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CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 07 Olá, Pessoal! Esta é a sétima e última aula do curso de Administração Pública para AFRFB e AFT. Gostaria de agradecer pela confiança que vocês depositaram em nosso trabalho e espero ter atendido à expectativa de todos. Enquanto o concurso não sai, o ideal é se preparar com calma e tranquilidade. Nesta aula, veremos os seguintes itens: Aula 07 – 15/05: 12. Controle da Administração Pública. 13. Ética no exercício da função pública. Boa Aula! Sumário 1 ÉTICA NO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO PÚBLICA ........................................................ 2 1.1 ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .......................................................................... 3 1.2 SISTEMA DE GESTÃO DA ÉTICA DO PODER EXECUTIVO FEDERAL ......................................... 10 1.3 CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL .............................................. 12 1.4 CÓDIGO DE ÉTICA DO SERVIDOR PÚBLICO ................................................................. 15 2 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ......................................................... 21 2.1 SEPARAÇÃO DOS PODERES NO CONTEXTO BRASILEIRO ................................................... 23 2.2 CONTROLE EXTERNO .......................................................................................... 25 2.3 AUTOTUTELA E CONTROLE INTERNO ........................................................................ 30 2.4 REVISÃO JURISDICIONAL DOS ATOS ADMINISTRATIVOS ................................................. 33 2.5 CONTROLE SOCIAL ............................................................................................ 36 3 PONTOS IMPORTANTES DA AULA ....................................................................... 48 4 QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................... 49 4.1 ÉTICA NO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO PÚBLICA ................................................................ 49 4.2 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................................... 68 4.3 LISTA DAS QUESTÕES ........................................................................................ 84 4.4 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................................... 93 4.5 GABARITO ...................................................................................................... 99 5 LEITURA SUGERIDA ........................................................................................... 99 CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 2 1 Ética no exercício da função pública Pessoal, neste item do edital pode cair muita coisa, mas o que tem mais chances de cair é o Código de Ética do servidor Público Federal. Por isso, concentrem suas atenções nele, leiam ele atentamente. Eles gostam de cobrar a letra da lei mesmo. Contudo, também podem cair conceitos ligados à ética, como veremos aqui. Para entrarmos neste novo tópico, vamos começar conceituando o termo “ética”. Ele é derivado da palavra grega Ethos, que significa modo de ser, caráter. Ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade. O termo grego ethos tem como correlato no latim o termo morale, com o mesmo significado de conduta, ou relativo aos costumes. Ética e moral são termos com uma relação muito próxima. Muitas vezes, moral e ética são empregadas como sinônimos. Ambas, num sentido amplo, são consideradas como de caráter normativo ou prescritivo, definindo quais comportamentos são aceitáveis. O caráter prescritivo significa que elas definem previamente, por meio de normas, preceitos, regras, o que é aceitável ou não. Contudo, temos que tomar cuidado, porque ética e moral, num sentido restrito, deixam de ser a mesma coisa. Em um sentido mais estrito a moral diz respeito aos costumes, valores e normas de conduta específicos de uma sociedade ou cultura, enquanto que a ética constitui o estudo da moral. Marcondes, no Dicionário Básico de Filosofia, afirma que: A moral está mais preocupada na construção de um conjunto de prescrições destinadas a assegurar uma vida em comum justa e harmoniosa A moral nasceu do termo “costumes” em latim. Isso porque ela está ligada às prescrições que determinada sociedade foi construindo ao longo de sua evolução. Uma aplicação disso no direito administrativo pode ser observada no princípio da moralidade, que defende que, quando a Administração Pública adota determinada conduta costumeiramente, rotineiramente, mesmo que não prevista em lei, esta conduta se transforma em um direito do administrado, que a administração continue a agir dessa forma. Como a moral está ligada aos costumes, ela varia com o tempo – o que é considerado aceitável hoje no Brasil, não o era há 50 anos – e com o lugar – o que é aceitável no Brasil não é no Afeganistão. Já a ética, num sentido restrito, diferentemente da moral, trata de estudar sobre a aceitação de alguns comportamentos como legítimos. Assim, a ética pode ser entendida como Filosofia da Moral, ou seja, um pensamento reflexivo sobre os valores e as normas que regem a sua conduta. Segundo o Dicionário Aurélio: CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 3 Ética é o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto. Portanto, a ética constitui aqui a ciência da moral, buscando analisar como em determinados momentos em determinadas sociedades se formou a moral, quais os valores por trás dela, e o que pode ser considerado como universalmente válido. José Matias-Pereira enumera as seguintes diferenças entre a moral e a ética: Ética é princípio; moral são aspectos de condutas específicas. Ética é permanente; moral é temporal; Ética é universal; moral é cultural; Ética é a regra; moral é a conduta da regra; Ética é teoria; moral é prática. 1.1 ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Um texto usado pela ESAF nas questões é “O aprimoramento da conduta ética no serviço público federal”, de João Geraldo Piquet Carneiro, que está na leitura sugerida desta aula. O autor afirma que “O trabalho de prevenção pressupõe”: Pressupostos da Prevenção a fixação de regras claras de conduta geral, a serem observadas em toda a administração; a identificação pormenorizada, por setor, órgão e função, de quais são os padrões éticos a serem observados pelos detentores de cargos de confiança e pelo corpo funcional de cada órgão de governo; o acompanhamento sistemático, através de instrumentos próprios de auditoria, da observância dessas regras de conduta; a criação de instrumentos institucionais pedagógicos de esclarecimento sobre o conteúdo de normas éticas; o estabelecimento de regras flexíveis para correção de desvios verificados, principalmente quando se tratar de transgressões de menor potencial; a transparência desses instrumentos, de tal forma que a opinião pública possa acompanhar a evolução dos trabalhos realizados”. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 4 Ao analisar as medidas no campo da ética no serviço público que estão sendo tomadas por diferentes países, Carneiro agrupa-as em três grandes categorias: Alguns países direcionam sua estratégia para a revisão abrangente do quadro institucional e de procedimentos,com vistas a identificar as deficiências existentes na administração das questões éticas; é o caso da Inglaterra, da Noruega, dos Países Baixos, da Finlândia e dos Estados Unidos; Outros países — em particular a Austrália e a Nova Zelândia — dirigiram suas estratégias para o contexto de reformas da administração pública, nas quais a questão ética é tratada apenas como parte de novos modelos gerenciais e de novas políticas de recursos humanos; Numa terceira categoria, estão países como México e Portugal, que adotaram medidas no campo ético, a partir de um contexto em que inexistia o arcabouço jurídico necessário, ou em que este não era observado. Podemos observar que no primeiro grupo estão os países que primeiro investiram no modelo pós-burocrático, ou seja, a reforma do Estado, a mudança das formas de controle deve abranger também uma mudança nas concepções de ética. No segundo grupo, estão países que reformaram o sistema de ética dentro da reforma da administração pública. Alguns fatores são importantes para que estas medidas sigam em frente. O compromisso político é o primeiro deles. Inglaterra, Estados Unidos, Noruega e Países Baixos trataram de dar certa envergadura às iniciativas políticas, como forma de mobilizar o funcionalismo e sensibilizar a opinião pública. Nessa mesma direção, a Austrália lançou um “Guia de Responsabilidades Ministeriais” para ser distribuído às autoridades empossadas na cúpula dos ministérios. Outra manifestação tangível do compromisso político é a alocação de recursos materiais e humanos adequados para garantir a montagem e sustentação de uma estrutura gerencial no campo ético. Outro fator é o Arcabouço jurídico. No campo jurídico, há diferenças importantes entre os países. Em todos, porém, existe a preocupação de distinguir as transgressões de natureza penal daquelas apenas de caráter administrativo ou civil. Em todos os países, o tratamento processual da infração ética observa a separação entre o processo penal, de um lado, e o administrativo, de outro. Há, no entanto, diferenças em relação a quem cabe investigar ou acionar a justiça. Outra preocupação compartilhada pelos países é no sentido de criar ou valorizar dispositivos legais e procedimentais destinados a conferir crescente CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 5 transparência às ações governamentais, de forma a permitir que a sociedade delas tome conhecimento mais fácil. Com isto reforça-se a prestação de contas (accountability) inclusive no plano ético. Em certos países, a capacidade de controle externo foi reforçada pela figura do Ombudsman, que tem a incumbência de receber e investigar denúncias. Numa linha paralela, há iniciativas destinadas a permitir que o próprio funcionário possa denunciar irregularidades, com garantias de confidencialidade e proteção (whistle-blowing), ou buscar aconselhamento. Em relação aos Códigos de conduta, o tratamento varia de país para país. Alguns países editaram códigos de conduta de caráter geral nos últimos anos (Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Estados Unidos e Portugal). Noruega e Países Baixos descentralizaram suas iniciativas e determinaram que cada órgão preparasse seu próprio código. Programas de treinamento no campo ético têm recebido crescente atenção nos países pesquisados. Relatórios apresentados indicaram que nem a legislação, nem os procedimentos administrativos, nem os padrões de conduta exigidos são do pleno conhecimento do servidor — fato que revela a necessidade de um trabalho pedagógico de difusão das normas éticas entre os servidores. Há grande variedade de órgãos encarregados de questões éticas nos países pesquisados: comitês parlamentares e ministeriais ou mesmo agências independentes. Suas funções podem variar entre fiscalização, aconselhamento ou promoção, assim como a combinação de todas elas. Mais comuns são as instâncias de aconselhamento ou consultoria, havendo um órgão coordenador de assuntos éticos que supervisiona a função dos órgãos setoriais. O último fator é a lnfraestrutura Ética, composta dos seguintes elementos: Arcabouço legal; Mecanismos referentes à responsabilidade (accountability mechanisms); Participação e escrutínio público (vigilância da sociedade e dos meios de comunicação); Compromisso político; Códigos de conduta; Socialização profissional (educação e treinamento); Condições de serviço (ambiente e moral do serviço público); Existência de órgão coordenador de ética. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 6 Contar com uma adequada “infraestrutura ética” é a base para o desenvolvimento de um programa de promoção da ética eficaz, que pressupõe transparência e accountability e envolve: Gestão – Condições sólidas para o serviço público, por meio de uma política efetiva de recursos humanos e que contemple uma instância central voltada para a ética. Orientação – Engajamento das lideranças, códigos que exprimam valores e padrões e socialização profissional, por meio de educação e treinamento. Controle – Quadro normativo que garanta a independência dos procedimentos de investigação e processo, prestação de contas e envolvimento do público. Não obstante a diversidade histórica e cultural e as diferenças de caráter político e administrativo, podem ser identificadas algumas características comuns que constituem a espinha dorsal da gestão da ética, que tem por objetivo o estabelecimento de um padrão ético efetivo. A gestão da ética transita em um eixo bem definido, constituído por: Valores éticos – Representam a expectativa da sociedade quanto à conduta dos agentes públicos. Normas de conduta – Desdobramento dos valores, funcionam como um caminho prático para que os valores explicitados sejam observados, muitas vezes sob a forma de códigos de conduta. Administração – Tem o objetivo zelar pelos valores e normas de conduta, assegurando sua efetividade. Quanto se fala em ética no sentido mais estrito, tal qual aparece em expressões com “ética do servidor público”, está-se em geral referindo a um padrão que serve de guia para a conduta de um determinado grupo. A aprovação de um código de conduta é o meio pelo qual um dado grupo explicita seus compromissos de relacionamento com suas partes (clientes, fornecedores, colaboradores, etc.). Não há receita para um código de conduta, contudo, ele costuma reunir valores éticos, regras de conduta e aspectos diversos de sua administração. Em geral todo código de conduta apresenta um conjunto de deveres e obrigações na área cinzenta que vai além do simples cumprimento do que já está disposto nas leis. Assumindo que o cumprimento da lei é o mínimo da CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 7 ética, ou ainda que o objetivo não é o mero cumprimento da lei, mas seu “bom” cumprimento, a área por excelência dos códigos de conduta é o terreno cinzento entre o que é legal, mas não é moral. Entre os valores éticos mais frequentes nas administrações públicas podemos encontrar: imparcialidade, legalidade, integridade, transparência, eficiência, equidade, responsabilidade, justiça. a) Princípios para a gestão ética no serviço público: O Conselho da OCDE adotou, em 23 de abril de 1998, uma Recomendação sobre o Aperfeiçoamento da Conduta Ética no Serviço Público. A Recomendação baseia-se em um conjunto de Princípios para a Gestão da Ética no Serviço Público estabelecido pelo Comitê de Gestão Pública, preparados para auxiliar os países membros a revisarem seus sistemas de gestão da ética.Os padrões éticos para o serviço público devem ser claros Os servidores públicos devem conhecer os princípios e padrões básicos que, espera-se, sejam aplicados a seu trabalho, assim como os limites dos comportamentos aceitáveis. Uma declaração de padrões e princípios éticos fundamentais, concisa e amplamente difundida, que oriente o serviço público, por exemplo, na forma de um código de conduta, pode