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Matérias-primas de origem vegetal UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO REGIONAL DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS CURSO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS Profª Fernanda Vanessa Introdução Produtos de origem vegetal � A agricultura é a principal economia em países em desenvolvimento; � Muitas perdas de produtos agrícolas; � Agroindústria de transformação; � Hábitos saudáveis: aumento de frutas e hortaliças frescas ou processadas; � São importantes: � Diversificação da economia, diminuindo a dependência da exportação de produtos primários; � Reduzir a importação e aumentar produtos exportados; � Estimular a produção agrícola e agroindustrial; � Reduzir perdas de produtos vegetais; �Melhorar a saúde pela ingestão de produtos saudáveis. Matérias-primas de origem vegetal � São derivados de várias partes das plantas; Introdução • Matérias-primas amiláceas – Ex: mandioca, milho, amido, trigo, farinha de trigo, cevada, malte. • Matérias-primas sacarinas – Ex: beterraba açucareira, cana-de-açúcar. • Matérias-primas oleaginosas- Ex: Algodão, amendoim, soja, gergelim, coco, dendê, girassol. • Hortaliças • Frutos • Matérias-primas estimulantes – Ex: cacau, café. Fatores deteriorantes e seus controles Causas de alterações de produtos de origem vegetal • Crescimento e atividade de microrganismos, principalmente bactérias, bolores e leveduras; • Atividade de enzimas naturais dos alimentos; • Insetos, parasitas e roedores; • Temperatura, frio e calor excessivos; • Umidade e dessecação; • Ar e particularmente oxigênio; • Luz; • Tempo. Principais Técnicas de controle de deterioração Físicas • Aquecimento • Cozimento • Diminuição da atividade de água • Esterilização • Outros métodos físicos (irradiação, alta pressão, vácuo, injeção de gases inertes; Químicas: • Adição de sal e açúcar; • Acidificação artificial; • Adição de conservantes; Bioquímicas • Fermentação láctica (natural acidificação) • Fermentação alcoólica Fatores deteriorantes e seus controles � Colheita � Deve ser feita nos horários mais frescos; � Condicionada a peculiaridade de cada fruta; � Estágio de maturação adequado ao processamento. � Transporte � Controle de tempo e temperatura; � Menor prazo e horários mais frescos; � Caminhões ventilados e caixas plásticas, exceção abacaxi e maracujá (sacos). � Recepção e pesagem � Avaliação qualidade do fruto: efeito de pagamento; � Especificações fábrica; � Pré-seleção (separação estragadas, maduras e verdes); � Análises iniciais e avaliação sensorial. Etapas de Colheita e Pós-colheita Procedimentos durante processamento Operação unitária - É usualmente considerada como uma etapa no processamento, não podendo ser subdividido em unidades menores. Exemplos: lavagem, seleção, classificação, pesagem, controle de temperatura e controle de umidade. Processo unitário - Constituído de mais de uma operação unitária, ou seja, o processo unitário em tecnologia de alimentos envolve a transformação do produto sendo processado. Exemplos: descasque de frutos, branqueamento e secagem, preservação por congelamento, clarificação de sucos, concentração de sucos e enlatamento de frutos. Após a colheita dos frutos, iniciam-se as operações básicas no processamento do fruto, como será descrito a seguir. � Lavagem • Lavagem por imersão; • Lavagem por agitação; • Lavagem por sprays ou aspersão. � Descascamento • Descascamento manual – Realizado com facas de aço inoxidável • Descascamento mecânico - Corte da casca ou pele; - Raspagem da casca ou pele • Métodos físicos. - Uso de calor seco - Uso de calor úmido - Tratamento pelo frio • Métodos químicos de descasque - Imersão em Hidróxido de Sódio ou Potássio. Procedimentos Gerais para Produtos de Origem Vegetal � Corte Fatias, metades, rodelas, tiras ou cubos, ou mesmo embaladas inteiras, de acordo com o tipo de fruta e embalagens. Objetivos: a) obter pedaços de tamanho uniforme; b) propiciar aspecto mais atrativo ao consumidor; c) assegurar tratamento térmico eficiente; d) propiciar melhor acomodação dos pedaços na embalagem; e) e assegurar o equilíbrio líquido- fruta. Procedimentos Gerais para Produtos de Origem Vegetal � Branqueamento Objetivos: a) eliminação dos gases oclusos na matéria-prima; b) promover o amaciamento de tecidos vegetais; c) inativação enzimática; d) facilitar o descascamento. Métodos: Branqueadores a vapor ou a água quente � Enchimento � Enchimento manual � Enchimento mecânico Os equipamentos para enchimento mecânico devem reunir os seguintes requisitos: a) assegurar um enchimento uniforme e preciso; b) possuir um dispositivo que evite a descarga material na ausência da embalagem; c) ter flexibilidade para mudanças de peças; d) ser de fácil adaptação para o enchimento de distintos produtos. Tipos de enchimento • Enchimento normal • Enchimento a quente • Enchimento semi-asséptico • Enchimento asséptico Procedimentos Gerais para Produtos de Origem Vegetal � Exaustão É uma operação exclusiva para conservas acondicionadas em latas ou embalagens de vidro. Objetivo: a) eliminar o oxigênio e outros gases presentes; b) reduzir a pressão interna do sistema; c) conseguir embalagens de aspecto saudável. � Fechamento Feito pela recravação ou dupla costura. Procedimentos Gerais para Produtos de Origem Vegetal � Tratamento Térmico • Baseados em um binômio tempo-temperatura. • ↑ temperatura ↓ tempo de tratamento • Alta temperatura, tempo curto: mais indicados para minimizar danos térmicos às propriedades sensoriais e nutricionais. � Tipos de tratamento térmico Vários tipos de tratamento podem ser aplicados, a depender de: - termossensibilidade do produto; - suscetibilidade do produto a deterioração; - estabilidade requerida do produto final. Tipos de tratamento: - esterilização comercial - pasteurização - branqueamento Procedimentos Gerais para Produtos de Origem Vegetal � Tratamento Térmico Exemplos: Pasteurização - Relativamente brando (T < 100ºC) Alimentos ácidos (pH <4,5) - Aumentar a vida de prateleira por vários meses pela destruição de microrganismos deteriorantes (fungos e leveduras) e/ou pela inativação de enzimas. Esterilização UHT (Temperatura Ultra-Alta) – T > 100ºC) Vantagem: - vida de prateleira de, no mínimo, seis meses sem refrigeração; - alta qualidade de alimentos. Procedimentos Gerais para Produtos de Origem Vegetal � Resfriamento - Esta etapa tem influência muito grande na qualidade e esterilidade comercial do produto. - Deve ser executado no menor tempo possível logo em seguida à pasteurização. - Sistemas de resfriamento • Contínuos • Descontínuos Procedimentos Gerais para Produtos de Origem Vegetal • Armazenamento do produto fresco; • Preservação pela redução do conteúdo de água: secagem/desidratação e concentração • Preservação de vegetais pela acidificação; • Preservação com açúcar; • Processamento de polpas, sucos e néctares de frutas Métodos de Preservação de Produtos de Origem Vegetal � O armazenamento visa minimizar a intensidade do processo vital das frutas e hortaliças, por meio da utilização de condições adequadas, que permitam uma redução no metabolismo normal, sem alterar a fisiologia do produto. � As condições ideais de armazenamento podem ser obtidas mediante controle da: Temperatura Circulação de ar Umidade relativa Composição da atmosfera (controlada ou modificada) Armazenamento do Produto Fresco • Remoção de água − desidratação − concentração • Adição de solutos (salga, saturação com açúcares) • Congelamento Preservação pela Redução da Atividade de Água • Desidratação/Secagem � O objetivo principal da secagem é prolongar a vida de prateleirados alimentos por meio da redução da atividade de água. � Isso inibe o crescimento microbiano e a atividade enzimática, mas a temperatura de processamento costuma ser insuficiente para provocar a sua inativação. � A desidratação é um processo que consiste na eliminação de água de um produto por evaporação, com transferência de calor e massa simultaneamente. Preservação pela Redução da Atividade de Água FRUTAS 1. Secagem ao sol 2. Secagem solar em cabines 3. Através de secadores de circulação Pedaços / Fatias / Particulados Inteiras Pastas / Suspensões 1. Através de circulação 2. Condução 3. Liofilização 4. Secador de bandeja 5. Secador a vácuo 1. Atomizador 2. Secador de tambor 3. Secador solar Figura 1. Métodos de secagem de frutas e matérias-primas (Adaptado de RATTI e MAJUNDAR, 2005) • Desidratação/Secagem Preservação pela Redução da Atividade de Água Secagem Solar • Método mais antigo de secagem • Calor: sol • Sistema de circulação: movimento natural do ar • Vantagens: barato, tecnicamente simples. • Desvantagens: - Dificuldade para controlar as condições de secagem - Requerimentos climáticos: vários dias consecutivos quentes e secos; - Necessidade de proteger o produto do ataque de insetos . Secagem por aquecimento • Processo