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TFC ETE FIDALGO BANCA FINAL REV02

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UNIVERSIDADE FUMEC
FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA – FEA
Curso de Engenharia Civil
Aline Gonçalves Pereira
Astrid Chaves Lipper
Bruno Carneiro Braz
Neuber Marcos do Espírito Santo
Zaíra Morena Machado Almeida
ANTEPROJETO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO DO DISTRITO DE FIDALGO 
Professor Orientador: Dr. Eduardo Vieira Carneiro
Belo Horizonte
2013
Aline Gonçalves Pereira
Astrid Chaves Lipper 
Bruno Carneiro Braz
Neuber Marcos do Espírito Santo
Zaíra Morena Machado Almeida
ANTEPROJETO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO DO DISTRITO DE FIDALGO
Trabalho Final de Curso apresentado à Faculdade de Engenharia e Arquitetura da Universidade da FUMEC, orientado pelo Professor. Dr. Eduardo Vieira Carneiro, como requisito final para conclusão do Curso de Engenharia Civil.
Belo Horizonte
2013
AGRADECIMENTOS
Agradecemos em primeiro lugar a Deus pela sabedoria e saúde para a conclusão deste trabalho, aos familiares, amigos e companheiros (as) pelo apoio e dedicação. A todos os professores que edificaram os conhecimentos necessários a nossa formação profissional. Ao nosso Orientador Prof. Eduardo Vieira Carneiro pela atenção, carinho e colaboração, sem a qual não alcançaríamos os resultados esperados neste trabalho.
 �
“A persistência é o menor caminho do êxito.”
Charles Chaplin
‘’Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível. ’’
 Charles Chaplin
RESUMO
O presente trabalho apresenta o anteprojeto de uma Estação de Tratamento de Esgotos - ETE, para atender o Distrito de Fidalgo, pertencente ao município de Pedro Leopoldo/MG. Sendo um dos integrantes da região metropolitana de Belo Horizonte - RMBH, o Distrito de Fidalgo é circunvizinhado por: Lagoa Santa, Jaboticatubas e Matozinhos.
Possui atualmente uma população de aproximadamente 2.814 habitantes, dentro do horizonte estimado de projeto de 20 anos sua população chegará a 4.274 habitantes em 2033, conforme projeções aritméticas.
O presente trabalho apresenta uma solução alternativa e viável, seguindo a legislação e normas ambientais, visando à melhoria da qualidade de vida e bem estar da população que atualmente recorre ao uso de ‘’fossas negras’’ para destinação dos esgotos domésticos, sendo um manejo inadequado e ambientalmente incorreto.
Palavras-chave: Anteprojeto de uma Estação de Tratamento de Esgotos; Distrito de Fidalgo; Legislação e normas ambientais; Fossas Negras.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01- Grade de contenção de uma estação de tratamento de esgoto...............20
Figura 02 - Desarenador ou caixa de areia ...............................................................21
Figura 03 - Calha Parshall..........................................................................................22
Figura 04 - Lagoa de estabilização em Lins/SP.........................................................23
Figura 05 - Princípios de funcionamento em uma lagoa facultativa...........................24
Figura 06 - Lagoa Facultativa.....................................................................................24
Figura 07 - Lagoa de Maturação................................................................................25
Figura 08 - Área para implantação da ETE................................................................30
Figura 09 - Fluxograma do processo proposto...........................................................34
Figura 10 - Rio das Velhas - Sumidouro, Fidalgo - Pedro Leopoldo/MG...................47
LISTA DE TABELAS
Tabela 01- Principais parâmetros físicos dos esgotos domésticos............................15
Tabela 02 - Características físicas, químicas e biológicas.........................................16
Tabela 03 - Porcentagem de redução de organismos patogênicos nos processos de tratamento..................................................................................................................26
Tabela 04 - Porcentagem de redução de organismos patogênicos em lagoas de estabilização...............................................................................................................26
Tabela 05 - Eficiência da grade em função do espaçamento entre as barras e da espessura das barras.................................................................................................36
Tabela 06 - Dimensões de Calha Parshall – Padrões (cm).......................................37
Tabela 07 - Expoente n e Coeficiente K para Calha Parshall....................................37
Tabela 08 - Verificação das velocidades de escoamento na calha Parshall.............38
Tabela 09 - Verificação das velocidades de escoamento na caixa de areia..............40
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 – Níveis de tratamento de esgotos...........................................................18
Quadro 02 – Cota per capita de esgoto.....................................................................32
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 – Dados populacionais.............................................................................28
Gráfico 02 – Representação da população de Fidalgo no município de Pedro Leopoldo.....................................................................................................................29
Gráfico 03 – Projeção Populacional de Fidalgo.........................................................29
LISTA DE SIGLAS E REDUÇÕES
APA - Área de Proteção Ambiental
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente 
COPAM - Conselho Estadual de Política Ambiental
DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio 
DN - Deliberações Normativas
ETE - Estação de Tratamento de Esgoto
IEF - Instituto Estadual de Floresta
IGAM - Instituto Mineiro de Gestão das Águas
km - Quilômetro
km² - Quilômetro Quadrado
m - Metro
mm - Milímetro
nº - Número
PIN - Projeto Integrado
RMBH - Região Metropolitana de Belo Horizonte
ZEE - Zoneamento Ecológico Econômico
°C - Graus Celsius
	
	
	
	
	
	
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	12
 1.1 Justificativa	13
1.2 Objetivos	13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA	14
	2.1 Legislação ambiental	14
2.2 Caracterização dos esgotos	15
2.2.1 Qualitativa	15
2.2.2 Quantitativa	16
 2.3 Níveis de tratamento dos esgotos	17
2.4 Tratamento Preliminar	19
2.4.1 Gradeamento	19
2.4.2 Desarenação	20
2.4.3 Calha Parshall ou medidor	21
2.5 Tratamento Primário / Secundário	...22
2.5.1 Lagoas de estabilização	22
2.5.1.1 Lagoas facultativas	23
2.6 Tratamento Terciário	...25
2.6.1 Lagoas de maturação	25
3 METODOLOGIA	27
4 ELABORAÇÃO DO ANTEPROJETO	28
4.1 Projeção Populacional	28
4.2 Identificação da área	30
4.3 Quantificação dos esgotos sanitários	31
4.4 Concepção do sistema de tratamento	34
4.5 Fluxograma do sistema de tratamento proposto	34
4.6 Pré-dimensionamento das unidades de tratamento	35
4.6.1 Tratamento Preliminar	35
4.6.1.1 Gradeamento	35
4.6.1.2 Desarenação	39
4.6.2 Tratamento Primário/Secundário	41
4.6.2.1 Lagoa Facultativa	41
4.6.3 Tratamento Terciário	44
4.6.3.1 Lagoa de Maturação	44
4.7 Avaliação do corpo receptor	46
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS	48
 REFERÊNCIAS	49
 ANEXOS	51
��
INTRODUÇÃO
No Distrito de Fidalgo constatou-se o uso indiscriminado de fossas irregulares ou popularmente conhecidas como “fossas negras”, que consistemnuma escavação sem revestimento onde os dejetos dos esgotos domésticos são lançados in natura no solo e sem nenhuma adequação ambiental. O uso das referidas “fossas negras” são proibidas por lei, segundo o Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM. 
O uso de fossas negras é comumente utilizado no território brasileiro, na maioria das vezes por famílias desprovidas de recursos financeiros, somados a isso temos à falta de investimentos em saneamento básico pelo poder público. Esse método pode atingir e contaminar os solos e o lençol freático, prejudicando possíveis captações de água e aumento nas ocorrências de doenças de veiculação hídrica e proliferação de vetores.
Diante deste problema sanitário, o meio adequado e correto para solucionar e melhorar o ambiente social é a implantação de uma Estação de Tratamento de Esgotos – ETE. A ETE e uma central que recebe o esgoto bruto e sem tratamento, com a finalidade de realizar o tratamento do mesmo para níveis aceitáveis conforme legislação ambiental para em seguida despejar o esgoto tratado para rios e mananciais. 
 
