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disciplina _ HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO II curso _ ARQUITETURA E URBANISMO professora _ RAQUEL MACHADO M. GABRIEL 2O ano [2015] Formação, Consolidação e Crise da Arquitetura Moderna 19/03/2015 disciplina _ HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO II curso _ ARQUITETURA E URBANISMO professora _ RAQUEL MACHADO M. GABRIEL Arquitetura moderna é uma designação genérica para o conjunto de movimentos e escolas arquitetônicos que vieram a caracterizar a arquitetura produzida durante grande parte do século XX (especialmente os períodos entre as décadas de 10 e 50), inserida no contexto artístico e cultural do Modernismo. O termo modernismo é, no entanto, uma referência genérica que não traduz diferenças importantes entre arquitetos de uma mesma época. disciplina _ HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO II curso _ ARQUITETURA E URBANISMO professora _ RAQUEL MACHADO M. GABRIEL Formação da Arquitetura Moderna A arquitetura moderna é o reflexo das grandes inovações técnicas que começam a surgir já no fim do século XIX. Com a revolução industrial passa-se a utilizar o ferro de maneira nunca antes vista nas construções. Materiais como o aço e o concreto armado dão aos arquitetos possibilidades inéditas de criação, o que faz com que este estilo se torne completamente diferente de tudo que se viu até então. São engenheiros os pioneiros na utilização das novas técnicas como nos arranha-céus de Chicago ou na famosa Torre Eiffel de Paris. A fundação da escola Bauhaus de Weimar, por Walter Gropius (1883-1969), é de suma importância para o desenvolvimento da arquitetura moderna. disciplina _ HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO II curso _ ARQUITETURA E URBANISMO professora _ RAQUEL MACHADO M. GABRIEL Não há um ideário moderno único. Suas características podem ser encontradas em origens diversas como: • A escola Bauhaus, na Alemanha; • O arquiteto Le Corbusier, na França; • O arquiteto Frank Lloyd Wright, nos Estados Unidos; • Os construtivistas russos alguns ligados à escola Vuthemas; • entre muitos outros. Estas fontes tão diversas encontraram nos CIAM (Congresso Internacional de Arquitetura Moderna) um instrumento de convergência, produzindo um ideário de aparência homogênea resultando no estabelecimento de alguns pontos comuns. Alguns historiadores da arquitetura (como Leonardo Benevolo e Nikolaus Pevsner), por sua vez, traçam a gênese histórica do moderno em uma série de movimentos ocorridos em meados do século XIX, como o movimento Arts & Crafts. disciplina _ HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO II curso _ ARQUITETURA E URBANISMO professora _ RAQUEL MACHADO M. GABRIEL BAUHAUS Bauhaus foi uma das maiores e mais importantes expressões do que é chamado Modernismo no design e arquitetura, sendo uma das primeiras escolas de design do mundo. Um de seus principais objetivos era unir artes, artesanato e tecnologia. Dentro do conceito da Bauhaus o artista não era diferente do bom artesão e é a partir desse pensamento que surge um artista até antes desconhecido, o desenhista industrial. LE CORBUSIER – O Arquiteto da Nova Europa Urbana Revolucionou a arquitetura moderna dando contornos mais urbanos aos projetos arquitetônicos de sua época e também por resgatar elementos arquitetônicos Orientais e adaptá-los ao estilo Europeu (Ocidental). Construtivistas russos ligados à escola Vuthemas Esta escola pregava a total renovação do fazer na arquitetura. disciplina _ HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO II curso _ ARQUITETURA E URBANISMO professora _ RAQUEL MACHADO M. GABRIEL FRANK LLOYD WRIGHT – O Arquiteto do Sonho Americano O principal conceito que Frank trouxe para a arquitetura moderna foi o de que cada projeto deve ser individual: a localização, o terreno e a finalidade da obra, devem fazer de cada projeto de arquitetura uma obra única. Frank acreditava que cada projeto