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MORFOLOGIA I – SÉRGIO NADER – 15/02/2017 GLOBO OCULAR O Globo Ocular compreende o Globo Ocular propriamente dito e alguns anexos: pálpebras, aparelho lacrimal e músculos acessórios. O globo ocular deve ser analisado por camadas ou túnicas. 1ª Camada - Esclerótica (ou esclera): Túnica mais externa, elemento de proteção, de contenção, projeta-se de posterior para anteriormente e quando chega na porção anterior, torna-se transparente (no demais é branca e leitosa), e recebe o nome de Córnea. 2ª Camada - Coróide (ou túnica vascular): É a camada que contém os vasos. Quando chega na parte anterior torna-se muito mais complexa. As “penínsulas” que estão nas laterais do cristalino chamam-se processo ciliar e contêm alguns elementos: - Corpo ciliar + músculo ciliar; - Ligamentos suspensores da lente: (partem de cada lado dos processos ciliares), responsáveis por fixar a lente. - Lente (ou cristalino): é através dos ligamentos suspensores da lente que os músculos ciliares, fazem o movimento da lente. Esse movimento é o que dá o foco ao objeto observado, que é diferente numa distância de 15cm e 1m, por exemplo. A lente aumenta ou diminui sua espessura para criar o foco de acordo com a distância: esse movimento chama-se Acomodação. Com o tempo ela vai ficando endurecida e por mais que os músculos funcionem, a lente não expande e contrai como antes. Com isso o indivíduo acaba ajustando o foco com a mão, aproxima e afasta uma revista para achar o melhor foco para lê-la, por exemplo. Fechar o olho torna-se interessante em duas situações: se houver pouca oferta de luz e na lubrificação, onde a lágrima nutre a córnea. - Íris: responsável pela coloração dos olhos, possui uma abertura central, que é a pupila. - Pupila: abertura na Íris. Nela encontram-se dois elementos do que respondem a controles do sistema nervoso autônomo: músculo dilatador da pupila e o músculo constritor (que fecha a pupila). Existem dois mecanismos que garantem a oferta de luz necessária para o olho: *Midríase: O Sistema Nervoso Simpático, diante de situações em que o indivíduo esteja com uma oferta de luz precária, detecta essa informação e dilata a pupila. *Miose: Quando a oferta de luz é muito grande e pode se tornar uma agressão às células presentes no olho, o Sistema Nervoso Parassimpático detecta essa informação e fecha a pupila para diminuir a entrada de luz. Câmara Anterior: compartimento entre a Córnea e a Íris. Câmara Posterior: compartimento entre a Íris e os ligamentos suspensores da lente. 3ª Camada – Camada Sensorial (ou túnica nervosa): - Células Fotorreceptoras (ficam na retina): cones e bastonetes. São elementos sensoriais, células especializadas em captar as imagens. A imagem chega da córtex visual através das vias ópticas e tem sua imagem projetada na camada sensorial. Cones: Visão diurna (ou com boa oferta de luz); Bastonetes: Visão com ofertas mínimas de luz. É fundamental que a córnea, a lente e o corpo vítreo (esfera dentro do olho) sejam transparentes. Porém, existem patologias que fazem com que a córnea se torne opaca. A imagem atravessa córnea, câmara anterior, pupila, câmara posterior, lente, corpo vítreo e por fim chega na retina. Entre as câmaras anterior e posterior existem líquidos e existe uma pressão normal dentro do globo ocular. Esta pressão deve ser aferida, principalmente se na família existirem pessoas que têm hipertensão intra-ocular, que é o Glaucoma e pode levar à cegueira. O Nervo Óptico é atravessado pelos vasos centrais da retina. Em nenhum outro lugar do corpo artérias e veias passam por dentro do nervo. A Fundoscopia, ou exame de fundo de olho, tem como objetivo observar os aspectos dos vasos que atravessam o nervo óptico (a parte “amarela” chama-se disco do nervo óptico) e detectar doenças como hipertensão, diabetes, mesmo antes dessas patologias estarem dando manifestações clínicas. A Fóvea é o lugar onde o indivíduo tem a melhor capacidade visual, onde há a melhor interpretação da visão. Ela é o centro da Mácula Ponto Cego: ponto onde os vasos se interpõem e impede que a imagem chegue na retina. As Retinas são divididas por campos, como retina temporal, que está relacionada com o osso temporal, retina nasal, relacionada com o nariz. O campo visual temporal é projetado na retina nasal. O campo visual nasal é projetado na retina temporal. As imagens chegam cruzadas. As retinas formam o nervo óptico que por sua vez faz um cruzamento chamado Quiasma Óptico. Parte das fibras do lado direito passa pro esquerdo e vice-versa. Isso serve como proteção no caso de uma lesão, uma vez que o indivíduo não fica com os dois globos oculares comprometidos. Catarata: É muito comum em idosos acima de 70, 80 anos, onde a lente começa a ficar leitosa. A solução é cirúrgica, onde o cirurgião oftálmico abre a cápsula da lente e remove seu conteúdo, colocando em seu lugar uma lente artificial com um grau de transparência que permite novamente a passagem da luz. Catarata Hereditária: Cataratas que se desenvolvem aos 30, 40 anos. Ao invés de “descolar” o conteúdo da lente, ele aspira, pois a lente está menos dura do que aos 70 anos. Existem 3 tipos de lentes artificiais: 1 – Com foco fixo, para visão de perto e para visão de longe. Na rede pública, são oferecidas as duas últimas lentes, em um olho coloca-se a para visão de perto e no outro para visão de longe. 