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ARTIGO FINAL TCC

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1 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA 
CURSO SUPERIOR TECNÓLOGICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CSTSP 
 
 
GUILHERME COUTINHO GOMES DA SILVA 
 
 
SEGURANCA PÚBLICA E A GUARDA CIVIL MUNICIPAL: UMA ANÁLISE 
ACERCA DAS COMPETÊNCIA E INFLUENCIAS NA CIDADE DO RECIFE 
 
 
 
Artigo a ser apresentado à Banca do Exame do Curso 
Superior de Tecnólogo em Segurança Pública da 
Universidade Estácio de Sá – CSTSP/UNESA, como 
requisito para aprovação na disciplina de TCC em 
Segurança Pública. 
 
 
Orientador: Prof. GENESIO GREGORIO FILHO 
 
 
 
Recife -PE 
Setembro/ 2018 
2 
 
SEGURANCA PÚBLICA E A GUARDA CIVIL MUNICIPAL: UMA ANÁLISE 
ACERCA DAS COMPETÊNCIA E INFLUENCIAS NA CIDADE DO RECIFE 
 
PUBLIC SAFETY AND MUNICIPAL CIVIL GUARD: AN ANALYSIS OF THE 
COMPETENCE AND INFLUENCES IN THE CITY OF RECIFE 
 
 
 
 
 
GUILHERME COUTINHO GOMES DA SILVA¹ 
Prof. GENESIO GREGORIO FILHO² 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente estudo tem como objetivo geral, analisar as competências e as influências da 
Guarda Municipal da cidade do Recife. Como forma de atingir os objetivos, os dados vão ser 
recolhido por fontes bibliográfica e documental, através de livros, teses, dissertações e 
realizamos consultas em doutrinas, legislação, jurisprudência. Sabendo disso, a principal 
inquietação deste trabalho é: “Quais a competências e influencias da Guarda Municipal da 
cidade do Recife? ”. Com isso, a justificativa deste estudo surgiu em virtude pelo interesse 
deste pesquisador, no qual faz parte do quadro da Guarda Municipal da cidade do Recife por 3 
anos, e por presenciar a atuação da Guarda Municipal não só como um âmbito profissional e 
sim por estar sempre em processo de aprendizagem buscando ler e estudar frequentemente 
sobre o tema tratado no presente estudo. Portanto, conclui-se que a função da Guarda 
Municipal da cidade do Recife não se restringe ao caráter meramente patrimonial como se 
preconiza pela maioria da população, em virtude da sua amplitude como foi dito durante o 
texto, porem percebe-se a versatilidade das Guardas em ser utilizada nos mais diversos tipos 
de policiamento, no qual um ente de segurança pública comunitário, pois sempre estará mais 
próximo dos acontecimentos da comunidade, por residir e conviver nas cidades. 
 
 
Palavras-chave: Segurança pública; Guarda Municipal; Competências e influências. 
 
 
 3 
 
 
ABSTRACT 
 
The present study has as general objective, to analyze the competences and influences of the 
Municipal Guard of the city of Recife. As a way to achieve the objectives, the series will be 
collected by bibliographic and documentary sources, through books, theses, dissertations and 
achievements, consultations, legislation, jurisprudence. Knowing this, the main concern of this 
work is: “What are the skills and the influence of the Municipal Guard of the city of Recife?” 
With this, the justification of this study collected in particle, with the purpose of doing this, is 
no longer a part of the Municipal Guard for 3 years, and to witness the work of the Municipal 
Guard. Therefore, it is concluded that one of the main functions of the Recife City Guard is 
characterized as a cultural and cultural patrimony of the city, due to its amplitude as it was 
said during the text, because the versatility of the guards is perceived. Policing forms are no 
more than a public publication, because they are always present in the next meetings of the 
community, because they live and live in cities. 
 
 
Keywords: Public security; Municipal guard; Skills and influences. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
Atualmente, a segurança pública tem sido extensivamente discutida nas mais diversas 
camadas sociais, principalmente por profissionais da área, dentre eles, cientistas e sociólogos 
que buscam através de estudos de casos compreender todas e as mais diversas questões que 
englobam este determinado assunto. 
Tal assunto gera grandes polêmicas, uma vez que o mesmo consiste em um arcabouço 
jurídico-sociológico, ou seja, tem influencias desde educação, saúde, lazer, até o bem-estar 
social, legislações mais rígidas, assistência bem como ainda o acompanhamento do sistema 
prisional. 
As preocupações com insegurança, violência e criminalidade não é um tema com 
abordagem nova, pois sempre existiram. É tanto que, desde o descobrimento e colonização do 
Brasil, em 1500, foram criadas tropas armadas e organizadas, a exemplo de São Vicente, 
litoral paulistano, por volta de 1542, com objetivo de defender o território nacional, 
principalmente da invasão dos espanhóis na capitania do Rio de Janeiro. 
Na proporção que os delitos aumentaram os organismos policiais estatais existentes 
tornaram-se insuficientes para combater a delinquência, obrigando os gestores municipais a 
despertarem para a necessidade de o município participar ativamente desse engajamento, haja 
vista ela atingir não só os grandes centros urbanos, mas qualquer lugar. 
Diante da insuficiência dos estados membros e da união em cuidar sozinhos da 
segurança pública, se faz necessária à participação dos municípios através das Guardas 
Municipais dispostas no artigo 144 §8 da constituição federal, tornaram-se o principal 
instrumento dos Prefeitos para enfrentar os problemas municipais. No qual são designadas as 
instituições, para colaborar na segurança pública utilizando-se do poder de polícia 
administrativa delegado pelo município através de leis complementares. 
Diante da carta magna, estabelece em seu artigo 144, § 8º, ao determinar atividades, 
órgãos e atuação frente à segurança pública e à incolumidade das pessoas e do patrimônio, 
preconiza a responsabilidade de todos, e principalmente do "Estado" (união, estados, distrito 
federal e municípios), sendo um direito e responsabilidade de todos. Ou seja, os guardas são 
legalmente destinados a proteger o patrimônio público municipal e os serviços dessas 
 5 
 