Propõe-se a elaboração de um anteprojeto de uma ETE com a finalidade de propiciar o atendimento e uma maior qualidade de vida para a população e a preservação do meio ambiente.
Justificativa
	
Diante do pré-diagnóstico realizado através do Projeto Integrado – PIN, na cidade de Pedro Leopoldo/ MG, verificaram-se problemas sanitários no Distrito de Fidalgo, especificamente o uso indiscriminado e ilegal das “fossas negras”.
Atualmente, não existe tratamento adequado para os esgotos sanitários que estão provocando degradação e contaminação ambiental. Sendo a implantação da ETE uma fonte de: diminuição das doenças de veiculação hídrica, proteção do meio ambiente e melhorias no bem estar da população.
Objetivo
O objetivo principal deste trabalho e a elaboração do anteprojeto de uma ETE para o tratamento dos esgotos sanitários do Distrito de Fidalgo na cidade de Pedro Leopoldo. 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Legislação ambiental
Todo e qualquer lançamento de dejetos líquidos em corpos receptores está obrigado em virtude de lei, a seguir os padrões de qualidade da água contemplados nas legislações do Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Saúde e órgãos Estaduais responsáveis pela proteção dos cursos d’água.
O adequado serviço de esgotamento sanitário é de extrema importância para a qualidade das águas e para a prevenção de doenças de veiculação hídrica. Entretanto, a maior parte dos municípios de Minas Gerais, assim como todo o Brasil, não possui serviço adequado de coleta e tratamento de esgotos. Apesar da importância para a saúde e para o meio ambiente, muitos municípios enfrentam dificuldades para investir em esgotamento sanitário. Em parte, isso se deve à falta de planejamento e informação e o não atendimento aos requisitos dos órgãos financiadores. (Guia para captação de recursos para investimento em esgotamento sanitário. - Belo Horizonte: FEAM, 2013).
O presente trabalho vem de encontro e respeito às resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA 357/2005 que estabelece padrões de lançamentos nos corpos receptores; com a Lei Federal nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico e a política federal de saneamento básico. 
Estes padrões de lançamentos se baseiam no princípio de restabelecimento do equilíbrio e da autodepuração do corpo receptor. Estes são os responsáveis pela conversão de compostos orgânicos ativos em compostos orgânicos inertes e não prejudiciais do ponto de vista ecológico (Von Sperling, 1996).
O Distrito de Fidalgo em Pedro Leopoldo esta inserido em uma área considerada de vulnerabilidade natural alta segundo o Zoneamento Ecológico Econômico – ZEE do estado de Minas Gerais, estando obrigatoriamente submetida ao processo de licenciamento ambiental estadual, nos termos da deliberação normativa – DN, nº 74, de 9 de setembro de 2004, do COPAM, onde qualquer geração de efluentes sanitários ou industriais nos empreendimentos localizados nas áreas consideradas de vulnerabilidade natural muito alta e alta, será exigida destinação dos efluentes para rede oficial de tratamento de esgotos ou para ETEs, ficando proibido o uso de fossas negras.
2.2. Caracterização dos esgotos 
2.2.1 Qualitativa
Para Von Sperling (1996) os esgotos domésticos contêm aproximadamente 99,9% de água, a fração restante inclui sólidos orgânicos e inorgânicos, suspensos e dissolvidos, bem como microrganismos. Portanto, é devido a essa fração de 0,1% que há necessidade de se tratar os esgotos. As características dos esgotos derivam da função dos usos à qual a água foi submetida. Esses usos, e a forma com que são exercidos variam com o clima, situação social e econômica e hábitos da população.
Sendo os parâmetros físicos, químicos e biológicos que definem a qualidade do esgoto.
Tabela 01 - Principais parâmetros físicos dos esgotos domésticos.
Fonte: VON SPERLING; adaptado de Qasim (1985).
Os esgotos podem ser caracterizados através dos parâmetros físicos / químicos e biológicos conforme tabela abaixo: 
Tabela 02 - Características físicas, químicas e biológicas.
Fonte: VON SPERLING. Marcos; “Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos”, UFMG (2005).
2.2.1 Quantitativa
A NBR 9648 (ABNT, 1996) define como esgoto sanitário o despejo líquido constituído de esgotos domésticos e industriais, água de infiltração e a contribuição pluvial parasitária. A mesma norma ainda define esgoto doméstico como o despejo líquido resultante do uso da água para higiene e necessidades fisiológicas humanas.
As vazões de esgotos sanitários podem ser medidas e calculadas para o dimensionamento das redes coletoras e ETEs, compreendem as seguintes parcelas:
Vazão de esgoto doméstico e industrial.
Vazão de água de infiltração.
Contribuição pluvial parasitária. 
Sendo a água de infiltração a proveniente do subsolo e que penetra nas canalizações, e a contribuição pluvial parasitaria devido ao deflúvio superficial absorvido pela rede de esgoto.
2.3. Níveis de tratamento dos esgotos
O tratamento preliminar destina-se a remoção de sólidos grosseiros e areia que estão contidos nos esgotos sanitários, através de operações físicas de gradeamento e peneiramento (Jordão, 2005).
O tratamento Preliminar tem a função de remover sólidos grosseiros e areia, são utilizados na chegada de esgoto bruto, com a finalidade de evitar danos e proteger os dispositivos de transporte, bombeamento e tubulações das ETEs. As remoções dos mesmos são feitas através da utilização de:
Gradeamento. 
Desarenação.
O tratamento Primário tem a função de remover os sólidos suspensos sedimentáveis através de:
Tanques Imhoff.
Decantador.
O tratamento Secundário tem a função de remoção de matéria orgânica solúvel, podendo ser realizado através de:
Lagoa Anaeróbia.
Lagoas de Estabilização. 
Lagoas Facultativas. 
Lagoas Aeradas. 
Lagoas de Maturação. 
Lagoas de Sedimentação. 
Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente - Rafa ou Uasb. 
Lodos Ativados. 
O tratamento terciário pode ser empregado com a finalidade de se conseguir remoções adicionais de poluentes em águas residuárias, antes de sua descarga no corpo receptor e/ ou para recirculação em sistema fechado. Essa operação é também chamada de “polimento”. 
Em função das necessidades de cada indústria, os processos de tratamento terciário são muito diversificados; no entanto pode-se citar as seguintes etapas: filtração, cloração ou ozonização para a remoção de bactérias, absorção por carvão ativado, e outros processos de absorção química para a remoção de cor, redução de espuma e de sólidos inorgânicos tais como: eletrodiálise, osmose reversa e troca iônica. (SILVA; CARVALHO, 2013)
O tratamento Terciário e bastante raro no Brasil e tem a função de remover poluentes específicos e poluentes não removidos no tratamentosecundário, podendo ser realizado através de: 
Lagoas Polimento/Maturação.
Tanques de Desinfecção.
Reator Ultravioleta.
Quadro 01 - Níveis do tratamento dos esgotos.
Fonte: Adaptado de Jordão, 2005.
2.4. Tratamento Preliminar
2.4.1. Gradeamento
Gradeamento é a operação de remoção de sólidos grosseiros através de grades. A finalidade é proteger dispositivos como bombas, tubulações e transportadores, além de beneficiar os corpos d’água receptores, removendo parcialmente a carga poluidora (Jordão, 2005).
As grades são geralmente de ferro ou aço e são dispostas verticais ou inclinadas de modo a permitir o fluxo dos esgotos através do espaçamento entre as barras (Jordão, 2005).
Existem três tipos de grades, classificadas de acordo com seu espaçamento em finas (espaçamento entre barras de 1 – 2 cm), médias ou comuns (espaçamento entre barras de 2 – 4 cm) e grosseiras (espaçamento entre barras de 4 – 10 cm). A figura 01 representa um exemplo de gradeamento (Jordão, 2005).
O material retido na grade deve ser removido com frequência, para se evitar o represamento dos esgotos no canal a montante, além de odores e proliferação de moscas. Geralmente as grades de limpeza manual são inclinadas, e as mecanizadas podem ser inclinadas ou verticais (Jordão, 2005).
Os sólidos removidos são depositados em uma bandeja perfurada, que se encontra adaptada ao canal, permitindo que a parte líquida do esgoto volte ao canal, para prosseguir no processo de desarenação. Essa parte de sólidos removidos é ensacada e direcionada ao aterro sanitário (Jordão, 2005).
Figura 01 - Grade de contenção de uma estação de tratamento de esgoto
Fonte: ambienteeng.blogspot, 2013
 2.4.2. Desarenação
O processo que remove areia é chamado de caixa de areia ou desarenador. Sua principal finalidade é remover areia e terra. Essa remoção é importante pois evita que as partículas de areia prejudiquem a eficiência dos equipamentos instalados a jusante do desarenador (Jordão, 2005).
O processo de desarenação é baseado na propriedade física de rápida sedimentação das partículas de areia que estão contidas nos esgotos. Essa sedimentação é dada através do uso de velocidades do fluxo constantes e menores que V = 0,3 m/s (Jordão, 2005).
Como mostra a Figura 02, o desarenador é instalado em um tanque de concreto, de seção quadrangular, retangular ou circular, com canais paralelos que funcionam independentemente, de modo que enquanto um está em funcionamento o outro recebe limpeza e manutenção (Jordão, 2005).
O sistema de limpeza pode ser de modo manual, com auxílio de uma pá, ou mecânico, com o uso de um caminhão limpa fossa, e o material retirado é encaminhado ao aterro sanitário da comunidade (Jordão, 2005).
Figura 02 - Desarenador ou caixa de areia
Fonte: jorcyaguiar.blogspot, 2013
 2.4.3. Calha Parshall ou medidor
A calha Parshall tem como principal função medir a vazão para uma determinada seção vertical que se localiza a montante da calha (Jordão, 2005).
Como mostra a Figura 03, possui uma configuração especial que se utiliza de três seções: convergente, estrangulada e divergente. O seu fundo é em nível na primeira seção, em declive na garganta e em aclive na seção divergente. Conhecendo-se as dimensões principais da calha calcula-se a vazão em função do nível d’água. Essa altura é definida através de uma régua que é fixada ao corpo do medidor na seção convergente (Jordão, 2005).
Figura 03 - Calha Parshall
Fonte: wikipédia, 2013.
2.5. Tratamento Primário / Secundário
Segundo Jordão, o principal objetivo do tratamento secundário é a remoção da matéria orgânica. 
 2.5.1. Lagoas de estabilização
As lagoas de estabilização conforme Fig. 04 constituem-se na forma mais simples e confiável para tratamento dos esgotos por envolver processos naturais. Também são indicadas para as condições brasileiras como: suficiente disponibilidade de área em um grande número de localidades e principalmente o clima favorável. (Von Sperling, 2000).
Desta forma existem diversas variantes dos sistemas de lagoas de estabilização, cada uma com diferentes requisitos de área e níveis de simplicidade operacional, como:
Lagoas facultativas;
sistema de lagoas anaeróbias seguidas por lagoas facultativas;
lagoas aeradas facultativas;
sistema de lagoas aeradas de mistura completa seguidas de lagoas de decantação.
Figura 04 – Lagoa de estabilização em Lins/SP
Fonte: FINEP, 2013
2.5.1.1. Lagoas facultativas	
Os sistemas de lagoas facultativas Fig. 05, são de forma geral a forma mais simples do sistema de lagoas de estabilização. O processo consiste na retenção dos esgotos por um longo período de tempo, o suficiente para que os processos naturais se desenvolvam (Von Sperling, 2000).
Figura 05 - Lagoa facultativa
Fonte: UFRJ, 2013
Segundo Sperling o processo da lagoa facultativa ocorre da seguinte forma: a Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO solúvel e finamente particulada é estabilizada aerobiamente por bactérias dispersas no meio líquido e a DBO suspensa tende a sedimentar, sendo estabilizada anaerobiamente por bactérias no fundo da lagoa. O oxigênio requerido pelas bactérias aeróbias é fornecido pelas algas, através da fotossíntese, conforme a figura abaixo:
Figura 06 – Processo da lagoa facultativa
Fonte: URFJ, 2013.
2.6. Tratamento Terciário
O tratamento terciário é usado ao final de um sistema clássico de lagoas de estabilização, e através dele almeja-se a melhoria da qualidade do efluente anteriormente tratado, pela remoção de organismos patogênicos, particularmente os coliformes fecais (Jordão, 2005).
Desta forma tem-se em consideração aspectos de proteção da saúde pública, buscando-se a diminuição da concentração de bactérias, vírus, ciclo de protozoários, ovos de helmintos nos corpos d’água, e consequentemente a redução de doenças de veiculação hídrica (Jordão, 2005).
2.6.1. Lagoas de maturação
As lagoas de maturação constituem-se em um pós-tratamento de processos que objetivam a remoção da DBO, sendo usualmente projetadas como uma série de lagoas, ou com uma lagoa única com divisões por chicana (Von Sperling, 2000).
Neste processo predominam condições ambientais adversas aos patogênicos, como: radiação ultravioleta, elevado PH e falta de nutrientes e a eficiência da remoção de coliformes também é bastante elevada. (Von Sperling, 2000).
Figura 07 – Lagoa de maturação
Fonte: Maquenge, 2013.
A tabela 03 mostra a redução daqueles organismos em diversos processos de tratamento, enquanto a tabela 04 específica às lagoas de estabilização. É possível analisar as duas tabelas e observar a eficiência das lagoas de estabilização em série, incluindo a lagoa de maturação, podendo chegar a 99,99999%. (Jordão, 2005).
Tabela 03 - Porcentagem de redução de organismos patogênicos nos processos de tratamento
	Parâmetro
	Sedimentação
	Filtro Biológico
	Lodos Ativados
	USAB+ L. Polimento
	3 lagos em série
	Vírus entéricos
	0-30
	90-95
	90-99
	99-99,99
	99,9-99,99
	Bactérias
	50-90
	90-95
	90-99
	99,9-99,9999
	99,9-99,9999
	Protozoários
	50
	50-90
	50
	100
	100
	Helmintos
	30-90
	50-95
	50-99
	100
	100
Fonte: Jordão, 2005
Tabela 04 - Porcentagem de redução de organismos patogênicos em lagoas de estabilização.
	
