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Educação Inclusiva com ênfase em Autismo A17 Linguagem, Aprendizagem e Cognição • Concepções de linguagem. Concepções sociais de linguagem e redefinição da relação entre linguagem e cognição. Consequências para a prática (psico)pedagógica no atendimento às pessoas com Transtorno do Espectro Autista. RELAÇÕES ENTRE LINGUAGEM E COGNIÇÃO HUMANA • Desde o momento em que nascemos apresentamos características diferenciadas de outras espécies. Esta vantagem é descrita como capacidade cognitiva de pensar e transmitir idéias e sentimentos por intermédio da linguagem. • A cognição é um processo pelo qual o ser humano interage com os seus semelhantes e com o meio em que vivem, sem perder a sua identidade existencial. • Ela começa com a captação dos sentidos e logo em seguida ocorre à percepção. É, portanto, um processo de conhecimento, que tem como material a informação do meio em que vivemos e o que já está registrado na memória. • A psicologia cognitiva afirma que é um processo de grande influência no comportamento, além de ser esse fenômeno que favorece a aprendizagem e o desenvolvimento da linguagem. • Toda a informação vinda do meio, através da captação dos sentidos, é adequada e convertida, tendo o seu efeito adaptado, para que possa fazer parte dos parâmetros perceptuais de ambiente • O ser humano sem a cognição não resistiria, por exemplo, às grandes perdas. A dor da perda é uma reação cognitiva intensa para preservar e controlar os impulsos, a fim de que haja uma recuperação mais rápida. • A relação existencial é vinculada com a realidade interna, permite desta forma, tomar decisões com base em dados convertidos pela nossa própria interpretação interna ou modelos da mente. • Cognição é o fenômeno que ocorre no processamento simbólico e tem relação ampla com a linguagem. A dinâmica mental é o processo chamado de cognição, cujo resultado é a produção de informação. A cognição é uma função superior que é observada em qualquer sistema que processa informações. • O ser humano captura e processa as informações que lhes são transmitidas em uma palestra e deste modo adquire uma visão ligeiramente modificada do mundo, isto é descrito como cognição. • A cognição é descrita na literatura como complexa e de ligação direta com a linguagem. Todos os símbolos são construídos (socialmente) através de sistemas neurais. • O processo de desenvolvimento cognitivo não pode ser considerado de forma restrita. Ele se dá durante toda a vida e é resultante de experiências acumuladas e organizadas através da ação do individuo sobre o meio e vice-versa. • As relações entre o discurso e a cognição tornaram-se, a partir das últimas décadas, objetivo de estudo de varias disciplinas da lingüística. • Os mais variados relatos teóricos levam a epistemologia, a psicologia e a coerência cognitiva na tentativa de descrever a linguagem, investigando assim, os processos lingüísticos cognitivos da atividade discursiva do ser humano. • A psicolingüística tem apreciado de forma teórica e metodologicamente o debate que envolve as relações entre a verbalização e a cognição em meio a um incessante confronto crítico e de interpretações. • Sabe-se que o fenômeno mental (cognitivo) tem sido primeiramente vinculado ao biológico, e interligado a linguagem. • A tendência é considerar que os termos cognição e inteligência se voltem para o mesmo significado e identificá-los como funcionamento mental. Cognição é a capacidade de processar informações. É a capacidade de adaptação a situações absolutamente diferentes em curto espaço de tempo. • No entanto, a adaptação humana, em seus aspectos cognitivos, difere da adaptação biológica. Dizer que determinada espécie está adaptada a uma determinada comunidade significa que sobrevive bem nesse ambiente. • Afastada dele, entretanto, enfrentará sérias dificuldades de sobrevivência. É importante ressaltar que os homens não só desenvolveram ao longo da evolução, a capacidade de adaptar- se a determinadas condições. • Toda essa etapa foi garantida enfrentando limites e buscando esforços. A cognição engloba linguagem, memória e, sobretudo, raciocínio lógico. • Do ponto de vista psicológico, o conceito de cognição abrange toda a capacidade de processar informações, de reagir ao que se percebe no mundo e do próprio interior de cada pessoa. • Estruturalmente, a percepção depende de práticas humanas estabelecidas por sistemas de codificação usados como processamento da informação, mas, também influenciar a decisão de situar os objetos percebidos em categorias apropriadas. • A atenção é considerada um tipo de percepção sistemática e refere-se