que trabalham sozinhas, quanto mais industrializada for a sociedade, mais numerosa e complexa se tornam as organizações. ARH – Administração de Recursos Humanos: é uma especialidade que surgiu com o crescimento das organizações e com a complexidade das tarefas organizacionais. Organizações e pessoas convivem em um contexto que é, cada dia, diferente e mutável. Existem organizações e organizações, assim como existem pessoas e pessoas. Cada organização tem suas características e a variabilidade humana é infinita. Por todas essas razões, a ARH é uma área extremamente de contingências e situacional, depende da mentalidade e da cultura que existe em cada organização, do estilo de gestão que os executivos utilizam. São necessárias avaliar as características internas, ambientais, do negócio da organização, das funções e processos, entre outras inúmeras variáveis importantes. Tudo isso deve ser levado em conta na ARH, focar apenas um ou outro aspecto isoladamente não conduz a nada, o importante é ter uma visão abrangente e sistêmica de todas essas variáveis. Em uma época repleta de incertezas, recessão e o desemprego, ameaças e dificuldades financeiras, a administração dos negócios torna-se cada vez mais complexa e desafiante. Principalmente é na ARH, em que a redução de despesas parece ser mais fácil e de efeitos imediatos e visíveis do ponto de vista estritamente financeiro, que para muitos administradores, costuma ser feita por meio de cortes implacáveis na folha de pagamento ou nos benefícios concedidos aos empregados. Assim em épocas de “vacas magras”, a ARH costuma ser a área mais sacrificada, em que algumas empresas costumam fazer suas economias e reduções para salvar seus resultados no curto prazo, mas por outro lado, prejudicando a própria saúde organizacional, pondo em risco resultados globais de médio e longo prazo. Essa estratégia às avessas quase sempre se deve ao desconhecimento e à ignorância de características e a natureza da área de RH em boa parte das empresas, e principalmente à falta de consideração às pessoas. Pessoas na verdade, não são recursos organizacionais, pessoas são pessoas e como tal devem ser tratadas e consideradas com o máximo respeito e dignidade. A ARH, está passando por grandes mudanças e inovações, sobretudo agora no terceiro milênio, com a crescente globalização dos negócios e a gradativa exposição à forte concorrência mundial, quando as palavras de ordem passaram a ser produtividade, qualidade e competitividade. Nesse novo contexto, as pessoas deixam de ser o problema das organizações para ser a solução de seus problemas. FACULDADE DE TECNOLOGIA DE JUNDIAÍ GP - Profº Alexandre Schuster 2 As pessoas deixam de ser um desafio para se tornar uma vantagem competitiva daquelas organizações que sabem como lidar com elas. As pessoas deixam de ser o recurso organizacional mais importante para se tornar o parceiro principal do negócio e que lhe dá dinâmica, vigor e inteligência. Para que se possa compreender adequadamente as técnicas da ARH, é necessário compreender as bases sobre as quais ela trabalha: as organizações e as pessoas. Durante muito tempo, a ARH era denominada “Administração de Pessoal“ era conhecida como uma atividade mediadora entre as organizações e as pessoas, uma espécie de elemento de ligação, um tipo de órgão interpretador das exigências da organização aos empregados e das reivindicações destes à organização. Era como se pessoas e organizações vivessem em compartimentos estanques e separados, necessitando de um porta-voz, e só dele, para se entenderem ou, pelo menos, reduzirem suas diferenças. O conceito mudou, sofreu uma soberba ampliação, as pessoas são pessoas e não recursos, são gente. A expressão RH (Recursos Humanos) refere-se às pessoas que participam das organizações e que nelas desempenham determinados papéis. As organizações requerem pessoas para suas atividades e operações, da mesma forma que requerem recursos financeiros, materiais e tecnológicos. Daí a denominação Recursos Humanos para descrever as pessoas que trabalham nas organizações. 