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05/11/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981741&topicId=2424617&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 1/17 Teoria e história das cidades Aula 1 - Cidade INTRODUÇÃO Todos os dias, você acorda em sua casa, veste-se e alimenta-se para começar um novo dia, certo? Se for um dia útil, você provavelmente cruzará a porta de casa, que pode estar em um lote único ou em um condomínio, em um edifício de vários pavimentos ou, ainda, em meio a uma comunidade (construção informal). Entre sua casa e a rua, deveria haver uma calçada, correto? De todo modo, você se deslocará para a universidade ou para o trabalho – que também está localizada(o) em uma edi�cação, em uma rua ou avenida – a pé ou utilizando algum meio de transporte (público ou particular). 05/11/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981741&topicId=2424617&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 2/17 O conjunto de todas essas construções, vias de locomoção e de todos esses espaços forma o que chamamos de cidade: o lugar onde nascemos, vivemos e morremos. A narração que �zemos aqui corresponde ao cotidiano de 86% da população brasileira e de mais da metade da população mundial. Em seu percurso acadêmico, você já deve ter aprendido que a humanidade produz edi�cações para abrigar as funções primárias de descanso, trabalho e lazer, assim como equipamentos para o culto e a cultura. A isso chamamos de arquitetura. No entanto, a vida humana é um evento coletivo. As maiores representações dessa coletividade são os agrupamentos humanos (as cidades), formados para possibilitar a troca de produtos, de serviços e de ideias. Nesta aula, vamos debater sobre o conceito de cidade para apresentar a você um campo do conhecimento que também é uma grande área de atuação pro�ssional: o urbanismo. OBJETIVOS Listar de�nições diversas de cidade; Identi�car o urbanismo como o estudo da cidade; Reconhecer as diferentes escalas do projeto de arquitetura e urbanismo. 05/11/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981741&topicId=2424617&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 3/17 ATIVIDADE 1 Vamos começar esta aula com uma atividade! Observe, ao longo de um dia de estudo ou trabalho (ou ambos): As edi�cações que você frequentou – casa, escritório, lanchonete etc.; Os meios de transporte que utilizou – ônibus, metrô, bicicleta, automóvel etc.; Os espaços públicos em que caminhou – ruas, praças, parques etc.; Os equipamentos mais importantes que viu em seu percurso diário – sedes de agências do governo, espaços culturais, templos etc. Em seguida, faça um breve comentário sobre cada item observado, indicando se aquele espaço ou se determinada construção é: Signi�cativo(a) do ponto de vista arquitetônico; Agradável; Adequado(a); Bem conservado(a); Importante sob a perspectiva histórica. Lembre-se de justi�car sua resposta. Resposta Correta DEFINIÇÕES DIVERSAS Ao realizar a atividade anterior, você percebeu que todos os elementos observados formam o espaço urbano? A princípio, podemos dizer que a cidade é o conjunto de espaços que abrigam as funções do cotidiano humano – como morar, trabalhar e divertir-se – e que propiciam a troca de produtos, serviços e de ideias. Esses espaços são construídos na forma de: • Casas e lojas; • Diferentes instituições – sedes de governo, teatros, templos, universidades etc.; • Logradouros (glossário) – ruas, avenidas, praças, parques etc. 05/11/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981741&topicId=2424617&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 4/17 Entretanto, distintos pensadores criaram diversas de�nições de cidade a partir da característica que cada um gostaria de enfatizar. Vamos conhecer algumas delas e seus respectivos autores: ARISTÓTELES Conforme cita Sitte (1992, p. 14), o �lósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) já dizia que: “Uma cidade deve ser construída para tornar o homem, ao mesmo tempo, seguro e feliz”. LEWIS