usualmente a seleção de recursos informacionais que focalizam a percepção de determinados objetos em detrimento de outros. • Nessa perspectiva o processo de atenção se dá em duas fases: inicialmente ocorre a focalização nos estímulos e caracterizam os elementos de informação do meio ambiente, surgindo posteriormente à descrição de elementos na forma de um padrão de reconhecimento do objeto. Quanto mais uma tarefa é praticada pelo individuo menos atenção é requerida para ser executada. • A memória é estudada a partir de dois modos complementares: considerando-se a forma como a informação entra e é codificada, e o modo como a informação é retida e recuperada no sistema cognitivo. • No primeiro caso a informação proveniente do meio tende a permanecer transitoriamente na memória de curta duração, delimitada capacidade de retenção, a qual deve ser trabalhada através do mecanismo de associação e repetição envolvidos no processo de aprendizagem, para posteriormente ser depositada na memória de longa duração. • As operações básicas que a memória apresenta são codificação, armazenamento e recuperação. A codificação é a transformação dos dados de entrada sensoriais em uma forma de representação mental, que pode ser estocada. • O armazenamento é a conservação da informação codificada. A recuperação refere-se ao acesso e ao uso da informação armazenada. Todos esses processos interagem entre si e são interdependentes durante toda a vida. • Concepções de linguagem. Concepções sociais de linguagem e redefinição da relação entre linguagem e cognição. Consequências para a prática (psico)pedagógica no atendimento às pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Concepções de linguagem alteram o que e como ensinar – Revista Nova Escola - 2015 • Entenda por que a prática diária da leitura e a escrita, em atividades mediadas pelo professor, são fundamentais quando se considera a linguagem como forma de interação social • Na década de 1970, uma transformação conceitual mudou as práticas escolares. A linguagem deixou de ser entendida apenas como a expressão do pensamento para ser vista também como um instrumento de comunicação, envolvendo um interlocutor e uma mensagem que precisa ser compreendida. • Todos os gêneros passaram a ser vistos como importantes instrumentos de transmissão de mensagens: o aluno precisaria aprender as características de cada um deles para reproduzi- los na escrita e também para identificá-los nos textos lidos. • Ainda era essencial seguir um padrão preestabelecido, e qualquer anormalidade seria um ruído. Para contemplar a perspectiva, o acervo de obras estudadas acabou ampliado, já que o formato dos textos clássicos não servia de subsídio para a escrita de cartas, por exemplo. • Segundo a pedagoga especializada em linguística, Kátia Lomba Bräkling, nessa concepção, a língua é um código e escrever seria o exercício de combinar palavras e frases para formar um texto. Assim, o ensino precisava focar prioritariamente as estruturas – os substantivos,os verbos, os pronomes, etc. – que compõem a língua e seus usos corretos. • Em pouco tempo, no entanto, as correntes acadêmicas avançaram mais. Mikhail Bakhtin (1895-1975) apresentou uma nova concepção de linguagem, a enunciativo-discursiva, que considera o discurso uma prática social e uma forma de interação - tese que vigora até hoje. A relação interpessoal, o contexto de produção dos textos, as diferentes situações de comunicação, os gêneros, a interpretação e a intenção de quem o produz passaram a ser peças-chave. • A expressão não era mais vista como uma representação da realidade, mas o resultado das intenções de quem a produziu e o impacto que terá no receptor. O aluno passou a ser visto como sujeito ativo, e não um reprodutor de modelos, e atuante - em vez de ser passivo no momento de ler e escutar. • Essas ideias ganharam suporte das pesquisas que têm em comum as concepções de aprendizagem socioconstrutivistas, que consideram o conhecimento como sendo elaborado pelo sujeito, e não só transmitido pelo mestre. Entre os principais pensadores estão Lev Vygostsky (1896-1934) - que mostrou a importância da interação social e das trocas de saberes entre as crianças - e Jean Piaget (1896- 1980) - pai da teoria construtivista. • Nos anos 1980, Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, autoras do livro Psicogênese da Língua Escrita, apresentaram resultados de suas pesquisas sobre a alfabetização, mostrando que o aluno constrói hipóteses sobre a escrita e também aprende ao reorganizar os dados que têm em sua mente. Em seguida, as pesquisas de didática da leitura e escrita produziram conhecimentos sobre o ensino e a