2 – Multifocais, onde cada camada da lente oferece um grau. 3 – Acomodativas, assemelham-se à uma garrafinha de boliche, onde em cada ponto conseguem dar um foco de diferentes graus. São as mais modernas. As lentes artificiais entram “dobradas”, e quando soltas dentro da cápsula da lente se abrem e encaixam perfeitamente. Há alguns casos, onde a cicatrização do paciente é muito rápida, que cria-se uma espécie de cicatriz entre a lente artificial e a cápsula. Pode ser usado laser para retirada dessa cicatriz, mas o mesmo também pode gerar um processo inflamatório e isso pode fazer com que o indivíduo enxergue constantemente uma “mosca”, uma vez que o processo inflamatório pode empurrar o corpo vítreo para a frente. Anexos: 1 – Músculos: O globo ocular tem músculos que são intrínsecos (internos) e extrínsecos (externos). Os externos são 6: - Oblíquo superior - Oblíquo inferior - Reto superior - Reto inferior - Reto medial - Reto lateral O globo ocular é um órgão de vigília, serve para a defesa do indivíduo. É ele quem dá a informação sobre a situação do indivíduo no meio ambiente e serve para sua preservação, para defesa, para o ataque e a fuga, etc. Logo, movimentar o globo ocular é algo bastante relevante. A inervação é feita pelo nervo oculomotor, nervo troclear, nervos lacrimal, frontal e nasociliar do nervo oftálmico e nervo abducente. Os músculos reto inferior, reto superior, reto medial e oblíquo inferior são inervados pelo nervo oculomotor. O músculo oblíquo superior é inervado pelo nervo troclear. O músculo reto lateral é inervado pelo nervo abducente. Em alguns indivíduos pode haver o encurtamento dessas musculaturas ou pode ter uma inserção muscular num ponto diferente, ou ainda a paralisia de algum desses músculos. Nesses casos o indivíduo tem estrabismo, que pode ser divergente ou convergente. Miopia: O globo ocular é “achatado” (alongado e baixo), então a lente não consegue jogar a imagem dentro da retina. Mais fácil de corrigir. Hipermetropia: O globo ocular é “amassado” (alto e curto), então a imagem chega depois da retina. Mais difícil de corrigir, a não ser que seja de um grau possível de se colocar uma lente para corrigir. Ortotista: “fisioterapeuta” do globo ocular. 2 – Aparelho Lacrimal: As pálpebras são revestidas por uma mucosa, que é a túnica conjuntiva. Os cíliosconferem proteção com relação a partículas que possam cair e se depositar no globo ocular. Há uma bolsa chamada saco conjuntival com um compartimento chamado saco lacrimal. Há uma prega que limita medialmente o globo ocular e chama-se prega semilunar e há também uma saliência chamada carúncula lacrimal. Esta região é chamada lago lacrimal, pois ali ocorre a chegada de lágrimas provenientes de dois pequenos orifícios presentes na borda medial de cada pálpebra (pontos lacrimais), que são chamados canalículos lacrimais (superior e inferior), onde se encontram os óstios, orifícios da chegada desses canalículos, que vêm indiretamente do saco lacrimal. Este aparelho é para drenagem de lágrimas. A glândula lacrimal encontra-se no canto lateral do teto da órbita. Ela está sob ação do sistema nervoso autônomo, produzindo e liberando lágrima. Toda vez que a lágrima cai no saco conjuntival, ela é espalhada pelas pálpebras. Na córnea, não há um sistema de vascularização próprio (não existe uma artéria que leve sangue para a córnea), ela se nutre com a lágrima, então é preciso que a lágrima chegue na córnea para lubrificá-la e nutri-la. Reflexo corneo palpebral: Quando o globo ocular começa a ressecar, é um reflexo piscar. O piscar é de lateral para medial, a lágrima sai da glândula e se espalha medialmente e encontra os dois pontos lacrimais, onde ela entra e vai pelos canalículos lacrimais, onde se armazena no saco lacrimal. Aí desce pelo ducto nasolacrimal, onde entra na cavidade nasal com temperatura elevada (graças à alta vascularização dessa região), vira vapor e o indivíduo respira vapor, que umidifica o ar. Caso isso não aconteça, o trato respiratório é severamente ressecado. Além de lubrificar e nutri, a lágrima ainda tem lisozima, que protege contra o crescimento de vários microorganismos, e o sal também tem o mesmo propósito. Quando a pessoa chora muito sai lágrima pelo nariz pois a temperatura interna não é capaz de vaporizar lágrimas em muita quantidade. Zona de Kiesselbach: ponto em que há a confluência de vários vasos na região do nariz. Epistaxe: Sangramento do nariz devido ao ressecamento e ao calor. Os vasos dilatam tanto que rompem. Quando o indivíduo tem paralisia cerebral, deve-se receitar um colírio para lubrificar a córnea, uma vez que o ato de piscar também fica paralisado. Senão a córnea resseca e ele tem úlcera de córnea.
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