	L. Facultativa
	L. Anaero.+ Facultativa
	L. Fac.+ Maturação
	L. Anaeróbica - Fac.+ Maturação
	Coliformes
	90-99
	90-99
	99,9-99,9999
	99,9-99,10000
	Vírus
	<90
	90
	99-99,99
	99-99,100
	Bactérias patogênicas
	90-09
	0-99
	9,9-99,9999
	9,9-99,10000
	Cistos de protozoários
	100
	100
	100
	100
	Ovos de Helmintos
	100
	100
	100
	100
Fonte: Jordão, 2005
METODOLOGIA
Visitas técnicas no Distrito de Fidalgo;
 levantamentos de dados;
 pesquisas bibliográficas;
 informações do projeto Integrado – PIN 1º/2013;
 consultas às legislação ambiental - Resolução do CONAMA 357/2005 Lei Federal nº 11.445, de 5 de janeirode 2007 / DN COPAM nº 96/2006 / Decreto n° 45.097, de 12 de maio de 2009;
 elaboração de um anteprojeto.
4. ELABORAÇÃO DO ANTEPROJETO
4.1. Projeção populacional
Para o correto dimensionamento de uma estação de tratamento de esgoto, utiliza-se o método da projeção populacional para um horizonte de projeto de 20 anos. Sendo assim o projeto atende a população atual e futura do Distrito de Fidalgo sem que haja uma sobrecarga no sistema. 
Para projeção da população do Distrito de Fidalgo para o ano de 2033, foram utilizados, como base de cálculo, os dados do Censo do IBGE no ano de 2010 e dados fornecidos pela Prefeitura Municipal de Pedro Leopoldo do ano de 2013, conforme gráfico 01. O modelo adotado foi o de Crescimento Aritmético, o mesmo utilizado pelo Grupo 6 - PIN 1º/2013 para a análise da população de Pedro Leopoldo, como fidalgo pertence ao município de Pedro Leopoldo utilizamos o mesmo estudo. O modelo é representado pela seguinte equação:
Y – Y0 = m * (X – X0)	
Gráfico 01 – Dados populacionais
Fonte: Os autores, 2013.
Gráfico 02 – Representação da população de Fidalgo no município de Pedro Leopoldo
Fonte: Os autores, 2013.
Aplicação da fórmula:
Y – 2595 = 73 (X – 2010)			Y = 73 * X – 144.135
Para X = 2023 			Y1 = 3544
Para X = 2033 			Y2 = 4274
Gráfico 03 – Projeção Populacional de Fidalgo.
Fonte: Os autores, 2013.
4.2 Identificação da área
Para implantação da ETE no Distrito de Fidalgo, foram utilizados alguns parâmetros para este critério, como: o local é pouco habitado, situa-se em uma região ampla e à jusante do mesmo, próximo ao corpo receptor e de fácil acessibilidade.
O local, definido conforme indicado na figura 08, possui área disponível para construção da ETE igual a 120.000 m², localizado próximo a Rua Rio das Velhas s/n, bairro Fidalgo, possuindo coordenadas: 
19°52’38,97” S 
43°93’30,85” W
Figura 08 – Área para implantação da ETE
Fonte: Google Maps, 2013.
4.3 Quantificação dos esgotos sanitários
A concentração da DBO, para o dimensionamento das unidades que irão compor o sistema de tratamento biológico da ETE será determinada a partir da carga per capita de 54g de DBO/ hab * dia. Sendo assim tem-se:
Estimativa das cargas poluidoras
Carga DBO = (Pop * QCP) / 1000	(g / dia)			
Concentração de DBO = Carga de DBO / Qméd (mg / l)	
Onde:
Pop = População
QCP = carga per capita de DBO, g / hab * dia
Aplicação da fórmula:
Carga DBO = 54 * 4274 = 230.796 (g /dia )
Concentração de DBO = 230.796 / 431,90 = 534,37 	(mg / l)
Cálculo da vazão de infiltração
Adotando uma taxa de infiltração de 0,30 l/s x Km e estimando que o distrito possua 15 km de extensão de rede de esgoto.
Qinf = Tx. Inf. * Ext. Rede		(Km*l / s)			 (1)
Aplicação da fórmula:
Qinf = 0,30 * 15 = 4,5 (Km*l/s)
Cálculo da vazão média doméstica de esgoto é dado é dado pelas seguintes equações (1) e (2):
Qmédia = (Pop. * QCP. / 1000) + Qinf 	(m3 / d)		 (2)
Qmédia = (Pop. * QCP. / 86400) + Qinf 	(l / s)			 (3)
Onde:
Qmédia = vazão média de esgotos doméstica 
QCP = quota per capita de água
Aplicação da fórmula:
Adotou-se cota per capita de esgoto de 100L/dia*hab, conforme norma ABNT – NBR – 7229 (1993) através do quadro 02:
Quadro 02 – Cota per capita de esgoto
Fonte: Jordão, E. P. Pessoa, C. A. Tratamento de Esgotos Domésticos. Rio de Janeiro, ABES, 2005.
Qmédia = 4274 * 100 / 1000 + 4,5 = 431,9 (m3 / d)
Qmédia = 4274 * 100 / 86400 + 4,5 = 9,45 (l / s)	
Cálculo das vazões de esgoto mínimas e máximas
K1 = 1,2 (coeficiente do dia de maior consumo)
K2 = 1,5 (coeficiente da hora de maior consumo)
K3 = 0,5 (coeficiente da hora de menor consumo)
Assim, as vazões máximas e mínimas podem ser determinadas pelo cálculo abaixo:
Qmín = (Pop. * QCP * K3) / 1000 + Qinf 	(m3 / d)	 (4)
Qmín = (Pop. * QCP * K3) / 86400 + Qinf	(l / s)		 (5)
Qmáx = (Pop. * QCP * K1 * K2) / 1000 + Qinf	 (m3 / d)	 (6)
Qmáx = (Pop. * QCP * K1 * K2) / 86400 + Qinf	(l / s)		 (7)
Aplicação da fórmula:
Qmín = (4274 * 100 * 0,5) / 1000 + 4,5 = 212,20	(m3 / d)
Qmín = (4274 * 100 * 0,5) / 86400 + 4,5 = 6,97		(l / s)
Qmáx = (4274 * 100* 1,2 * 1,5) / 1000 + 4,5 = 773,82	(m3 / d)
Qmáx = (4274 * 100* 1,2 * 1,5) / 86400 + 4,5 = 13,40	(l / s)
4.4. Concepção do sistema de tratamento
De acordo com a caracterização do esgoto sanitário do bairro Fidalgo no município de Pedro Leopoldo, foi possível identificar a tipologia do efluente e definir o sistema de tratamento ideal. O sistema de tratamento proposto incluirá o tratamento preliminar, primário/secundário e o terciário. As fases de cada processo são:
Tratamento Preliminar
 - Gradeamento;
 - caixa de areia ou desarenador;
 - calha Parshall.
Tratamento Primário/Secundário
 - Lagoas Facultativas.
Tratamento Terciário
 - Lagoa de Maturação.
4.5. Fluxograma do sistema de tratamento proposto
O fluxograma representado pela figura 09 mostra as etapas do tratamento de esgoto.
Figura 09: Fluxograma do processo proposto
	 Fonte: Os autores, 2013.
4.6. Pré-dimensionamento das unidades de tratamento
A seguir encontram-se os cálculos referentes ao do pré-dimensionamento das unidades de tratamento.
4.6.1 Tratamento Preliminar
4.6.1.1. Gradeamento
O gradeamento é a primeira etapa do tratamento preliminar. O sistema será composto de uma grade de barras verticais de seção retangular, com espessura de barras de 9,5 mm e o espaçamento entre barras igual a 2,54 cm (grade comum ou média).
Dados: 
Q máxima = 1.157,76 m3/dia = 48,24 m3/h = 0,0134 m3/s = 13,40 l/s;
Q média = 812,16 m3/dia = 33,84 m3/h = 0,0094 m3/s = 9,45 l/s;
Q mínima = 604,80 m3/dia = 25,20 m3/h = 0,0070 m3/s = 6,97 l/s.
Fixação da velocidade
Em geral a velocidade de fluxo através da grade é v = 0,60 m/s ≤ v ≤ 1,0 m/s, adotaremos:
v máxima = 1,00 m/s;
v mínima = 0,60 m/s.
Cálculo da área útil (Au) 
 QUOTE �Au = Q máxima / v máxima = 0,0134 m3/s / 1,00 m/s = 0,0134 m2 (08)
Cálculo da eficiência da grade (E) 
O cálculo da eficiência da grade é estimado de acordo com a Tabela 05, que apresenta essa eficiência em função do espaçamento entre as barras e da espessura das barras.
Tabela 05 - Eficiência da grade em função do espaçamento entre as barras e da espessura das barras
	Espessura das barras "t"
	Eficiência "E" para espaçamento "a"
	Polegadas
	Centímetros
	a = 3/4"
	a = 1"
	a = 1 1/4"
	