atender a semelhante objetivo ao permitir uma compreensão comum no âmbito do governo e da comunidade em geral. Padrões éticos devem se refletir no arcabouço legal O arcabouço legal é a base para a comunicação dos padrões e princípios de comportamento mínimos, obrigatórios a cada servidor público. Leis e regulamentos devem estipular os valores fundamentais do serviço público e prover os aparatos necessários de orientação, investigação, ação disciplinar e execução judicial. Deve-se proporcionar orientação ética aos servidores públicos A socialização profissional deve contribuir para o desenvolvimento do discernimento e das habilidades necessárias, que permitam aos servidores públicos aplicar os princípios éticos em circunstâncias concretas. Atividades de treinamento fomentam a consciência ética e podem desenvolver habilidades essenciais para a análise ética e o raciocínio moral. O aconselhamento imparcial pode contribuir para a criação de um ambiente no qual os servidores CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 8 públicos sintam maior disposição para enfrentar e solucionar tensões e problemas éticos. Mecanismos de orientação e de consulta interna devem ser disponibilizados, de modo a ajudar os servidores públicos a aplicar os padrões éticos básicos no ambiente de trabalho. Os servidores públicos devem conhecer seus direitos e obrigações ao denunciar atos ilícitos Os servidores públicos devem conhecer seus direitos e obrigações, no momento da denúncia de atos ilícitos efetivos ou suspeitos cometidos no serviço público. Tais direitos e obrigações devem incluir regras e procedimentos claros a serem seguidos pelos funcionários, e uma cadeia formal de responsabilidade. Os servidores públicos também precisam saber que tipo de proteção lhes será disponibilizada em caso de denúncia de atos ilícitos. O compromisso político com a ética deve reforçar a conduta ética dos servidores Os líderes políticos têm por responsabilidade manter elevado padrão de decoro no cumprimento de seus deveres oficiais. Seu compromisso é demonstrado pelo exemplo e pela adoção de ações somente disponíveis no nível político. São exemplos: por meio da negociação de arranjos legislativos e institucionais que reforcem o comportamento ético e prevejam sanções para atos ilícitos, pela provisão de apoio e recursos adequados para a execução, no âmbito do governo, de atividades relacionadas à ética, e ao evitar a exploração de regras éticas e leis para fins políticos. O processo de tomada de decisões deve ser transparente e aberto à fiscalização O público tem o direito de saber como as instituições públicas aplicam o poder e os recursos conferidos às mesmas. A fiscalização pela população deve ser facilitada por processos transparentes e democráticos, supervisão pela legislatura e acesso à informação pública. A transparência deve ser promovida por meio de medidas como sistemas de divulgação de informações e pelo reconhecimento do papel de uma mídia ativa e independente. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 9 Devem ser definidas diretrizes claras para a interação entre os setores público e privado Regras claras que definam os padrões éticos devem orientar o comportamento dos servidores públicos com respeito ao relacionamento com o setor privado, por exemplo, no tocante a licitações públicas, contratação externa de serviços ou condições de emprego público. A crescente interação entre os setores público e privado demanda maior atenção aos valores do serviço público e a exigência de que os parceiros externos respeitem esses mesmos valores. Os gestores devem demonstrar e promover a conduta ética Um ambiente organizacional no qual elevados padrões de conduta sejam encorajados, por meio do provimento de incentivos apropriados para o comportamento ético, tais como condições de trabalho adequadas e avaliações de desempenho eficazes, exerce impacto direto sobre a prática corriqueira dos valores e padrões éticos do serviço público. A este respeito, os gestores desempenham um papel importante, ao proporcionarem a seus subordinados um padrão de liderança consistente e adotarem um comportamento exemplar, em termos de ética e conduta em seu relacionamento profissional com líderes políticos, outros servidores públicos e os cidadãos. As políticas, procedimentos e práticas de gestão devem promover a conduta ética As políticas e práticas de gestão devem demonstrar o comprometimento da organização com padrões éticos. Não basta aos governos possuir estruturas baseadas unicamente em regras ou no compromisso. Os sistemas de compromisso por si só podem encorajar inadvertidamente alguns servidores públicos a simplesmente agir nos limites da ilicitude, argumentando que, se não estão violando as leis, sua conduta é ética. As políticas governamentais devem não somente delinear os padrões mínimos, determinantes dos limites de tolerância para as ações de certo funcionário, mas também articular claramente um conjunto de valores do serviço público aos quais os funcionários devem aspirar. As condições do serviço público e a gestão de recursos humanos devem promover a conduta ética As condições de emprego no serviço público, tais como perspectivas de carreira, ascensão profissional, remuneração adequada e políticas de gestão dos recursos humanos, devem estimular um ambiente que propicie o comportamento ético. A utilização consistente de princípios básicos, tais como CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 10 o mérito, no processo contínuo de recrutamento e ascensão profissional, contribui para operacionalizar a integridade do serviço público. Mecanismos de prestação de contas adequados devem estar disponíveis no serviço público Os servidores públicos devem prestar contas por suas ações a seus superiores e, de modo mais amplo, à população. A prestação de contas deve enfocar tanto o comprometimento com as regras e princípios éticos como a consecução dos resultados. Mecanismos de prestação de contas podem ser internos a uma agência ou aplicáveis a todo o governo, ou podem ser providos pela sociedade civil. Mecanismos que promovam a prestação de contas podem ser concebidos para prover controles apropriados, permitindo ao mesmo tempo uma gestão adequadamente flexível. Devem existir procedimentos e sanções apropriados aplicáveis a condutas ilícitas Mecanismos para a detecção e a investigação independente de atos ilícitos, tais como a corrupção, são parte necessária de uma infraestrutura ética. São necessários procedimentos e recursos fidedignos para o monitoramento, a denúncia e a investigação de situações de desrespeito a regras do serviço público, assim como sanções administrativas ou disciplinares proporcionais que desencorajem a conduta ilícita. Os gestores devem exercer apropriadamente sua capacidade de discernimento ao lançar mão desses mecanismos para a adoção de ações necessárias. 1.2 SISTEMA DE GESTÃO DA ÉTICA DO PODER EXECUTIVO FEDERAL O Sistema de gestão da ética do Poder Executivo Federal brasileiro deve ser entendido de forma separada dos demais poderes e esferas de governo, uma vez que estes têmindependência e gestão própria. Este sistema pode ser relacionado com o art. 30 do DL 200, que vimos na página 25 da aula 03. Vimos que o DL organizou a administração pública na forma de sistemas, buscando coordenar as atividades-meio dos diferentes órgãos. Haveria um órgão central do sistema, que teria as funções de orientação normativa, supervisão técnica e fiscalização. O Sistema de gestão ética evoluiu, especialmente na última década, a partir do momento em que houve a criação da Comissão de Ética Pública (CEP), através do Decreto sem número de 26 de maio de 1999. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 11 Inicialmente, a CEP procurou definir um padrão ético focado na Alta Administração Pública Federal, representado pelo Código de Conduta da Alta Administração Federal. A razão para que se iniciassem os trabalhos pela alta administração se baseia no fato de que a conduta dessas autoridades, ocupantes dos mais elevados postos da estrutura do Estado, serve como exemplo a ser seguido pelos demais servidores públicos. Estes, embora sujeitos às diversas normas fixadoras de condutas exigíveis, tais como o Estatuto do Servidor Público Civil, a Lei de Improbidade e o próprio Código Penal Brasileiro, além de outras de menor hierarquia, ainda assim, sempre se sentirão estimulados por demonstrações e exemplos de seus superiores. O Decreto que criou a CEP foi praticamente revogado pelo Decreto 6.029 de 2007, que instituiu o Sistema de Gestão Ética do Poder Executivo Federal: Art. 1º Fica instituído o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal com a finalidade de promover atividades que dispõem sobre a conduta ética no âmbito do Executivo Federal, competindo-lhe: I - integrar os órgãos, programas e ações relacionadas com a ética pública; II - contribuir para a implementação de políticas públicas tendo a transparência e o acesso à informação como instrumentos fundamentais para o exercício de gestão da ética pública; III - promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a compatibilização e interação de normas, procedimentos técnicos e de gestão relativos à ética pública; IV - articular ações com vistas a estabelecer e efetivar procedimentos de incentivo e incremento ao desempenho institucional na gestão da ética pública do Estado brasileiro. Fazem parte do Sistema: Art. 2º Integram o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal: I - a Comissão de Ética Pública - CEP, instituída pelo Decreto de 26 de maio de 1999; II - as Comissões de Ética de que trata o Decreto no 1.171, de 22 de junho de 1994; e III - as demais Comissões de Ética e equivalentes nas entidades e órgãos do Poder Executivo Federal. A CEP é integrada por sete brasileiros que preenchem os requisitos de idoneidade moral, reputação ilibada e notória experiência em administração pública, designados pelo Presidente da República, para mandatos de três anos, não coincidentes, permitida uma única recondução. A atuação no âmbito da CEP não enseja qualquer remuneração para seus membros e os trabalhos nela CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 12 desenvolvidos são considerados prestação de relevante serviço público. O Presidente da CEP tem o voto de qualidade nas deliberações da Comissão. À CEP compete atuar como instância consultiva do Presidente da República e Ministros de Estado em matéria de ética pública; administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta Administração Federal, devendo submeter ao Presidente da República medidas para seu aprimoramento; dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suas normas, deliberando sobre casos omissos; apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condutas em desacordo com as normas nele previstas, quando praticadas pelas autoridades a ele submetidas; dirimir dúvidas de interpretação sobre as normas do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal; coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de Gestão da Ética Pública do Poder Executivo Federal; aprovar o seu regimento interno; e escolher o seu Presidente. 1.3 CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL O Código de Conduta da Alta Administração Federal tem uma concentração expressiva no tema conflito de interesses. A razão disso pode ser explicada no fato de que, de modo geral, todos os países democráticos enfrentam crescente ceticismo da opinião pública a respeito do comportamento dos administradores públicos e da classe política. Essa tendência parece estar ligada principalmente a mudanças estruturais do papel do Estado como regulador da atividade econômica e como poder concedente da exploração, por particulares, de serviços públicos antes sob regime de monopólio estatal. Em consequência, o setor público passou a depender cada vez mais do recrutamento de profissionais oriundos do setor privado, o que exacerbou a possibilidade de conflito de interesses e a necessidade de maior controle sobre as atividades privadas do administrador público. As normas deste Código aplicam-se às seguintes autoridades públicas: Ministros e Secretários de Estado; Titulares de cargos de natureza especial, secretários-executivos, secretários ou autoridades equivalentes ocupantes de cargo do Grupo- Direção e Assessoramento Superiores - DAS, nível seis; Presidentes e diretores de agências nacionais, autarquias, inclusive as especiais, fundações mantidas pelo Poder Público, empresas públicas e sociedades de economia mista. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 13 É previsto no CCAAF que no exercício de suas funções, as autoridades públicas devem pautar-se pelos padrões da ética, sobretudo no que diz respeito à integridade, à moralidade, à clareza de posições e ao decoro, com vistas a motivar o respeito e a confiança do público em geral. Os padrões éticos são exigidos da autoridade pública na relação entre suas atividades públicas e privadas, de modo a prevenir eventuais conflitos de interesses. No CCAAF há diversas previsões relativas à situação patrimonial. Art. 4º Além da declaração de bens e rendas de que trata a Lei no 8.730, de 10 de novembro de 1993, a autoridade pública, no prazo de dez dias contados de sua posse, enviará à Comissão de Ética Pública - CEP, criada pelo Decreto de 26 de maio de 1999, publicado no Diário Oficial da União do dia 27 subsequente, na forma por ela estabelecida, informações sobre sua situação patrimonial que, real ou potencialmente, possa suscitar conflito com o interesse público, indicando o modo pelo qual irá evitá-lo. Art. 5º As alterações relevantes no patrimônio da autoridade pública deverão ser imediatamente comunicadas à CEP, especialmente quando se tratar de: I - atos de gestão patrimonial que envolvam: a) transferência de bens a cônjuge, ascendente, descendente ou parente na linha colateral; b) aquisição, direta ou indireta, do controle de empresa; ou c) outras alterações significativas ou relevantes no valor ou na natureza do patrimônio; II - atos de gestão de bens, cujo valor possa ser substancialmente alterado por decisão ou política governamental. § 1º É vedado o investimento em bens cujo valor ou cotação possa ser afetado por decisão ou política governamental a respeito da qual a autoridade pública tenha informações privilegiadas, em razão do cargo ou função, inclusive investimentos de renda variável ou em commodities, contratos futuros e moedas para fim especulativo, excetuadas aplicações em modalidades de investimento que a CEP venha a especificar. Há previsões também noque se refere à remuneração. Art. 7º A autoridade pública não poderá receber salário ou qualquer outra remuneração de fonte privada em desacordo com a lei, nem receber transporte, hospedagem ou quaisquer favores de particulares de forma a permitir situação que possa gerar dúvida sobre a sua probidade ou honorabilidade. Parágrafo único. É permitida a participação em seminários, congressos e eventos semelhantes, desde que tornada pública eventual remuneração, bem como o pagamento das despesas de viagem pelo promotor do evento, o qual não poderá ter interesse em decisão a ser tomada pela autoridade. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 14 O tema recebimento de presentes também foi previsto no Código. Art. 9º É vedada à autoridade pública a aceitação de presentes, salvo de autoridades estrangeiras nos casos protocolares em que houver reciprocidade. Parágrafo único. Não se consideram presentes para os fins deste artigo os brindes que: I - não tenham valor comercial; ou II - distribuídos por entidades de qualquer natureza a título de cortesia, propaganda, divulgação habitual ou por ocasião de eventos especiais ou datas comemorativas, não ultrapassem o valor de R$ 100,00 (cem reais). As divergências entre autoridades públicas são resolvidas internamente, mediante coordenação administrativa, não lhes cabendo manifestar-se publicamente sobre matéria que não seja afeta a sua área de competência. É vedado à autoridade pública opinar publicamente a respeito da honorabilidade e do desempenho funcional de outra autoridade pública federal e do mérito de questão que lhe será submetida, para decisão individual ou em órgão colegiado. Em relação a expressar sua opinião: Art. 12. É vedado à autoridade pública opinar publicamente a respeito: I - da honorabilidade e do desempenho funcional de outra autoridade pública federal; e II - do mérito de questão que lhe será submetida, para decisão individual ou em órgão colegiado. Há regras ainda a respeito do momento posterior à saída do cargo, durante o período de “quarentena”: Art. 14. Após deixar o cargo, a autoridade pública não poderá: I - atuar em benefício ou em nome de pessoa física ou jurídica, inclusive sindicato ou associação de classe, em processo ou negócio do qual tenha participado, em razão do cargo; II - prestar consultoria a pessoa física ou jurídica, inclusive sindicato ou associação de classe, valendo-se de informações não divulgadas publicamente a respeito de programas ou políticas do órgão ou da entidade da Administração Pública Federal a que esteve vinculado ou com que tenha tido relacionamento direto e relevante nos seis meses anteriores ao término do exercício de função pública. Art. 15. Na ausência de lei dispondo sobre prazo diverso, será de quatro meses, contados da exoneração, o período de interdição para atividade CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 15 incompatível com o cargo anteriormente exercido, obrigando-se a autoridade pública a observar, neste prazo, as seguintes regras: I - não aceitar cargo de administrador ou conselheiro, ou estabelecer vínculo profissional com pessoa física ou jurídica com a qual tenha mantido relacionamento oficial direto e relevante nos seis meses anteriores à exoneração; II - não intervir, em benefício ou em nome de pessoa física ou jurídica, junto a órgão ou entidade da Administração Pública Federal com que tenha tido relacionamento oficial direto e relevante nos seis meses anteriores à exoneração. Em relação às penalidades: Art. 17. A violação das normas estipuladas neste Código acarretará, conforme sua gravidade, as seguintes providências: I - advertência, aplicável às autoridades no exercício do cargo; II - censura ética, aplicável às autoridades que já tiverem deixado o cargo. Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela CEP, que, conforme o caso, poderá encaminhar sugestão de demissão à autoridade hierarquicamente superior. 1.4 CÓDIGO DE ÉTICA DO SERVIDOR PÚBLICO O Decreto 1.171 de 22 de junho de 1994 aprovou Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. Portanto, ele aplica-se apenas ao Poder Executivo Federal, e não se aplica aos Poderes Judiciário e Legislativo, nem a Estados e Municípios. Contudo, o Código alcança, além da administração direta, também a indireta: autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. Vamos dar uma olhada no Código de Ética: a) Regras Deontológicas A primeira seção trata das “regras deontológicas”. Segundo o Dicionário Houaiss, deontológico significa: Conjunto de deveres profissionais de qualquer categoria profissional minuciados em códigos específicos São as regras fundadas na moral e no tratado dos deveres. As regras deontológicas são as seguintes: CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 16 I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos. II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal. III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. IV - A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência, em fator de legalidade. V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio. VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar. VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmoa dignidade humana quanto mais a de uma Nação. IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 17 seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los. X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública. XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas. XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação. Podemos perceber que estas regras dão bastante atenção ao Princípio da Moralidade. Não basta a atuação do servidor público ser legal, é preciso também que ela também busque sempre o interesse público e que se baseie na honestidade. b) Deveres do Servidor Público A Seção II traz os deveres do servidor público. A Lei 8.112/90 também traz deveres do servidor público, só que estatutário. XIV - São deveres fundamentais do servidor público: a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular; b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 18 prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo; e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público; f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos; g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral; h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal; i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las; j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva; l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema; m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis; n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição; o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum; p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função; q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções; CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 19 r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem. s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito; t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos; u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei; v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento. c) Das Vedações ao Servidor Público XV - É vedado ao servidor público; a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão; d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister; f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências; CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 20 i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos; j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular; l) retirar da repartiçãopública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público; m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente; o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso. d) Comissões de Ética O Decreto 1.171/94 dispôs sobre as comissões de ética: Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente. Já o Código de Ética dispôs que: XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura. XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público. XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 21 jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. 