Buscar

Apostila de Introdução a Psicologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

APOSTILA DE INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA 
(Com noções em Aconselhamento Bíblico) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Letra grega Psi 
 
 
 
PROFESSOR PR. LUCAS LIMA 
 
 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
2 
CONTEÚDO 
INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................04 
1. A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA NO MUNDO .............................................................................04 
1.1 JOHN LOCKE E A PSICOLOGIA ...........................................................................................06 
1.2 DAVI HUME E A PSICOLOGIA ...........................................................................................06 
1.3 DARWIN E A PSICOLOGIA ................................................................................................06 
1.4 WILHELM WUNDT E A PSICOLOGIA .................................................................................07 
1.5 PSICOLOGIA DA INTELIGÊNCIA E DA FORMA ...................................................................08 
1.6 O PRINCÍPIO DO SENTIDO. ..............................................................................................08 
 
2. ABORDAGENS PSICOLÓGICAS, ESCOLAS E PENSADORES .......................................................09 
2.1 ESTRUTURALISMO .........................................................................................................09 
2.2 FUNCIONALISMO ...........................................................................................................10 
2.3 ASSOCIACIONISMO .......................................................................................................10 
2.4 PAVLOV E A REFLEXOLOGIA ..........................................................................................10 
2.5 BEHAVIORISMO ............................................................................................................11 
2.5.1 BURRHUS FREDERIC SKINNER ............................................................................11 
2.6 GESTALT – PSICOLOGIA DA FORMA ..............................................................................12 
2.7 PSICANÁLISE ................................................................................................................12 
2.8 HUMANISMO ...............................................................................................................15 
2.8.1 A PIRÂMIDE DE MASLOW .................................................................................16 
2.9 PSICOLOGIA TRANSPESSOAL ........................................................................................16 
2.10 PSICODRAMA ..............................................................................................................17 
2.11 PSICOLOGIA ANALÍTICA ...............................................................................................18 
2.12 PSICOLOGIA COGNITIVA ..............................................................................................19 
3. O CONCEITO DE SAÚDE E OS PRINCIPAIS TRANSTORNOS MENTAIS .......................................19 
3.1 O CONCEITO DE SAÚDE ................................................................................................19 
3.2 TRANSTORNOS MENTAIS .............................................................................................21 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
3 
3.3 PRINCIPAIS TRANSTORNOS MENTAIS .............................................................................22 
3.3.1 DEPRESSÃO ........................................................................................................22 
3.3.2 ANSIEDADE ........................................................................................................25 
3.3.3 TRANSTORNO BIPOLAR ......................................................................................26 
3.3.4 TOC (TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO) ..................................................28 
3.3.5 ESQUIZOFRENIA .................................................................................................30 
3.3.6 HIPERATIVIDADE (DÉFICIT DE ATENÇÃO).............................................................33 
4. TEORIA DOS QUATRO TEMPERAMENTOS ...............................................................................35 
5. TAREFA – TESTE DE PERSONALIDADE .....................................................................................37 
6. A PSICOLOGIA E A BÍBLIA – NOÇÕES DE ACONSELHAMENTO BÍBLICO .....................................38 
7. GLOSSÁRIO ............................................................................................................................40 
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................................42 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
4 
INTRODUÇÃO 
A Psicologia talvez seja uma das mais controversas ciências da atualidade. Amada por uns e odiada por 
outros, sem dúvida ainda permanece obscura para a grande maioria. Alguns grupos evangélicos e católicos 
tratam-na como coisa do diabo. Até mesmo cientistas questionam sua autenticidade como ciência, visto 
que seu propósito é adentrar o campo ainda obscuro das emoções e do funcionamento do cérebro. Se para 
estudiosos e religiosos ela não é unanimidade, quem dirá para outros grupos de pessoas? 
Mas, antes de qualquer conclusão ou preconceito, é preciso conhecer as propostas, técnicas e abordagens 
da Psicologia. A partir de uma análise mais aprofundada, pode-se então chegar a alguma conclusão, quer 
seja de apoio, questionamento ou repulsa. 
A Psicologia é uma das mais complexas ciências da atualidade. Estudar a alma humana talvez seja a mais 
complexa de todas as tarefas, visto que as pessoas são frutos de influências genéticas, sociais, físicas, 
ambientais, cognitivas e espirituais. 
De forma direta ou indireta, outras ciências se juntam à Psicologia nessa empreitada. São elas: neurologia, 
filosofia, psiquiatria, sociologia, pedagogia, etc. A Psicologia, no entanto, busca adentrar as profundezas do 
SER humano, identificando suas motivações, traumas e carências. Ninguém que se aprofunde nesta ciência 
saíra ileso. 
Um dos diferenciais da Psicologia é sua proposta de não encontrar respostas ou soluções simples e prontas 
para coisas que são complexas por natureza (Ex.: um psiquiatra que trata a depressão com antidepressivo 
na cura da mesma e desconsidera os fatores causadores e desencadeantes do mal). A Psicologia procura 
entender quem é o ser humano e como ele age e reage. 
Antes de qualquer tentativa de comparar ou colocar em choque a Psicologia e a Teologia, vamos conhecer 
o campo psicológico sem preconceitos e com a certeza de que, como toda ciência, a Psicologia é fruto da 
busca do homem para se autoconhecer. Uma coisa é certa: ao se conhecer melhor, o homem não 
conseguirá fugir da verdade de que há um vazio enorme em sua alma... Um espaço que só Deus pode 
preencher por completo. 
 
1. A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA NO MUNDO (INFLUÊNCIAS RECEBIDAS) 
Tendo em vista que desde o início dos tempos o ser humano busca conhecer suas origens, o mundo que o 
rodeia e seu interior, não seria difícil afirmarmos que os antigos filósofos, os pré-socráticos, eram em sua 
essência psicólogos, mesmo que ainda não fossem assim denominados. 
Na busca da compreensão sobre a origem do homem, destacam-se duas visões: o Criacionismo e o 
Evolucionismo. Na primeira corrente, crê-se que um Ser Superior tenha criado todas as coisas que existem 
de forma distinta, permanecendo invariáveis (todo ofundamento, o homem, as plantas e os animais). Este 
relato encontra-se pormenorizado na Bíblia Sagrada, o livro sagrado dos cristãos. 
A segunda corrente, conhecida como Evolucionismo, é aquela que apresenta o mundo como algo em 
processo de mudança genética em que as características de toda uma espécie são alteradas durante muitas 
gerações, com a função de proporcionar uma melhor adaptação dos indivíduos daquela espécie ao meio 
ambiente, processo conhecido como Seleção Natural. O que diferencia a primeira corrente da segunda é 
que no Criacionismo o ingrediente que move esta compreensão é a fé, enquanto que o Evolucionismo é 
uma teoria científica, proposta e divulgada por Charles Darwin, em sua obra A Origem das Espécies. 
Mas, independentemente das questões de origem do Universo, o ser humano sempre se interessou pelo 
seu universo interior. “De onde vim e para onde vou?” e também “Quem sou e qual meu papel neste 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
5 
mundo?”. As respostas para estas perguntas trariam alívio para a própria angústia e inquietação inerentes 
ao ser humano. Era preciso entender as próprias emoções, ansiedades, sentimentos, o porquê da 
existência, do nascimento e da morte. Este processo de autoconhecimento é importantíssimo, pois nos leva 
a entender que não precisamos e nem devemos fugir das sensações desconfortáveis, mas sim devemos 
enfrentá-las para encontrar equilíbrio em nossa jornada terrena. 
Um dos maiores equívocos atuais talvez seja o de querer se livrar a todo e qualquer custo da dor e dos 
sofrimentos. Mas eles são parte da complexa natureza humana. Não existem fórmulas miraculosas para 
fazer com que o ser humano pare de sofrer, por mais que os livros de autoajuda, a religião, a ciência e a 
filosofia digam o contrário. A Psicologia, a Teologia e todas as áreas do conhecimento humano devem se 
empenhar sim em entender a alma humana e aprender a lidar com a própria existência, repleta de vitórias 
e derrotas. A aflição foi e ainda é tema de muitos estudos. O próprio mestre Jesus ensinou aos seus 
seguidores que a vida seria de aflições. 
Seria então correto afirmar que a Psicologia surgiu com base em dois ramos distintos do conhecimento: a 
Filosofia e a Medicina. Por que não dizer então que a Psicologia é a resposta humana para o que a Teologia 
há tempo já nos ensina? Talvez muitos psicólogos não aceitem tal posição, mas, se analisarmos o objetivo 
de Deus ao criar o homem, vemos que, com o passar das gerações, novas teorias humanas são criadas, 
mas, no fundo, apenas corroboram o que Jesus buscou ensinar com toda sua história de vida. 
A primeira grande obra psicológica de que se tem notícia é do pensador Aristóteles (384-322 a.C.), De 
Anima (Acerca da Alma). Embora já se estudasse a alma humana, o termo Psicologia só aparece no século 
XVI, com Rodolfo Goclênio. A palavra psicologia tem sua raiz etimológica nos termos (psiché – alma + logos 
– razão, estudo). Apesar de sua história não ser antiga, sua regulamentação como profissão ocorreu apenas 
em 27 de agosto de 1962, quando passou a se comemorar o “dia do psicólogo”. 
Tem-se afirmado que a Psicologia é uma ciência com um longo passado, mas com uma curta história de 
reconhecimento enquanto atividade profissional e ciência. A partir de relatos históricos da Índia, China, 
Ásia Menor, etc., vê-se que o ser humano sempre refletiu sobre a alma, morte e imortalidade, bem e mal, e 
as causas dos medos e preocupações. A partir da compreensão de que a alma do ser humano e a sua 
existência são assuntos interligados, e que o ser humano está sempre em processo de aprendizagem, não 
há dúvidas de que a Psicologia é uma ciência em construção e o psicólogo, um profissional que nunca 
estará pronto, mas sempre em formação. 