deveria ter sua própria personalidade. CIAM (Congresso Internacional de Arquitetura Moderna) Os congressos constituíram uma organização e uma série de eventos organizados pelos principais nomes da arquitetura moderna internacional a fim de discutir os rumos a seguir nos vários domínios da arquitetura (Paisagismo, Urbanismo, Exteriores, Interiores, Equipamentos, Utensílios, entre outros). disciplina _ HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO II curso _ ARQUITETURA E URBANISMO professora _ RAQUEL MACHADO M. GABRIEL O que melhor caracteriza a arquitetura moderna é a utilização de formas simples, geométricas, e desprovida de ornamentação, valoriza-se o emprego dos materiais em sua essência como o concreto aparente, em detrimento do reboco e da pintura. As diferenciações apresentadas nessa arquitetura variam quase de arquiteto para arquiteto, podendo-se notar semelhanças regionais, como é o caso de Frank Lloyd Wright (1867-1959), Walter Gropius, Le Corbusier (1887-1965), Oscar Niemeyer (1907-2012), Mies van der Rohe (1886- 1969), Alvar Aalto (1898-1976), que apresentam características claramente distintas e próprias. A grosso modo, pode-se dividir os arquitetos em dois grupos: os organicistas, encabeçados por Frank L. Wright, que dizia que o edifício, assim como um organismo vivo, precisa crescer a partir de seu meio, deve partir da função para a forma, ao se olhar para uma construção desse tipo é muito fácil saber a que se destina. E os funcionais da escola de Le Corbusier subordinam a função à forma, porém, nos dois tipos, a forma está em harmonia com a função. disciplina _ HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO II curso _ ARQUITETURA E URBANISMO professora _ RAQUEL MACHADO M. GABRIEL Consolidação da Arquitetura Moderna Um dos princípios básicos do modernismo era renovar a arquitetura de modo a rejeitar toda a arquitetura anterior ao movimento – fato posteriormente questionado pelos pós-modernistas. Considera-se que tenham existido duas grandes vertentes do movimento: • O International Style, de origem europeia e • A Arquitetura Orgânica de origem americana. Apesar de ser um momento multifacetado da produção arquitetônica internacional, o Modernismo manifestou alguns princípios que foram seguidos por vários arquitetos, das mais variadas escolas e tendências. A primeira e mais clara característica é a rejeição por parte dos modernos do repertório formal do passado, e a aversão deles à ideia de estilo. disciplina _ HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO II curso _ ARQUITETURA E URBANISMO professora _ RAQUEL MACHADO M. GABRIEL Os modernos viam no ornamento, um elemento típico dos estilos históricos, um inimigo a ser combatido: "produzir uma arquitetura sem ornamentos", tornou-se um desafio constante! Outra característica importante eram as ideias de industrialização, economia e a recém-descoberta noção do design. Acreditava-se que o arquiteto era um profissional responsável pela correta e socialmente justa construção do ambiente habitado pelo homem, carregando um fardo pesado. Os edifícios deveriam ser econômicos, limpos, úteis. Neste sentido, duas máximas permearam o período do moderno: • “Menos é Mais” frase cunhada pelo arquiteto Mies Van der Rohe e • “A Forma Segue a Função”, do arquiteto Louis Sullivan. Estas sentenças sintetizam bem o ideário moderno, ainda que em vários momentos tenham sido confrontadas. disciplina _ HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO II curso _ ARQUITETURA E URBANISMO professora _ RAQUEL MACHADO M. GABRIEL Temos três principais linhas evolutivas da gênese da Arquitetura Moderna. O que une as três linhas é o fato de que elas terminam naquilo que é chamado de Movimento Moderno na Arquitetura, considerado o clímax de uma trajetória históricaque desembocou na arquitetura realizada na maior parte do século XX. • Inovações tecnológicas obtidas com a Revolução Industrial e com as diversas propostas urbanísticas e sociais realizadas