MUMFORD Já Mumford (1991) – grande intelectual norte-americano – descrevia a cidade como: “[...] uma con�guração especial direcionada à criação de oportunidades diferenciadas para uma vida comunitária e um signi�cativo drama coletivo”. Para o historiador (MUMFORD, 1991), a cidade é o “teatro da atividade social”, pois “suas necessidades são de�nidas pelas oportunidades que ela oferece aos diferentes grupos sociais”. RICHARD LEGATES De acordo com Legates (2003, p. 94, tradução livre): “[...] o conjunto de edifícios e espaços uni�cados que se identi�cam como o lugar da cidade torna-se um símbolo de uni�cação social de uma comunidade”. CLASSIFICAÇÕES A cidade pode ser classi�cada como: Fenômeno geográ�co Por de�nição, não é possível considerá-las um acidente geográ�co, mas é verdade que, invariavelmente, a origem das cidades e seu desenvolvimento estão ligados diretamente a sua localização: próximo a um curso de água, em um vale ou em uma encosta protegidos, mas também no topo de um monte que se destaca na paisagem. Posto de troca comercial Para alguns autores, a origem do que hoje chamamos de cidade está relacionada à criação de um espaço que permite a troca dos bens produzidos por um indivíduo pelos bens ou serviços que podem ser fornecidos por outro indivíduo ou por outra instituição. Desse ponto de vista histórico, os primeiros assentamentos humanos eram postos de troca do excedente de produção de um proprietário de terra para outro, de uma região para a outra, de um produto por um serviço. 05/11/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981741&topicId=2424617&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 5/17 Por isso, de acordo com Nunes-Ferreira (2014), as cidades de ontem e de hoje se assemelham por estarem em cruzamentos comerciais. Atualmente, esses cruzamentos de produtos e serviços não podem mais ser entendidos apenas em seu sentido físico – como portos e aeroportos ou estradas que se interligam –, mas também como interconexões transnacionais, propiciadas pela globalização econômica e pelas novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Símbolo cultural Dos primeiros assentamentos humanos às megacidades atuais, as cidades se tornaram um símbolo cultural, pois, ali, concentram-se, invariavelmente, os equipamentos de produção e transmissão da cultura de determinado grupo. Exemplos Teatros; Cinemas; Auditórios; Casas de espetáculos; Bibliotecas etc. Nas palavras de Coelho (2008, p. 9): “[...] a cidade é a primeira e decisiva esfera cultural do ser humano”. Centro de poder Há diferentes visões históricas sobre a função original da cidade. De acordo com alguns historiadores, para além do local destinado ao comércio ou à cultura, a cidade é um lugar de concentração de poder. Por isso, ela abriga as edi�cações, que, por sua posição de destaque e monumentalidade, representam os valores de determinada sociedade e indicam quem detém a autoridade sobre aquela população. Este era o caso das catedrais medievais, assim como ainda é o caso dos prédios públicos governamentais e das altíssimas torres corporativas. Muitos palácios também eram localizados, senão no centro, na periferia de algumas concentrações urbanas. ATENÇÃO! Mattoso (1992, p. 15) reconhece o protagonismo político como o fator predominante do desenvolvimento das cidades. Em seus termos: “As próprias funções econômicas da cidade e o fenômeno de concentração populacional [...] parecem resultar das suas funções políticas, e não o contrário. A �xação do chefe de um território no seu centro implica que reúna à sua volta os seus auxiliares administrativos e o seu séquito militar, os seus servidores e os agentes de abastecimento, os produtoresde alimentos, do vestuário, das armas e dos objetos de luxo. Precisa de tudo isso para subsistir e para manter sua autoridade. A concentração de gente exigida pela implantação espacial 05/11/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981741&topicId=2424617&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 6/17 do poder, por sua vez, atrai os produtores e os comerciantes que os abastecem [...]