Aristóteles foi o divulgador da ideia de que o todo vem antes das partes e é, portanto, mais do que o 
somatório das partes. Ex.: Uma floresta é mais do que o somatório das suas árvores, arbustos, ervas e 
animais que a constituem; é, na verdade uma totalidade própria com características especiais que 
pertencem à totalidade. Assim também é o ser humano, no domínio psíquico, uma totalidade especial, 
muito mais do que uma soma de pensamentos e emoções isoladas. Este pensamento se perpetuou através 
da corrente psicológica conhecida como Gestalt ou Psicologia da Forma. 
Esta concepção opõe-se à ideia de Wilhem Wundt (1832-1920) de que o todo da mente humana é 
constituído a partir de processos elementares, a qual denominou, a princípio, de a moderna Psicologia 
Científica, orientada pelo pensamento atomista da Física. 
Os gregos consideravam a alma como o sopro da vida, como aquilo que vivifica a vida. No entanto, a 
resposta de como esse processo ocorria não foi encontrada. Tales de Mileto (625-556), primeiro filósofo 
ocidental de que se tem notícia, muito antes de Aristóteles, considerou o movimento como algo essencial 
para o processo de vivificação. Defendeu a existência de uma substância fundamental que daria origem ao 
movimento e à transformação da vida. Para ele, o princípio de tudo era a água. "O morto resseca, enquanto 
os germes são úmidos e os alimentos, cheios de seiva", ele dizia. 
Alguns filósofos da Antiga Grécia pensavam que a alma era "ar"; outros, que os odores eram os elementos 
vivificantes. Platão (427-347 a.C.) qualifica a alma de ser espiritual; seu discípulo Aristóteles a considerava 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
6 
como uma força, aliás, incorpórea, que movia e dominava os corpos. A partir de tais concepções, adquiridas 
exclusivamente pela especulação, existiam, contudo, também já na antiguidade, estudos amplos sobre 
processos cerebrais, sobre as funções dos órgãos sensoriais e sobre perturbações destas funções em caso 
de lesões cerebrais. 
Muito se houve falar sobre a teoria dos quatro temperamentos (a qual estudaremos mais adiante), 
sobretudo em livros norte-americanos de Psicologia e aconselhamento, mas a grande verdade é que esta 
doutrina remonta ao grande médico grego Hipócrates (460-377 a.C.), conhecido como o “pai da medicina”. 
O médico romano Galeno (201-131 a.C.) retomou e desenvolveu tal teoria. Os humores ou temperamentos 
seriam: sanguíneo, colérico, melancólico e fleumático, seguindo princípios físicos de identificação. Apesar 
do seu funcionamento pseudocientífico, a doutrina dos quatro temperamentos afirmou-se na prática e os 
quatro tipos foram finalmente introduzidos como noções da nossa linguagem diária. 
Outro importante nome ao estudarmos os primórdios da Psicologia é o de Agostinho, ou Santo Agostinho 
(354-430), pelo fato de ter descoberto dois métodos importantes: o da auto-observação e o da descrição 
da experiência interior, dando origem a uma Psicologia mais subjetiva e qualitativa, baseada na fala e na 
introspecção, ao contrário daquela que prioriza apenas o comportamento observável. De certa forma, 
pode-se citar a Psicologia Europeia como aquela que mais se aproxima de uma prática menos comercial e 
imediatista para uma mais aprofundada e introspectiva, denominada por alguns de “Psicologia Profunda”. 
1.1 JOHN LOCKE (1632-1704) E A PSICOLOGIA 
Grande parte das pessoas que trabalha na educação já ouviu falar que “a criança é como 
uma folha em branco na qual são registradas várias experiências”. Esta ideia, que 
também influenciou bastante a Psicologia, principalmente as abordagens que priorizam a 
experiência como principal fonte de formação do ser humano, provém de um pensador 
chamado John Locke. 
Locke destacava que as impressões sensoriais são de grande importância para o desenvolvimento de nossa 
experiência. Imaginou o espírito da criança como uma folha em branco (tábula rasa) na qual serão 
registradas as experiências. John Locke também tem papel decisivo na Pedagogia e na Psicopedagogia. 
1.2 DAVID HUME(1711-1776) E A PSICOLOGIA 
David Hume foi um filósofo escocês que aperfeiçoou a teoria aristotélica das associações. 
Hume ensinou que as representações eram imagens de impressões sensoriais e se 
encontravam ligadas umas às outras com base em leis mecanicamente funcionais. 
Reforçando o pensamento de Aristóteles, formulou as leis da associação do contato 
espaço-tempo, da semelhança, do contraste e da causalidade. 
Desde então se verifica a importância que as experiências exercem sobre a vida de todo ser humano, 
gerando gratificação ou traumas. As experiências têm uma função primordial na estrutura do indivíduo, 
principalmente de zero a seis anos de vida. Aquilo que é vivenciado nesta fase torna-se determinante na 
vida adulta. A forma de ser, de reagir e de enfrentar as crises em boa parte é construída na infância, assim 
como a forma feliz de celebrar a vida em seus detalhes mais simples. 
1.3 CHARLES DARWIN (1809-1882) E A PSICOLOGIA 
A Psicologia sempre viveu o dilema de optar entregar-se à objetividade, para que 
ocorresse a apropriação do fazer científico, ou exercer um modo alternativo de fazer 
seus estudos da maneira mais alternativa e aberta à especulação e assim correr o 
risco de não ser legitimada nos meios acadêmicos. Pela própria raiz eminentemente 
filosófica, toda a Psicologia fora praticada até meados do século XX de modo 
predominantemente especulativo. Julgava-se poder solucionar todos os problemas a 
partir da reflexão, da análise e da síntese. Ledo engano. Atualmente, percebe-se que 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
7 
as alternativas acima citadas não são excludentes, mas que podem se complementar e se enriquecer 
mutuamente e assim o fazer científico enriquece seu olhar, tornando-se mais holístico e menos 
fragmentado. 
Um exemplo desta visão integral do indivíduo e seus problemas é o caso de alguém que esteja com 
gastrite. Esta pessoa pode ser tratada como alguém que tem uma irritação gástrica ou então pode ser 
avaliada interdisciplinarmente, em que profissionais de diversas áreas identificam as causas físicas, 
alimentares e emocionais que levaram o paciente a este estado doentio no estômago, o qual passa então a 
ser denominado como órgão de choque. 
Quanto ao modo empírico de fazer ciência, pode-se afirmar que um dos principais impulsos na Psicologia 
teve sua origem nas observações e experimentos de Darwin, fundador da moderna teoria genética e da 
hereditariedade. Como citado anteriormente, a sua obra de maior impacto para a ciência foi “A Origem das 
Espécies” (1859). Esta obra, publicada para garantir originalidade e reconhecimento de autoria, visto que 
outros escritores começavam a apresentar ideias semelhantes, inclusive anteriormente a seus escritos. A 
obra de Darwin influenciou de modo revolucionário quase todos os domínios da ciência, desde a Física e a 
Química, passando pela Biologia, até chegar à Psicologia. Ela promove debates acalorados e inúmeras 
teses, colocando teólogos e cientistas como inimigos frontais, lógico, dentro de uma perspectiva 
excludente e fragmentada. 
Além de suas investigações biológicas, Darwin ocupou-se igualmente de uma série de problemas que hoje 
denominaríamos psicológicos. As ideias de Darwin deram um novo impulso à investigação psicológica e 
constituíram o fundamento para muitos campos da moderna Psicologia, tais como: a Psicologia do 
Desenvolvimento e Psicologia Animal; o estudo da expressão dos movimentos afetivos, a investigação das 
diferenças entre os diversos indivíduos; o problema da influência da hereditariedade em comparação com 
a do meio ambiente; o problema do papel da consciência; e, logo a seguir; o estudo experimental das 
funções anímicas, como também a introdução do princípio quantitativo da investigação. 
1.4 WILHELM WUNDT (1832-1920) E A PSICOLOGIA 
Médico, filósofo e psicólogo alemão, Wilhelm Wundt é considerado o pai da Psicologia 
moderna, devido à criação, em 1879 do Instituto Experimental de Psicologia, em Leipzig. 
Desenvolveu, além disso, um sistema amplo para o nascimento desta nova ciência, 
pesquisando aspectos que iam desde a Psicologia Experimental Fisiológica até a 
Psicologia dos Povos, dando origem ao que hoje se conhece como Psicologia Social e 
Comunitária. Um fato curioso sobre Wundt é que sua base teórica sobre a Psicologia era 
proveniente da Física. Não é à toa que hoje termos como “campos de tensão” são utilizados em dinâmicas 
de grupo. 
Wundt pretendia encontrar elementos e processos elementares, pois acreditava poder construir a alma 
como um todo. Apesar da grandiosa concepção fundamental, a Psicologia dos Povos de Wundt não levou a 
quaisquer resultados duradouros, precisamente no que se refere à compreensão dos fenômenos mais 
complexos ou mesmo daqueles que dizem respeito ao desenvolvimento humano, mesmo porque Wundt 
não chegou a desenvolver um conceito preciso daquilo que seria essa área, chamada Psicologia dos Povos 
(mais adiante veremos as abordagens que resultaram do trabalho de Wilhelm Wundt). 