aprendizagem desses conteúdos. • Hoje, a tendência propõe que certas atividades sejam feitas diariamente com os alunos de todos os anos para desenvolver habilidades leitoras e escritoras. Entre elas, estão a leitura e escrita feita pelos próprios estudantes e pelo professor para a turma (enquanto eles não compreendem o sistema de escrita), as práticas de comunicação oral para aprender os gêneros do discurso e as atividades de análise e reflexão sobre a língua. • A leitura, coletiva e individualmente, em voz alta ou baixa, precisa fazer parte do cotidiano na sala. "O mesmo acontece com a escrita, no convívio com diferentes gêneros e propostas diretivas do professor. O propósito maior deve ser ver a linguagem como uma interação", explica Francisca Maciel, diretora do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale), em Belo Horizonte. • O desenvolvimento da linguagem oral, por sua vez, apesar de ainda pouco priorizado na escola, precisa ser trabalhado com exposições sobre um conteúdo, debates e argumentações, explanação sobre um tema lido ou leituras de poesias. "O importante é oferecer oportunidades de fala, mostrando a adequação da língua a cada situação social de comunicação oral". TEA • O que é o Autismo? • “O Transtorno do Espectro do Autismo é um Transtorno do Neurodesenvolvimento e não um Transtorno Neurodegenerativo!” • O TEA é uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento do cérebro, antes, durante ou logo após o nascimento. Esses distúrbios se caracterizam pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos. • Embora todas as pessoas com TEA partilhem essas dificuldades, o seu estado irá afetá-las com intensidades diferentes. Assim, essas diferenças podem existir desde o nascimento e serem óbvias para todos; ou podem ser mais sutis e tornarem-se mais visíveis ao longo do seu desenvolvimento. • O TEA pode ser associado com deficiência intelectual, dificuldades de coordenação motora e de atenção e, às vezes, as pessoas com autismo têm problemas de saúde física, tais como distúrbios do sono, distúrbios gastrointestinais e podem apresentar outras condições como síndrome de deficit de atenção, hiperatividade, dislexia ou dispraxia. Na adolescência podem desenvolver ansiedade e depressão. Tais distúrbios são conhecidos por comorbidades. • Algumas pessoas com TEA podem ter dificuldades de aprendizagem em diversos estágios da vida, desde estudar na escola, até aprender atividades da vida diária, como, por exemplo, tomar banho ou preparar a própria refeição. Algumas pessoas com autismo poderão ser autônomas, enquanto outras poderão precisar de apoio especializado ao longo de toda a vida. • A pessoa com TEA, não necessariamente precisa ter déficit cognitivo. Muitos possuem a capacidade intelectual preservada e uma boa porcentagem possui sua capacidade cognitiva acima da média. • O teste de Q.I (Quoeficiente de Inteligencia), deve ser aplicado por um profissional capacitado e com experiência em autismo. O médico, psiquiatra e neurologista poderão indicar a equipe certa. • O autismo é uma condição permanente, a criança nasce com TEA e torna-se um adulto com TEA. Novos Critérios Diagnósticos para Transtorno do Espectro do Autismo • Quando um médico psiquiatra ou neurologista e ou equipe multidisciplinar fazem o diagnóstico de alguém com Transtorno do Espectro Autista, comparam o comportamento do indivíduo com os critérios estabelecidos no DSM. • Se os critérios se encaixam na descrição listadas no DSM, então o indivíduo pode ser diagnosticado com o Transtorno do Espectro do Autismo. • Atenção, quem assina o diagnóstico é o médico psiquiatra ou neurologista. No caso de equipe multidisciplinar a presença de um um desses profissionais na assinatura do diagnóstico é obrigatória. • Critérios para o autismo no DSM-V • Em maio de 2013, foi lançada a última edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais , o chamado DSM-V, inclui algumas mudanças significativas para os critérios de diagnósticos para o autismo. • Uma delas, é agrupando vários transtornos anteriormente separados num grande grupo (como um grande “guarda-chuva” que agrupava essas especificações) numa única denominação: Transtorno do Espectro Autista. • DSM-V • O que antes (DSM-IV) era uma tríade de sintomas, se transformou em uma díade e seus sub-grupos, atendendo a critérios específicos: • A Díade é composta de: • Os déficits sociais e de comunicação. • Comportamentos repetitivos e restritivos. • Os sintomas devem estar presentes no início da infância, mas podem não se manifestar completamente até que as demandas sociais excedam o limite de suas capacidades. Conhecendo os Critérios dos dois