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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA CURSO SUPERIOR TECNÓLOGICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CSTSP GUILHERME COUTINHO GOMES DA SILVA SEGURANCA PÚBLICA E A GUARDA CIVIL MUNICIPAL: UMA ANÁLISE ACERCA DAS COMPETÊNCIA E INFLUENCIAS NA CIDADE DO RECIFE Artigo a ser apresentado à Banca do Exame do Curso Superior de Tecnólogo em Segurança Pública da Universidade Estácio de Sá – CSTSP/UNESA, como requisito para aprovação na disciplina de TCC em Segurança Pública. Orientador: Prof. GENESIO GREGORIO FILHO Recife -PE Setembro/ 2018 2 SEGURANCA PÚBLICA E A GUARDA CIVIL MUNICIPAL: UMA ANÁLISE ACERCA DAS COMPETÊNCIA E INFLUENCIAS NA CIDADE DO RECIFE PUBLIC SAFETY AND MUNICIPAL CIVIL GUARD: AN ANALYSIS OF THE COMPETENCE AND INFLUENCES IN THE CITY OF RECIFE GUILHERME COUTINHO GOMES DA SILVA¹ Prof. GENESIO GREGORIO FILHO² RESUMO O presente estudo tem como objetivo geral, analisar as competências e as influências da Guarda Municipal da cidade do Recife. Como forma de atingir os objetivos, os dados vão ser recolhido por fontes bibliográfica e documental, através de livros, teses, dissertações e realizamos consultas em doutrinas, legislação, jurisprudência. Sabendo disso, a principal inquietação deste trabalho é: “Quais a competências e influencias da Guarda Municipal da cidade do Recife? ”. Com isso, a justificativa deste estudo surgiu em virtude pelo interesse deste pesquisador, no qual faz parte do quadro da Guarda Municipal da cidade do Recife por 3 anos, e por presenciar a atuação da Guarda Municipal não só como um âmbito profissional e sim por estar sempre em processo de aprendizagem buscando ler e estudar frequentemente sobre o tema tratado no presente estudo. Portanto, conclui-se que a função da Guarda Municipal da cidade do Recife não se restringe ao caráter meramente patrimonial como se preconiza pela maioria da população, em virtude da sua amplitude como foi dito durante o texto, porem percebe-se a versatilidade das Guardas em ser utilizada nos mais diversos tipos de policiamento, no qual um ente de segurança pública comunitário, pois sempre estará mais próximo dos acontecimentos da comunidade, por residir e conviver nas cidades. Palavras-chave: Segurança pública; Guarda Municipal; Competências e influências. 3 ABSTRACT The present study has as general objective, to analyze the competences and influences of the Municipal Guard of the city of Recife. As a way to achieve the objectives, the series will be collected by bibliographic and documentary sources, through books, theses, dissertations and achievements, consultations, legislation, jurisprudence. Knowing this, the main concern of this work is: “What are the skills and the influence of the Municipal Guard of the city of Recife?” With this, the justification of this study collected in particle, with the purpose of doing this, is no longer a part of the Municipal Guard for 3 years, and to witness the work of the Municipal Guard. Therefore, it is concluded that one of the main functions of the Recife City Guard is characterized as a cultural and cultural patrimony of the city, due to its amplitude as it was said during the text, because the versatility of the guards is perceived. Policing forms are no more than a public publication, because they are always present in the next meetings of the community, because they live and live in cities. Keywords: Public security; Municipal guard; Skills and influences. 4 1. INTRODUÇÃO Atualmente, a segurança pública tem sido extensivamente discutida nas mais diversas camadas sociais, principalmente por profissionais da área, dentre eles, cientistas e sociólogos que buscam através de estudos de casos compreender todas e as mais diversas questões que englobam este determinado assunto. Tal assunto gera grandes polêmicas, uma vez que o mesmo consiste em um arcabouço jurídico-sociológico, ou seja, tem influencias desde educação, saúde, lazer, até o bem-estar social, legislações mais rígidas, assistência bem como ainda o acompanhamento do sistema prisional. As preocupações com insegurança, violência e criminalidade não é um tema com abordagem nova, pois sempre existiram. É tanto que, desde o descobrimento e colonização do Brasil, em 1500, foram criadas tropas armadas e organizadas, a exemplo de São Vicente, litoral paulistano, por volta de 1542, com objetivo de defender o território nacional, principalmente da invasão dos espanhóis na capitania do Rio de Janeiro. Na proporção que os delitos aumentaram os organismos policiais estatais existentes tornaram-se insuficientes para combater a delinquência, obrigando os gestores municipais a despertarem para a necessidade de o município participar ativamente desse engajamento, haja vista ela atingir não só os grandes centros urbanos, mas qualquer lugar. Diante da insuficiência dos estados membros e da união em cuidar sozinhos da segurança pública, se faz necessária à participação dos municípios através das Guardas Municipais dispostas no artigo 144 §8 da constituição federal, tornaram-se o principal instrumento dos Prefeitos para enfrentar os problemas municipais. No qual são designadas as instituições, para colaborar na segurança pública utilizando-se do poder de polícia administrativa delegado pelo município através de leis complementares. Diante da carta magna, estabelece em seu artigo 144, § 8º, ao determinar atividades, órgãos e atuação frente à segurança pública e à incolumidade das pessoas e do patrimônio, preconiza a responsabilidade de todos, e principalmente do "Estado" (união, estados, distrito federal e municípios), sendo um direito e responsabilidade de todos. Ou seja, os guardas são legalmente destinados a proteger o patrimônio público municipal e os serviços dessas 5 repartições, porém