Enquanto Wundt trabalhava seus conceitos, outros pensadores, paralelamente, estudavam os fenômenos 
de maturação por meio da observação de animais e crianças, o que daria origem à Psicologia do 
Desenvolvimento. Esse sistema de pensamento incide exclusivamente sobre a observação do 
comportamento animal e humano e dos processos de maturação de tal comportamento. De Francis Galton 
a Lloyd Morgam, William McDougall, Thorndike, Yerkes e John B. Watson, encontramos uma série de 
investigações brilhantes que se ocupam das questões da hereditariedade, do comportamento animal, dos 
instintos e do comportamento infantil. 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
8 
O estudo do comportamento observável é um dos pilares doutrinários do Behaviorismo e os estudos 
realizados por seus seguidores baseavam-se quase que exclusivamente em observações de animais e de 
crianças. Hoje em dia, a Psicologia Animal e a Psicologia Infantil constituem dois ramos extremamente 
vastos e significativos da investigação psicológica, apesar de que já são necessários vários cuidados legais, 
pelos abusos antes cometidos por pesquisadores menos avisados. Para pesquisas que envolvam seres 
humanos, por exemplo, é necessário, atualmente, que seja assinado um termo de Livre Consentimento. É 
preciso conhecer de que trata a pesquisa e os possíveis riscos envolvidos, para assim decidir se deseja fazer 
parte da experiência ou não. 
Praticamente toda a teoria piagetiana foi obtida a partir de observações dos seus próprios filhos. Um 
estudo cuidadoso e que certamente exigiu muito do espírito investigativo de Piaget. Foram anos a fio para 
que fosse possível elaborar a sua teoria, de contribuição inestimável também para a Psicologia Clinica 
infantil. 
1.5 PSICOLOGIA DA INTELIGÊNCIA E DA FORMA 
É impossível falar da Psicologia da Inteligência e da Forma sem citar nomes como: Franz Brentano (1838-
1917), Christian von Ehrenfels (1859-1932) e Edmund Husserl (1859-1938). Estes dois grupos, que 
costumam normalmente ser designados por Escola de Wurzburg e de Berlim, insistiam na compreensão das 
relações de sentido e na percepção de formas, ou seja, de formas e totalidades. São processos de uma 
espécie própria e não se podem explicar como sendo formados por elementos, ou seja, a forma não se 
mostra absoluta, mas existe uma relação entre a forma e a percepção de quem vê, para que haja um 
sentido. Esse pensamento explica, de certa forma, a existência da relatividade e do significado da arte. 
O valor da obra artística, uma tela, por exemplo, está no significado atribuído pelo observador. Esta Escola 
Psicológica demonstra que o todo tem um significado maior do que o que teria simplesmente se as suas 
partes fossem unidas. Fazendo uma analogia a esse pensamento e demonstrando-o, por exemplo,na rotina de uma policlínica, diria que trabalhar numa equipe interdisciplinar de saúde tem um 
efeito muito superior a que tentar unir conclusões de trabalhos isolados de diversos profissionais 
de saúde, produzidos de forma individualizada. Daí ser a máxima desta Escola: "O todo é mais que 
a soma de suas partes". Os pensadores da Psicologia da Inteligência e da Forma apresentavam, 
além disso, a comprovação experimental para demonstrar sua tese. Não são as representações, 
mas sim as suas relações que decidem o sentido de um pensamento, afirmou Karl Buhler, um dos 
jovens representantes da Escola de Wurzburg, ao ser contestado por Wundt. 
As percepções estruturais do pensamento são operações específicas, por meio das quais se constroem as 
nossas percepções: as impressões sensoriais não são simplesmente refletidas e ligadas umas com as outras, 
mas dá-se a partir de diferentes centros cerebrais, uma projeção das impressões sensoriais em diferentes 
direções, o que faz com que cada pessoa interprete e veja o mundo de uma determinada forma. (Pimentel, 
2003; Perls, 1969). 
1.6 O PRINCÍPIO DO SENTIDO 
"Minha vida carece de sentido". “É preciso dar sentido à existência". "Menino, dê um rumo à sua vida!". 
Todos certamente já ouviram frases assim, que denotam, de certa forma, a necessidade de que a vida 
tenha um significado, uma direção, senão se transformaria num barco a derivas. Eduard Spranger trouxe á 
Psicologia o que denominava de valores espirituais, aos poucos retornando á mesa de discussão, dentro de 
uma perspectiva mais abrangente e menos reducionista. "Reivindico a palavra Psicologia para a ciência da 
vida provida de sentido" declarou Eduard Spranger no ano de 1922, numa máxima verdadeiramente 
clássica. A palavra "sentido" é definida aqui de modo diferente do que na Psicologia da Inteligência, para a 
qual sentido significa o contexto espiritual de um pensamento. Sentido aqui é definido como "aquilo que 
está integrado num todo de valores como membro constituinte" ou, por outras palavras, provido de 
sentido é aquilo que contribui para a realização de valores, o que amplia a função da Psicologia, de apenas 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
9 
explicativa para algo compreensivo. Spranger, que, seguindo as ideias de Wilhelm Dilthey (1833-1911), 
contrapõe uma Psicologia compreensiva à Psicologia explicativa dos experimentalistas. 
O essencial na vida humana passa a ser a orientação dos valores. Dever-se-ia compreender a pessoa a 
partir do "espírito objetivo", produtor de valores. Na linguagem da moderna Psicologia isso quer dizer que 
Spranger se ocupava exclusivamente com as finalidades de valor e com os produtos de cultura formados 
através deles, enquanto considera o estudo da realização das ações humanas desprovidas de importância. 
Porém, como Karl Buhler acentua na sua obra "A Crise da Psicologia", ambos os aspectos são importantes. 
É necessário entender que se tratam apenas de aspectos diferentes de um mesmo ser, o ser humano. 
Portanto, uma dimensão não deve excluir a outra, mas a ela se complementar. Ação e sentido são 
inerentes à alma da pessoa. De nada adianta a execução de tarefas se aquilo não vier provido de sentido e, 
a falta deste sentido tem promovido diversos transtornos psíquicos no mundo do trabalho. Um terceiro 
grupo ocupou-se ainda de outra maneira com a relação de sentido das finalidades. 
Este fato mostra cada vez mais claramente que o ponto de vista do sentido ocupa um plano especial na 
Psicologia atual. É a relação de sentido da ação motivada, tal como Sigmund Freud (1856-1939), o fundador 
da Psicanálise, a viu e descreveu - aliás, descreveu-a, no inicio da sua teorização dentro dos limites daquilo 
que ele definiu como Libido, e que pode ser rapidamente conceituado como energia vital. 
Aos poucos a relação de sentido da ação motivada foi se ampliando, até compreender-se a concepção cada 
vez mais divulgada de que todo o nosso pensamento e procedimento visam à satisfação de determinadas 
necessidades e adquire o seu sentido a partir de tal necessidade ou desejo. 
Sob este ponto de vista, todo o procedimento é provido de sentido, uma vez que é determinado por 
motivos. Mesmo o pensamento e procedimento daqueles que estão em sofrimento psíquico têm sentido, 
isto é, tem em vista um objetivo, ainda que o sentido dos próprios objetivos se já mal compreendido 
naquele momento. No entanto, uma vez que mesmo esse sentido mal compreendido é muitas vezes 
susceptível de ser interpretado pelo analista, é possível, em muitos casos, ajudar a pessoa a adquirir uma 
melhor auto-compreensão e a partir daí um modo de vida mais equilibrado e harmônico. Dentro de uma 
perspectiva psicanalítica, pode-se afirmar que até aquilo que se sonha é provi do de sentido, visto que lhe é 
inerente uma finalidade dirigida no sentido da satisfação de necessidades. 
A interpretação, introduzida por Freud no pensamento psicológico como novo princípio fundamental, deve 
ser utilizado sempre que a pessoa que atua oculta a si própria e aos outros o verdadeiro objetivo dos seus 
anseios. Em tais casos, ela pensa e atua simbolicamente, quer dizer, (acontece inconscientemente), em vez 
do objetivo verdadeiro coloca um objetivo substituto ou ilusório, para desviar a atenção das intenções que 
lhe parecem contestáveis, reprováveis ou puníveis. No principio do sentido amplo aqui desenvolvido, 
encontram-se incluídos, tanto o principio da relação do sentido no nosso pensamento, acentuado pela 
Psicologia da Inteligência, como o princípio do sentido das finalidades de valor, defendido por Spranger. 
Atravessada por várias teorias, recorrendo a métodos e técnicas de investigação diversificada, organizada 
em várias especialidades, a Psicologia procura, nesta diversidade, responder às questões que desde sempre 
se colocaram acerca do comportamento, emoções, sentimentos, relações sociais, sonhos, perturbações... 
(NASIO, 1988) 
2. ABORDAGENS PSICOLÓGICAS, ESCOLAS E PENSADORES 
2.1 ESTRUTURALISMO 
Considera-se como fundador da Psicologia moderna Wilhelm Wundt, por ter criado, em 1879 , o primeiro 
laboratório de Psicologia na universidade de Leipzig, Alemanha. A Psicologia só se tornou uma ciência 
independente da filosofia graças a Wundt, no final do século XIX. Foi a partir deste acontecimento que se 
desenvolveram de forma sistemática as investigações em Psicologia, através de vários autores que a esta 
ciência se dedicaram, construindo múltiplas escolas e teorias. 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
10 
Wundt criou o que, mais tarde, seria chamado de Estruturalismo, por Edward Titchener; cujo objeto de 
estudo era a estrutura consciente da mente, as sensações. Segundo esta perspectiva, o objetivo da 
Psicologia seria o estudo cientifico da Experiência Consciente através da Introspecção. Titchener levou a 
ideia da Psicologia para os Estados Unidos da América, modificando-a em alguns pontos. As principais 
limitações do Estruturalismo residem no fato de a introspecção não ser um verdadeiro método científico 
incontestável e de esta corrente excluir a Psicologia animal e infantil. Esta corrente foi extinta em meados 
do século XX (Badcock, 1976). 