. A abundância dos recursos que aí se acumulam [...] atrai os pobres e os marginais. Por outro lado, [...] os detentores da autoridade [...] ostentam os sinais de sua permanência: [...] constroem os palácios, templos ou muralhas que exprimem, pela sua monumentalidade, a permanência e a solidez do poder”. Obra de arte Alguns autores – especialmente arquitetos – enfatizam os aspectos artísticos da cidade enquanto construção humana coletiva. Sitte (1992), por exemplo, recorre às cidades antigas para compreender a relação entre edifícios e monumentos, seus vazios e suas dimensões, os �uxos de pessoas e de veículos. O arquiteto e historiador propõe, assim, o valor estético da cidade aliado às questões funcionais, sempre considerando a arte como seu princípio norteador. Nesse sentido, a cidade é uma grande obra de arte coletiva. Estado de espírito Existe, ainda, a ideia de que a cidade re�ete um certo estado de espírito, pela reunião de pessoas de uma cultura especí�ca e de espaços que propiciam determinado tipo de comportamento. CIDADE COMO ESTADO DE ESPÍRITO Como de�niu o sociólogo norte-americano Robert Erza Park (1864-1964) ([s.d.] apud VELHO, 1967, p. 25, grifo nosso): 05/11/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981741&topicId=2424617&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 7/17 O estado de espírito mencionado por Park pode ser fruto de uma época, de uma atividade econômica ou mesmo de uma percepção que se tenha de uma cidade. A�nal, tanto os edifícios quanto as experiências vividas em determinado lugar criam o que chamamos de imaginário, ou seja, um conjunto de símbolos, conceitos, memória e imaginação de um grupo de indivíduos. De certo modo, o imaginário de uma cidade a faz ser o que é, pois fundamenta uma série de representações que, por sua vez, inspiram as narrativas de habitantes e visitantes. Nesse sentido: A cidade é uma narrativa de diferentes representações, assim como a representação de diferentes narrativas. Como aponta Maffesoli (2001, p. 80), o imaginário é determinado pela ideia de fazermos parte de algo: partilhamos uma �loso�a de vida, uma linguagem, uma atmosfera, uma ideia de mundo, uma visão dos fatos. ASPECTO CIVILIZATÓRIO Na própria origem da palavra – do latim civitas (glossário) –, encontramos a relação entre cidade e civilidade. Já a polis (glossário) grega é a cidade formada pelos cidadãos. Por isso, consideramos cidadão aquele indivíduo que convive em sociedade e exerce seus direitos e deveres por meio da política. Civil é a relação entre cidadãos e aquilo que não tem caráter militar ou religioso. O espaço urbano é, portanto, o cenário principal da civilidade, e a cidade é o berço da civilização. A�nal, como nos lembra Pesavento (2007): “[...] as cidades fascinam [...] porque se encontram na origem daquilo que estabelecemos como os indícios do �orescer de uma civilização – a agricultura, a roda, a escrita, os primeiros assentamentos urbanos”. Curiosidade , A palavra urbanidade está ligada diretamente à civilidade, que, por sua vez, signi�ca cortesia e respeito mútuo. Do mesmo modo, indivíduo civilizado é aquele que é bem-educado e urbano., Fonte: Ferreira, 1986. URBANISMO O urbanismo é o campo do conhecimento que trata da cidade. 05/11/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981741&topicId=2424617&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 8/17 Esse conceito pode ser entendido em função dos seguintes aspectos: • Teórico e cientí�co → urbanismo = estudo da formação e transformação das cidades; • Prático → urbanismo = planejamento e execução de obras de intervenção nos espaços de uso público. Embora haja assentamentos humanos com características de cidade – como Arbela, no Iraque, habitada há mais de 5.000 anos –, o termo urbanismo é relativamente recente. Há diferentes versões para a origem dessa palavra. Vamos analisar algumas delas: 1ª VERSÃO No ano de sua morte, o catalão Ildefonso Cerdà (1815-1867) publicou A teoria geral da urbanização, a partir do vocábulo urbe. 2ª VERSÃO Já os franceses advogam para si a criação do termo urbanisme. A palavra parece ter sido utilizada o�cialmente, pela primeira vez, em 1910, no Bulletin de la Societé Geographique de Neufchatel (LECOQ, 2004, p. 20). 