1.2 O surgimento da ARH A Administração de Recursos Humanos é uma especialidade que surgiu a partir do crescimento e da complexidade das tarefas organizacionais. Suas origens se deu no início do século XX, após o forte impacto da Revolução Industrial, com a denominação de “Relações Industriais”, com uma intermediação entre os trabalhadores e a indústria, tentando conciliar ou reduzir o conflito industrial entre os objetivos das organizações (maximizar os lucros) e os objetivos individuais das pessoas (direitos humanos), até então considerados incompatíveis e irreconciliáveis. Na década de 1950, o conceito de “Relações Industriais” mudou radicalmente, passou a ser denominado “Administração de Pessoal”, na qual não se tratava de apenas intermediar as desavenças e reduzir os conflitos, mas, sobretudo, administrar as pessoas de acordo com a legislação trabalhista vigente e administrar os conflitos que surgiam continuamente. A partir da década de 70, surgiu o conceito de Administração de Recursos Humanos – ARH, porém, ainda sofrendo da velha miopia de visualizar as pessoas como recursos produtivos ou meros agentes passivos cujas atividades devem ser planejadas e controladas a partir das necessidades da organização. A ARH envolve todos os processos de gestão de pessoas, as organizações bem sucedidas não mais administram recursos humanos, nem mais administram as pessoas, pois isso significa tratá-las como agentes passivos e dependentes, mas sobretudo, administram com as pessoas, tratando as pessoas como agentes ativos e dotados de inteligência e criatividade, iniciativa de decisão, habilidades e competências, e não apenas de capacidades manuais, físicas ou artesanais. As pessoas não são recursos que a organização consome, utiliza, e que produzem custos. Ao contrário, as pessoas constituem um poderoso ativo que impulsiona a competitividade organizacional, da mesma forma que o mercado e a tecnologia. 1.3 Conceito de Pessoas: nova visão pela ARH FACULDADE DE TECNOLOGIA DE JUNDIAÍ GP - Profº Alexandre Schuster 3 a) As pessoas são diferentes entre si e dotadas de personalidade própria, com uma história pessoal particular e diferenciada, possuidoras de habilidades e conhecimentos, destrezas e competências indispensáveis à adequada gestão dos recursos organizacionais. As diferenças individuais devem ser ressaltadas e não aplainadas, padronizadas e homogeneizadas. Pessoas como pessoas e não como meros recursos da organização. b) As pessoas são os elementos vivos e impulsionadores da organização e capazes de dotá-las da inteligência, talento e aprendizagem indispensáveis à sua constante renovação e competitividade em um mundo pleno de mudanças e desafios. As pessoas possuem um incrível dom de crescimento e de desenvolvimento pessoal. Pessoas como fonte de impulso próprio e não como agentes inertes ou estáticos. c) As pessoas são os parceiros da organização e os únicos capazes de conduzi-la a excelência e aosucesso. Como parceiros, as pessoas fazem investimentos na organização, com esforço, dedicação, responsabilidade e comprometimento, na expectativa de colherem retornos desses investimentos, como salários, incentivos, crescimento profissional, carreira, etc. Qualquer investimento somente se justifica quando traz algum retorno interessante. À medida que o retorno é bom e sustentável, a tendência certamente será o aumento do investimento. Daí, o caráter de reciprocidade nessa interação entre pessoas e organizações, e também o caráter de atividade e autonomia e não mais de passividade e inércia das pessoas. Pessoas como parceiros da organização e não como meros sujeitos passivos dela. 1.4 As Organizações O ser humano não vive isoladamente, mas em contínua interação com seus semelhantes. Nas interações humanas ambas as partes envolvem-se mutuamente, uma influenciando a atitude que a outra irá tomar, e vice-versa. Em face das suas limitações individuais, os seres humanos são obrigados a cooperarem uns com os outros para alcançar certos objetivos que a ação individual isolada não conseguiria alcançar. A organização é um sistema de atividades conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas, a cooperação entre elas é essencial para a existência da organização. A ARH funciona em um contexto de organizações e de pessoas. Administrar pessoas significa lidar com pessoas que participam de organizações, significa administrar com as pessoas, fazer de cada pessoa um verdadeiro administrador de suas tarefas dentro da organização, em qualquer nível em que esteja situada ou em qualquer atividade que deva executar. Assim, organizações e pessoas constituem a base fundamental na qual funciona a ARH. Uma organização somente existe quando: a) Há pessoas capazes de se comunicarem; b) As pessoas estão dispostas a contribuir com ação; c) As pessoas querem cumprir um propósito comum. A disposição de contribuir com ação, significa disposição para sacrificar o controle da própria conduta em