2.2 FUNCIONALISMO 
O Funcionalismo é o modelo que substitui o Estruturalismo na evolução histórica da Psicologia, sendo o seu 
principal impulsionador William James. O principal interesse desta corrente teórica residia na utilidade dos 
processos mentais para o organismo, nas suas constantes tentativas de se adaptar ao meio. O ambiente é 
um dos fatores mais importantes no desenvolvimento. (Cultural, 1974). 
2.3 ASSOCIACIONISMO 
Wilhem Wundt (1832-1920), juntamente com o seu discípulo Tichener, inicia o caminho que irá levar a 
Psicologia a atingir o estatuto de ciência. Começa por definir como objeto da Psicologia o estudoda mente: 
O estudo da mente (ou consciência) faz-se ao nível do consciente do ser humano pela análise dos 
elementos simples da mente, à semelhança da divisão em átomos da realidade. (Monteiro 2003). Para ele e 
seus seguidores (nomeadamente Edward Tichener, 1867-1927), as operações mentais não eram mais do 
que a organização de sensações elementares, procurando relacioná-las com a estrutura do sistema 
nervoso. No seu laboratório, em Leipzig, vai procurar conhecer a forma como se relacionam e associam os 
elementos da consciência: é a concepção associacionista (vide associacionismo) dos comportamentos. 
Para atingir este objetivo, vai utilizar como método a introspecção (observação interna), mas de um modo 
controlado: Observadores treinados deveriam, no laboratório, descrever as suas próprias experiências, 
resultantes de uma situação experimental definida. Os dados eram depois relacionados e interpretados por 
uma equipe de psicólogos; ex.: após a apresentação de um estímulo visual ou som teriam de descrever as 
sensações recorrendo a um conjunto definido de termos para maior objetividade. 
2.4 PAVLOV (1849-1936) E A REFLEXOLOGIA 
Você está condicionado a fazer isto ou aquilo. Joãozinho precisa de um reforço escolar. 
Os trabalhadores da empresa estão sem estímulo. Sequestradores precisariam ser 
punidos no Brasil. Todos não já ouvimos expressões desse tipo pelo menos uma vez na 
vida. 
Em grande parte o nosso vocabulário de base comportamentalista se deve ao pensador e 
filósofo russo chamado Pavlov, devido a uma de suas clássicas experiências fisiologistas e 
uma das mais conhecidas é a que ele realizou com cães. 
De modo simples esse experimento pode ser descrito de 
forma simplista, da seguinte forma: O cientista tocava uma 
sineta e em seguida oferecia alimento ao cão. Depois de 
algumas vezes repetindo essa experiência ele passou a 
apenas tocar a sineta e observou, através de equipamentos 
de laboratório que esse simples estímulo fazia com que as 
glândulas salivares do cão produzissem secreção e exibir um 
comportamento de esperar pela chegada do alimento. Esse 
comportamento poderia ser reforçado e se tornar cada vez 
mais forte ou se tornar tênue até a ponto de ser extinto, a 
depender das variáveis apresentadas ao sujeito. 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
11 
Os conhecimentos advindos dos experimentos de Pavlov se generalizaram e, com as devidas adaptações, 
puderam se r utilizados em muitas outras áreas e atualmente são empregados nos setores empresarial, 
escolar e clínico, principalmente. Na área de adestramento animal, até hoje os princípios da Reflexologia de 
Pavlov são empregados. 
Pavlov continuou sua pesquisa em ritmo intenso, estudando minuciosamente aquilo a que hoje 
denominamos sistema nervoso e sistematizou um conjunto de leis fisiológicas, o que lhe valeu o Prêmio 
Nobel de Medicina em 1904. Segundo este cientista, é no córtex cerebral o local onde reside o espírito. É lá 
onde os comportamentos nascem, modificam-se e são extintos. 
Atualmente, estas ideias já não são utilizadas de forma tão radical, apesar de muitas delas se fazerem 
presentes, de forma mais sutil, no chamado neobehaviorismo; contudo, é na aprendizagem onde ganha um 
forte impacto. Veja o nosso sistema de avaliações, por exemplo! 
O pensamento pavloviano foi aprofundado pelo cientista J.B.Watson. Ao reflexo condicionado de Pavlov, 
ele acrescentou o condicionamento denominado operante. Era tanta a confiança de Watson que ele 
afirmou em certa ocasião que bastava entregar nas mãos dele uma dúzia de crianças bem nutridas e um 
ambiente favorável no qual ele as transformaria naquilo que ele quisesse e isso não iria depender da raça, 
aptidões ou inclinações intelectuais. Da mesma forma, poderia transformar essas crianças em ladrões ou 
pedintes, caso desejasse. 
Essa forma de pensar e fazer a Psicologia trouxe para si um sem-número de críticas, principalmente a de ser 
"reducionista", ou seja, o pensar psicológico estaria reduzido ao comportamento, fosse ele humano ou 
animal. 
O fato é que, por causa desse sistema de conhecimentos sobre o comportamento, a Psicologia pode ser 
reconhecida atualmente como Ciência, embora ainda seja vista com certa desconfiança pelos pensadores 
mais radicais de outras áreas, principalmente aquelas mais antigas, como o Direito e a Medicina. É lógico 
que isso não se aplica a todos. Para os behavioristas, entretanto, que se utilizavam e ainda se utilizam, do 
conhecimento objetivo, todo e qualquer comportamento poderia ser medido, quantificado, controlado, 
como também a possibilidade de repetir ações poderia ser prevista. 
Dentro de uma perspectiva mais radical, pode-se afirmar que a hereditariedade não é levada em conta e o 
ambiente só é considerado como forma de exercer um maior controle sobre as variáveis. Emoções não são 
levadas em conta. Não se cogita o subjetivo. Contudo, houve um intenso estudo dos processos cognitivos, 
dando origem em grande parte àquilo que hoje se denomina Neuropsicologia. 
O pensamento Behaviorista Radical é norteado por princípios que aos nossos olhos podem parecer 
estranhos, a depender da perspectiva com que observarmos esses parâmetros: Essa corrente apregoa que 
todo e qualquer comportamento se constitui de uma resposta a estímulos. Comportamentos simples são 
formados por cadeias menores e comportamentos mais complexos são simplesmente o somatório de redes 
mais simples de comportamentos interligados. 
O comportamento humano passa a ser visto, então, como fruto dos movimentos musculares e das 
secreções glandulares, o que parece absurdo aos nossos olhos. Watson não se resumiu à vida acadêmica, 
mas chegou a ser vice-presidente de uma agência de propaganda. Dentro dessa linha de pensamento 
também se destacaram nomes como Skinner, Tolman e Hull. 
2.5 BEHAVIORISMO 
J. B. Watson (1878-1958) - Fonte: John B. Watson. Retirado de arbeitsblaetter.stangl-taller.at 
A maior escola de pensamento americana surgiu no inicio do século XX, sendo influenciada 
por teorias sobre o comportamento e fisiologia animal. A tradução do inglês de Behavior é 
comportamento, portanto, o foco de estudo do comportamentismo ou 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
12 
comportamentalismo (titulo traduzido) é o comportamento observável, e o condicionamento é o método 
utilizado nesta escola. Foi fundada por John B. Watson (Behaviorismo Metodológico) que acreditava que o 
controle do ambiente de um indivíduo permitia desencadear qualquer tipo de comportamento desejável. 
Traz do funcionalismo a aplicação prática da Psicologia; o seu foco está na aprendizagem. Segundo esta 
perspectiva não se pode estudar cientificamente os pensamentos, desejos e sentimentos que acompanham 
os comportamentos em estudo. (Watson, 1972). 
2.5.1 BURRHUS FREDERIC SKINNER (1904-1990) 
Foi influenciado, inicialmente, pelas teorias de Ivan Pavlov e Edward Thorndike. E, 
posteriormente, pelas teorias do operacionismo. Foi Burrhus Frederic Skinner o 
maior autor neocomportamentalista, levantando a tona seu condicionamento 
operante e a modificação do comportamento (Behaviorismo Radical). 
No meio do século XX, vários autores escreveram sobre o pensamento, a cognição. 
Diziam fazer parte do comportamento este pensamento, estava sendo criada uma 
divisão no behaviorismo: a Psicologia Cognitiva . Alguns autores desta escola foram: 
Albert Bandura, Julian Rotter e Aaron Beck . Estes falavam que o comportamento pode ser entendido 
também a partir da cognição. O aprendizado pode existir sem a necessidade de condicionamento em 
laboratório, mas pela observação e elaboração do que foi visualizado. É chamada de a primeira grande 
força da Psicologia (Skinner, 2006). 
2.6 GESTALT, A PSICOLOGIA DA FORMA 
Fundada dentro da filosofia por MaxWertheimmer e Kurt Koffka a Gestalt traz novas perguntas e respostas 
para a Psicologia. Ela se detém nos campos da percepção e na visão holística do homem e do mundo. A 
palavra gestalt não tem uma tradução para o português, mas pode ser entendida como forma, 
configuração. Criticava principalmente a Psicologia de Wundt, que era chamada de Psicologia do "tijolo e 
argamassa", pois via a mente humana dividida em estruturas. 
A gestalt preocupa-se com o homem visto como um todo, e não como a soma das suas partes (o lema da 
Gestalt é, como visto anteriormente, justamente este: O todo é mais que a soma das suas partes). No ano 
de 1951, Frederic S. Pearls cria a teoria Gestalt - terapia, trazendo consigo a teoria de campo de grupos de 
Kurt Lewin. 