	
	a = 1,94cm
	a = 2,54cm
	a = 3,18cm
	1/4
	0,64
	0,750
	0,800
	0,834
	5/16
	0,79
	0,730
	0,768
	0,803
	3/8
	0,95
	0,677
	0,728
	0,770
	7/16
	1,11
	0,632
	0,696
	0,741
	1/2
	1,27
	0,600
	0,677
	0,715
Fonte: Jordão, E. P. Pessoa, C. A. Tratamento de Esgotos Domésticos. Rio de Janeiro. ABES, 2005.
Conforme a Tabela 05:
E = a/(a + t) = 2,54cm/(2,54cm+0,95cm) = 0,728 * 100% = 72,8% (09) 					 
Onde: E = eficiência da grade;
 a = espaçamento entre as barras;
 t = espessura das barras
Cálculo da área total (S)
S = Au/E = 0,0134/0,728 = 0,02 m2 (10)
 QUOTE �	 
Cálculo da calha Parshall 
A calha Parshall é um medidor de vazão muito usado em estações de tratamento de esgotos. Baseando-se nas vazões calculadas e na Tabela 06, determinou-se a Calha Parshall de 3":
Tabela 06 - Dimensões de CalhaParshall – Padrões (cm)
	w
	A
	B
	C
	D
	E
	F
	G
	K
	N
	Cap. l/s
	pol.
	cm
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Qmín
	Qmáx
	3"
	7,6
	46,6
	45,7
	17,8
	25,9
	61,0
	15,2
	30,3
	2,5
	5,7
	0,9
	53,8
	6"
	15,2
	62,1
	61,0
	39,4
	32,1
	61,0
	30,5
	61,0
	7,6
	11,4
	1,4
	110,4
	9"
	22,9
	88,0
	86,4
	38,0
	57,5
	76,3
	30,5
	45,7
	7,6
	11,4
	2,6
	251,9
	12"
	30,5
	137,2
	134,4
	61,0
	84,5
	91,5
	61,0
	91,5
	7,6
	22,9
	3,1
	455,6
	18"
	45,7
	144,9
	142,0
	76,2
	102,6
	91,5
	61,0
	91,5
	7,6
	22,9
	4,3
	696,2
	24"
	61,0
	152,5
	149,6
	91,5
	120,7
	91,5
	61,0
	91,5
	7,6
	22,9
	11,9
	936,7
Fonte: Jordão, E. P. Pessoa, C. A. Tratamento de Esgotos Domésticos. Rio de Janeiro, ABES, 2005.
Será usada uma calha de 3", e os valores n e K encontram-se na Tabela 07 a seguir:
Tabela 07 - Expoente n e Coeficiente K para Calha Parshall.
	Valores de n - K [para vazão em m3 / h
	W
	n
	K
	Polegadas
	(mm)
	