a discussões a respeito das atribuições da Guarda Municipal vem acontecendo diante das esferas judiciais devido a sua criação ser facultativa diante da carta magna, além da já mencionada proteção aos bens, serviços e instalações públicas. Todavia a constituição republicana confere aos municípios a faculdade de legislar sobre assuntos de interesse local, porém têm extrapolado consideravelmente essas atribuições realizando rondas escolares, patrulhamento ostensivo, patrulhamento de vias públicas, auxílio no trânsito, ações educativas, atividades de defesa civil, e, principalmente, na área da Segurança Pública. Sabendo disso, a principal inquietação deste trabalho é: “Quais a competências e influencias da Guarda Municipal da cidade do Recife? ”. Visto que as competências estão previstas nos art. 4 e 5 da lei 13.022/14, em que o art. 4 trata das competências gerais, no qual são baseadas no art. 144 da constituição federal, a posteriori o art. 5 que dialoga com competências especificas, nos quais abrange novas atribuições para a Guarda Municipal. Além do decreto 24.256/2008 que regula toda a Guarda Municipal dentro da cidade do Recife, em seu art. 26, 27 e 28 – atribuições. A aproximação com o tema surgiu em virtude pelo interesse deste pesquisador, no qual faz parte do quadro da Guarda Municipal da cidade do Recife por 3 anos, e por presenciar a atuação da Guarda Municipal não só como um âmbito profissional e por estar sempre em processo de aprendizagem buscando ler e estudar frequentemente sobre o tema tratado no presente estudo, relacionado a inconstitucionalidadede atuação dessa instituição, ou seu caráter meramente patrimonial. Sabendo disto, este trabalho tem como objetivo geral, analisar as competências e as influências da Guarda Municipal da cidade do Recife. Também temos como objetivos específicos, resgatar o contexto histórico da Guarda Municipal da cidade do Recife; identificar os documentos oficiais que trata da nova Guarda Municipal da cidade do recife; investigar os impactos relacionados à segurança pública da cidade do recife. Como forma de atingir os objetivos, os dados vão ser recolhido por fontes bibliográfica e documental, através de livros, teses, dissertações e realizamos consultas em doutrinas, legislação, jurisprudência, buscamos em banco de dados e profissionais da área acerca do tema para compreender melhor. Este trabalho será utilizado um método de abordagem de maneira dedutiva, partindo de um amplo estudo de argumentos/fatos e conhecimentos gerais, do universo que envolve a 6 Guarda Municipal, efetuando uma posterior conclusão direcionando as argumentações gerais verificadas para uma específica, que está relacionado à legitimidade em suas atribuições. A forma de pesquisa realizada será da maneira qualitativa, na qual permite a possibilidade de um melhor aprofundamento na pesquisa relacionada ao estudo. Para melhor compreendê-los é necessário apresentarmos, o contexto histórico da Guarda Municipal da cidade do Recife, partindo e das referências bibliográficas e documentos que vão nos dar subsídio para compreender melhor o estudo. Subsequente, iremos identificar os documentos oficiais que trata da nova guarda municipal da cidade do recife, visando as suas competências e as influências. E por fim, apresentarão os impactos relacionados à segurança pública da cidade do Recife. 7 2. DESENVOLVIMENTO Antes de compreender sobre os conceitos de serviço público e suas competências e influencias, é necessário mostrar a origem histórica deste instituto. Existem registros de atividades ligadas diretamente ao instituto de serviço público em meados do século XI, onde os problemas oriundos desta época fizeram com que o estado, viesse a ter a devida preocupação com a instabilidade da comunidade como um todo. Visto que as épocas de guerras e conflitos nesta época eram de fácil ocorrência, podemos indicar como serviços percussores do instituto a guarda das muralhas, a manutenção das ruas, praças e mercados e o combate a calamidades, foi o impulso para o aparecimento dos primeiros serviços de interesse geral realizados nas primeiras cidades. (Justen, 2003, p. 17). O instituto de serviço público vem se expandido de acordo com a história, pois se faz necessário haver alterações e adequações devidas de acordo com a necessidades da civilização. Segundo Lino (2012), no Brasil a ideia de uma unidade/órgão policial surgiu em 1500, quando D. João III resolveu adotar um sistema de capitanias hereditárias, outorgando uma carta régia a Martim Afonso de Souza para determinar a administração, promover a justiça e organizar o serviço de ordem pública, como melhor entendesse, em todas as terras que ele conquistasse. Registros históricos mostram que, em 20 de novembro de 1530, iniciaram-se as atividades do primeiro corpo policial, promovendo Justiça e organizando os serviços de ordem pública. No Brasil, a primeira instituição policial paga pelo erário foi o regimento de cavalaria regular da capitania de Minas Gerais, organizado em 9 de junho de 1775, ao qual pertenceu o Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o TIRADENTES, que nela alistou-se em 1780 e em 1781 foi nomeado comandante do destacamento dos dragões, na patrulha do "Caminho Novo", estrada que servia como rota de escoamento da produção mineradora da capitania mineira ao porto do Rio de Janeiro. No dia 13 de maio 1809 ocorreu um grande marco, pois foi criada a divisão Militar da guarda real de polícia, de onde se originou a Guarda Municipal do Rio de Janeiro, tendo por objetivo fazer o policiamento em tempo integral de toda a cidade, e assim os guardas 8 começaram a agir de forma mais competente e organizada do que os chamados “quadrilheiros”- pessoas que eram escolhidas pelos juízes de cada região ou cidade-. Diante disso, percebemos