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1 ESTUDO DOS RESULTADOS FINANCEIROS ADVINDOS DO MARKETING EM UMA ORGANIZAÇÃO DO RAMO JOALHEIRO INGRIDY FERNANDES MENDES ORIENTADOR (A): PROF (A) MSC. EMILLIE MICHELS RESUMO O presente estudo foi realizado numa organização do ramo joalheiro, com objetivo de estudar os resultados financeiros advindos do marketing. Para o desenvolvimento deste estudo de caso foi diagnosticada a área de marketing, com o intuito de verificar por meio da consultoria inovadora, propostas de melhoria para que a organização possa adotar a curto e a médio prazo. Para alcançar os objetivos pretendidos, utilizou-se o método qualitativo, por meio da pesquisa descritiva, explicativa, aplicada, bibliográfica e documental, cujo intuito é apresentar e estudar os dados que representam os resultados financeiros da organização, por meio das ferramentas de marketing. Com a conclusão deste estudo, pode-se constatar que para a organização se desenvolver, é necessário reconhecer a importância e o impacto financeiro que o marketing proporciona, alinhando seus objetivos de crescimento com as ferramentas de marketing, que é que será visto neste estudo. Palavras-chave: Marketing. Resultados financeiros. Diagnóstico organizacional. Joias. 1. INTRODUÇÃO Atualmente o mercado joalheiro vive um momento de expansão e crescimento contínuo. Segundo o Infojoia (2017), mesmo com a crise econômica brasileira dos últimos anos, não houve impedimentos para que o setor se desenvolvesse e crescesse continuamente. Com isso, é extremamente necessário que as organizações deste segmento adotem estratégias diferenciadas, bem como foquem em entender os gostos e desejos dos seus clientes, a fim de se tornarem bem sucedidas. 2 Isso porque, com a tecnologia e o grande número de concorrentes, os consumidores passaram a ser cada vez mais exigentes, e a procurar muito mais do que o produto em si. Hoje, as vendas tornam-se efetivas quando o cliente percebe o valor agregado que o produto carrega consigo como a auto-estima elevada, design diferenciado, status e qualidade. Segundo Souza (2016), o diagnóstico organizacional tem por finalidade comunicar os dados apurados, bem como as oportunidades de melhoria detectadas numa organização. Ou seja, serve de base para a organização, cujo objetivo é obter detalhamento sobre todas as etapas dos processos, a fim de buscar melhorias internas e externas continuamente. Rosa (2001) ressalta a importância de saber de onde e por que os problemas existem, para que assim, seja possível intervir em prol da melhoria dos resultados. O diagnóstico permite que os gestores tenham uma visão holística da organização ou situação específica, o que consequentemente melhora sua capacidade de superação de obstáculos. Kotler e Keller (2012) afirmam que o marketing é importante para todos os setores da organização, pois é necessário haver receita para que os resultados aconteçam. Em suma, pode-se dizer que é um processo contínuo de melhorias que engloba a sociedade como um todo, pois é com base no marketing, que novos produtos e serviços são oferecidos diariamente, inspirando os profissionais a inovarem e se posicionarem positivamente no mercado, o que consequentemente gera novos postos de trabalho, e resultados financeiros benéficos para a organização. Sendo assim, o objetivo geral deste estudo de caso é estudar os resultados financeiros advindos do marketing na organização, por meio da análise e diagnóstico de um plano. E para isso, será necessária a caracterização da organização, a descrição do público alvo, linha de produtos e processos que a compõem, a contextualização do financeiro e marketing, a elaboração de uma linha do tempo destacando os procedimentos realizados até então, e por fim, um prognóstico com propostas de melhorias, com foco na consultoria inovadora. Com isso, este é o momento para que organizações do segmento se reinventem, e proporcionem diferenciais para seus clientes já existentes e em potencial. Isso inclui a ética em todas as etapas do processo, como a garantia do ouro, e qualidade do produto como um todo; o atendimento diferenciado e transparente; o suporte e a atenção oferecida inclusive na pós-venda, além da popularização para a classe média. De maneira geral, este estudo de caso pode ser justificado por sua importância e oportunidade de melhoria e desenvolvimento, em termo acadêmico e organizacional. A análise da organização estudada é de suma importância para que a pesquisadora pudesse 3 observar, diagnosticar e propor sugestões que beneficiem a organização, alinhando os conhecimentos propostos durante o curso de administração, com a parte prática que é o dia a dia de uma organização com capacidade de crescimento e inovação. É fundamental também para a organização, uma vez que possibilita aos seus proprietários analisar o assunto como uma estratégia de diferenciação e como uma oportunidade de expandir o negócio por meio das ferramentas de marketing, aumentando sua receita e promovendo seu desenvolvimento contínuo. No mercado competitivo é fundamental que os clientes recebam atenção contínua, e no ramo joalheiro isso não é diferente, visto que segundo Magalhães (2011) é um segmento que não se enquadra nas necessidades humanas básicas, sendo então atraído por desejo. Ou seja, é altamente necessário investir no marketing, para ser possível se manter presente no pensamento dos consumidores, pois os mesmos geralmente são atraídos pelo que vêem, pelo atendimento e serviços diferenciados oferecidos pela organização. Sabendo que a organização se trata de um comércio do ramo joalheiro, e que os consumidores são ferramentas chave para o crescimento contínuo da mesma no mercado competitivo, observa-se a importância do planejamento estratégico para a prospecção e retenção de clientes, bem como o aumento da receita em vendas, por meio do diagnóstico dos resultados ganhos com o marketing. Portanto, este artigo apresenta o embasamento teórico, com ênfase nos conceitos de análise e diagnóstico organizacional, financeiro, análise SWOT e estratégias de marketing. Apresenta também, a metodologia utilizada para a realização deste, a apresentação dos resultados, subdividida na caracterização do objeto de estudo e análise e discussão dos dados resultados, e por fim, as considerações finais observadas no decorrer e ao final deste estudo. 2. ANÁLISE ORGANIZACIONAL Segundo Sertek (2012), análise organizacional é o estudo de um negócio de maneira holística, cujo objetivo é o de conhecer detalhadamente suas particularidades, proporcionado assim, uma visão aprofundada da organização como um todo. Nesta análise “os gestores precisam coletar cuidadosamente informações sobre a organização para diagnosticar o problema corretamente e levar os funcionários a se comprometer com o processo de mudança” (JONES, 2010, p. 239). 