________________________________________
________________________________________
____________________________________
____________________________________ 
 
 
2.7 PSICANÁLISE 
Sigmund Freud (1856-1939). Retirado de www.thecjc.org/sfreud.htm 
Quando se pensa em procurar um psicólogo, um emaranhado de ideias 
invade a mente: Tem-se a falsa impressão de que é preciso estar 
transtornado emocionalmente ou mentalmente para procurar ajuda. Na 
verdade o psicólogo deveria trabalhar numa perspectiva muito mais de 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
13 
promoção à saúde que propriamente no âmbito meramente curativo, mas os preconceitos em relação ao 
seu trabalho muitas vezes o impedem de trabalhar dentro dessa perspectiva. Também se imagina uma sala 
sombria, com móveis pretos e um divã. Atrás dele alguém calado e de aspecto severo, fechado. Muito 
desse imaginário coletivo faz parte do legado deixado por Sigmund Freud, Pai da Psicanálise. Na verdade 
nem todo psicanalista é psicólogo. Ele pode ser formado em Medicina, por exemplo. O médico psiquiatra 
também pode se utilizar a Psicanálise para a elaboração de alguns conceitos. 
O psicólogo por sua vez, trabalha dentro do que denomina abordagem, que pode ser: Humanista, 
Existencialista, Behaviorista ou Psicanalista, a depender da base teórica que de sustentação é sua prática. 
Isso também não quer dizer que o psicólogo só possa utilizar-se dos conhecimentos de sua abordagem. É 
cada vez maior o número de psicólogos denominados temáticos, ou seja, aqueles que se utilizam diversos 
arcabouços teóricos, a depender da demanda daquele momento. São também denominados de psicólogos 
ecléticos. 
Sigmund Freud foi um médico psiquiatra que estudou sobre vários assuntos e levou bem mais tempo que 
seus colegas para se formar, por ter utilizado boa parte de seus anos em estudos de laboratório. 
Estudou, por exemplo, temas como a fisiologia dos peixes. O seu interesse pela Psiquiatria, entretanto, se 
iniciou com as descobertas de Charcot, seu futuro mestre, e os estudos sobre Histeria, considerado naquela 
época, doença de mulher, principalmente daquelas que não haviam casado. O termo histeria vem de 
“útero” e até hoje as mulheres solteiras de idade mais avançada são chamadas de forma desprezível, de 
histéricas. 
Freud descobriu que a histeria possuía causas emocionais e que as pessoas nas quais eram recalcadas, ou 
seja, as que não extravasavam seus desejos libidinais, poderiam sofrer de crises histéricas, inclusive 
homens. Essa descoberta, ao ser proclamada em um encontro científico, causou furor nos médicos 
presentes, que se retiraram, deixando o Dr. Freud falando sozinho naquele encontro internacional. Freud 
viu suas aulas particulares se esvaziarem de alunos. Como também suas turmas da faculdade se tornaram 
pouco frequentadas. 
Polêmico, mas obstinado, estudava até as três horas da manhã, e muito material escrito acabava sendo 
jogado no lixo, pois já discordava de tudo aquilo. Suas teorias iam ser reescritas por várias vezes durante a 
sua vida. Trabalhou com hipnose, mas logo reconhecera a sua falta de habilidade com tal técnica e 
percebeu que poderia produzir os mesmos efeitos com a técnica da associação livre, o que daria origem à 
cura pela fala, ou, como ficaria conhecida mais tarde, psicanálise. A Psicanálise foi considerada por Freud 
como um conhecimento firmado em um tripé composto por técnica, teoria e pesquisa, principalmente. A 
Psicanálise é conhecida pela investigação do inconsciente e pela descoberta da sexualidade infantil, tema 
polêmico até hoje. Freud não teve apenas um mestre, mas vários nomes inspiraram sua teoria, desde 
Goethe a Nietzsche. Costumava ler desde literatura e antropologia, a livros de Biologia e Fisiologia Animal. 
Também tinha uma predileção por antiguidades. 
Um personagem importante da psicanálise foi seu discípulo, Carl G. Jung, primeiro presidente da sociedade 
psicanalítica. Com o avanço da teoria de Freud em relação à sexualidade infantil, Jung, que não concordava 
com o que Freud afirmava acerca do assunto, rompe com o psicanalista e segue outro caminho, criando 
uma nova teoria, denominada Psicologia analítica. 
A proposta inicial foi retirar do inconsciente o seu teor puramente sexual. Mas Freud retifica o ex-colega, 
dizendo que "o ego possui várias naturezas das pulsões, mas a pulsão sexual é a que ganha mais 
investimento". Freud, inclusive, alerta que é possível canalizar as pulsões libidinais para as artes ou à 
produção científica. 
O conceito de inconsciente foi criado anos antes, e Freud utilizou-se desse termo com outro sentido, 
encarregando-se de criar uma teoria acerca do tema. Na psicanálise, inconsciente significa outra ordem, 
com outras regras, um dos elementos do aparelho psíquico, constituído por pensamentos, memórias e 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
14 
desejos que não se encontram em nível consciente, mas que exercem grande peso no comportamento 
humano. 
Existem atualmente várias correntes psicanalíticas, oriundas de pensadores que ampliaram ou discordaram 
da visão freudiana. Dentre estes nomes estão Anna Freud, filha de Freud, Melanie Klein, Lacan, Bion, 
Winnicott, Carl G. Jung, Alfred Adler, Erik Erikson, Carl Rogers, etc. (TALAFERRO, 1996). 
A psicanálise hoje se apresenta de várias formas, que são: a psicanálise ortodoxa, a psicanálise nova (ou 
neopsicanálise) e a Psicologia de orientação analítica ou de orientação psicanalítica (utilizada não só por 
psicanalistas formados, mas também por psicólogos não especializados), todas com algumas 
peculiaridades. 
A Psicanálise é considerada a segunda grande força da Psicologia, e segundo o Conselho Federal de 
Psicologia Brasileiro e demais Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs). A psicanálise é aceita no meio 
acadêmico, porém só pode ser utilizada de forma integral com uma formação em Psicanálise, devo dizer 
que ainda não é reconhecida pelo MEC. Caso contrário, deve-se utilizar a técnica de psicoterapia de 
orientação psicanalítica. 
Para a Psicanálise, as ações humanas são orientadas, por três instâncias mentais (simbólicas): 
- Consciente (EGO) - Raciocínio, operações lógicas; 
- Pré-consciente (SUPEREGO) - Memórias, interiorização de regras sociais, produzem angústias, ansiedades 
e "pune" o EGO quando este aceita impulsos vindos do ID; 
- Inconsciente (ID) - pulsões, desejos e medos recalcados. Não obedece à lógica nem à moral. Representa 
os impulsos e os instintos. 
Para ter acesso ao inconsciente, o psicanalista utiliza processos indiretos, tais como: 
- Hipnose - Consiste em induzir o paciente, através de uma sugestão intensa, a um estado semelhante ao 
sono, a partir do qual é possível estabelecer a comunicação com o hipnotizador e ser sugestionado, 
podendo assim revelar memórias ocultas ou ser condicionado para determinada ação ou comportamento. 
A hipnose é pouco usada atualmente. Sua utilização se restringe ao controle de comportamentos de uso 
abusivo de álcool e drogas e só deve ser praticado por profissionaiscapacitados e treinados devidamente. 
- Método psicanalítico, recorrendo às técnicas de: 
* Interpretação de sonhos; 
* Interpretação de atos falhos; 
* Transferência, ou seja, o paciente atua, durante a sessão, em relação ao psicanalista, como se ele fosse 
outra pessoa: pai, mãe, namorado, etc. Cabe ao profissional trabalhar com essa "encenação" de forma a 
levar o paciente à cura de seu trauma. Nesse jogo se encontram envolvidos sentimentos e emoções muito 
fortes, de raiva, ressentimento, paixão, etc. 
A Psicanálise se popularizou demais , o que levou seu vocabulário a ser utilizado de forma indiscriminada e 
também a graves erros de interpretação. Além disso, várias pessoas praticantes de charlatanismo se dizem 
"psicanalistas". 
Freud ainda elaborou o que chamava de 4 fases psicossexuais do desenvolvimento: 
Fase Oral – Período: de 0 a 1 ano aproximadamente. 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
15 
Características principais: a região do corpo que proporciona maior prazer à criança é a boca. É pela boca 
que a criança entra em contacto com o mundo, é por esta razão que a criança pequena tende a levar tudo 
o que pega à boca. O principal objeto de desejo nesta fase é o seio da mãe, que, além de alimentá-la, 
proporciona satisfação ao bebê. 
Fase Anal – Período: 2 a 4 anos aproximadamente 
Características: Neste período a criança passa a adquirir o controle dos esfíncteres, a zona de maior 
satisfação é a região do ânus. A criança descobre que pode controlar as fezes que sai de seu interior, 
oferecendo-o à mãe ora como um presente, ora como algo agressivo. 
É nesta etapa que a criança começa a ter noção de higiene. 
Fase Fálica – Período: de 4 a 6 anos aproximadamente. 
Características: Nesta etapa do desenvolvimento a atenção da criança volta-se para a região genital. 
Inicialmente a criança imagina que tanto os meninos quanto as meninas possuem um pênis. Ao serem 
defrontadas com as diferenças anatômicas entre os sexos, as crianças criam as chamadas "teorias sexuais 
infantis", imaginando que as meninas não têm pênis porque este órgão lhe foi arrancado (complexo de 
castração). É neste momento que a menina tem medo de perder o seu pênis. Neste período surge também 
o complexo de Édipo, no qual o menino passa a apresentar uma atração pela mãe e a se rivalizar com o pai, 
e na menina ocorre o inverso. 
Fase de Latência – Período: de 6 a 11 anos aproximadamente. 
Características: este período tem por característica principal um deslocamento da libido da sexualidade 
para atividades socialmente aceitas, ou seja, a criança passa a gastar sua energia em atividades sociais e 
escolares. 