que a guarda durante esse período tinha como competência de realizar o papel de policiamento e intervir em alguns momentos, portanto a Guarda se tornava um grupo mais próximo a sociedade. No dia 18 de agosto de 1831, houve uma nova roupagem das Guardas Municipais, chamando-as de corpo de Guardas Municipais permanentes, que eram subordinadas ao ministro da Justiça e ao comandante da guarda nacional. O corpo da guarda permanente tinha como função realizar o patrulhamento, respeitando o direito dos cidadãos e utilizando da força em determinados momentos e podendo efetuar prisões em momentos necessários. Em São Paulo, a lei provincial nº 23, de 26 de março 1866, sancionada por Joaquim Floriano de Toledo Peixoto, fundou a Guarda Municipal com a finalidade de garantir a segurança pública. Em 1926 o governo paulista cria outra força para a segurança pública, independente da Força pública. Cria a guarda civil estadual de São Paulo através da Lei nº. 2141, denominada como auxiliar da força pública, mas sem caráter militar. Este guarda tinha funções de fiscalização no trânsito, serviço de radiopatrulha para o controle da criminalidade, proteção de escolas, repartições públicas em geral. O corpo de policiamento especial feminino, órgão anexo à guarda civil, foi criado em 1955 pelo governador de São Paulo Jânio Quadros para proteger os idosos, menores e mulheres (MARIANO, 2004, p.24). Com instituição do governo militar de 1964 novas modificações foram inseridas. Com a tomada do poder pelos militares, a guarda civil começou a sofrer influencias política direta, pois pretendiam criar uma nova estrutura no setor de segurança pública. A constituição do estado de São Paulo promulgada em 15 de maio de 1967, previa em título de segurança pública que “são órgãos policiais subordinados ao secretário de estado: I – delegados de polícia e demais carreiras policiais; II – força pública; III – guarda civil” A Guarda Municipal antes da constituição de 1988, percebe-se que sempre teve o encargo de manter a segurança do patrimônio Municipal, sem possuírem explicitamente o poder de polícia, desta feita, não passavam dos muros dos prédios, escolas e serviços municipais. 9 A partir do dia 08 de agosto de 2014, foi elaborado o estatuto geral das Guardas Municipais, aumentando consideravelmente os poderes que impedia a ação da guarda, com esta nova lei de 13022/2014, trouxe o poder de polícia da guarda, e ainda através de seus princípios desprendeu a Guarda Municipal de qualquer entidade militar, impedindo inclusive a sua formação em órgão desta natureza, portanto, este instituto consagra o caráter civil das Guardas e que são uniformizadas e armadas, possuindo a função de proteção municipal preventiva, sem, contudo, entrarem nas competências da união, estados e municípios. Portanto, diante deste percurso, é visto que o papel do estado era quase ausente na vida dos indivíduos, encarregando apenas de prestar serviços inviáveis economicamente para os particulares. Segundo Novais (2016) muitas das atividades de cunho social eram garantidos pela própria sociedade, tendo o estado papel de pouco evidencia na promoção dos serviços sociais. Entretanto, o período de extrema importância e relevância para o instituto ora em discussão, segundo Novais “O estado liberal foi o marcohistórico e político para o serviço público, pois, à época apenas alguns serviços eram reconhecidos como públicos” (Novais, 2006, p. 17). Com a mudança de governo, mais precisamente, mudança do estado absolutista para o estado liberal, no âmbito jurídico, pôde-se falar assim no surgimento de um estado de direito, uma vez ser característica deste, bem como ainda a supremacia da carta magna, a tripartição de poderes, e a preservação dos direitos individuais, onde estes no estado absolutista não eram preservados. Com a mudança de um estado liberal para o estado social, o importante foi que, ficou claro a atuação mais assídua do estado, onde antes tais ações eram privilégios de uma pequena classe do povo. Com esta mudança pode-se ter objetivado a preservação dos direitos sociais, focados em todas condições básicas para a população em geral. A partir do que foi demonstrado no histórico acima, pode-se a seguir, traçar os primeiros preceitos atribuídos ao instituto do serviço público, no passado e atualmente. Ao trazer a Guarda Municipal para a constituição federal, devemos pensar no controle de constitucionalidade, diretamente a supremacia de nossa carta superior, no qual deve vigorar em nosso estado democrático de direito, assim todas as outras leis deveram está abaixo dela, devendo respeitá-la. 10 Portanto temos o controle de constitucionalidade, que tem por fim o questionamento de leis. Sendo assim, assevera José Afonso da Silva e seu livro curso de direito constitucional Positivo: O princípio da supremacia requer que todas as situações jurídicas se conformem com os princípios e preceitos da constituição. Essa conformidade com os ditames constitucionais, agora, não se satisfaz apenas com a atuação positiva de acordo com a constituição. Exige mais, pois omitir a aplicação de normas constitucionais, quando a constituição assim a determina, também constitui conduta inconstitucional (SILVA, 2007, p.46) Silva (2007), relata que toda a norma que não se conforma com a constituição está em estado de inconstitucionalidade, entretanto mais à frente relata que os direitos que são omitidos também estão dentro da inconstitucionalidade. Existem formas que podem ser alegadas as inconstitucionalidades, estas possuem a finalidade de atuarem com a importância de abater o mundo jurídico qualquer norma, ação ou omissão que afete a nossa lei superior. A supremacia da constituição federal decorre do princípio de rigor constitucional, ou seja, com maior formalidade e dificuldades a mudança. Em