2 Controle da Administração Pública Segundo Zanela Di’Pietro, o controle da Administração Pública, seja ele interno ou externo, é: O poder de fiscalização e correção que sob ela exercem os órgãos dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuação com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico. O controle pode ser classificado de acordo com o órgão que o exerce, como administrativo, legislativo ou judicial. Também podemos falar em controle social, que é o controle exercido diretamente pela sociedade. Também pode ser classificado de acordo com o momento em que é exercido. O controle prévio ocorre antes da prática dos atos administrativos. Também chamado de preventivo ou a priori, ocorre quando a o ato ainda não entrou em vigor, ou seja, encontra-se em processo de formação, através da autorização prévia. É o controle que se exerce como condição para que o ato adquira eficácia. Como exemplo, temos os seguintes dispositivos constitucionais: Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar; III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias; XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares. O controle concomitante é realizado durante a realização do ato administrativo, acompanhando-o. Também chamado de Pari Passu, caracteriza-se pelo fato de o controle ser efetuado no momento em que a conduta administrativa está sendo praticada. Há nos dias atuais uma grande tendência de a fiscalização CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 22 acompanhar – quase em tempo real – o processamento da despesa pública. Temos como exemplo o acompanhamento da execução orçamentária. O Tribunal de Contas da União prevê o acompanhamento em seu Regimento Interno: Art. 241. Acompanhamento é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para: I – examinar, ao longo de um período predeterminado, a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos a sua jurisdição, quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial; e II – avaliar, ao longo de um período predeterminado, o desempenho dos órgãos e entidades jurisdicionadas, assim como dos sistemas, programas, projetos e atividades governamentais, quanto aos aspectos de economicidade, eficiência e eficácia dos atos praticados. Por fim, o controle a posteriori, ou repressivo, busca avaliar atos já praticados, quando o ato já provoca seus efeitos. É a forma mais comum de controle dos gastos públicos. Tal controle posterior tem como objetivo corrigir, desfazer ou apenas confirmar os atos já praticados. Outra classificação importante do controle é a diferenciação entre interno e externo. O primeiro se realiza dentro do próprio poder, já o segundo ocorre na relação entre os três poderes, dentro do princípio da separação dos poderes. Aqui é preciso tomar cuidado, pois veremos que a CF88 tratou o controle externo de forma específica, como de competência do Congresso Nacional. Assim, controle externo pode ser visto de forma geral, como o controle de um poder sobre o outro, ou de forma específica, como a fiscalização contábil, orçamentária, financeira, operacional e patrimonial, exercida pelo Legislativo com o auxílio dos tribunais de contas. Vamos ver agora a primeira forma. Segundo Montesquieu, “para que seja impossível abusar do poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder freie o poder”. Tendo em mente a constituição da Inglaterra, ele tentou harmonizar a visão democrática de representação política com o ideal de limitação do poder do Estado, afirmando que esse resultado é conseguido primordialmente com a construção de diversas salvaguardas institucionais e constitucionais no sistema político. A atribuição de três funções do Estado a órgãos diferentes, equilibrando os poderes desse Estado pela tripartição em Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário mostrava-se a solução para a limitação do poder. Há, em cada Estado, três espécies de poderes: o poder legislativo, o poder executivo das coisas que dependem do direito das gentes, e o executivo das que dependem do direito civil. Este último se refere ao poder de julgar, dando origem ao Poder Judiciário. O poder na realidade é uno, e tem titular único – o povo. A separação de poderes CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 23 estabelece uma divisão de caráter funcional e orgânicoquanto ao exercício das três funções estatais: a legislativa, a jurisdicional e a administrativa. A ideia central da divisão dos poderes é a de que uma mesma unidade não pode exercer mais de uma função estatal. O Executivo e o Legislativo não podem ser exercidos por uma mesma unidade porque esta poderia instituir leis tirânicas para executá-las tiranicamente. Se o Judiciário estivesse ligado ao Legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos seria arbitrário, pois o juiz seria legislador. Estando ligado ao Executivo, o juiz poderia ter a força de um opressor. Tudo isso corresponde à primeira dimensão da divisão dos poderes de Montesquieu: atribuir as distintas funções estatais a distintas unidades decisórias. Mas, logo Montesquieu se dá conta da limitação dessa formulação, porque simplesmente mantendo a exclusividade das distintas funções estatais em favor de distintas unidades decisórias, logo haverá a possibilidade de que uma das unidades se imponha às demais. A solução que ele oferece é a criação de mecanismos que forneçam uma necessária relação entre as unidades estatais no desempenho de suas funções. Assim, por exemplo, o controle do Legislativo sobre a execução das leis, as interferências do Executivo na duração e no momento da reunião da unidade legislativa, a realização de certos julgamentos por parte do legislativo, e o poder, em favor do executivo, de vetar as leis aprovadas no legislativo. Temos aqui o sistema de “freios e contrapesos”, que visa a assegurar um equilíbrio na atuação dos três Poderes, sem sobreposição de qualquer deles. 2.1 SEPARAÇÃO DOS PODERES NO CONTEXTO BRASILEIRO Atualmente, observa-se uma realidade diversa da separação em três poderes, com o surgimento do que seriam novos poderes na sociedade. Paulo Bonavides cita: o poder partidário, o poder “politizado” das categorias intermediárias (grupos de interesse que logo se convertem em grupos de pressão, o poder militar, o poder burocrático, o poder das elites científicas, etc. Essa crise sugere a necessidade de se restaurar o equilíbrio através de um poder mediador, poder neutro, que seria menos uma corrente de interesses, como são os poderes acima mencionados do que uma instituição desinteressada, voltada para as superiores motivações de ordem geral. Seria um poder capaz de realizar a arbitragem quando as competições políticas colocassem em perigo o fundamento das instituições. Para Benjamin Constant: O vício de todas as constituições há sido o de não haver criado um poder neutro, mas o de ter colocado o cume de autoridade de que ele devia achar- se investido num desses poderes ativos. Quando os poderes públicos se CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 24 dividem e estão prestes a prejudicar-se, faz-se mister uma autoridade neutra, que faça com eles o que o poder judiciário faz com os indivíduos. O Brasil serviu de laboratório para esta ideia do quarto poder. Segundo a Constituição de 1824: Art. 9. A Divisão, e harmonia dos Poderes Politicos é o principio conservador dos Direitos dos Cidadãos, e o mais seguro meio de fazer effectivas as garantias, que a Constituição offerece. Art. 10. Os Poderes Politicos reconhecidos pela Constituição do Imperio do Brazil são quatro: o Poder Legislativo, o Poder Moderador, o Poder Executivo, e o Poder Judicial. Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organisação Politica, e é delegado privativamente ao Imperador, como Chefe Supremo da Nação, e seu Primeiro Representante, para que incessantemente vele sobre a manutenção da Independencia, equilibrio, e harmonia dos mais Poderes Politicos. Art. 99. A Pessoa do Imperador é inviolavel, e Sagrada: Elle não está sujeito a responsabilidade alguma. Alguns autores defendem este poder moderador, que ele teria sido capaz de manter a estabilidade das instituições nascentes no Império, ao mesmo tempo que consolidava a unidade nacional, frente a um continente que observava a fragmentação política e o surgimento de repúblicas fracas e rivais. Outros autores acreditam que o poder moderador, apesar de não mais previsto nas constituições republicanas, teria sido mantido não mais na figura do Rei, mas das forças armadas. O papel do Exército brasileiro naquele largo período de nossa história republicana, salvo à época do Estado Novo, fora o de um quarto poder, restaurador das normas do jogo democrático, mediante várias e passageiras intervenções na vida política do país. A CF88 também traz o princípio da separação dos poderes: Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário Podemos observar tanto a separação dos poderes como o sistema de “freios e contrapesos” quando fala que eles são harmônicos entre si. Forma-se um intrincado mecanismo de controles recíprocos entre os Poderes, de forma que um Poder controle os demais, ao mesmo tempo em que é por eles controlado, nas hipóteses nela expressamente previstas. O Poder Legislativo controla o Executivo quando, exemplificativamente, autoriza o Presidente da República a declarar a guerra e a celebrar a paz (CF, art. 48, X e XI); susta os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites da delegação legislativa (CF, art. 49, V) CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 25 ou fiscaliza, com o auxílio do Tribunal de Contas, a execução do orçamento pelos órgãos e entidades do Poder Executivo (CF, art. 49, IX). E o Executivo também controla o Legislativo, a exemplo de quando nomeia membros do Tribunal de Contas, órgão vinculado ao Poder Legislativo (CF, art. 61 e 73, § 2º, I), ou veta os projetos de lei por ele aprovados (CF, art. 66). O Legislativo fiscaliza o Judiciário, quando legisla sobre organização judiciária (CF, art. 48, IV), aprova ou não a nomeação pelo Presidente da República de membros do Poder Judiciário (CF, art. 48, VIII) ou, até mesmo, instaura uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar atos relacionados ao Poder Judiciário (CF, art. 58, § 3º), entre outras hipóteses. Reciprocamente, é o Legislativo fiscalizado pelo Judiciário, quando este decide acerca da constitucionalidade ou não dos atos normativos por ele editados (CF, art. 102, I, a, e art. 5º, XXXV) ou julga seus membros nas infrações penais comuns (CF, art. 102, I, b). E o Executivo fiscaliza o Judiciário quando nomeia os Ministros do STF e do STJ (CF, art. 101 e 104), entre outros Tribunais, ou quando concede indulto e comuta penas (CF, art. 84, XII), entre outras hipóteses. E é por ele controlado quando, exemplificativamente, o Judiciário aprecia, no controle difuso ou concentrado, a constitucionalidade de atos normativos editados pelo Poder Executivo (CF, art. 102, I, a, e art. 5º, XXXV) ou julga o Presidente da República nas infrações penais comuns (CF, art. 102, b). 2.2 CONTROLE EXTERNO Segundo a CF88: Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Este é o controle externo exercido pelo Congresso Nacional, com a fiscalização COFOP (contábil, orçamentária, financeira, operacional e patrimonial). A fiscalização Contábil está relacionada à aplicação dos recursos públicos conforme as técnicas contábeis, verificando se os balanços e demonstrativos contábeis dos órgãos e entidades da Administração Pública refletem as variações econômico-financeirasde seu patrimônio, bem como o resultado financeiro, em conformidade com os princípios da contabilidade pública. Já o aspecto Financeiro está relacionado ao fluxo de recursos (ingressos e saídas) geridos pelo administrador, independentemente de serem ou não recursos orçamentários. Enquanto o aspecto Orçamentário analisa a aplicação CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 26 dos recursos públicos conforme as leis orçamentárias, acompanhando a arrecadação dos recursos e sua aplicação. A fiscalização Operacional está relacionada à verificação do cumprimento de metas, resultados, eficácia e eficiência da gestão dos recursos públicos, busca analisar o desempenho dos gestores públicos. Esta é uma novidade da CF88, pelo meio da qual é feito o acompanhamento da execução dos projetos e programas governamentais. Com este tipo de fiscalização, o TCU afastou-se do estrito controle de legalidade para adentrar a aspectos ligados ao mérito das decisões dos gestores da Administração. Assim, não basta verificar se a despesa cumpriu as formalidades legais e sim se a gestão de recursos foi eficaz e eficiente. Por fim, o aspecto Patrimonial está relacionado ao controle e conservação dos bens públicos. Aqui o conceito de patrimônio é bastante amplo, envolvendo também, além dos bens dominiais, os bens de uso do povo, neles incluído o próprio meio ambiente. Também em relação ao aspecto patrimonial temos as privatizações, ou seja, de alienações do Patrimônio Público, de sorte que caberá aos órgãos de controle avaliar a regularidade da operação. Ainda segundo a CF88: Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. Estes aspectos são os relacionados às pessoas sujeitas à fiscalização. Todas as pessoas, FÍSICAS ou JURÍDICAS, PÚBLICAS ou PRIVADAS, estão obrigadas a prestar contas em razão de UTLIZAREM, ARRECADAREM, GUARDAREM GERENCIAREM ou ADMINISTRAREM bens e valores públicos. Não interessa se a pessoa que está administrando os recursos públicos pertença à Administração Pública. O que importa, para efeito de incidência da fiscalização e do controle, é que os recursos sejam públicos. Voltando à CF88: Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: O controle externo do Congresso Nacional é realizado com o auxílio do Tribunal de Contas da União. Mas então, os tribunais de contas são uma entidade subordinada ao Legislativo? A posição institucional dos TCs no sistema jurídico brasileiro é um tema polêmico, mas o entendimento que prevalece é o de que eles possuem autonomia, situando-se fora de qualquer Poder. O Tribunal de Contas é um órgão constitucional dotado de autonomia administrativa e financeira, sem qualquer relação de subordinação com os CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 27 Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Embora as competências dos TCs estejam constitucionalmente inseridas no Capítulo I, Título IV, dedicado ao Poder Legislativo, esse fato não enseja uma interpretação no sentido de que haja qualquer subordinação administrativa. O TC é órgão de permeio, agindo ora numa posição de colaboração com o Poder Legislativo, ora no exercício de competências próprias. Para o concurso, temos que entender que o TC é um órgão auxiliar, mas sem subordinação ao Legislativo. É um órgão independente, integrante da administração direta. Vamos ver uma questão: 1. (CESPE/OAB/2007) No que concerne ao TCU, assinale a opção correta. A) O TCU é órgão integrante da estrutura administrativa do Poder Legislativo, com competência, entre outras, para aprovar as contas do presidente da República. B) O TCU não detém competência para fiscalizar a aplicação de recursos públicos feita pelas empresas estatais exploradoras de atividade econômica. C) As decisões do TCU de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo. D) O Poder Judiciário não pode anular as decisões do TCU, sob pena de violação do princípio da separação dos poderes. O gabarito da questão é a letra “C”. O CESPE deu a seguinte justificativa para o gabarito: A opção correta é a letra C. As decisões do Tribunal que resultem imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo, conforme o § 3.