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Habeas Data Resumo

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Habeas Data
Conceito
A Constituição Federal prevê em seu art. 5º, LXXII, que será concedido habeas data: para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; e para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
	A constituição brasileira de 1988 trouxe um grande avanço na ampliação dos direitos fundamentais, dentre eles o direito de requerer a exibição ou retificação de informações concernente a pessoa do impetrante, constantes de banco de dados de órgãos públicos ou empresas privadas que mantenham caráter público, justamente para que o indivíduo possa se defender diante de abusos cometidos pelo Estado, e para tanto, dando caráter personalíssimo para tal procedimento, não podendo terceiro pleitear.	
 	Assim, pode-se definir o habeas data como o direito que assiste a todas as pessoas de solicitar judicialmente a exibição dos registros públicos ou privados, nos quais estejam incluídos seus dados pessoais, para que deles se tome conhecimento e, se necessário for, sejam retificados os dados inexatos ou obsoletos ou que impliquem discriminação.	
	
A trajetória do Habeas Data no Brasil
	A ditadura militar brasileira instituiu, por intermédio da Lei nº 4.341/64, um Serviço Nacional de Informação (SNI), que armazenava dados pessoais obtidos pelos mais variados meios, incluída a coação física e psicológica.
	Com a redemocratização, era importante a criação de um remédio que possibilitasse o acesso a essas informações pessoais armazenadas nos arquivos governamentais ao longo das duas décadas de ditadura militar e nos registros de caráter público de maneira geral.	
	Foi então que o Professor da Universidade de São Paulo, José Afonso da Silva, propôs perante a Comissão Provisória de Estudos Constitucionais, presidida por Afonso Arinos, um anteprojeto no qual incluiu, sob a inspiração das Cartas portuguesa e espanhola, dispositivo que garantia o acesso aos registros informáticos mantidos por entidades públicas ou privadas e sua retificação, vedando-se a terceiros dito acesso, bem como proibindo a utilização das informações “para tratamento de dados referentes a convicções filosóficas ou políticas, filiação partidária ou sindical, fé religiosa ou vida privada, salvo quando se tratar do processamento de dados estatísticos não individualmente identificáveis”.	
	Muito embora o texto elaborado pela chamada “Comissão dos Notáveis” tenha sido rejeitado pelo então Presidente da República José Sarney, que não o encaminhou ao Congresso, a sugestão de criação de ação específica (que recebia o nome de habeas data) para tutelar o referido direito acabou sendo acolhida pelas diversas comissões posteriormente criadas, bem como pela Comissão de Sistematização, o que ensejou a inserção do instituto no art. 5º, inciso, LXXII, cuja redação sofreu consideráveis modificações em relação à proposta original, juntando-se num único dispositivo o direito de acesso e retificação das informações e o remédio processual específico para a tutela deste direito.	
	O habeas data surgiu, de fato, no Brasil, com a Constituição de 1988, e nossa Carta Política serviu de influência para a expansão do instituto a várias outras Constituições da América Latina: Colômbia, 1991 (art. 15); Paraguai, 1992 (art. 135); Peru, 1993 (art. 200, 3); Argentina, 1994 (art. 43); e Venezuela, 1999 (art. 28).
Previsão constitucional e legal
	O Habeas data tem previsão legal na Constituição Federal em seu Art. 5°, LXXII. Além disso, a Lei 9.507/97 também regula e disciplina o Habeas data, pois tal instituto não foi regulamentado com a promulgação da Constituição Federal, a doutrina e jurisprudência aplicava a este o mesmo procedimento do mandado de segurança, até a criação desta lei, que vem regulamentar e disciplinar o rito para impetrar Habeas data.
O Art. 7° em seu inciso III da Lei 9.507/97 prevê mais uma possibilidade de impetração de Habeas data, além das já previstas na Constituição, seja ela: 
 Art. 7° Conceder-se-á habeas data:
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.
	Permitindo ao impetrado a obtenção de esclarecimento sobre a razão da coleta dos dados, e também a discussão sobre a veracidade, constitucionalidade e legalidade dos dados. 