4 Certo e Peter (2010) salientam a idéia de que a administração estratégica é um processo cujo foco é a manutenção da organização como um todo, cada qual, adequada ao seu ambiente, e de maneira contínua. “Esse processo envolve análise do ambiente, estabelecimento de diretrizes organizacionais, formulação da estratégia, implementação da estratégia e controle estratégico” (CERTO; PETER, 2010, p. 18). A análise do ambiente, segundo Certo e Peter (2010) é o conjunto de fatores internos e externos que possam influenciar de alguma maneira, o crescimento e desenvolvimento da organização. Um dos motivos pelos quais os administradores precisam realizar a análise do ambiente está relacionado à Teoria Geral dos Sistemas. De acordo com essa teoria, as organizações modernassão mais do que sistemas fechados: são sistemas abertos que recebem influencia do ambiente e estão em constante interação com ele. Assim, os fatores ambientais inevitavelmente as influenciam, e cabe aos administradores assegurar que essa influencia seja canalizada para uma direção positiva e contribua para o sucesso organizacional (CERTO; PETER, 2010, p. 28). Ainda conforme Certo e Peter (2010), de modo geral, o objetivo de se analisar o ambiente é avaliá-lo em prol de prever, reagir e intensificar o sucesso da organização. Rocha (2012, p. 59) complementa que “o passo a passo de uma análise ambiental pode variar muito de uma organização para outra, mas, no fim das contas, o objetivo é sempre o mesmo: avaliar o ambiente em que a empresa está inserida para que ela possa atingir suas metas e reagir bem diante das mudanças”. 2.1 FINANCEIRO De acordo com Assaf (2011), a organização deve, sobretudo, delinear seus objetivos para que posteriormente, seja possível avaliar os resultados provenientes das tomadas de decisões financeiras. Assaf (2011) afirma ainda que, um dos objetivos mais populares dentre os empreendedores, é a maximização de lucro. Entretanto, é importante ressaltar que uma organização deve ser avaliada como um todo, como a tecnologia, qualidade, imagem, preços, e não somente por um único componente. Gitman (2010) considera a avaliação por meio de índices um importante instrumento para a medição de desempenho de uma organização. Estes por sua vez, são subdivididos “em cinco categorias principais: liquidez, atividade, endividamento, lucratividade e valor de mercado. Basicamente, os índices de liquidez, atividade e endividamento medem risco; os de 5 lucratividade medem retorno; os de valor de mercado captaram tanto risco quanto retorno” (GITMAN, 2010, p. 51). Neste caso, o índice visto neste estudo de caso, é o da lucratividade ou rentabilidade. Que segundo Gitman (2010) permite a avaliação dos lucros da organização em relação às vendas, ativos ou investimento. Estas são subdivididas em margem de lucro bruto, que mede a porcentagem de vendas após a dedução dos custos das mercadorias vendidas; margem de lucro líquido, que mede a porcentagem de vendas após a dedução de todos os custos e despesas; e a margem de lucro operacional, que mede a porcentagem de vendas após a dedução de todos os custos e despesas, com exceção dos juros, dividendos de ações e imposto de renda. 2.2 S.W.O.T Conforme Kotler (2012), a análise SWOT é a avaliação das forças, fraquezas, ameaças e oportunidades de uma organização, através da monitoração do ambiente interno e externo á ela. O ambiente externo é caracterizado pelas oportunidades e ameaças, por isso, deve-se “monitorar importantes forças macro ambientais e significativos fatores micro ambientais que afetam sua capacidade de obter lucros” (KOTLER, 2012, p. 49), pois, desta forma, é possível adotar medidas estratégicas para as ameaças que são externas à organização, e identificar as oportunidades para manter-se em constante crescimento no mercado competitivo. Com relação ao ambiente interno, caracterizado pelas forças e fraquezas, “uma coisa é perceber oportunidades atraentes, outra é ter capacidade de tirar o melhor proveito delas. Cada negócio precisa avaliar periodicamente suas forças e fraquezas internas” (KOTLER, 2012, p. 50). Para isso, a organização precisa desenvolver a capacidade de um olhar crítico para assumir seus pontos fortes e fracos, para posteriormente, melhorá-los. 2.3 ESTRATÉGIAS DE MARKETING Segundo Kotler e Keller (2012), diante das constantes variações do cenário econômico, as organizações tem como desafio se manterem bem posicionadas no mercado 6 competitivo. E com isso, o marketing vem se destacando como sendo fundamental, visto que todos os setores da organização dependem da demanda de produtos e/ou serviços oferecidos. “É por isso que, muitas vezes observamos o sucesso financeiro de uma empresa dependendo das habilidades e do sucesso das ações do departamento de marketing” (KOTLER; KELLER, 2012, p. 02). Kotler e Keller (2012) definem o marketing como a capacidade de identificar e satisfazer as necessidades dos clientes, gerando lucratividade. Kotler e Armstrong (2015) destacam ainda, dois objetivos principais do marketing, que são: atrair clientes potenciais e cultivar os atuais. “Para elaborar uma estratégia de marketing vencedora, o gestor de marketing deve responder a duas importantes perguntas: A quais clientes atenderemos (qual é nosso mercado alvo?) e como podemos atender melhor a esses clientes (qual é a nossa proposição de valor?)” (KOTLER; ARMSTRONG, 2015, p. 8) Ainda segundo Kotler e Armstrong (2015), a segmentação de mercado e a seleção do publico alvo é importante, porque se sabe que não é possível atender e satisfazer a todos. Já a proposição de valor diz respeito ao conjunto de benefícios que estão agregados ao produto ou serviço que são oferecidos aos clientes, respondendo indiretamente o porquê comprar de determinada organização, e não do seu concorrente. 