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AULA 1 - TEORIA E HISTÓRIA DAS CIDADES

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05/11/2018 Disciplina Portal
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Teoria e história das
cidades
Aula 1 - Cidade
INTRODUÇÃO
Todos os dias, você acorda em sua casa, veste-se e alimenta-se para começar um novo dia, certo?
Se for um dia útil, você provavelmente cruzará a porta de casa, que pode estar em um lote único ou em um condomínio,
em um edifício de vários pavimentos ou, ainda, em meio a uma comunidade (construção informal).
Entre sua casa e a rua, deveria haver uma calçada, correto? De todo modo, você se deslocará para a universidade ou
para o trabalho – que também está localizada(o) em uma edi�cação, em uma rua ou avenida – a pé ou utilizando
algum meio de transporte (público ou particular).
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O conjunto de todas essas construções, vias de locomoção e de todos esses espaços forma o que chamamos de
cidade: o lugar onde nascemos, vivemos e morremos.
A narração que �zemos aqui corresponde ao cotidiano de 86% da população brasileira e de mais da metade da
população mundial.
Em seu percurso acadêmico, você já deve ter aprendido que a humanidade produz edi�cações para abrigar as funções
primárias de descanso, trabalho e lazer, assim como equipamentos para o culto e a cultura. A isso chamamos de
arquitetura.
No entanto, a vida humana é um evento coletivo. As maiores representações dessa coletividade são os agrupamentos
humanos (as cidades), formados para possibilitar a troca de produtos, de serviços e de ideias.
Nesta aula, vamos debater sobre o conceito de cidade para apresentar a você um campo do conhecimento que
também é uma grande área de atuação pro�ssional: o urbanismo.
OBJETIVOS
Listar de�nições diversas de cidade;
Identi�car o urbanismo como o estudo da cidade;
Reconhecer as diferentes escalas do projeto de arquitetura e urbanismo.
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ATIVIDADE 1
Vamos começar esta aula com uma atividade!
Observe, ao longo de um dia de estudo ou trabalho (ou ambos):
As edi�cações que você frequentou – casa, escritório, lanchonete etc.;
Os meios de transporte que utilizou – ônibus, metrô, bicicleta, automóvel etc.;
Os espaços públicos em que caminhou – ruas, praças, parques etc.;
Os equipamentos mais importantes que viu em seu percurso diário – sedes de agências do governo, espaços culturais,
templos etc.
Em seguida, faça um breve comentário sobre cada item observado, indicando se aquele espaço ou se determinada
construção é:
Signi�cativo(a) do ponto de vista arquitetônico;
Agradável;
Adequado(a);
Bem conservado(a);
Importante sob a perspectiva histórica.
Lembre-se de justi�car sua resposta.
Resposta Correta
DEFINIÇÕES DIVERSAS
Ao realizar a atividade anterior, você percebeu que todos os elementos observados formam o espaço urbano?
A princípio, podemos dizer que a cidade é o conjunto de espaços que abrigam as funções do cotidiano humano –
como morar, trabalhar e 
divertir-se – e que propiciam a troca de produtos, serviços e de ideias.
Esses espaços são construídos na forma de:
 
• Casas e lojas;
 
• Diferentes instituições
– sedes de governo,
teatros, templos,
universidades etc.;
• Logradouros (glossário) – ruas,
avenidas, praças, parques etc.
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Entretanto, distintos pensadores criaram diversas de�nições de cidade a partir da característica que cada um gostaria
de enfatizar.
Vamos conhecer algumas delas e seus respectivos autores:
ARISTÓTELES
Conforme cita Sitte (1992, p. 14), o �lósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) já dizia que:
“Uma cidade deve ser construída para tornar o homem, ao mesmo tempo, seguro e feliz”.
LEWIS MUMFORD
Já Mumford (1991) – grande intelectual norte-americano – descrevia a cidade como:
“[...] uma con�guração especial direcionada à criação de oportunidades diferenciadas para uma vida comunitária e um
signi�cativo drama coletivo”.