repartições, porém a discussões a respeito das atribuições da Guarda Municipal vem 
acontecendo diante das esferas judiciais devido a sua criação ser facultativa diante da carta 
magna, além da já mencionada proteção aos bens, serviços e instalações públicas. Todavia a 
constituição republicana confere aos municípios a faculdade de legislar sobre assuntos de 
interesse local, porém têm extrapolado consideravelmente essas atribuições realizando rondas 
escolares, patrulhamento ostensivo, patrulhamento de vias públicas, auxílio no trânsito, ações 
educativas, atividades de defesa civil, e, principalmente, na área da Segurança Pública. 
Sabendo disso, a principal inquietação deste trabalho é: “Quais a competências e 
influencias da Guarda Municipal da cidade do Recife? ”. Visto que as competências estão 
previstas nos art. 4 e 5 da lei 13.022/14, em que o art. 4 trata das competências gerais, no qual 
são baseadas no art. 144 da constituição federal, a posteriori o art. 5 que dialoga com 
competências especificas, nos quais abrange novas atribuições para a Guarda Municipal. Além 
do decreto 24.256/2008 que regula toda a Guarda Municipal dentro da cidade do Recife, em 
seu art. 26, 27 e 28 – atribuições. 
A aproximação com o tema surgiu em virtude pelo interesse deste pesquisador, no qual 
faz parte do quadro da Guarda Municipal da cidade do Recife por 3 anos, e por presenciar a 
atuação da Guarda Municipal não só como um âmbito profissional e por estar sempre em 
processo de aprendizagem buscando ler e estudar frequentemente sobre o tema tratado no 
presente estudo, relacionado a inconstitucionalidadede atuação dessa instituição, ou seu 
caráter meramente patrimonial. 
Sabendo disto, este trabalho tem como objetivo geral, analisar as competências e as 
influências da Guarda Municipal da cidade do Recife. Também temos como objetivos 
específicos, resgatar o contexto histórico da Guarda Municipal da cidade do Recife; identificar 
os documentos oficiais que trata da nova Guarda Municipal da cidade do recife; investigar os 
impactos relacionados à segurança pública da cidade do recife. 
Como forma de atingir os objetivos, os dados vão ser recolhido por fontes bibliográfica 
e documental, através de livros, teses, dissertações e realizamos consultas em doutrinas, 
legislação, jurisprudência, buscamos em banco de dados e profissionais da área acerca do tema 
para compreender melhor. 
Este trabalho será utilizado um método de abordagem de maneira dedutiva, partindo de 
um amplo estudo de argumentos/fatos e conhecimentos gerais, do universo que envolve a 
6 
 
Guarda Municipal, efetuando uma posterior conclusão direcionando as argumentações gerais 
verificadas para uma específica, que está relacionado à legitimidade em suas atribuições. A 
forma de pesquisa realizada será da maneira qualitativa, na qual permite a possibilidade de um 
melhor aprofundamento na pesquisa relacionada ao estudo. 
Para melhor compreendê-los é necessário apresentarmos, o contexto histórico da 
Guarda Municipal da cidade do Recife, partindo e das referências bibliográficas e documentos 
que vão nos dar subsídio para compreender melhor o estudo. Subsequente, iremos identificar 
os documentos oficiais que trata da nova guarda municipal da cidade do recife, visando as suas 
competências e as influências. E por fim, apresentarão os impactos relacionados à segurança 
pública da cidade do Recife. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
 
Antes de compreender sobre os conceitos de serviço público e suas competências e 
influencias, é necessário mostrar a origem histórica deste instituto. 
Existem registros de atividades ligadas diretamente ao instituto de serviço público em 
meados do século XI, onde os problemas oriundos desta época fizeram com que o estado, 
viesse a ter a devida preocupação com a instabilidade da comunidade como um todo. Visto 
que as épocas de guerras e conflitos nesta época eram de fácil ocorrência, podemos indicar 
como serviços percussores do instituto a guarda das muralhas, a manutenção das ruas, praças e 
mercados e o combate a calamidades, foi o impulso para o aparecimento dos primeiros 
serviços de interesse geral realizados nas primeiras cidades. (Justen, 2003, p. 17). 
O instituto de serviço público vem se expandido de acordo com a história, pois se faz 
necessário haver alterações e adequações devidas de acordo com a necessidades da 
civilização. 
Segundo Lino (2012), no Brasil a ideia de uma unidade/órgão policial surgiu em 1500, 
quando D. João III resolveu adotar um sistema de capitanias hereditárias, outorgando uma 
carta régia a Martim Afonso de Souza para determinar a administração, promover a justiça e 
organizar o serviço de ordem pública, como melhor entendesse, em todas as terras que ele 
conquistasse. Registros históricos mostram que, em 20 de novembro de 1530, iniciaram-se as 
atividades do primeiro corpo policial, promovendo Justiça e organizando os serviços de ordem 
pública. 
No Brasil, a primeira instituição policial paga pelo erário foi o regimento de cavalaria 
regular da capitania de Minas Gerais, organizado em 9 de junho de 1775, ao qual pertenceu o 
Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o TIRADENTES, que nela alistou-se em 1780 e em 
1781 foi nomeado comandante do destacamento dos dragões, na patrulha do "Caminho Novo", 
estrada que servia como rota de escoamento da produção mineradora da capitania mineira ao 
porto do Rio de Janeiro. 
No dia 13 de maio 1809 ocorreu um grande marco, pois foi criada a divisão Militar da 
guarda real de polícia, de onde se originou a Guarda Municipal do Rio de Janeiro, tendo por 
objetivo fazer o policiamento em tempo integral de toda a cidade, e assim os guardas 
8 
 