2.3.1 Mix de marketing Reichelt (2013) destaca o composto de marketing ou quatro P’s, como elemento fundamental para uma estratégia de marketing, sendo constituídos pelo produto, preço, praça e promoção. O produto “se refere ao produto ou serviço que é ofertado ao mercado para satisfazer às necessidades do público-alvo, bem como à sua marca e à embalagem, que fazem parte da oferta total do produto” (REICHELT, 2013, p. 84). Esta deve ser a primeira etapa a ser pensada, visto que é a partir disso, que a organização começa a desenvolver os outros P’s. Segundo Reichelt (2013), o preço refere-se à quantia a ser paga pelo produto ou serviço oferecido, bem como as formas de pagamento que serão concedidas. Kotler e Armstrong (2007) complementam que, gestores inteligentes dão muita importância para a 7 determinação de preços, porque como afetam diretamente o financeiro da organização, pode e deve-se utilizar dessa ferramenta para criar e conquistar valor para o cliente. A praça está relacionada com a “estratégia de distribuição do produto, designando todo o caminho que o produto percorre, desde o fabricante até chegar às mãos do consumidor final” (REICHELT, 2013, p. 85). E por fim, a promoção, conforme Reichelt (2013) está relacionada com a divulgação do produto. Após a organização desenvolver um bem ou serviço a ser ofertado, definir seu preço e distribuí-lo, ela então deve utilizar os diversos canais de comunicação a fim de promover e divulgar seu produto para o público-alvo. 2.3.2 Marketing digital Turchi (2012) aduz sobre o marketing digital nas pequenas empresas, onde um funcionário que já desempenha algumas outras tarefas, geralmente não dispõe de tempo para focar em fazer quaisquer que sejam as campanhas de marketing em prol da organização, embora esta seja uma ferramenta importante para reter e prospectar clientes, aumentar as vendas, divulgar os produtos e serviços oferecidos, e fortalecer a sua marca/imagem no mercado competitivo. Kotler e Armstrong (2015) por sua vez, ressaltam a importância da internet como ferramenta de comunicação, relacionamento e propaganda, e por conta disso, as organizações não podem ficar estagnadas, esperando com que os clientes as procurem. Pelo contrário, as organizações devem usar esta ferramenta para se fazer presente na mente do consumidor constantemente. Deitel (2004) ressalta que gerar notoriedade não é o suficiente. É importante analisar com cautela os resultados obtidos, para então avaliar a importância e a eficáciadesta ferramenta como estratégia competitiva. E, ao encarar de fato, o marketing digital como estratégia, deve-se manter o foco no público que se deseja atingir, para que o retorno seja satisfatório para a organização. “As redes sociais contribuíram para dinamizar o social commerce, que, por definição é o e-commerce envolvendo o relacionamento entre pessoas” (TURCHI, 2012, p. 57). Um exemplo, de acordo com Turchi (2012) é o Facebook, acessado principalmente por mulheres, do público consumidor. Com isso, muitos processos de compra e vendas são iniciados na 8 rede, por fatores diversos como a economia de tempo, facilidade em troca de informações com outros consumidores e na negociação de preços, esclarecimento de dúvidas, contato mais direto com a organização em questão, facilidade e relacionamento mais próximo. “Vale reiterar que as empresas já deveriam, no mínimo, estar se questionando sobre como fazer o social commerce, uma vez que não se trata de uma moda passageira, mas sim de uma tendência que realmente veio para ficar” (TURCHI, 2012, p. 60). Strauss e Frost (2012) ressaltam sobre a rapidez com que as informações e comentários são disseminados através de internet, podendo facilmente fortalecer ou prejudicar uma imagem, cabendo assim, às organizações a utilizarem corretamente estes recursos e tirarem o melhor proveito possível dos seus benefícios. Turchi (2012) destaca alguns diferenciais do marketing digital nas organizações, como o crescimento do número de internautas e de compradores pelo meio virtual por ano, rapidez nas respostas, e consequentemente, redução no tempo de negociação, fidelização de clientes pré-existentes e atração de clientes potenciais, aumento da visibilidade da organização em questão, em comparação com seus concorrentes, notoriedade da marca, possibilidade de customização de ofertas e promoções de acordo com os gostos e necessidades dos clientes. Além disso, Stefano (2016) elenca algumas vantagens da internet, como os serviços facilitados e que economizam tempo, comunidades de pessoas com interesses em comum e facilidade de troca de informações, o atendimento que por estar na rede, passa a ser 24h, ou seja, o consumidor pode acessar na hora que quiser, a facilidade de lidar com os fornecedores, e o baixo custo do marketing. Há também a imagem da organização, que a partir do momento em que ela é bem posicionada, transmite a impressão de ser forte e de se importar com seus clientes, tirando proveito da tecnologia em benefício próprio. “O que vemos hoje é que, além de anunciar seus produtos e serviços na televisão, no rádio, em revistas e jornais, os negociantes estão incluindo cada vez mais endereços na web e realizando também anúncios em mídias sociais” (STEFANO, 2016, p. 29), o que consequentemente, permite com que os consumidores troquem informações sobre o produto/marca em questão, contem sobre suas experiências e avaliem a qualidade oferecida como um todo. Stefano (2016) cita que com o cenário atual, daqui a alguns anos com o avanço da tecnologia, a plataforma principal do e-commerce mudará para a plataforma móvel, que já vem se destacando e influenciando os consumidores no momento da compra. 9 Em suma, Turchi (2012) enfatiza o marketing digital como uma grande tendência no ambiente organizacional, pelos motivos acima citados. No entanto, ele deve ser utilizado em conjunto com as estratégias da organização, bem como a análise de seus ambientes e setor financeiro, a fim de usar esta ferramenta com objetivos pré-definidos, para que os resultados realmente sejam positivos. 3. MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA Para a elaboração desta pesquisa, foi utilizado o método qualitativo. A pesquisa qualitativa é apropriada para a avaliação formativa, quando se trata de melhorar a efetividade de um programa, ou um plano, ou mesmo quando é o caso da proposição de planos, ou seja, quando se trata de selecionar as metas de um programa e construir uma intervenção. (ROESCH, 2005, p. 154) A coleta de dados para a análise qualitativa deu-se por meio da observação participante, documentos e incidentes críticos. Considerando os dois aspectos básicos para descrever os tipos de pesquisa que foram realizadas, proposto por Vergara (2010), quanto aos fins e quanto aos meios, tem-se: Quanto aos fins, tratou-se inicialmente de uma pesquisa descritiva, explicativa e aplicada. Descritiva porque expõe as características e correlações entre as variáveis, servindo de base para a explicação do projeto como um todo. Explicativa, porque, segundo Vergara (2010), tem como objetivo principal tornar algo inteligível, justificado os motivos, de forma á esclarecer quais fatores contribuíram para a ocorrência de determinado fenômeno. E por fim, aplicada, porque ela “é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não. Tem por tanto, finalidade prática” (VERGARA, 2010, p. 43). Isto é, após a verificação e estudo de todos os processos da organização, foram propostas sugestões de melhoria para a otimização da mesma. Quanto aos meios, a técnica escolhida foi o estudo de caso, a pesquisa bibliográfica e documental. Segundo Yin (apud Roesch, 2005, p.155), o estudo de caso “é uma estratégia de pesquisa que busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto”, e conforme Vergara (2010, p. 44) “tem caráter de profundidade e detalhamento”, ou seja, através do método de estudo de caso, o profissional desenvolve uma visão sistêmica, e desta forma, é possível analisar um plano de negócios de vários ângulos, facilitando a avaliação de uma Organização, e consequentemente, contribuir significativamente para o seu crescimento. 