contraponto, na supremacia da constituição se refere a sua superioridade a qualquer outra legislação que existe no Brasil, portanto, as normas infraconstitucionais devem respeitar os princípios que demanda esta carta maior. Este preceito da supremacia é uma pirâmide, colocando a constituição no vértice do ordenamento jurídico. Partindo para a constituição da república, a segurança pública é tratada em capítulos exclusivos, que conta apenas com o artigo 144, o qual traz, em seus incisos, os órgãos que exercem a segurança pública em nosso país, como se vê abaixo: Art.144. A segurança pública, dever do estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I-Polícia federal; II- Policia rodoviário federal; III-Policia ferroviária federal; IV- Policiais civis; V- Policias militares e corpos de bombeiros militares (BRASIL,1988) É visto, no 8° parágrafo que traz a Guarda como um órgão para os municípios, com a função de proteger os bens, serviços e instalações dos municípios. Neste contexto o § 8° do 11 artigo 144 da constituição retrata o seguinte: “Os municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações públicas, conforme dispuser a lei”, certamente está em uma área de segurança. Como autor desse estudo, sinto a necessidade de aprofundas os conhecimentos, conceitos e seus significados com relação a doutrina de bens, serviços e instalações pública. A lei (10.406/2002), o código civil prescreve, em seu artigo que são públicos os bens do domínio nacional, pertencentes ás pessoas jurídicas de direito público interno: “São públicos os bens do domínio nacional pertencentes ás pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem”. Segundo Machado (2009, p. 118), bens públicos são aqueles que estão sob o poder público e possuem utilidade coletiva como as águas, jazidas, subsolo, espaço aéreo, florestas, mangues, e o patrimônio histórico. Já Bandeira de Melo (2011, p103): Bens públicos são todos os bens que pertencem ás pessoas jurídicas de direito público, isto é, união, estados e municípios, respectivas autarquias e fundações de direito público[...] O conjunto de bens públicos forma o domínio público, que inclui tanto bens móveis como bens imóveis. Já os bens de uso comum do povo são os mais amplos, pois neles estão incluídos os rios, mares, florestas, praças, estradas ruas, mares, como citado por (Meirelles, 2007, pág.495), ou seja, seriam o todo, os locais abertos à utilização pública adquirem esse caráter de comunidade, de uso coletivo, de fruição própria do povo, sociedade. Para Gonçalves, (2008, pág.270), os bens de uso comum do povo são aqueles que podem ser utilizados por qualquer um do povo, sem formalidades, não perdendo essa característica se o poder público regulamentar seu uso, ou torna- ló oneroso, instituindo cobrança de pedágio como nas rodovias (...) Em síntese, os bens públicos de uso comum são aqueles disponível para todas as pessoas, especificamente em locais abertos à visitação do público com caráter comunitário, de utilização coletiva com o uso próprio do povo. Inalienável ou fora do comercio, com a observação que em determinados casos especiais podem ter a utilização restringida ou impedida, como por exemplo, um fechamento de uma avenida para a realização de obras, ou a interdição de uma praça para a realização de uma manifestação pública. 12 Com isso, os bens públicos de uso comum do povo surgem um dos pontos dos defensores da atuação da Guarda Municipal. Porque os bens dessa natureza têm utilização ampla, com um número indeterminado de usuários, então é possível imaginar a proteção da Guarda Municipal as ruas, mares, praças, estradas, florestas, parques e outros. Ao adentrar nos bens públicos de uso especial, observamos que são aqueles que as entidades públicas respectivas destinam aos fins determinados ou aos seus serviços, como terrenos ou edifícios aplicados ao seu funcionamento. Tendo como características ser intransmissível e imprescritível como os bens de uso comum do povo e quando não mais se prestam a finalidade a qual se destinam é possível suspender essa condição legalmente através de concorrência pública. Segundo Carlos Roberto Gonçalves, (2008, pág.271), conceitua os bens de uso especial, aqueles que são destinados especialmente a execução dos serviços públicos. São os edifícios onde estão instalados os serviços públicos, inclusive os das autarquias, e os órgãos da administração (repartições públicas, secretarias, escolas, ministérios etc., sendo exclusivamente usados pelo poder público). É notório esse tipo de atuação nas ações da Guarda Municipais, que estão organizando as filas de um hospital, ou prestam segurança aos usuários de um mercado público, orientam através de informações a quem tem dúvidas em uma repartição, ajudam no cumprimento dos atos administrativos emanados por esses órgãosaos particulares, ressaltando o caráter da vigilância não apenas patrimonial, porque cabe aos agentes da cidadania municipal colaborar com o ideal funcionamento dos logradouros públicos. Ao entrar no ultimo bem, que é os bens de uso dominical conceituamos segundo Marcelo Alexandrino, (2011, pág.864), que são aqueles que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal ou real de cada uma dessas entidades. Relata ainda que são todos aqueles que não têm uma destinação pública definida, que podem ser utilizadas pelo estado para fazer renda através dos “tramites legais ̈. Portanto, os bens de uso dominial, ou dominical partindo dessa premissa são todos aqueles que não são de uso comum do povo, nem de uso especial, porque sobre os demais recai uma destinação especifica, ou seja, os bens dominicais são a dívida ativa, os móveis inservíveis, os prédios desativados e os terrenos de marinha, na fiscalização a terrenos baldios em que não se possa jogar lixo, evitar furtos