Natureza jurídica e finalidade
 O habeas data é uma ação constitucional, de caráter civil, conteúdo e rito sumário, que tem por objeto a proteção do direito líquido e certo do impetrante em conhecer todas as informações e registros relativos à sua pessoa e constantes de repartições públicas ou particulares acessíveis ao público, para eventual retificação de seus dados pessoais
O habeas data possui a finalidade de assegurar ao indivíduo o conhecimento de informações relativas à sua pessoa, desde que constantes em bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público ou, ainda, a retificação dessas informações caso não prefira fazê-lo por meio de processo sigiloso, judicial ou administrativo.
Legitimidade 
Legitimidade ativa: o Habeas Data poderá ser impetrado tanto por pessoa física, brasileira ou estrangeira quanto pela pessoa jurídica justamente interessada nos registros mencionados nas alíneas a e b, do inciso LXXII do artigo 5º Constituição Federal.
 	A ação de Habeas Data tem caráter personalíssimo, entende se possível a sua impetração por terceiros nas estritas hipóteses de os impetrantes serem herdeiros ou cônjuge do de cujus, com a finalidade de proteger a sua memória em face de dados indevidos ou incorretos. 
 	Legitimidade passiva: poderão ser sujeitos passivos do habeas data a pessoa ou autoridade responsável pelos registros ou bancos de dados de entidades governamentais da administração direta ou indireta e as entidades ou instituições privadas que prestam serviço para o público, consideradas entidades de caráter público. 
 	
Hipóteses de cabimento
As hipóteses de cabimento do Habeas Data, como já mencionado, estão elencadas no artigo 5º, inciso LXXII, alíneas a e b da Constituição Federal, e na lei 9.507 de 1997 em seu artigo 7º, incisos I, II e III, que reproduz o texto Constitucional e regula o direito de acesso a informações e disciplina o rito processual do Habeas Data, portanto ele será concedido nas seguintes situações:
Art. 7° da lei 9507/97: “Conceder-se-á habeas data:
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.”
Nesse sentido, podemos observar a jurisprudência na garantia deste direito constitucional:
“Habeas data (cabimento). Direito da impetrante à obtenção de todas as informações relativas à sua pessoa (garantia ampla). Prestação de informações incompletas ou insuficientes (caso). Negativa de acesso (recusa configurada). Impetração (justo motivo). 1. O fornecimento pela administração de informações incompletas ou insuficientes – como no caso – equivale à recusa e justifica a impetração do habeas data. 2. Habeas data concedido.
(STJ - HD: 149 DF 2006/0245148-3, Relator: Ministro NILSON NAVES, Data de Julgamento: 10/06/2009, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: --> DJe 26/08/2009).” 
Competência
O habeas data é um dos principais remédios constitucionais e exatamente pela sua abrangência costuma gerar dúvidas de quando pode ser utilizado. Com relação à competência, segue-se a regra esculpida na Constituição Federal, dependendo de quem seja a autoridade impetrada, seguindo o uso subsidiário do Código de Processo Civil,bem como do art. 20 da Lei 9.507/97:
Compete ao STF o julgamento do habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal, assim distribuídos: compete ao STF processar e julgar em recurso ordinário habeas data decidido em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão (CF, art. 102, I, “d”, II, “a”); 
 Compete ao Superior Tribunal de Justiça o julgamento de habeas data em razão de ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal, CF, art. 105, I, “b”); 
Compete aos Tribunais Regionais Federais o julgamento de habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal, (CF, art. 108, I, “c”); 
Compete aos juízos federais o julgamento de habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais, CF, art. 109, VIII); 
Compete à justiça do Trabalho o julgamento de habeas data quando a matéria questionada envolver matéria sob a jurisdição dessa justiça especializada; 
Compete aos tribunais estaduais a competência para julgar o habeas data na forma do que dispõe a constituição estadual de cada ente federado; 
Quanto à Justiça Estadual, caberá à Constituição do Estado estabelecer a competência de seus tribunais e juízes, complementada pela lei de organização judiciária de cada unidade da Federação (CF, art. 125, Parágrafo 1º).
Gratuidade
O art. 5º inciso LXXVII da CF regula que são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.
O art. 21 da Lei 9.507/97, a chamada Lei do Habeas Data, regula que são gratuitos os procedimentos administrativos para acesso a informações e retificações de dados e para anotação de justificação, bem como a ação de habeas data, válido para todos os habitantes e residentes no Estado brasileiro. 