Para o historiador (MUMFORD, 1991), a cidade é o “teatro da atividade social”, pois “suas necessidades são de�nidas pelas
oportunidades que ela oferece aos diferentes grupos sociais”.
RICHARD LEGATES
De acordo com Legates (2003, p. 94, tradução livre):
“[...] o conjunto de edifícios e espaços uni�cados que se identi�cam como o lugar da cidade torna-se um símbolo de uni�cação
social de uma comunidade”.
CLASSIFICAÇÕES
A cidade pode ser classi�cada como:
Fenômeno geográ�co
Por de�nição, não é possível considerá-las um acidente geográ�co, mas é verdade que,
invariavelmente, a origem das cidades e seu desenvolvimento estão ligados diretamente a
sua localização: próximo a um curso de água, em um vale ou em uma encosta protegidos,
mas também no topo de um monte que se destaca na paisagem.
Posto de troca comercial
Para alguns autores, a origem do que hoje chamamos de cidade está relacionada à criação
de um espaço que permite a troca dos bens produzidos por um indivíduo pelos bens ou
serviços que podem ser fornecidos por outro indivíduo ou por outra instituição.
Desse ponto de vista histórico, os primeiros assentamentos humanos eram postos de troca
do excedente de produção de um proprietário de terra para outro, de uma região para a
outra, de um produto por um serviço.
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Por isso, de acordo com Nunes-Ferreira (2014), as cidades de ontem e de hoje se
assemelham por estarem em cruzamentos comerciais. Atualmente, esses cruzamentos de
produtos e serviços não podem mais ser entendidos apenas em seu sentido físico – como
portos e aeroportos ou estradas que se interligam –, mas também como interconexões
transnacionais, propiciadas pela globalização econômica e pelas novas Tecnologias de
Informação e Comunicação (TICs).
Símbolo cultural
Dos primeiros assentamentos humanos às megacidades atuais, as cidades se tornaram um
símbolo cultural, pois, ali, concentram-se, invariavelmente, os equipamentos de produção e
transmissão da cultura de determinado grupo.
Exemplos
Teatros; 
Cinemas; 
Auditórios; 
Casas de espetáculos; 
Bibliotecas etc.
Nas palavras de Coelho (2008, p. 9):
“[...] a cidade é a primeira e decisiva esfera cultural do ser humano”.
Centro de poder
Há diferentes visões históricas sobre a função original da cidade. De acordo com alguns
historiadores, para além do local destinado ao comércio ou à cultura, a cidade é um lugar de
concentração de poder.
Por isso, ela abriga as edi�cações, que, por sua posição de destaque e monumentalidade,
representam os valores de determinada sociedade e indicam quem detém a autoridade
sobre aquela população.
Este era o caso das catedrais medievais, assim como ainda é o caso dos prédios públicos
governamentais e das altíssimas torres corporativas.
Muitos palácios também eram localizados, senão no centro, na periferia de algumas
concentrações urbanas.
ATENÇÃO!
Mattoso (1992, p. 15) reconhece o protagonismo político como o fator predominante do
desenvolvimento das cidades. Em seus termos:
“As próprias funções econômicas da cidade e o fenômeno de concentração populacional [...]
parecem resultar das suas funções políticas, e não o contrário. A �xação do chefe de um
território no seu centro implica que reúna à sua volta os seus auxiliares administrativos e o
seu séquito militar, os seus servidores e os agentes de abastecimento, os produtoresde
alimentos, do vestuário, das armas e dos objetos de luxo. Precisa de tudo isso para subsistir
e para manter sua autoridade. A concentração de gente exigida pela implantação espacial
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do poder, por sua vez, atrai os produtores e os comerciantes que os abastecem [...]. A
abundância dos recursos que aí se acumulam [...] atrai os pobres e os marginais. Por outro
lado, [...] os detentores da autoridade [...] ostentam os sinais de sua permanência: [...]
constroem os palácios, templos ou muralhas que exprimem, pela sua monumentalidade, a
permanência e a solidez do poder”.