Pilares de Diagnóstico do TEA. • I. Os déficits sociais e de comunicação. • A fim de receber um diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo, uma pessoa deve ter os três seguintes déficits, dentro da comunicação e da comunicação social: • Problemas de interação social ou emocional alternativo – Isso pode incluir a dificuldade de estabelecer conversas e interações, a incapacidade de iniciar uma interação e problemas com a atenção compartilhada ou partilha de emoções e interesses com os outros. • Problemas para relações – Isso pode envolver uma completa falta de interesse em outras pessoas, a dificuldade de se engajar em atividades sociais apropriadas à idade e problemas de adaptação a diferentes expectativas sociais. • Problemas de comunicação não verbal – o que pode incluir dificuldade no contato visual, postura, expressões faciais, tom de voz e gestos, bem como a dificuldade de entender esses sinais não verbais de outras pessoas. II. Comportamentos repetitivos e restritivos • Além disso, o indivíduo deve apresentar pelo menos dois destes comportamentos: • Apego extremo a rotinas e padrões e resistência a mudanças nas rotinas, sinais ritualísticos. • Fala ou movimentos repetitivos ou estereotipados. • Interesses intensos e restritivos. • Dificuldade em integrar informação sensorial ou forteprocura ou evitar comportamentos de estímulos sensoriais, caracterizando problemas de transtornos sensoriais. • Foi Incorporado o nível de gravidade para os critérios I e II: Nível de gravidade de 1 a 3 segundo o tipo e apoio que esse indivíduo necessita. Apoio substancial, muito substancial e apoio. • Sendo assim o indivíduo com TEA, passa a ter três níveis classificatórios: leve, moderado e grave. Essas classificações dependem de como os critérios: “A. Os déficits sociais e de comunicação” e “B. Comportamentos repetitivos e restritivos”, trabalham entre eles e impactam o indivíduo. Dissertando sobre o tema: de DSM IV, para DSM-V. Mudanças para desordens do espectro autista. • Um Transtorno, ao invés de cinco… • Na 10ª edição da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, da Organização Mundial da Saúde (CID- 10/OMS), e na 4ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM IV– APA), o grupo dos “Transtornos Invasivos (ou Globais) do Desenvolvimento” incluem as seguintes categorias diagnósticas: Autismo infantil, Síndrome de Asperger, Transtorno Desintegrativo, Autismo Atípico, Síndrome de Rett. No DSM-V, esses transtornos não existem como diagnósticos distintos. • Em vez disso, com exceção da síndrome de Rett, eles vão ser incluídos no diagnóstico de “Transtorno do Espectro do Autismo”. A Síndrome de Rett não mais faz parte do TEA. • De acordo com a Associação Americana de Psiquiatria, DSM-V Development Team , os padrões para o diagnóstico de transtornos do espectro do autismo mudaram por várias razões: • Embora seja possível distinguir claramente a diferença entre as pessoas com TEA e aqueles com o funcionamento neurotípico, é mais difícil de diagnosticar os subtipos válidos e consistentes. • Uma vez que todas as pessoas com transtornos do espectro autista exibem alguns dos comportamentos típicos, é melhor redefinir o diagnóstico por gravidade do que ter um rótulo completamente separado. • Um único diagnóstico de TEA reflete melhor a atual pesquisa sobre a apresentação e patologia do autismo. • • O DSM- IV tinha três critérios principais para diagnóstico: Desafios de Linguagem; Déficits sociais; Comportamentos estereotipados ou repetitivos. • O DSM-V apresenta os dois seguintes domínios: um composto por um domínio relativo a déficit de comunicação social ; um segundo relativo a comportamentos/interesses restritos e repetitivos. • O DSM-V explica que é difícil separar os déficits de comunicação e os déficits sociais, uma vez que estas duas áreas se sobrepõem de forma significativa. A comunicação é frequentemente utilizada para fins sociais, e os déficits de comunicação podem afetar drasticamente o desempenho social. • Os atrasos de linguagem não fazem parte do diagnóstico: anteriormente, um atraso de linguagem foi um fator significativo no diagnóstico de autismo clássico. Além disso, os indivíduos com Transtorno de Asperger não poderiam ter um atraso de linguagem, a fim de receber esse diagnóstico. Consideração pertinente • Geralmente, as classificações se organizam em torno de categorias dicotômicas. Nesses sistemas, chamados de categoriais, uma pessoa ou “tem” ou “não tem” um, transtorno qualquer. No entanto, as classificações também podem ser dimensionais. • Nesse caso, uma pessoa pode apresentar um problema, uma disfunção ou um grupo de sintomas em “grau” maior ou