contra esses bens que estão inutilizados, ou 13 subutilizados, contra a ocupação irregular, já que o ministério da Justiça orienta que em regra, a reintegração de posse, quando a invasão já aconteceu utilize as forças policiais militares e policial federal, dado o treinamento diferenciado dessas tropas, (SENASP. Curso, Resolução de conflitos agrários, pág. 06) A atuação da Guarda Municipal nas reintegrações de posse se dá de forma restrita em virtude da discrepância de treinamento dessas organizações variarem de estado em estado e de cidade e cidade. Enquanto em algumas cidades as instituições municipais de segurança têm grupamentos de controle de distúrbios civis treinados esporadicamente e preparados para realizar uma intervenção, em outros a guarda civil não existe os agrupamentos ou sequer existe, dado o caráter facultativo para a sua constituição, de acordo pela carta magna Brasileira. Outra função da Guarda de acordo com o artigo 144 da constituição, é a instalações públicas, no qual são patrimônio físico da municipalidade, como os prédios que sediam os serviços públicos de uso especial e bens dominicais. Vejamos a definição de Cláudio Frederico (2008, p. 45), acerca do conceito de instalações: Sobre instalações, considerando a sua interpretação gramatical derivada do verbo instalar, uma vez que não é uma terminologia jurídica, cabe lembrar que este item sim pode ser considerado sobre o aspecto meramente patrimonial, pois se refere ao ato ou efeito de instalar-se, desse modo, às edificações pertencentes ou sob a guarda do poder público municipal, podem ser consideradas instalações púbicas, trazendo com isso, data vênia, a pseudo interpretação de “Guarda Patrimonial”. Além do mais, o conceito não cabe prolongamentos nessa obra por razão de tal definição não ter interpretação divergente por parte da doutrina, igualmente, caminharemos ao ponto mais abrangente com relação à atuação das Guardas Municipais, que se trata da definição de serviços públicos. Segundo Frederico, (2010, pág.230), Serviço Público é considerado como atividade essencial e necessária a sociedade, é toda ação destinada a obter determinada utilidade de interesse para a coletividade, como a saúde, a educação, o transporte e a segurança pública. É exercida por particular, via concessão ou permissão. 14 Como apresentado o conceito, a segurança pública também faz parte do rol de serviços prestados pelo Estado. Se a constituição da república confere as Guardas à função de proteger os serviços públicos, tais organizações não estariam excluídas do mister de participar do policiamento de segurança pública. Os serviços públicos na classificação de Meirelles, (2007, p. 321), seriam classificados conforme a essencialidade, a adequação e a finalidade, com a classificação em serviços públicos e de utilidade pública; próprios e impróprios do estado administrativos e industriais [...]. Serviços próprios do estado são aqueles que não podem ser alvos de delegação ou de concessão por influírem na ordem econômica ou na segurança nacional e serem de caráter essencial para sociedade e para o próprio estado, por exemplo, os de polícia e de preservação da saúde pública. (MEIRELLES,2007, P. 321) Devemos destacar que os serviços de utilidade pública são os que a administração reconhece como sendo de conveniência, mais não tão necessários ou essenciais, podendo ser realizados por concessionárias, permissionários ou autoritários, segundo Meirelles, (2007, p. 322), “nas condições regulamentadas e sobre seu controle, mas por conta e risco dos prestadores, mediante remuneração dos usuários”. Exemplos dessa modalidade são as telecomunicações, energia elétrica e o transporte coletivo. E visto que a Guarda Municipal ocupam as mais diversas funções, mas quando tratamos de princípios, já imaginamos a base que fundamentam e obrigam os guardas a seguirem. Sendo assim, a lei em vigor determinou em um rol não taxativo, mas sim, princípios mínimos que devem ser seguidos pelas Guardas Municipais: Art. 3° São princípios mínimos de atuação das guardas municiais: I: Proteção dos direitos humanos fundamentais, do exercício da cidadania e das liberdades públicas; II- Preservação da vida, redução do sofrimento e diminuição das perdas; III- Patrulhamento preventivo; IV-Compromisso com a evolução social da comunidade; e V- Uso progressivo da força (BRASIL, Lei n° 13.022,2014, art. 3, I a V) No contexto acima, a guarda deve acompanhar os princípios que estão previstos na lei de forma mínima, bem como, seguir outros que norteiam suas ações de acordo com a 15 constituição federal, não podendo de forma alguma escapar deste caminho determinado pelo legislador. O estatuto deixa a cargo dos municípios a criação de outros princípios, não podendo invadir as competências dos estados e da união. No novo texto da lei, estão inseridos o patrulhamento preventivo e o uso progressivo da força, como um dos princípios a serem seguidos. A lei veio com o enfoque com a função de ceder este patrulhamento ostensivo para que a Guarda exerça a sua função primordial, ou seja, constitucional, prevenir o crime no patrimônio e serviços pertencentes aos municípios. Com o novo estatuto a Guarda passou a ter os seus objetivos mais delineados, sendo assim o artigo 4° e seu parágrafo único, da lei 13.022 refere: Art. 4° É competência geral das guardas municipais a proteção de bens, serviços, logradouros públicos municipais e instalações do município. Parágrafo único. Os bens mencionados no caput abrangem os de uso comum, os de uso especial e os dominiais. (BRASIL, Lei n° 13.022,2014, art. 4) Bem, é visto que o estatuto não ampliou as funções da Guarda Municipal, ele o concedeu o poder de polícia para que ele atue na proteção de bens, serviços, logradouros públicos municipais e instalações dos municípios, bens