	
	1"
	25,40
	1,55
	217,29
	2"
	50,80
	1,55
	434,58
	3"
	76,20
	1,55
	633,60
	6"
	152,40
	1,58
	1371,60
	9"
	228,60
	1,53
	1926,00
	12"
	304,80
	1,52
	2484,00
Fonte: Jordão, E. P. Pessoa, C. A. Tratamento de Esgotos Domésticos. Rio de Janeiro, ABES, 2005.
Equação do Parshall
Q = K * Hn; 
Onde: Q = vazão;
 K = constante que depende das dimensões da calha;
 n = constante que depende das dimensões da calha;
 H = altura da lâmina d’água.
De modo:
H = (Q/K)1/n (11)
Hmáxima = (Qmáxima/K)1/n = (48,24/633,60)1/1,55 = 19 cm
Hmédia = (Qmédia/K)1/n	 = (33,84/633,60)1/1,55 = 15 cm				
Hmínima = (Qmínima/K)1/n = (25,20/633,60)1/1,55 = 12 cm									 QUOTE � 
Cálculo do rebaixo do Parshall (Z)
Z=(Qmáx*Hmín)-(Qmín*Hmax)/(Qmáx - Qmín) = (12)
Z = (48,24 * 0,12) - (25,2 * 0,19) / (48,24 - 25,20) = 0,054m = 5,4cm 
Cálculo da largura do canal (b)
b = S/ (Hmax- Z) = 0,02 m2 / (0,19 – 0,054) = 0,14 m = 0,15 m (adotado) (13)
Verificação das velocidades entre as barras
A Tabela 08 a seguir apresenta a verificação das velocidades de escoamento entre as barras em função das vazões:
Tabela 08 - Verificação das velocidades de escoamento na calha Parshall.
	Vazão
(m3 / s)
	H - Z
(m)
	S = b.(H - Z)
(m2)
	Au = S.E
(m2)
	v = Q/Au
(m/s)
	0,0134
	0,14
	0,0204
	0,0149
	0,90
	0,0094
	0,10
	0,0146
	0,0106
	0,89
	0,0070
	0,07
	0,0107
	0,0078
	0,90
Fonte: Equipe TFC, 2013.
De acordo com a Tabela 08 acima, todas as velocidades apresentam-se abaixo da velocidade limite de projeto, v = 1,0 m/s.
Cálculo da perda de carga entre as barras da grade (hf)
hf = 1,43 * (V2-v2) /2*g = 1,43*(0,902 - (0,0134/0,0204)2) / 2*9,81 = 0,02 m (14)
 Onde: hf = perda de carga (m)
 v = velocidade imediatamente à montante da grade (m/s)
 V = velocidade através da grade (m/s)
 G = aceleração da gravidade = (9,81 m/s2)
Cálculo da perda de carga para a grade 50% obstruída (hf50%)
Hf50% = 1,43 * (((2V)2-v2)/2*g) = 1,43 * ((2*0,81)2 - (0,0134/0,0204)2)/(2*9,81) = 
Hf50% = 0,15 m (15)
										 
Cálculo estimativo do número de barras (n)
n = b / (a + t) = 15 cm/(2,54cm + 0,95cm) = 4,30 = 4 barras (16)
 										 
Cálculo do espaçamento entre barras externas e as paredes do canal (e)
e = b - [ n * t + (n -1) * a ] = (17) QUOTE �
= 15 - [ 4 * 0,94 + (4 -1) * 2,54 ] = 3,60 cm QUOTE � 
Então: e1 = e2 = 1,8 cm para cada lado extremo do canal. 
4.6.1.2 Desarenação 
O desarenador será constituído por dois canais paralelos que funcionam independentes entre si, tal sistema é responsável pela separação e remoção de areia e será instalado após o processo de gradeamento.
Para o cálculo do dimensionamento é preciso destacar que partículas de areia com ø ≤ 0,2 mm, adquirem velocidade de sedimentação igual ou maior que v = 0,02 m/s. Porém de acordo com pesquisas realizadas, comprovou-se a existência de uma força trativa crítica que provoca uma ação de arraste nas partículas de areia, portanto a velocidade ideal do fluxo de esgoto é de v = 0,30 m/s (Jordão, 1995).
Cálculo da largura do canal de desarenação (b)
b = Qmáx/ v*(Hmax- Z) = 0,0134 m3/s / 0,3m/s*(0,19 - 0,05) = 0,33 m = 35 cm (18)
 QUOTE �												 
Verificação das velocidades de escoamento em função da largura do canal
A Tabela 09 a seguir apresenta a verificação das velocidades de escoamento do canal em função das vazões:
Tabela 09 - Verificação das velocidades de escoamento na caixa de areia.
	Vazão
 (m3 /s)
	H 
(m)
	H - Z 
(m)
	b 
(m)
	S = b.(H - Z) 
(m2)
	v = Q/S 
(m/s)
	0,0134
	0,19
	0,14
	0,35
	0,05
	0,27
	0,0094
	0,15
	0,10
	0,35
	0,04
	0,27
	0,0070
	0,12
	0,07
	0,35
	0,03
	0,27
Fonte: Equipe TFC, 2013.
De acordo com a Tabela 09 acima, as velocidades estão relativamente constantes e apresentam-se abaixo da velocidade limite de projeto, v = 0,3 m/s.
Cálculo do comprimento da caixa de areia (L)
L = 25 * (Hmáx – Z) = 25 * (0,14) = 3,50 m (19)							 
Cálculo da área superficial da caixa de areia (A)
A = b * L = 0,35 m * 3,50 m = 1,23 m². (20) 
Verificação da taxa de aplicação superficial (TAS)
TAS = Qmáx /A = 1.157,76 m3/dia / (0,35*3,50)m2 = 946,02 m3/m2*dia (21) 
Onde: Q = vazão (m3/dia);
 A = área da seção superficial projetada (m2).
Para caixas de areia, segundo a NBR: 600 ≤ TAS ≤ 1.300 m³/m²*dia.
Estimativa do volume diário de areia a ser removida
Considera-se em média Vareia = 30 L de areia /1.000 m3 de esgoto:
30 L/1.000m3 * Qmáx = 30 L / 1000 m3 * 1.157,76 = 34,73 L/dia (22)
 