A partir dos 11 anos, o agora adolescente, retoma seus impulsos sexuais, partindo então em busca de amor 
fora do seu grupo familiar. Freud definia como fase Genital. A adolescência é um período de mudanças no 
qual o jovem tem que elaborar a perda da identidade infantil e dos pais da infância para que pouco a pouco 
possa assumir uma identidade adulta. 
2.8 HUMANISMO 
Carl Rogers (1902-1987) - www.psychotherapie-netzwerk.de 
O enfoque da psicanálise no inconsciente, e seu determinismo, e o enfoque na 
observação apenas do comportamento, pelo behaviorismo, foram as críticas mais 
fortes dos novos movimentos de Psicologia surgidos no meio do século XX. Na verdade 
o humanismo não é uma escola de pensamento, mas sim um aglomerado de diversas 
correntes teóricas. Em comum elas têm o enfoque humanizador do aparelho psíquico, 
em outras palavras elas focalizam o ser humano como detentor de liberdade, escolha, 
sempre no presente. Traz da filosofia fenomenológico-existencial um extenso gabarito 
de ideias. Foi fundada por Abraham Maslow, porém a sua história começa muito tempo antes. A Gestalt foi 
agregada ao humanismo pela sua visão holística do homem, sendo importante campo da Psicologia, na 
forma de Gestalt-terapia . Mas foi Carl Rogers, um psicanalista americano, um dos maiores exponenciais da 
obra humanista. 
Ele, depois de anos afinco praticando psicanálise, notou que seu estilo de terapia se diferenciara muito da 
terapia psicanalítica. Ele utilizava outros métodos, como a fala livre, com poucas intervenções, e o aspecto 
do sentimento, tanto do paciente, como do terapeuta. Deu-se conta de que o paciente era detentor de seu 
tratamento, portanto não era passivo, como passa a ideia de paciente, denominando então este como 
cliente. 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
16 
Era a terapia centrada no cliente (ou na pessoa). Seus métodos foram usados nos mais vastos campos do 
conhecimento humano, como nas aulas centradas nos alunos, etc. Apresentou três conceitos, que seriam 
agregados posteriormente para toda a Psicologia. Estes eram a congruência (ser o que se sente, sem mentir 
para si e para os outros), a empatia (capacidade de sentir o que o outro quer dizer, e de entender seu 
sentimento), e a aceitação incondicional (aceitar o outro como este é, em seus defeitos, angústias, etc.). 
Erik Erikson, também psicanalista, trouxe seu estudo sobre as oito fases psicossociais, em detrimento às 
quatro fases psicossexuais de Freud, onde todas as fases eram interdependentes, e não necessariamente 
determinam as fases posteriores; para ele o homem sempre irá se desenvolver, não parando na primeira 
infância. Viktor Frankl , com sua Logoterapia* , veio a acrescentar os aspectos da existência humana, e do 
sentido da vida, onde um homem, quando sente um vazio de sentido na vida, busca auxílio, pois não se 
sente confortável em viver sem sentido ou ideais. Diz também que eventos muito fortes podem adiantar a 
busca pelo sentido da vida. Tais eventos podem criar desconforto, trauma intenso, mas podem criar um 
aspecto de fortaleza no indivíduo (ROGERS, 1961, 1974). 
*A Logoterapia é um sistema teórico – prático de Psicologia, criado pelo psiquiatra vienense Viktor Frankl, que se 
tornou mundialmente conhecido a partir de seu livro "Em Busca de Sentido" (Um Psicólogo no Campo de 
Concentração) no qual expõe suas experiências nas prisões nazistas e lança as bases de sua teoria. Para a Logoterapia, 
a busca de sentido na vida da pessoa é a principal força motivadora no ser humano... A Logoterapia é considerada e 
desenhada como terapia centrada no sentido. Vê o homem como um ser orientado para o sentido. O Nome surgiu da 
palavra grega logos que significa razão, palavra, sentido, princípio, etc. 
2.8.1 PIRÂMIDE DE MASLOW 
Maslow trouxe, para a Psicologia que havia fundado, 
estes autores, agregando, ainda seus estudos sobre 
a pirâmide de necessidades humanas. Para Maslow, 
as necessidades fisiológicas precisam ser saciadas 
para que sejam saciadas as necessidades de 
segurança. Estas, se saciadas, abrem campo para as 
necessidades sociais, que se saciadas, abrem espaço 
para as necessidades de autoestima. Se uma destas 
necessidades não está saciada, há a incongruência. 
Quando todas estiverem de acordo, abre-se espaço 
para a auto-realização, que é um aspecto de 
felicidade do indivíduo. Esta é hoje considerada a 
terceira grande força dentro da Psicologia (FRICK, 
1975). 
 2.9 PSICOLOGIA TRANSPESSOAL 
Maslow estava insatisfeito com sua própria teoria, dizendo que lhe faltava o fato de o homem ser um ser 
espiritualizado. Para ele era importante a espiritualidade e as características da consciência alterada, teoria 
de Stanislav Grof. Criou então, com ajuda de outros psicólogos, uma teoria que era abrangente neste 
aspecto. Como Carl G. Jung era um estudioso dos aspectos transcendentais da consciência, foi tomada sua 
teoria para incorporar a Psicologia transpessoal. 
A abordagem Transpessoal é, portanto, uma área da Psicologia que estuda as possibilidades psíquicas 
(mentais, emocionais, intuitivas e somatossensoriais) do ser humano pelos diferentesestados ou graus de 
consciência pelos quais passa a pessoa (para se ter ideia do que sejam estados de consciência, lembre-se 
que o estado de consciência de quando se está acordado é diferente do estado de consciência de quando 
se está dormindo; que o estado de consciência de quando se resolve um problema de matemática é 
diferente de quando se assiste a um filme, etc.). (Jornal Infinito, 2003). 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
17 
Em cada um destes estados de consciência (que são vários, alguns ainda desconhecidos) é experimentado 
uma forma diferente de se perceber ou interpretar a realidade (quando estamos com raiva ou frustrados, 
percebemos o mundo de uma maneira bem diferente de quando estamos apaixonados). 
A Psicologia Transpessoal, portanto, volta-se para o estudo destes diversos estados, não os encarando 
como contrários, mas como complementares, dando, porém, especial ênfase aqueles estados de 
consciência superiores, espirituais ou "transpessoais". Porque em tais estados, o sentimento de separação 
e de egoísmo torna-se um segundo plano em relação a um sentimento e identificação mais ampla, 
cooperativa, fraternal, transpessoal para com todos os seres vivos (consciência crística, búdica, nirvânica, 
universal ou ecológica). 
Segundo a Teoria Transpessoal, Francisco de Assis, Gandhi, Jesus Cristo, Einstein, Luther King e tantos 
outros grandes nomes foram detentores de outra forma de ver e sentir o mundo que o fizeram capazes de 
ajudar o próximo e tornaram-se capazes de ver o mundo de outra forma. A essa capacidade eles 
denominam "consciência cósmica". 
A Psicologia Transpessoal fala de vários níveis de consciência, que vão do mais obscuro (sombra), até o 
mais alto grau de consciência, a transpessoal. Por ter seu foco na consciência e seus aspectos, foi também 
chamada de Psicologia da consciência. Seu estudo é recente e traz muitas características que necessitam de 
um estudo maior. (TABONE, 2005). Vale ressaltar que a Psicologia Transpessoal ainda não é reconhecida 
como prática científica pelo Conselho Federal de Psicologia e os psicólogos inscritos no Conselho não estão 
autorizados a tê-la como prática profissional. 
2.10 PSICODRAMA 
"Um Encontro de dois: olhos nos olhos, face a face. E quando estiveres perto, 
arrancar-te-ei os olhos e colocá-los-ei no lugar dos meus; E arrancarei meus 
olhos para colocá-los no lugar dos teus; Então ver-te-ei com os teus olhos e tu 
ver-me-ás com os meus." (J. L. Moreno) 
2.10.1 JACOBO LEVY MORENO (1892-1974) 
O Psicodrama pode ser considerado como um dos meios psicoterápicos mais 
inovadores. Falar em Psicodrama nos remete a um médico romeno chamado Jacob Levy Moreno. Ele foi o 
criador do Psicodrama e do Sociodrama, reverenciado como exemplo de criatividade e dedicação à 
investigação psicológica e social. Ele nasceu na Romênia em 1892 e faleceu nos EUA em 1974. 
Foi um homem de ampla cultura e fortes ideias religiosas e filosóficas, amante do teatro e incansável 
investigador do ser humano e de seus vínculos afetivos; deixou-nos uma vasta obra escrita e um 
movimento psicodramático que abrange a América, Europa e Ásia. 
Em 1925, indo morar no EUA, desenvolveu e sistematizou suas descobertas: a socionomia, sendo dividida 
em sociometria, sociodinâmica e a sociatria. A socionomia é o estudo do grupo e suas relações. A 
sociometria visa a medir as relações entre os membros do grupo, evidenciando as preferências e evitações 
presentes nas relações grupais. 
Utiliza como método o teste sociométrico. A sociodinâmica se interessa pela dinâmica do grupo e utiliza 
como método o role-playing ou jogo de papéis. Já a sociatria busca tratar as relações grupais e utiliza três 
métodos: o sociodrama, a psicoterapia de grupo e o Psicodrama. 
Com a leitura de suas obras, muitos autores declaram que o psicodrama possui um grande conteúdo 
emocional e uma audácia renovadora, pois surgiu como uma nova e dinâmica linha de investigação para o 
conhecimento e terapia dos conflitos psicológicos. 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
18 
Para o surgimento desta teoria, Moreno desafiou criticas, rompeu com o movimento médico da sua época, 
atacando os valores oficiais, conseguindo desenvolver uma teoria baseada numa concepção de ser humano 
e de saúde que têm como núcleo a espontaneidade. O otimismo sobre o vital, o amor, a catarse e os papéis 
que o Eu do indivíduo vai formando (MORENO, 1980). 