3ª VERSÃO Em 1930, Alfred Agache (1875-1959) de�niu, pela primeira vez, o urbanismo como: “[...] o conjunto de regras aplicadas ao melhoramento das edi�cações, do arruamento, da circulação e do descongestionamento das artérias públicas”. Ainda para Agache (1930 apud MOREIRA, 2007): “Urbanismo é a remodelação, a extensão e o embelezamento de uma cidade, levados a efeito mediante um estudo metódico da geogra�a humana e da topogra�a urbana, sem descurar as soluções �nanceiras”. Alfred Agache , Arquiteto e urbanista francês responsável por projetos para algumas cidades brasileiras, como Rio de Janeiro e Curitiba. TEORIA E PRÁTICA DO URBANISMO Fonte da Imagem: Como já vimos anteriormente, o ser humano constrói cidades desde a Antiguidade, mas o urbanismo se tornou uma disciplina e um campo pro�ssional apenas no século XIX. Com o sucesso econômico da Revolução Industrial, as oportunidades de trabalho se multiplicaram nos grandes centros europeus, mas houve um momento em que um paradoxo se instalou. Embora a cidade fosse vista como um polo de produção de riqueza e prosperidade – o que atraiu um aumento populacional inédito com a imigração dos habitantes rurais –, as condições de vida da nova classe operária se deterioraram. 05/11/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981741&topicId=2424617&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 9/17 O crescimento econômico de base industrial gerou um desenvolvimento urbano desordenado e insalubre (glossário). As taxas de mortalidade aumentaram e comprometeram a própria economia. Surgiram, então, as primeiras operações urbanísticas, a �m de criar a infraestrutura necessária que permitisse o abastecimento de água limpa, o saneamento e a melhor circulação de pessoas, de bens e serviços. As grandes intervenções urbanísticas do século XIX visavam propiciar tanto a melhor qualidade de vida quanto o embelezamento das cidades. Os exemplos mais conhecidos deste período são: A REFORMA DO CENTRO DE PARIS Entre 1850 e 1870, Barão Haussmann realizou uma remodelação de Paris – que já era uma metrópole com 500.000 habitantes –, intervindo em um tecido urbano (determinado tipo de urbanização de uma região). O PLANO DE EXPANSÃO DE BARCELONA Cerdà de�niu um projeto de expansão de Barcelona – que viria a ocupar uma área desocupada – em que teve a liberdade de propor um traçado de ruas e de quarteirões inteiramente novo. Uma das grandes novidades desse projeto – conhecido como Plano de Ensanche – foi trabalhar as diferentes escalas do urbanismo: o edifício, o quarteirão, o bairro e a cidade. Vamos estudá-lo melhor na aula 5, tudo bem? 05/11/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981741&topicId=2424617&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f0… 10/17 Esses dois exemplos notáveis já demonstram uma primeira distinção entre tipos de projetos de urbanismo. Atenção , O grá�co a seguir apresenta a evolução da população urbana no Brasil e no mundo já nos séculos XX e XXI:, ,Por meio dele, veri�camosque, no mundo, a população urbana ultrapassou a rural por volta de 2005. Já no Brasil, essa superação ocorreu em meados dos anos 1960., Fonte: United, 2014. DIFERENTES ESCALAS DA CIDADE: DA EDIFICAÇÃO AO PLANEJAMENTO URBANO Se o urbanismo é o campo do conhecimento que trata da cidade, e a arquitetura é a edi�cação de espaços para abrigar as atividades humanas, poderíamos a�rmar que há uma fronteira tênue (glossário) e difusa (glossário) entre esses conceitos. Por isso, assim como em outros países, no Brasil, a formação de arquiteto e urbanista foi uni�cada. Entre a edi�cação de uma casa e o planejamento de uma região, há menos uma diferença de metodologia do que uma questão apenas de escala de estudo ou trabalho. Nesse sentido, o arquiteto