Obra de arte
Alguns autores – especialmente arquitetos – enfatizam os aspectos artísticos da cidade
enquanto construção humana coletiva.
Sitte (1992), por exemplo, recorre às cidades antigas para compreender a relação entre
edifícios e monumentos, seus vazios e suas dimensões, os �uxos de pessoas e de veículos.
O arquiteto e historiador propõe, assim, o valor estético da cidade aliado às questões
funcionais, sempre considerando a arte como seu princípio norteador. Nesse sentido, a
cidade é uma grande obra de arte coletiva.
Estado de espírito
Existe, ainda, a ideia de que a cidade re�ete um certo estado de espírito, pela reunião de
pessoas de uma cultura especí�ca e de espaços que propiciam determinado tipo de
comportamento.
CIDADE COMO ESTADO DE ESPÍRITO
Como de�niu o sociólogo norte-americano Robert Erza Park (1864-1964) ([s.d.] apud VELHO, 1967, p. 25, grifo nosso):
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O estado de espírito mencionado por Park pode ser fruto de uma época, de uma atividade econômica ou mesmo de
uma percepção que se tenha de uma cidade.
A�nal, tanto os edifícios quanto as experiências vividas em determinado lugar criam o que chamamos de imaginário,
ou seja, um conjunto de símbolos, conceitos, memória e imaginação de um grupo de indivíduos.
De certo modo, o imaginário de uma cidade a faz ser o que é, pois fundamenta uma série de representações que, por
sua vez, inspiram as narrativas de habitantes e visitantes. Nesse sentido:
A cidade é uma narrativa de diferentes representações, assim como a representação de diferentes narrativas.
Como aponta Maffesoli (2001, p. 80), o imaginário é determinado pela ideia de fazermos parte de algo: partilhamos
uma �loso�a de vida, uma linguagem, uma atmosfera, uma ideia de mundo, uma visão dos fatos.
ASPECTO CIVILIZATÓRIO
 
 
 
 
Na própria origem da palavra – do
latim civitas (glossário) –,
encontramos a relação entre
cidade e civilidade.
 
 
 
 
Já a polis (glossário) grega é a
cidade formada pelos cidadãos.
Por isso, consideramos cidadão
aquele indivíduo que convive em
sociedade e exerce seus direitos e
deveres por meio da política.
Civil é a relação entre cidadãos e aquilo que não tem caráter militar ou religioso. O espaço urbano é, portanto, o cenário
principal da civilidade, e a cidade é o berço da civilização.
A�nal, como nos lembra Pesavento (2007):
“[...] as cidades fascinam [...] porque se encontram na origem daquilo que estabelecemos como os indícios do �orescer
de uma civilização – a agricultura, a roda, a escrita, os primeiros assentamentos urbanos”.
Curiosidade
, 
A palavra urbanidade está ligada diretamente à civilidade, que, por sua vez, signi�ca cortesia e respeito mútuo. Do mesmo modo,
indivíduo civilizado é aquele que é bem-educado e urbano.,
Fonte: Ferreira, 1986.
URBANISMO
O urbanismo é o campo do conhecimento que trata da cidade.
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Esse conceito pode ser entendido em função dos seguintes aspectos:
• Teórico e cientí�co → urbanismo = estudo da formação e transformação das cidades;
• Prático → urbanismo = planejamento e execução de obras de intervenção nos espaços de uso público.
Embora haja assentamentos humanos com características de cidade – como Arbela, no Iraque, habitada há mais de
5.000 anos –, o termo urbanismo é relativamente recente.
Há diferentes versões para a origem dessa palavra. Vamos analisar algumas delas:
1ª VERSÃO
No ano de sua morte, o catalão Ildefonso Cerdà (1815-1867) publicou A teoria geral da urbanização, a partir do vocábulo urbe.