Quinzenalmente realiza-se a limpeza da caixa de areia tem-se:
(34,73/1.000)m³/dia*15 dias = 0,52 m³ (23)
Estimativa da altura do depósito de areia após 15 dias (h)
h = Vareia / Asuperficial = 0,52 m³/(0,35*3,50)m2 = 0,43m = 43 cm (24)
4.6.2. Tratamento primário/secundário
4.6.2.1. Lagoa Facultativa
Dimensionamento de uma lagoa facultativa com os seguintes dados do bairro de Fidalgo de Pedro Leopoldo.
População: 4.274 habitantes
Vazão Afluente: 816 m³/d
DBO afluente: 284 mg/l
Temperatura: 18º C (líquido no mês mais frio)
Cálculo da carga afluente de DBO
Carga = concentração*vazão = (284 mg/l*816 m³/d) /1000 = 232 kg/d (25)
Adoção da taxa de aplicação superficial
L = 180 kg DBO ha/dia (adotada)
Cálculo da área requerida.
A = L/Ls = 232kg/d /180 kg = 1,3 ha = 13.000 m²(26)
Adoção de um valor para a profundidade
H = 2,5 m (adotado)
Cálculo do volume resultante
V = A*H
V = 13.000m² * 2,5m = 32.500m³ (27)
Cálculo do tempo de detenção resultante
t = V/Q = 32.500m³/816m³/d = 40 dias (28)
Adoção de um valor para coeficiente de remoção de DBO (K)
Regime de mistura completa, a 20º C:
K20 = 0,30 d¹
Correção para temperatura de 18º C: 
KT = K20 * øT-20 = 0,30 * 1,0518-20 = 0,27 d¹ (29)
Estimativa de DBO solúvel efluente.
Utilizando-se o modelo de mistura completa (admitindo-se uma célula não predominante longitudinal), tem-se:
S = So/(1+ k * t) = 284 mg/l / (1+ 0,27 * 40) = 24 mg/l (30)
Estimativa da DBO particulada efluente 
Admitindo-se uma concentração de SS efluente igual a 100 mg/l, e considerando-se que casa 1 mgSS/l implica numa DBO em torno de 0,35 mg/l, tem-se:
DBO particulada = 0,35 mgDBO/mgSS * 100 mgDBO/l = 35 mgDBO/l (31)
Deve-se lembrar que a DBO particulada e detectada no teste da DBO, mais poderá não ser exercida no corpo receptor, dependendo das condições de sobrevivência das algas.
DBO total efluente 
DBO total efluente = DBO solúvel + DBO particulada (32)
DBO efluente = 24 + 35 = 59 mg/l
Cálculo da eficiência da remoção da DBO
S = (So – S / So) * 100 = (284 – 59 / 284) * 100 = 79% (33)
Dimensões da Lagoa
As dimensões da lagoa são em função do terreno e da topografia locais. Foram adotadas duas lagoas em paralelo, e uma relação comprimento/largura (L/B) igual a 2,5 em cada lagoa, ter-se-á;
Área de uma (01) lagoa = 13.000/2 = 6.500 m² (34)
A=L x B = (2,5 * B) *B = 2,5*B² (35)
6.500 m² = 2,5 * B² = B = 60 m
L = 2,5 * B = 2,5 * 60 = L = 150 m
Área total requerida para todo sistema 
A área total requerida para as lagoas, incluindo os taludes e área de influência, é cerca de 25% a 33% maior do que a área líquida calculada a meia altura (Arceivalda, 1981). Assim:
 Atotal = 1,3 * Alíquida = 1,3 * 13.000 m² = 16.900 m² = 16,9 há (36)
Área per capita = 16.900 m² / 4.274 hab = 4 m²/hab (37)
Acumulação de lodo
Acumulação anual = 0,05 m³/hab * 4.274 hab = 214 m³/ano. (38)
- Espessura em 01 ano:
Espessura: 214 m³/ano * 1 ano = 0,016 m/ano = 1,6 cm em um ano. (39)
- Espessura em 20 anos:
Espessura: 1,6 cm/ano * 20 anos = 32 cm em 20 anos. (40)
O acúmulo do lodo é considerável desprezível, face à profundidade de 2,5 m. 
4.6.3. Tratamento terciário
4.6.3.1 Lagoa de maturação
Dimensionamento de um sistema de lagoas de maturação para tratar os efluentes do sistema de lagoas facultativas, com as seguintes características: 
População: 4.274 habitantes
Vazão Afluente: 816 m³/d
Temperatura: 18º C (líquido no mês mais frio)
Dados das lagoas facultativas:
Número de lagoas: 02
Comprimento de cada lagoa: L = 150 m
Largura de cada lagoa: B = 60 m
Profundidade: H = 2,5 m
Solução:
Cálculo de coliformes fecais (CF)
Produção per capita de coliformes fecais: 4 * 1010
Carga de coliformes:
Carga = população * produção per capita = 
= 4.274 hab x 4 * 1010 = 1,7 * 1014 CF/d (41)
Concentração de coliformes fecais no esgoto bruto
Concentração = carga / vazão = (42)
1,7 * 1014 CF/d / 816 m³/d = 2,1 * 1011 CF/m3
2,1 * 108 CF/l = 2,1 * 107 CF/100ml
No = 2,1 * 107 CF/100ml
Remoção de coliformes nas Lagoas Facultativas
Utilizando o método de Mistura completa.
N = No / (1 + Kb * t) (43) 
Kb = Kb20 *øT-20 = 0,20 * 1,0718-20 = 0,17 d¹ (44)
Adotando-se o tempo de detenção nas lagoas facultativas de 40 dias.
N = No / (1 + Kb * t) = 2,1 x 107 / (1 + 0,17 * 40) = 2,7 * 106 CF/100 ml (45) 
Eficiência de remoção
N = (N0 – N / No) * 100 = (2,1 * 107 – 2,7* 106 /2,1 * 107)*100 = 87% (46)
 Adotaremos o método de lagoa única com chicanas.
Volume da lagoa 
Adotar um tempo de detenção igual há 12 dias.
Volume da lagoa de maturação
V = t * Q = 12 dias * 816 m³/d = 9.792 m³ (47)
Dimensões da lagoa
 