e urbanista poderá trabalhar em diferentes escalas. Curiosamente, essas distinções serão identi�cadas tanto no tipo de atividade quanto no próprio produto do trabalho, cuja escala grá�ca também variará. Vejamos algumas delas: Arquitetura de interiores e projeto de edi�cação Quando trabalhamos com intervenções internas em uma edi�cação, que não alteram signi�cativamente seu aspecto externo ou seu sistema estrutural, estamos atuando na arquitetura de interiores. Invariavelmente, essa atuação produzirá desenhos em uma escala grá�ca de 1:20 até 1:100, ou seja, o desenho do projeto reproduzirá os elementos construtivos de 20 a 100 vezes menores do que o produto �nal da obra. No caso de um projeto de edi�cação, quando a construção é elaborada da fundação até a cobertura, as plantas principais são desenhadas, normalmente, em uma escala entre 1:50 e 1:500. ATENÇÃO! 05/11/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981741&topicId=2424617&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f0… 11/17 É importante lembrar que estes são limites �exíveis. Aqui, já é possível notar uma interseção (na Matemática, trata-se de um conjunto formado por elementos comuns a outros dois conjuntos. No contexto desta aula, utilizamos o termo no sentido similar à superposição) entre as escalas grá�cas, na margem entre 1:50 e 1:100. Nos dois casos, o arquiteto pode produzir até desenhos em proporção ainda mais próxima dos elementos �nais – no que se convencionou chamar de projeto de detalhamento –, capaz, inclusive, de chegar à escala 1:1, ou seja, uma representação em tamanho real. Projeto paisagístico De modo semelhante, o projeto arquitetônico completo deverá de�nir todas as intervenções que acontecerão nos espaços entre a construção e os limites do terreno, tais como: Acessos; Calçamentos; Vegetação; Equipamentos externos. Por se tratar de uma interferência na paisagem, o conjunto dessas intervenções é chamado de projeto paisagístico. Desenho urbano A partir do limite do terreno, ou seja, quando ultrapassamos o domínio da edi�cação para o domínio da cidade, começamos a falar em desenho urbano. Embora sejam conceitos distintos, poderíamos a�rmar que – salvo algumas exceções – o desenho urbano é aplicado em áreas de uso coletivo (espaços públicos). Trata-se, portanto, do projeto dos espaços da cidade. Exatamente por isso, ele pode incluir o projeto de edi�cações e, necessariamente, o paisagístico, mas trata, em especial, do ordenamento de logradouros, tais como: As ruas, calçadas, praças, esquinas, ciclovias e avenidas; Todos os equipamentos de iluminação, sinalização e de acesso às redes de infraestrutura; O mobiliário urbano necessário – bancos de rua, abrigos de ônibus etc. Master Plan Para o desenho urbano na escala do condomínio ou do bairro, tem-se utilizado, frequentemente, o anglicismo Master Plan. Curiosidade 05/11/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981741&topicId=2424617&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f0… 12/17 A melhor tradução de Master Plan para o português seria Plano Diretor. O problema é que, no Brasil, utilizamos essa expressão para o projeto que tratará de todo o município – como veremos adiante. À medida que a intervenção ganha complexidade, o projeto passa a ter características de um plano, pois considera um número maior de dados preexistentes e afeta os interesses de mais pessoas. Por isso, um plano envolve muito mais do que o conjunto de plantas de um projeto. Ele tem de incluir: A análise mais profunda de dados sociais, econômicos e ambientais, bem como do sistema de transporte e de mobilidade urbano; O tipo de uso e de funções que se deseja incentivar, preservar ou inibir em determinada área. Planejamento urbano Ao trabalhar com planos de tamanha complexidade, o arquiteto e urbanista está atuando no planejamento urbano: o conjunto de ideias e de planos que de�nem as diretrizes de crescimento de uma cidade. No Brasil, as cidades se localizam em uma unidade territorial e política denominada município, que é