benefício da coordenação. As contribuições de cada participante na FACULDADE DE TECNOLOGIA DE JUNDIAÍ GP - Profº Alexandre Schuster 4 organização variam enormemente, em função não somente das diferenças individuais existentes entre eles, mas também do sistema de recompensas e contribuições aplicado pela organização. Há uma enorme variedade de organizações: empresas industriais; empresas comerciais; organizações de serviços como bancos, hospitais, universidades; organizações militares, públicas (repartições), esportivas, políticas, religiosas, etc. A influência das organizações sobre a vida das pessoas é fundamental: a maneira como as pessoas vivem, compram, trabalham, se alimentam, se vestem, seus sistemas de valores, expectativas e convicções são profundamente influenciadas pelas organizações, e vice-versa, as organizações também são influenciadas pelos modos de pensar, sentir e agir das pessoas. As organizações são sistemas extremamente complexos, compostos de atividades humanas em diversos níveis de análise, como: personalidade, pequenos grupos, intergrupos, normas, valores, atitudes, tudo isso existe sob um padrão complexo e multidimensional. À medida que as organizações são bem-sucedidas, elas tendem a crescer. Seu crescimento se faz pelo aumento do número de pessoas e de recursos. Para que esse volume de pessoas possa ser administrado, há um acréscimo do número de níveis hierárquicos. À medida que o número de níveis hierárquicos aumenta, ocorre um gradativo distanciamento entre as pessoas e seus objetivos pessoais, e a cúpula da organização e seus objetivos organizacionais. Quase sempre esse distanciamento conduz a um conflito entre os objetivos individuais dos participantes e os objetivos organizacionais da cúpula. 1.5 Características das Organizações As grandes organizações são chamadas de organizações complexas, pois possuem as seguintes características: 1. Complexidade estrutural: refere-se à diferenciação horizontal e vertical, à medida em que ocorre divisão do trabalho, aumenta a complexidade horizontal da organização; à medida em que novos níveis verticais surgem com a hierarquia para melhor controle e regulação, aumenta a complexidade vertical. Enquanto nos pequenos grupos, os membros se relacionam face a face, as grandes organizações dependem de níveis intermediários para coordenar e integrar as atividades das pessoas, a interação passa a ser indireta. 2. Anonimato: a ênfase é colocada sobre as tarefas ou operações e não sobre as pessoas, o importante é que a operação seja executada, não importa por quem. 3. Rotinas Padronizadas: para operar procedimentos e canais de comunicação. As organizações apresentam a tendência de desenvolver grupos informais face a face dentro delas. 4. Estruturas personalizadas não oficiais: constituem a organização informal que funciona em paralelo com a estrutura formal. 5. Tendência à especialização e à proliferação de funções: são aquelas que tendem a separar as linhas de autoridade formal daquelas de competência profissional ou técnica. 6. Tamanho: o porte é um elemento final e intrínseco às grandes organizações, pois decorre do número de participantes e de órgãos que formam sua estrutura organizacional. FACULDADE DE TECNOLOGIA DE JUNDIAÍ GP - Profº Alexandre Schuster 5 Dá-se nome de organizações formais, àquelas caracterizadas por regras e regulamentos formalizados por escrito e por estruturas de posições e hierarquia que ordenam as relações entre indivíduos ou órgãos componentes. As organizações constituem uma das mais admiráveis instituições sociais que a criatividade e a engenhosidade humana já construíram. As organizações de hoje são diferentes das de ontem e, provavelmente, amanhã e no futuro distante apresentaram diferenças ainda maiores. Não existem duas organizações semelhantes: elas podem assumir diferentes tamanhos e estruturas organizacionais. Além do que as organizações operam em diferentes ambientes, sofrendo as mais variadas coações e contingências, que se modificam no tempo e no espaço e reagem a elas através de estratégias para alcançar resultados diferentes. Tudo isso faz com que as organizações, além da sua enorme diversidade, apresentem uma incrível complexidade. As organizações permitem satisfazer diferentes necessidades das pessoas, como econômicas, intelectuais, emocionais, espirituais, etc. As organizações sejam elas grupos empresariais, empresas industriais, bancos ou financeiras, escolas ou universidades, lojas ou supermercados, oficinas mecânicas ou