2ª VERSÃO
Já os franceses advogam para si a criação do termo urbanisme. A palavra parece ter sido utilizada o�cialmente, pela primeira vez,
em 1910, no Bulletin de la Societé Geographique de Neufchatel (LECOQ, 2004, p. 20).
3ª VERSÃO
Em 1930, Alfred Agache (1875-1959) de�niu, pela primeira vez, o urbanismo como:
“[...] o conjunto de regras aplicadas ao melhoramento das edi�cações, do arruamento, da circulação e do descongestionamento
das artérias públicas”.
Ainda para Agache (1930 apud MOREIRA, 2007):
“Urbanismo é a remodelação, a extensão e o embelezamento de uma cidade, levados a efeito mediante um estudo metódico da
geogra�a humana e da topogra�a urbana, sem descurar as soluções �nanceiras”.
Alfred Agache
, 
Arquiteto e urbanista francês responsável por projetos para algumas cidades brasileiras, como Rio de Janeiro e Curitiba.
TEORIA E PRÁTICA DO URBANISMO
Fonte da Imagem:
Como já vimos anteriormente, o ser humano constrói cidades desde a Antiguidade, mas o urbanismo se tornou uma
disciplina e um campo pro�ssional apenas no século XIX.
Com o sucesso econômico da Revolução Industrial, as oportunidades de trabalho se multiplicaram nos grandes
centros europeus, mas houve um momento em que um paradoxo se instalou.
Embora a cidade fosse vista como um polo de produção de riqueza e prosperidade – o que atraiu um aumento
populacional inédito com a imigração dos habitantes rurais –, as condições de vida da nova classe operária se
deterioraram.
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O crescimento econômico de base industrial gerou um desenvolvimento urbano desordenado e insalubre (glossário).
As taxas de mortalidade aumentaram e comprometeram a própria economia.
Surgiram, então, as primeiras operações urbanísticas, a �m de criar a infraestrutura necessária que permitisse o
abastecimento de água limpa, o saneamento e a melhor circulação de pessoas, de bens e serviços.
As grandes intervenções urbanísticas do século XIX visavam propiciar tanto a melhor qualidade de vida quanto o
embelezamento das cidades.
Os exemplos mais conhecidos deste período são:
A REFORMA DO CENTRO DE PARIS
Entre 1850 e 1870, Barão Haussmann realizou uma remodelação de Paris – que já era uma metrópole com 500.000
habitantes –, intervindo em um tecido urbano (determinado tipo de urbanização de uma região).
O PLANO DE EXPANSÃO DE BARCELONA
Cerdà de�niu um projeto de expansão de Barcelona – que viria a ocupar uma área desocupada – em que teve a
liberdade de propor um traçado de ruas e de quarteirões inteiramente novo.
Uma das grandes novidades desse projeto – conhecido como Plano de Ensanche – foi trabalhar as diferentes escalas
do urbanismo: o edifício, o quarteirão, o bairro e a cidade.
Vamos estudá-lo melhor na aula 5, tudo bem?
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Esses dois exemplos notáveis já demonstram uma primeira distinção entre tipos de projetos de urbanismo.
Atenção
, 
O grá�co a seguir apresenta a evolução da população urbana no Brasil e no mundo já nos séculos XX e XXI:,
,Por meio dele, veri�camosque, no mundo, a população urbana ultrapassou a rural por volta de 2005. Já no Brasil, essa superação
ocorreu em meados dos anos 1960.,
Fonte: United, 2014.
DIFERENTES ESCALAS DA CIDADE: DA EDIFICAÇÃO AO
PLANEJAMENTO URBANO
Se o urbanismo é o campo do conhecimento que trata da cidade, e a arquitetura é a edi�cação de espaços para abrigar
as atividades humanas, poderíamos a�rmar que há uma fronteira tênue (glossário) e difusa (glossário) entre esses
conceitos.
Por isso, assim como em outros países, no Brasil, a formação de arquiteto e urbanista foi uni�cada. Entre a edi�cação
de uma casa e o planejamento de uma região, há menos uma diferença de metodologia do que uma questão apenas de
escala de estudo ou trabalho.