administrado por uma prefeitura. Um município pode ter várias cidades ou diversos distritos sob uma mesma administração, e possui perímetro urbano e zona rural. Plano Diretor De acordo com a Constituição Federal (“Art. 182. A política nacional de desenvolvimento urbano [...] tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. § 1º O plano diretor [...] é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.”), toda cidade com mais de 20.000 habitantes tem a obrigação de possuir um Plano Diretor. O arquiteto e urbanista poderá atuar na concepção e execução de planos diretores, assim como contribuir para o bem-estar dos habitantes de uma cidade ao exercer sua pro�ssão com ética e competência em todas as escalas apresentadas. Alguns autores a�rmam que a complexidade da cidade di�culta qualquer intervenção e�caz. Por outro lado, Jaime Lerner (glossário) alerta os jovens estudantes: “A cidade não foi feita para pessimistas!” 05/11/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981741&topicId=2424617&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f0… 13/17 ATIVIDADE 2 A partir do conteúdo estudado, crie uma de�nição original de cidade. Resposta Correta Questão 1 Leia as seguintes de�nições: I. A arquitetura corresponde à edi�cação de espaços para abrigar as atividades humanas. II. O urbanismo é o campo do conhecimento que trata da cidade. Com base em tais conceitos e no que estudou nesta aula, é CORRETO a�rmar que: a) A metodologia de trabalho dos arquitetos difere, radicalmente, daquela utilizada pelos urbanistas, gerando um con�ito entre ambos os pro�ssionais – principalmente no Brasil. b) Assim como a arquitetura, o urbanismo é um campo do conhecimento muito antigo, embora as cidades tenham sofrido transformações profundas desde sua origem, há mais de 5.000 anos. c) Hoje, podemos de�nir, claramente, o que é uma cidade, pois já foram encontrados registros do primeiro Plano Diretor do qual se tem notícia, feito para a cidade de Arbela, no Iraque, no ano 3.000 a.C. d) Desde a Antiguidade até os dias de hoje, o estudo da teoria de formação das cidades e da história dos agrupamentos humanos tem grande valor cientí�co, mas pouca aplicação prática. Isso acontece porque o urbanismo é um campo do conhecimento puramente teórico. e) Há diferentes visões históricas sobre a função original da cidade, assim como há distintas versões para a origem da palavra urbanismo. Isso revela a complexidade do tema, que, do ponto de vista histórico, veio se estabelecer, há pouco tempo e relativamente, como campo do conhecimento teórico e prático. Justi�cativa Questão 2 Existe uma relação direta entre os usos atuais de determinadas palavras e de certos conceitos e sua origem ou etimologia. Assinale a opção cujo signi�cado do termo em destaque é impróprio: a) Civitas (latim) = cidade b) Polis (latim) = cidade 05/11/2018 Disciplina Portalhttp://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981741&topicId=2424617&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f0… 14/17 c) Politikos (grego) = cidadãos d) Suburbano = tudo abaixo da cidade (infraestrutura) e) Urbe (latim) = cidade / urbano = tudo da cidade Justi�cativa Questão 3 A urbanização da civilização humana é um processo crescente e complexo. Cada de�nição de cidade enfatiza um de seus aspectos. Assinale a opção cuja de�nição apresentada tem como autor(a) um pro�ssional do urbanismo: a) A cidade não foi feita para pessimistas. (Jaime Lerner) b) A cidade é o teatro da atividade social. (Lewis Mumford) c) A cidade é a primeira e decisiva esfera cultural do ser humano. (Teixeira Coelho) d) As cidades se encontram na origem do �orescer da civilização. (Sandra Pesavento) e) A cidade deve ser construída para tornar o homem, ao mesmo tempo, seguro e feliz.