Área superficial: A = V/H → 9.792 m³ / 1,0 m = 9.792 m². (48)
Adotaremos dimensões externas quadradas, mas dimensões internas divididas com 3 chicanas. 
As chicanas podem ser de lonas, madeira, taludes de terras ou outro material mais adequado.
Dimensões externas:
Largura = 99 m
Comprimento = 99 m 
Pelo fato de se dividir a área com 3 chicanas, a lagoa terá 4 trechos, cada um com um comprimento de 99 m e uma largura de 99/4 = 24,75 m.
 A lagoa pode ser considerada comportando-se como uma lagoa retangular, com relação L/B = 16, comprimento total L = 99 * 4 = 396 m e largura B = 99/4 = 24,75 m. A relação L/B pode ser aproximada também através da equação;
L/B = B/L * (n+1)2 = 99/99 * (3+1)2 = 16 (49) 
A área total requerida pela lagoa de maturação (incluindo taludes, vias etc.) é em torno de 25% superior à área liquida determinada. Portanto, a área total requerida e estimada como 1,25 * 9.792 m² = 12.240 m² = 12,2 ha. 
4.7. Avaliação do corpo receptor
A preocupação com o meio ambiente a cada dia que passa vem tornando uma questão mundial, uma possível falta de agua potável e a saúde da população com a ausência de rede de esgoto tratado são debates no mundo inteiro.
Por isso precisamos ter uma preocupação com os resíduos gerados pela população, fazendo com que tratamos do esgoto antes mesmo de ser jogado no seu corpo receptor. 
O rio das Velhas Fig. 10, sendo o principal afluente do Rio São Francisco, leva ao rio da integração nacional o passivo ambiental de águas impactadas pelo esgoto de grande parte das cidades da bacia e por atividades econômicas predatórias. 
As águas cristalinas da nascente, vão se transformando à medida que recebem os primeiros afluentes.
Figura 10 - Rio das Velhas - Sumidouro, Fidalgo - Pedro Leopoldo/MG.
Fonte: Google Maps, 2013.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O distrito de Fidalgo é uma região onde os moradores sofrem com a ausência de uma rede de tratamento de esgoto doméstico e por isso utiliza-se de fossas negras. Segundo a DN COPAM n° 74/2004, de 09 de Setembro de 2004, os efluentes devem ser lançados para uma rede oficial de tratamento ou para uma Estação de Tratamento de Esgoto, fica-se, portanto proibido o uso das fossas negras.
O crescimento da população, constatado através da projeção populacional para o ano de 2033 contribui para um significativo aumento do despejo de efluentes líquidos e resíduos sólidos, o que impossibilita a continuação do uso das fossas; desta forma optou-se pelo estudo e o pré-dimensionamento de uma ETE.
Conclui-se então que a implantação do anteprojeto beneficiará a população local, de modo a minimizar as questões relacionadas à saúde pública e a degradação ambiental, melhorando assim a qualidade de vida da população. 
REFERÊNCIAS
BARROS, R. T. V. et al. Saneamento. Belo Horizonte:UFMG, Escola de Engenharia, Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, 1995. (Manual de saneamento e proteção ambiental para os municípios, 2).
BRASIL. Resolução CONAMA nQ 20, de 18 de junho de 1986. Estabelece a classificação de águas doces, salobras e salinas. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, p. 11.356, 30 jul. 1986.
CONSELHO DE POLÍTICA AMBIENTAL (Minas Gerais). Deliberação normativa n. 10, de 16 de dezembro de 1986. Estabelece normas e padrões para qualidade das águas, lançamentos de efluentes nas coleções de águas, e dá outras providências. Minas Gerais, Belo Horizonte, 10 jan. 1987.
ENGENHARIA E CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE. Disponível em: <www.ambienteeng.blogspot.com.br>. Acesso em 05 de setembro de 2013.
FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE. Fundação Estadual do Meio Ambiente. Relatório de progresso do Programa Minas Trata Esgoto / Fundação Estadual do Meio Ambiente. --- Belo Horizonte: FEAM, 2013.
JORCY AGUIAR. Disponível em <www.jorcyaguiar.blogspot.com.br>. Acesso em 05 de setembro de 2013.
JORDÂO, Eduardo Pacheco; Pessoa, Constantino Arruda. Tratamento de Esgotos Domésticos. 4ed. Rio de Janeiro: 2005.
MINAS GERAIS. Decreto nº 45.097, de 12 de maio de 2009.Dispõe sobre regime jurídico especial de proteção ambiental de áreas integrantes do Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Belo Horizonte: Diário do Executivo “Minas Gerais”, 2009.
MAGUNEGE. Disponível em: <http://maquenge.com.br/obras/unai/foto_05.html>. Acesso em 07 de outubro de 2013.
MINAS GERAIS. Deliberação Normativa COPAM N° 128, de 27 de novembro de 2008. Altera prazos estabelecidos pela Deliberação Normativa COPAM 96 / 2006 que convoca municípios para o licenciamento ambiental de sistema de tratamento de esgotos e dá outras providências. Belo Horizonte: Diário do Executivo “Minas Gerais”, 2008.
MINAS GERAIS. Deliberação Normativa COPAM N° 96, de 12 de abril de 2006. Convoca municípios para o licenciamento ambiental de sistema de tratamento de esgotos e dá outras providências. Belo Horizonte: Diário do Executivo “Minas Gerais”, 2006.
SILVA, Diego de Oliveira e; CARVALHO, Antônio R. P. Publicação de artigo científico. Etapas de um Tratamento de Efluentes, set. 2013. Disponível em: <http://www.kurita.com.br/adm/download/Etapas_do_Tratamento_de_Efluentes.pdf>. Acesso em 07 de outubro de 2013.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, disponível em: <http://www.saneamento.poli.ufrj.br/site/pt-br/lagoa-facultativa/>. Acesso em 08 de outubro de 2013.
VON SPERLING, M. (1996). Lagoas de Estabilização. Vol. 3 Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; UFMG. 
VON SPERLING, M. (2005). Introdução à qualidade das águas e o tratamento de esgotos. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; UFMG.
VON SPERLlNG, M. (1996). Princípios do tratamento biológico de águas residuárias. Vol. 1 Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental- UFMG. 2a ed, 243p.
INSTITUTO BRSILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA, disponível em: < http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopseporsetores/ >. Acesso em 02 de setembro de 2013.
ANEXOS
ANEXO A
Decreto nº 45.097, de 12 de maio de 2009.
 
 
Dispõe sobre regime jurídico especial de proteção ambiental de áreas integrantes do Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
 
(Publicação – Diário do Executivo – “Minas Gerais” – 13/05/2009)
 
O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, no uso de atribuição que lhe confere o inciso VII do art. 90, da Constituição do Estado, e tendo em vista o Decreto nº 44.500, de 3 de abril de 2007, [1]
 
DECRETA:
 
Art. 1º - Aplicam-se as disposições contidas neste Decreto à área compreendida nos limites dos Municípios de Confins, Ribeirão das Neves, Santa Luzia, Vespasiano, Lagoa Santa, Pedro Leopoldo, São José da Lapa, Jaboticatubas, Capim Branco, inseridos no Vetor Norte, nos termos do Decreto nº 44.500, de 3 de abril de 2007, bem como aos Municípios de Matozinhos, Esmeraldas, Baldim, Sabará, Contagem e Betim.
 
Art. 2º - Ficam declaradas como de interesse especial, para fins de proteção de seus atributos ambientais e controle do uso e ocupação do solo, nos termos do inciso I do art. 13 da Lei Federal nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, as áreas compreendidas nos limites dos Municípios de Prudente de Morais e Funilândia. [2]
 
Art. 3º - Serão observados os respectivos regimes jurídicos de restrição nas áreas correspondentes às unidades de conservação de uso sustentável e áreas de proteção especial existentes no território dos municípios previstos pelo art. 1º, respeitadas as disposições deste Decreto, quando mais restritivas.
 