Sendo assim, conclui-se que a propositura e todo o desenrolar do processo de solicitação de habeas-data, é gratuito para todo o cidadão brasileiro, assim como qualquer ato do exercício da cidadania, como deixa claro a Constituição Federal, e o legislador fez questão de reforçar no artigo 21 da lei 9.507/1997.
O Habeas Data, como sendo um efetivo meio de se obter informação do serviço público/administrativo da união, se faz necessário para momentos em que a informação é negada ao cidadão por motivos não satisfatórios, ou, por simples intenção de protelar a distribuição da informação. Assim sendo, nada mais justo do que o legislador colocar ao acesso de todos sem custos adicionais tal ferramenta, indispensável para a manutenção da justiça.
Prescrição e decadência
Prescrição e decadência são institutos que visam conceder segurança jurídica às relações, limitando o tempo para que sejam pleiteados pretensões e direitos.
A decadência é a extinção de um direito potestativo (aquele que confere ao indivíduo a possibilidade de alteração na esfera jurídica de forma unilateral), tendo em vista o seu não exercício em prazo previamente outorgado pela lei ou pelas partes. A decadência pressupõe um direito que não foi exercido pelo titular, existente apenas sua possibilidade e a ela não se aplicam as normas de impedimento, suspensão e interrupção.
Já a prescrição atinge a pretensão e faz desaparecer o direito tutelado. Não ocorre a perda do direito de ação propriamente dito, pois conforme a Constituição Federal, em seu artigo 5° inciso XXXV: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”, porém, se a pretensão estiver prescrita, restará prejudicado o mérito da ação. 
Para a configuração da prescrição faz-se necessária a presença de quatro requisitos: existência de uma pretensão; inércia do titular da ação; continuidade da inércia durante certo lapso de tempo; e ausência de fatos impeditivos, suspensivos ou interruptivos da prescrição, conforme determinação legal.
O rito do Habeas Data está disciplinado na Lei 9.507/97, que, quanto à prescrição e decadência, foi completamente silente.
Tendo em vista o objeto principal do Habeas Data ser relacionado a informações constantes em bancos de dados e registros, os quais, podem ter sua alteração de forma dinâmica, até mesmo diária, tonar-se-ia inviável fixar uma data para início de prazo prescricional ou decadencial.
Sigilo de dados
A lei que regula o acesso às informações, previstas no inciso XXXIII do art. 5º; no inciso II do § 3o do art. 37; e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal, tem da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção.
Na realidade, o sigilo das informações imprescindíveis à segurança da sociedade e do Estado, dirige-se a dados objetivos, genéricos do indivíduo, pessoais, jamais podendo alcançar, portanto, referências personalíssimas, sob pena de se tornar inoperante o instituto do habeas data nessa hipótese.
Assim, dados pessoais são aqueles referentes ao comportamento e à vida pública do indivíduo exteriorizados e reconhecidos do que é reflexo de seu cotidiano em face de sua atividade diuturna, enquanto os dados personalíssimos dizem respeito à vida privada, considerando-se como tal as ações individuais decorrentes da relação íntima e restrita com quem lhe é próximo, impingindo-se critérios eminentemente circunscritos ao círculo fechado do ser.
	O habeas data é o remédio constitucional mais aplicado, para que consiga efetivar sua finalidade de preservação do direito à informação por parte do cidadão.
Bibliografia:
https://jus.com.br/artigos/23105/habeas-data-origem-historica-e-trajetoria-no-direito-brasileiro
Direito constitucional / Alexandre de Moraes. – 33. ed. rev. e atual. até a EC nº 95, de 15 de dezembro de 2016 – São Paulo: Atlas, 2017.
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=17293&revista_caderno=9	
MEIRELLES, Hely Lopes. “Direito Administrativo Brasileiro”. 36ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2010
SILVA, Roberto B. Dias. " Manual de Direito Constitucional". 1ª ed. São Paulo: Editora Manole LTDA, 2007
https://jus.com.br/artigos/14810/habeas-data-instrumento-constitucional-em-defesa-da-cidadania
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/3086/Habeas-Data
http://www.tex.pro.br/home/artigos/127-artigos-mar-2003/3466-habeas-data
http://painelacademico.uol.com.br/exame-da-oab/783-como-e-definida-a-competencia-para-julgar-habeas-data

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