por teóricos como os socialistas utópicos e os partidários das cidades-jardins. Bairro da Encarnação - Lisboa - Portugal - Modelo de Cidade-Jardim, por Ebenezer Howard disciplina _ HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO II curso _ ARQUITETURA E URBANISMO professora _ RAQUEL MACHADO M. GABRIEL • Alterações que se deram nos diversos momentos do século XIX com relação à definição e teorização da arte e de seu papel na sociedade. Esta interpretação dá especial destaque ao movimento Arts & Crafts e ao Art Noveau de uma forma geral, consideradas visões de mundo que, ainda que presas às formas e conceitos do passado, de alguma forma propunham novos caminhos para a estética do futuro. • Entendida como sendo a base do modernismo, é a que afirma que a arquitetura moderna surge justamente com a gênese do movimento moderno, sendo as interpretações anteriores apenas consequências desta forma de pensamento. A Arquitetura Moderna surge, portanto, com as profundas transformações estéticas propostas pelas vanguardas artísticas das décadas de 10 e 20, em especial o Cubismo, o Abstracionismo - com destaque aos estudos realizados pela Bauhaus, pelo De Stijl e pela vanguarda russa- e o Construtivismo. disciplina _ HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO II curso _ ARQUITETURA E URBANISMO professora _ RAQUEL MACHADO M. GABRIEL Entre as contribuições de Le Corbusier à formulação de uma nova linguagem arquitetônica para o século XX, encontram-se cinco pontos, tais como: • construção sobre pilotis, ao tornar as construções suspensas, cria-se uma inédita relação “interno-externo” entre observador e morador; • terraço-jardim - com o avanço técnico do concreto-armado, seria possível aproveitar a última laje da edificação como espaço de lazer; • planta livre da estrutura, o uso de sistemas viga-pilar em grelhas ortogonais geraria a flexibilidade necessária para a melhor definição espacial interna possível; • fachada livre da estrutura, os pilares devem ser projetados internamente às construções, criando recuos nas lajes de forma a tornar o projeto das aberturas mais flexível; • criação da janela em fita, à uma certa altura, de um ponto ao outra da fachada, de acordo com a melhor orientação solar. Obra: Villa Savoye, aplicou seus cinco pontos. disciplina _ HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO II curso _ ARQUITETURA E URBANISMO professora _ RAQUEL MACHADO M. GABRIEL Villa Savoye, Poissy – França Le Corbisier (1928) disciplina _ HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO II curso _ ARQUITETURA E URBANISMO professora _ RAQUEL MACHADO M. GABRIEL Crise da Arquitetura Moderna Os princípios de Le Corbusier foram adotados em praticamente todas as ‘vertentes’ e áreas de produção modernistas. No urbanismo, a utilização desses elementos no projeto para Brasília, por exemplo, é bem clara. Os blocos de apartamentos sob pilotis, a escala bucólica, as grandes aberturas nas fachadas dos edifícios, a circulação, as funções pré-determinadas. Os princípios que surgiram neste período, e a ideia de produzir uma arquitetura e um urbanismo racional e funcional, geraram diversos encontros, os CIAMs que possibilitaram a elaboração da Carta de Atenas em 1933. Apesar da visão social que os modernistas pretendiam atingir, suas teorias foram um pouco rígidas e difíceis de serem absorvidas pela sociedade com valores já estabelecidos. O grupo que constituiu os CIAMs em seu último encontro, em 1947, dividiu- se dando origem ao grupo Ten-X, o qual tentou resgatar os princípios da vida na cidade baseados nos moldes antigos. Assim, a crise no Modernismo foi deflagrada. A partir de suas contribuições teóricas e práticas, o Movimento Moderno deu suporte ao que se seguiu na arquitetura, o Estilo Internacional. disciplina _ HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO II curso _ ARQUITETURA E URBANISMO professora _ RAQUEL MACHADO M. GABRIEL Fim...
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