esses já mencionados acima, e delineando claramente o que é cada um. O artigo 5° da mesma lei aduz o seguinte: “Art. 5º São competências específicas da guardas municipais, respeitadas as competências dos órgãos federais e estatuais”. Neste artigo a lei deixou bem clara que a Guarda continua com o seu intento maior, a proteção dos bens e serviços dos municípios, contudo, não inibe que ao se deparar com uma ocorrência em seu deslocamento, ela possa agir e solucioná-la. Os incisos I, II, III, XII e XVI do artigo 5º assim retratam: I - Zelar pelos bens, equipamentos e prédios públicos do município; II - Prevenir e inibir, pela presença e vigilância, bem como coibir, infrações penais ou administrativas e atosinfracionais que atentem contra os bens, serviços e instalações municipais; III - atuar, preventiva e permanentemente, no território do município, para a proteção sistêmica da população que utiliza os bens, serviços e instalações municipais; XII - integrar-se com os demais órgãos de poder de polícia administrativa, visando a contribuir para a normatização e a fiscalização das posturas e ordenamento urbano municipal; 16 XVI - desenvolver ações de prevenção primária à violência, isoladamente ou em conjunto com os demais órgãos da própria municipalidade, de outros municípios ou das esferas estadual e federal; (BRASIL. Lei n ° 13.022, 2014, art. 5, I, II, XII e XVI) Estes incisos, citado acima, deixam de forma clara que deve zelar pelos prédios, equipamentos, bens e serviços, proibindo através de algumas ações que ocorram infrações penais e atos infracionais na respectiva área. Esta ação ocorre também nos serviços de fiscalizações, onde os Guardas Municipais devem preservar a segurança dos agentes fiscais de postura, vigilância sanitária e etc. Os incisos, também relatam que a Guarda pode atuar para a proteção da população que utiliza dos bens e serviços públicos na circunscrição do município a qual pertence, ratificando mais uma vez, que ao deparar com uma ocorrência na órbita citada acima, deverá agir. Cabe destacar também, que além de fazer a proteção de forma reativa nestes lugares, a Guarda deve atuar de forma preventiva, agindo antes que as infrações aconteçam, desenvolvendo planos e ações que ajudem a premir os crimes em sua atuação. Já nos incisos IV, V, XIII, XIV e parágrafo único: IV - Colaborar, de forma integrada com os órgãos de segurança pública, em ações conjuntas que contribuam com a paz social; V - Colaborar com a pacificação de conflitos que seus integrantes presenciarem, atentando para o respeito aos direitos fundamentais das pessoas; XIII - garantir o atendimento de ocorrências emergenciais, ou prestá-lo direta e imediatamente quando deparar-se com elas; XIV - encaminhar ao delegado de polícia, diante de flagrante delito, o autor da infração, preservando o local do crime, quando possível e sempre que necessário; No exercício de suas competências, a guarda municipal poderá colaborar ou atuar conjuntamente com órgãos de segurança pública da união, dos estados e do distrito federal ou de congêneres de municípios vizinhos e, nas hipóteses previstas nos incisos XIII e XIV deste artigo, diante do comparecimento de órgão descrito nos incisos do caput do art. 144 da constituição federal, deverá a guarda municipal prestar todo o apoio à continuidade do atendimento.(BRASIL. Lei n ° 13.022,2014, art. 5. IV, V, XIII, XIV e parágrafo único ). Nestes incisos, vemos que a Guarda deve procurar colaborar de forma a ter ações conjuntas com outros órgãos de segurança, com o fim de contribuir com a paz social e pacificação de conflitos que presenciarem. Neste contexto, vemos que a Guarda deve buscar o bem comum para todos, procurando ou sendo procurada, para o combate e implantação da paz e melhor convívio social. Realizando dessa forma, deverá colaborar com os órgãos de segurança inseridos no artigo 144 da constituição federal. Nos incisos VI e VII, salienta: 17 VI - Exercer as competências de trânsito que lhes forem conferidas, nas vias e logradouros municipais, nos termos da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), ou de forma concorrente, mediante convênio celebrado com órgão de trânsito estadual ou municipal; VII - proteger o patrimônio ecológico, histórico, cultural, arquitetônico e ambiental do município, inclusive adotando medidas educativas e preventivas. (BRASIL. Lei n ° 13.022,2014, art. 5. VI e VII). Esses incisos, exalta também a questão do empenho que estes agentes municipais devem ter com o trânsito, meio ambiente, patrimônio histórico, cultural e arquitetônico. Como mostra os incisos, devem ser trabalhadas a prevenção e medidas educativas para que os objetivos sejam alcançados. Quanto a competência de trânsito, percebe-se que devem trabalhar mediante convênio com os órgãos estatuais e federais de acordo com o código de trânsito nacional. No caso onde houver órgão municipal com esta incumbência a Guarda deve celebrar autarquia com este, é o caso de Recife, onde temos companhia de trânsito e transporte urbano (CTTU), possuindo os agentes fiscalizadores do ambiente de trânsito. Ao adentrar nos incisos VIII, IX, X, XI e XII, temos: VIII - cooperar com os demais órgãos de defesa civil em suas atividades; IX - Interagir com a sociedade civil para discussão de soluções de problemas e projetos locais voltados à melhoria das condições de segurança das comunidades; X - Estabelecer parcerias com os órgãos estaduais e da união, ou de municípios vizinhos, por meio da celebração de convênios ou consórcios, com vistas ao desenvolvimento de ações preventivas integradas; XI - articular-se com os órgãos municipais de políticas sociais, visando à adoção de ações interdisciplinares de segurança no município; XII - integrar-se com os demais órgãos de poder de polícia administrativa, visando a