            Art. 4º - Ficam vedadas as concessões de licença ambiental, de autorização ambiental de funcionamento e de selo de anuência prévia nas áreas correspondentes às unidades de conservação previstas no Sistema de Áreas Protegidas, exceto aquelas atividades e empreendimentos já legalmente instalados ou em operação.
            Parágrafo único. As limitações a que se refere o caput deverão incidir apenas nos limites das áreas correspondentes às unidades de conservação a serem identificadas nos termos do art. 11 deste Decreto.[3]
 
            Art. 5º - Submetem-se ao processo de licenciamento ambiental estadual, nos termos da Deliberação Normativa nº 74, de 9 de setembro de 2004, do Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM, quaisquer atividades ou empreendimentos enquadrados nas Classes 1 a 6 da referida Deliberação Normativa, situados em área: [4]
            I - considerada de vulnerabilidade natural muito alta e alta no Zoneamento Ecológico Econômico e incluída nos limites das unidades de conservação de uso sustentável, hipótese na qual será exigido, para todas as classes a que se refere o caput, estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental;
            II - não prevista pelo inciso I, mas incluída nas unidades de conservação de uso sustentável, bem como nas áreas de proteção especial, de acordo com estudos ambientais exigíveis pelo órgão competente;
            III - prevista à função de conectividade em todo o Sistema de Áreas Protegidas - SAP, observado o disposto no art. 5-A.;
            IV - correspondente à faixa marginal de cinco quilômetros, à esquerda e à direita, a partir da faixa de domínio, do desenho proposto no âmbito do licenciamento ambiental do empreendimento Anel de Contorno Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT.
            §1º Na hipótese prevista no inciso I, comprovada, por meio de Relatório Técnico a ser apresentado por profissional habilitado, acompanhado da respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, a desnecessidade de EIA/RIMA para as atividades das classes 01, 02, 03 e 04, o órgão ambiental competente poderá, fundamentadamente, dispensar essa exigência.
            §2 º A partir de 31 de março de 2010, os empreendimentos situados na área descrita no inciso IV do caput sujeitar-se-ão ao regime geral de regularização ambiental previsto na Deliberação Normativa 74 de 9 de setembro de 2004, do Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM -, ressalvada a possibilidade de imposição de regime mais restritivo em ato posterior. [5]
           
Art. 5º - A. Fica vedada a intervenção nas áreas previstas para a conectividade do Sistema de Áreas Protegidas, exceto se demonstrado, por meio de estudos técnicos, que a intervenção não comprometerá a função específica de conectividade da área.[6]
 
Art. 6º - Os empreendimentos e atividades situados nos municípios previstos nos arts. 1º e 2º, desde que não se localizem em áreas previstas nos arts. 3º, 4º, 5º e 5º-A, sujeitar-se-ão às normas gerais de regularização ambiental, nos termosda Deliberação Normativa nº 74, de 9 de setembro de 2004, do COPAM e normas dela decorrentes, respeitadas as disposições previstas no art. 9º deste Decreto.[7]  
 
Art. 7º - Nos parcelamentos do solo, trinta e cinco por cento da área do empreendimento serão destinados às áreas públicas, sendo permitido que até setenta por cento das áreas livres de uso público previstas no Decreto nº 44.646, de 31 de outubro de 2007, incidam sobre áreas de preservação permanente.
§1º Nas glebas rurais que tenham sido transformadas em urbanas, a área de reserva legal poderá ser computada, em sua integralidade, como área verde.
§2º Em quaisquer dos casos, deverá ser garantido o mínimo de três por cento de área verde para a instalação de praças, áreas de lazer ou similares.
 
Art. 8º - A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana - SEDRU, para emissão de anuência prévia, exigirá a Licença de Instalação - LI, no caso de loteamentos passíveis de licenciamento ambiental ou Autorização Ambiental de Funcionamento, emitido pelo órgão competente.
Parágrafo único. No caso de loteamentos não sujeitos ao licenciamento ambiental ou Autorização Ambiental de Funcionamento, a emissão de anuência prévia será precedida de certidão emitida pelo órgão ambiental competente.
 
Art. 9º - Serão observadas as seguintes disposições nos processos de regularização ambiental previstos por este Decreto:
I - as intervenções em área com potencial espeleológico, arqueológico e paleontológico obedecerão ao disposto no Decreto Federal nº 99.556, de 1º de outubro de 1990; [8]
II - as autorizações ambientais de funcionamento e as licenças ambientais serão concedidas pelos órgãos e entidades competentes integrantes do Sistema Estadual de Meio Ambiente - SISEMA, ouvido o órgão gestor das Unidades de Conservação Estaduais ou Federais, conforme cada caso, para os empreendimentos localizados nos limites da Área de Proteção Ambiental -APA Carste Lagoa Santa e na APA Morro da Pedreira;
III - na hipótese a que se refere o inciso IV do art. 17, da Lei nº 14.309, de 19 de junho de 2002, as reservas legais serão compensadas preferencialmente no sistema de áreas protegidas, bem como em suas conectividades às quais se refere este Decreto, desde que com equivalência ecológica e econômica, salvo no caso de empreendimentos localizados nas unidades de conservação de uso sustentável, caso em que a compensação dar-se-á na própria unidade de conservação; [9]
IV - nas averbações de reserva legal não serão aceitos termos de compromisso, apenas certidão de averbação imediata, exceto nos casos de posse;
V - nos processos de regularização ambiental de empreendimentos localizados em glebas rurais transformadas em urbanas será exigida a comprovação de averbação da reserva legal; e
VI - não será admitida a supressão de vegetação, nas áreas de reserva legal averbadas em glebas rurais que tenham sido transformadas em urbanas, bem como a mudança de sua destinação.
 
            Art. 10 - Nos empreendimentos localizados nas áreas previstas nos incisos I a III do art. 5º em que houver geração de efluentes sanitários, industriais, ou sanitários e industriais será exigida destinação dos efluentes para a rede oficial de tratamento de esgotos ou para Estações de Tratamento de Esgotos - ETEs, ficando proibido o uso de fossas negras.
            Parágrafo único. Será permitido o uso de fossas sépticas para parcelamentos com lotes mínimos de 1.000,00m2 destinados exclusivamente ao uso residencial unifamiliar e demais empreendimentos, desde que verificada a viabilidade ambiental no âmbito do licenciamento ambiental e que inexista alternativa para a adequada destinação final dos efluentes. [10]     
 
Art. 11 - O Sistema de Áreas Protegidas e as áreas de conectividade a que se refere este Decreto serão identificados em resolução conjunta da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMAD e da SEDRU.
 
            Art. 12 Nos procedimentos de regularização ambiental para os empreendimentos localizados na área a que se refere este Decreto, a Superintendência Regional de Meio Ambiente - SUPRAM Central Metropolitana promoverá a interface entre os empreendedores e os demais órgãos ou entidades componentes do SISEMA.[11]
 
            Art. 13 Aplica-se o disposto neste Decreto aos novos empreendimentos de parcelamento do solo para usos industrial, empresarial, comercial, serviços, residencial e misto, ressalvados aqueles casos em que o processo de loteamento tenha já sido submetido à aprovação dos órgãos públicos estaduais competentes, devidamente instruído, aos quais se aplicam as regras das normas anteriores.[12]  
 
Art. 13 - A. Sujeitam-se ao licenciamento ambiental, nos termos deste Decreto, os empreendimentos ou atividades, originalmente classificados como de classe 1 ou 2 pela Deliberação Normativa COPAM nº 74, de 9 de setembro de 2004, que requerem Autorização Ambiental de Funcionamento a partir de sua entrada em vigor.
            §1º Empreendimentos e atividades que possuírem Autorizações Ambientais de Funcionamento concedidas anteriormente a 12 de maio de 2009, ao requererem a renovação destas, submeter-se-ão ao previsto neste Decreto.
            §2º Os processos de Licenciamento Ambiental formalizados anteriormente a 12 de maio de 2009 deverão ter sua análise concluída nos termos do Formulário de Orientação Básica já emitido, relativamente aos estudos ambientais exigidos, ressalvado o disposto nos arts. 4º e 11 do Decreto nº 45.097, de 12 de maio de 2009. [13]
 
Art. 14 - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
 
Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 12 de maio de 2009; 221º da Inconfidência Mineira e 188º da Independência do Brasil.
 
 
AÉCIO NEVES
Danilo de Castro
Renata Maria Paes de Vilhena
Dilzon Melo
José Carlos Carvalho
ANEXO B

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