começaram a agir de forma mais competente e organizada do que os chamados 
“quadrilheiros”- pessoas que eram escolhidas pelos juízes de cada região ou cidade-. 
Diante disso, percebemos que a guarda durante esse período tinha como competência 
de realizar o papel de policiamento e intervir em alguns momentos, portanto a Guarda se 
tornava um grupo mais próximo a sociedade. 
No dia 18 de agosto de 1831, houve uma nova roupagem das Guardas Municipais, 
chamando-as de corpo de Guardas Municipais permanentes, que eram subordinadas ao 
ministro da Justiça e ao comandante da guarda nacional. O corpo da guarda permanente tinha 
como função realizar o patrulhamento, respeitando o direito dos cidadãos e utilizando da força 
em determinados momentos e podendo efetuar prisões em momentos necessários. 
Em São Paulo, a lei provincial nº 23, de 26 de março 1866, sancionada por Joaquim 
Floriano de Toledo Peixoto, fundou a Guarda Municipal com a finalidade de garantir a 
segurança pública. Em 1926 o governo paulista cria outra força para a segurança pública, 
independente da Força pública. Cria a guarda civil estadual de São Paulo através da Lei nº. 
2141, denominada como auxiliar da força pública, mas sem caráter militar. 
Este guarda tinha funções de fiscalização no trânsito, serviço de radiopatrulha para o 
controle da criminalidade, proteção de escolas, repartições públicas em geral. O corpo de 
policiamento especial feminino, órgão anexo à guarda civil, foi criado em 1955 pelo 
governador de São Paulo Jânio Quadros para proteger os idosos, menores e mulheres 
(MARIANO, 2004, p.24). 
Com instituição do governo militar de 1964 novas modificações foram inseridas. Com 
a tomada do poder pelos militares, a guarda civil começou a sofrer influencias política direta, 
pois pretendiam criar uma nova estrutura no setor de segurança pública. A constituição do 
estado de São Paulo promulgada em 15 de maio de 1967, previa em título de segurança 
pública que “são órgãos policiais subordinados ao secretário de estado: I – delegados de 
polícia e demais carreiras policiais; II – força pública; III – guarda civil” 
A Guarda Municipal antes da constituição de 1988, percebe-se que sempre teve o 
encargo de manter a segurança do patrimônio Municipal, sem possuírem explicitamente o 
poder de polícia, desta feita, não passavam dos muros dos prédios, escolas e serviços 
municipais. 
 9 
 
A partir do dia 08 de agosto de 2014, foi elaborado o estatuto geral das Guardas 
Municipais, aumentando consideravelmente os poderes que impedia a ação da guarda, com 
esta nova lei de 13022/2014, trouxe o poder de polícia da guarda, e ainda através de seus 
princípios desprendeu a Guarda Municipal de qualquer entidade militar, impedindo inclusive a 
sua formação em órgão desta natureza, portanto, este instituto consagra o caráter civil das 
Guardas e que são uniformizadas e armadas, possuindo a função de proteção municipal 
preventiva, sem, contudo, entrarem nas competências da união, estados e municípios. 
Portanto, diante deste percurso, é visto que o papel do estado era quase ausente na vida 
dos indivíduos, encarregando apenas de prestar serviços inviáveis economicamente para os 
particulares. Segundo Novais (2016) muitas das atividades de cunho social eram garantidos 
pela própria sociedade, tendo o estado papel de pouco evidencia na promoção dos serviços 
sociais. 
Entretanto, o período de extrema importância e relevância para o instituto ora em 
discussão, segundo Novais “O estado liberal foi o marcohistórico e político para o serviço 
público, pois, à época apenas alguns serviços eram reconhecidos como públicos” (Novais, 
2006, p. 17). 
Com a mudança de governo, mais precisamente, mudança do estado absolutista para o 
estado liberal, no âmbito jurídico, pôde-se falar assim no surgimento de um estado de direito, 
uma vez ser característica deste, bem como ainda a supremacia da carta magna, a tripartição 
de poderes, e a preservação dos direitos individuais, onde estes no estado absolutista não eram 
preservados. 
Com a mudança de um estado liberal para o estado social, o importante foi que, ficou 
claro a atuação mais assídua do estado, onde antes tais ações eram privilégios de uma pequena 
classe do povo. Com esta mudança pode-se ter objetivado a preservação dos direitos sociais, 
focados em todas condições básicas para a população em geral. 
A partir do que foi demonstrado no histórico acima, pode-se a seguir, traçar os 
primeiros preceitos atribuídos ao instituto do serviço público, no passado e atualmente. 
Ao trazer a Guarda Municipal para a constituição federal, devemos pensar no controle 
de constitucionalidade, diretamente a supremacia de nossa carta superior, no qual deve vigorar 
em nosso estado democrático de direito, assim todas as outras leis deveram está abaixo dela, 
devendo respeitá-la. 
10 
 
Portanto temos o controle de constitucionalidade, que tem por fim o questionamento de 
leis. Sendo assim, assevera José Afonso da Silva e seu livro curso de direito constitucional 
Positivo: 
 
 
O princípio da supremacia requer que todas as situações jurídicas se conformem com 
os princípios e preceitos da constituição. Essa conformidade com os ditames 
constitucionais, agora, não se satisfaz apenas com a atuação positiva de acordo com a 
constituição. Exige mais, pois omitir a aplicação de normas constitucionais, quando a 
constituição assim a determina, também constitui conduta inconstitucional (SILVA, 
2007, p.46) 
 