º do art. 71 da CF/88. O TC não integra a estrutura do Poder Legislativo, já que possui competências próprias não inseridas na competência do Poder Legislativo. Por outro lado, os Ministros do TC não estão subordinados hierarquicamente ao Parlamento. Por fim, nos termos do inciso I do art. 70 da CF/88, a competência para julgar as contas do Presidente da República não é do TC, mas, sim, do Congresso Nacional, nos termos do inciso IX do art. 49 da CF/88. Nos termos do inciso II do art. 71 da CF/88, o controle do Tribunal de Contas abrange a administração direta e indireta, não ressaltando a distinção entre exploração de atividade econômica e prestadora de serviço público. Nos termos do inciso XXXV do art. 5.º da CF/88, a lesão ou ameaça de lesão a direito não pode ser afastada da CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 28 apreciação do poder Judiciário. As decisões do TC, como órgão de natureza administrativa, não estão imunes ao controle do poder Judiciário. Podemos ver que o CESPE é claro ao afirmar que o TC não integra a estrutura do Poder Legislativo. Nessa questão, a letra “E” aborda a possibilidade de o Judiciário anular os atos do TCU. Ela é errada porque nenhum ato está imune da análise judicial. Todas as decisões, de quem quer que seja, se submetem ao Judiciário. Porém, este não pode entrar em determinados aspectos das decisões do TCU, ele não pode adentrar naquilo que é de competência dos Tribunais de Contas. Segundo Seabra Fagundes: Não obstante isso, o art. 70, § 4º, lhe comete o julgamento da regularidade ‘das contas dos administradores e demais responsáveis por bens e valores públicos’, o que implica investi-lo no parcial exercício da função judicante. Não bem pelo emprego da palavra julgamento, mas sim pelo sentido definitivo da manifestação da Corte, pois se a regularidade das contas pudesse dar lugar a nova apreciação (pelo Poder Judiciário), o seu pronunciamento resultaria em mero e inútil formalismo. Sob esse aspecto restrito (o criminal fica à Justiça da União) a Corte de Contas decide conclusivamente. Os órgãos do Poder Judiciário carecem de jurisdição para examiná-lo Segundo Jorge Ulisses Jacoby Fernandes: o exercício da função de julgar não é restrito ao Poder Judiciário. Os Tribunais de Contas possuem a competência constitucional de julgar contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos. O termo julgamento não pode ter outro significado que não corresponda ao exercício da jurisdição, o qual só é efetivo se produzir coisa julgada; O Judiciário poderá apenas rever decisão dos TCs caso haja lesão ou ameaça de direito, caso fique comprovada ilegalidade. Porém, não pode entrar no mérito da decisão, naquilo que é de competência dos TCs. Porém, para concursos, temos que entender que os Tribunais não têm função judiciária, essa é apenas do Poder Judiciário. Quanto aos Tribunais de Contas estaduais e municipais, não há qualquer tipo de hierarquia em relação ao TCU, são todos independentes. Dissodecorre que não há recurso de suas decisões para o TCU. Na maioria dos casos, o Tribunal de Contas do Estado tem jurisdição sobre as contas tanto do governo estadual quanto dos municípios. Em alguns estados existe, além do tribunal de contas do estadual, o tribunal de contas dos municípios, é apenas um TC para todos os municípios. A CF88 proibiu a instituição de TC para municípios individuais, existem apenas aqueles que já haviam sido instituídos antes de 1988, os TCs dos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 29 Como competências do TCU, a CF88 estabelece: I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II; V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 30 A informação mais importante do inciso I é que o TCU não JULGA as contas do Presidente. Ele somente emite parecer prévio sobre elas. O responsável pelo julgamento é o Congresso Nacional, conforme o art. 49 da CF. Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; 2.3 AUTOTUTELA E CONTROLE INTERNO Segundo o art. 5º da CF88: XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; Portanto, no Brasil é utilizado o sistema de jurisdição única, pelo qual o Poder Judiciário tem competência para decidir de forma definitiva, com força de coisa julgada, quaisquer litígios trazidos à sua apreciação, inclusive aqueles que envolvam a Administração. Em alguns países há uma dualidade de jurisdição, como na França, em que as decisões de matéria administrativa não podem ser revistas pelo Judiciário, mas sim pelos tribunais administrativos. Porém, mesmo no caso de jurisdição única, existe o poder-dever de a Administração Pública exercer o controle de seus próprios atos, ao que se dá o nome de autotutela administrativa ou princípio da autotutela. Neste caso, o controle pode ocorrer tanto sobre a legalidade quanto sobre o mérito dos atos. Segundo a Súmula nº 473 do STF: A Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em qualquer caso, a apreciação judicial. Assim, no caso de ilegalidade o ato pode ser ANULADO, enquanto no caso de discricionariedade pode ser REVOGADO. No primeiro caso, a Administração avalia se o ato foi produzido em conformidade com os princípios administrativos, as leis e os atos normativos. No segundo caso, mesmo o ato sendo legal, sem nenhum vício que retire sua validade, ele poderá não ser mais considerado conveniente ou oportuno, quando então será revogado. Porém, atos que tenham gerado direito adquirido são irrevogáveis. Já o sistema de controle interno consiste na ação realizada por órgão com essa atribuição, integrante da estrutura administrativa. Para José Afonso da Silva: A constituição estabelece que os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, manterão, de forma integrada, o controle interno. Trata-se de controle de natureza administrativa, exercido sobre funcionários encarregados de CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA P/ AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 31 executar os programas orçamentários e da aplicação do dinheiro público, por seus superiores hierárquicos: ministros, diretores, chefes de divisão etc. O controle interno é o que cada Poder exerce sobre seus próprios atos. Esse controle normalmente é feito pelo sistema de auditoria, que acompanha a execução do orçamento, verifica a legalidade na aplicação do dinheiro público e auxilia o Tribunal de Contas no exercício de sua missão institucional. Segundo a CF88: Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. Assim, cada um dos poderes terá um sistema de controle interno, e esse sistema se exercerá de forma integrada entre os três poderes. As competências dos órgãos e unidades do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal estão definidas no Decreto 3.591/2000: Art. 11. Compete à Secretaria Federal de Controle Interno: I - propor ao Órgão Central a normatização, sistematização e padronização dos procedimentos operacionais dos órgãos e das unidades integrantes do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal; II - coordenar as atividades que exijam ações integradas dos órgãos
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