Nesse sentido, o arquiteto e urbanista poderá trabalhar em diferentes escalas. Curiosamente, essas distinções serão
identi�cadas tanto no tipo de atividade quanto no próprio produto do trabalho, cuja escala grá�ca também variará.
Vejamos algumas delas:
Arquitetura de interiores e projeto de edi�cação
Quando trabalhamos com intervenções internas em uma edi�cação, que não alteram
signi�cativamente seu aspecto externo ou seu sistema estrutural, estamos atuando na
arquitetura de interiores.
Invariavelmente, essa atuação produzirá desenhos em uma escala grá�ca de 1:20 até 1:100,
ou seja, o desenho do projeto reproduzirá os elementos construtivos de 20 a 100 vezes
menores do que o produto �nal da obra.
No caso de um projeto de edi�cação, quando a construção é elaborada da fundação até a
cobertura, as plantas principais são desenhadas, normalmente, em uma escala entre 1:50 e
1:500.
ATENÇÃO!
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É importante lembrar que estes são limites �exíveis. Aqui, já é possível notar uma interseção
(na Matemática, trata-se de um conjunto formado por elementos comuns a outros dois
conjuntos. No contexto desta aula, utilizamos o termo no sentido similar à superposição)
entre as escalas grá�cas, na margem entre 1:50 e 1:100.
Nos dois casos, o arquiteto pode produzir até desenhos em proporção ainda mais próxima
dos elementos �nais – no que se convencionou chamar de projeto de detalhamento –,
capaz, inclusive, de chegar à escala 1:1, ou seja, uma representação em tamanho real.
Projeto paisagístico
De modo semelhante, o projeto arquitetônico completo deverá de�nir todas as intervenções
que acontecerão nos espaços entre a construção e os limites do terreno, tais como:
Acessos; 
Calçamentos; 
Vegetação; 
Equipamentos externos.
Por se tratar de uma interferência na paisagem, o conjunto dessas intervenções é chamado
de projeto paisagístico.
Desenho urbano
A partir do limite do terreno, ou seja, quando ultrapassamos o domínio da edi�cação para o
domínio da cidade, começamos a falar em desenho urbano.
Embora sejam conceitos distintos, poderíamos a�rmar que – salvo algumas exceções – o
desenho urbano é aplicado em áreas de uso coletivo (espaços públicos). Trata-se, portanto,
do projeto dos espaços da cidade.
Exatamente por isso, ele pode incluir o projeto de edi�cações e, necessariamente, o
paisagístico, mas trata, em especial, do ordenamento de logradouros, tais como:
As ruas, calçadas, praças, esquinas, ciclovias e avenidas;
Todos os equipamentos de iluminação, sinalização e de acesso às redes de infraestrutura;
O mobiliário urbano necessário – bancos de rua, abrigos de ônibus etc.
Master Plan
Para o desenho urbano na escala do condomínio ou do bairro, tem-se utilizado,
frequentemente, o anglicismo Master Plan.
Curiosidade
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A melhor tradução de Master Plan para o português seria Plano Diretor. O problema é que,
no Brasil, utilizamos essa expressão para o projeto que tratará de todo o município – como
veremos adiante.
À medida que a intervenção ganha complexidade, o projeto passa a ter características de
um plano, pois considera um número maior de dados preexistentes e afeta os interesses de
mais pessoas.
Por isso, um plano envolve muito mais do que o conjunto de plantas de um projeto. Ele tem
de incluir:
A análise mais profunda de dados sociais, econômicos e ambientais, bem como do sistema
de transporte e de mobilidade urbano;
O tipo de uso e de funções que se deseja incentivar, preservar ou inibir em determinada área.
Planejamento urbano
Ao trabalhar com planos de tamanha complexidade, o arquiteto e urbanista está atuando no
planejamento urbano: o conjunto de ideias e de planos que de�nem as diretrizes de
crescimento de uma cidade.