Silva (2007), relata que toda a norma que não se conforma com a constituição está em 
estado de inconstitucionalidade, entretanto mais à frente relata que os direitos que são 
omitidos também estão dentro da inconstitucionalidade. 
Existem formas que podem ser alegadas as inconstitucionalidades, estas possuem a 
finalidade de atuarem com a importância de abater o mundo jurídico qualquer norma, ação ou 
omissão que afete a nossa lei superior. 
A supremacia da constituição federal decorre do princípio de rigor constitucional, ou 
seja, com maior formalidade e dificuldades a mudança. Em contraponto, na supremacia da 
constituição se refere a sua superioridade a qualquer outra legislação que existe no Brasil, 
portanto, as normas infraconstitucionais devem respeitar os princípios que demanda esta carta 
maior. Este preceito da supremacia é uma pirâmide, colocando a constituição no vértice do 
ordenamento jurídico. 
 Partindo para a constituição da república, a segurança pública é tratada em capítulos 
exclusivos, que conta apenas com o artigo 144, o qual traz, em seus incisos, os órgãos que 
exercem a segurança pública em nosso país, como se vê abaixo: 
 
 
Art.144. A segurança pública, dever do estado, direito e responsabilidade de todos, é 
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
I-Polícia federal; 
II- Policia rodoviário federal; 
III-Policia ferroviária federal; 
IV- Policiais civis; 
V- Policias militares e corpos de bombeiros militares (BRASIL,1988) 
 
É visto, no 8° parágrafo que traz a Guarda como um órgão para os municípios, com a 
função de proteger os bens, serviços e instalações dos municípios. Neste contexto o § 8° do 
 11 
 
artigo 144 da constituição retrata o seguinte: “Os municípios poderão constituir guardas 
municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações públicas, conforme 
dispuser a lei”, certamente está em uma área de segurança. 
Como autor desse estudo, sinto a necessidade de aprofundas os conhecimentos, 
conceitos e seus significados com relação a doutrina de bens, serviços e instalações pública. 
A lei (10.406/2002), o código civil prescreve, em seu artigo que são públicos os bens 
do domínio nacional, pertencentes ás pessoas jurídicas de direito público interno: “São 
públicos os bens do domínio nacional pertencentes ás pessoas jurídicas de direito público 
interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem”. 
Segundo Machado (2009, p. 118), bens públicos são aqueles que estão sob o poder 
público e possuem utilidade coletiva como as águas, jazidas, subsolo, espaço aéreo, florestas, 
mangues, e o patrimônio histórico. 
Já Bandeira de Melo (2011, p103): 
 
 
Bens públicos são todos os bens que pertencem ás pessoas jurídicas de direito 
público, isto é, união, estados e municípios, respectivas autarquias e fundações de 
direito público[...] O conjunto de bens públicos forma o domínio público, que inclui 
tanto bens móveis como bens imóveis. 
 
Já os bens de uso comum do povo são os mais amplos, pois neles estão incluídos os 
rios, mares, florestas, praças, estradas ruas, mares, como citado por (Meirelles, 2007, pág.495), 
ou seja, seriam o todo, os locais abertos à utilização pública adquirem esse caráter de 
comunidade, de uso coletivo, de fruição própria do povo, sociedade. 
Para Gonçalves, (2008, pág.270), os bens de uso comum do povo são aqueles que 
podem ser utilizados por qualquer um do povo, sem formalidades, não perdendo essa 
característica se o poder público regulamentar seu uso, ou torna- ló oneroso, instituindo 
cobrança de pedágio como nas rodovias (...) 
Em síntese, os bens públicos de uso comum são aqueles disponível para todas as 
pessoas, especificamente em locais abertos à visitação do público com caráter comunitário, de 
utilização coletiva com o uso próprio do povo. Inalienável ou fora do comercio, com a 
observação que em determinados casos especiais podem ter a utilização restringida ou 
impedida, como por exemplo, um fechamento de uma avenida para a realização de obras, ou a 
interdição de uma praça para a realização de uma manifestação pública. 
12 
 
 
Com isso, os bens públicos de uso comum do povo surgem um dos pontos dos 
defensores da atuação da Guarda Municipal. Porque os bens dessa natureza têm utilização 
ampla, com um número indeterminado de usuários, então é possível imaginar a proteção da 
Guarda Municipal as ruas, mares, praças, estradas, florestas, parques e outros. 
Ao adentrar nos bens públicos de uso especial, observamos que são aqueles que as 
entidades públicas respectivas destinam aos fins determinados ou aos seus serviços, como 
terrenos ou edifícios aplicados ao seu funcionamento. Tendo como características ser 
intransmissível e imprescritível como os bens de uso comum do povo e quando não mais se 
prestam a finalidade a qual se destinam é possível suspender essa condição legalmente através 
de concorrência pública. 
Segundo Carlos Roberto Gonçalves, (2008, pág.271), conceitua os bens de uso 
especial, aqueles que são destinados especialmente a execução dos serviços públicos. São os 
edifícios onde estão instalados os serviços públicos, inclusive os das autarquias, e os órgãos da 
administração (repartições públicas, secretarias, escolas, ministérios etc., sendo 
exclusivamente usados pelo poder público). 
É notório esse tipo de atuação nas ações da Guarda Municipais, que estão organizando 
as filas de um hospital, ou prestam segurança aos usuários de um mercado público, orientam 
através de informações a quem tem dúvidas em uma repartição, ajudam no cumprimento dos 
atos administrativos emanados por esses órgãosaos particulares, ressaltando o caráter da 
vigilância não apenas patrimonial, porque cabe aos agentes da cidadania municipal colaborar 
com o ideal funcionamento dos logradouros públicos. 
Ao entrar no ultimo bem, que é os bens de uso dominical conceituamos segundo 
Marcelo Alexandrino, (2011, pág.864), que são aqueles que constituem o patrimônio das 
pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal ou real de cada uma dessas 
entidades. Relata ainda que são todos aqueles que não têm uma destinação pública definida, 
que podem ser utilizadas pelo estado para fazer renda através dos “tramites legais ̈. 
Portanto, os bens de uso dominial, ou dominical partindo dessa premissa são todos 
aqueles que não são de uso comum do povo, nem de uso especial, porque sobre os demais 
recai uma destinação especifica, ou seja, os bens dominicais são a dívida ativa, os móveis 
inservíveis, os prédios desativados e os terrenos de marinha, na fiscalização a terrenos baldios 
em que não se possa jogar lixo, evitar furtos contra esses bens que estão inutilizados, ou 
 13 
 