Esta busca pelo reencontro dos verdadeiros valores éticos, religiosos e culturais em uma forma dramática 
espontânea, (mais tarde, denominado como desenvolvimento do Axiodrama) foi o primeiro conteúdo do 
Psicodrama. 
O lugar do nascimento do psicodrama foi um teatro dramático de Viena. Moreno declarou que não possuía 
nenhuma equipe de atores, nem uma peça e que neste dia apresentou- se sozinho, sem nenhuma 
preparação, ante um público de mais de mil pessoas. Segundo ele no palco havia somente uma poltrona de 
espaldar alto, como o trono de um rei, no assento, uma coroa dourada. Surgiu com um intento de tratar e 
curar o público de uma enfermidade, uma síndrome cultural e patológica que os participantes 
compartilhavam no momento (Viena encontrava-se em pós-guerra, não havia governos... A Áustria estava 
inquieta em busca de uma nova alma). Mas psicodramaticamente, Moreno possuía um elenco e uma obra. 
Uma vez que o público era seu elenco, e a obra era retratada pela trama demonstrada pelos 
acontecimentos históricos, no qual cada um representava seu papel real. Cada representante de um papel 
foi então convidado para subir ao palco, e encenar o papel de um rei, sem preparação e diante de um 
público desprevenido, que funcionava como jurado. 
Mas neste primeiro momento nada se passou. Ninguém foi achado digno de ser rei e o mundo permaneceu 
sem líder. Apesar do aparente fracasso desta primeira representação, este foi o marco do nascimento de 
uma nova modalidade de expressão catártica que, instrumentada pelo exercício da espontaneidade e 
sustentada na teoria dos papéis, viria a se constituir o método psicodramático de abordagem dos conflitos 
interpessoais, cujo âmbito natural é o grupo. 
Surge então, a expressão "psicoterapia de grupo". O psicodrama desde seus primórdios estabeleceu um 
setting basicamente grupal, com a presença do terapeuta (diretor de cena), seus egos auxiliares e os 
pacientes (tanto como protagonistas como público). Aliás, a expressão, "psicoterapia de grupo" foi pela 
primeira vez utilizada por Moreno. 
2.11 PSICOLOGIA ANALÍTICA 
Também conhecida como Psicologia junguiana, é um ramo de conhecimento 
e prática da Psicologia, iniciado por Carl Gustav Jung (1875-1961) no qual se 
distingue da psicanálise iniciada por Freud, por uma noção mais alargada da 
libido e pela introdução do conceito de inconsciente coletivo . (JUNG, 1981) 
Divergindo da perspectiva de Freud, Jung via a psique como positiva e 
negativa, um repositório não só das memórias e das pulsões reprimidas, mas 
também uma instância da dinâmica da divindade. A Psicologia analítica foi 
desenvolvida com base nos estudos de Freud e no amplo conhecimento que 
Jung tinha da tradição psicológica contida na alquimia e na mitologia. 
Quando Jung conheceu a obra de Freud, identificou-se com suas ideias e logo quis conhecê-los. Ao se 
conhecerem a admiração foi mútua, pois Freud rapidamente recebeu o jovem como seu discípulo e um dos 
defensores de suas ideias. Porém, esta parceria durou pouco, pois Jung mostrava-se insatisfeito, com 
algumas das posições de Freud, especialmente a teoria da libido e sua relação com os traumas. Freud, por 
sua vez, não compartilhava do interesse de Jung pelos fenômenos espirituais como fontes válidas de 
estudo. 
A Psicologia Analítica conheceu, depois da estruturação por Jung, um grande desenvolvimento noschamados pós-junguianos, que ampliaram a visão de Jung. Merece destaque neste desenvolvimento a 
Escola Desenvolvimentista, que estudou o desenvolvimento humano desde o nascimento até a fase adulta. 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
19 
E, que tem como fonte a Escola Junguiana de Londres e a pessoa de Michael Fordham com sua obra "A 
criança como individuo" e também a pessoa de Eric Neumann, com a obra "A criança". 
Além desta, há também a Psicologia Arquetípica, que é fruto do trabalho de James Hillman, o qual explora 
e desenvolve ao máximo a importância dos arquétipos na vida das pessoas. Marie-Louise voz Franz foi uma 
das mais importantes colaboradoras de Jung, e após sua morte desenvolveu um amplo trabalho abordando 
temas como a alquimia, a interpretação psicológica dos sonhos e dos contos de fada. 
2.12 PSICOLOGIA COGNITIVA 
A Psicologia cognitiva é um ramo da Psicologia que estuda a cognição, isto é, o processo mental que está 
por trás do comportamento. Este processo mental de conhecimento envolve atenção, memória, 
percepção, raciocínio, juízo, imaginação, linguagem e pensamento. Acredita-se que é possível reprogramar 
a mente a ponto de encontrar soluções para as questões atuais e problemas vividos. 
Diferentemente de outras abordagens, ela desconsidera aspectos sobrenaturais e introspectivos para a 
solução de problemas. O foco está no hoje, diferentemente, por exemplo, da psicanálise, a qual aborda a 
descoberta dos traumas como solução para o problema. Na psicologia cognitiva, o foco está no hoje. Saber 
dos traumas só faria andar para trás, a proposta deve ser para o hoje. Como solucionar o processo 
cognitivo e assim solucionar seus problemas. 
A Psicologia cognitiva é um dos mais recentes ramos da investigação em Psicologia, tendo se desenvolvido 
como uma área separada desde os fins dos anos 1950s e princípios dos anos 1960s (apesar de terem 
existido exemplos de pensadores na área da cognição). O termo começou a ser usado com a publicação do 
livro Cognitive Psychology de Ulrich Neisser em 1967. No entanto a abordagem cognitiva foi divulgada por 
Donald Broadbent no seu livro Perception and Communication em 1958. Desde então o paradigma 
dominante na área foi o do processamento de informação, modelo defendido por Broadbent. Neste quadro 
de pensamento, considera-se que os processos mentais são comparáveis a software a ser executado num 
computador que neste caso seria o cérebro. As teorias do processamento de informação têm como base 
noções como: entrada; representação; computação ou processamento e saídas. 
Devido ao desenvolvimento de metáforas de terminologia computacionais, a Psicologia cognitiva 
beneficiou muito do florescimento da investigação na área da inteligência artificial e suas congêneres, nos 
anos 1960s e 1970s. De fato, desenvolveu-se como um dos aspectos significantes da área interdisciplinar da 
ciência cognitiva, que tenta integrar um conjunto de abordagens à investigação da mente e dos processos 
mentais. 
 
3. O CONCEITO DE SAÚDE E OS PRINCIPAIS TRANSTORNOS EMOCIONAIS 
3.1 CONCEITO DE SAÚDE 
Seria possível compreender bem o que significa e o que representa transtorno psicológico sem ter o 
entendimento prévio do que significaria saúde? A definição mais conhecida de saúde é a encontrada na 
Constituição da Organização Mundial de Saúde, ou seja, aquela que se propõe a considerá-la um completo 
bem-estar físico, mental e social e não apenas ausência de doença. Seria possível ser portador de um 
completo bem-estar? Dentro dessa perspectiva, até parece que para ter saúde é necessário viver em outro 
planeta e não habitar naquele que denominamos Terra. O conceito de saúde é cada vez mais relativo e suas 
discussões atrelam esse bem a outras dimensões do bem-viver humano como saneamento básico, lazer e 
acesso à educação e cultura, por exemplo. 
O certo é que a percepção de saúde varia muito entre as diferentes culturas, assim quanto às crenças sobre 
o que traz ou retira a saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define ainda a Engenharia Sanitária 
como sendo um conjunto de tecnologias que promovem o bem-estar físico, mental e social. Sabe-se que 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
20 
sem o saneamento básico (sistemas de água , de esgoto, sanitários e de limpeza urbana) a saúde pública 
fica completamente prejudicada. 
A OMS reconhece ainda que a cada unidade monetária (dólar, euro, real, etc.) direcionada ao saneamento 
básico economiza-se cerca de quatro a cinco unidades em sistemas de saúde (postos, hospitais, 
tratamentos, etc.) e que cerca de 80% das doenças mundiais são causadas por falta de água potável 
suficiente para atender as populações. Portanto, a saúde deve ser entendida em sentido mais amplo, como 
componente da qualidade de vida. (Wood; Cohen, 2007) Assim, não é um "bem de troca", ma s um "bem 
comum", um bem e um direito social, em que cada um e todos possam ter assegurado o exercício e a 
prática do direito à saúde. A partir da aplicação e utilização de toda a riqueza disponível, conhecimentos e 
tecnologia desenvolvidos pela sociedade nesse campo, adequados às suas necessidades, abrangendo 
promoção e proteção da saúde, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de doenças. Em outras 
palavras, considerar esse bem e esse direito como componente e exercício da cidadania, que é um 
referencial e um valor básico a ser assimilado pelo poder público. 
Para o balizamento e orientação de sua conduta, decisões, estratégias e ações. A partir dai, deve-se 
perguntar: afinal, o que significa esse processo saúde- doença e quais suas relações com a saúde e com o 
sistema de serviços de saúde? Em síntese, em termos da determinação causal, pode-se dizer que ele 
representa o conjunto de relações e variáveis que produz e condiciona o estado de saúde e doença de uma 
população, que se modifica em diversos momentos históricos e do desenvolvimento científico da 
humanidade. Assim, houve a teoria mística sobre a doença, que os antepassados julgavam co mo um 
fenômeno sobrenatural, ou seja, ela estava além da sua compreensão do mundo, superada posteriormente 
pela teoria de que a doença era um fato decorrente das alterações ambientais no meio físico e concreto 
que o homem vivia. Em seguida, surge a teoria dos miasmas (gazes), que vai predominar por muito tempo. 