menor. Uma pessoa com um transtorno mental é, antes de tudo, uma“pessoa” e não um “transtorno”. • Neste sentido, um indivíduo “com” TEA não “é” um “autista”. Um rótulo classificatório não é capaz de captar a totalidade complexa de uma pessoa, nem, muito menos, a dimensão humana irredutível desta (Manual de Atendimento a Família e Pessoa Com TEA- 2015/ SUS). • “Esse conceito onde o indivíduo não é autista e sim um indivíduo que sofre as consequências desse transtorno é um marco no desenvolvimento social e de tratamento ás pessoas que têm o diagnóstico de TEA. • Damos um novo paradigma a essa condição, pois assim não pensamos o indivíduo de forma reduzida, mas como alguém que sofre as consequências de um transtorno. • Sendo assim passamos a entender que dentro desse individuo com o transtorno existe uma pessoa que deseja, que sente, que entende, que ouve, que cheira, que gosta e que desgosta… • Dessa forma ao falarmos da pessoa com TEA, falamos que a pessoa, o individuo têm “autismo” ou têm “TEA (Transtorno do Espectro do Autismo) e não mais ele é “autista”- Adriana Godoy (Autismo Projeto Integrar)”. Como essas mudanças afetam diretamente a pessoa com TEA. • De acordo com Autism Speaks ,existem algumas maneiras que essas revisões poderiam afetá-lo: • A Associação Psiquiátrica Americana ainda não indicou que aqueles que já tinham o diagnóstico de TEA será capaz de manter este diagnóstico. Isto significa que algumas pessoas podem ser reavaliadas para ver se cumprem os novos critérios. • Aqueles com Transtorno de Asperger, podem querer continuar a usar este rótulo para se descrever. A comunidade Asperger é bem estabelecida e mudar o nome pode ser inconveniente e incômodo. Não está claro se esta nomenclatura continuará a ser usada informalmente. • Os requisitos rigorosos para os sintomas centrais do TEA podem resultar em menor número de pessoas diagnosticadas. • Isto pode afetar especialmente o diagnóstico de crianças pequenas, que ainda não podem mostrar todos os sinais de autismo. • Por tal motivo o risco de desenvolvimento do TEA deve ser levado em consideração para crianças menores de três anos. Com observação criteriosa, avalia-se o risco de TEA a partir dos dez meses de idade. • Fontes: • Linha De Cuidado Para A Atenção Às Pessoas Com Transtornos Do Espectro Do Autismo E Suas Famílias Na Rede De Atenção Psicossocial Do Sistema Único De Saúde (SUS) 2015: https://autismoprojetointegrar.w ordpress.com/linha-de-cuidado-para- atencao-as-pessoas-com-tea-manual-do- sus • DSM-V: (http://www.dsm5.org/Pages/Default.aspx) • Autismo e Realidade: http://autismoerealidade.org/inf orme-se/sobre-o-autismo/o-que-e-autismo/ • Blog: Espaço Autista. Adaptação: http://autism.lovetoknow.com/diagnosing- autism/criteria-autism-dsm-v e Grupo Asperger Brasil. Julho de 2009 – Revista Nova escola Como Matheus controlou o tamanho da letra Ferdinando Casagrande • Não foram poucos os desafios enfrentados pela professora Hellen Beatriz Custódio Figueiredo no primeiro ano do aluno Matheus Santana da Silva na EMEF Coronel Helio Franco Chávez, em São Paulo. • Depois de descobrir que o menino com autismo já sabia ler e de estimulá-lo a se comunicar, Hellen criou uma estratégia para ajudá-lo a controlar o tamanho da letra e escrever no espaço de duas linhas do caderno comum. A ideia surgiu a partir de um recurso que ela costumava usar no Ensino Infantil. • Enquanto Hellen usava uma parte do quadro negro, Matheus era estimulado a escrever na outra. Aos poucos, ela foi desafiando o aluno a reduzir cada vez mais o seu espaço que usava para escrever. "Eu colei um papel pardo na lousa e disse que só escrevendo ali ele poderia levar as anotações para casa e mostrar aos pais. • Então, passei a colar o papel pardo na carteira e fui substituindo os papéis para sulfite A3, caderno de desenho, caderno de desenho com pauta e, assim por diante, até chegar ao caderno brochura", lembra a professora. • É claro que alguns colegas quiseram ter a mesma oportunidade. "Eu deixava, uma vez ou outra, os estudantes participarem dessa experiência, mas todos sabiam que o Matheus precisava disso mais do que eles. Sempre joguei aberto com a classe", destaca a professora.• Essa conversa fez toda a diferença, garante a psicopedagoga Daniela Alonso, selecionadora do Prêmio Victor Civita – Educador Nota 10. "Ao fazermos concessões desnecessárias, que não são necessidades, criamos privilégios. Por outro lado, ao atendermos com fundamento as necessidades de educação especial - como neste caso - todos as reconhecem e se beneficiam", explica Daniela. Imagens de materiais pedagogicos para autismo
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