subutilizados, contra a ocupação irregular, já que o ministério da Justiça orienta que em regra, 
a reintegração de posse, quando a invasão já aconteceu utilize as forças policiais militares e 
policial federal, dado o treinamento diferenciado dessas tropas, (SENASP. Curso, Resolução 
de conflitos agrários, pág. 06) 
A atuação da Guarda Municipal nas reintegrações de posse se dá de forma restrita em 
virtude da discrepância de treinamento dessas organizações variarem de estado em estado e de 
cidade e cidade. Enquanto em algumas cidades as instituições municipais de segurança têm 
grupamentos de controle de distúrbios civis treinados esporadicamente e preparados para 
realizar uma intervenção, em outros a guarda civil não existe os agrupamentos ou sequer 
existe, dado o caráter facultativo para a sua constituição, de acordo pela carta magna 
Brasileira. 
Outra função da Guarda de acordo com o artigo 144 da constituição, é a instalações 
públicas, no qual são patrimônio físico da municipalidade, como os prédios que sediam os 
serviços públicos de uso especial e bens dominicais. Vejamos a definição de Cláudio 
Frederico (2008, p. 45), acerca do conceito de instalações: 
 
 
Sobre instalações, considerando a sua interpretação gramatical derivada do verbo 
instalar, uma vez que não é uma terminologia jurídica, cabe lembrar que este item 
sim pode ser considerado sobre o aspecto meramente patrimonial, pois se refere ao 
ato ou efeito de instalar-se, desse modo, às edificações pertencentes ou sob a guarda 
do poder público municipal, podem ser consideradas instalações púbicas, trazendo 
com isso, data vênia, a pseudo interpretação de “Guarda Patrimonial”. 
 
Além do mais, o conceito não cabe prolongamentos nessa obra por razão de tal 
definição não ter interpretação divergente por parte da doutrina, igualmente, caminharemos ao 
ponto mais abrangente com relação à atuação das Guardas Municipais, que se trata da 
definição de serviços públicos. 
Segundo Frederico, (2010, pág.230), Serviço Público é considerado como atividade 
essencial e necessária a sociedade, é toda ação destinada a obter determinada utilidade de 
interesse para a coletividade, como a saúde, a educação, o transporte e a segurança pública. É 
exercida por particular, via concessão ou permissão. 
14 
 
Como apresentado o conceito, a segurança pública também faz parte do rol de serviços 
prestados pelo Estado. Se a constituição da república confere as Guardas à função de proteger 
os serviços públicos, tais organizações não estariam excluídas do mister de participar do 
policiamento de segurança pública. 
Os serviços públicos na classificação de Meirelles, (2007, p. 321), seriam classificados 
conforme a essencialidade, a adequação e a finalidade, com a classificação em serviços 
públicos e de utilidade pública; próprios e impróprios do estado administrativos e industriais 
[...]. 
 
 
 Serviços próprios do estado são aqueles que não podem ser alvos de delegação ou de 
concessão por influírem na ordem econômica ou na segurança nacional e serem de 
caráter essencial para sociedade e para o próprio estado, por exemplo, os de polícia e 
de preservação da saúde pública. (MEIRELLES,2007, P. 321) 
 
Devemos destacar que os serviços de utilidade pública são os que a administração 
reconhece como sendo de conveniência, mais não tão necessários ou essenciais, podendo ser 
realizados por concessionárias, permissionários ou autoritários, segundo Meirelles, (2007, p. 
322), “nas condições regulamentadas e sobre seu controle, mas por conta e risco dos 
prestadores, mediante remuneração dos usuários”. Exemplos dessa modalidade são as 
telecomunicações, energia elétrica e o transporte coletivo. 
E visto que a Guarda Municipal ocupam as mais diversas funções, mas quando 
tratamos de princípios, já imaginamos a base que fundamentam e obrigam os guardas a 
seguirem. Sendo assim, a lei em vigor determinou em um rol não taxativo, mas sim, princípios 
mínimos que devem ser seguidos pelas Guardas Municipais: 
 
 
Art. 3° São princípios mínimos de atuação das guardas municiais: 
I: Proteção dos direitos humanos fundamentais, do exercício da cidadania e das 
liberdades públicas; 
II- Preservação da vida, redução do sofrimento e diminuição das perdas; 
III- Patrulhamento preventivo; 
IV-Compromisso com a evolução social da comunidade; e 
V- Uso progressivo da força (BRASIL, Lei n° 13.022,2014, art. 3, I a V) 
 