mais comum de secagem • Um secador consiste basicamente de: − sistema elétrico de aquecimento; - sistema de circulação de ar; − orifícios para saída do ar; - bandejas para o produto. • Transferência de calor (aquecimento do produto) e massa (remoção de umidade). • Taxa de secagem: diferença de temperatura entre o ar e o produto. Liofilização - ausência de água líquida - baixas temperaturas ☺ mínimas alterações sensoriais/nutricionais ☺ Sublimação: evita o murchamento (facilita reidratação). ☺ Pouco movimento de solutos: evita o case hardening. � É o processo mais caro de desidratação • Congelamento rápido do produto → sublimação do gelo sob vácuo. Vantagens e limitações Morangos liofilizados Atomização (“spray drying”) Pulverização de um produto líquido ↓ formação de gotículas, lançadas em câmara fechada ↓ corrente de ar aquecido ↓ evaporação ↓ formação de partículas secas (pó). � Imersão do produto em soluções de açúcar, sal ou outro soluto. � Dois fluxos de transferência de massa: – difusão de água do alimento para a solução; – difusão do soluto da solução para o alimento. � Principais vantagens sobre os processos tradicionais de secagem são: – inibição do escurecimento enzimático; – retenção da cor natural; – maior retenção de componentes voláteis; – baixo consumo de energia. água soluto Preservação pela Redução da Atividade de Água Porém: - O processo é demorado e tem grau limitado de secagem. � Desidratação Osmótica CONCENTRAÇÃO Remoção parcial da água contida em produtos líquidos. Redução de volume e peso → redução de custos de transporte e distribuição Exemplos: sucos concentrados, geléias. Aquecimento do líquido à temperatura de ebulição remoção de água na forma de vapor A remoção de água se dá pela diferença de volatilidade entre a água e os solutos. ↑ diferença de temperatura entre o meio de aquecimento e o líquido: ↑ taxa de transferência de calor ↓ tempo de processo Concentração por evaporação Evaporação a vácuo Redução da pressão ↓ menor ponto de ebulição do produto ↓ maior ≠ de temperatura entre o meio de aquecimento e o produto ↓ maior taxa de evaporação ↓ redução dos danos térmicos Produtos: - Doces - Geléias - Compotas - Frutas cristalizadas. De modo geral, a preservação de frutas por açúcar consiste em duas técnicas básicas: � enchimento de recipientes com a fruta e xarope, no caso da fruta em calda; � ou numa formulação com polpa de fruta e açúcar, no caso de doces em pasta e geléias. O fechamento hermético e um tratamento térmico de cozimento e pasteurização também fazem parte das etapas de processamento de diversos produtos. Preservação pela Adição de Açúcar Compota ou fruta em calda As frutas devem apresentar as seguintes características gerais: � Tamanho e formas regulares; � Elevado rendimento em pedaços de tamanhos uniformes; � Textura firme e resistência ao tratamento térmico (colheita no ponto de maturação ideal); � Cor da polpa intensa e uniforme; � Relação °Brix/Acidez; � Sabor e aroma agradáveis e próprios da fruta. Produção de doces em pasta e geléias Seleção da matéria-prima não é tão rigorosa, quanto ao tamanho e a forma; Após o seu cozimento, deve reter a cor e aroma característicos da fruta original. Preservação pela Adição de Açúcar Influência dos componentes básicos na gelificação 0,5 1,0 1,5 Concentração da pectina (%) Uniformidade da estrutura 2,5 geléia dura 3,2 ótimo 3,5 não forma gel Acidez (pH) 64,0 geléia mole 67,5 ótimo 71,0 cristalização Concentração de açúcar (%) Rigidez da estrutura Grau de gelificação Fonte: Rauch, 1970 V a r i a c o n f o r m e o t i p o Processamento Mínimo � Conjunto de práticas simples e aplicáveis à maioria das frutas e hortaliças (como lavagem, picagem, empacotamento, etc). Vantagens: • Agregação de valor; • Melhor aparência, facilitando assim a sua venda; • Tamanho reduzido e concentrado (menor espaço); • Menor volume de Lixo; • Maior praticidade no preparo dos alimentos; • Maior segurança na aquisição de hortaliças limpas e embaladas; • Possibilidade da compra de menores quantidades. • Possibilidade de conhecer a procedência do produto e escolher marcas. Objetivo � preservar a qualidade visual e nutricional dos produtos, de conservá-los por mais tempo, de agregar valor ao produto agrícola e de facilitar a vida dos consumidores. � Colheita e transporte; � Resfriamento e armazenamento; � Pré-seleção dos frutos/hortaliças; � Lavagem; � Aplicação de um agente microbiano; � Remoção das partes não