Até que, com os estudos de Louis Pasteur na França, entre outros, vem a prevalecer a "teoria da 
unicausalidade", com a descoberta dos micróbios (vírus e bactérias) e, portanto, do agente etiológico, ou 
seja, aquele que causa a doença. 
Devido a sua incapacidade e insuficiência para explicar a ocorrência de uma série de outros agravos à saúde 
do homem, essa teoria é complementada por uma série de conhecimentos produzidos pela epidemiologia, 
que demonstra a multicausalidade como determinante da doença e não apenas a presença exclusiva de um 
agente. 
Finalmente, uma série de estudos e conhecimentos provindos principalmente da epidemiologia social nos 
meados deste século esclarece melhor a determinação e a ocorrência das doenças em termos individuais e 
coletivos. O fato é que se passa a considerar saúde e doença como estados de um mesmo processo, 
composto por fatores biológicos, econômicos, culturais e sociais. Deve-se ressaltar ainda o recente e 
acelerado avanço que se observa no campo da Engenharia Genética e da Biologia Molecular, co m suas 
implicações tanto na perspectiva da ocorrência como da terapêutica de muitos agravos. Desse modo, 
surgiram vários modelos de explicação e compreensão da saúde, da doença e do processo saúde-doença, 
como o modelo epidemiológico baseado nos três componentes: agente, hospedeiro e meio, considerados 
como fatores causais, que evoluiu para modelos mais abrangentes, como o do campo de saúde, com o 
envolvimento do ambiente(não apenas o ambiente físico), estilo de vida, biologia humana e sistema-
serviço de saúde, numa permanente inter-relação e interdependência. 
Alguns autores questionam esse modelo, ressaltando, por exemplo, que o "estilo de vida" implicaria uma 
opção e conduta pessoal voluntária, o que pode não ser verdadeiro, pois pode estar condicionado a fatores 
sociais, culturais, entre outros. De qualquer modo, o importante é saber e reconhecer essa abrangência e 
complexidade causal: saúde e doença não são estadas estanques, isolados, de causa aleatória - não se está 
com saúde ou doença por acaso. Há uma determinação permanente, um processo causal, que se identifica 
com o modo de organização da sociedade. Daí se dizer que há uma "produção social da saúde e/ou da 
doença". Em última instância, como diz Breilh, "o processo saúde-doença constitui uma expressão 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
21 
particular do processo geral da vida social". Outro nível de compreensão que se há de ter em relação ao 
processo saúde-doença é o conceito do que é ser ou estar doente ou o que é ser ou estar saudável. 
Independentemente de qualquer conceito ou teoria, o que se vê, atualmente são doenças que atacam 
diretamente o sistema emocional e cerebral, para as quais não há microorganismos causadores e sim 
fatores variados. Não estamos falando da Deficiência Mental, na qual os pacientes apresentam problemas 
crônicos ou agudos no funcionamento intelectual, na adaptação a ambientes, no relacionamento com 
outras pessoas, etc. 
A deficiência Mental tem vários níveis e, em geral, são fruto de má-formação genética ou traumas 
cranianos que danificam a estrutura cerebral, por vezes de forma irreversível, impedindo o paciente de ter 
suas faculdades mentais plenas. Mas o que chama a atenção dos dias de hoje são os transtornos mentais. 
3.2 TRANSTORNOS MENTAIS 
Durante séculos as pessoas com sofrimento mental foram afastadas do resto da sociedade, algumas vezes 
encarcerados, em condições precárias, sem direito a se manifestar na condução de suas vidas. Hoje em dia, 
as atitudes negativas os afastam da sociedade de maneiras mais sutis, mas com a mesma efetividade. Você 
provavelmente conhece alguém que tem problemas mentais. Transtornos mentais como a ansiedade, 
depressão, distúrbios alimentares, uso de drogas e álcool, demência e esquizofrenia, podem afetar 
qualquer pessoa em qualquer época da sua vida. Na realidade, elas podem causar mais sofrimento e 
incapacidade que qualquer outro tipo de problema de saúde. 
Apesar disso, pessoas com essas condições, muitas vezes atraem medo, hostilidade e desaprovação em vez 
de compaixão, apoio e compreensão. Tais reações não somente influem para que se sintam isolados e 
infelizes, como são impedimentos para que busquem ajuda efetiva e tratamento. A saúde mental é 
componente chave de uma vida saudável. 
O termo "doença mental" ou transtorno mental engloba um amplo espectro de condições que afetam a 
mente. Doença mental provoca sintomas tais como: desconforto emocional, distúrbio de conduta e 
enfraquecimento da memória. Algumas vezes, doenças em outras partes do corpo afetam a mente; outras 
vezes, desconfortos, escondidos no fundo da mente podem desencadear outras doenças do corpo ou 
produzir sintomas somáticos. 
Um grande espectro de fatores - nosso mapa genético, química cerebral, aspectos do nosso estilo de vida 
podem causar algum tipo de transtorno mental. Acontecimentos que nos acometeram no passado e nossas 
relações com as outras pessoas - participam de alguma forma. Seja qual for a causa, a pessoa que 
desenvolve a "doença mental" ou o transtorno mental, muitas vezes se sente em sofrimento, 
desesperançada e incapaz de levar sua vida na sua plenitude. Existem muitos tratamentos efetivos para a 
doença mental. Eles podem incluir medicamentos e outros tratamentos físicos, ou tratamentos pela fala 
(Psicoterapias) de várias espécies, aconselhamento e/ou apoio no dia-a-dia da vida em diferentes formas. 
Diferentes profissionais da saúde podem estar envolvidos na assistência da pessoa que está mentalmente 
enferma: clínicos gerais, psiquiatras, enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e 
grupos de apoio voluntários, dentre outros.. 
As causas do sofrimento mental são complexas e os psicólogos, assim como outros profissionais da saúde 
mental não têm todas as respostas. Sabe-se que alguns aspectos da doença mental, tais como ansiedade, 
desespero e sentimentos suicidas, nem sempre são fáceis de serem tratados, pois envolvem âmbitos os 
mais diversos da existência humana. 
Na antiga Grécia, sinais corporais ou "stigmata" feitos por cortes ou queimaduras no corpo, marcavam as 
pessoas como diferentes. Pessoas com doença mental que há muito não são marcadas no corpo, mas 
atitudes críticas e prejudiciais podem ser tão danosas quanto às marcas corporais. Basta abrir um jornal, 
Escola Teológica Batista Livre Introdução à Psicologia – Pr Lucas Lima 
22 
ligar a TV ou ir ao cinema para perceber tais atitudes. Enquanto a mídia não aceitar essas queixa pelas 
percepções negativas, toda vez que um programa, artigo ou filme retrata um esteriótipo ou falha em 
esclarecer um mal entendido sobre doença mental, ela auxilia na manutenção de mitos. 
Os estigmas podem surgir por diferentes caminhos. As pessoas com sofrimento mental podem agir de 
forma diferente. Uma pessoa deprimida pode se apresentar triste ou apática; alguém na fase maníaca da 
doença bipolar pode parecer exageradamente feliz ou irritável. O problema é que quando alguém é 
marcado como diferente, é difícil para ele ser aceito, não importa o quanto ele tente, Eles não conseguem 
afastar o estigma e o resultado disso, pois perdem a confiança em si mesmos. Com o tempo, começam a se 
sentir como estranhos e que não se enquadram na vida. 
Pessoas com transtornos mentais ou doenças mentais continuam a ser prejudicadas e discriminadas em 
todas as áreas de suas vidas, desde onde encontrar um lugar para viver, encontrar um trabalho. Não é 
surpreendente que muitas pessoas com doença mental grave terminem pobres ou sem teto. Cabe a todos 
nós tomarmos conhecimento do dano que provocamos com nossas atitudes negativas e nossa colaboração 
para isolá-los. Seja quem formos e seja o que fazemos, nós podemos combater os efeitos danosos do 
estigma estendendo nossa amizade, apoio e compreensão em vez do nosso julgamento e discriminação, 
para as pessoas que estão mentalmente doentes. 
Descrever pessoa com doença mental como "louco", "esquisito", "Pinel" "lunático", o diminui como pessoa 
a não ser levada seriamente ou com a percepção que ele é perigoso pode excluí-lo das atividades do dia a 
dia. Muitas pessoas acreditam que doença mental é incurável. Eles podem até ver certos tratamentos, 
como com antidepressivos ou psicoterapias, como sem valor ou mesmo danosos, mesmo que em muitos 
casos tenham se mostrado efetivos. O fato é que cientistas estão fazendo progressos no desvendamento da 
estrutura e química do cérebro. Como consequência tem-se melhor compreensão da mente e como ela 
funciona. Entretanto, a doença mental te m muitas causas. Ela não é apenas uma questão de química 
alterada e envolve questões sociais, emocionais, cognitivas e físicas. 
3.3 PRINCIPAIS TRANSTORNOS MENTAIS 
3.3.1 DEPRESSÃO 
Depressão é uma palavra frequentemente usada para descrever nossos sentimentos. Todos se sentem 
angustiados de vez em quando, ou muito alegre às vezes, e tais sentimentos são normais. A depressão, 
enquanto evento psiquiátrico é algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer que exige 
tratamento. Muitas pessoas pensam estar ajudando um amigo deprimido ao incentivarem ou mesmo 
cobrarem tentativas de reagir, distrair-se, de se divertir para superar os sentimentos negativos. Os amigos 
que agem dessa

Outros materiais