 
No contexto acima, a guarda deve acompanhar os princípios que estão previstos na lei 
de forma mínima, bem como, seguir outros que norteiam suas ações de acordo com a 
 15 
 
constituição federal, não podendo de forma alguma escapar deste caminho determinado pelo 
legislador. 
O estatuto deixa a cargo dos municípios a criação de outros princípios, não podendo 
invadir as competências dos estados e da união. No novo texto da lei, estão inseridos o 
patrulhamento preventivo e o uso progressivo da força, como um dos princípios a serem 
seguidos. A lei veio com o enfoque com a função de ceder este patrulhamento ostensivo para 
que a Guarda exerça a sua função primordial, ou seja, constitucional, prevenir o crime no 
patrimônio e serviços pertencentes aos municípios. 
Com o novo estatuto a Guarda passou a ter os seus objetivos mais delineados, sendo 
assim o artigo 4° e seu parágrafo único, da lei 13.022 refere: 
 
 
Art. 4° É competência geral das guardas municipais a proteção de bens, serviços, 
logradouros públicos municipais e instalações do município. 
Parágrafo único. Os bens mencionados no caput abrangem os de uso comum, os de 
uso especial e os dominiais. (BRASIL, Lei n° 13.022,2014, art. 4) 
 
Bem, é visto que o estatuto não ampliou as funções da Guarda Municipal, ele o 
concedeu o poder de polícia para que ele atue na proteção de bens, serviços, logradouros 
públicos municipais e instalações dos municípios, bens esses já mencionados acima, e 
delineando claramente o que é cada um. 
O artigo 5° da mesma lei aduz o seguinte: “Art. 5º São competências específicas da 
guardas municipais, respeitadas as competências dos órgãos federais e estatuais”. Neste artigo 
a lei deixou bem clara que a Guarda continua com o seu intento maior, a proteção dos bens e 
serviços dos municípios, contudo, não inibe que ao se deparar com uma ocorrência em seu 
deslocamento, ela possa agir e solucioná-la. Os incisos I, II, III, XII e XVI do artigo 5º assim 
retratam: 
 
 
I - Zelar pelos bens, equipamentos e prédios públicos do município; 
II - Prevenir e inibir, pela presença e vigilância, bem como coibir, infrações penais 
ou administrativas e atosinfracionais que atentem contra os bens, serviços e 
instalações municipais; 
III - atuar, preventiva e permanentemente, no território do município, para a proteção 
sistêmica da população que utiliza os bens, serviços e instalações municipais; 
XII - integrar-se com os demais órgãos de poder de polícia administrativa, visando a 
contribuir para a normatização e a fiscalização das posturas e ordenamento urbano 
municipal; 
16 
 
XVI - desenvolver ações de prevenção primária à violência, isoladamente ou em 
conjunto com os demais órgãos da própria municipalidade, de outros municípios ou 
das esferas estadual e federal; (BRASIL. Lei n ° 13.022, 2014, art. 5, I, II, XII e XVI) 
 
Estes incisos, citado acima, deixam de forma clara que deve zelar pelos prédios, 
equipamentos, bens e serviços, proibindo através de algumas ações que ocorram infrações 
penais e atos infracionais na respectiva área. Esta ação ocorre também nos serviços de 
fiscalizações, onde os Guardas Municipais devem preservar a segurança dos agentes fiscais de 
postura, vigilância sanitária e etc. Os incisos, também relatam que a Guarda pode atuar para a 
proteção da população que utiliza dos bens e serviços públicos na circunscrição do município 
a qual pertence, ratificando mais uma vez, que ao deparar com uma ocorrência na órbita citada 
acima, deverá agir. 
Cabe destacar também, que além de fazer a proteção de forma reativa nestes lugares, a 
Guarda deve atuar de forma preventiva, agindo antes que as infrações aconteçam, 
desenvolvendo planos e ações que ajudem a premir os crimes em sua atuação. Já nos incisos 
IV, V, XIII, XIV e parágrafo único: 
 
 
IV - Colaborar, de forma integrada com os órgãos de segurança pública, em ações 
conjuntas que contribuam com a paz social; 
V - Colaborar com a pacificação de conflitos que seus integrantes presenciarem, 
atentando para o respeito aos direitos fundamentais das pessoas; 
XIII - garantir o atendimento de ocorrências emergenciais, ou prestá-lo direta e 
imediatamente quando deparar-se com elas; 
XIV - encaminhar ao delegado de polícia, diante de flagrante delito, o autor da 
infração, preservando o local do crime, quando possível e sempre que necessário; No 
exercício de suas competências, a guarda municipal poderá colaborar ou atuar 
conjuntamente com órgãos de segurança pública da união, dos estados e do distrito 
federal ou de congêneres de municípios vizinhos e, nas hipóteses previstas nos 
incisos XIII e XIV deste artigo, diante do comparecimento de órgão descrito nos 
incisos do caput do art. 144 da constituição federal, deverá a guarda municipal 
prestar todo o apoio à continuidade do atendimento.(BRASIL. Lei n ° 13.022,2014, 
art. 5. IV, V, XIII, XIV e parágrafo único ). 
 
Nestes incisos, vemos que a Guarda deve procurar colaborar de forma a ter ações 
conjuntas com outros órgãos de segurança, com o fim de contribuir com a paz social e 
pacificação de conflitos que presenciarem. Neste contexto, vemos que a Guarda deve buscar o 
bem comum para todos, procurando ou sendo procurada, para o combate e implantação da paz 
e melhor convívio social. 
Realizando dessa forma, deverá colaborar com os órgãos de segurança inseridos no 
artigo 144 da constituição federal. Nos incisos VI e VII, salienta: 
 17 
 
 
VI - Exercer as competências de trânsito que lhes forem conferidas, nas vias e 
logradouros municipais, nos termos da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 
(Código de Trânsito Brasileiro), ou de forma concorrente, mediante convênio 
celebrado com órgão de trânsito estadual ou municipal; 
VII - proteger o patrimônio ecológico, histórico, cultural, arquitetônico e ambiental 
do município, inclusive adotando medidas educativas e preventivas. (BRASIL. Lei n 
° 13.022,2014, art. 5. VI e VII). 
 