(Aristóteles) Justi�cativa Questão 4 De acordo com os dados o�ciais da Organização das Nações Unidas (ONU), podemos a�rmar que: I. A taxa de urbanização do Brasil é superior à taxa mundial, embora o fenômeno tenda a se estabilizar aqui, mas continuar a crescer no resto do mundo. II. O século XXI pode ser considerado urbano, pois marca o momento em que a população mundial passou a viver mais nas cidades do que em áreas rurais. III. As previsões já demonstram que os graves problemas das megalópoles têm afastado a população mundial das cidades. Entre as a�rmações anteriores, está(ão) CORRETA(S): a) Apenas I b) Apenas III c) I e II d) II e III e) I, II e III a) Apenas I b) Apenas III c) I e II d) II e III 05/11/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981741&topicId=2424617&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f0… 15/17 e) I, II e III Justi�cativa Questão 5 No Brasil, a formação do arquiteto e urbanista é uni�cada, o que abre uma série de possibilidades de atuação pro�ssional e implica algumas responsabilidades. Assinale a opção que NÃO corresponde ao exercício de seu futuro campo de trabalho: a)Ao concluir o curso de Arquitetura e Urbanismo, o pro�ssional poderá atuar em diversas escalas de projeto – da arquitetura de interiores ao planejamento urbano. b) Ao pensar em um projeto de arquitetura ou de urbanismo, o pro�ssional deverá considerar tanto os aspectos técnicos quanto estéticos do resultado de seu trabalho. c) A partir do entendimento de que o planejamento urbano é essencial para que se promova o bem-estar da população, toda cidade brasileira com mais de 20.000 habitantes tem a obrigação de possuir um Plano Diretor. d) O arquiteto e urbanista deverá considerar o impacto social e ambiental de suas atividades pro�ssionais na execução de obras sob sua responsabilidade, bem como respeitar os valores e a herança natural e cultural da comunidade para a qual esteja prestando serviços. e) O trabalho com edi�cações isoladas exige que o arquiteto se concentre exclusivamente nos aspectos construtivos e estruturais, deixando para o paisagista e o urbanista as preocupações com o exterior da obra. A�nal, os limites de atuação desses três pro�ssionais são bem delimitados no Brasil. a)Ao concluir o curso de Arquitetura e Urbanismo, o pro�ssional poderá atuar em diversas escalas de projeto – da arquitetura de interiores ao planejamento urbano. b) Ao pensar em um projeto de arquitetura ou de urbanismo, o pro�ssional deverá considerar tanto os aspectos técnicos quanto estéticos do resultado de seu trabalho. c) A partir do entendimento de que o planejamento urbano é essencial para que se promova o bem-estar da população, toda cidade brasileira com mais de 20.000 habitantes tem a obrigação de possuir um Plano Diretor. d) O arquiteto e urbanista deverá considerar o impacto social e ambiental de suas atividades pro�ssionais na execução de obras sob sua responsabilidade, bem como respeitar os valores e a herança natural e cultural da comunidade para a qual esteja prestando serviços. e) O trabalho com edi�cações isoladas exige que o arquiteto se concentre exclusivamente nos aspectos construtivos e estruturais, deixando para o paisagista e o urbanista as preocupações com o exterior da obra. A�nal, os limites de atuação desses três pro�ssionais são bem delimitados no Brasil. Justi�cativa 05/11/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981741&topicId=2424617&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f0… 16/17 Glossário LOGRADOUROS Espaços abertos de acesso público. CIVITAS Tradução latina de polis, que corresponde à cidade como ente público e coletivo. POLIS Termo grego para cidade, entendida como comunidade organizada, formada pelos cidadãos (politikos). INSALUBRE Aquilo (principalmente local) cujas condições são prejudiciais à saúde e que pode provocar doenças. TÊNUE Aquilo que é sutil, difícil de perceber. 05/11/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1549792&classId=981741&topicId=2424617&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f0… 17/17 DIFUSA Aquilo que tem limites imprecisos, pouco claros ou de�nidos. JAIME LERNER Urbanista brasileiro consagrado internacionalmente por suas bem-sucedidas intervenções em Curitiba.
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