contribuir para a normatização e a fiscalização das posturas e ordenamento urbano municipal; (BRASIL. Lei n ° 13.022,2014, art. 5. VIII, IX, X, XI e XII). Estes incisos se referem à cooperação, interação, parcerias e articulação com órgão civis de defesa civil e outros que possuem o caráter de contribuírem com as atividades de melhoria da segurança das comunidades. Esta ligação deve ocorrer por meio de ações interdisciplinares, de modo que todos os meios sociais, com suas políticas sociais ajam de forma a unir sus esforços e conhecimentos para o bem da sociedade de forma geral. E por último, os incisos XV, XVII e XVIII, traz o seguinte: XV - Contribuir no estudo de impacto na segurança local, conforme plano diretor municipal, por ocasião da construção de empreendimentos de grande porte; 18 XVII - auxiliar na segurança de grandes eventos e na proteção de autoridades e dignitários; e XVIII - atuar mediante ações preventivas na segurança escolar, zelando pelo entorno e participando de ações educativas com o corpo discente e docente das unidades de ensino municipal, de forma a colaborar com a implantação da cultura de paz na comunidade local. (BRASIL. Lei n ° 13.022,2014, art. 5. XV, XVII e XVIII). Os incisos XV, inovou ao trazer que a Guarda deve participar sobre o impacto da segurança local conforme o plano do diretor, também acrescentar sobre a segurança de grandes eventos e de autoridades, bem como, a segurança das escolas municipais e suas imediações, eventos fornecidos pelo município, dentre outros, não se devem deter apenas a vigilância presencial, mas também, participando de ações como corpo discente com a finalidade de implantação da cultura de paz na comunidade local. Até o presente momento apresentamos neste texto o contexto histórico da Guarda Municipal da cidade do Recife, investigamos os impactos relacionados à segurança pública da cidade do Recife e por fim identificamos os documentos oficiais da Guarda Municipal diante das competências que estão previstas nos art. 4 e 5 da lei 13.022/14, em que são tratadas as competências de forma geral e especificas, em que abrange novas atribuições para a guarda municipal, porem sinto a importância de explanar sobre o decreto 24.256/08 que regula toda a Guarda municipal dentro da cidade do recife, iremos tratar aqui, especificamente os art. 26,27 e 28. Portanto as atribuições do Guarda Municipal do art. 26, que estão relacionadosaos agentes de segurança municipal compete: I-Cumprir com exatidão e presteza as determinações deste regulamento as legislações em vigor e as instruções que forem baixadas por seus superiores; II-Exercer suas funções de acordo com o parágrafo 8º do art. 144 da constituição federal e o disposto neste regulamento; III- Exercer além das suas funções próprias do cargo, no âmbito da Guarda Municipal do Recife, as atividades de motorista e motociclista, quando devidamente habilitado e/ou expediente administrativo (atividade meio) sem que isso importe em desvio de função na forma da lei; IV- Assumir voluntariamente cargos de diretoria, gerência ou função gratificada no âmbito da Guarda Municipal do Recife, quando nomeado pelo chefe do poder executivo municipal; V-Quando da ocorrência de exoneração, demissão, aposentadoria, falecimento ou qualquer outro motivo de afastamento da Guarda Municipal do Recife, devolver imediatamente o armamento em seu poder e/ou qualquer outro material ou bem do município que esteja sob sua posse. (BRASIL. Decreto n ° 24.256/08, art. 26. I, II, III, IV, V). 19 No capítulo IV do art. 26, refere-se as atribuições dos agentes de segurança municipal que vem acontecendo diante das esferas judiciais devida a sua criação ser optativa na carta magna, além de já mencionada proteção aos bens, serviços e instalações públicas. Todavia a constituição republicana confere aos municípios a faculdade de legislar sobre assuntos de interesse local e a prática a atuação dessas instituições já acontece pela aproximidade entre os agentes e a população. Ainda sobre o art. 26, no inciso IV, explana sobre os cargos, no qual não existe “critérios” pré-definidos, e sim, são cargos voluntários ou função gratificada quando nomeado por um poder executivo municipal. O Decreto Municipal regulamenta as atividades e atribuições da Guarda Municipal, define que a Guarda Municipal é composta pelo cargo de Agente de Segurança Municipal, dividido nas classes de Guarda Municipal, subinspetor e inspetor (art. 26 ao 28). Com relação as Guardas Municipais, temos o art.27, que trata: I- Cumprir com exatidão e presteza suas funções conforme preceitua este regulamento; II- Assumir quando na ausência de graduado ou quando devidamente autorizado, a liderança de equipe ou efetivo, em postos de serviços, eventos ou missões. III- Exercer outras atribuições correlatas que lhe forem atribuídas pelo diretor comandante, gerentes, supervisores, coordenadores e graduados e em conformidade com este regulamento e o estatuto dos servidores públicos da cidade do Recife. (BRASIL. Decreto n ° 24.256/08, art. 27. I, II, III). Diante do inciso II, podemos relevar que são competência remanescentes, ou seja, que qualquer tipo de ausência dos graduandos, inspetor e subinspetor, um guarda assume automaticamente uma liderança de equipe ou efetivo em missões, eventos e em postos de serviços. Os agentes de segurança municipal das classes inspetor e subinspetor, como legítimo líder de equipe, posto, ou missão, terão total responsabilidade por todas as ocorrências que envolvam seu efetivo, devendo tomar as providências que a situação exigir, competindo-lhe no seu art. 28: I-Fiscalizar sua equipe, apontando faltas ou ocorrências, informando ao gerente ou coordenador competente; II-Supervisionar o emprego e cuidados com os equipamentos em uso por sua equipe; III-Zelar pela postura