10 A pesquisa bibliográfica também foi de grande importância para a construção do projeto, pois “é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível para o publico em geral” (VERGARA, 2010, p. 43). E para que se possa de fato, entender e construir todo um referencial teórico é necessárias diversas fontes de consulta. E por fim, a pesquisa documental que se trata da pesquisa realizada por meio de documentos, podendo ser “registros, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, comunicações informais, filmes, microfilmes, fotografias, videoteipe, dispositivos de armazenagem por meios ópticos, magnéticos e eletrônicos em geral, diários, cartas pessoas, entre outros” (VERGARA, 2010, p. 43). Isto é, a pesquisa documental serviu de base para o estudo dos resultados financeiros advindos do marketing em relação às vendas brutas da organização, pois foi por meio da análise dos registros financeiros internos da organização, que foi possível medir a porcentagem de vendas após a dedução dos custos das mercadorias vendidas, ressaltando o objetivo deste estudo de caso. Durante o estudo, foi necessário fazer a análise da concorrência, onde a técnica utilizada foi a de cliente oculto. Isso significa que para a obtenção das informações desejadas, foi necessário solicitar orçamentos sem identificar o real motivo para tal. Neste caso, foram necessárias duas semanas para a reunião de todas as informações necessárias, onde a primeira, foi destinada a solicitação de orçamentos via aplicativo de whatsapp e negociações, como formas e condições de pagamentos. E a segunda, foi solicitado alguns preços pessoalmente, onde observou-se as jóias oferecidas pelas concorrentes que eram iguais as que a empresa objeto de estudo trabalha. Deste modo, foi possível saber quais seus respectivos fornecedores, e descobrir qual a margem de lucro utilizadana formulação do preço das concorrentes. Assim, por meio desse levantamento, foi possível fazer um comparativo com a empresa objeto de estudo, em relação aos seus preços de venda. 4. ANÁLISE DOS DADOS A análise dos dados se deu por meio das pesquisas acima descritas, para que fosse possível observar a organização de maneira holística, para então, selecionar as melhores estratégias para contribuir para o desenvolvimento contínuo da mesma. 11 A seguir, a descrição de todos os dados obtidos com relação à organização e ao marketing, bem como o diagnóstico obtido através deste estudo de caso. 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO A organização objeto de estudo, é do setor joalheiro, fundada em 2007 e localizada na cidade de Tubarão – SC. Trata-se de um escritório, localizado no segundo andar de um prédio, cujos horários com os clientes são pré-agendados, ou seja, entra-se em contato antecipadamente para marcar um horário de atendimento, e ao chegar no prédio, toca-se uma campainha, onde por meio da identificação por voz e câmera, o cliente é identificado para que suba até o escritório. Há também a possibilidade da venda externa, onde o cliente entra em contato, informa suas necessidades e desejos, e a vendedora se desloca até o local indicado por ele para mostrar as peças, e posteriormente, efetuar a venda. Seus principais produtos são anéis, alianças, brincos, pulseiras, correntes, pingentes, pulseiras e tornozeleiras em ouro 18k, a pronta entrega, ou então peças personalizadas de acordo com o que o cliente deseja. No caso de peças personalizadas, é importante ressaltar, que a organização aceita o metal do cliente para o derretimento e fabricação da peça desejada, sendo este metal de diferentes tipos de ouro, como, por exemplo, o ouro 10k, que posteriormente é transformado em ouro 18k. Os clientes são prospectados por meio da indicação dos clientes já existentes, ativos ou não, e normalmente são clientes que prezam a discrição; serviço este, que a organização oferece em todas as etapas do processo, desde a localização e a segurança do escritório, até a venda em si e o pós venda. Já seus fornecedores são selecionados por meio da Feninjer – Feira Nacional da Indústria de Joias, relógios e afins, que ocorre duas vezes ao ano (em fevereiro e agosto). Segundo o site da Feninjer (2017), a feira é o maior e mais importante evento do setor joalheiro na América Latina, e é onde os fornecedores disponibilizam seus serviços, lançam suas novas coleções e apresentam sua organização de maneira geral. Então, é na feira que a proprietária da organização tem a oportunidade de comprar novos produtos e aderir a novos fornecedores de acordo com as necessidades da mesma. Atualmente, a organização conta com quatro funcionários, cujas responsabilidades são assim distribuídas: financeiro, responsável por todas as finanças e pagamento de funcionários; 12 administrativo, responsável pela verificação de orçamentos com fornecedores, pelas solicitações de compras, pelo controle de estoque e das vendas mensais; cobranças, cuja função é um tanto quanto diferenciada, pois no ato da venda é apresentada a opção de que nos vencimentos de cada parcela, uma funcionária entre em contato e agende um local para que a mesma possa ir receber o pagamento, (neste caso, consequentemente, é mantido contato no pós venda, e verificado as necessidades dos clientes, se mantendo presente na mente dos mesmos); e por fim, a proprietária: Juliana, responsável pelas vendas e atendimento ao cliente. Em relação à organização, trata-se de um escritório diferenciado, uma vez que, não possui fachada, nem está localizada na área central da cidade, justamente para atender as exigências de seu público-alvo: a discrição. Deste modo, os atendimentos são feitos com horários pré-agendados, em um lugar indicado pelo cliente ou no próprio escritório. Os clientes prospectados pela organização são normalmente, indicações dos já existentes. Isto é, o ramo joalheiro na região é bastante comum, mas o serviço oferecido em questão é diferenciado. Em suma, a organização está em constante busca por inovação, a fim de oferecer um serviço diferenciado para a sua carteira de cientes, pois reconhece que, qualquer organização pode abrir neste segmento, mas para manter-se bem posicionada no mercado competitivo, é necessário adotar estratégias diferentes e criativas para se tornar referência no que faz. 4.1.1 Estratégias de marketing É fundamental que a organização faça um diagnóstico de marketing, a fim de identificar quais os aspectos precisam ser mantidos, aprimorados e até mesmo excluídos, em prol da prospecção e retenção de clientes e melhoria contínua dos resultados. Priorizar o marketing não é tarefa apenas de um setor específico. É importante que os colaboradores da organização percebam que a preocupação com o cliente deve ser de todos, devendo ocorrer em todas as etapas do processo, pois de nada adianta o setor de marketing criar estratégias competitivas, se todos não estiverem comprometidos. Isto é, todos os funcionários da organização são responsáveis pelo marketing e pela construção de uma boa imagem da marca e da organização no mercado. 