No Brasil, as cidades se localizam em uma unidade territorial e política denominada
município, que é administrado por uma prefeitura. Um município pode ter várias cidades ou
diversos distritos sob uma mesma administração, e possui perímetro urbano e zona rural.
Plano Diretor
De acordo com a Constituição Federal (“Art. 182. A política nacional de desenvolvimento
urbano [...] tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade
e garantir o bem-estar de seus habitantes. § 1º O plano diretor [...] é o instrumento básico da
política de desenvolvimento e de expansão urbana.”), toda cidade com mais de 20.000
habitantes tem a obrigação de possuir um Plano Diretor.
O arquiteto e urbanista poderá atuar na concepção e execução de planos diretores, assim
como contribuir para o bem-estar dos habitantes de uma cidade ao exercer sua pro�ssão
com ética e competência em todas as escalas apresentadas.
Alguns autores a�rmam que a complexidade da cidade di�culta qualquer intervenção e�caz. Por outro lado, Jaime
Lerner (glossário) alerta os jovens estudantes:
“A cidade não foi feita para pessimistas!”
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ATIVIDADE 2
A partir do conteúdo estudado, crie uma de�nição original de cidade.
Resposta Correta
Questão 1
Leia as seguintes de�nições: 
I. A arquitetura corresponde à edi�cação de espaços para abrigar as atividades humanas. 
II. O urbanismo é o campo do conhecimento que trata da cidade.
Com base em tais conceitos e no que estudou nesta aula, é CORRETO a�rmar que:
a) A metodologia de trabalho dos arquitetos difere, radicalmente, daquela utilizada pelos urbanistas, gerando um con�ito entre
ambos os pro�ssionais – principalmente no Brasil.
b) Assim como a arquitetura, o urbanismo é um campo do conhecimento muito antigo, embora as cidades tenham sofrido
transformações profundas desde sua origem, há mais de 5.000 anos.
c) Hoje, podemos de�nir, claramente, o que é uma cidade, pois já foram encontrados registros do primeiro Plano Diretor do qual
se tem notícia, feito para a cidade de Arbela, no Iraque, no ano 3.000 a.C.
d) Desde a Antiguidade até os dias de hoje, o estudo da teoria de formação das cidades e da história dos agrupamentos
humanos tem grande valor cientí�co, mas pouca aplicação prática. Isso acontece porque o urbanismo é um campo do
conhecimento puramente teórico.
e) Há diferentes visões históricas sobre a função original da cidade, assim como há distintas versões para a origem da palavra
urbanismo. Isso revela a complexidade do tema, que, do ponto de vista histórico, veio se estabelecer, há pouco tempo e
relativamente, como campo do conhecimento teórico e prático.
Justi�cativa
Questão 2
Existe uma relação direta entre os usos atuais de determinadas palavras e de certos conceitos e sua origem ou
etimologia. Assinale a opção cujo signi�cado do termo em destaque é impróprio:
a) Civitas (latim) = cidade
b) Polis (latim) = cidade
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c) Politikos (grego) = cidadãos
d) Suburbano = tudo abaixo da cidade (infraestrutura)
e) Urbe (latim) = cidade / urbano = tudo da cidade
Justi�cativa
Questão 3
A urbanização da civilização humana é um processo crescente e complexo. Cada de�nição de cidade enfatiza um de
seus aspectos. Assinale a opção cuja de�nição apresentada tem como autor(a) um pro�ssional do urbanismo:
a) A cidade não foi feita para pessimistas. (Jaime Lerner)
b) A cidade é o teatro da atividade social. (Lewis Mumford)
c) A cidade é a primeira e decisiva esfera cultural do ser humano. (Teixeira Coelho)
d) As cidades se encontram na origem do �orescer da civilização. (Sandra Pesavento)
e) A cidade deve ser construída para tornar o homem, ao mesmo tempo, seguro e feliz.(Aristóteles)
Justi�cativa
Questão 4
De acordo com os dados o�ciais da Organização das Nações Unidas (ONU), podemos a�rmar que:
I. A taxa de urbanização do Brasil é superior à taxa mundial, embora o fenômeno tenda a se estabilizar aqui, mas
continuar a crescer no resto do mundo. 