concessionárias de automóveis, hospitais ou igrejas, empresas de rádio ou televisão, organizações filantrópicas, jornais ou revistas, postos de gasolina ou padarias, restaurantes ou cinemas, etc.; são extremamente variadas e heterogêneas, e a sua natureza varia de acordo com o tamanho e a localização. Vivemos em um mundo de organizações, porque é nelas que o homem moderno busca a satisfação de quase todas as suas necessidades pessoais: trabalho, divertimento, comida, compras, instrução e capacitação pessoal, roupas, dinheiro, saúde, religião, etc., dificilmente o homem moderno escapa dos tentáculos e do envolvimento das organizações, mesmo quando tira férias e procura fugir delas para renovar a sua tranqüilidade pessoal, ele precisa enfrentar o trânsito, o posto de gasolina, o restaurante, o cinema, a televisão, a fila do banco e coisas assim. 1.6 Diferentes eras das organizações No decorrer do século XX, as organizações passaram por três fases distintas: 1. Era da Industrialização Clássica No período de 1900 a 1950, foi o período do fenômeno da industrialização, com início da revolução industrial. Nesse período, a estrutura organizacional típica caracterizou-se pelo formato piramidal e centralizador,modelo burocrático, centralização das decisões no topo, com o estabelecimento de regras e regulamentos internos para disciplinar e padronizar o comportamento dos participantes. As pessoas eram consideradas de recursos de produção, como máquinas, equipamentos, na concepção de três fatores tradicionais de produção: natureza, capital e trabalho. 2. Era da Industrialização Neoclássica No período de 1950 a 1990, com início no final da 2ª guerra mundial, o mundo começou a mudar mais intensamente. As transações comerciais passaram da amplitude local para a regional, e de regional para internacional, acentuando mais a competição entre as empresas. O velho modelo burocrático, centralizador e piramidal, tornou-se vagaroso demais para acompanhar as mudanças que ocorriam no ambiente. Surgiu a estrutura matricial, promovendo uma melhoria necessária na arquitetura, adicionou-se à organização um esquema lateral de departamentalização, por produtos ou serviços, agilizando os processos e alcançando maior competitividade. A velha cultura das FACULDADE DE TECNOLOGIA DE JUNDIAÍ GP - Profº Alexandre Schuster 6 tradições passadas das Relações Industriais, foi substituída pela Administração de Recursos Humanos, as pessoas como recursos vivos. 3. Era da informação Teve seu início por volta de 1990, suas características principais são as mudanças, que se tornaram rápidas e imprevistas, a tecnologia trouxe desdobramentos que transformou o mundo em uma aldeia global. A informação passou a cruzar o planeta em milésimos de segundo. A tecnologia da informação provocou o surgimento da globalização da economia, intensificando a competitividade. A estrutura organizacional em matriz tornou-se insuficiente para as mudanças com agilidade e inovação. Os cargos e funções passaram a ser constantemente definidos e redefinidos. A estrutura da organização passou a ter equipes multifuncionais de trabalho. A organização do futuro vai funcionar sem limites de tempo, espaço ou distância. Haverá uso totalmente diferente do espaço físico, escritórios com salas particulares darão lugar para locais coletivos de trabalho, enquanto que algumas funções poderão ser efetuadas nas casas dos funcionários. Haverá a organização virtual interligada eletronicamente, sem a burocracia de papeladas, trabalhando melhor, mais inteligente e próximo do cliente. O recurso mais importante deixou de ser o capital financeiro, e passou a ser o conhecimento, para saber como usá-lo e aplicá-lo rentavelmente. O emprego passou a migrar intensamente do setor industrial para o setor de serviços, o trabalho manual passou a ser substituído pelo mental. As pessoas passaram a ser abordadas como seres dotados de inteligência, conhecimentos, habilidades, personalidades, aptas para as mudanças e a imprevisibilidade, surgindo a Gestão de Pessoas, a ARH. 1.7 Organizações como sistemas sociais As organizações são sistemas sociais porque são compostas de pessoas e funcionam graças às atividades e às interações dessas pessoas. Existem vários recursos como tecnológicos, materiais, financeiros, etc., reunidos para obter efeitos multiplicadores, mas dependem do principal recurso, da inteligência humana para serem colocados em ação, que são os efeitos chamados de sinergia. A sinergia representa o efeito multiplicador, através