e aparência do efetivo sob sua responsabilidade; IV- Ter pronto controle sob sua equipe; 20 V- Participar de atividades de ronda como responsável pelo serviço; VI- Participar de atividades de patrulha como o responsável pelo serviço; VII-Apresentar comportamento profissional compatível com a função de líder; VIII-Apresentar relatório de serviço ao setor competente; IX- Participar de atividades de ronda e patrulha como responsável pelo serviço; X- Elaborar e apresentar relatório de serviço ao setor competente. (BRASIL. Decreto n ° 24.256/08, art. 28. I ao X). A guarda é dividida em três classes, dentre elas, temos o inspetor, subinspetor e guarda. O inspetor e o subinspetor têm atribuições de lideranças, fiscalização e responsabilidades pelas suas equipes, tendo como funções essas contribuições citadas acima. Atualmente as promoções são de acordo com o tempo de serviço, e mérito, no qual adentramos na eficiência dos guardas. Á vista disso, conforme foi apresentado acima, observamos que as Guardas Municipais da cidade do Recife, estão inerentes ao cumprimento de suas atribuições constitucionais, preservação do patrimônio, bens e serviços municipais. As influencias é que está lei federal da maior visibilidade e disciplina para atuar como polícia administrativa, pois acrescentou mais direitos e deveres ao GUARDA MUNICIPAL e com isso o cidadão recifense terá mais um órgão de segurança pública atuando contra a criminalidade, de forma preventiva e ostensiva, mantendo a ordem e estabelecendo a sensação de segurança nos limites do município. Diante disso, conclui-se que a função da Guarda Municipal da cidade do Recife não se restringe ao caráter meramente patrimonial como se preconiza pela maioria da população, em virtude da sua amplitude como foi dito durante o texto, porem percebe-se a versatilidade das Guardas em ser utilizada nos mais diversos tipos de policiamento, no qual um ente de segurança pública comunitário, pois sempre estará mais próximo dos acontecimentos da comunidade, por residir e conviver nas cidades. 21 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Após algumas pesquisas que subsidiaram para fazer este trabalho, notamos que é possível entender a amplitude do tema Segurança pública e toda a enorme gama que sua proteção representa, dentre elas temos a Guarda Municipal como foi exposto. Segundo Osmar Ventris. (2010, p. 91), podemos definir a Guarda Municipal como instituição pública municipal, uniformizada, hierarquizada, desmilitarizada, armada ou não, de criação constitucionalmente facultativa, por iniciativa exclusiva do executivo municipal, “mediante lei, para atuar na prestação de serviços públicos no âmbito da segurança pública municipal e no contexto da preservação da ordem pública”. Com isso, é visto que as políticas públicas de segurança, como dever constitucional, também são responsabilidades dos municípios, seja por meio da criação ou fortalecimento da força municipal de segurança (Guarda Municipal), mas, principalmente, por meio de ações institucionais de prevenção primária, sociais e urbanas, desenvolvidas pela própria administração da cidade, por parcerias com outros entes federativos, entidades não- governamentais ou da sociedade civil e iniciativa privada. Por outro lado, percebeu-se que as Guardas Municipais enfrentam dificuldades por causa da falta de padronização no território nacional, pela falta de uma regulamentação que garanta uniformidade de procedimentos, recursos e procedimentos a serem adotados pelos profissionais dessas corporações. 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALEXANDRINO, Marcelo e PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 17 ed. São Paulo: Método,2009. BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de direito administrativo. 29ed. São Paulo: Malheiros,2011. BARATTA, Alessandro. Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal - Introdução à Sociologia do Direito Penal. Trad. Juarez Cirino dos Santos, Rio de Janeiro: Freitas Bastos Editora, 1999. BATISTA, Lino. Introdução crítica ao direito penal brasileiro. Rio de Janeiro: Revan,2007.BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: 1988 – texto constitucional de 5 de outubro de 1988 com as alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais de n.1, de 1992, a 83, de 2014, e pelas Emendas Constitucionais de Revisão. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao.hatm. Acesso em: 14 de out de 2018. BRASIL. Lei 13.022, de 8 de agosto de 2014. Dispõe sobre o Estatuto Geral das Guardas Municipais. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/Lei/LI3022.htm. Brasília, DF, Presidência da República, 2015. CARVALHO, Claudio Frederico de. O que você precisa sobre guarda municipal e nunca teve a quem perguntar. 3ed. São Paulo: Clube dos Autores. 1997. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil Brasileiro, volume I. 6ªed. Saraiva, 2008. JUSTEN FILHO, Marçal. Teoria Geral das Concessões de Serviço Público. São Paulo: Dialética, 2003 MACHADO, Antônio Cláudio da Costa. Código civil interpretado. 2 ed. São Paulo: Saraiva,2009 MEIRELLES, Helly Lopes. Direito administrativo brasileiro. 29 ed. São Paulo: Malheiros,2004. NOVAIS, Elaine Cardoso de Matos. Serviços públicos & relação de consumo: aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor. Curitiba: Juruá, 2006 23 PNUD. O SURGIMENTO DA GUARDA MUNICIPAL E DA POLÍCIA MILITAR.2012. Disponível em: <http://osmunicipais.blogspot.com/2012/01/o-surgimento-da-guarda municipal-e-da.html? m=1>. Acesso em: out. 2018. SENASP. Atuação policial na proteção dos direitos humanos de pessoas em situação de vulnerabilidade. Ministério da Justiça, 2010. SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 31. Ed. São Paulo: Malheiros, 2007.
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