comestíveis; � Corte; � Enxágüe e eliminação do excesso de água; � Incorporação de aditivos; � Embalagem e acondicionamento; � Transporte e comercialização. Etapas do processamento mínimo de frutas e hortaliças Processamento de Polpas, Sucos e Néctares Importância do consumo de sucos • São alimentos de elevado valor nutricional; • Fonte de vitaminas e sais minerais. Mercado de Sucos • Mercado em plena e constante ascensão; • O mercado mundial movimenta cerca de US$ 5 bilhões/ano; • Brasil: 8º exportador em sucos tropicais (líder: abacaxi, maracujá e manga) • Maior exportador de suco de laranja. • Aumento de consumo de suco processado • Falta de tempo em preparar suco; • Praticidade oferecida pelos produtos processados; • Substituição pelas bebidas carbonatadas. Processamento Industrial � Vários métodos de obtenção sucos/ polpas; � De acordo com processo de conservação; � Etapas são as mesmas até extração; � Diferenciando a partir do enchimento ou tratamento térmico. Conservação pelo uso do calor � Hot Fill � Hot Pack � Asséptico Conservação pelo uso do frio • Congelamento • Refrigeração • Altos custos de produção e armazenamento; • Tratamento térmico prévio, para inativação das enzimas e redução da carga de microbiana deteriorante; Conservação pelo uso de aditivos químicos Utilizado, basicamente, para o mercado interno; Os conservantes químicos mais usados são: • ácido benzóico e benzoatos; • ácido sórbico ou sorbato; • dióxido de enxofre e sulfitos. Conservação por processos mistos Processamento de Polpas, Sucos e Néctares Processo Hot Fill Processo Asséptico Congelamento Preservação Química Tratamento térmico Enchimento a quenteFechamento Inversão das latas Resfriamento Armazenamento Tratamento Térmico Resfriamento Enchimento Asséptico Fechamento Armazenamento Tratamento Térmico Resfriamento Enchimento Congelamento Armazenamento Formulação Tratamento Térmico Resfriamento Enchimento Armazenamento Fechamento 1ª Lavagem Seleção 2ª Lavagem Descascamento/Corte/Retirada de caroços ou sementes Polpa Recepção Branqueamento Desintegração/Despolpamento 1ª Lavagem Recepção Tratamento Térmico Resfriamento Enchimento Asséptico Fechamento Armazenamento Tratamento térmico Enchimento a quente Fechamento Resfriamento Armazenamento Processo Hot Fill Enchimento Fechamento Tratamento Térmico Resfriamento Armazenamento Processo Hot Pack Processo Asséptico Colheita Transporte Recepção e Pesagem Desaeração Pré-lavagem Seleção Lavagem / Seleção Final Extração Formulação Homogeneização Trocador de Calor de Placas • Equipamento mais indicado para suco de frutas; • Principalmente com baixo teor de polpa; • Suco passa por 4 seções; • Vantagens: � baixo custo; � pouco espaço; � fácil manutenção. • Característica principal manutenção qualidade final produto • Ideal para sucos com alto teor de polpa; • Para melhorar a eficiência uso de fluxo a contra-corrente; • Podem ser usados para aquecer ou resfriar; • Requer maior espaço e pode ser submetido a pressões mais elevadas do que o de placas Trocador de Calor Tubular • Bastante usado com sucos de viscosidade maior que o de placas; • Também indicado para sucos que vão ser submetidos a extremas temperaturas; • Para aquecer usa vapor, água quente ou outro fluido aquecido. Trocador de Calo Superfície Raspada Óleo e farelo de soja • A soja representa cerca de 50% do total de leguminosas plantadas no mundo; • Grande potencial de utilização da soja na alimentação animal e humana; • 0 Brasil é o segundo maior processador de soja do mundo; • Os produtos dos processos preconizados neste perfil são o óleo bruto e o farelo (torta) semi-desengordurado, que deverá ser usado para o preparo de rações para animais; • 0 Brasil é hoje, também, o segundo maior consumidor mundial de farelo e de óleo de soja. LIMPEZA EXTRUSÃO PRENSAGEM / EXTRAÇÃO DE ÓLEO EMBALAGEM COMERCIALIZAÇÃO Grãos de Soja EMBALAGEM COMERCIALIZAÇÃO Farelo de Soja Óleo de Soja Tambor de 200 lSacas de 60 kg Óleo e farelo de soja Óleo de Soja Trigo � Cereal empregado em maior escala para obtenção de farinhas panificáveis; � EMPREGABILIDADE: � DURUM - massas alimentícias. � DURO - massas alimentícias e panificação. � SEMI-DURO - panificação e biscoitos fermentados. � MOLE - biscoitos doces e bolos. Obtenção da Farinha de Trigo Farinha de Trigo: � Produto pulverulento de cor branca a amarelada, proveniente da moagem de grãos de trigo limpos e sadios.
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