13 A organização objeto de estudo não tem um setor específico voltado para o marketing, mas reconhece a importância de fazer com que todas as etapas do seu processo sejam bem feitas, pois dessa forma, mantém-se bem posicionada na mente de seus clientes, facilitando a retenção dos mesmos e prospecção de potenciais. A seguir, são definidas as quatro variáveis do composto de marketing, bem como sua aplicação dentro da organização de estudo, por meio da observação e de uma reunião com os proprietários da mesma. Quadro 1 – Quatro P’s PRODUTO/SERVIÇOS PREÇO Joias em ouro 18k: anéis, alianças, brincos, pingentes, pulseiras, correntes e tornozeleiras; Nome da marca com nome e um símbolo de brilho/luz, que remete a delicadeza de uma jóia; Embalagens linha tradicional, infantil e mais sofisticada; Garantia de três meses; Preços são cadastrados por meio de códigos de venda, que são multiplicados pela cotação do ouro do dia; Prazos de pagamento para primeiro pagamento 30 a 40 dias, em até 10x, por carnê, cartão, cheque ou boleto; Descontos de 10% nas compras à vista para novas coleções, e até 30% para coleções anteriores podendo ser parcelado; PRAÇA PROMOÇÃO Instalações com cores neutras que transparecem elegância e sofisticação; Música ambiente e wifi; Oferecidos café, água, suco e biscoitos durante o atendimento; Peças variadas em estoque para oferecer aos clientes; Divulgação “boca a boca”; Criados em 2015, o facebook e instagram da organização; Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 14 4.1.2 Análise dos concorrentes, clientes e fornecedores Com o crescimento contínuo do mercado, faz-se necessário á análise dos concorrentes, a fim de verificar seus pontos positivos e negativos e melhorá-los. Afinal, uma organização que permanece com as mesmas estratégias, dificilmente ganhará espaço no mercado. A seguir, o quadro da análise da concorrência, comparando a organização objeto de estudo com duas concorrentes, sendo denominadas com concorrentes A e B. Quadro 2 – Concorrência Organização Quali dade Preço Condições de pagamento Locali- zação Atendi- Mento Garantia Serviços Objeto de estudo Ótimo Regular 10x carnê; 10x cartão; 10x boleto Regular Ótimo Ótimo Ótimo Concorrente A Ótimo Ótimo 1+9 carnê;10x cartão Ótimo Ótimo Regular Regular Concorrente B Ótimo Ruim 1+9 carnê; 6x no cartão Ótimo Ótimo Regular Regular Fonte: Elaborado pela autora, 2016 Em relação à qualidade, observa-se que as organizações trabalham com os mesmos fornecedores, havendo diferenças entre alguns, mas a maioria se trata dos mesmos. Estes fornecedores estão no mercado há bastante tempo e desenvolvem peças de qualidade excelente, então, neste quesito, a organização objeto deste estudo, e concorrentes estão bem posicionadas. Sobre o preço, verificou-se que a concorrente A possui o preço mais baixo, seguido pela organização objeto de estudo, e por ultimo, a concorrente B. A organização em questão, 15 tem uma gama maior de condições de pagamento para oferecer aos seus clientes, aceitando pagamentos em 10x no cartão, carnê ou boleto. A concorrente A pede uma entrada para pagamentos no carnê, podendo parcelar em mais nove vezes, e no cartão, em 10x. Já a concorrente B, pede 1+9 para compras no carnê, e oferece parcelamento de no máximo até 6x no cartão. A localização de ambas as concorrentes são consideradas melhor, visto que estão localizadas no centro comercial da cidade, sendo um lugar de fácil acesso e boa visualização. A organização objeto deste estudo está localizada num bairro mais afastado do centro da cidade, e não tem placas para identificação, o que dificulta a visualização e o acesso. O atendimento de todas as organizações é ótimo, com atendentes simpáticas e dispostas a tentar ajudar. A garantia também se iguala nas concorrentes analisadas, onde ambas oferecem um certificado com o termo de autenticidade do ouro. Já a organização deste estudo, além desse termo, oferece também o prazo de três meses para algum defeito que a peça possa vir apresentar. E a maior diferença entre a organização e suas concorrentes, está nos serviços oferecidos aos clientes, pois ambas as concorrentes estão bem posicionadas no centro comercial da cidade á disposição do cliente, ou seja, a localização é ótima, mas são os clientes que devem ir à loja para comprar, pagar, fazer orçamentos, dentre outros. Já na organização objeto de estudo, embora a localização não chame atenção justamente porque sua carteira de clientes preza a discrição, ela oferece o serviço de logística até o cliente, seja para atendê-lo no conforto da sua casa, para cobrar as parcelas vencidas pessoalmente, ou para fazer entregas de pedidos e compras feitas através do aplicativo whatsapp (aplicativo este, que facilita muito o envio de fotos, orçamentos e novidades para os clientes, a fim de manter um contato no pré e pós venda). Com relação aos concorrentes, a organização conta com uma carteira de fornecedores bastante ampla, contendo atualmente quarenta fornecedores ativos. Todos oferecem produtos de qualidade, a diferença entre cada um está na flexibilidade, prazos de pagamentos, preços e tipos de peças que vendem. Por isso, há a necessidade de dispor de uma ampla lista de fornecedores, pois um acaba suprindo o que o outro deixa a desejar. Então, quando é necessário fazer pedidos, verifica-se qual a necessidade do cliente, se for, por exemplo, agilidade, busca-se o fornecedor com prazos de entrega mais rápidos, ou se for, preço, faz-se orçamentos a fim de escolher o menor preço. Em suma, os fornecedores são selecionados de 16 acordo com o que oferecem e a necessidade do cliente e da organização em determinado momento. Já o público alvo da organização, pode ser classificado em mulheres de 18 á 60 anos, de classe média e alta, que residem em Tubarão – SC. Existe uma grande variabilidade destas mulheres em questão de nível de escolaridade e média salarial. Mas de modo geral, são mulheres que encaram a compra de jóias como um investimento, além da busca pela elevação da auto-estima. E clientes ativas, que adquirem peças com os valores variados, desde que atendam suas necessidades e expectativas. O atendimento de algumas clientes não é feito na loja física, e sim em lugares pré- determinados pelas mesmas, que costumam ter uma rotina bastante ativa e não tem tempo para se deslocar até a loja. A pré-disposição da equipe da organização objeto deste estudo em se deslocar até os clientes, a flexibilidade em se tratar de condições de pagamento e garantias, e o atendimento diferenciado, não apenas em questão de logística, mas também no esforço em tentar conseguir satisfazer as necessidades dos clientes, mesmo quando não se tem as peças disponibilizadas em estoque, são os fatores que fazem com que os clientes optem por efetuar suas compras na Organização. 