Esses incisos, exalta também a questão do empenho que estes agentes municipais 
devem ter com o trânsito, meio ambiente, patrimônio histórico, cultural e arquitetônico. Como 
mostra os incisos, devem ser trabalhadas a prevenção e medidas educativas para que os 
objetivos sejam alcançados. 
Quanto a competência de trânsito, percebe-se que devem trabalhar mediante convênio 
com os órgãos estatuais e federais de acordo com o código de trânsito nacional. No caso onde 
houver órgão municipal com esta incumbência a Guarda deve celebrar autarquia com este, é o 
caso de Recife, onde temos companhia de trânsito e transporte urbano (CTTU), possuindo os 
agentes fiscalizadores do ambiente de trânsito. Ao adentrar nos incisos VIII, IX, X, XI e XII, 
temos: 
 
VIII - cooperar com os demais órgãos de defesa civil em suas atividades; 
IX - Interagir com a sociedade civil para discussão de soluções de problemas e 
projetos locais voltados à melhoria das condições de segurança das comunidades; 
X - Estabelecer parcerias com os órgãos estaduais e da união, ou de municípios 
vizinhos, por meio da celebração de convênios ou consórcios, com vistas ao 
desenvolvimento de ações preventivas integradas; 
XI - articular-se com os órgãos municipais de políticas sociais, visando à adoção de 
ações interdisciplinares de segurança no município; 
XII - integrar-se com os demais órgãos de poder de polícia administrativa, visando a 
contribuir para a normatização e a fiscalização das posturas e ordenamento urbano 
municipal; (BRASIL. Lei n ° 13.022,2014, art. 5. VIII, IX, X, XI e XII). 
 
Estes incisos se referem à cooperação, interação, parcerias e articulação com órgão 
civis de defesa civil e outros que possuem o caráter de contribuírem com as atividades de 
melhoria da segurança das comunidades. Esta ligação deve ocorrer por meio de ações 
interdisciplinares, de modo que todos os meios sociais, com suas políticas sociais ajam de 
forma a unir sus esforços e conhecimentos para o bem da sociedade de forma geral. E por 
último, os incisos XV, XVII e XVIII, traz o seguinte: 
 
XV - Contribuir no estudo de impacto na segurança local, conforme plano diretor 
municipal, por ocasião da construção de empreendimentos de grande porte; 
18 
 
XVII - auxiliar na segurança de grandes eventos e na proteção de autoridades e 
dignitários; e 
XVIII - atuar mediante ações preventivas na segurança escolar, zelando pelo entorno 
e participando de ações educativas com o corpo discente e docente das unidades de 
ensino municipal, de forma a colaborar com a implantação da cultura de paz na 
comunidade local. (BRASIL. Lei n ° 13.022,2014, art. 5. XV, XVII e XVIII). 
 
Os incisos XV, inovou ao trazer que a Guarda deve participar sobre o impacto da 
segurança local conforme o plano do diretor, também acrescentar sobre a segurança de 
grandes eventos e de autoridades, bem como, a segurança das escolas municipais e suas 
imediações, eventos fornecidos pelo município, dentre outros, não se devem deter apenas a 
vigilância presencial, mas também, participando de ações como corpo discente com a 
finalidade de implantação da cultura de paz na comunidade local. 
Até o presente momento apresentamos neste texto o contexto histórico da Guarda 
Municipal da cidade do Recife, investigamos os impactos relacionados à segurança pública da 
cidade do Recife e por fim identificamos os documentos oficiais da Guarda Municipal diante 
das competências que estão previstas nos art. 4 e 5 da lei 13.022/14, em que são tratadas as 
competências de forma geral e especificas, em que abrange novas atribuições para a guarda 
municipal, porem sinto a importância de explanar sobre o decreto 24.256/08 que regula toda a 
Guarda municipal dentro da cidade do recife, iremos tratar aqui, especificamente os art. 26,27 
e 28. Portanto as atribuições do Guarda Municipal do art. 26, que estão relacionadosaos 
agentes de segurança municipal compete: 
 
 
I-Cumprir com exatidão e presteza as determinações deste regulamento as legislações 
em vigor e as instruções que forem baixadas por seus superiores; 
II-Exercer suas funções de acordo com o parágrafo 8º do art. 144 da constituição 
federal e o disposto neste regulamento; 
III- Exercer além das suas funções próprias do cargo, no âmbito da Guarda 
Municipal do Recife, as atividades de motorista e motociclista, quando devidamente 
habilitado e/ou expediente administrativo (atividade meio) sem que isso importe em 
desvio de função na forma da lei; 
IV- Assumir voluntariamente cargos de diretoria, gerência ou função gratificada no 
âmbito da Guarda Municipal do Recife, quando nomeado pelo chefe do poder 
executivo municipal; 
V-Quando da ocorrência de exoneração, demissão, aposentadoria, falecimento ou 
qualquer outro motivo de afastamento da Guarda Municipal do Recife, devolver 
imediatamente o armamento em seu poder e/ou qualquer outro material ou bem do 
município que esteja sob sua posse. (BRASIL. Decreto n ° 24.256/08, art. 26. I, II, 
III, IV, V). 
 