II. O século XXI pode ser considerado urbano, pois marca o momento em que a população mundial passou a viver mais
nas cidades do que em áreas rurais. 
III. As previsões já demonstram que os graves problemas das megalópoles têm afastado a população mundial das
cidades. 
Entre as a�rmações anteriores, está(ão) CORRETA(S):
a) Apenas I
b) Apenas III
c) I e II
d) II e III
e) I, II e III
a) Apenas I
b) Apenas III
c) I e II
d) II e III
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e) I, II e III
Justi�cativa
Questão 5
No Brasil, a formação do arquiteto e urbanista é uni�cada, o que abre uma série de possibilidades de atuação
pro�ssional e implica algumas responsabilidades. Assinale a opção que NÃO corresponde ao exercício de seu futuro
campo de trabalho:
a)Ao concluir o curso de Arquitetura e Urbanismo, o pro�ssional poderá atuar em diversas escalas de projeto – da arquitetura de
interiores ao planejamento urbano.
b) Ao pensar em um projeto de arquitetura ou de urbanismo, o pro�ssional deverá considerar tanto os aspectos técnicos quanto
estéticos do resultado de seu trabalho.
c) A partir do entendimento de que o planejamento urbano é essencial para que se promova o bem-estar da população, toda
cidade brasileira com mais de 20.000 habitantes tem a obrigação de possuir um Plano Diretor.
d) O arquiteto e urbanista deverá considerar o impacto social e ambiental de suas atividades pro�ssionais na execução de obras
sob sua responsabilidade, bem como respeitar os valores e a herança natural e cultural da comunidade para a qual esteja
prestando serviços.
e) O trabalho com edi�cações isoladas exige que o arquiteto se concentre exclusivamente nos aspectos construtivos e
estruturais, deixando para o paisagista e o urbanista as preocupações com o exterior da obra. A�nal, os limites de atuação desses
três pro�ssionais são bem delimitados no Brasil.
a)Ao concluir o curso de Arquitetura e Urbanismo, o pro�ssional poderá atuar em diversas escalas de projeto – da arquitetura
de interiores ao planejamento urbano.
b) Ao pensar em um projeto de arquitetura ou de urbanismo, o pro�ssional deverá considerar tanto os aspectos técnicos
quanto estéticos do resultado de seu trabalho.
c) A partir do entendimento de que o planejamento urbano é essencial para que se promova o bem-estar da população, toda
cidade brasileira com mais de 20.000 habitantes tem a obrigação de possuir um Plano Diretor.
d) O arquiteto e urbanista deverá considerar o impacto social e ambiental de suas atividades pro�ssionais na execução de
obras sob sua responsabilidade, bem como respeitar os valores e a herança natural e cultural da comunidade para a qual esteja
prestando serviços.
e) O trabalho com edi�cações isoladas exige que o arquiteto se concentre exclusivamente nos aspectos construtivos e
estruturais, deixando para o paisagista e o urbanista as preocupações com o exterior da obra. A�nal, os limites de atuação
desses três pro�ssionais são bem delimitados no Brasil.
Justi�cativa
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Glossário
LOGRADOUROS
Espaços abertos de acesso público.
CIVITAS
Tradução latina de polis, que corresponde à cidade como ente público e coletivo.
POLIS
Termo grego para cidade, entendida como comunidade organizada, formada pelos cidadãos (politikos).
INSALUBRE
Aquilo (principalmente local) cujas condições são prejudiciais à saúde e que pode provocar doenças.
TÊNUE
Aquilo que é sutil, difícil de perceber.
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DIFUSA
Aquilo que tem limites imprecisos, pouco claros ou de�nidos.
JAIME LERNER
Urbanista brasileiro consagrado internacionalmente por suas bem-sucedidas intervenções em Curitiba.

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