4.2 ANÁLISE SWOT (F.O.F.A) A seguir, o quadro com a análise SWOT da organização, elaborado pelas funcionárias e gestores através de uma reunião, a fim de verificar os pontos fortes e fracos, internos e externos a ela. Quadro 3 - SWOT SWOT Positivos Negativos In te rn o s Pontos Fortes Ambiente Próprio, sem gastos com aluguel, podendo concentrar o capital da organização em outras coisas; Design sempre diferenciado, pois a organização reconhece que se comprar muitas peças iguais, as chances de clientes se encontrarem com jóias iguais, aumentam; Pontos Fracos Organização pouco conhecida: além de não estar localizada no comercio central da cidade, não possui placa de identificação a fim de promover a sua própria segurança, mas consequentemente faz com que clientes potenciais não tenham a oportunidade de conhecê-la; 17 Pronta-entrega, pois os clientes são imediatistas e dificilmente esperam na hora da aquisição de jóias; Variedade, a fim de tentar atender os gostos e necessidades dos mais diversos tipos de clientes; Atendimento personalizado: a equipe se dispõe de atender os clientes (vendas, cobranças e entregas) em lugares indicados por eles; Disponibilidade: Quando o cliente solicita atendimento em dias ou horários diferenciados, através de pré-agendamento; Garantia: Independente do tempo de compra se é constatado defeito de fabricação – e não mau uso por parte do cliente –, as medidas para a troca/consertos de peças são imediatamente tomadas. Pouca divulgação: Atualmente conta com o facebook e instagram, fazendo com que o alcance de pessoas seja limitado; Falta de planejamento estratégico: A organização não possui um plano estratégico, dificultando a estipulação de metas a curto e em longo prazo; Layout: o escritório atualmente só dispõe de uma sala para atendimento, gerando transtornos quando dois ou mais clientes chegam sem horário agendado, assim, o segundo local para atendimento se torna a recepção, sem estrutura para tal; E x te rn o s Oportunidades Mercado masculino: Os homens estão cada vez mais adeptos a moda. O que antes era considerado exclusivamente para mulheres, hoje em dia, com a diversificação de modelos, o segmento joalheiro trás muitas opções para o público masculino; Mercado potencial para peças personalizadas: A necessidade de ter algo ou presentear alguém com algo simbólico, atualmente vêm aumentando devido ao valor agregado que esses produtos carregam consigo; Ameaças Concorrência em ouro 18k e semijoias: Na cidade de Tubarão existem muitas lojas no segmento de jóias, além de revendedoras autônomas (sacoleiras), e de semijoias, o que de certo modo, diminui a vantagem competitiva da organização; Aumento da criminalidade; Poder aquisitivo variante com a crise: Por ser um segmento de não necessidade, e sim desejo, coma crise muitas pessoas podem diminuir ou acabar não comprando jóias em ouro 18k. Fonte: Elaborado pela autora, 2017 4.3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Durante todo o período em que a organização se posicionou no mercado, o marketing não foi explorado. A estratégia era basicamente, oferecer um serviço diferenciado para o 18 cliente, desde atendimento e cobrança personalizada, com opção de ser no escritório ou no local indicado por ele, até a disposição de procurar e/ou fabricar peças específicas para atender as exigências propostas pelo consumidor, e flexibilidade de negociações. Além, de oferecer peças de qualidade, com garantia e suporte. Deste modo, a divulgação boca a boca, indicações específicas e aplicativo de whatsapp eram as únicas aliadas da organização na prospecção e retenção de clientes. Sendo que o aplicativo era utilizado como uma ferramenta apenas de auxílio, caso o cliente solicitasse uma foto, ou quisesse agendar um horário para atendimento. A seguir, uma linha do tempo com as ações realizadas durante o estágio, com relação à implantação do marketing na organização. Quadro 4- Linha do tempo do estágio Elaborado pela autora, 2017 Conforme a linha do tempo do quadro 4, no final de julho de 2015, em uma reunião com os colaboradores, os gestores aceitaram a proposta de explorar o marketing na organização, que percebendo outras empresas de diferentes segmentos explorarem esta ferramenta, entraram num consenso de que poderia causar um efeito benéfico para a organização. As ferramentas escolhidas foram o Instagram e Facebook pessoal, por serem de fácil acesso, populares e sem custo. Entretanto, por ser uma organização pequena e o quadro de JUL/2015 Criação do Facebook e Instagram JUN/2016 Análise e diagnóstico da organização JUL/2016 Diminuição da margem de lucro AGO/2016 Fabricação de embalagens de papel com os endereços das redes sociais AGO/2016 Whatsapp passa a ser mais explorado em busca de clientes ativos e inativos JAN/2017 Percebida a eficácia do marketing através do comparativo financeiro ABR/2017 Aumento das publicações do facebook e instagram, a fim de atrair mais clientes AGO/2017 Ideia para criação de uma fanpage, e aprimorar as publicações por meio de vídeos 19 funcionários já ser enxuto, a função de fotografar, editar e fazer as postagens passou a ser da auxiliar administrativo, no intervalo de uma e outra tarefa, ou seja, a dedicação era pouca se comparada com o seu real potencial de abrangência. Em junho de 2016, foi realizada a análise e diagnóstico da organização, e com base nos dados levantados e da técnica de cliente oculto, foi verificado que o preço de venda da peças personalizadas estavam acima dos concorrentes. Então, no mês seguinte, foi optado por diminuir a margem de lucro destas peças, a fim de se manter equiparada com a concorrência. Em agosto de 2016 foi solicitada a fabricação das embalagens de papelão com além da logo, com o endereço de instagram e facebook. E o aplicativo de whatsapp passa a ser considerado mais do que uma ferramenta de auxílio, pois, é considerado uma ferramenta de interação com os clientes ativos e inativos, e desta forma possibilita com que a organização mantenha-se presente na mente do consumidor, enviando fotos de novidades e mensagens de aniversário. No início de 2017, através do comparativo do ano de 2015 e 2016, foi percebido o impacto do marketing na organização por meio da porcentagem de vendas brutas. Com isso, em abril do mesmo ano, a organização passou a se dedicar ainda mais nas publicações