 19 
 
No capítulo IV do art. 26, refere-se as atribuições dos agentes de segurança municipal 
que vem acontecendo diante das esferas judiciais devida a sua criação ser optativa na carta 
magna, além de já mencionada proteção aos bens, serviços e instalações públicas. Todavia a 
constituição republicana confere aos municípios a faculdade de legislar sobre assuntos de 
interesse local e a prática a atuação dessas instituições já acontece pela aproximidade entre os 
agentes e a população. 
Ainda sobre o art. 26, no inciso IV, explana sobre os cargos, no qual não existe 
“critérios” pré-definidos, e sim, são cargos voluntários ou função gratificada quando nomeado 
por um poder executivo municipal. 
O Decreto Municipal regulamenta as atividades e atribuições da Guarda Municipal, 
define que a Guarda Municipal é composta pelo cargo de Agente de Segurança Municipal, 
dividido nas classes de Guarda Municipal, subinspetor e inspetor (art. 26 ao 28). Com relação 
as Guardas Municipais, temos o art.27, que trata: 
 
 
I- Cumprir com exatidão e presteza suas funções conforme preceitua este 
regulamento; 
II- Assumir quando na ausência de graduado ou quando devidamente autorizado, a 
liderança de equipe ou efetivo, em postos de serviços, eventos ou missões. 
III- Exercer outras atribuições correlatas que lhe forem atribuídas pelo diretor 
comandante, gerentes, supervisores, coordenadores e graduados e em conformidade 
com este regulamento e o estatuto dos servidores públicos da cidade do Recife. 
(BRASIL. Decreto n ° 24.256/08, art. 27. I, II, III). 
 
Diante do inciso II, podemos relevar que são competência remanescentes, ou seja, que 
qualquer tipo de ausência dos graduandos, inspetor e subinspetor, um guarda assume 
automaticamente uma liderança de equipe ou efetivo em missões, eventos e em postos de 
serviços. 
Os agentes de segurança municipal das classes inspetor e subinspetor, como legítimo 
líder de equipe, posto, ou missão, terão total responsabilidade por todas as ocorrências que 
envolvam seu efetivo, devendo tomar as providências que a situação exigir, competindo-lhe no 
seu art. 28: 
I-Fiscalizar sua equipe, apontando faltas ou ocorrências, informando ao gerente ou 
coordenador competente; 
II-Supervisionar o emprego e cuidados com os equipamentos em uso por sua equipe; 
III-Zelar pela postura e aparência do efetivo sob sua responsabilidade; 
IV- Ter pronto controle sob sua equipe; 
20 
 
V- Participar de atividades de ronda como responsável pelo serviço; 
VI- Participar de atividades de patrulha como o responsável pelo serviço; 
VII-Apresentar comportamento profissional compatível com a função de líder; 
VIII-Apresentar relatório de serviço ao setor competente; 
IX- Participar de atividades de ronda e patrulha como responsável pelo serviço; 
X- Elaborar e apresentar relatório de serviço ao setor competente. (BRASIL. Decreto 
n ° 24.256/08, art. 28. I ao X). 
 
A guarda é dividida em três classes, dentre elas, temos o inspetor, subinspetor e guarda. 
O inspetor e o subinspetor têm atribuições de lideranças, fiscalização e responsabilidades pelas 
suas equipes, tendo como funções essas contribuições citadas acima. Atualmente as 
promoções são de acordo com o tempo de serviço, e mérito, no qual adentramos na eficiência 
dos guardas. 
Á vista disso, conforme foi apresentado acima, observamos que as Guardas Municipais 
da cidade do Recife, estão inerentes ao cumprimento de suas atribuições constitucionais, 
preservação do patrimônio, bens e serviços municipais. 
As influencias é que está lei federal da maior visibilidade e disciplina para atuar como 
polícia administrativa, pois acrescentou mais direitos e deveres ao GUARDA MUNICIPAL e 
com isso o cidadão recifense terá mais um órgão de segurança pública atuando contra a 
criminalidade, de forma preventiva e ostensiva, mantendo a ordem e estabelecendo a sensação 
de segurança nos limites do município. 
Diante disso, conclui-se que a função da Guarda Municipal da cidade do Recife não se 
restringe ao caráter meramente patrimonial como se preconiza pela maioria da população, em 
virtude da sua amplitude como foi dito durante o texto, porem percebe-se a versatilidade das 
Guardas em ser utilizada nos mais diversos tipos de policiamento, no qual um ente de 
segurança pública comunitário, pois sempre estará mais próximo dos acontecimentos da 
comunidade, por residir e conviver nas cidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 21 
 
 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Após algumas pesquisas que subsidiaram para fazer este trabalho, notamos que é 
possível entender a amplitude do tema Segurança pública e toda a enorme gama que sua 
proteção representa, dentre elas temos a Guarda Municipal como foi exposto. 
Segundo Osmar Ventris. (2010, p. 91), podemos definir a Guarda Municipal como 
instituição pública municipal, uniformizada, hierarquizada, desmilitarizada, armada ou não, de 
criação constitucionalmente facultativa, por iniciativa exclusiva do executivo municipal, 
“mediante lei, para atuar na prestação de serviços públicos no âmbito da segurança pública 
municipal e no contexto da preservação da ordem pública”. 
Com isso, é visto que as políticas públicas de segurança, como dever constitucional, 
também são responsabilidades dos municípios, seja por meio da criação ou fortalecimento da 
força municipal de segurança (Guarda Municipal), mas, principalmente, por meio de ações 
institucionais de prevenção primária, sociais e urbanas, desenvolvidas pela própria 
administração da cidade, por parcerias com outros entes federativos, entidades não-
governamentais ou da sociedade civil e iniciativa privada. 
Por outro lado, percebeu-se que as Guardas Municipais enfrentam dificuldades por 
causa da falta de padronização no território nacional, pela falta de uma regulamentação que 
garanta uniformidade de procedimentos, recursos e procedimentos a serem adotados pelos 
profissionais dessas corporações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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