dos esforços humanos que interagem entre si, provocando uma alavancagem de resultados. A sinergia faz com que 1 + 1 + 1 pessoas em conjunto produzam um resultado maior do três pessoas isoladamente. É através da sinergia que uma empresa adquire recursos e produz resultados maiores do que os recursos adquiridos, gerando maior riqueza. Em uma abordagem geral, as organizações são unidades sociais, ou agrupamentos humanos, intencionalmente construídas e reconstruídas, a fim de atingir objetivos específicos, são construídas de maneira planejada. Este sistema social, à medida que os objetivos são atingidos, ou à medida que se descobrem meios melhores para atingi-los, com menor custo e menor esforço, são reestruturados e redefinidos. Uma organização nunca constitui em uma unidade pronta e acabada, mas sim em um organismo vivo e sujeito a constantes mudanças e em contínua mutação e desenvolvimento. Tudo na organização deve ser visto dessa maneira: algo como o vir a ser e não apenas o que já é. Do que são formadas as organizações: FACULDADE DE TECNOLOGIA DE JUNDIAÍ GP - Profº Alexandre Schuster 7 Figura: CHIAVENATO, Idalberto.Comportamento Organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. p. 23. 1.8 Organizações como sistemas abertos As organizações constituem sistemas abertos, sendo um conjunto de elementos dinamicamente relacionados que desenvolvem uma atividade para atingir determinado objetivo ou propósito. Todo sistema opera sobre matéria, energia ou informação obtidas do ambiente que constituem os insumos ou entradas (inputs) de recursos necessários para que o sistema possa operar. Esses recursos são processados pelas diversas partes do sistema (subsistemas) e transformados em saídas ou resultados (outputs) para serem devolvidos ao ambiente. Mas além de recursos, as organizações precisam de competências. As fronteiras do sistema aberto nas organizações são permeáveis, para permitir transações ou intercâmbios com o ambiente. O sistema é aberto à medida que apresenta grande interdependência e interações com o ambiente. Uma das características do sistema aberto é a sinergia, que significa a ação conjunta e simultânea de duas partes (ambiente x organização) resultando em um efeito multiplicador, alavancando os resultados. Nos sistemas abertos, à medida que ocorrem, as saídas provocam uma retroinfluência sobre as entradas, a fim de balancear ou equilibrar o funcionamento do sistema. Esta retroação conhecida como “feedback” é uma influência de retorno. O retorno pode ser positivo, é quando o sistema não alcança seus limites, podendo incrementar as suas operações. O retorno é negativo, quando o sistema ultrapassa seus limites, devendo reduzir as suas operações. FACULDADE DE TECNOLOGIA DE JUNDIAÍ GP - Profº Alexandre Schuster 8 A retroação permite ao sistema alcançar o seu equilíbrio e estabilidade no seu funcionamento. A empresa como um sistema aberto: Figura: CHIAVENATO, Idalberto.Administração de Recursos Humanos: fundamentos básicos. São Paulo: Atlas, 2006. p. 36. Essa é a razão pela qual muitas organizações se sobressaem mais do que outras que produzem os mesmos produtos e serviços. 1.9 Participantes das organizações Tradicionalmente, reconheciam-se como participantes das organizações apenas seus proprietários, administradores e empregados, ou seja, apenas seus participantes internos. Modernamente, concebe-se a organização como um processo estruturado em que diferentes parceiros interagem para alcançar objetivos. Os parceiros provocam um impacto sobre os processos de tomada de decisões dentro da organização. Os parceiros da organização são: acionistas, proprietários ou investidores; clientes, FACULDADE DE TECNOLOGIA DE JUNDIAÍ GP - Profº Alexandre Schuster 9 usuários, consumidores ou contribuintes; gerentes ou empregados; fornecedores; governo; comunidade e a sociedade. Tanto a organização como seus parceiros estão envolvidos em uma mútua adaptação, embora o equilíbrio entre os indivíduos e a organização seja constantemente perseguido, ele nunca é completamente alcançado em virtude das mudanças de necessidades, e de objetivos. Assim, a adaptação é um processo constante cuja regra é a mudançae o ajustamento. Todos os participantes tem suas necessidades, que devem ser ajustadas mutuamente para alcançar os resultados. Os parceiros ou membros da organização: Figura: CHIAVENATO, Idalberto.Administração de Recursos Humanos: fundamentos básicos. São Paulo: Atlas, 2006. p. 52.
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