das páginas em redes sociais em busca de atingir um público ainda maior e manter-se presente dos clientes já existentes. Colocadas em prática, as ações descritas na linha do tempo, é fundamental analisar financeiramente e eficiência e a eficácia dessas ações, a fim de entender o que gera e o que não gera o retorno esperado, para que assim, seja possível aperfeiçoar as técnicas utilizadas. GRÁFICO 1 – Comparativo das receitas de vendas brutas 20 Fonte: Elaborado pela autora, 2017 No gráfico, a primeira coluna refere-se à comparação dos doze meses dos anos de 2015 e 2016, embora a criação do Facebook e Instagram tenha ocorrido apenas no final de julho de 2015. Ainda assim, por meio deste comparativo é perceptível o aumento de 18,04% nas vendas brutas da organização. Já a segunda coluna, cuja comparação refere-se de janeiro a julho de 2016 versus janeiro a julho de 2017, o aumento já é de 32,98%, possibilitando uma prospecção de aumento até o final do ano ainda mais significativa. No entanto, sabe-se que continuar apostando nas mesmas estratégias durante um longo período de tempo, pode acabar deixando a organização em desvantagem se comparada com seus concorrentes. E isto fica visível no gráfico 2, que diz respeito à análise do desempenho de vendas nos meses subseqüentes ás tomadas de decisões. GRÁFICO 2 – Análise dos meses subseqüentes às tomadas de decisão 0.00% 10.00% 20.00% 30.00% 40.00% 50.00% 60.00% 70.00% 80.00% 90.00% 100.00% 2015/2016 Jan a Julho/2016 e Jan a Julho/2017 Comparativo das Receitas de Vendas Brutas 21 Fonte: Elaborado pela autora, 2017 Neste caso, considera-se o mês de julho de 2015 o ponto de partida para análise, onde foram criados o Facebook e o Instagram, aumentando em 124,80% o percentual de vendas em agosto do mesmo ano. Em junho de 2016, foi feita a análise e diagnóstico da organização como um todo, e por meio disso, verificou-se que os concorrentes estavam se sobressaindo perante a organização, por oferecerem preços de venda melhores. Optou-se então, pela diminuição da margem de lucro das peças personalizadas. E no mês seguinte, o aumento das vendas brutas foi de 38,30%. Em agosto de 2016, o Whatsapp passou a ser mais bem explorado, a fim de manter-se presente na mente do consumidor, e o aumento das vendas em setembro foi de 12,10%. Já em janeiro de 2017, com a percepção concreta de que estas ferramentas impactaram significativamente no financeiro da organização, considerando as vendas brutas, a organização passou a levar a sério a qualidade e a freqüência das postagens, e no mês seguinte o aumento das vendas foi de 34,55%. Entretanto, por se tratar de uma organização pequena, este capricho não perdurou, devido às outras variadas funções que as funcionárias tinham que cumprir. Então em abril de 2017, estas postagens voltaram a ser constantes, aumentando em 20,35% as vendas no mês subseqüente. 0.00% 20.00% 40.00% 60.00% 80.00% 100.00% 120.00% 140.00% Julho de 2015 Agosto de 2015 Julho de 2016 Setembro de 2016 Fevereiro de 2017 Maio de 2017 Análise dos meses subsequentes às tomadas de decisão 22 Sabe-se que no Brasil, as vendas, nos mais diversos setores oscilam de acordo com determinadas épocas do ano. Por isso, os gráficos 1 e 2 se complementam na análise dos dados, pois o gráfico 2 demonstra apenas o aumento de vendas no mês subseqüente a alguma ação estratégica tomada, podendo ter outros fatores para este aumento, como a época do ano, ou datas comemorativas que impulsionam as vendas em determinado mês. No entanto, o gráfico 1 demonstra que mesmo com estes possíveis fatores, após a adoção do marketing na organização como ferramenta competitiva e de desenvolvimento, o comparativo de vendas de 2015/2016, com o comparativo de vendas de janeiro à julho de 2016 versus este mesmo período em 2017, o aumento de 32,98% é realmente significativo. 4.3.1 Propostasde melhorias Após observar os resultados positivos apenas com as ferramentas do Facebook e Instagram, percebe-se a necessidade de expandir esses meios através da criação de uma Fanpage, pois desta forma, é possível impulsionar as publicações para o público que a organização deseja alcançar, e ainda, podendo escolher o tempo que a publicação deve ficar no ar e o custo a ser pago para que isso aconteça. Deste modo, as publicações devem ser também aprimoradas, para que prendam a atenção dos clientes existentes e potenciais. Neste caso, a idéia é fazer vídeos curtos, que permitem mostrar todos os detalhes da peça, por diferentes ângulos, facilitando a interação do consumidor com a jóia. Além da contratação de mais uma funcionária que fique responsável pela movimentação e publicações das redes sociais, de modo que esta área receba a atenção necessária para que os objetivos propostos neste estudo, realmente sejam cumpridos. No entanto, com as estratégias de marketing adotadas até então, diariamente percebe- se uma mudança no comportamento dos clientes em relação às idas no escritório. Antes, os horários eram agendados com antecedência média de dois dias. Hoje, principalmente após as postagens no facebook e instagram, os mesmos já se interessam e se deslocam até o escritório sem avisar, impulsionados pelo que vêem. Assim, com apenas uma sala para atendimento, e o aumento de clientes indo no escritório sem horário pré-definido, muitas vezes é necessário atender na recepção, o que faz com que a atenção de ambos os lados (vendedora e cliente) não seja tão boa como quando o horário é antecipadamente marcado. 23 Por isso, percebeu-se a necessidade de expandir o escritório e mudar o layout, a fim de criar um número maior de ambientes para atendimento, que continuem trazendo conforto e sigilo para os clientes, mas que aumentem a capacidade da organização em melhor atender á todos. O projeto arquitetônico já está sendo feito, para que a obra tenha início no primeiro semestre de 2018, para que a partir disso, sejam implantadas estas estratégias de marketing d juntamente com outras citadas a seguir. Isso porque, além do impacto financeiro positivo que o marketing trouxe para a organização, atrelado a ele, vem o aumento da carteira de clientes e a necessidade de expansão para melhor atendê-los. Por este motivo, as novas idéias para o marketing, só poderão tomar forma após a execução da obra, pois o crescimento organizacional e financeiro deve estar em conformidade com a sua capacidade. No entanto, após a execução da obra, com a capacidade de atendimento aumentada, será necessário retomar os investimentos no marketing, não só por causa do custo tido, como também para fazer jus à necessidade de aumento do escritório. Então, além de expandir nas redes sociais, sugere-se fazer uma nova pesquisa de mercado, a fim de identificar onde os clientes em potencial estão localizados, para então, criar estratégias que convidem os mesmos a conhecer as jóias e serviços oferecidos pela organização. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o desenvolvimento do setor joalheiro, a organização passa a direcionar sua atenção nos clientes existentes e em potencial, e em como se manter bem posicionada no mercado competitivo. A estratégia neste caso é oferecer muito mais do que jóias com design diferenciado, mas todo um serviço agregando valor ao produto final. O diagnóstico organizacional contribuiu para que através de uma visão holística, fosse possível observar as oportunidades de melhoria para que a organização objeto de estudo crescesse e se desenvolvesse ainda mais. Nesse sentido, a área de marketing foi percebida como a área que precisava de atenção, pois até então, era pouco explorada, embora tivesse grande capacidade de obtenção de resultados. Sendo assim, o objetivo deste estudo de caso, que se tratava de estudar os recursos financeiros advindos do marketing na organização, foi devidamente alcançado. Pois, por meio 24 da análise financeira em relação ao comparativo das vendas brutas em determinados períodos, a visão sobre o tema, e sobre o real impacto que a implantação de estratégias pode acarretar, torna-se mais ampla, e gera assim, a constatação de que com o avanço das tecnologias, as organizações precisam se modernizar e investir no marketing. Neste caso, as estratégias de marketing foram implantadas e em um ano, por meio de comparativos com o ano anterior, já se percebeu a sua importância para o desenvolvimento da organização, incluindo a parte financeira, que vem acompanhada de fatores essenciais, como a divulgação da marca, a prospecção e retenção de clientes, e consequentemente um giro maior de peças no estoque. Considerando o cenário econômico atual, e com a verificação de que o setor joalheiro nos últimos anos vem crescendo, é o momento em que as organizações devem criar diferenciais competitivos, a fim de conquistar os clientes não só ao oferecer uma jóia, mas sim pela união de fatores e benefícios que a jóia carrega consigo. No caso da organização objeto de estudo, os serviços agregados são os seus diferenciais competitivos, pois, ela oferece o atendimento, entrega das peças e cobranças no escritório ou em algum local indicado pela cliente. O que trás comodidade ao cliente em questão, que ás vezes não possui tempo para se deslocar para efetuar a compra ou fazer o pagamento da sua parcela. E, ao alinhar esse diferencial com a implantação do marketing na organização, geraram-se resultados financeiros positivos para a mesma, pois o retorno de se fazer apenas algo bem feito diariamente, comparado com o retorno de se fazer algo bem feito e divulgado acaba tomando proporções bem diferentes. De maneira geral, este estudo de caso foi de suma importância para que como pesquisadora, fosse possível colocar e prática os conhecimentos adquiridos durante o curso, analisando e propondo sugestões para melhorar o desenvolvimento da organização. E para os proprietários da organização, uma vez que percebam e avaliem-na por um ângulo diferente, visto que o resultado foi constatado e tido como positivo. Por tanto, levando em consideração a importância de uma análise e diagnóstico organizacional, espera-se que a organização objeto de estudo possa efetivamente dar seqüência às sugestões de melhoria detectadas pela autora do trabalho, como sendo necessárias para o desenvolvimento contínuo da organização. 25 REFERÊNCIAS ASSAF Neto, Alexandre. Curso de administração financeira / Alexandre Assaf Neto, Fabiano Guasti Lima. – 2. Ed. – São Paulo: Atlas, 2011. CERTO, Samuel C.; PETER, J. P. Administração estratégica: planejamento e implantação de estratégias / Samuel C. Certo, J. P. Peter; tradução e adaptação Reynaldo Cavalheiro Marcondes, Ana Maria Roux Cesar. – 3 ed. – São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010. DEITEL, H.M. E-business e e-commerce para administradores /H. M. Deitel, P.J Deitel, K. Steinbuhler. Tradução Maurício Stocco, Monica Rosemberg, José Carlos Barbosa dos Santos. Revisão técnica Danielle Gomes S. T. Fonseca, Pedro de Campos Azevedo. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2004. FENINJER. Sobre a feira. Disponível em <http://feninjer.com.br/sobre-a-feninjer-2/> Acesso em 08 out. 2017. GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira / Lawrence J. Gitman; tradução Allan Vidigal Hastings; revisão técnica Jean Jacques Salim. – 12. Ed. – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. INFOJOIA. Para o alto e avante. Publicado em 19 jun. 2017. Disponível em <http://novo.infojoia.com.br/noticias/interna/15021/para-o-alto-e-avante> Acesso em 12out. 2017 JONES, Gareth R. Teoria das organizações. Gareth R. Jones; tradução Luciane Pauleti e Daniel Vieira; revisão técnica Luciana Oranges Cezarino. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010 KOTLER, Philip. Administração de marketing. Philip Kotler, Kevin Lane Keller. Traduçã=o Sônia Midori Yamamoto; revisão técnica Edson Crescitelli. 14. Ed. – São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. 26 KOTLER, Philip, ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. Tradução Sabrina Cairo; revisão técnica Dilson Gabriel dos Santos e Francisco Alvarez. Ed. 15. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. ______, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. Tradução Cristina Yamagami; revisão técnica Dilson Gabriel dos Santos. 12. Ed. – São Paulo: Peardson Prentice Hall, 2007. MAGALHÃES, Alexandre. Gestão de Marketing. Alexandre Magalhães. Natal: Edunp, 2011. E-book – livro eletrônico disponível online. REICHELT, Valesca Perch. Fundamentos de marketing [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes, 2013. ROCHA, Águida Garreth Ferraz . Planejamento e gestão estratégica. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágio e de pesquisa em administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2005. ROSA, José Antônio. Roteiro para análise e diagnóstico da empresa. São Paulo: STS, 2001. SERTEK, Paulo. Administração e planejamento estratégico [livro eletrônico] / Paulo Sertek, Roberto Ari Guindani, Tomas Sparano Martins. – Curitiba: Intersaberes, 2012. SOUZA, Ovanildo Gonçalves. Consultoria empresarial. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016 STEFANO, Nara. E-commerce: conceitos, implementação e gestão [livro eletrônico] / Nara Stefano, Izabel Cristina Zattar. Curitiba: Intersaberes, 2016. 27 STRAUSS, Judy. E-marketing. Judy Strauss, Raymond Frost. Tradução Regina Claudia Loverri. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. TURCHI, Sandra R. Estratégias de marketing digital e e-commerce /Sandra R. Turchi. São Paulo: Atlas, 2012. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 4.2 ANÁLISE SWOT (F.O.F.A)
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